Economia Archives - Página 8 de 85 - Reconecta NewsBotão Flutuante com Formulário
Valorizamos a sua privacidade
Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação, veicular anúncios ou conteúdo personalizado e analisar nosso tráfego. Ao clicar em "Aceitar tudo", você concorda com o uso de cookies.
Personalizar preferências de consentimento
Usamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.
Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para permitir as funcionalidades básicas do site....
Sempre ativo
Os cookies necessários são necessários para habilitar os recursos básicos deste site, como fornecer login seguro ou ajustar suas preferências de consentimento. Esses cookies não armazenam nenhum dado de identificação pessoal.
Nenhum cookie para exibir.
Os cookies funcionais ajudam a executar determinadas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedback e outros recursos de terceiros.
Nenhum cookie para exibir.
Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas como número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego etc.
Nenhum cookie para exibir.
Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência de usuário aos visitantes.
Nenhum cookie para exibir.
Os cookies de publicidade são usados para fornecer aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que você visitou anteriormente e para analisar a eficácia das campanhas publicitárias.
Li Qiang discursou em abertura de fórum empresarial, em Pequim, com críticas a Trump, diante de executivos de gigantes como Apple e Pfizer
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, lançou, neste domingo (23/3), um alerta para que os países abram seus mercados, com o objetivo de combater a “crescente instabilidade e incerteza”, que vêm se impondo no cenário global.
“No mundo cada vez mais fragmentado de hoje, com crescente instabilidade e incerteza, é mais necessário que os países abram seus mercados e empresas, para resistir a riscos e desafios”, disse Li.
A afirmação foi feita a um grupo de líderes empresariais, na abertura do Fórum de Desenvolvimento daChina, em Pequim. A previsão é que o encontro se estenda por dois dias.
Participam do evento nomões de executivos de gigantes globais como Tim Cook, daApple; Cristiano Amon, da fabricante de chipsQualcomm; Pascal Soriot, do laboratório farmacêutico AstraZeneca; além de Albert Bourla, da Pfizer, e Amin Nasser, da Saudi Aramco.
Alguns desses líderes, segundo as agências internacionais, devem se encontrar com o presidente chinês Xi Jinping, na sexta-feira (28/3). Na abertura do fórum, o senador republicano Steve Daines também estava presente, disse a mídia estatal chinesa.
O senador também se encontrou com o primeiro-ministro Li na tarde de domingo, no Grande Salão do Povo, ao lado de executivos de sete empresas americanas. A lista era formada por FedEx, Boeing, Cargill, Medtronic, Pfizer, Qualcomm e UL Solutions.
Vaivém de tarifas
O discurso de Li ocorre no momento em que o mercado mundial passa por sustos contínuos, cujo maior reflexo ocorre na cotação do dólar, diante das idas e vindas das ameaças do presidente dos Estados Unidos,Donald Trump, de elevar as tarifas dos produtos importados.
No último dia 17, por exemplo, a bordo do avião presidencial, o Air Force One, o repubicano afirmou que vai impor sobretaxas recíprocas, além de tarifas adicionais, a partir de 2 de abril. Ou seja, em duas semanas. Neste mês, Trump impôs cobranças de 20% sobre exportações chinesas. A China respondeu com novas taxas sobre produtos agrícolas americanos.
Projeto deve transformar cidade em um dos maiores hubs de data centers do País
Inaugurada no ano passado, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Uberaba, no Triângulo Mineiro, deve superar R$ 5 bilhões em investimentos no curto a médio prazo. O projeto busca se transformar em um dos maioreshubsdedata centersdo País, atraindo empresas a partir de isenções tributárias e interiorizando o setor de tecnologia, que hoje se encontra próximo às capitais.
A zona de exportação, única do segmento na região Sudeste, já conta com dez empresas em negociações avançadas para se instalarem no local. Até meados de junho, as marcas devem ser aprovadas pelo governo federal para o início das obras na ZPE, previstas para o segundo semestre, conforme aponta o secretário de desenvolvimento econômico, turismo e inovação de Uberaba, Celso Neto.
Segundo ele, a iniciativa é um grande avanço para a cidade e o setor em questão, especializado em tecnologia, deve levar maior competitividade para a região, já que data centers possuem uma relevante demanda no Brasil e no mundo. “Nos conectamos com diversos investidores e através de uma pesquisa de mercado identificamos oportunidades no mercado de data center. Os grandes negócios que estamos conversando são desse setor”, destaca.
