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Economia, Negócios, Notícias, Tributação

Dólar fecha em alta após Trump ameaçar China com tarifa adicional de 50%

O dólar à vista voltou a fechar em forte alta diante do real nesta segunda-feira, seguindo a tendência de outras moedas emergentes, em meio à escalada das preocupações com a guerra comercial de Donald Trump.

O presidente americano fez nova ameaça à China, de impor mais 50% em tarifas, caso o país não volte atrás na retaliação contra os produtos americanos anunciada na sexta-feira.

O dólar chegou a registrar uma queda pontual pela manhã em meio ao boato de que os EUA fariam uma pausa nas tarifas para abrir espaço para negociações com outros países, mas o rumor foi logo desmentido pela Casa Branca.

O dólar à vista fechou em alta de 1,30%, a R$ 5,9106, após oscilar entre R$ 5,8169 e R$ 5,9324. Às 17h05, o dólar futuro para maio subia 0,85%, a R$ 5,9335.

Lá fora, o índice DXY tinha alta de 0,42%, aos 103,454 pontos. O euro caía 0,34%, para US$ 1,0917. E a libra recuava 1,37%, a US$ 1,2719.

DataCompraVendaVariaçãoVariação
01/04/20255,68275,6833-0,39%-0,0224
02/4/20255,698 5,69860,27%0,0153
03/4/20255,62795,6285-1,23%-0,0701
04/4/20255,83495,83553,68%0,207%
07/4/20255,915,91061,29%0,0751

Fonte: ADVFN News
Dólar fecha em alta após Trump ameaçar China com tarifa adicional de 50% | ADVFN News

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Economia, Gestão, Informação, Internacional, Negócios, Tributação

Como fica o Brasil com as bolsas derretendo no mundo?

Escalada tarifária iniciada por Donald Trump provoca queda nos mercados, alta do dólar e incertezas sobre os rumos da economia global

Os mercados estão instáveis frente à guerra comercial iniciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na última semana, e as respostas de outros países, sobretudo a China, que já anunciou taxas recíprocas de 34%.

O Vix, popularmente conhecido como o “índice do medo” de Wall Street, ultrapassou 60 na manhã de segunda-feira, número mais alto desde agosto passado. Bolsas em todo o mundo abriram essa segunda-feira (7) estendendo o clima negativo visto ao fim da semana passada. Na Ásia, a bolsa de Tóquio chegou a acionar o circuit breaker, interrompendo momentaneamente as operações. O mesmo cenário de perda é visto na Europa e nos mercados dos Estados Unidos.

O Brasil também não passou ileso, com dólar voltando a ser negociado acima de R$ 5,90. A falta de clareza foi tema da fala do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, em evento da autarquia nesta manhã em São Paulo. “Hoje, o tema de incerteza e volatilidade está mais espalhado no mundo”, disse. A incerteza quanto aos próximos passos de Trump e das reações dos países causa a volatilidade dos ativos, explica o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Spinola. Com a economia globalmente interligada, o Brasil também é afetado.

“O Brasil vai ter algum efeito direto das exportações para os EUA. Porém, o maior efeito mesmo vai ser esse indireto, pois a gente não consegue escapar diante disso, principalmente com as empresas que operam nos Estados Unidos e também com as empresas que operam com os preços internacionais e com commodities”, afirma Spinola.

Entre as incertezas, o economista cita possíveis cortes dos juros nos EUA e possíveis efeitos na inflação. “Então, por isso, essa volatilidade tão grande, essa dúvida sobre o que será definitivo ou não. Isso diminui a intenção de comprar renda variável no mundo”, acrescenta. Na avaliação do estrategista-chefe e head de Research da XP, Fernando Ferreira, as incertezas do mercado mexem com as decisões das empresas de investir e gerar lucro e dos consumidores de irem às compras. Esse cenário pode colocar a economia global em recessão.

“Os mercados já estão reagindo fortemente a esse risco. Mais de US$ 10 trilhões evaporaram das Bolsas globais apenas nos últimos 3 dias”, disse em análise publicada na segunda. Segundo levantamento feito por Ferreira, dados históricos mostram que, durante recessões econômicas, o S&P 500 tende a cair entre 20% e 30% desde o pico, com algumas exceções que tiveram quedas maiores (entre -40% e -50% em 1973, 2000 e 2008). Ou seja, de acordo com a reação do mercado, uma recessão já estaria começando a ser precificada. Fernando Ferreira afirma que os investidores esperavam que o presidente Trump trouxesse medidas de redução de gastos e de impostos corporativos aos EUA e que as tarifas ficassem somente no campo da tática de negociação típica do republicano. 

“Não foi o que observamos até agora, pois o governo Trump optou por focar suas energias nas políticas de tarifas, que não são apenas retórica, enquanto as outras pautas parecem ter ficado para depois”, diz. Na manhã desta segunda, o presidente dos EUA afirmou que manterá a sua posição frente às tarifas impostas aos países estrangeiros. “Fomos tratados tão mal por outros países porque tivemos uma liderança estúpida que permitiu que isso acontecesse”, comentou Trump, que descartou um acordo com a China, a menos que o déficit comercial dos EUA com o país asiático diminua.

