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Milei diz que deixaria o Mercosul para fechar acordo de livre comércio com os EUA

Em entrevista à Bloomberg News no Fórum Econômico Mundial, presidente argentino alegou que prefere evitar uma medida drástica, mas que negocia aproximação com governo Trump

O presidente argentino Javier Milei afirmou que deixaria o Mercosul, se necessário, para consolidar um acordo de livre comércio com os EUA, embora ele espere alcançar um acordo sem precisar tomar uma medida tão drástica. Questionado pelo editor-chefe da Bloomberg News, John Micklethwait, se ele sairia do bloco econômico sul-americano, Milei hesitou antes de dizer que sim, se tal movimento extremo fosse necessário.

“Mas existem mecanismos que podem ser usados mesmo dentro do Mercosul, então achamos que isso pode ser feito sem necessariamente ter que sair”, disse ele em uma entrevista no Fórum Econômico Mundial em Davos.

O líder libertário argentino também afirmou que planeja acessar os mercados de capitais após a remoção da rede de controles cambiais do país, embora não tenha fornecido um cronograma específico. Milei destacou o compromisso de sua equipe em manter a meta de déficit zero quando questionado sobre o retorno aos mercados internacionais de títulos.

O ministro da Economia, Luis Caputo, havia dito anteriormente a investidores em Nova York que o objetivo era acessar gestores de dinheiro até 2026, quando a esperança é também levantar os controles de capital.

Sobre comércio, Milei evitou comentar se havia discutido um possível acordo com Donald Trump ou membros de sua administração enquanto estava em Washington para a posse do novo líder dos EUA. Mas, disse ele, seu governo tem “trabalhado muito” em um acordo com os EUA.

O Mercosul, o bloco originalmente formado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, representa um grande obstáculo potencial para tal acordo. O bloco, no passado, se opôs à negociação de acordos individuais por seus membros, como fez quando o Uruguai buscou aderir a um dos maiores pactos comerciais da Ásia em 2022.

Milei tem sido um crítico feroz do Mercosul, que ele chamou de “prisão” protecionista. Mas, até agora, ele não cumpriu as ameaças de campanha de retirar a Argentina do bloco e, no ano passado, se juntou a pedidos por uma rápida aprovação de um importante acordo comercial com a UE que foi assinado em dezembro.

Pelo menos um membro já expressou algumas dúvidas: o presidente do Paraguai, Santiago Peña, se opôs a um possível acordo bilateral EUA-Argentina em uma entrevista na semana passada, mesmo admitindo que o Mercosul precisa de reformas.

Deixar o Mercosul seria difícil para a Argentina, dada sua integração econômica com o Brasil, seu maior parceiro comercial.

Fonte: Bloomberg L.P
Milei diz que deixaria o Mercosul para fechar acordo de livre comércio com os EUA

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China interrompe compra de soja de 5 exportadoras brasileiras

Suspensão ocorre enquanto causa das não conformidades são investigadas

A Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) notificou o governo brasileiro informando a detecção de pestes e revestimento de pesticidas na soja exportada por cinco unidades de empresas brasileiras ao país asiático.

As exportações de soja dessas unidades para a China foram temporariamente suspensas enquanto a causa das não conformidades são investigadas.

Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) brasileiro disse que foi informado previamente pelo governo chinês da suspensão e que ações para avaliação dos casos já estão em curso.

– O Mapa possui expectativa do recebimento, na maior brevidade possível, dos planos de ação das empresas envolvidas para demonstrar os procedimentos adotados para evitar novas ocorrências das não conformidades detectadas pelos chineses. Da mesma forma, o Mapa intensificará as ações de fiscalização nos embarques de soja do Brasil para a China – diz o texto.

De acordo com a pasta, a partir das ações adotadas, o governo brasileiro transmitirá todas as informações relevantes para avaliação pelas autoridades chinesas e solicitará a revogação da suspensão temporária em vigor.

– O tema está sendo tratado com naturalidade, considerando que não conformidades, como estas indicadas pelo lado chinês, são passíveis de acontecer na rotina das exportações e ações para correção de eventuais desvios são sempre importantes para o fortalecimento das relações de confiança – disse o Mapa.

Segundo o governo brasileiro, a suspensão das exportações de soja dessas cinco unidades não deverá trazer impacto significativo nas vendas ao exterior do produto brasileiro.

