Para Pablo Bittencourt, economista-chefe da FIESC, comunicados dos bancos centrais do Brasil e dos EUA reforçam a necessidade de combater a crise de confiança na política fiscal
Florianópolis, 01.08.2024 – Com os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos mantendo as taxas de juros inalteradas, chamou a atenção nesta “super quarta” o tom cauteloso adotado nos dois comunicados. O economista-chefe da Federação das Indústrias de SC, Pablo Bittencourt, destaca que o Comitê de Política Monetária deu peso maior a outras variáveis que podem impulsionar a inflação.
Entre elas estão a persistente crise de confiança na política fiscal do governo, que tem levado a sucessivas desvalorizações do real, e o mercado de trabalho muito forte, que tende a pressionar a inflação pelo lado da demanda.
Nos EUA, Bittencourt destaca que o BC reconhece que o processo de desinflação está se desenhando, com mercado de trabalho, demanda e inflação convergindo. Porém, o comunicado não gera grandes expectativas quanto ao corte na taxa em setembro. “Tudo ainda vai depender dos próximos dados de inflação”, afirma.
O economista cita ainda a decisão do banco central japonês, que também nesta quarta subiu o juro para 0,25%, o primeiro número positivo em décadas. Além de revelar ter feito uma intervenção no mercado de câmbio, quando obteve uma valorização do iene perante o dólar.
Todo esse cenário, conclui Bittencourt, torna mais difícil para os países emergentes baixarem os juros. No caso do Brasil, isso reforça ainda mais a necessidade de combater a crise de confiança na política fiscal.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC
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Análise: cenários externo e interno complicam o combate à inflação | FIESC