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Oriunda do Rio de Janeiro, a droga tinha como destino final um endereço na Zona Sul de Natal
Combate ao contrabando
A Receita Federal em Natal apreendeu, nesta quarta-feira (28), 500 comprimidos de ecstasy durante uma operação de fiscalização em uma transportadora localizada na Grande Natal. A encomenda, oriunda do Rio de Janeiro (RJ), tinha como destino final um endereço no bairro da zona sul da capital potiguar.
A droga sintética foi localizada com o auxílio de um cão de faro da equipe K9, utilizado na triagem de cargas suspeitas. O animal sinalizou a caixa durante a fiscalização de rotina, o que levou os servidores da Receita Federal a realizarem a abertura do volume. No interior, foram encontrados os comprimidos escondidos entre objetos de uso pessoal.
A atuação da Receita Federal se deu com base em análise de risco e reforça a eficiência do trabalho de inteligência realizado pelo órgão.
A Receita Federal reitera seu compromisso no combate ao tráfico de drogas e ao uso indevido de sistemas de transporte e remessa para fins ilícitos, especialmente no contexto das encomendas interestaduais. O uso de cães farejadores tem se mostrado uma ferramenta essencial nesse trabalho de fiscalização e repressão.
Você sabia qual era o impacto real das novas rotas do comércio exterior para o Brasil? E como a integração entre setor público e privado poderia acelerar esse processo? Essas foram algumas das perguntas que movimentaram o Global Trade Summit 2025, realizado de 21 a 23 de maio, no Expocentro Júlio Tedesco, em Balneário Camboriú (SC). Com o tema “Novas Rotas, Novas Conexões”, o evento se consolidou como um dos maiores congressos sobre comércio internacional, logística, compliance e tecnologia para importação e exportação do país.
Organizado pelo Núcleo de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Itajaí (ACII), o congresso reuniu mais de 1.600 participantes, entre autoridades da Receita Federal, especialistas da SECEX, representantes do MAPA, Exército e Anvisa; além de empresários e prestadores de serviço. O evento foi estruturado para oferecer painéis técnicos, debates sobre legislação, tendências em comércio global e networking qualificado — um dos pilares do encontro, como destacou Renata Palmeira, CEO do RêConecta News. “Foi uma oportunidade única de conhecimento e networking qualificado, porque dentro do evento tínhamos grandes empresários que buscavam cada vez mais o crescimento e o conhecimento. Estávamos num momento de mercado em que somos ‘long life learning’ – eternos aprendizes, e esse foi uma oportunidade pra isso.”
O poder do networking no centro das conexões
A palestra de abertura do segundo dia ficou por conta de Renata Palmeira, que cativou o público com o tema “O Poder do Networking”. Durante a palestra, Renata trouxe dados, experiências e reflexões sobre como relacionamentos bem cultivados são a base do sucesso nos negócios internacionais. “Segundo uma pesquisa da Forbes, 85% dos empresários viam o networking como essencial para o desenvolvimento de novos negócios; 85% das vagas de trabalho, em geral, eram preenchidas por meio do networking e, mais ainda, 20% das empresas observavam crescimento financeiro gerado por meio dele”, destacou Renata.
Renata ainda participou de dois podcasts durante o evento: o primeiro voltado à participação feminina no comércio exterior e o segundo como host do podcast da Trust Trade, empresa especializada em operações de importação com sede em Itajaí.
O RêConecta News, plataforma que conecta profissionais e empresas do comércio exterior por meio de estratégias digitais, marcou presença com um estande exclusivo, fortalecendo parcerias e apresentando soluções integradas para o setor por meio de seus clientes que estiveram presentes. A participação da equipe gerou grande visibilidade e fomentou discussões sobre inovação, performance e presença digital no mercado internacional.
Para Francine Macedo, Business Development da BWin Tech, o Global Trade Summit 2025 ocorreu em um momento especialmente sensível, marcado por tensões geopolíticas e transformações tecnológicas aceleradas. Para a profissional, que tem mais de 25 anos de experiência em Gestão de Transporte Rodoviário, gerenciamento de riscos e mitigação de perdas no setor de seguros, tanto nacional quanto internacional, o congresso reafirmou a importância de uma nova mentalidade na gestão de riscos. “Ficou claro que não se trata mais apenas de reagir ao que deu errado, mas de estruturar o comércio global para que os riscos fossem antecipados e, sempre que possível, neutralizados antes de acontecerem”, destacou.