– Vale reforçar que outras unidades das empresas notificadas seguem exportando normalmente para a China, sendo as suspensões válidas apenas para as cinco unidades oficialmente notificadas. Portanto, os volumes negociados pelo Brasil não serão afetados em função desta suspensão temporária destas cinco unidades notificadas – destacou ainda o Mapa.

Fonte: Pleno News
China suspende compra de soja de cinco exportadoras brasileiras | Economia | Pleno.News

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Política Aumenta pressão para Lula taxar produtos importados da China

Nova política comercial dos EUA representa equação política complexa para o Brasil, que na última década duplicou a dependência comercial da China

Reflexos das mudanças econômicas promovidas por Donald Trump já são percebidos em Brasília. Empresários brasileiros passaram a cobrar do governo Lula iniciativas de defesa no comércio com China. Querem aumento na taxação das importações de alguns produtos industriais chineses — entre eles, químicos e siderúrgicos.

É resultado preliminar e colateral da nova política comercial dos Estados Unidos. Depois da posse, na segunda-feira (20/1), Trump assinou decreto para revisão de todas as exportações para o mercado americano da China, classificada como “rival geopolítico”, e, também, de países considerados como competidores comerciais estratégicos em segmentos econômicos específicos, caso do Brasil em algumas matérias-primas e produtos industriais.

Ele autorizou a criação de um Serviço de Impostos Externos (ERS, na sigla em inglês) para centralizar a arrecadação todo tipo de taxas vinculadas ao comércio que julga “injusto e desequilibrado” com os Estados Unidos.

O objetivo, na prática, é restringir o acesso da China ao mercado e à tecnologia desenvolvida nos EUA, e, ao mesmo tempo, empurrar outros países à execução de políticas setoriais que provoquem aumento de custo dos produtos chineses em relação ao padrão americano.

O “efeito Trump” no Brasil foi automático em alguns setores industriais. Empresas de química e de siderurgia intensificaram a pressão sobre o Ministério da Indústria e do Comércio para liquidar o regime de cotas de importação, adotados recentemente. Querem substituí-los por aumentos lineares (acima de 25%) da taxação sobre todas as importações chinesas, inclusive na Zona Franca de Manaus. Temem eventuais prejuízos no acesso ao mercado americano.

No conjunto, as vendas do setor industrial brasileiro aos EUA somaram 32 bilhões de dólares no ano passado — equivalentes a 78% do valor total das exportações para o mercado americano. As reações na indústria local à nova política comercial dos Estados Unidos sugerem uma equação política complexa para o governo Lula. Entre outras razões, porque na última década o país duplicou a sua dependência comercial da China, destino de um terço do valor total das exportações brasileiras no ano passado.

As vendas do Brasil ao mercado chinês somaram 104,3 bilhões de dólares em 2024. Foram 62% maiores que as realizadas para os para os EUA.

 

 

 

 

 

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Dólar cai e fecha abaixo de R$ 6 pela 1ª vez desde dezembro; bolsa recua

O dólar encerrou em forte queda nesta quarta-feira (22) e se afastou do patamar de R$ 6 com mercados em todo o mundo acompanhando as medidas tarifárias apresentadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A divisa norte-americana encerrou a sessão com recuo de 1,41%, negociada a R$ 5,946, no menor patamar desde 27 de novembro, quando a moeda encerrou em R$ 5,914.

O dólar se mantém majoritariamente acima de R$ 6 desde o fim de novembro do ano passado, com o recrudescimento do temor do mercado com as contas públicas do governo federal.

A última vez que a divisa encerrou abaixo da marca de R$ 6 foi em 11 de dezembro, a R$ 5,959.

Ignorando o clima positivo nos principais mercados internacionais, o Ibovespa operou a maior parte da sessão próximo da estabilidade. O principal índice do mercado doméstico encerrou em queda de 0,30%, a 122.971,77 pontos.

Na terça-feira (21), o dólar à vista fechou em leve queda de 0,18%, a R$ 6,031.

O dólar se mantém majoritariamente acima de R$ 6 desde o fim de novembro do ano passado, com o recrudescimento do temor do mercado com as contas públicas do governo federal.

A última vez que a divisa encerrou abaixo da marca de R$ 6 foi em 11 de dezembro, a R$ 5,959.

Trump e tarifas
Mercados em todo o mundo acompanham os primeiros passos de Trump de volta à Casa Branca.

Na véspera, o republicano afirmou que seu governo está discutindo a imposição, a partir de fevereiro, de uma tarifa de 10% sobre os produtos importados da China.

