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Abertura de mercado agropecuário nos Estados Unidos

Com o anúncio, o agronegócio brasileiro alcança sete novas aberturas de mercado em 2025, totalizando 307 novas oportunidades de negócio em 63 destinos desde o início de 2023

O governo brasileiro comemorou o anúncio feito pelos Estados Unidos de que três novos produtos brasileiros — feno (Alfalfa Hay e Timothy Hay), erva-mate e flor seca de cravo-da-índia — poderão ser exportados sem a exigência de certificação fitossanitária.

Essa decisão reflete a elevada credibilidade internacional do sistema de controle sanitário e fitossanitário do Brasil, um diferencial que vem consolidando a competitividade dos produtos agropecuários brasileiros no mercado global.

Consolidação de parcerias comerciais

Em 2024, o Brasil reafirmou sua posição como um dos principais fornecedores agropecuários para os EUA, com destaque para carne bovina, café e suco de laranja. A abertura do mercado norte-americano para esses novos produtos deve fortalecer ainda mais as exportações nos setores beneficiados.

Com o anúncio, o agronegócio brasileiro atinge a marca de sete novas aberturas de mercado em 2025, somando 307 novas oportunidades comerciais em 63 destinos internacionais desde o início de 2023.

Esforço conjunto para a expansão comercial

Esses avanços são resultado do trabalho integrado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), que têm atuado para diversificar os mercados de destino dos produtos brasileiros e ampliar as oportunidades para o setor agropecuário.

A expansão do mercado para os produtos brasileiros nos Estados Unidos é mais um passo importante no fortalecimento das relações comerciais bilaterais e no aumento da competitividade do agronegócio brasileiro no cenário internacional.

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária
Abertura de mercado agropecuário nos Estados Unidos — Ministério da Agricultura e Pecuária

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Mesmo sem China no mercado, ritmo das vendas de soja supera o de 2024

A antecipação de compras de soja dos Estados Unidos pela China, no fim de 2024, devido à apreensão sobre a política comercial no segundo mandato de Donald Trump, reduziu as aquisições do grão brasileiro neste início de ano.

Apesar disso, o ritmo de comercialização no Brasil é superior ao do mesmo período de 2024, impulsionado pelo câmbio favorável. Segundo a Safras & Mercado, as negociações de soja da safra 2024/25 chegaram a 35% da produção esperada, o equivalente a 60,83 milhões de toneladas. No mesmo período do ano passado, a comercialização antecipada era de 29,1%. Entretanto, o percentual atual ainda está abaixo da média dos últimos cinco anos, de 39%.

A China, maior comprador da soja brasileira, está temporariamente fora do mercado. Em 2024, o país asiático importou um volume recorde do grão, antecipando possíveis tarifas prometidas por Trump. Segundo Rafael Silveira, analista da Safras & Mercado, com o volume de colheita ainda pequeno no Brasil, a comercialização deve se intensificar a partir de fevereiro. “Os chineses são pragmáticos e vão esperar o momento certo para direcionar a demanda para o Brasil. Em fevereiro, teremos o pico da comercialização. O câmbio, no patamar atual, também deve favorecer a procura por soja brasileira”, explica.

Impacto do dólar e expectativas de mercado

A alta do dólar tem sido o principal fator para a valorização dos preços da soja no Brasil. Anderson Galvão, CEO da Céleres, estima que cada dez centavos de valorização do dólar aumentam, em média, R$ 5 por saca. “O câmbio continuará sustentando os preços no início da colheita”, afirma.

As projeções da Safras & Mercado indicam que as exportações brasileiras de soja devem alcançar 107 milhões de toneladas na safra 2024/25. Entre 80 milhões e 81 milhões de toneladas terão como destino a China, superando as 77,5 milhões de toneladas exportadas no ciclo anterior. A maior safra prevista no Brasil é a principal razão para esse crescimento.

Plínio Nastari, presidente da Datagro, reforça que a China não pode prescindir da soja brasileira e deve retomar as compras à medida que a colheita avance. “Mesmo com a antecipação de compras nos EUA, será inevitável que a China volte ao Brasil para adquirir soja”, avalia. Em 2024, 73,4% da soja brasileira exportada teve como destino o mercado chinês, uma redução de 2,6% em relação a 2023.

Produtores cautelosos diante do cenário geopolítico

Apesar do câmbio favorável, as incertezas quanto à política comercial do novo governo Trump estão freando as negociações no Brasil. Leandro Guerra, da LC Guerra Corretora de Cereais, observa que muitos produtores estão apreensivos com a possibilidade de novas tarifas sobre a China pelos EUA. “Se não houvesse esse fator geopolítico, as vendas antecipadas estariam acima de 40%”, aponta.

A lembrança da guerra comercial de 2018, no primeiro mandato de Trump, também influencia as decisões. “Naquela época, vimos uma demanda muito agressiva pela soja brasileira, com prêmios nos portos subindo até 200 pontos. Foi uma mudança de mercado muito rápida, e os produtores estão atentos a um cenário semelhante”, afirma Guerra.