FONTE: CNN Brasil
Como fica o Brasil com as bolsas derretendo no mundo? | CNN Brasil

 

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Agronegócio, Economia, Gestão, Industria, Informação, Mercado Internacional, Tributação

Brasil vira ameaça em disputa entre EUA e China pelo controle dos mares

Um disputa entre China e EUA pelo controle das rotas comerciais marítimas no mundo ganha um componente inesperado para o governo de Donald Trump: o alerta por parte do poderoso setor do agronegócio americano diante do que consideram como uma ameaça da concorrência brasileira.

A Casa Branca quer romper o domínio da China no transporte marítimo com uma estratégia em duas frentes. Uma é taxar os navios fabricados por Pequim e a outra, ampliar subsídios para a indústria naval dos EUA.

O problema, segundo os exportadores americanos, é que as medidas ameaçam tirar a competitividade dos produtos dos EUA, principalmente no setor agrícola. Já navios chineses poderiam continuar operando em mercados como o do Brasil.

O resultado seria a substituição dos bens exportados globalmente pelos EUA por bens vendidos pelo agronegócio brasileiro, mais competitivo diante da diferença que poderia ser estabelecida no frete.

O alerta sobre o país surgiu na semana passada, durante audiências marcadas pelo governo Trump para avaliar como cada setor examinava a proposta de lançar uma ofensiva pelo controle dos mares.

Ainda no governo de Joe Biden, os EUA começaram a investigar o domínio da China no setor de construção naval.

Em 2024, os navios porta-contêineres construídos na China detinham 81% do mercado. Na frota de navios para transportar grãos, os chineses representavam 75% da frota global. Nos principais mercados de energia, a China também vem aumentando sua presença. A China agora tem uma participação de 48% no mercado de transportadores de gás liquefeito de petróleo.

Em 12 de março de 2024, cinco sindicatos americanos entraram com uma petição solicitando uma investigação sobre as práticas da China no setor marítimo. O governo acatou o pedido e, em 17 de abril de 2024, Biden solicitou consultas com o governo da China.

A conclusão inicial da investigação determinou que a dominância da China “não é razoável porque desloca empresas estrangeiras, priva as empresas orientadas para o mercado e seus trabalhadores de oportunidades comerciais”.

O domínio chinês ainda aumenta o risco e reduz a resiliência da cadeia de suprimentos dos EUA. A conclusão foi também de que o posicionamento da China nos mares cria riscos de segurança econômica. Segundo o Escritório de Comércio dos EUA, o apoio financeiro da China, as barreiras para empresas estrangeiras, o “roubo” de propriedade intelectual, as políticas de aquisição e as transferências forçadas de tecnologia deram uma vantagem “injusta” ao seu setor de construção naval e marítimo.

Os chineses contestam a tese e alegam que o domínio não ocorreu por acaso. Cientes de seu papel central no comércio mundial, os chineses passaram a investir também no controle do transporte, com enormes investimentos e subsídios do estado para a construção de navios.

Ao chegar ao poder, porém, Trump decidiu ir além. Uma das propostas, agora, é a de aplicar multas e taxas sobre todos os navios fabricados na China que chegam aos portos dos EUA. Para embarcações com mais de mil toneladas, a taxa seria de US$ 1 milhão. Mas a Casa Branca também quer taxar qualquer operadora marítima que use navios fabricados na China. Neste caso, a taxa seria de até US$ 1,5 milhão.

O objetivo é o de forçar o mundo a comprar outros navios e reduzir o controle chinês. Enquanto isso, Trump lança uma operação para trazer de volta aos EUA a fabricação de navios. As multas poderiam chegar a US$ 20 bilhões por ano.

Em seu discurso ao Congresso ainda em 4 de março, Trump anunciou que criaria um novo escritório de construção naval na Casa Branca e prometeu incentivos fiscais para trazer mais construção naval de volta aos EUA.

Ele ainda assinou uma ordem executiva que inclui 18 medidas destinadas a retomar a construção naval dos EUA. Atualmente, os estaleiros americanos produzem menos de uma embarcação comercial de grande porte por ano, concentrando-se quase que exclusivamente em contratos militares.

A ameaça brasileira

Durante as audiências, porém, produtores americanos do setor agrícola se levantaram contra a proposta. No dia 24 de março, diante do USTR —o escritório de Comércio da Casa Branca— o fazendeiro de soja de Indiana e diretor da American Soybean Association (ASA), Mike Koehne, testemunhou contra a iniciativa.

Koehne foi o único representante de um grupo de commodities agrícolas no processo. Além de fazer parte da diretoria da ASA, Koehne faz parte da diretoria do Conselho de Exportação de Soja dos EUA e é presidente da Coalizão de Transporte de Soja.

Diante do governo Trump, ele explicou que depende pessoalmente do comércio marítimo, explicando que algumas de suas colheitas são transportadas por barcaça pelo rio Ohio antes de chegar a um navio a granel no Golfo do México. Os grãos de soja que ele cultiva são transportados por contêineres para o Japão e Taiwan.

“Com suas vias navegáveis interiores, ferrovias e rodovias, acredito que nosso sistema de transporte é nossa vantagem competitiva”, disse. “A ASA apoia a meta de aumentar a capacidade de construção naval doméstica para ajudar na exportação da agricultura dos EUA. Entretanto, a solução proposta nessa investigação gera consequências não intencionais para os produtores de soja como eu”, alertou.