Na visão de Francine, o grande diferencial do evento foi o aprofundamento das discussões em temas como segurança, fragilidades da cadeia logística e a urgência de adotar estratégias cada vez mais preventivas, em vez de confiar em abordagens reativas e paliativas.
Comércio exterior e legislação: o que mudou?
Um dos momentos mais esperados foi o painel sobre o Projeto de Lei 4423/2024, conhecido como Lei Geral do Comércio Exterior, que busca modernizar a legislação do setor, substituindo normas que datam de 1966. Segundo Thalis Andrade, auditor da Receita Federal do Brasil com atuação na Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), essa foi a iniciativa mais importante dos últimos 60 anos. “Um dos principais pontos era que o PL adaptava acordos internacionais que ainda encontravam certa relutância em serem aplicados hoje no Brasil, principalmente o acordo de facilitação do comércio,” explicou.
Apesar de não abordar tributos e penalidades neste primeiro momento, o projeto estabeleceu novas diretrizes para fiscalização, controle e regimes aduaneiros especiais, o que pode transformar radicalmente o ambiente de negócios no país.
Tecnologia e simplificação de processos
Entre os desafios discutidos pela Receita Federal, a simplificação dos processos e o uso de tecnologia foram apontados como urgências. “O principal desafio da Aduana era pegar todo esse fluxo de informação que existe hoje e conseguir devolvê-lo em uma análise rápida e confiável”, explicou Mário de Marco Rodrigues de Sousa, da Receita Federal.
Essa visão refletiu o movimento de digitalização que o comércio exterior exigia, especialmente com a chegada do novo processo de importação e do Catálogo de Produtos, obrigatórios a partir de janeiro de 2026. A DUIMP – Declaração Única de Importação é o novo modelo digital que substitui a DI e DSI, trazendo mais eficiência e integração para o processo de importação no Brasil. Um dos grandes avanços é a conexão direta com órgãos anuentes como Anvisa, MAPA e Ibama, prevista para ocorrer até a segunda quinzena de julho, conforme cronograma divulgado pela Receita Federal. Com todos os órgãos conectados ao novo sistema, exigências legais devem ser atendidas de forma mais rápida e automatizada.
Essa centralização de dados reduz etapas burocráticas, evita retrabalho e permite que o importador antecipe o envio da documentação e o pagamento de tributos como II, IPI, PIS, Cofins e ICMS. O resultado é uma liberação de mercadorias mais ágil — com expectativa de redução média de 40% no prazo total. Além disso, a DUIMP oferece mais visibilidade do processo em tempo real, o que facilita o planejamento logístico e financeiro. Empresas com certificação OEA ainda ganham prioridade nas análises e menor incidência de fiscalizações.
Para Tiago Barbosa, coordenador de facilitação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e gerente do Portal Único de Comércio Exterior, o futuro já começou e as transformações devem ser constantes. “A gente tem um novo processo de importação que já deixa de ser novo, porque foi pensado em 2017, 2018. E é desse conceito que a Organização Mundial das Aduanas pede para que seja revisto de cinco em cinco anos. Então a gente já vai entrar num processo novo, que é melhor do que o atual, mas já é o momento de repensar o próximo passo e é isso que estamos trabalhando paralelamente entre Secex e Receita Federal para inovar mais ainda em controle aduaneiro”, explica.
O conhecimento não para
Durante o Global Trade Summit, além das palestras e painéis da programação oficial, uma série de podcasts exclusivos foi gravada ao longo do evento. Os episódios contaram com a participação de especialistas e apoiadores, trazendo debates relevantes sobre comércio exterior, inovação e logística internacional. Um dos destaques foi o episódio mediado por Renata Palmeira, com representantes do Trust Group, que apresentaram a plataforma Trinity, uma das inovações da empresa.
