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Comércio, Comércio Exterior, Exportação, Negócios, Notícias

Novo acordo sanitário com Peru abre caminho para exportação de óleo de aves brasileiro

Brasil e Peru concluíram negociação sanitária que permitirá a exportação de óleo de aves brasileiro destinado à alimentação animal. O anúncio foi feito pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) em nota à imprensa divulgada em 17 de abril.

A notícia foi recebida com entusiasmo pela Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA) e pelo Brazilian Renderers, uma parceria entre a ABRA e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que atua na promoção internacional dos produtos do setor.

O Peru tem sido um mercado prioritário para o Projeto Brazilian Renderers, que vem conduzindo ações estratégicas no país desde 2021. Com população de 34 milhões de habitantes e uma pecuária em constante expansão, o país tem demanda crescente por insumos voltados à nutrição animal. Em 2024, o Brasil já exportou mais de US$ 755 milhões em produtos agropecuários para o Peru, com destaque para produtos florestais, carne de frango, cereais, óleo de soja e café.

Ações estratégicas para abertura de mercado

A conquista é resultado direto da articulação coordenada entre a ABRA, o Brazilian Renderers e órgãos do governo brasileiro, liderados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), com apoio fundamental da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do MAPA, da adida agrícola na Embaixada do Brasil em Lima, Angela Peres, e do Setor de Promoção Comercial da Embaixada do Brasil no Peru.

Um dos marcos dessa trajetória foi a realização do Business Connection Peru, em outubro de 2021. O evento reuniu mais de 60 participantes, incluindo potenciais compradores e representantes da Embaixada do Brasil no Peru, da Câmara de Comércio de Lima e 34 indústrias locais. O encontro apresentou ao mercado peruano a qualidade, a segurança e o potencial competitivo da reciclagem animal brasileira.

Outro passo decisivo foi a Missão Peruana no Brasil, realizada entre os dias 21 e 26 de novembro de 2022. Após adiamentos causados pela pandemia, auditores do governo peruano puderam visitar indústrias brasileiras, acompanhados por representantes da ABRA e do governo brasileiro. A missão demonstrou a robustez da cadeia produtiva brasileira, reforçando a confiança das autoridades peruanas.

Compromisso com a expansão internacional

Com o novo acordo sanitário para o óleo de aves, o Brazilian Renderers reforça seu compromisso em seguir promovendo os produtos brasileiros e abrindo novos mercados para os produtos do setor. A autorização conquistada é mais um passo na consolidação do Brasil como referência global em reciclagem animal.

Fonte: Apex Brasil

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Economia, Investimento, Negócios, Notícias

SEC dá sinal verde e JBS deve negociar em NY em junho

A JBS disse que seu pedido de dupla listagem foi aprovado pela SEC, tornando provável que a empresa dos Batista comece a negociar na Bolsa de Nova York em junho.

A JBS ainda precisa da aprovação da CVM e de seus acionistas para concluir o processo, que se desenrola há três anos.

A companhia chamou uma assembleia para o dia 23 de maio, quando os acionistas votarão o assunto.

Na assembleia, a holding J&F, que tem 48% do capital, e a BNDESPar, que tem outros 21%, vão se abster de votar, deixando a decisão nas mãos dos minoritários, que detêm cerca de 30% do capital.

A abstenção do BNDESPar foi resultado de um acordo pelo qual a J&F se comprometeu a pagar até R$ 500 milhões ao banco caso a ação da JBS não alcance uma valorização pré-estabelecida, mas não revelada, depois da listagem. 

A expectativa da JBS é que suas ações comecem a negociar na Bolsa de Nova York já em junho. A companhia manterá seus BDRs negociados na B3. 

A listagem em Nova York pode ter implicações significativas para o valor de mercado da JBS, que  trabalha neste plano pelo menos desde o final de 2022. 