Segundo ele, a solução proposta pelo USTR para combater o setor de construção naval da China “aumentaria significativamente” as taxas de frete para a soja e os produtos de soja dos EUA, tornando o preço final dos produtos de soja dos EUA menos desejável em comparação com os grãos do Brasil —os maiores concorrentes da soja dos EUA no mercado de exportação.

“A imposição de taxas portuárias sobre a maior parte da frota marítima que exporta e importa dos EUA aumentará os custos para os agricultores americanos, tanto em termos de insumos como fertilizantes, sementes, quanto para levar as colheitas ao mercado”, disse.

“Ao mesmo tempo, nossos concorrentes no Brasil e na Argentina não estarão sujeitos às mesmas regulamentações. Embora bem-intencionada, essa proposta garantiria que a soja dos EUA arcaria com custos mais altos e seria menos competitiva no mercado global”, concluiu.

A American Farm Bureau Federation, poderosa entidade de lobby agrícola dos EUA, também declarou ser contra. Em 2024, os EUA exportaram mais de 106 milhões de toneladas métricas de produtos agrícolas a granel.

A National Grain & Feed Association (NGFA) —a maior associação de grãos dos EUA— também se declarou contra a proposta do governo de cobrar multas. “Embora bem-intencionada, essa proposta ameaça impor custos significativos aos exportadores de grãos e sementes oleaginosas dos EUA e corroer a competitividade dos Estados Unidos no mercado internacional”, explicou o presidente e CEO da NGFA, Mike Seyfert.

“Se promulgada, essa proposta eliminaria efetivamente metade da frota global a granel de que precisamos para exportar quase um terço dos grãos e sementes oleaginosas produzidos nos Estados Unidos”, explicou Seyfert. “Isso coloca a agricultura dos EUA em uma desvantagem competitiva considerável nos mercados globais. Já estamos vendo interrupções no mercado desde que a proposta foi apresentada, incluindo perda de vendas e dificuldade de contratar navios.”

Há aproximadamente 21.000 navios na frota mundial de transporte a granel, quase 50% dos quais foram fabricados na China. Apenas cinco navios atualmente em operação na frota global foram construídos nos Estados Unidos, ou 0,2%.

Os navios de contêineres, que foram usados para exportar cerca de US$ 9 bilhões em grãos e sementes oleaginosas em 2024, também são importantes para os transportadores agrícolas e seriam gravemente afetados pela proposta, disse Seyfert.

Os grupos de lobby da agricultura americana estimam que uma taxa adicional de US$ 1 milhão sobre os navios que transportam exportações agrícolas aumentaria os custos da maioria das remessas entre US$ 15 e US$ 40 por tonelada.

“Sem uma isenção, poderemos ver uma queda significativa nas exportações de milho, soja e trigo”, alertou Seyfert. “Isso coloca em risco o superávit comercial de US$ 65 bilhões que os Estados Unidos têm com os grãos e sementes oleaginosas americanos e prejudica toda a agricultura americana, desde os exportadores até os agricultores”, insistiu.

FONTE: UOU
Brasil vira ameaça em disputa entre EUA e China pelo controle dos mares

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Comércio Exterior, Economia, Importação, Investimento, Negócios, Notícias, Tecnologia

Navio gigante da BYD cheio de carros evita alta de imposto e irrita Anfavea

Acusada de concorrência desleal pela Anfavea, a associação das montadoras instaladas no Brasil, por comercializar carros com preços agressivos com supostos subsídios do governo chinês, a BYD tem uma ‘carta na manga’ que igualmente tem gerado ira na concorrência local.

Pela segunda vez, em fevereiro passado, a fabricante asiática trouxe ao país um lote com cerca de 5,5 mil veículos elétricos e híbridos a bordo do BYD Explorer 01, um navio especializado no transporte de automóveis que consegue levar 7.117 carros de uma só vez, da China para o resto do mundo.

Em abril de 2024, a gigantesca embarcação fez seu primeiro desembarque no Brasil, para onde trouxe na ocasião outros 5,5 mil carros da BYD.

Graças ao navio gigante, a montadora conseguiu, nas duas oportunidades, montar estoque e nacionalizar automóveis antes de um aumento no imposto de importação – evitando, assim, o repasse do custo ao consumidor final e obtendo grande vantagem competitiva antes de iniciar a produção local de veículos em Camaçari (BA), com previsão para começar ainda em 2025.

Em julho deste ano, a alíquota de importação de veículos elétricos subirá dos atuais 18% para 25%; a de híbridos plenos, cuja bateria é recarregada pelo motor a combustão e pelo próprio movimento do automóvel, saltará de 25% para 30%; no caso dos híbridos plug-in, que podem ser recarregados na rede elétrica, o percentual irá de 20% para 28%.

O governo federal iniciou o aumento gradual da alíquota desses veículos em janeiro de 2024, a fim, justamente, de estimular a respectiva produção e montagem em solo brasileiro. A próxima e última elevação nos percentuais está prevista para julho de 2026, quando as alíquotas para todos os veículos eletrificados trazidos de fora do Brasil saltará para 35%.

Anfavea quer antecipação da alíquota ‘cheia’

No caso do Imposto de Importação, vale a alíquota do momento em que o carro entra no Brasil
No caso do Imposto de Importação, vale a alíquota do momento em que o carro entra no Brasil Imagem: Divulgação

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) recentemente solicitou ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a antecipação da alíquota de 35% para todos os elétricos e híbridos importados

Segundo o órgão, a BYD estaria mantendo um estoque de 40 mil veículos no país.