Tiago Medeiros, diretor da Czarnikow, compartilha da mesma visão e afirma que “todo mundo trabalha com a hipótese de retorno das sanções do primeiro governo Trump”. Ele ressalta, no entanto, que as especulações sobre uma nova guerra comercial ainda não impactam diretamente a venda de soja brasileira no momento. “O reflexo será sentido no próximo ciclo”, projeta.

Segundo levantamento da Czarnikow, as vendas da safra atual estão atrasadas, com 35% comercializados, enquanto no mesmo período do ano passado, o percentual era de 40%.

Com a proximidade do pico da colheita e as incertezas globais, o mercado de soja brasileiro segue dividido entre o impacto imediato do câmbio e as expectativas geopolíticas.

Fonte: Globo Rural
Mesmo sem China no mercado, ritmo das vendas de soja supera o de 2024

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Brasil Espera Aumento nas Exportações de Carne para as Filipinas

Brasil Espera Aumento nas Exportações de Carne para as Filipinas

As Filipinas, um dos mercados que mais cresceram na importação de carne brasileira em 2024, estão prestes a ampliar sua parceria com o Brasil. De acordo com o Ministério da Agricultura, o governo filipino deve formalizar nas próximas semanas a aprovação de instalações comerciais de armazenamento brasileiras para a exportação de carne de frango, suína e bovina.

“Todos os armazéns comerciais inspecionados pelo Sistema de Inspeção Federal (SIF) estarão aptos a armazenar produtos destinados às Filipinas, desde que a carne seja proveniente de plantas processadoras já aprovadas para aquele mercado”, afirmou Luís Rua, Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura. A medida deve aumentar a capacidade de produção e agilizar os processos de exportação para empresas brasileiras.

Rua destacou que os frigoríficos frequentemente enfrentam limitações de armazenamento, o que restringe sua capacidade de ampliar a produção e as exportações. A aprovação dos armazéns comerciais deverá reduzir esses gargalos, permitindo um aumento nos embarques para as Filipinas. Apesar de as autoridades filipinas já terem tomado a decisão, a publicação formal ainda está pendente.

Os armazéns refrigerados, normalmente localizados perto de zonas alfandegárias, portos ou grandes polos de produção e distribuição, necessitam de autorizações específicas para exportar os produtos armazenados. No Brasil, cerca de 140 dessas instalações estão em operação, mas atualmente são proibidas de exportar, criando o que Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), descreveu como um “importante gargalo logístico”.

“Atualmente, os embarques para compradores importantes como as Filipinas são feitos diretamente das unidades de produção, o que limita a capacidade, eleva os custos e reduz a competitividade”, destacou Santin. “A autorização desses armazéns aumentaria a capacidade de armazenamento das empresas e sua flexibilidade comercial, além de reduzir os custos logísticos – especialmente em momentos de desafios como a escassez de contêineres, que vivenciamos durante a pandemia.”

O gráfico abaixo mostra o padrão de embarques brasileiros de carne em contêineres para as Filipinas entre janeiro de 2021 e novembro de 2024. Esses dados foram derivados do DataLiner.

Exportações de carne para as Filipinas | Jan 2021 – Nov 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Padrões de Inspeção

Em 2024, as Filipinas aprovaram um sistema de pré-listagem para unidades exportadoras do Brasil, reconhecendo a equivalência dos padrões de inspeção sanitária brasileiros. Sob esse sistema, frigoríficos e armazéns auditados e aprovados pelo Ministério da Agricultura do Brasil são automaticamente aceitos pelas autoridades filipinas.

Se esse modelo de pré-listagem for estendido aos armazéns comerciais, todas as instalações inspecionadas pelo SIF poderão negociar com importadores filipinos. “Seja por meio das regras do SIF ou da pré-listagem, essa autorização seria um passo significativo para fortalecer os laços comerciais entre os exportadores brasileiros e os compradores filipinos”, afirmou Santin.

A esperada aprovação dos armazéns brasileiros deve fortalecer a posição do Brasil no mercado de carne das Filipinas, melhorar a eficiência logística e abrir novas oportunidades de crescimento em uma das economias mais dinâmicas da Ásia.

Fonte: Valor International
Brazil anticipates boost in meat exports to the Philippines | Economy | valorinternational

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Energia granulada e concentrada

Produção de pellets de madeira cresceu em Santa Catarina por causa da demanda europeia e o apelo ambiental. Indústrias agora buscam desenvolver mais o mercado interno.

Uma nova fonte energética aqueceu o mercado europeu nos últimos anos. Utilizados na indústria para geração de energia térmica ou elétrica, em substituição ao carvão, lenha e combustíveis fósseis, e também em lareiras ou fogões nas residências, os pellets de madeira ganharam a simpatia do Velho Mundo por suas qualidades ambientais e custo mais baixo que outras fontes energéticas. Feitos com biomassa vegetal seca, triturada e compactada, possuem aspecto granulado, assemelhando-se à ração animal, mas alimentam mesmo é o fogo, com bastante eficiência.