O foco no momento, segundo ele, é conquistar uma autorização doConselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE)para a regulamentação de data centers no projeto. Para que isso aconteça, o executivo municipal trabalha junto ao governo federal para viabilizar a inserção e com isso liderar o desenvolvimento de levar grandes empresas de tecnologia para o interior brasileiro.
Zona de exportação estimula economia local e soluciona gargalos do setor de tecnologia
A vantagem da estrutura em Uberaba mira nos principais gargalos do setor tecnológico: ampla disponibilidade de área para servidores e maquinário, fornecimento de energia em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), além de benefícios tributários.
Fora da ZPE de Uberaba, Celso Neto destaca que elevadas cargas tributárias podem chegar a inviabilizar operações, e por isso, empresas que se instalarem no local contarão com isenção de imposto de importação, imposto de exportação, PIS, Cofins e ICMS, além da liberdade cambial. “A empresa poderá investir em contratos dolarizados, sem necessidade de nacionalizar e com benefícios por 20 anos”, ressalta.
Dentre os pré-requisitos para compor o projeto, estão a vocação majoritária para a exportação. A empresa também deverá demonstrar o potencial na geração de empregos, além do impacto positivo na cadeia produtiva local. A aprovação é realizada pelo governo federal junto ao conselho de ZPEs.
Para o secretário, os investimentos de alto valor agregado em Uberaba atendem ao plano de desenvolvimento da cidade, que já projeta como serão as arrecadações a partir do novo modelo daReforma Tributária. “Procuramos por empresas que investem bastante, que geram muitos empregos e possuem elevada média salarial. Tudo isso projetando uma cidade com um maior poder de consumo, para atender ao mercado a longo prazo”, finaliza.
A greve dos Auditores-Fiscais completa 115 dias, com forte adesão da categoria.
A mobilização tem atingido todas as áreas da Receita Federal – aduana e tributos internos, com fortes impactos na fiscalização, transações, Carf e no PIR, entre outras. Ainda assim, até o momento, o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) se recusa a negociar o reajuste do vencimento básico, descumprindo acordo assinado com o Sindifisco Nacional em abril do ano passado.
Em vídeo gravado nesta sexta-feira (21), o presidente do Sindifisco Nacional, Auditor-Fiscal Dão Real, o diretor de Assuntos Parlamentares, Auditor-Fiscal Floriano de Sá Neto, e o representante da 1ª Região Fiscal no Comando Nacional de Mobilização, Auditor-Fiscal Waltoedson Arruda, alertam para a urgência de uma solução para a greve da categoria. A paralisação da Receita Federal, que já dura um trimestre em 2025, tem potencial de comprometer a meta fiscal do ano e o arcabouço fiscal, caso o governo não apresente uma solução para o pleito da categoria.
“Nós sabemos que um trimestre inteiro parado tem um potencial enorme de comprometer a arrecadação e os planos de trabalho até o final do ano. Portanto, a urgência na solução do pleito é uma urgência para o governo”, diz Dão Real. Ele conclama a categoria a fortalecer ainda mais a mobilização neste momento, convoca os administradores para aderir à greve e reforça que a participação de cada Auditor e cada Auditora-Fiscal é crucial para a conquista do reajuste do vencimento básico da categoria.
O corte sobre impostos de importação é tentativa do governo brasileiro de deixar os preços dos alimentos mais baratos
O corte sobre impostos de importação, que está em vigor desde 14 de março, é uma tentativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar reduzir o preço dos alimentos, pressionados pela inflação.
Assim, o impacto da alíquota zero para impostos de importação deve ser sentido no bolso dos brasileiros de forma gradual. Entre os itens com a tarifa zerada pelo corte sobre impostos de importação estão carnes, sardinha, café torrado, café em grão, azeite de oliva, açúcar, óleo de palma, óleo de girassol, milho, massas e biscoitos.
Corte sobre impostos de importação
Alguns especialistas dizem que fixar um prazo para a queda do custo da comida é complicado, pois o preço depende de valores variados, como a variação no câmbio e investimentos em logística.
Apesar da dificuldade em apontar uma data, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) acredita que o impacto deve ser sentido em 60 dias, já que o corte sobre impostos de importação tem efeitos a médio prazo.