“[Trata-se de] um desequilíbrio no comércio exterior que pode afetar ainda mais a produção, os investimentos e os empregos na cadeia automotiva brasileira”, disse a Anfavea em um comunicado.

A tática da BYD de formar estoque antes de cada aumento no tributo é possível porque o imposto de importação é calculado no momento em que o carro entra no país, independentemente de ele ser vendido depois.

“O imposto sobre a importação de produtos estrangeiros é de competência da União. O fato gerador desse imposto é a entrada dos produtos no território nacional”, explica a Receita Federal, com base no Código Tributário Nacional.

Sem ilegalidade a ser apontada, o que a Anfavea pede é a imposição imediata das tarifas marcadas para 2026, com o Brasil passando a cobrar logo os 35% de imposto. Como nos Estados Unidos, o Presidente da República tem poder de fazer isso sem depender do Congresso.

“Nenhum país do mundo, com indústria automotiva instalada, tem uma barreira tão baixa para as importações, o que torna o nosso importante mercado um alvo fácil, especialmente para modelos que estão sendo barrados por grandes alíquotas na América do Norte e na Europa. Elas são de 100% nos EUA e Canadá, e podem chegar a 48% na Europa”, diz a Anfavea.

O que dizem os especialistas

Em cerca de um ano, chinesa duplicou o estoque e quintuplicou o espaço de armazenamento de peças no Brasil
Em cerca de um ano, chinesa duplicou o estoque e quintuplicou o espaço de armazenamento de peças no Brasil Imagem: Divulgação

Dois especialistas na indústria automotiva consultadas pelo UOL Carros não veem ilegalidade na estratégia adotada pela BYD para driblar a alta na carga tributária.

Segundo essas fontes, a montadora chinesa com sede em Shenzhen, que hoje lidera as vendas de carros elétricos e híbridos no Brasil, está apenas jogando as regras do jogo.

“Dentro das condições atuais, não pode haver críticas ou objeções, pois a BYD está trabalhando dentro das regras estabelecidas pelo governo federal para todas as montadoras”, avalia o consultor automotivo Cassio Pagliarini, sócio da consultoria Bright Consulting.

Ele acrescenta que, se fosse gestor da BYD no Brasil, “faria a mesma coisa”.

 

“Usaria plenamente as cotas de importação disponíveis e traria veículos com imposto mais baixo, nacionalizando-os antes da entrada em vigor do aumento do imposto de importação. Assim, a montadora fica em vantagem na hora da comercialização ao consumidor final, ante montadoras que trouxerem ao Brasil veículos depois de cada alta da alíquota do tributo”.

O colega Ricardo Bacellar, consultor automotivo e apresentador do programa Papo de Garagem no YouTube, segue a mesma linha de análise.

“Essa estratégia de aumentar a produção e o envio de produtos para venda ao consumidor final, a fim de comercializar o que for possível antes de um aumento já previsto de impostos e outros custos, não é nova. Existe há muito tempo na indústria em geral, não somente a automotiva, ao redor do mundo inteiro. Não é nada diferente da vinda de veículos no navio da BYD, só chama a atenção pelo fato de ser uma indústria chinesa e também pela escala, pela enorme quantidade de veículos envolvidos, opina.

Esse tipo de embarcação, chamada de navio RoRo, é literalmente um estacionamento que flutua e tem rampas largas para o desembarque até de caminhões
Esse tipo de embarcação, chamada de navio RoRo, é literalmente um estacionamento que flutua e tem rampas largas para o desembarque até de caminhões Imagem: Divulgação

Bacellar destaca que a disputa da BYD com concorrentes locais vai muito além da questão do navio e passa por uma evolução profunda e relevante da indústria chinesa como um todo, rumo à globalização, ao longo dos últimos anos.

“Não podemos fechar os olhos para a eficiência conquistada pela indústria automotiva chinesa ao longo da última década não apenas referente à produção de veículos, como também na cadeia produtiva, principalmente no que se refere às baterias que equipam elétricos e híbridos. Empresas chinesas hoje são os principais fornecedores mundiais desse produto, inclusive para a maior parte das montadoras ocidentais”, pontua.

 

Ricardo Bacellar conclui, destacando que tal eficiência também envolve a parte logística, o que inclui a acelerada modernização e construção de portos na China e a aquisição de frota própria de navios para o transporte de veículos prontos para outros mercados.

“Isso é estratégico para reduzir custos e prazos de entrega no transporte. O que as montadoras provenientes da China ainda precisam provar é se irão manter essa competitividade quando começar a produção local, devido ao custo elevado da operação no Brasil, por conta de fatores como a alta carga tributária na cadeia produtiva, e também no atendimento pós-venda, como disponibilidade e custo de peças de reposição para os veículos que estão vendendo”.

E a fábrica no Brasil?

A Anfavea, dentre outras críticas, cita “atrasos sucessivos” para inauguração da fábrica da BYD nas antigas instalações da Ford em Camaçari – o planejamento inicial era de que a unidade já entrasse em 2024, mas problemas com o Ministério Público do Trabalho da Bahia adiaram o processo.