Desenvolvida para fornecer informações em tempo real sobre o status das operações e centralizar o monitoramento das etapas do processo, a ferramenta oferece maior controle e transparência no gerenciamento da cadeia de suprimentos, trazendo comodidade e segurança para as empresas. “O comércio exterior envolve diversos agentes e etapas pouco integradas, o que pode gerar desafios. A Trinity é uma plataforma voltada à integração e visibilidade da cadeia de suprimentos, desenvolvida para resolver os problemas comuns desse cenário e agregar valor real aos nossos clientes”, afirmou Regis Paim Dias, gerente de TI da empresa. “Recentemente, o Trust Group investiu R$ 14 milhões em tecnologia e infraestrutura, reforçando seu compromisso com a inovação e a qualidade”, complementou.
Os episódios gravados estarão disponíveis em breve nas plataformas de streaming e nos canais oficiais do evento.
Um espaço de transformação e protagonismo
O Global Trade Summit 2025 não foi apenas um evento — foi um hub de transformação para o comércio exterior brasileiro. Mais de 20 painéis, dezenas de especialistas e a forte presença de empresas e entidades públicas criaram um ambiente fértil para negócios, parcerias e atualização estratégica.
“Tivemos importadores e exportadores, prestadores de serviço, setor público, todos muito engajados e abertos a conversarem com as pessoas. A expectativa foi que esse evento propiciasse a todos os participantes oportunidades de engrandecimento tanto na vida profissional quanto na vida pessoal”, reforçou Paula Machado, coordenadora do NCE da ACII.
A droga estava num carregamento de resina de hidrocarboneto
A Receita Federal frustrou a tentativa de envio de 664 kg de cocaína, que seriam levados para a Bélgica, através do Porto de Santos, nesta quinta-feira (22). A droga, que foi apreendida, estava escondida num carregamento de 100 toneladas de resina de hidrocarboneto.
Segundo a Receita Federal, a cocaína foi interceptada durante uma operação realizada por equipes da Alfândega do Porto de Santos e dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos. A carga, que é utilizada em diversas aplicações industriais, estava acondicionada em 4 mil sacas e, em algumas delas, o seu conteúdo foi substituído por tabletes de cocaína. O destino da mercadoria seria o Porto de Antuérpia.
Durante a fiscalização, três cães de faro da Alfândega de Santos, dois de Guarulhos e um de Viracopos sinalizaram positivamente para a presença de drogas na carga. A perícia e a investigação serão conduzidas em inquérito policial.
Após a confirmação da contaminação da carga, a Polícia Federal (PF) foi acionada para os procedimentos de polícia judiciária da União e para realizar a perícia no local dos fatos, a fim de subsidiar a investigação a ser conduzida em inquérito policial.
Como é feita a seleção
Para a seleção de cargas, são utilizados critérios objetivos de gerenciamento e análise de risco, bem como a inspeção por imagens de escâner. Segundo a Receita Federal, esse trabalho busca garantir a agilidade das operações do comércio exterior e, ao mesmo tempo, coibir a prática de atos ilícitos aduaneiros no complexo portuário santista. Outra ferramenta importante é a participação dos cães farejadores da Receita Federal.
A Direção Nacional comunicou formalmente ao Ministério da Gestão e da Inovação, ao Ministério da Fazenda e à Administração da Receita Federal o resultado da Assembleia Nacional realizada nesta segunda (26), na qual mais de 7.200 Auditores-Fiscais rejeitaram por 95,8% a proposta apresentada pelo governo federal para atendimento à pauta remuneratória da categoria. O resultado da Assembleia indica a forte insatisfação da categoria com os termos apresentados pelo MGI.
Esta foi a primeira proposta efetiva apresentada pelo governo federal, em reunião realizada no dia 22 de maio entre Sindifisco Nacional, MGI e Receita Federal. A reunião, com participação da Direção Nacional, do Comando Nacional de Mobilização e da Mesa Diretora do CDS, durou mais de cinco horas e foi suspensa por duas vezes a pedido do secretário de Relações do Trabalho, José Lopez Feijóo.
No ofício, a Direção Nacional reconhece a importância da abertura das negociações, a partir da primeira reunião realizada com o MGI em 14 de maio, reafirma seu compromisso com o diálogo respeitoso com o governo federal e solicita o agendamento da próxima reunião para a continuidade do processo de negociação. Os Auditores-Fiscais estão em greve há 183 dias, uma das mais longevas da história da categoria.