“Realmente, pode ajudar na redução dos preços para o consumidor, mas é uma medida de médio, não de curto prazo. É um pouco diferente, talvez para biscoitos, massas e azeites, [casos] em que já existe uma tradição de importação e um fluxo logístico”, afirmou o vice-presidente da Abras, Márcio Milan, em coletiva de imprensa na quinta (20).
Valores sobre o corte sobre impostos de importação
De acordo com o advogado tributarista Eduardo Natal, há outros componentes em jogo na equação do preço dos alimentos, além da questão tributária.
Esses são fatores como custos logísticos, variação cambial e margens de revenda que podem afetar o resultado.
Azeite de oliva teve tarifa zerada de importação pelo governo brasileiro – Foto: Canva/Divulgação/ND
“Os empresários que importam esses produtos trabalham normalmente com estoques adquiridos anteriormente, com custos já definidos, o que significa que o impacto da alíquota zero será sentido de forma gradual, à medida que os novos lotes importados com o benefício fiscal começarem a compor o preço médio praticado no mercado”, analisa Natal, que é presidente do Comitê de Transação Tributária da ABAT (Associação Brasileira da Advocacia Tributária).
Já na avaliação do ex-secretário de comércio exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) Welber Barral, o corte sobre impostos de importação não será o mesmo para todos os itens contemplados pelo imposto zero.
“Muitos produtos, como café e açúcar, o Brasil é o maior produtor do mundo. Então, é muito difícil pensar que algum outro país possa ter produtos abaixo do preço brasileiro, a não ser, claro, que suba muito o preço no Brasil. Mas ter a possibilidade de importar acaba tendo um impacto sobre a expectativa futura de preços, que é o que o governo está querendo fazer, ou seja, não pode elevar muito o preço no Brasil porque senão os importadores vão começar a trazer de fora”, observa Barral, que atualmente é conselheiro da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e presidente do IBCI (Instituto Brasileiro de Comércio Exterior e Investimentos).
“Vai ter impacto rápido? Provavelmente não. Vai ter o mesmo impacto para todos os produtos? Também não”, completa.
Ainda segundo Barral, é necessário “fazer uma regressão para tentar calcular qual poderia ser o eventual impacto, a depender da oferta e do preço lá fora de cada um desses produtos”.
Itens já comprados pelos fornecedores
O advogado Eduardo Natal explica que empresas com importações feitas antes da vigência da alíquota zero vão manter os custos anteriores embutidos no preço das mercadorias em estoque.
“Em um primeiro momento, esses empresários podem optar por manter o preço atual para preservar a margem de lucro, ou ajustar eventualmente os preços conforme a dinâmica competitiva do mercado. Com o tempo, à medida que novas importações forem realizadas com alíquota zero, o preço médio dos produtos tende a se ajustar, refletindo a redução nos custos de importação”, acredita o advogado.
Pagamento do imposto de importação
Welber Barral acrescenta que, no Brasil, o pagamento do imposto de importação ocorre no processo de liberação feito pela alfândega para a entrada das mercadorias no país.
“Ou seja, quem já fez o desembaraço aduaneiro, já pagou o imposto. Os navios que ainda não desembarcaram no Brasil é que vão se beneficiar da redução da alíquota”, completa.
Um plano do governo Trump para introduzir taxas sobre o uso de navios comerciais chineses pode prejudicar a economia dos Estados Unidos e não reverter o domínio da China na construção naval, afirmou uma das principais associações do setor marítimo.
O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) delineou um plano para cobrar taxas de navios construídos na China que entrem em portos americanos. A proposta também inclui uma exigência para que parte dos produtos dos EUA seja transportada em embarcações americanas. Uma audiência está marcada para 24 de março para coletar opiniões sobre as medidas, que, caso não sejam alteradas, podem causar grandes impactos na indústria naval.
A Bimco, associação com sede na Dinamarca que representa cerca de 2.100 proprietários de embarcações em 130 países, incluindo EUA e China, alertou que as taxas portuárias geralmente são repassadas ao longo da cadeia de suprimentos, o que acabaria resultando em preços mais altos para os consumidores americanos. A entidade também destacou que a proposta pode colocar empregos nos estaleiros em risco e, se implementada como está, ameaçar as exportações de energia dos EUA.