“Os chineses sabem que precisam cumprir sua parte no acordo e inaugurar essas fábricas”, diz, sob anonimato, um assessor de relações internacionais ligado à indústria automotiva, referindo-se também à GWM, que operará em Iracemápolis (SP) e também adiou a estreia da respectiva linha – cuja inauguração está marcada para o segundo semestre de 2025.

Segundo o analista, em um cenário de consolidação de tarifas protecionistas, o Brasil pode até utilizar a BYD como trunfo para inverter o jogo, tornando-se exportador.

A BYD concorda: “A produção deve começar em 2025. O Brasil tem a oportunidade de ser exemplo e se consolidar como um polo estratégico para a produção e comercialização de veículos eletrificados”, diz a marca, por meio de comunicado.

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Comércio Exterior, Economia, Finanças, Informação, Internacional, Investimento, Tecnologia

UE diz que acordo comercial com o Mercosul é uma “grande oportunidade” devido às tarifas dos EUA

Fechar um acordo comercial com o bloco Mercosul seria uma “grande oportunidade” para a União Europeia, dadas as incertezas provocadas pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adotar uma nova rodada de tarifas, disse um porta-voz da UE nesta sexta-feira.

© Reuters. Bandeiras da União Europeia na sede da Comissão Europeia em Bruxelas
19/09/2019 REUTERS/Yves Herman
“Vamos investir muito tempo e energia com os Estados membros para finalizar o acordo”, acrescentou.

Apesar das reservas anteriores, a França realizou na quinta-feira uma reunião com 10 países da UE para discutir um possível acordo comercial com o Mercosul, sinalizando disposição de diversificar as parcerias comerciais.

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FONTE: Investing.com
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Brasil foi beneficiado ou prejudicado por tarifas de Trump? Saiba quais setores são mais atingidos

O presidente americano, Donald Trump, pode ter inaugurado uma nova era do comércio mundial com o anúncio do tarifaço, na quarta-feira, 2, segundo muitos analistas.

Os efeitos prometem ser disseminados, duradouros e abrangentes — tanto em produtos quanto em origens. Também podem redirecionar as vendas transnacionais e trazer para o Brasil exportações que seriam feitas para os Estados Unidos.

Por conta de tudo isso, as previsões de ganhos e perdas para o Brasil ainda trazem muitas incertezas, mas as contas já estão sendo feitas. O cenário desenhado não é visto pelos analistas como benéfico ao Brasil, mesmo que o anúncio da quarta-feira tenha sido recebido com certo alívio, com uma alíquota para o País mais favorável relativamente aos concorrentes comerciais.

“Começamos a vivenciar uma das maiores fricções, se não for a maior, do comércio global desde o acordo de tarifas de 1947. Todas as relações de comércio estão sendo reavaliadas a partir daqui”, afirma o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato. “Muitos dos investimentos atuais foram feitos sob as regras anteriores, e considerando uma previsibilidade tarifária. O anúncio fomenta a incerteza. Vai haver um período de adaptação e produzir uma desaceleração da economia global, com fluxos de capitais mais retraídos.”

Do ponto de vista da balança comercial, os maiores impactos, se não forem estabelecidas exceções para esses produtos e para o Brasil, estarão nos setores que vendem mais para os EUA, casos do petróleo, café, papel e celulose, aço e ferro e aeronaves. Mas, dentro desse grupo, há expectativas diferentes e que podem mudar.

O presidente Donald Trump anunciou novas tarifas, na quarta-feira, 2, em Washington Foto: Mark Schiefelbein/AP

Por exemplo, entre as commodities agrícolas brasileiras mais vendidas para os EUA, estão o café e o suco de laranja. “Mas o café não tem produção local nos EUA, já o suco de laranja enfrenta competição local, que vai ser beneficiada por não pagar a tarifa”, diz o advogado especialista em comércio internacional Rodrigo Pupo, do escritório MPA Trade Law.

É um caso similar ao da indústria de aeronaves brasileira, mais especificamente, da Embraer. Com atuação na produção de jatos médios e executivos, ela tem como concorrentes diretos a canadense Bombardier e empresas chinesas, dois dos países mais afetados pela ofensiva de Trump. A americana Boeing não atua no mesmo nicho que a brasileira.

Outro efeito que deve advir da nova configuração depende da reação dos países mais afetados pela nova configuração comercial. A União Europeia, a China e nações do Sudeste Asiático estão entre as mais taxadas. Elas podem redirecionar parte da produção que iria para os EUA para países da América Latina, em especial, para um grande mercado como o Brasil.

“O Brasil é um forte candidato para receber essas exportações, porque tem um mercado consumidor relevante”, diz Renê Medrado, sócio e especialista em comércio internacional e direito aduaneiro do escritório Pinheiro Neto Advogados.

Ameaça à indústria, oportunidade ao agro

Há o risco de uma enxurrada de produtos baratos sendo trazidos para o País, que pode ameaçar setores industriais, como já aconteceu quando a China passou a vender fortemente pneus, painéis solares e aço no Brasil a preços muito inferiores ao da produção local. Esses impactos podem começar a ser medidos nos próximos dias.