Por terem baixa umidade, possuem o dobro da densidade energética da madeira bruta. Emitem menos gases de efeito estufa na combustão, na comparação com combustíveis fósseis, e ainda podem ser considerados neutros em carbono, porque os gases emitidos na queima são capturados durante o crescimento das árvores. Devido a essas qualidades os pellets se tornaram uma commodity energética que pode ser transportada por longas distâncias, uma vez que a quantidade de combustíveis fósseis necessários para o transporte é bem inferior ao seu próprio conteúdo energético.

Na Europa, o consumo duplicou nos últimos anos, chegando a um ápice de 35 milhões de toneladas em 2021, de acordo com a organização Bioenergy Europe. Como a produção no continente não consegue suprir a demanda, indústrias do setor de madeira de Santa Catarina vislumbraram uma excelente oportunidade de negócios. Não apenas pelo novo mercado, mas pelo aproveitamento de resíduos do processo produtivo. “O pellet é uma forma inteligente de uso de subprodutos florestais”, diz Mauro Murara Júnior, diretor executivo da Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR). “Porém, sua produção só se viabiliza onde há concentração de indústrias que geram resíduos como serragem e pedaços de madeira de pequenas dimensões”, afirma.

É o caso de Santa Catarina, onde se concentra um terço da área plantada com árvores de pinus no Brasil, que por sua vez alimentam grande número de indústrias dedicadas à fabricação de móveis, portas e molduras de madeira, entre outros produtos. Antes, os resíduos eram utilizados nas próprias fábricas, nas caldeiras, para geração de energia térmica. Mas passou a ser mais interessante secar e compactar o material na forma de pellets, caminho tomado pelas principais indústrias do setor de Santa Catarina. Em todo o Brasil, entre 2012 e 2021 a produção saltou de 57 mil para 700 mil toneladas, de acordo com o Anuário ACR 2022. Os estados da Região Sul concentram a maior parte da produção e também das exportações.

As vendas para países europeus cresceram a uma média de 76% ao ano, atingindo seu auge em 2021, o que coincidiu com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Algumas das consequências da guerra foram a interrupção do fornecimento de gás natural da Rússia para a Europa e o aumento generalizado dos preços da energia. O cenário fez disparar a procura por pellets de madeira, levando o preço para os exportadores brasileiros ser multiplicado ao longo do ano. A alta demanda fez surgir novos empreendimentos pelo Brasil, elevando a oferta da mercadoria.

Desde então, entretanto, o que se viu foi uma queda consistente no consumo de pellets na Europa, devido a uma combinação de fatores que incluiu temperaturas mais altas, mudança de hábitos dos consumidores, que reduziram o consumo de energia, e o maior uso de combustíveis fósseis pela indústria. Entre 2021 e 2023 o consumo de pellets foi reduzido em cerca de 15%, para 30 milhões de toneladas, interrompendo um movimento de crescimento ininterrupto de duas décadas. “O mercado aprecia a sigla ESG e o marketing relacionado à sustentabilidade dos combustíveis renováveis, mas, na prática, não está disposto a pagar mais por isso. A sensibilidade aos preços ainda se sobrepõe ao apelo ambiental dos pellets de madeira”, explica Henrique Klaumann, diretor da Koala Energy, de Rio Negrinho.

Klaumann: sensibilidade aos preços se sobrepõe a apelo ambiental dos pellets – Foto: Divulgação

Granjas | A Koala Energy, que an­teriormente produzia molduras de madeira para o mercado norte-ame­ricano, iniciou a fabricação de pellets em 2005. Desde então, sua dedicação aos pellets como carro-che­fe dos negócios, em vez de tratá-los como um mero subproduto, se destacou. Atualmente possui capacidade para produzir 100 mil toneladas anuais. Para enfrentar as flutuações do mercado internacional, a Koala busca desenvolver novas soluções para o mercado interno, que consome atualmente 30% do volume produzido.

No Brasil, uma das aplicações mais comuns dos pellets de madeira é nas granjas vinculadas às agroindústrias, onde são utilizados para aquecer aviários, substituindo a lenha. Esta alternativa gera economia e proporciona conforto e eficiência aos produtores, uma vez que a lenha não mantém temperaturas constantes, exigindo atenção integral. Para atender a este e a outros mercados, como indústrias, hotéis, hospitais e clubes, a Koala passou a oferecer sistemas completos de aquecimento, incluindo a fabricação própria de trocadores de calor e lareiras, além do desenvolvimento de projetos personalizados para os clientes.

Sistema de aquecimento da Koala: soluções customizadas para mercado interno – Foto: Divulgação

“No mercado interno, raramente fornecemos apenas os pellets. Quase todo o nosso volume é garantido por soluções customizadas que desenvolvemos ao longo dos anos”, afirma Klaumann. Um exemplo é o projeto criado para o Oceanic Aquarium, em Balneário Camboriú, que abriga mais de 100 espécies de animais marinhos em 25 recintos diferentes. A água precisa ser aquecida à temperatura exata em cada ambiente. Além de garantir uma maior precisão térmica, a solução da Koala resultou em uma economia de energia de cerca de 30% em comparação ao sistema anteriormente utilizado, segundo o empresário.