Em meio à forte rejeição, na Assembleia Nacional de segunda (26), à proposta do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) para o reajuste do vencimento básico, os Auditores-Fiscais seguem coesos e comprometidos com as ações de greve, que chega a 183 dias.
Em Florianópolis (SC), três voos que chegavam no mesmo horário foram submetidos a procedimento de fiscalização, gerando filas de até três horas de espera na noite de segunda-feira (26). Operação semelhante deverá ocorrer nesta quarta (28), em Porto Alegre (RS), durante a chegada de dois voos internacionais: um de Buenos Aires e outro de Portugal. A expectativa é que 500 passageiros sejam fiscalizados.
Em Belo Horizonte (MG), os Auditores-Fiscais que atuam no Serviço de Despacho Aduaneiro (Sedad) da Alfândega divulgaram um comunicado sobre a suspensão das atividades entre esta terça-feira (27) e a próxima sexta (30). Desta forma, não serão emitidos despachos decisórios, e somente serão desembaraçadas as declarações de importação e exportação que contenham itens considerados essenciais, como remédios e insumos hospitalares, cargas perecíveis, vivas, perigosas e as de consumo de bordo.
“Conforme discutido em Assembleia Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, nossa categoria não continuará aceitando o descaso do governo quanto aos nossos pleitos, como também a retaliação à nossa greve, que foi o estopim para o acirramento da mobilização na Alfândega de Belo Horizonte”, diz um dos trechos do documento.
A greve dos servidores da Receita Federal, que completou seis meses em 26 de maio de 2025, tem provocado efeitos expressivos em portos, aeroportos, fronteiras e na arrecadação federal. Iniciada em 26 de novembro de 2024, essa é a paralisação mais longa já registrada pela categoria, com repercussões diretas sobre o comércio exterior brasileiro, a movimentação de cargas e o funcionamento de órgãos estratégicos da administração tributária.
Impacto direto nos portos e aeroportos do Brasil
Com a adoção da operação-padrão pelos analistas-tributários, houve aumento significativo no tempo de liberação de cargas, bagagens e veículos na última semana. O Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, é um dos exemplos emblemáticos: passageiros e empresas enfrentaram filas e atrasos por conta do reforço nas fiscalizações.
Nas regiões de fronteira, os efeitos também são severos. Em São Borja (RS), na divisa com a Argentina, mais de 200 caminhões ficaram retidos nos últimos dias, aguardando liberação pela Receita Federal — uma consequência direta da mobilização dos servidores.
Desde o início do ano, quem precisa liberar mercadorias importadas pelos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, vem enfrentando atrasos inéditos. Além das longas demoras provocadas pela paralisação de parte do efetivo, na semana passada a Alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos chegou a suspender completamente o atendimento por dois dias.
Prejuízos bilionários e impacto na arrecadação federal
A paralisação dos auditores-fiscais comprometeu a eficiência do sistema arrecadatório brasileiro. Segundo estimativas, as perdas chegaram a R$ 14,6 bilhões até março de 2025, afetando a previsão de receitas do governo e contribuindo para a necessidade de contingenciamento no Orçamento de 2025, conforme reconhecido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Além disso, a greve paralisou as atividades do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que julga litígios entre contribuintes e a Receita. Desde janeiro, nenhuma sessão foi realizada, o que suspendeu a análise de processos que envolvem bilhões de reais em tributos contestados.
Comércio exterior e setor privado sofrem os efeitos
Empresas que dependem da importação e exportação de insumos relatam aumento nos custos operacionais, riscos de desabastecimento, atrasos na produção e perda de competitividade internacional. O Brasil, neste cenário, enfrenta um gargalo logístico e tributário que compromete sua participação nos fluxos globais de comércio.
Reivindicações e impasse com o governo
A paralisação dos Auditores-Fiscais da Receita Federal, que completa seis meses, tem como pano de fundo uma pauta de reivindicações centrada principalmente em dois eixos: a recomposição salarial e a regulamentação do bônus de eficiência. A categoria afirma que esses pontos são fundamentais para garantir o reconhecimento profissional e a valorização de uma carreira estratégica para o funcionamento do Estado brasileiro.