Por outro lado, commodities agrícolas têm potencial para fazer o caminho inverso. Com a possível resposta da China de restringir a importação de produtos agrícolas americanos, em retaliação, o Brasil pode ocupar mais espaços nas vendas para o mercado asiático. “A pauta brasileira concorre com o produto americano, como em soja e proteína animal. Inclusive, o Brasil pode abrir exportações para o Japão, que pode passar a comprar o produto brasileiro até como forma de proteção para o fornecimento americano”, afirma Pupo.

A política comercial externa brasileira, muito menos agressiva do que a do governo Trump, será pressionada a abrir espaço para a formação de alianças estratégicas de longo prazo. “O Brasil tem buscado construir relações mais sólidas com a União Europeia, com a China e, mais recentemente, com o Japão”, afirma Carlos Fadigas, fundador da consultoria CF Partners e com larga vivência no setor industrial.

O consultor afirma que o País poderá obter vantagens e desvantagens, considerando o impacto grande nos fluxos de comércio global e a complexidade do tema. “Ainda assim, o país tende a colher mais benefícios do que prejuízos, considerando o cenário de forma agregada”, afirma o consultor.

Ele diz que, em primeiro lugar, o Brasil manterá acesso à maior economia do mundo com tarifas, em média, menores do que as aplicadas a outros países — especialmente quando comparadas às impostas à China.

Setorialmente, Fadigas avalia que exportadores brasileiros com foco na China — que vão desde o minério de ferro até o frango, passando pela soja — tendem a se beneficiar de um aumento no fluxo de comércio com a Ásia. “Desde o início do governo Trump, a China vem intensificando sua aproximação com a América Latina, especialmente com o Brasil”.

Impacto na inflação

Como as redes de comércios e os seus efeitos são bastante complexos, mesmo notícias negativas, como uma possível enxurrada de produtos chineses no Brasil, pode trazer um benefício de curto prazo macroeconômico. “Depois da questão fiscal, o tema que mais assola o País e prejudica a popularidade do governo é a inflação, que obriga a juros mais altos. Pode ser conveniente ao Brasil permitir a importação de produtos baratos. Acho que a resposta inicial do País vai ser quieta no começo”, diz Honorato, do Bradesco.

Num segundo momento, a expectativa é de que essa superoferta global acabe se ajustando, defende o economista. “As empresas não vão ficar olhando uma queda global da demanda, e então vão cortar a produção. Deve ocorrer um equilíbrio para uma demanda global menor, com um choque de oferta clássico”, afirma Honorato.

Por exemplo, no setor de vestuário, que deve ser um dos mais afetados no mundo, e que tem forte produção em Bangladesh e Vietnã, é relativamente simples fazer uma mudança para os EUA ou baixar o volume de fabricação. Já, em outros, o reequilíbrio de oferta é mais complicado, como na siderurgia, que exige ciclos de investimentos longos, de vários anos.

Quanto ao risco da chegada de produtos de menor custo vindos da Ásia, o Brasil pode ter formas de se defender dessa ameaça. “Isso pode afetar a competitividade dos produtores nacionais. Porém, o Brasil dispõe de mecanismos para mitigar esses impactos, como a aplicação de medidas antidumping e o uso seletivo e criterioso de tarifas, capazes de proteger os setores mais vulneráveis da economia nacional”, diz Fadigas.

O cálculo de benefício líquido para o Brasil, observa Medrado, do escritório Pinheiro Neto, tem de ser feito setor a setor e vai exigir muita estatística e muita observação empírica a respeito do desenvolvimento desses mercados. “Essa é uma análise bem econômica, porque precisa comparar os fluxos comerciais por produto, com os outros países que concorrem com tal produto”.

Por exemplo, se existe um determinado tipo de aço exportado do Brasil aos EUA, e as exportações que concorrem com o Brasil são da China, EUA e Vietnã, o Brasil vai se beneficiar. Agora, se a Argentina for também uma exportadora, como o país ficou com o mesmo patamar do Brasil, haveria uma divisão de ganho entre os dois países. Isso terá que ser feito de produto a produto. É um exame bem detalhado, com base em estatística de comércio.

FONTE: Estadão e MSN
Brasil foi beneficiado ou prejudicado por tarifas de Trump? Saiba quais setores são mais atingidos

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Dólar hoje recua ante rivais em reação à guerra comercial global

Nesta manhã, o índice DXY do dólar tinha baixa de 0,27%, a 102,75 pontos

O dólar hoje opera em baixa ante o euro e o iene, devolvendo parte dos ganhos da última sessão, em meio a preocupações de que a guerra comercial deflagrada pelo tarifaço do governo Trump leve a economia global a uma recessão.

Nesta manhã, a produção industrial da Alemanha decepcionou com queda maior do que se previa, enquanto Hong Kong teve maior tombo desde 1997.

Às 7h33, o euro subia a US$ 1,0989 (de US$ 1,0962 ), a libra caía a US$ 1,2854 (de US$ 1,2891) e o dólar recuava a 146,35 ienes (de 146,74 ienes). Já o índice DXY do dólar – que acompanha as flutuações da moeda americana em relação a outras seis divisas relevantes – tinha baixa de 0,27%, a 102,75 pontos.

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Ex-funcionário do CAF critica alívio do Brasil sobre tarifa dos EUA

Jorge Arbache, ex-vice-presidente para o setor privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina, diz que a taxa de 10% ainda aprofunda o desequilíbrio comercial com os EUA.