Além disso, ele citou barreiras para produtos da União Europeia, Canadá e México.

Mais cedo, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou que objetivo de Trump de fomentar a manufatura no país por meio do aumento de barreiras comerciais é uma abordagem questionável, uma vez que a economia já está funcionando perto de sua capacidade.

Apesar de renovar suas ameaças tarifárias nos primeiros dias do cargo, Trump apenas orientou até agora as agências federais a investigarem os déficits comerciais dos EUA e as práticas comerciais injustas de parceiros.

“Essa abordagem do governo Trump, de primeiro ameaçar para depois estudar se realmente vai ser implantada alguma tarifa sobre as outras economias, tem levado a um movimento de enfraquecimento global do dólar”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

“Visto o que se antecipava, o receio era de que ele teria uma postura agressiva já no seu primeiro dia de mandato”, completou.

Fonte: CNN Brasil
Dólar cai e fecha abaixo de R$ 6 pela 1ª vez desde dezembro; bolsa recua | CNN Brasil

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Cofundador do Nubank afirma que ‘ninguém fala do Brasil hoje’

O Brasil está fora do radar dos investidores que participam do Fórum Econômico Mundial, em Davos, neste ano. 

A afirmação é do cofundador e presidente do Nubank, David Vélez, que participa pela segunda vez do evento. “Ninguém fala do Brasil hoje. A gente não está no radar de ninguém”, disse.

Segundo Vélez, o país e a América Latina estiveram no foco alguns anos atrás, por causa do tamanho de sua população e mercado de consumo. Agora, no entanto, as preocupações com a questão fiscal estão pesando. “Muito investidor saiu [do Brasil] e já perdeu a confiança. E uma vez que essa confiança é perdida, é difícil recobrar a confiança.”

O executivo, que participou de uma série de reuniões nos últimos dias, disse que o Nubank avalia ampliar a internacionalização de seus negócios e os Estados Unidos são um dos mercados visados, disse o cofundador e presidente do banco digital. A fintech ultrapassou a marca de 110 milhões de clientes – mais de 100 milhões no Brasil – e se consolidou como uma das maiores instituições financeiras da América Latina.

“Acho que Estados Unidos podem ter uma oportunidade. Eu acho que países na África podem ter oportunidade. E países do Sudeste Asiático. A gente anunciou, no mês passado, um investimento no Nubank da África do Sul e Filipinas”, disse, em referência ao aporte de US$ 150 milhões que a fintech fez no mês passado no banco digital Tyme Group, que opera na África do Sul e nas Filipinas.

Segundo Vélez, o objetivo do Nubank para a próxima década é a internacionalização. “Nos últimos 10 anos, Nubank queria provar esse modelo de banco digital para bancarizar 85% da população do país. Conseguimos provar.”

Questionado sobre a possível mudança da Nu Holding para o Reino Unido, o banqueiro diz, sem entrar em detalhes, que é um assunto que tem sido avaliado. De acordo com ele, o local ainda não está definido. A informação da potencial mudança de sede foi antecipada pela agência Bloomberg no ano passado e confirmada pelo Valor. A sede atual é nas Ilhas Cayman.

A mudança de sede pode ajudar o banco a mirar o mercado americano, que mesmo cheio de concorrentes digitais é importante para o Nubank.

Atualmente, o banco opera no Brasil, no México e na Colômbia. O foco para 2025 será avançar no mercado mexicano, onde tem cerca de 10 milhões de clientes. No Brasil, a clientela já representa quase 60% da população adulta do país, ressalta Vélez.

“Continuamos aumentando nossos produtos de crédito, escalamos o consignado e lançamos nosso serviço de telefonia [em parceria com a Claro]”, afirma, em entrevista concedida em Davos, onde se realiza nesta semana o Fórum Econômico Mundial.

De acordo com o banqueiro, a fintech tem trabalhado para ampliar o serviço financeiro no país e o empréstimo consignado era a peça que faltava. Vélez diz que o Nubank está ampliando a oferta de crédito para seus clientes e não vê, por ora, um risco de inadimplência batendo à porta.

“É um cenário desafiador, mas isso não é novo para a gente. Entendemos que nossos modelos de crédito funcionam nos diferentes estágios. E a gente não enxerga uma crise de crédito [diante o cenário de juros altos].”