Nos pouco mais de 30 dias desde que a J&F disse ter feito o acordo com o BNDES, pavimentando o caminho para a listagem, o valor de mercado da JBS subiu de R$ 72 bilhões para R$ 98 bilhões, uma alta de 36%. 

A listagem em Nova York permitirá à companhia acessar investidores globais, muitos dos quais têm restrições estatutárias a comprar ações listadas em jurisdições como o Brasil. 

Pelo menos em tese, isto deve levar a uma reprecificação do papel, dado que os principais concorrentes da empresa nos EUA negociam a múltiplos significativamente maiores. 

Após a listagem, a JBS entrará automaticamente no índice Russell 1000 e, seis meses depois, poderá se candidatar a ingressar no S&P 500 — onde um dos critérios de elegibilidade é de que mais de 50% das vendas aconteçam nos Estados Unidos, o que é o caso da companhia dos Batista.

A JBS vale R$ 98,7 bilhões na B3. A ação sobe 101% nos últimos doze meses.

Fonte: Brazil Journal


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Comércio, Comércio Exterior, Negócios

Corredor Bioceânico pode dobrar a corrente de comércio entre Brasil e Chile, afirma Simone Tebet

Projeto de infra que ligará sul do Brasil ao norte do Chile será fundamental para relações bilaterais e acesso a mercados do Pacífico. Ministra e presidente chileno, Gabriel Boric, discutiram iniciativa nesta quarta (23/4)

O Corredor Bioceânico, projeto que conectará o sul do Brasil ao norte do Chile por uma estrada de mais de 2,4 mil quilômetros, pode dobrar a corrente de comércio entre os países, de acordo com a ministra de Planejamento e Orçamento brasileira, Simone Tebet.

Durante mesa redonda sobre o corredor na Confederação Nacional da indústria (CNI), nesta quarta-feira (23/4), a representante do governo brasileiro e o presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmaram que a iniciativa é prioridade e contribuirá para a redução de custos e maior integração entre os países.

A ministra Simone Tebet falou sobre os esforços do governo brasileiro para avançar com o projeto do Corredor Bioceânico, que há anos está em discussão e precisava de atenção.


“Vejo o quanto estamos de costas para a América do sul e vice-versa, e com isso temos condições de dobrar as importações e exportações. É uma pena estarmos tão atrasados nas rotas de integração, mas agora estaremos definitivamente integrados”, afirmou.


De acordo com Tebet, o projeto de integração já dá sinais de eficácia e sua conclusão promoverá mudanças significativas nas rotas de comércio, com expectativa de dobrar a corrente de comércio entre Brasil e Chile.

A ministra lembrou que o ponto pendente para a rota estratégica em construção, a Ponte da Bioceânica que liga Porto Murtinho, no Brasil, a Carmelo Peralta, no Paraguai, está quase 70% concluída e deve ser inaugurada em maio de 2026.

Já o chefe de Estado chileno ressaltou que o projeto não é de uma região ou país em particular, mas uma iniciativa estratégica para redução significativa do tempo de transporte de cargas dos trens do interior do Brasil e do Paraguai até os mercados da Ásia-Pacífico.

“Em vez de atravessar o Canal do Panamá, que sabemos estar com congestionamentos importantes — também devido à crise climática e à falta de água — vamos criar uma rota. E o que isso vai provocar? Vamos conectar o Pantanal com o deserto do Atacama, dois ecossistemas únicos no planeta. Isso não é só comércio”, explicou.

Boric afirmou o Chile vai responder o momento de instabilidade geopolítica global com mais integração.


“Vamos continuar avançando, conversando, vamos fazer isso nos integrando regionalmente, na nossa América do Sul, com as nossas regiões. Por isso, precisamos continuar trabalhando firmemente para facilitar os processos aduaneiros, promover investimentos cruzados e melhorar a logística em toda a cadeia”, disse Boric.