“As medidas propostas aumentarão significativamente os custos de transporte das importações e exportações americanas e terão efeitos negativos sobre a economia dos EUA como um todo”, afirmou Lars Robert Pedersen, vice-secretário-geral e diretor de assuntos regulatórios da Bimco, em carta enviada como feedback ao plano. “O impacto sobre o domínio chinês é muito mais incerto.”
A Bimco, maior associação comercial do setor naval em número de membros diretos, destacou que a maioria dos proprietários de navios tentaria evitar o pagamento das taxas reduzindo o número de viagens aos Estados Unidos.
Além de elevar os custos do transporte marítimo devido à menor concorrência, isso também poderia levar a congestionamentos nos portos e ameaçar empregos no setor, tornando alguns terminais menos atrativos para o comércio exterior.
A resposta de Pedersen às propostas foi publicada no site da Bimco e no portal de comentários do USTR.
Os preços do biodiesel no mercado brasileiro cederam quase 7% no acumulado do ano até o início de março, segundo dados da agência reguladora ANP, e têm possibilidade de cair mais, considerando a entrada da safra recorde de soja e a queda das cotações internacionais do óleo de soja, principal matéria-prima do biocombustível.
Especialistas no mercado também citam a própria manutenção da mistura de 14% no biodiesel no diesel no Brasil, que deveria ter subido para 15% a partir do início de março –algo que não aconteceu por preocupações inflacionárias, conforme decisão do governo brasileiro.
Com o recuo nos preços do biodiesel para 5,797 reais por litro na média do país, de acordo com levantamento da ANP divulgado nesta semana, o biocombustível passou ao menor nível desde o final de outubro de 2024, após ter oscilado no ano passado nos maiores patamares em quase três anos.
“Temos visto essas correções nos preços do óleo de soja, já demonstrado uma queda pela postergação da mistura (de biodiesel). Obviamente, menor demanda de biodiesel significa menor demanda por óleo”, disse o analista de inteligência de mercado da StoneX Leonardo Rossetti.
Nos cálculos da consultoria, o óleo de soja responde por entre 82% e 85% da matéria-prima do biodiesel, considerando também uma parcela incluída em “outros materiais graxos” em dados compilados da ANP.
Na avaliação de Rossetti, apesar da mistura menor, deve haver algum crescimento da demanda por biodiesel no país pelo aumento do mercado de diesel, “mas muito menor” do que as expectativas iniciais.
Mas a safra recorde no Brasil, com produção próxima de 170 milhões de toneladas, o que significaria um aumento de cerca de 10% ante a temporada passada, um processamento de soja também recorde no país e uma queda na bolsa de Chicago –por incertezas sobre a demanda nos EUA — trazem uma perspectiva de alívio de custos.
“Visto este cenário e preços internacionais em queda, existe espaço para o óleo ceder um pouco e o biodiesel seguir”, disse o especialista da StoneX.
Desde o pico do ano, o preço do óleo de soja na bolsa de contratos futuros de Chicago recuou mais de 10%, para 42,60 centavos de dólar por libra-peso.
A conjuntura pode beneficiar empresas como Oleoplan, Be8, Potencial, Olfar, JBS e Três Tentos, que juntos representaram cerca de 50% das vendas totais de biocombustível em 2024, conforme dados de relatório da Moody’s divulgado nesta quinta-feira.
A agência ressaltou ainda a importância da mistura obrigatória para o crescimento da produção de biodiesel no Brasil, que mais do que dobrou desde 2017 para 9,1 bilhões de litros em 2024.
CHANCE PARA A MISTURA MAIOR?
Uma queda no preço do petróleo e do dólar em relação ao real também são fatores que colaboram para pressionar os combustíveis, o que na visão do sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo, poderia ser uma conjuntura favorável para um corte do preço do diesel, pela Petrobras, e a retomada pelo governo dos planos da mistura de 15%.
“Alterando de B14 para B15, nos atuais custos, traria um impacto de 2 centavos, média Brasil, sobre o preço do diesel B (com a mistura de biodiesel). É claro que a gente tem que entender que não é um impacto muito significativo”, disse Melo, lembrando que o diesel fóssil é mais barato que o biocombustível. Mas ele avalia que o governo poderia também aproveitar esse momento.
“Caso… quisesse amenizar (o impacto de um eventual aumento da mistura para B15), seria uma excelente oportunidade, de repente, fazer um corte no diesel A, porque as referências internacionais, ainda mais com a apreciação do câmbio, favorecem para esse movimento. E é uma redução que já é esperada. A gente tem aí uma expectativa que aconteça, não sabemos quando”, afirmou.