1. Recomposição do vencimento básico
Os servidores reivindicam a atualização do vencimento básico, que está congelado desde 2016. Segundo o Sindifisco Nacional, a defasagem salarial, acumulada ao longo dos anos, representa uma perda significativa no poder de compra da categoria. A ausência de reajustes em um cenário de inflação contínua é interpretada pelos auditores como um desrespeito à importância da função que exercem.
Os Auditores-Fiscais argumentam que, enquanto outras carreiras de Estado conseguiram negociar reajustes recentes – como a Advocacia-Geral da União, que obteve um aumento escalonado de 19% –, a Receita Federal permanece sem perspectiva concreta de correção salarial. Esse tratamento desigual é um dos principais fatores que alimentam a insatisfação da categoria.
2. Regulamentação do bônus de eficiência
Outro ponto central da pauta é a regulamentação do bônus de eficiência e produtividade. O bônus foi instituído por medida provisória em 2016, mas, até hoje, carece de regulamentação definitiva. Além disso, mudanças recentes promovidas pelo Comitê Gestor do Programa de Produtividade (CGPP), por meio das Resoluções nº 7 e 8, alteraram as regras de cálculo do bônus, o que foi entendido como um ataque direto ao movimento grevista.
Para os auditores, o bônus não é apenas um adicional financeiro: trata-se de um instrumento de gestão que reconhece o desempenho da categoria e motiva o engajamento em resultados estratégicos. A falta de regulamentação, aliada a mudanças unilaterais, fragiliza esse mecanismo e sinaliza insegurança institucional para os servidores.
3. Valorização da carreira e respeito institucional
Além dos pontos técnicos, os auditores exigem maior valorização institucional da carreira. Alegam que há um esvaziamento progressivo de suas atribuições e uma perda de protagonismo da Receita Federal, em parte atribuída à falta de diálogo com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI).
A insatisfação é intensificada pela ausência de uma proposta técnica e financeira compatível com a complexidade e responsabilidade do cargo. Os servidores demandam uma estrutura remuneratória que reflita as particularidades da função – incluindo a composição variável da remuneração, hoje ignorada nas propostas apresentadas pelo governo.
4. Tratamento isonômico entre carreiras de Estado
Outro ponto frequentemente mencionado pelo Sindifisco é a quebra de isonomia entre carreiras típicas de Estado. A categoria questiona o fato de outras carreiras terem recebido atenção e reajustes mais ágeis do governo, enquanto os Auditores-Fiscais seguem em greve sem perspectiva concreta de atendimento de suas demandas. Essa disparidade é vista como um sinal de desvalorização da Receita Federal dentro da estrutura do serviço público.
Essas reivindicações não se restringem a ganhos individuais: para a categoria, elas representam também uma defesa da qualidade da administração tributária no país. Os Auditores-Fiscais sustentam que o fortalecimento da carreira é essencial para o combate à sonegação, a garantia da arrecadação e a efetividade das políticas públicas.
Enquanto o impasse se arrasta, os efeitos da greve se acumulam sobre a economia e as contas públicas, pressionando o governo a apresentar uma resposta concreta. O próximo capítulo da mobilização depende, em grande medida, da disposição política de ouvir e atender uma categoria que se considera estratégica para o Estado brasileiro.
Fotos: Sindifisco Fontes: Estação News | R7 | ND+ | Gazeta Digital | Sindifisco
Você sabe qual o poder o poder do networking? Essa foi a pergunta que instigou o público logo no início das atividades do segundo dia do Global Trade Summit 2025, realizado no Centro de Eventos Júlio Tedesco, em Balneário Camboriú. Com um auditório quase lotado às 8h30 da manhã de quinta-feira (22), a CEO do RêConecta News, Renata Palmeira, deu uma aula sobre como conquistar e cultivar relacionamentos de valor — tanto na jornada profissional quanto na vida pessoal — e, principalmente, como isso pode impactar diretamente os negócios.