Para a indústria brasileira, corredor trará competitividade e desenvolvimento

Na abertura do encontro, o superintendente de Relações Internacionais da CNI, Frederico Lamego, reforçou o a relevância do Corredor Bioceânico para a indústria e citou os benefícios significativos que a iniciativa promoverá para o setor, como aumento de competitividade, redução de custos logísticos, diversificação de rotas de exportação e promoção do desenvolvimento econômico e integração regional.

“A união de esforços do setor produtivo e do poder público é essencial para a integração logística e econômica da América Latina. Estamos certos de que o Corredor Bioceânico será concluído e abrirá muitas oportunidades para as nossas empresas”, comemorou Lamego.

Confira os principais benefícios do projeto para a indústria brasileira:

  • Redução de custos logísticos: um dos principais gargalos para a indústria brasileira é o alto custo de transporte. O Corredor Bioceânico promete reduzir significativamente as distâncias e os tempos de viagem para alcançar os mercados do Pacífico, especialmente a Ásia, que são grandes consumidores de produtos brasileiros. Distâncias menores diminuem o consumo de combustível, os gastos com pedágios e outros custos operacionais;
  • Aumento da competitividade: ao diminuir os custos logísticos, o Corredor torna os produtos industriais brasileiros mais acessíveis e com preços mais competitivos nos mercados do Pacífico. Isso pode abrir novas oportunidades de exportação para diversos setores da indústria de transformação, que representam uma parcela significativa das vendas do Brasil para o Chile;
  • Diversificação das rotas de exportação: atualmente, grande parte das exportações brasileiras para a Ásia depende de percursos marítimos longos pelo Oceano Atlântico, passando pelo sul da África ou pelo Canal do Panamá. O Corredor Bioceânico oferece uma alternativa mais direta e rápida, diversificando as opções logísticas e reduzindo a dependência de caminhos tradicionais que podem estar sujeitas a congestionamentos ou instabilidades geopolíticas;
  • Integração regional e novos mercados: além de facilitar o acesso ao Pacífico, o corredor fortalece a integração econômica do Brasil com países vizinhos, como Paraguai, Argentina e Chile. Isso deve estimular o comércio bilateral e multilateral, criando possibilidades de negócios e oportunidades para o desenvolvimento de cadeias regionais de valor;
  • Desenvolvimento da infraestrutura: o Corredor Bioceânico impulsiona investimentos em infraestrutura ao longo de seu trajeto, incluindo a construção e a melhoria de estradas, pontes, portos secos e outras instalações logísticas, beneficiando as empresas exportadoras, e indústrias e comunidades localizadas nas áreas próximas;
  • Criação de empregos e renda: o dinamismo econômico promovido pelo Corredor na indústria e nos setores de transporte e logística deve criar empregos e aumentar a renda nas regiões envolvidas pelo projeto;
  • Alinhamento com a estratégia de comércio exterior: o apoio ao Corredor Bioceânico está alinhado com a estratégia da CNI de promover a internacionalização da indústria brasileira e a expansão das nossas exportações para mercados dinâmicos e em crescimento, como os asiáticos.

Mesa redonda faz parte do Fórum Empresarial Brasil-Chile

A mesa redonda sobre oportunidades de negócios e investimentos do Corredor Bioceânico é uma iniciativa dos governos brasileiro e chileno, com apoio da CNI e da Sociedad de Fomento Fabril (Sofofa). O encontro faz parte do Fórum Empresarial Brasil-Chile, que reúne desde a terça-feira (22) empresários e representantes brasileiros e chilenos para discutir prioridades do setor.

Chile é um dos principais parceiros comerciais do Brasil

O Brasil e Chile são parceiros econômicos estratégicos na América Latina e têm relação comercial sólida e em expansão: enquanto o Brasil é o principal destino das exportações chilenas na região, o Chile é o terceiro maior mercado para os produtos brasileiros. Ao longo das últimas décadas, os países aprofundaram seus vínculos por meio da modernização de acordos comerciais, criando uma base robusta para a integração econômica.