Na avaliação da Raion, haveria espaço para o diesel da Petrobras ser reduzido em 40 centavos de real por litro nas refinarias, após a Petrobras ter aumentado o preço do combustível em mais de 6% ao final de janeiro e o petróleo Brent ter recuado cerca de 6% desde então.
“Então, o que o governo poderia fazer? Poderia, de repente, utilizar isso como oportunidade para poder fazer um corte do diesel A, concomitante à entrada do B15, porque aí ele poderia amenizar esse impacto ainda que ele não fosse tão relevante”, argumentou.
Uma fonte do governo que acompanha o setor avalia que o raciocínio faz sentido. “Se a tendência se mostrar de queda (do biodiesel), melhora bastante a situação deles (dos produtores)”, afirmou, na condição de anonimato.
Melo defendeu ainda que o Brasil deveria regulamentar a importação de biodiesel para “criar um ambiente mais competitivo no mercado, traduzindo em menores custos do biocombustível para o consumidor”. Ele lembrou que várias entidades do mercado já se posicionaram a favor de possível regulamentação.
Terceiro maior terminal de movimentação de contêineres do País, localizado em Navegantes, litoral norte de Santa Catarina, a Portonave prevê retomar o crescimento das operações a partir do segundo semestre de 2026, quando concluir o plano de investimento de R$ 1 bilhão.
O terminal, no momento, está com obras avançadas em melhorias operacionais e modernização em sua área de 400 mil m², cais de 900 metros de comprimento linear e três berços de atracação de navios.
A Portonave integra o complexo portuário Itajaí-Navegantes, que tem um peso grande na economia de Santa Catarina, na exportação e importação de produtos e bens diversos do agronegócio e da indústria que atendem a economia da região Sul e até de outros Estados. Com 86 mil habitantes, conforme o IBGE, e vizinha deItajaí, Navegantes é uma cidade costeira e turística que abriga o porto e um aeroporto.
A Portonave S.A. – Terminais Portuários de Navegantes é umTUP (Terminal Único Privado), que iniciou as operações em 2007. É o primeiro TUP privado para movimentar contêiner no País. O empreendimento pertence à Terminal Investments Limited (TiL), com sede na Suíça. A empresa opera mais de 70 terminais de contêineres no mundo e é a divisão desse negócio da gigante italiana da navegação MSC.
No final de 2024, 75% das obras da primeira etapa do investimento bilionário já estavam realizadas no lado leste do cais (450 metros), enquanto as operações são realizadas na outra metade. A conclusão do investimento está prevista para o primeiro semestre de 2026, informa Osmari de Castilho Ribas, diretor superintendente administrativo da Portonave.
Um dos objetivos do investimento é também preparar o terminal para receber as maiores e mais modernas embarcações, que são navios de até 400 metros de comprimento. Atualmente, os navios que atracam são de até 350 metros (conhecidos como ‘mega ships’), mas a maioria ainda é de 336 metros. “No mundo já está em operação a geração de 400 metros. “Queremos que a Portonave esteja apta a receber as maiores embarcações do mundo. Hoje não conseguimos receber nem os de 366, que já fazem escala no Brasil, por restrições no canal de acesso”, diz o executivo.
Para isso, observa Castilho, o canal de acesso ao Portonave terá de ser aprofundado, o que vai beneficiar também o Porto de Itajaí, que fica do outro lado, na margem direita do rio Itajaí-Açu. Essa obra, no entanto, depende de um processo de licitação que é conduzido pelo governo federal, a cargo do Ministério de Portos e Aeroportos.
A licitação, para definir a empresa especializada que fará os serviços de dragagem, de manutenção e aprofundamento do canal, está prevista para este ano, disse ao Estadão o Secretário do Ministério de Portos e Aeroportos, Alex Sandro de Ávila. A profundidade de 14 metros terá se ser elevada para 17 metros para as embarcações saírem plenamente carregadas.
“Sem condições de receber navios de 366 metros ficaremos fora das principais rotas de navegação”, diz Castilho. Segundo o executivo, isso é fundamental para competir em âmbito global e o País ser mais representativo no comércio internacional.