“Eu sempre gosto de usar dados, pois contra fatos e dados não há argumentos: segundo uma pesquisa da Forbes, 85% dos empresários veem o networking como essencial para o desenvolvimento de novos negócios; 85% das vagas de trabalho, em geral, são preenchidas por meio do networking e, mais ainda, 20% das empresas observam crescimento financeiro gerado por meio dele”, destacou Renata.
Além de compartilhar sua trajetória de mais de 20 anos no comércio exterior e mostrar como o networking foi a base de seu crescimento, Renata também ofereceu dicas valiosas — entre elas, a de que, por mais que as empresas se preocupem com suas marcas (o que é importante, sim), “pessoas se conectam com pessoas”. Esse, segundo ela, é um dos pilares do sucesso do RêConecta News.
Conhecimento e informação
O segundo dia do Global Trade Summit 2025 foi marcado por quatro painéis, duas palestras e uma mesa-redonda, reunindo mais de 20 especialistas. Entre os temas de destaque estavam a reforma tributária, os portos de Santa Catarina, a integração dos órgãos anuentes no processo de importação e os desafios da Receita Federal diante do crescimento do comércio exterior.
Segundo Mário de Marco Rodrigues de Sousa, Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB) e Assessor Técnico da Subsecretaria de Administração Aduaneira, um dos maiores desafios é justamente a simplificação dos processos. “O principal desafio da Aduana é um só: pegar todo esse fluxo de informação que existe hoje e conseguir devolvê-lo em uma análise rápida e confiável. Se você tem uma análise de risco segura, você consegue separar as empresas que praticam o bom comércio exterior de todas as outras”, explica.
Outro ponto abordado foi o uso de tecnologias para facilitar os processos. “Às vezes, o órgão público fica muito atrás na aplicação de tecnologias. Por isso, agora temos um profissional dedicado a isso, que traz inovação para os nossos processos. O país, em geral, ainda é muito carente dessas aplicações. Menos discurso e mais resultados”, enfatizou.
Presença ilustre
Um dos destaques do segundo dia foi a presença do K9 Dark, da Receita Federal. Dark é uma das estrelas do programa Área Restrita Aeroporto, que mostra a rotina de fiscalização da Receita Federal e de outros órgãos no combate a irregularidades no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).
Durante sua visita ao Summit, Dark foi tietado pelos fãs do programa. A participação também proporcionou um momento de aproximação da Receita Federal com o público, reforçando seu papel e trazendo informações importantes sobre sua atuação em diversas frentes.
Podcasts de alto nível
Além da programação oficial, parceiros e participantes do Global Trade Summit poderão, nos próximos dias, acessar um conteúdo exclusivo. Durante o evento, uma série de podcasts está sendo gravada com apoiadores e especialistas, abordando temas variados relacionados ao comércio exterior.
Destaque para o episódio mediado por Renata Palmeira com representantes do Trust Group, que falaram sobre uma das inovações da empresa: a plataforma Trinity. Desenvolvida para fornecer informações em tempo real sobre o status das operações e centralizar o monitoramento das etapas do processo, a ferramenta oferece maior controle e transparência no gerenciamento da cadeia de suprimentos, trazendo comodidade e segurança para as empresas.
“O comércio exterior envolve diversos agentes e etapas pouco integradas, o que pode gerar desafios. A Trinity é uma plataforma voltada à integração e visibilidade da cadeia de suprimentos, desenvolvida para resolver os problemas comuns desse cenário e agregar valor real aos nossos clientes”, afirma Regis Paim Dias, gerente de TI da empresa. “Recentemente, o Trust Group investiu R$ 14 milhões em tecnologia e infraestrutura, reforçando seu compromisso com a inovação e a qualidade”, complementa.
Diversidade e crescimento
Para os participantes, o Global Trade Summit tem sido uma oportunidade de crescimento em diversos aspectos. Segundo Flávio Demétrio da Silva, presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Paraná e Santa Catarina, o conteúdo deste ano consolida o evento como um dos mais importantes do Brasil.
“É uma oportunidade para nós, que atuamos no comércio exterior, termos acesso a informações atualizadas e a um alto grau de conhecimento para seguirmos nos aperfeiçoando. Além disso, há hoje um grande movimento no setor que incentiva a conexão entre o público e o privado, com o objetivo de desenvolver ainda mais o comércio exterior — e isso é muito positivo para todos nós”, enfatiza.