O tíquete médio para empréstimo pessoal é de R$ 4 mil a R$ 5 mil na plataforma do banco e R$ 1 mil para o cartão de crédito. Em 2024, segundo Vélez, o Nubank representou quase 30% de todo o crescimento de empréstimo pessoal no Brasil. De acordo com ele, a fintech também libera a oferta de crédito via Pix, com valores entre R$ 80 e R$ 100.

A meta de Vélez é que o banco digital se torne a principal instituição financeira para o cliente — o que se chama no mercado de principalidade. “Hoje, 60% dos nossos clientes já utilizam o Nubank como conta principal”, diz.

O cofundador do Nubank afirma que não vê as “bets”, empresas de apostas digitais, como uma ameaça aos negócios da fintech. Segundo ele, as movimentações representam menos de 1% das operações de Pix dos clientes.

Vélez também diz que o Nubank continua atento a aquisições, não só à expansão orgânica. De acordo com algumas fontes, o banco digital poderia entrar em algum movimento de consolidação. O executivo, porém, afirma que a fintech está nesse movimento não como alvo, e sim como potencial comprador.

Com o Nubank como alvo de crítica dos bancos incumbentes no passado, que o acusaram de se beneficiar de assimetrias regulatórias, Vélez diz que a relação com as instituições financeiras tradicionais e com a Febraban, que as representa, está mais tranquila, dentro da concorrência saudável.

Fonte: Valor Econômico
Ninguém fala do Brasil hoje, diz cofundador do Nubank | Finanças | Valor Econômico

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Abertura de mercado agropecuário nos Estados Unidos

Com o anúncio, o agronegócio brasileiro alcança sete novas aberturas de mercado em 2025, totalizando 307 novas oportunidades de negócio em 63 destinos desde o início de 2023

O governo brasileiro comemorou o anúncio feito pelos Estados Unidos de que três novos produtos brasileiros — feno (Alfalfa Hay e Timothy Hay), erva-mate e flor seca de cravo-da-índia — poderão ser exportados sem a exigência de certificação fitossanitária.

Essa decisão reflete a elevada credibilidade internacional do sistema de controle sanitário e fitossanitário do Brasil, um diferencial que vem consolidando a competitividade dos produtos agropecuários brasileiros no mercado global.

Consolidação de parcerias comerciais

Em 2024, o Brasil reafirmou sua posição como um dos principais fornecedores agropecuários para os EUA, com destaque para carne bovina, café e suco de laranja. A abertura do mercado norte-americano para esses novos produtos deve fortalecer ainda mais as exportações nos setores beneficiados.

Com o anúncio, o agronegócio brasileiro atinge a marca de sete novas aberturas de mercado em 2025, somando 307 novas oportunidades comerciais em 63 destinos internacionais desde o início de 2023.

Esforço conjunto para a expansão comercial

Esses avanços são resultado do trabalho integrado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), que têm atuado para diversificar os mercados de destino dos produtos brasileiros e ampliar as oportunidades para o setor agropecuário.

A expansão do mercado para os produtos brasileiros nos Estados Unidos é mais um passo importante no fortalecimento das relações comerciais bilaterais e no aumento da competitividade do agronegócio brasileiro no cenário internacional.

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária
Abertura de mercado agropecuário nos Estados Unidos — Ministério da Agricultura e Pecuária

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Brasil Espera Aumento nas Exportações de Carne para as Filipinas

Brasil Espera Aumento nas Exportações de Carne para as Filipinas

As Filipinas, um dos mercados que mais cresceram na importação de carne brasileira em 2024, estão prestes a ampliar sua parceria com o Brasil. De acordo com o Ministério da Agricultura, o governo filipino deve formalizar nas próximas semanas a aprovação de instalações comerciais de armazenamento brasileiras para a exportação de carne de frango, suína e bovina.

“Todos os armazéns comerciais inspecionados pelo Sistema de Inspeção Federal (SIF) estarão aptos a armazenar produtos destinados às Filipinas, desde que a carne seja proveniente de plantas processadoras já aprovadas para aquele mercado”, afirmou Luís Rua, Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura. A medida deve aumentar a capacidade de produção e agilizar os processos de exportação para empresas brasileiras.

Rua destacou que os frigoríficos frequentemente enfrentam limitações de armazenamento, o que restringe sua capacidade de ampliar a produção e as exportações. A aprovação dos armazéns comerciais deverá reduzir esses gargalos, permitindo um aumento nos embarques para as Filipinas. Apesar de as autoridades filipinas já terem tomado a decisão, a publicação formal ainda está pendente.