O Chile é o 7º maior parceiro comercial do Brasil e representa 2,1% da corrente de comércio brasileira. Em 2024, o intercâmbio comercial entre os dois países somou US$ 11,7 bilhões, sendo US$ 6,7 bilhões em exportações brasileiras para o Chile e US$ 5 bilhões em importações. A indústria da transformação tem papel relevante: na última década, o setor produtivo representou 69,8% das exportações do Brasil para o Chile e 64,8% das importações brasileiras de produtos chilenos. Os dados são de um levantamento feito pela CNI com base em estatísticas do Comex Stat.

Fonte: Portal da Indústria


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Comércio, Finanças, Internacional, Logística, Mercado Internacional, Negócios

Dólar hoje cai enquanto traders ponderam sobre política comercial dos EUA

Investidores operavam em meio à contínua incerteza sobre a política comercial dos Estados Unidos

O dólar à vista operava em baixa ante o real nas primeiras negociações desta quinta-feira (24), ampliando as perdas da véspera, à medida que os investidores operavam em meio à contínua incerteza sobre a política comercial dos Estados Unidos, marcado por ameaças e recuos constantes do presidente Donald Trump.

Qual é a cotação do dólar hoje?

Às 10h35, o dólar à vista caía 0,90%, a R$ 5,666 na compra e R$ 5,667 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento DOLc1 tinha baixa de 0,67%, a 5.671 pontos.

Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em leve baixa de 0,17%, a R$ 5,7177.

Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,685
  • Venda: R$ 5,685

Dólar turismo

  • Compra: R$ 5,753
  • Venda: R$ 5,933

O que aconteceu com dólar hoje?

A moeda americana caía em mais um dia de aversão dos mercados globais ao dólar, uma vez que persistem incertezas sobre os planos tarifários de Trump, gerando perda de credibilidade nos anúncios do governo norte-americano sobre as taxas de importação.

Na véspera, o sentimento entre os agentes financeiros era de alívio, após Trump e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, terem dito na terça que os EUA podiam entrar em negociações comerciais com a China, o que reduziria as altas tarifas impostas sobre o país asiático.

Bessent disse na quarta, por outro lado, que, apesar da situação tarifária com a China ser “insustentável”, não haverá uma redução unilateral das taxas comerciais para provocar o início de negociações.

Já o Ministério do Comércio chinês afirmou nesta quinta que os EUA deveriam suspender todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China se “realmente” quiser resolver a questão comercial.

Em meio ao vai e vem da política tarifária, investidores optavam por vender o dólar e buscar outras moedas neste pregão, movimento que beneficiava o real.

“A China afirmou que só aceitará negociar se todas as tarifas forem retiradas, o que voltou a esfriar o otimismo em torno de um possível acordo. Bessent reforçou que Trump não chegou a propor uma retirada unilateral das tarifas, adicionando incertezas ao cenário”, disse Bruno Botelho, especialista em câmbio da One Investimentos.

“O dólar recua no exterior, refletindo uma leve recuperação das principais moedas globais e alguma demanda por ativos de risco. Essa fraqueza do dólar lá fora contribui para o movimento de queda no câmbio local”, completou.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,36%, a 99,427.

Os agentes financeiros ainda seguem preocupados com os recentes ataques de Trump ao chair do Federal Reserve, Jerome Powell, temendo pela independência do banco central dos EUA.

Na cena doméstica, as atenções dos investidores estarão voltadas a comentários de diretores do Banco Central em uma série de eventos separados ao longo do dia.

Pela manhã, os diretores do BC Renato Gomes, de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, e Gilneu Vivan, de Regulação, apresentarão, em entrevista coletiva, a lista de prioridade regulatórias do autarquia para 2025 e 2026, às 10h.

Mais tarde, será a vez dos diretores Diogo Guillen, de Política Econômica, e Paulo Picchetti, de Assuntos Internacionais, participarem de eventos separados em Washington, às margens das reuniões de primavera do Banco Mundial e do FMI.