Nesta sexta-feira (23), a programação segue intensa. “A gente percebe que, assim como no passado, já superamos o recorde de participantes e também de qualidade nos palestrantes. O evento está realmente atendendo às nossas expectativas. Para nós, é uma honra trazer tanto conhecimento e tantos nomes relevantes para a região de Itajaí, contribuindo para o desenvolvimento do comércio exterior de uma forma diferente”, finaliza Daise Santos, vice-coordenadora do Núcleo de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Itajaí (ACII).
A cerimônia de abertura do Global Trade Summit 2025 reuniu mais de 500 empresários, profissionais do setor, representantes de entidades públicas e privadas que estão diretamente ligados ao comércio exterior. A abertura foi na noite desta quarta-feira (21), no andar superior do Expocentro Júlio Tedesco, em Balneário Camboriú. O evento, que vai até o dia 23 de maio, traz debates importantes, oportunidades de networking e aprofundamento de conhecimentos para líderes, empreendedores e especialistas do setor. O Global Trade Summit é organizado pelo Núcleo de Comércio Exterior (NCE) da Associação Empresarial de Itajaí (ACII) e tem como objetivo oportunizar atualizações sobre as tendências que estão moldando o comércio global. “O grande diferencial do Global Trade Summit é o próprio evento, que tem como destaque essa interação do setor público com o setor privado. Aqui temos um ambiente propício ao diálogo aberto para debater problemas, discutir soluções, pensar em proposições para o comércio exterior, e isso traz para o evento um diferencial ímpar, que é qualidade”, enfatiza Paula Machado, coordenadora do NCE da ACII.
Legislação em pauta
O primeiro painel do evento trouxe à discussão o Projeto de Lei 4423/2024, conhecido como “Lei Geral do Comércio Exterior”. O painel foi mediado por Simone Cristine Davel (OAB Federal), com a participação de Fernanda Kotzias (Veirano Advogados), Thalis Andrade (SECEX/MDIC), Mario de Marco e Kelly Morgero (Receita Federal). O Projeto de Lei 4423/2024, proposto pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, foi construído com a participação da Receita Federal e levou em conta a demanda do setor privado. Segundo Thalis Andrade, auditor da Receita Federal do Brasil com atuação na Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), muitas sugestões do setor privado estão hoje inclusas nas discussões. O projeto tem como objetivo principal estabelecer normas gerais para o comércio exterior de mercadorias no Brasil. “Essa é a iniciativa mais importante dos últimos 60 anos – a última legislação é de 1966, com algumas adaptações em 1988. Ela é a base do regulamento aduaneiro. Nesse contexto, o PL traz os seguintes eixos: controle e fiscalização, disposições gerais e conceitos, e regimes aduaneiros especiais. Um dos principais pontos é que o PL adapta acordos internacionais que ainda têm certa relutância em serem aplicados hoje no Brasil, principalmente o acordo de facilitação do comércio, que tem ganhos muito práticos para o operador de comércio exterior”, destaca Thalis Andrade.
Ainda conforme Thalis, um dos pontos polêmicos é que o PL 4423 não traz a parte de tributos e penalidades. “O projeto não contempla tributos, nem penalidades, nem infrações, nem contencioso, que são os outros livros do regulamento de Comércio Exterior. Esses itens ficarão para um segundo momento. Não abordá-los foi uma decisão política, pois se entendeu que atacar temas menos espinhosos teria ganhos maiores no curto prazo.” O projeto está em discussão no Senado, onde deve receber emendas, passar por votação e seguir para a Câmara dos Deputados. “A expectativa é que ele seja aprovado em 2025”, finaliza.
Networking e informações de qualidade
A diversidade de público especializado é um dos grandes diferenciais do Global Trade Summit. Para Renata Palmeira, CEO do RêConecta News, que é parceiro do evento, estamos numa era em que os profissionais estão em busca de atualização e conhecimento constante. “Essa é uma oportunidade única de conhecimento e networking qualificado, porque dentro do evento temos grandes empresários que estão buscando cada vez mais o crescimento e o conhecimento. Estamos num momento de mercado em que somos ‘long life learning’ – eternos aprendizes, e aqui é uma oportunidade pra isso.”