Os armazéns refrigerados, normalmente localizados perto de zonas alfandegárias, portos ou grandes polos de produção e distribuição, necessitam de autorizações específicas para exportar os produtos armazenados. No Brasil, cerca de 140 dessas instalações estão em operação, mas atualmente são proibidas de exportar, criando o que Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), descreveu como um “importante gargalo logístico”.

“Atualmente, os embarques para compradores importantes como as Filipinas são feitos diretamente das unidades de produção, o que limita a capacidade, eleva os custos e reduz a competitividade”, destacou Santin. “A autorização desses armazéns aumentaria a capacidade de armazenamento das empresas e sua flexibilidade comercial, além de reduzir os custos logísticos – especialmente em momentos de desafios como a escassez de contêineres, que vivenciamos durante a pandemia.”

O gráfico abaixo mostra o padrão de embarques brasileiros de carne em contêineres para as Filipinas entre janeiro de 2021 e novembro de 2024. Esses dados foram derivados do DataLiner.

Exportações de carne para as Filipinas | Jan 2021 – Nov 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Padrões de Inspeção

Em 2024, as Filipinas aprovaram um sistema de pré-listagem para unidades exportadoras do Brasil, reconhecendo a equivalência dos padrões de inspeção sanitária brasileiros. Sob esse sistema, frigoríficos e armazéns auditados e aprovados pelo Ministério da Agricultura do Brasil são automaticamente aceitos pelas autoridades filipinas.

Se esse modelo de pré-listagem for estendido aos armazéns comerciais, todas as instalações inspecionadas pelo SIF poderão negociar com importadores filipinos. “Seja por meio das regras do SIF ou da pré-listagem, essa autorização seria um passo significativo para fortalecer os laços comerciais entre os exportadores brasileiros e os compradores filipinos”, afirmou Santin.

A esperada aprovação dos armazéns brasileiros deve fortalecer a posição do Brasil no mercado de carne das Filipinas, melhorar a eficiência logística e abrir novas oportunidades de crescimento em uma das economias mais dinâmicas da Ásia.

Fonte: Valor International
Brazil anticipates boost in meat exports to the Philippines | Economy | valorinternational

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Energia granulada e concentrada

Produção de pellets de madeira cresceu em Santa Catarina por causa da demanda europeia e o apelo ambiental. Indústrias agora buscam desenvolver mais o mercado interno.

Uma nova fonte energética aqueceu o mercado europeu nos últimos anos. Utilizados na indústria para geração de energia térmica ou elétrica, em substituição ao carvão, lenha e combustíveis fósseis, e também em lareiras ou fogões nas residências, os pellets de madeira ganharam a simpatia do Velho Mundo por suas qualidades ambientais e custo mais baixo que outras fontes energéticas. Feitos com biomassa vegetal seca, triturada e compactada, possuem aspecto granulado, assemelhando-se à ração animal, mas alimentam mesmo é o fogo, com bastante eficiência.

Por terem baixa umidade, possuem o dobro da densidade energética da madeira bruta. Emitem menos gases de efeito estufa na combustão, na comparação com combustíveis fósseis, e ainda podem ser considerados neutros em carbono, porque os gases emitidos na queima são capturados durante o crescimento das árvores. Devido a essas qualidades os pellets se tornaram uma commodity energética que pode ser transportada por longas distâncias, uma vez que a quantidade de combustíveis fósseis necessários para o transporte é bem inferior ao seu próprio conteúdo energético.

Na Europa, o consumo duplicou nos últimos anos, chegando a um ápice de 35 milhões de toneladas em 2021, de acordo com a organização Bioenergy Europe. Como a produção no continente não consegue suprir a demanda, indústrias do setor de madeira de Santa Catarina vislumbraram uma excelente oportunidade de negócios. Não apenas pelo novo mercado, mas pelo aproveitamento de resíduos do processo produtivo. “O pellet é uma forma inteligente de uso de subprodutos florestais”, diz Mauro Murara Júnior, diretor executivo da Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR). “Porém, sua produção só se viabiliza onde há concentração de indústrias que geram resíduos como serragem e pedaços de madeira de pequenas dimensões”, afirma.