Embora o Brasil tenha sido um dos menos afetados pelas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump aos parceiros comerciais, a taxa de 10% sobre as exportações brasileiras para os EUA deve aprofundar o desequilíbrio em uma relação em que os EUA já têm mais vantagens, segundo Jorge Arbache, professor de economia da Universidade de Brasília (UnB).

“Os EUA têm um superávit comercial de longa data em bens com o Brasil. O excedente em serviços é enorme. Quando se trata de repatriação de lucros, o superávit é ainda maior. As empresas de tecnologia pagam poucos impostos aqui, e os serviços que prestam não são devidamente registrados como importações de serviços – eles são amplamente subestimados. Com base na metodologia utilizada e nos déficits do Brasil, estaríamos justificados em aumentar as tarifas. Então, o Brasil sai pior. Não entendo por que o Brasil está comemorando ‘apenas’ uma tarifa de 10%”, disse Arbache, que já atuou como vice-presidente para o setor privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

O significativo déficit comercial do Brasil com os EUA foi citado por autoridades brasileiras em conversas com Washington. Na noite de quarta-feira (2), poucas horas após o anúncio tarifário de Trump, o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e o Itamaraty emitiram uma declaração conjunta destacando que, somente em 2023, os EUA registraram um superávit de US$ 7 bilhões no comércio de mercadorias com o Brasil, com base em dados do governo dos EUA. Incluindo bens e serviços, o superávit totalizou US$ 28,6 bilhões. “Este é o terceiro maior superávit comercial que os EUA têm em todo o mundo”, disse o comunicado.

“Em termos relativos, estamos em pior situação. Já tínhamos um déficit comercial com eles, e agora teremos isso mais uma tarifa extra. Então, você pode dizer que saímos bem? Claro que não. Mas em comparação com os outros, sim, nos saímos melhor”, disse Arbache ao Valor.

Ele também apontou para a subestimação das importações de serviços devido a acordos que efetivamente protegem as empresas de tecnologia da tributação no Brasil. O governo estuda maneiras de tributar as grandes empresas de tecnologia desde o ano passado, mas a questão ainda não avançou no Congresso. Em março, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, disse que o tema seria uma “agenda prioritária” este ano.

Arbache argumentou que o Brasil não tem influência para pressionar unilateralmente por uma revisão das regras internacionais que protegem a propriedade intelectual e beneficiam setores como o de tecnologia. No entanto, ele acredita que outros atores, como a China e a União Europeia, poderiam agir para mudar essas estruturas.

“Não acho que o Brasil tenha poder de barganha para enfrentar isso sozinho. Mas é possível que o TRIPS – o acordo que deu aos EUA tantas vantagens – possa ser revisado pela Europa, China e outros. Nesse contexto, o Brasil poderia reavaliar sua posição. Mas confrontar os EUA unilateralmente seria arriscado e possivelmente imprudente”, disse ele.

Parceiros asiáticos

Olhando para o futuro, Arbache espera novos desenvolvimentos na Ásia, o principal alvo da política tarifária do presidente Trump. Países como China (34%), Indonésia (32%) e Vietnã (46%) estavam entre os mais atingidos.

“Com essas penalidades na Ásia, o comércio intra e inter-regional – que já estava se expandindo – acelerará rapidamente. A mudança do centro de gravidade econômico do Atlântico para a Ásia provavelmente ganhará um grande impulso, o que poderia corroer ainda mais a economia dos EUA no médio e longo prazo”, disse ele.

Jorge Arbache — Foto: Vanessa Carvalho/Valor
Jorge Arbache — Photo: Vanessa Carvalho/Valor

Arbache acredita que essa mudança pode abrir oportunidades para o Brasil aprofundar sua integração nas cadeias de suprimentos globais, especialmente devido à crescente demanda por energia limpa. “Esses países [asiáticos] precisam se descarbonizar. E o Brasil, por exemplo, é altamente competitivo na produção de combustíveis de baixo carbono e aço verde – coisas em que eles estão interessados”, disse ele.

Ele expressou ceticismo sobre a estratégia de reindustrialização prometida por Trump como parte das medidas tarifárias. “Essa ideia de trazer a política industrial de volta aos EUA não se sustenta, devido ao alto custo da produção doméstica e às longas cadeias de valor globalmente dispersas. Você teria que realocar tudo de volta para os EUA – isso não vai acontecer.

“Há também a questão da saída dos imigrantes, que costumavam ajudar a conter a pressão salarial. Isso aumentará os salários dos EUA. Qualquer um que pense sistemicamente olha para essas medidas e simplesmente não entende”, disse ele.

Olhando para o futuro, Arbache espera mais negociações em torno de tarifas, mas com uma mudança no manual do comércio global. “O jogo mudou. Não adianta aplicar o pensamento antigo a um novo mundo. Esse mundo não existe mais. O conceito teórico de comércio que ensinamos é diferente agora. Entramos na era dos acordos regionais e bilaterais.”

FONTE: Valor Internacional
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Camboja anuncia redução imediata de tarifas sobre exportações dos EUA

Ministro do Comércio, Cham Nimul, disse que o Camboja está solicitando que os EUA abram negociações com o país do Sudeste Asiático e estendam o prazo para implementação das tarifas de Trump

Depois que o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa “recíproca” de 49% sobre todas as importações cambojanas no início desta semana, o Camboja disse que reduzirá as tarifas que havia em vigor sobre produtos dos EUA.