Ao longo dos três dias de Global Trade Summit serão realizados oito painéis e quatro palestras com os mais variados temas relacionados ao comércio exterior, além da presença de mais de 30 parceiros e expositores que estão no local trocando informações e discutindo as novas tendências de mercado. Essa proximidade com os órgãos públicos e as informações que serão discutidas no evento foi o que motivou o empresário Daywson Meririnho, diretor do grupo MEX, a participar do Global Trade Summit e a trazer sua equipe, além de ser um dos apoiadores do evento. “A nossa participação será muito enriquecedora, pois além de estarmos nos atualizando no mercado sobre as novidades em importação e exportação junto à Receita Federal, temos foco na DUIMP, que é o novo sistema integrado do comércio exterior, e no catálogo de produtos, pois a partir de janeiro de 2026 todas as empresas têm que estar adaptadas a esse novo sistema”, enfatiza Meririnho.
A expectativa é que até sexta-feira (23) mais de 1.200 pessoas participem da programação do Global Trade Summit 2025. “Esperamos muito aprendizado, muitas interações e conexões. Temos nesse salão importadores e exportadores, prestadores de serviço, setor público, todos muito engajados e abertos a conversarem com as pessoas. A expectativa é que esse evento propicie a todos os participantes oportunidades de engrandecimento tanto na vida profissional quanto na vida pessoal”, finaliza Paula Machado, coordenadora do NCE da ACII.
Categoria cobra reajuste após anos de defasagem; impacto já ultrapassa R$ 14 bilhões, aponta especialista em comércio exterior
A greve dos auditores-fiscais da Receita Federal chega a 170 dias nesta semana, sem qualquer previsão de acordo entre o governo e os servidores, e seus impactos se alastram pela economia brasileira. Iniciada em 26 de novembro do ano passado, a paralisação, motivada pela ausência de reajustes salariais, já provocou prejuízos bilionários ao comércio exterior e ameaça desencadear uma crise estrutural. O atraso na liberação da declaração pré-preenchida do Imposto de Renda, em março, é uma das consequências diretas da greve.
Os setores mais vulneráveis são os que dependem diretamente da regularidade aduaneira, como o farmacêutico, automotivo e alimentício. Além disso, a lentidão nos procedimentos da Receita coloca o Brasil em desvantagem frente a países como Chile e Colômbia, que hoje possuem processos aduaneiros mais ágeis, o que pode redirecionar investimentos para esses mercados.
Segundo o especialista em comércio exterior Jackson Campos, diretor de Relações Institucionais da AGL Cargo, a falta de interesse em encerrar a paralisação é sistêmica e pode resultar em um prejuízo de até R$ 40 bilhões para o país até dezembro.
– Se a greve dos auditores da Receita Federal persistir até o final de 2025, os impactos ao comércio exterior e à economia brasileira serão profundos. A operação-padrão iniciada no ano passado já gerou perdas estimadas em R$ 14,6 bilhões em arrecadação até março – analisa Campos.
Liberação de mercadorias
A greve tem causado atrasos na liberação de mercadorias que dependem de vistoria para entrar no Brasil, gerando prejuízos logísticos milionários. Empresas que atuam no comércio exterior acumulam custos extras com carga parada e renegociam prazos e penalidades com parceiros internacionais.
– O Brasil está perdendo atratividade por conta da lentidão do setor aduaneiro e corre risco de desabastecimento de produtos.
Outro gargalo provocado pela paralisação ocorre no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), onde cerca de R$ 51 bilhões em processos tributários seguem sem julgamento. A continuidade da greve também ameaça atrasar o cronograma da reforma tributária, prevista para 2026, e pode impactar o calendário da restituição do Imposto de Renda.
O que pede a categoria?
As reivindicações dos auditores incluem a recomposição salarial após perdas de 28% acumuladas nos últimos anos e questionam mudanças promovidas pelo governo no pagamento do bônus de eficiência da categoria.
Apesar da gravidade da situação, a última reunião entre o Sindifisco Nacional — entidade que lidera o movimento — e o MGI, ocorrida no dia 14, terminou sem acordos.