É o caso de Santa Catarina, onde se concentra um terço da área plantada com árvores de pinus no Brasil, que por sua vez alimentam grande número de indústrias dedicadas à fabricação de móveis, portas e molduras de madeira, entre outros produtos. Antes, os resíduos eram utilizados nas próprias fábricas, nas caldeiras, para geração de energia térmica. Mas passou a ser mais interessante secar e compactar o material na forma de pellets, caminho tomado pelas principais indústrias do setor de Santa Catarina. Em todo o Brasil, entre 2012 e 2021 a produção saltou de 57 mil para 700 mil toneladas, de acordo com o Anuário ACR 2022. Os estados da Região Sul concentram a maior parte da produção e também das exportações.

As vendas para países europeus cresceram a uma média de 76% ao ano, atingindo seu auge em 2021, o que coincidiu com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Algumas das consequências da guerra foram a interrupção do fornecimento de gás natural da Rússia para a Europa e o aumento generalizado dos preços da energia. O cenário fez disparar a procura por pellets de madeira, levando o preço para os exportadores brasileiros ser multiplicado ao longo do ano. A alta demanda fez surgir novos empreendimentos pelo Brasil, elevando a oferta da mercadoria.

Desde então, entretanto, o que se viu foi uma queda consistente no consumo de pellets na Europa, devido a uma combinação de fatores que incluiu temperaturas mais altas, mudança de hábitos dos consumidores, que reduziram o consumo de energia, e o maior uso de combustíveis fósseis pela indústria. Entre 2021 e 2023 o consumo de pellets foi reduzido em cerca de 15%, para 30 milhões de toneladas, interrompendo um movimento de crescimento ininterrupto de duas décadas. “O mercado aprecia a sigla ESG e o marketing relacionado à sustentabilidade dos combustíveis renováveis, mas, na prática, não está disposto a pagar mais por isso. A sensibilidade aos preços ainda se sobrepõe ao apelo ambiental dos pellets de madeira”, explica Henrique Klaumann, diretor da Koala Energy, de Rio Negrinho.

Klaumann: sensibilidade aos preços se sobrepõe a apelo ambiental dos pellets – Foto: Divulgação

Granjas | A Koala Energy, que an­teriormente produzia molduras de madeira para o mercado norte-ame­ricano, iniciou a fabricação de pellets em 2005. Desde então, sua dedicação aos pellets como carro-che­fe dos negócios, em vez de tratá-los como um mero subproduto, se destacou. Atualmente possui capacidade para produzir 100 mil toneladas anuais. Para enfrentar as flutuações do mercado internacional, a Koala busca desenvolver novas soluções para o mercado interno, que consome atualmente 30% do volume produzido.

No Brasil, uma das aplicações mais comuns dos pellets de madeira é nas granjas vinculadas às agroindústrias, onde são utilizados para aquecer aviários, substituindo a lenha. Esta alternativa gera economia e proporciona conforto e eficiência aos produtores, uma vez que a lenha não mantém temperaturas constantes, exigindo atenção integral. Para atender a este e a outros mercados, como indústrias, hotéis, hospitais e clubes, a Koala passou a oferecer sistemas completos de aquecimento, incluindo a fabricação própria de trocadores de calor e lareiras, além do desenvolvimento de projetos personalizados para os clientes.

Sistema de aquecimento da Koala: soluções customizadas para mercado interno – Foto: Divulgação

“No mercado interno, raramente fornecemos apenas os pellets. Quase todo o nosso volume é garantido por soluções customizadas que desenvolvemos ao longo dos anos”, afirma Klaumann. Um exemplo é o projeto criado para o Oceanic Aquarium, em Balneário Camboriú, que abriga mais de 100 espécies de animais marinhos em 25 recintos diferentes. A água precisa ser aquecida à temperatura exata em cada ambiente. Além de garantir uma maior precisão térmica, a solução da Koala resultou em uma economia de energia de cerca de 30% em comparação ao sistema anteriormente utilizado, segundo o empresário.

Combustão mais limpa

Principais características dos pellets de madeira

Alta densidade energética | liberam grande quantidade de energia por unidade de massa quando queimados, sendo eficientes para geração de calor e energia elétrica.

Baixo teor de umidade | resulta em combustão mais limpa e eficiente, com pouca produção de fumaça e cinzas.

Baixo teor de enxofre | emissões de óxidos de enxofre reduzidas, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar.

Homogeneidade | possuem tamanho e forma padronizados, resultando em combustão uniforme e eficiente.