Conteinerização em alta no País
A expectativa da Portonave é voltar a operar à plena capacidade, acima de 1,3 milhão de TEUs ao ano, em 2026. Castilho diz que o mercado de contêineres no País cresce anualmente em patamar de dois dígitos. No caso da Portonave, as cargas vêm, além de Santa Catarina, de toda a região Sul, do Centro-Oeste e do Estado de São Paulo. “Embarcamos muita madeira e derivados e proteína animal (carnes de frango e suína) e recebemos muita matéria-prima na importação.”
O executivo destaca que a conteinerização das cargas ganha espaço a cada ano no País, embora a predominância ainda seja de carga geral, destaque para commodities (agrícolas e minerais). Avalia que os terminais têm de se antecipar a essa demanda.
Osmari Castilho Ribas, diretor superintendente administrativo da Portonave S.A.- Terminais Portuários de Navegantes Foto: Portonave/Divulgação
Castilho alerta, no entanto, para alguns pontos negativos na infraestrutura de acesso ao terminal: a BR-470 em processo de duplicação desde 2013; qualidade de serviço não adequada na BR-101; não há ferrovia passando pelo terminal. “Esse investimentos são muito relevantes.”
No ano passado, a Portonave movimentou 1,26 milhão de TEUs, com retração de 5% ao se comparar com 2023. Segundo a empresa, o decréscimo no volume de contêineres se deveu às obras que estão sendo realizadas no cais. “Este ano ainda deveremos ter um desempenho similar, devido às obras, que vão até meados de 2026. Depois retomaremos uma etapa de crescimento”, diz o diretor.
Da acordo com dados da Antaq, agência federal que regula os portos, a Portonave ficou na terceira posição no mercado de contêineres em 2024, atrás do Porto de Santos, com 3,73 milhões de TEUs (contêiner equivalente 20 pés) e de Paranaguá, com 1,46 milhão de TEUs. O Porto de Itapoá, também situado no Estado, ficou na quarta posição, com 1,2 milhão de TEUs.
Os produtos com maior despacho pelo porto no ano passado foram madeiras, carnes congeladas, celulose e papel, máquinas e cerâmicas. Principais destinos foram China, EUA, México, Japão e Filipinas.
De outros países, entraram pelo terminal produtos plásticos, maquinário, têxteis, químicos e borracha e derivados, oriundos da China, EUA, Índia, Vietnã e Itália, informa a empresa, citando dados da consultoria especializada Datamar. A importação de pneus pelo terminal representou 33% do total nacional internado pelo País, trazidos de fabricantes chineses.
Norma prevê superávit primário de R$ 15 bilhões nas contas públicas
Senadores e deputados federais aprovaram, em votação simbólica, na tarde desta quinta-feira (20), o relatório final do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025. O texto já havia passado, mais cedo, pela Comissão Mista do Orçamento (CMO).
A aprovação do Orçamento encerra um impasse que durou cerca de três meses, já que a medida deveria ter sido aprovada no fim do ano passado, mas foi postergada em meio a crise sobre a liberação de emendas parlamentares e a votação do pacote fiscal que havia dominado a agenda legislativa em dezembro.
Agora, o texto da Lei Orçamentária Anual segue para sanção presidencial. A norma prevê superávit primário de R$ 15 bilhões nas contas públicas para este ano. Além disso, estão previstos R$ 50,4 bilhões para emendas parlamentares.
Esse resultado, se confirmado, cumpre a regra de meta fiscal primária zero, conforme determina o arcabouço fiscal em vigor que limita as despesas da União. Os gastos primários são aqueles que excluem o valor gasto com a dívida pública.
Ao todo, o substitutivo do relator prevê R$ 5,8 trilhões em despesas para 2025, sendo R$ 1,6 trilhão apenas para o refinanciamento da dívida pública, com pagamento de juros e amortizações. Já a Seguridade Social deve custar R$ 1,8 trilhão, segundo o relatório.
Outros 2,2 trilhões são para o chamado orçamento fiscal, usado para financiar todos os poderes da República, o que abrange os três poderes, seus fundos, órgãos, autarquias, inclusive as fundações mantidas pelo Poder Público. Do total dos R$ 5,8 trilhões previstos no relatório, R$ 166 bilhões são para investimentos, como compra de equipamentos e obras.
Com relação aos programas do governo, houve diminuição de recursos para o Bolsa Família, para R$ 160 bilhões (R$ 9 bilhões a menos que em 2024) e aumento para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que terá R$ 60 bilhões disponíveis (R$ 13,1 bilhões a mais. Também foram assegurados recursos para programas como o Vale-Gás (R$ 3,6 bilhões) e Farmácia Popular (R$ 4,2 bilhões).