Combustão mais limpa

Principais características dos pellets de madeira

Alta densidade energética | liberam grande quantidade de energia por unidade de massa quando queimados, sendo eficientes para geração de calor e energia elétrica.

Baixo teor de umidade | resulta em combustão mais limpa e eficiente, com pouca produção de fumaça e cinzas.

Baixo teor de enxofre | emissões de óxidos de enxofre reduzidas, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar.

Homogeneidade | possuem tamanho e forma padronizados, resultando em combustão uniforme e eficiente.

Sustentabilidade | utilizam resíduos da indústria madeireira e podem ser considerados neutros em carbono, que é capturado com o crescimento das árvores.

Logística | são compactos e podem ser facilmente armazenados e transportados em grandes quantidades.

FONTE:  FIESC
Energia granulada e concentrada | FIESC

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Simplifique a importação e exportação de alimentos

O Governo Nacional aprovou o Decreto 35/2025, que modifica o Código Alimentar Argentino (CAA) para reduzir a burocracia no comércio de alimentos.

A regulamentação, publicada no Diário Oficial da União, busca agilizar os processos de importação e exportação; redução de custos para o setor privado.

Produtos de países como Estados Unidos, União Europeia, Canadá e Japão estarão isentos de procedimentos adicionais; se tiverem certificações sanitárias equivalentes ou superiores às da Argentina. Os importadores só terão que apresentar uma declaração juramentada com detalhes do produto e sua origem.

Para outros países, os produtos devem cumprir os requisitos da CAA, incluindo verificações analíticas e certificados oficiais. Além disso, o regulamento introduz flexibilidade no registo de produtos; reduzir os tempos de espera, especialmente em benefício das pequenas e médias empresas.

Exportações sem obstáculos adicionais

O decreto também remove restrições desnecessárias aos produtos destinados à exportação. Os produtores devem cumprir apenas as exigências do país de destino; e as certificações necessárias serão emitidas sem procedimentos adicionais.

Países como Austrália, Suíça, Israel, Nova Zelândia e Reino Unido, incluídos no Anexo III da CAA, são parceiros confiáveis de saúde. Seus produtos serão aceitos sem ajustes adicionais na estrutura regulatória argentina.

Impacto na competitividade

Estas medidas melhoram a competitividade do sector alimentar, promovendo a fluidez das trocas comerciais e a redução dos custos. A desburocratização poderia incentivar o investimento, impulsionar a criação de empregos e fortalecer a posição da Argentina nos mercados internacionais.

FONTE: Todo Logistica News
Importação e exportação de alimentos simplificada – TodoLOGISTICA NEWS

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Movimentação no Porto de Itajaí registra queda em 2024

O Porto de Itajaí encerrou 2024 com uma movimentação total de cargas de 14,17 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 5% em relação ao volume registrado no ano anterior, de 14,97 milhões de toneladas.

A movimentação de contêineres também apresentou recuo, totalizando 1,279 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), uma redução de 1% em comparação com os 1,296 milhão de TEUs movimentados em 2023.

As operações de contêineres foram retomadas no Porto de Itajaí somente no segundo semestre de 2024. Confira as operações de exportação de contêineres no Porto de Itajaí de janeiro a novembro, a partir de 2021.

Exportação de Contêineres | Porto de Itajaí | Jan-Nov 2021 a Jan-Nov 2024 | TEUs

Sob a gestão da Autoridade Portuária de Santos (APS), o Porto de Itajaí inicia uma nova fase, considerada promissora pela administração federal. Segundo Anderson Pomini, presidente da APS, o foco está em “impor uma visão estratégica voltada para a elevação da governança, modernização da infraestrutura portuária e ampliação da movimentação de cargas no Porto de Itajaí”. O superintendente interino, André Bonini, reforça que “a expectativa para 2025 é implementar melhorias estruturais que aumentem a competitividade do porto, promovendo maior eficiência operacional e atração de novos negócios”.

Apesar da retração registrada em 2024, o Porto de Itajaí mantém sua relevância como um dos principais complexos portuários do Brasil. Os números refletem sua importância para a economia regional e nacional, enquanto a administração aposta em novos investimentos e parcerias para estimular a recuperação e impulsionar o crescimento nos próximos anos.

Fonte: Porto de Itajaí 
Movimentação no Porto de Itajaí registra queda em 2024

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O desenvolvimento dos programas de conformidade aduaneira da Receita

O final do ano de 2024 foi marcado por uma importante celebração: 10 anos do Programa OEA. O evento aconteceu na Fiesp, com participação de mais de 500 convidados de todo o Brasil.

Na oportunidade, presenciou-se o anúncio da mudança no comando da Aduana brasileira. A então Subsecretaria de Administração Aduaneira, Cláudia Thomaz, deixou o cargo, tendo sido nomeada como adida aduaneira tributária, na embaixada brasileira de Buenos Aires. Para ocupar a sua posição, foi nomeado Fabiano Coelho, a quem se deseja muito sucesso. A expectativa em torno de sua gestão é grande, e não sem razão, na medida em que seu histórico, nas funções exercidas, é de decisões técnicas, diálogo com o setor privado, objetividade e relevantes entregas na agenda da facilitação comercial.