“O Camboja está comprometido em promover as importações de produtos dos EUA com uma redução imediata de 19 categorias de produtos de nossa taxa máxima de tarifa consolidada de 35% para uma taxa de tarifa aplicada de 5%”, disse o Ministro do Comércio, Cham Nimul, em uma carta endereçada ao Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer.

Os produtos incluem motocicletas, carros e diversos produtos agrícolas.

Nimul disse que o Camboja agora está solicitando que os EUA abram negociações com o país do Sudeste Asiático e estendam o prazo para implementação das tarifas de Trump.

Não está claro se a mudança levará a quaisquer mudanças no fim da administração Trump.

O presidente e vários de seus principais arquitetos de política comercial alegaram que barreiras comerciais não tarifárias, como manipulação de moeda e regimes fiscais que eles consideram injustos, são muito piores do que tarifas.

Mais cedo nesta manhã, Trump postou no Truth Social que suas políticas “nunca mudarão”, embora ele também tenha aberto a porta para alguma negociação.

FONTE: CNN Brasil
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Estrategista-chefe que previu choque tarifário faz alerta: o pior ainda está por vir

Peter Berezin e sua equipe na empresa de pesquisa BCA previram que tarifas unilaterais amplas estavam chegando — e que as propostas do novo governo iriam muito além do que havia sido implementado no primeiro mandato de Trump.

Logo após a eleição nos EUA, quando Wall Street estava totalmente focada nas perspectivas de um presidente Donald Trump favorável aos negócios, Peter Berezin já soava o alarme.

Berezin e sua equipe na empresa de pesquisa BCA previram que tarifas unilaterais amplas estavam chegando — e que as propostas do novo governo iriam muito além do que havia sido implementado no primeiro mandato de Trump. Após o drama tarifário desta semana, o alerta de dezembro de Berezin provou ser premonitório.

O estrategista está mantendo sua projeção — entre as mais pessimistas de Wall Street no ano passado — de que o S&P 500 cairá para 4.450 pontos até o final do ano. Isso marcaria uma queda de quase 18% em relação aos níveis atuais.

O preço do petróleo, enquanto isso, pode cair para US$ 50 o barril, de cerca de US$ 63 atualmente, “por motivos ruins: falta de demanda”.

Berezin diz que uma recessão nos EUA é provável, potencialmente já no segundo trimestre. Em sua opinião, a economia já estava vulnerável no início do ano. Havia menos vagas de emprego em comparação aos anos anteriores, as economias da pandemia estavam diminuindo e as taxas de vacância estavam aumentando, assim como as inadimplências de empréstimos para automóveis e estudantes. Agora, a proliferação de tarifas de Trump “empurra isso para o limite”.

“Recessões tendem a ocorrer quando uma economia se torna vulnerável e então é atingida por um choque”, disse Berezin de Montreal, onde a BCA, onde ele é estrategista-chefe global e diretor de pesquisa, está sediada. “Vai piorar em vez de melhorar — a economia vai piorar, a guerra comercial vai piorar. O que vai acontecer é que haverá retaliação.” Ele coloca a probabilidade de uma recessão nos EUA em 75%.

No início do ano, Wall Street estava otimista em relação às ações e à economia, apostando que as propostas de Trump para cortes de impostos e desregulamentação compensariam qualquer guinada protecionista. Entre os 19 estrategistas que foram entrevistados pela Bloomberg na época, nenhum viu o S&P 500 terminando abaixo de 6.000 pontos.

Em vez disso, Trump se inclinou para o comércio global, anunciando as tarifas mais altas em quase um século, incluindo pelo menos uma taxa de 10% sobre todos os exportadores para os EUA e taxas ainda mais altas em cerca de 60 outros países.

Os economistas estão agora revisando rapidamente suas projeções para a economia dos EUA, com muitos reduzindo suas perspectivas de crescimento e aumentando as chances de uma contração, bem como uma retomada da inflação.

As ações dos EUA sofreram o impacto da liquidação após o anúncio, com o S&P 500 caindo quase 5% na quinta-feira em sua pior sessão desde 2022.

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Em retaliação às tarifas do governo, outros países poderiam “aumentar a pressão sobre as empresas de tecnologia dos EUA que operam em suas jurisdições”, o que pesaria no mercado em geral, disse ele. Parceiros comerciais globalmente também podem impor impostos sobre empresas dos EUA que operam no exterior, enquanto populações ao redor do mundo provavelmente rejeitarão produtos americanos ou até mesmo evitarão viajar para os EUA, como alguns canadenses já estão fazendo.

Os rendimentos do Tesouro dos EUA, diz ele, podem permanecer elevados nos próximos meses, dado o potencial do governo de aprovar cortes de impostos não financiados.

“Estamos no auge de um ciclo muito, muito ruim, onde as pessoas diminuem seus gastos porque estão preocupadas com suas perspectivas de emprego, e isso acaba sendo autorrealizável”, disse Berezin. “Se as pessoas não estão gastando, isso significa que há menos contratações, e se há menos contratações, há menos emprego, se há menos emprego, então há renda e ainda menos gastos.”

FONTE: Infomoney
Estrategista-chefe que previu choque tarifário faz alerta: o pior ainda está por vir

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