Fonte: InfoMoney


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Comércio, Logística, Negócios

TCU vê fragilidades na distribuição de royalties de petróleo e cobra ajustes da ANP

A análise foi motivada por uma representação da área técnica do TCU com base em auditorias

O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou fragilidades operacionais na forma como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza os cálculos e a distribuição dos royalties e participações especiais pagos a entes públicos pela exploração de petróleo e gás natural. A análise foi motivada por uma representação da área técnica do TCU com base em auditorias.

Entre os principais problemas constatados estão a alta dependência de processos manuais, a baixa automação dos sistemas, e a elevada exposição a erros humanos – fatores que, na avaliação do TCU, comprometem a confiabilidade, rastreabilidade e transparência dos valores repassados. Em inspeção realizada na sede da ANP, os técnicos da Corte de Contas acompanharam as rotinas de cálculo.

Os royalties correspondem a uma compensação financeira paga pelas empresas produtoras de petróleo e gás natural à União, aos Estados, ao Distrito Federal e a parte dos municípios. Trata-se de uma forma de remunerar a sociedade pela exploração dos recursos naturais não renováveis. A cobrança incide sobre o valor da produção e é recolhida mensalmente. As participações especiais são compensações extraordinárias trimestrais para campos de grande volume e ou rentabilidade.

Em 2024, os repasses de royalties e participações especiais somaram R$ 58,22 bilhões. Para 2025, a ANP projeta uma arrecadação de R$ 68 bilhões. A distribuição desses valores segue critérios definidos em legislações específicas: a Lei nº 7.990/1989 e o Decreto nº 1/1991 regulam a divisão da parcela de 5% dos royalties; já a Lei nº 9.478/1997 e o Decreto nº 2.705/1998 tratam da repartição dos porcentuais que excedem esse valor.

A Corte de Contas diz haver dificuldade da ANP em lidar com o crescente volume de decisões judiciais que interferem na metodologia de distribuição. No relatório, o TCU diz que as ações aumentam a complexidade do processo e, em alguns casos, resultam em decisões de difícil execução – como parcelas a serem descontadas de municípios que não recebem mais royalties ou estão protegidos por liminares.

Para mitigar os riscos apontados, o TCU recomendou uma série de medidas. Entre as principais recomendações está a implantação de uma ferramenta informatizada para substituir o uso de planilhas eletrônicas nos cálculos dos repasses. O Tribunal também orientou que todas as informações utilizadas no processo passem a ser armazenadas em banco de dados, com critérios que assegurem rastreabilidade e confiabilidade.

O TCU recomendou ainda a conexão entre os sistemas da ANP e da Receita Federal, para automatizar o compartilhamento de dados sobre o pagamento de royalties e participações especiais, organizando-os por empresa e em formato estruturado. A Agência também deverá trabalhar em conjunto com o Banco do Brasil para aprimorar a identificação das parcelas enviadas aos beneficiários.

Fonte: InfoMoney

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Comércio, Greve, Logística

União da categoria é imperiosa para resultado da greve

Não interessa a ninguém comprometido com o resultado positivo das negociações pelo reajuste do vencimento básico ações e movimentos que possam desunir a categoria e, consequentemente, enfraquecer publicamente a mobilização. É da união em torno dos nossos princípios coletivos que resulta a nossa força. Por isso, é preciso estar atento a notícias precipitadas e avaliar bem quais seriam seus propósitos.

Nos últimos dias, dois tipos de informações relacionadas à greve provocaram ruídos entre nossa categoria, e é muito importante que sejam esclarecidos. De um lado, há a informação de que estariam circulando, no âmbito do governo federal, do Ministério da Fazenda e do Ministério da Gestão e da Inovação propostas que seriam apresentadas aos Auditores-Fiscais para a negociação do reajuste no vencimento básico. De outro, uma exposição pública, via imprensa, de decisão equivocadamente atribuída à categoria sobre pauta que ainda não foi deliberada em Assembleia Nacional.