No evento [1], um painel chamou atenção, merecendo destaque e cujo tema é o foco da coluna de hoje. Trata-se do painel sob o título “Conformidade Aduaneira: uma abordagem colaborativa e orientadora como diretriz da aduana brasileira para fomentar o aumento de conformidade aduaneira dos OEA.” Um dos seus pontos altos foi a apresentação feita sobre o Programa Receita de Consenso, que reflete, fortemente, a consolidação dos avanços na relação da Aduana com as Empresas.

Essa relação entre autoridade aduaneira e tributária, historicamente, é de antagonismo [2]. Já escrevemos sobre o tema e de como o Programa OEA foi, entre nós, precursor e grande responsável pela mudança desse paradigma [3]. Nesses dez anos de sua existência venceu resistências internas na RFB e junto aos intervenientes, comprovando como a aproximação séria, o diálogo responsável e o desenvolvimento de confiança mútua entre o Fisco e os contribuintes são indispensáveis e promovem resultados concretos. O OEA é um case de sucesso na parceria do setor público com o privado, revelando os efeitos positivos da observância do segundo pilar do Marco Safe da OMA, qual seja o pilar Aduana-empresas [4]. E no caminho desbravado por ele, consolidado no tempo e em suas entregas, tem-se observado o desenvolvimento, ano após ano, de outros importantes programas de mesma essência. São exemplos disso: os Programas Malha Aduaneira, Remessa-Conforme, e, mais recentemente, Receita Confia, Receita Sintonia, Receita Soluciona e Receita de Consenso.

Na essência do Programa OEA, dentre seus princípios, assim como em todos os outros mencionados, busca-se a eficiência nas relações entre a autoridade aduaneira e tributária e as empresas, considerando a complexidade das relações e o volume de operações, seja no comércio transfronteiriço, seja nas relações de natureza estritamente tributária. Nesse cenário, organismos internacionais, como a OMA e a OCDE, preconizam uma abordagem colaborativa, de parceria, de adoção de programas de conformidade cooperativa[5], visando aplicar a gestão de riscos para premiar condutas voluntariamente conformes e direcionar maiores esforços de enforcement àqueles que deliberadamente não cumprem as normas. Para tanto, utiliza-se a pirâmide de risco da OCDE, adequada pela RFB, que procura identificar o perfil dos contribuintes em quatro níveis de acordo com suas atitudes: (1) aqueles que decidem não cumprir as obrigações aduaneiras e tributárias; (2) não quer cumprir, mas o faz se controlado; (3) tenta cumprir mas nem sempre consegue; (4) disposto a cumprir suas obrigações aduaneiras e tributárias. Numa busca pela aplicação do princípio da igualdade, eles são tratados de forma desigual na medida da desigualdade que revelam em suas atitudes.

A cooperação, ínsita aos programas de conformidade, ganhou, inclusive, status de princípio constitucional tributário com as alterações promovidas pela Emenda Constitucional 132/23 e a inclusão do parágrafo 3º ao artigo 145, da Constituição. Nesse contexto de transformações e mudanças de perspectivas, o que se tem visto, é um trabalho em torno de uma reorientação da RFB, para que deixe de atuar a partir de um olhar direcionado à busca do erro e com um viés punitivo, passando a envidar seus esforços na busca por um ambiente propício ao diálogo e a postura de órgão orientador dos bons contribuintes.

O PL 15/24, projeto de lei de iniciativa do Executivo, apresentado na Câmara dos Deputados, em 5/2/2024 [6], reflete essa tendência e objetivo, ao propor a sistematização e consolidação de alguns dos citados programas, fortalecendo esse caráter orientador da RFB, aumentando, assim, a eficiência na arrecadação e reduzindo os litígios aduaneiros e tributários.

O PL 15/24 pretende ser o marco legal do Programa OEA. Alinhando a regulamentação do programa ao contexto da reforma tributária, o projeto de lei prevê a possibilidade de diferimento do pagamento de tributos, ou encargos, devidos na operação de importação, tais como Imposto de Importação, IPI-Importação, PIS-Importação, Cofins-Importação, Cide e Taxa Siscomex, podendo ser estendido para o AFRMM, Taxa Mercante, direito antidumping, medidas compensatórias e salvaguardas. Com a possibilidade do diferimento, o pagamento do tributo poderá ser postergado até o 20º dia do mês subsequente ao do registro da declaração de importação. Essa previsão de diferimento dos tributos na importação promovida pelas empresas OEA, em relação ao IBS e à CBS, também já se encontra assegurada no artigo 76, parágrafo 3º, da recém publicada Lei Complementar 214/25.

Além do Programa OEA, o PL 15/24 instituiu outros dois programas de conformidade aduaneira e tributária, o Confia – Programa de Conformidade Cooperativa Fiscal e o Sintonia – Programa de Estímulo à Conformidade Tributária e Aduaneira.