O governo fez um acordo com o relator do Orçamento, o senador Ângelo Coronel (PSD-BA) para a inclusão do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação (MEC) na lei orçamentária.
Pelo acordo, o Poder Executivo se comprometeu a enviar novo projeto com verbas para financiar o programa que paga uma mesada de R$ 200 a mais de 3,9 milhões de estudantes de baixa renda no ensino médio, para que se mantenham na escola.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, visitará o Vietnã na próxima semana, acompanhado de uma delegação empresarial que inclui executivos da fabricante de aviões Embraer e do gigante alimentício JBS, ambos em negociação para possíveis acordos no país do Sudeste Asiático, segundo fontes.
A segunda visita de Lula ao Vietnã como presidente ocorre enquanto o Vietnã, pressionado pela administração Trump a reduzir seu grande superavit comercial, se compromete a aumentar as importações dos Estados Unidos, incluindo produtos agrícolas como a soja – da qual o Brasil é um dos maiores exportadores para o país.
Lula viajará ao Vietnã de 27 a 29 de março, após visitar o Japão, conforme informou o governo brasileiro.
Espera-se que Lula convide o Vietnã para participar de uma cúpula do BRICS no Brasil em julho, disse um funcionário brasileiro, ressaltando que o Vietnã foi convidado no ano passado para se tornar um parceiro do BRICS, mas até agora não tomou uma posição oficial sobre o assunto.
O ministério das Relações Exteriores do Vietnã não respondeu a um pedido de comentário, e a embaixada do Brasil no Vietnã se recusou a comentar.
Espera-se que os dois países concordem em um plano de ação sobre defesa, agricultura e energia, o que poderá impulsionar a cooperação no setor do etanol – combustível do qual o Brasil é um grande produtor global, afirmou o funcionário brasileiro.
Além disso, o Brasil deseja aumentar suas exportações para o Vietnã e está solicitando que Hanói autorize a importação de sua carne bovina, conforme confirmou o funcionário, alinhado a relatos anteriores veiculados na mídia estatal vietnamita.
NEGÓCIOS
A abertura do mercado vietnamita para a carne bovina brasileira é uma condição prévia para um investimento que o gigante alimentício JBS brasileiro está considerando no Vietnã, segundo três pessoas familiarizadas com as negociações, incluindo o referido funcionário, que preferiram não se identificar por se tratar de informações não públicas.
A empresa estuda a possibilidade de construir um polo de processamento de carne no norte do Vietnã – sua primeira fábrica na Ásia – com um possível investimento de dezenas de milhões de dólares, disseram as fontes.
A JBS se recusou a comentar.
Separadamente, a Embraer também está em conversações para a possível venda de dez jatos E190 de corpo estreito para a companhia aérea de bandeira Vietnam Airlines, informou o funcionário brasileiro.
Além disso, a Embraer tenta vender aviões de transporte militar C-390, com um possível voo de demonstração programado para maio no Vietnã, segundo o funcionário e uma fonte do setor.
A Embraer se recusou a comentar, e a Vietnam Airlines não respondeu a um pedido de comentário.
Hanói está em negociações com os Estados Unidos para adquirir aviões de transporte militar C-130, fabricados pela Lockheed Martin.
O Vietnã é um dos mercados de aviação que mais crescem no mundo, e as companhias aéreas locais vêm buscando expandir suas frotas há bastante tempo.
Nos últimos dias, altos executivos dos gigantes da aviação Airbus e Boeing se reuniram com autoridades vietnamitas, segundo a mídia estatal e uma agenda interna vista pela Reuters. O Vietnã também está trabalhando na aprovação dos jatos da COMAC, da China.
Reportagem de Francesco Guarascio; Reportagem adicional de Phuong Nguyen; Edição de Raju Gopalakrishnan
A guerra comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a China dará aos exportadores agrícolas brasileiros a oportunidade de conquistar uma fatia ainda maior do mercado chinês às custas dos agricultores americanos.
No entanto, isso também pode impulsionar a já elevada inflação dos alimentos no Brasil. Nesta semana, a China reagiu rapidamente às novas tarifas dos EUA anunciadas por Trump, impondo aumentos de 10% e 15% sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas americanos, incluindo carne e soja.