É imperioso que a categoria se mantenha unida e mantenha, assim, a força da mobilização pelo reajuste do vencimento básico. Estamos às vésperas de completar cinco meses de greve intensa por todo o país, em todas as áreas e setores da Receita. A união de todos em torno do mesmo objetivo, Auditoras e Auditores-Fiscais, ativos e aposentados, é o mais importante neste momento. Por isso, é necessário organizar as informações que têm circulado recentemente e que dizem respeito ao nosso movimento.

A Direção Nacional não recebeu, até o momento, nenhuma formalização a respeito de qualquer proposta e só o fará juntamente às demais instâncias – Comando Nacional de Mobilização e Mesa Diretora do CDS. No entanto, é de conhecimento de todos que há um impasse dentro do governo federal e entre os ministérios a respeito da solução para o reajuste do vencimento básico dos Auditores-Fiscais. Como parte de todo o processo de negociação, sabe-se que, no âmbito do governo, propostas estão sendo e serão avaliadas até que os ministérios possam decidir qual será a proposição de consenso a ser apresentada e discutida com a categoria.

Este impasse ficou claro em reunião realizada entre Sindifisco Nacional, Ministério da Fazenda e Secretaria da Receita Federal no dia 15 de abril. Durante a reunião, o secretário Robinson Barreirinhas e o secretário-executivo, Dario Durigan, reafirmaram o compromisso com a categoria para a solução da greve e informaram que, no entanto, há resistências ao avanço do diálogo no MGI.

A reunião com o secretário-executivo Durigan, a primeira realizada entre sindicato e Ministério da Fazenda, e o secretário Barreirinhas, ocorreu durante o ato público que reuniu cerca de 450 Auditores-Fiscais em frente ao ministério, em Brasília. Na semana anterior, no dia 10, durante reunião do Conselho dos Delegados Sindicais, os delegados aprovaram a submissão à categoria de moção de desconfiança ao secretário da Receita, via Assembleia Nacional.

Menos de uma semana depois, no dia 18 de abril, um feriado, a proposta da moção, aprovada no âmbito de uma instância da categoria e ainda não deliberada pelo conjunto dos Auditores-Fiscais, chegava à imprensa nacional em matéria intitulada “Auditores fiscais aprovam moção de desconfiança e cobram demissão de secretário da Receita”.

É preciso registrar que a categoria não deliberou pela moção de desconfiança ao secretário. Sobretudo registrar que a proposta de moção aprovada pelos delegados sindicais também, em nenhum momento, discutiu o pedido de “demissão” do secretário da Receita.

A Direção Nacional, seguindo determinação do Estatuto do sindicato, só pode dar prosseguimento às deliberações do CDS após o recebimento da ata da reunião, o que ocorreu só na tarde desta terça-feira (22). A partir de agora, a Assembleia será convocada, de acordo com os ritos estatutários, e os Auditores-Fiscais poderão deliberar sobre o indicativo.

Não há nada que prejudique mais a nossa categoria do que o trabalho deliberado pela nossa desunião. É sabido que apenas com muita pressão vamos conseguir demover as resistências, onde quer que elas estejam. A mobilização é o nosso instrumento de luta e de pressão importante, que nos permite avançar as articulações, por dentro do governo e do Parlamento, para a solução dos nossos pleitos. Só que a mobilização é de todos, e as decisões e deliberações precisam, mais do que nunca, seguir o que diz o Estatuto do Sindifisco Nacional. A Assembleia é soberana, e apenas seu resultado pode traduzir o que diz o coletivo dos Auditores. E, segundo a Assembleia, a luta da categoria é por justiça, isonomia e equidade em relação às outras carreiras do serviço público.