Atualmente, está em andamento o projeto piloto do Confia, destinado a grandes contribuintes que possuem a receita bruta maior, ou igual, a R$ 2 bilhões, ou débito total mínimo de R$ 100 milhões. O objetivo do programa é estimular a conformidade tributária e aduaneira por meio de melhor diálogo entre os contribuintes e a RFB para a prevenção e redução da litigiosidade entre as partes.

Dentre os benefícios previstos a serem oferecidos, destaca-se que o contribuinte será comunicado antes de ser publicado o despacho decisório acerca de seu pedido de compensação, ressarcimento, restituição e reembolso de créditos tributários, para que, caso seja julgado desfavorável, reconheça os débitos e apresente plano de regularização no prazo de até 120 dias. A ideia do programa é ensejar o desenvolvimento da confiança mútua, auxiliando na regularização das obrigações principais e acessórias tributárias e aduaneiras. Essas diretrizes estão previstas na Portaria RFB 387/23 [7], que instituiu o projeto piloto do Programa Confia.

O Programa Sintonia, também previsto no PL 15/24, visa estimular a regularidade fiscal do contribuinte no cumprimento das obrigações tributárias e aduaneiras, mediante a concessão de benefícios fiscais. Esses serão ofertados de acordo com a classificação que o contribuinte obtiver no programa, a depender de seu cadastro regular perante à RFB, do recolhimento dos tributos devidos dentro do prazo legal, do cumprimento das obrigações acessórias e da prestação das informações nas declarações e nas escriturações de transmissão obrigatória.

Concluída a classificação, o contribuinte poderá, entre outros benefícios e vantagens, ter a prioridade na análise de pedidos de restituição, ressarcimento, ou reembolso de tributos, ser atendido de forma presencial, ou virtual, participar de treinamentos de capacitação oferecido pelo Órgão, ter a oportunidade prévia de autorregularização dos débitos em 60 dias antes do litígio, não ter seus bens arrolados em caso de medida cautelar, a preferência em licitações e, por fim, a redução progressiva no pagamento de CSLL em até 3%.

No substitutivo do PL 15/2024 foi incluído, ainda, o Quitafazenda – Programa de Quitação Antecipada de Parcelamento de Débitos da SRFB e da PGFN. O QuitaFazenda é uma iniciativa de regularização tributária que permite a quitação de saldos remanescentes de parcelamentos especiais de Refis, Paes e Paex. Em síntese, as legislações específicas desses programas de parcelamento permitem a liquidação em prazos muito longos, o que acarreta uma demora da União Federal em receber esses valores e em altíssimos juros para o contribuinte. Visando incentivar a quitação da dívida de forma mais rápida e menos onerosa, o programa estimula a liquidação destes saldos de parcelamentos, mediante antecipação do pagamento das parcelas com a redução dos juros remanescentes.

A partir da adesão voluntária a esses programas de conformidade, o contribuinte é reconhecido por seu histórico e atitudes como um parceiro da administração aduaneira e tributária, sendo-lhe concedido lugar de fala em um ambiente onde o diálogo é estimulado e valorizado na busca por soluções consensuais para as discordâncias e divergências em face à legislação e sua aplicação aos fatos.

O Programa Receita de Consenso – Procedimento de Consensualidade Fiscal, regulamentado pela Portaria RFB 467/24 [8] e pela Portaria Sutri 72/24 [9], vigente desde 1/11/2024, tem, como base, o diálogo. Seu principal objetivo é evitar que divergências envolvendo a qualificação de fatos tributários, ou aduaneiros, relacionados à RFB evoluam para fiscalizações e autuações. Para isso, o programa utiliza técnicas de consensualidade, como o diálogo prévio entre as partes, a análise conjunta de questões controversas e a busca por soluções negociadas.

O Receita de Consenso é destinado aos contribuintes classificados na categoria máxima dos programas de conformidade. Essa classificação será avaliada por um auditor-fiscal da RFB, integrante do Centro de Prevenção e Solução de Conflitos Tributários e Aduaneiros (Cecat), que será responsável pela prevenção e resolução de conflitos tributários e aduaneiros. O programa se aplica a questões que não estejam sendo tratadas em processos administrativos fiscais, ou judiciais, desde que relacionadas a tributos administrados pela RFB.

Para proceder a referida avaliação, o Cecat analisará se a matéria é controvertida, o grau de incerteza sobre os fatos aduaneiros, ou tributários, a existência de conduta em lançamentos semelhantes para períodos de apuração posteriores, e a existência de jurisprudência administrativa, ou judicial, sobre situações idênticas, ou similares, aos fatos do caso concreto.

A solução consensual diante de entendimentos controversos pode ser buscada durante um procedimento fiscal, quando surgir uma divergência sobre o entendimento preliminar da autoridade fiscal em relação à qualificação de um fato aduaneiro, ou tributário, ou, ainda, na ausência de um procedimento fiscal, pode ser utilizado para definir as consequências aduaneiras e tributárias relacionadas a um determinado negócio jurídico realizado pelo contribuinte. Considerando que o programa preza pela solução de conflitos baseado na boa-fé, não serão analisadas dúvidas relacionadas a condutas com indícios de sonegação, fraude, ou conluio, crimes contra a ordem tributária, crimes de descaminho, ou contrabando, ou infrações puníveis com pena de perdimento.