O Brasil, maior exportador mundial de soja, algodão, carne bovina e carne de frango, deve aumentar seus embarques para a China, já que os importadores chineses buscarão alternativas livres de tarifas. Durante o primeiro mandato de Trump, a guerra comercial que ele iniciou com a China fez os agricultores americanos perderem parte do mercado para o Brasil, especialmente no caso da soja, um produto essencial para os chineses.
Os EUA nunca recuperaram essa fatia de mercado da soja. A China continua comprando mais produtos agrícolas do Brasil do que antes da primeira guerra comercial, e essa tendência deve se intensificar com a nova rodada de tarifas.
“Os crescentes atritos entre EUA e China provavelmente levarão Pequim a buscar mais grãos e proteínas no Brasil, o que pode reduzir a demanda por commodities e, consequentemente, os preços nos EUA, enquanto aumenta a demanda e os preços no Brasil”, disseram analistas do Santander.
Os preços da soja brasileira já estão subindo. O prêmio nos portos locais atingiu o maior nível da temporada nesta semana, segundo Eduardo Vanin, analista da Agrinvest.
“Qualquer demanda adicional da China pode resultar em exportações mais fortes do Brasil a preços mais atrativos”, afirmaram analistas do Itaú BBA em nota aos clientes.
Isso beneficiaria empresas agrícolas brasileiras como SLC Agrícola e BrasilAgro. No entanto, mais exportações significam menor oferta no mercado interno, aumentando os custos dos grãos usados na alimentação de animais para frigoríficos locais como JBS e BRF.
PRESSÃO SEVERA
Um aumento nos preços dos alimentos, porém, seria uma má notícia para o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cuja popularidade tem caído nos últimos meses, principalmente devido ao alto custo dos alimentos.
Os preços de alimentos e bebidas subiram cerca de 8% em 2024, de acordo com o IBGE, e em janeiro registraram alta de quase 1%, marcando o quinto mês consecutivo de aumento. Os dados de fevereiro serão divulgados na próxima semana.
O Banco Central do Brasil, que tem elevado as taxas de juros, afirmou que o aumento nos preços da carne foi um fator-chave para a alta significativa nos custos dos alimentos e descreveu um cenário adverso no curto prazo.
A inflação também subiu em 2018-2019, quando o Brasil exportou mais produtos agrícolas para a China. O índice de preços ao consumidor fechou 2018 em 3,75% e acelerou para 4,31% no final do ano seguinte.
VOLTA AO FUTURO
O Santander destacou que, embora menos severas do que as tarifas de 2018, as novas medidas anunciadas por Pequim devem acelerar a diversificação de longo prazo da China em relação ao fornecimento dos EUA.
A demanda crescente da China impulsionará ainda mais as perspectivas positivas do agronegócio brasileiro, que prevê produção recorde de produtos-chave neste ano.
O Brasil deve colher uma safra recorde de soja de cerca de 170 milhões de toneladas em 2024/25, com exportações superando 100 milhões de toneladas. As indústrias de carne bovina, frango e suína também devem registrar recordes de produção e embarques este ano.
O gráfico abaixo mostra as exportações de carne bovina do Brasil para a China entre janeiro de 2021 e janeiro de 2024. Os dados vêm do DataLiner.
Exportações de carne bovina para a China | Jan 2021 – Jan 2025 | TEUs
“A China buscará obter o máximo possível do Brasil”, disse Carlos Cogo, da consultoria agropecuária Cogo, acrescentando que as novas tarifas tornarão os produtos americanos ainda menos competitivos em relação aos brasileiros.
CARNE DE PRIMEIRA
Representantes da indústria de carnes do Brasil disseram que a mudança no comércio global deve ser positiva para o país sul-americano.
“O Brasil acabará se beneficiando, especialmente em termos de preços e rentabilidade”, afirmou Ricardo Santin, presidente da ABPA, associação do setor de carnes, à Reuters.
As ações de frigoríficos e produtores de grãos brasileiros operaram estáveis na quinta-feira, após subirem significativamente na sessão anterior.
Santin afirmou que os ganhos com o aumento das exportações para a China, que já é um dos principais compradores de carne brasileira, provavelmente compensarão os custos mais altos da alimentação animal.
Reportagem de Roberto Samora e Gabriel Araujo Edição de Ana Mano, Simon Webb e Marguerita Choy