Sustentabilidade | utilizam resíduos da indústria madeireira e podem ser considerados neutros em carbono, que é capturado com o crescimento das árvores.

Logística | são compactos e podem ser facilmente armazenados e transportados em grandes quantidades.

FONTE:  FIESC
Energia granulada e concentrada | FIESC

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Crescimento econômico do Brasil deve desacelerar para 2,2%

Segundo o Banco Mundial, o crescimento econômico do Brasil deve desacelerar de 3,2% em 2024 para 2,2% em 2025, principalmente devido a uma política monetária ainda restritiva. A inflação deverá permanecer próxima ao limite superior da meta do Banco Central em 2025.

O Banco Mundial destaca que o consumo privado e um mercado de trabalho forte continuarão sendo os principais motores do crescimento brasileiro. No entanto, de acordo com o recém-divulgado relatório Global Economic Prospects, a política fiscal provavelmente terá uma capacidade limitada de estimular a atividade econômica, já que o governo prioriza a resolução de questões urgentes de sustentabilidade fiscal.

O relatório também alerta para potenciais ameaças ao crescimento do Brasil, incluindo instabilidade fiscal, inflação persistente, políticas monetárias restritivas e os impactos das mudanças climáticas, como secas causadas pelo fenômeno La Niña. No cenário externo, o crescimento econômico lento da China gera preocupações sobre sua capacidade de reduzir a demanda global por commodities, afetando o setor exportador brasileiro.

Para a América Latina e o Caribe, o Banco Mundial prevê taxas de crescimento modestas de 2,2% em 2024 e 2,5% em 2025, uma redução de 0,2 ponto percentual em relação ao relatório de junho, devido ao declínio nos níveis de consumo.

“A América Latina e o Caribe devem se recuperar em 2025 e 2026, apoiadas pela queda da inflação e por políticas monetárias mais acomodativas. Fatores internos e externos, incluindo os preços das commodities e o aumento da demanda global, terão um papel significativo”, afirma o relatório.

Fonte: Valor International
Brazil’s economic growth projected to decelerate to 2.2% | Economy | valorinternational

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Rondônia atinge recorde histórico na exportação de carne bovina

Em 2024, Rondônia registrou um marco inédito na exportação de carne bovina, alcançando R$ 6,96 bilhões em vendas para o mercado internacional.

O valor representa um crescimento de 20% em relação a 2023, quando o estado faturou R$ 5,76 bilhões. Esse avanço está diretamente ligado ao aumento no número de abates, que somaram 3,1 milhões de cabeças, quase mil a mais que no ano anterior.

Desde que Rondônia foi reconhecida como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em 2021, a pecuária do estado tem alcançado novos patamares. A parceria entre o governo estadual, produtores rurais e a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) tem sido essencial para impulsionar a produção e consolidar o estado como um dos principais polos pecuários do Brasil.

Investimentos e políticas públicas
O governador em exercício, Sérgio Gonçalves, destacou o impacto positivo das políticas públicas voltadas ao setor. “Desde 2019, investimos mais de R$ 480 milhões na Idaron e em ações de defesa sanitária e desenvolvimento da pecuária. Hoje, colhemos os frutos desse trabalho com o fortalecimento do setor produtivo e o aumento expressivo das exportações”, afirmou.

O presidente da Idaron, Julio Cesar Rocha Peres, reforçou a importância do reconhecimento sanitário internacional. “Essa conquista abriu portas para novos mercados e elevou as exportações de R$ 4,67 bilhões em 2021 para R$ 6,96 bilhões em 2024. Essa evolução só foi possível graças ao rigor na defesa sanitária e ao apoio contínuo ao setor produtivo”, explicou.

Mudança no perfil do abate
Outro dado que chama atenção é o aumento no abate de fêmeas, que passou de 649 mil em 2021 para 1,52 milhão em 2024, praticamente igualando o número de machos abatidos, 1,56 milhão. Segundo Fabiano Alexandre dos Santos, gerente de defesa sanitária animal da Idaron, a valorização da arroba do boi foi um dos fatores que influenciou essa mudança no mercado.

Com investimentos estratégicos, um ambiente sanitário de excelência e acesso a novos mercados, Rondônia consolida sua posição como destaque nacional e internacional na pecuária. O crescimento do setor não apenas fortalece a economia local, mas também gera oportunidades e eleva o estado ao protagonismo no agronegócio brasileiro.

Fonte: FA Noticias
Rondônia bate recorde na exportação de carne bovina

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