Estando de acordo com os requisitos e obrigações, o contribuinte poderá preencher e submeter o formulário de proposta de consensualidade, disponibilizado no Portal de Serviços da Receita Federal, descrevendo de forma sucinta e objetiva o fato aduaneiro e tributário objeto da demanda e a proposta de solução que entenda aplicável ao caso. Uma vez analisado e superada a etapa de admissibilidade, serão agendadas  reuniões com o contribuinte e, havendo acordo, será elaborada a proposta de consensualidade que conterá os termos firmados e as soluções que deverão ser cumpridas. Caso o interveniente ainda não esteja sendo fiscalizado e queira regularizar, a norma prevê o pagamento dos tributos sem a cobrança da multa de mora. Os contribuintes integrantes do Confia e OEA terão análise prioritária do seu pedido.

O Receita de Consenso demanda uma mudança de mentalidade também das empresas, seus consultores e advogados, na medida em que se espera tenham conhecimento técnico especializado dos temas aduaneiros e tributários discutidos, mas que também não sejam movidos somente pela litigiosidade, estando aptos ao diálogo cooperativo, a negociar e transigir nos casos adequados ao programa. A quebra de paradigma atinge ambos os lados e demanda uma renovação de mindset.

FONTE: Conjur
Programas de conformidade aduaneira da Receita

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Mais de 50 produtos paraguaios alcançam novos mercados em 2024

De acordo com a Direção de Inteligência da REDIEX, entre janeiro e dezembro do ano passado, 55 produtos de origem paraguaia chegaram, pela primeira vez, a mais de 40 países de diversos continentes.

Carne bovina, etanol, condutores elétricos, mudas de samu’u, amendoim, arroz, algodão, óleo de soja, fertilizantes orgânicos, tarugos de aço, glicerina, sucata de alumínio e outros produtos nacionais entraram no mercado internacional, gerando receitas superiores a USD 28 milhões em 2024.

Ao longo do ano, as exportações paraguaias superaram padrões internacionais, evidenciando a qualidade e a competitividade dos produtos nacionais.

Na Europa, a Espanha se destacou como principal destino das exportações paraguaias, com vendas de etanol que somaram USD 12 milhões, além de peças para equipamentos de transporte, compensadores elétricos e algodão. O Reino Unido importou mais de USD 3 milhões em biodiesel, enquanto a Alemanha comprou glicerina e compensados. O algodão paraguaio se consolidou em Portugal e na Tailândia, com vendas de USD 298.324 e USD 295.170, respectivamente.

Nos países das Américas, Estados Unidos, México, Uruguai e República Dominicana foram parceiros estratégicos. Entre os principais produtos exportados estão arroz e óleo de soja para o Caribe, carne bovina para Porto Rico e produtos industriais e agrícolas para Brasil, Peru e Argentina.

No continente asiático, Camboja e Vietnã reforçaram os laços comerciais ao importar miúdos e sucata de cobre, enquanto Singapura adquiriu sucata de alumínio. Já na África, houve exportação de amendoim para Argélia e Líbia.

Além disso, produtos paraguaios entraram, pela primeira vez, em mercados como Chile, Colômbia, Omã, Arábia Saudita, Itália, Guatemala, Bélgica, Suíça, Romênia, Países Baixos, Albânia, Equador, Bolívia e Indonésia.

Essas conquistas ressaltam o progresso do Paraguai no cumprimento de padrões internacionais, consolidando sua posição no mercado global. A diversificação de produtos exportados — de biodiesel e etanol a bens industriais e agrícolas — reforça a competitividade e a sustentabilidade econômica do país.

Com esses marcos, o Paraguai fortalece sua reputação como fornecedor confiável e demonstra sua capacidade de se adaptar às demandas de mercados cada vez mais competitivos e exigentes.

Fonte: IP.Gov
Over 50 Paraguayan products entered new markets in 2024 – .::Agencia IP::.

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Crescimento econômico do Brasil deve desacelerar para 2,2%

Segundo o Banco Mundial, o crescimento econômico do Brasil deve desacelerar de 3,2% em 2024 para 2,2% em 2025, principalmente devido a uma política monetária ainda restritiva. A inflação deverá permanecer próxima ao limite superior da meta do Banco Central em 2025.

O Banco Mundial destaca que o consumo privado e um mercado de trabalho forte continuarão sendo os principais motores do crescimento brasileiro. No entanto, de acordo com o recém-divulgado relatório Global Economic Prospects, a política fiscal provavelmente terá uma capacidade limitada de estimular a atividade econômica, já que o governo prioriza a resolução de questões urgentes de sustentabilidade fiscal.

O relatório também alerta para potenciais ameaças ao crescimento do Brasil, incluindo instabilidade fiscal, inflação persistente, políticas monetárias restritivas e os impactos das mudanças climáticas, como secas causadas pelo fenômeno La Niña. No cenário externo, o crescimento econômico lento da China gera preocupações sobre sua capacidade de reduzir a demanda global por commodities, afetando o setor exportador brasileiro.

Para a América Latina e o Caribe, o Banco Mundial prevê taxas de crescimento modestas de 2,2% em 2024 e 2,5% em 2025, uma redução de 0,2 ponto percentual em relação ao relatório de junho, devido ao declínio nos níveis de consumo.

“A América Latina e o Caribe devem se recuperar em 2025 e 2026, apoiadas pela queda da inflação e por políticas monetárias mais acomodativas. Fatores internos e externos, incluindo os preços das commodities e o aumento da demanda global, terão um papel significativo”, afirma o relatório.

Fonte: Valor International
Brazil’s economic growth projected to decelerate to 2.2% | Economy | valorinternational

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Houthis do Iêmen mirarão apenas navios ligados a Israel após acordo sobre Gaza

Os Houthis do Iêmen limitarão seus ataques a navios comerciais vinculados a Israel, desde que o cessar-fogo em Gaza seja plenamente implementado, afirmou o Centro de Coordenação de Operações Humanitárias (HOOC).

O HOOC, com sede em Sanaa, que atua como intermediário entre as forças Houthi e operadores de transporte marítimo comercial, e é associado ao comando militar Houthi, declarou que está suspendendo as “sanções” contra navios de propriedade de indivíduos ou entidades dos Estados Unidos ou Reino Unido, bem como navios que naveguem sob suas bandeiras.

“Reiteramos que, em caso de qualquer agressão contra a República do Iêmen pelos Estados Unidos da América, pelo Reino Unido ou pela entidade israelense usurpadora, as sanções serão restabelecidas contra o agressor”, afirmou o grupo em um e-mail enviado a autoridades da indústria de transporte marítimo em 19 de janeiro.

“Vocês serão informados prontamente sobre tais medidas caso sejam implementadas.”

O HOOC declarou que os Houthis interromperão os ataques a navios vinculados a Israel “após a implementação total de todas as fases do acordo”.

Muitas das maiores empresas de transporte marítimo do mundo suspenderam viagens pelo Mar Vermelho e desviaram seus navios para o sul da África para evitar ataques.

Os Houthis, apoiados pelo Irã, realizaram mais de 100 ataques a navios desde novembro de 2023, afundaram dois, apreenderam outro e mataram pelo menos quatro marinheiros.

Eles têm como alvo o sul do Mar Vermelho e o Golfo de Áden, conectados pelo estreito Bab al-Mandab, um ponto estratégico entre o Chifre da África e o Oriente Médio.

O Hamas libertou três reféns israelenses em Gaza, enquanto Israel libertou 90 prisioneiros palestinos no domingo, primeiro dia de um cessar-fogo que suspendeu uma guerra de 15 meses.

CAUTELA

Executivos das indústrias de transporte marítimo, seguros e varejo disseram à Reuters na semana passada que não estavam prontos para retornar à rota comercial do Mar Vermelho devido à incerteza sobre a continuidade dos ataques dos Houthis.

Um porta-voz do grupo alemão de transporte marítimo Hapag-Lloyd afirmou na segunda-feira que a empresa ainda está monitorando a situação, acrescentando: “Retornaremos ao Mar Vermelho quando for seguro fazê-lo.”

Os Houthis têm atacado navios nos últimos meses com base em informações desatualizadas, disse Jakob Larsen, diretor de segurança da associação de transporte marítimo BIMCO.

“Nos últimos meses, eles fizeram várias reivindicações falsas sobre ataques bem-sucedidos, o que prejudicou um pouco sua credibilidade”, afirmou ele na segunda-feira.

“Supondo que o cessar-fogo se mantenha e que os EUA também se abstenham de usar a força, espera-se que as empresas de transporte marítimo gradualmente retomem as operações pelo Mar Vermelho.”

Os seguradores também aguardam viagens-teste para determinar se os prêmios de risco de guerra irão diminuir, disseram fontes de mercado na segunda-feira, pedindo anonimato.

Os prêmios mais altos de seguro de risco de guerra, pagos quando navios navegam pelo Mar Vermelho, resultaram em custos adicionais de centenas de milhares de dólares para uma viagem de sete dias para qualquer navio que ainda navegue pela área.

Os Houthis mantêm o navio Galaxy Leader, com bandeira das Bahamas, e seus 25 tripulantes, que foram capturados por comandos da milícia em águas internacionais em novembro de 2023.

“Os filipinos, mexicanos, romenos, búlgaros e ucranianos que estavam a bordo estão desesperados para sair do Iêmen”, afirmaram o proprietário do navio, Galaxy Maritime Ltd, e o gerente STAMCO Ship Management na segunda-feira.

“Alguns foram hospitalizados com malária e só se pode imaginar o estado mental em que se encontram.”

Reportagem de Jonathan Saul em Londres, reportagem adicional de Elke Ahlswede em Düsseldorf; edição de Gareth Jones, Mark Heinrich e Barbara Lewis

Fonte: Reuters
Houthis do Iêmen mirarão apenas navios ligados a Israel após acordo sobre Gaza – DatamarNews

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