Fonte: Sindifisco Nacional

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Comércio, Greve, Logística

Greve: Comando, Direção Nacional e Mesa do CDS retomam reuniões setoriais

O Comando Nacional de Mobilização (CNM), a Direção Nacional e a Mesa Diretora do Conselho de Delegados Sindicais (CDS) retomaram, nesta terça e quarta-feira (22 e 23), as reuniões com Auditores e Auditoras-Fiscais de diversos setores da Receita Federal com o objetivo de avaliar a greve da categoria e propor novas ações de mobilização. Ao todo, foram realizadas quatro reuniões com cerca de 400 participantes, entre Auditores da Malha Fiscal, da Fiscalização, delegados e adjuntos e chefes de equipe.

Em todas as reuniões, os Auditores foram chamados a reforçar a participação na greve para intensificar o movimento e forçar o governo a acabar com os entraves que impedem a concessão do reajuste do vencimento básico. “O governo não está completamente alinhado sobre como tratar a greve. Há um impasse colocado na mesa. Precisamos continuar mobilizados. Vamos conseguir um resultado positivo, mas, para isso, não podemos recuar. O acirramento da pressão é a condição para acelerar esse processo”, afirmou o presidente do Sindifisco Nacional, Auditor-Fiscal Dão Real.

Durante as reuniões, os participantes também foram chamados a incentivar outros Auditores a aderir à greve que já dura 148 dias. Segundo informações repassadas pelo CNM, cerca de 1.500 Auditores pediram, no mês de março, ressarcimento dos dias descontados por causa da greve. Vale lembrar que os Auditores que atuam na Aduana não são atingidos pelo corte de ponto, já que participam da operação-padrão e produzem um efeito significativo de pressão sobre o governo.

Assim como ocorreu em fevereiro deste ano, quando delegados e delegados adjuntos de quase todos os estados do país decidiram, de forma inédita, fazer um dia de greve com marcação expressa na folha de ponto, um dos resultados da reunião desta quarta-feira com os delegados foi a proposta de realizar dois dias de greve na próxima semana. A intenção é também solicitar uma audiência com o Ministério da Fazenda, para que uma comissão de delegados exponha os impactos da greve e transmita diretamente aos representantes do governo a indignação da categoria. Uma nova reunião para deliberar sobre essa proposta foi marcada para esta sexta-feira (25).

Na reunião com os Auditores em cargo de chefia, os participantes reiteraram a disposição em manter a greve até que o governo faça uma proposta justa acerca do reajuste do vencimento básico. No encontro com as equipes da Fiscalização, os Auditores pontuaram a necessidade de a Administração da Receita dispensar da função gratificada os Auditores que aderiram à greve e excluí-los como responsáveis nos Procedimentos Financeiros Fiscais.

Fonte: Sindifisco Nacional

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Evento, Logística, Portos

APS apresenta os portos de Santos e Itajaí na principal feira de logística da América Latina

A Autoridade Portuária de Santos (APS) participa, nestes dias 22,23 e 24 de abril, da 29ª Intermodal South America, considerada a maior feira de logística da América Latina. O evento ocorre no recinto de exposições Distrito Anhembi, na zona norte da capital paulista.

A APS conta com o estande do Porto de Santos e, com a administração assumida este ano, também no espaço está representado o Porto de Itajaí. Os diretores da APS Beto Mendes (Operações), Gustavo Salvador Pereira (Desenvolvimento de Negócios e Regulação), Júlio Cezar Alves de Oliveira (Administração e Finanças) e Orlando Razões (Infraestrutura), bem como o Superintendente do Porto de Itajaí, João Paulo Tavares Bastos, atendem diversas reuniões no estande, com representantes de operadores portuários e outros portos do Brasil e do mundo no local. O presidente da APS, Anderson Pomini, não participa da feira, pois está em viagem pela Europa com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, apresentando a investidores o projeto do Túnel Santos-Guarujá.

O estande dos Portos de Santos e Itajaí está na rua D, no número 050. A Intermodal South America abre para visitação das 13h às 21h e a entrada é gratuita.

O Distrito Anhembi fica na Av. Olavo Fontoura, 1.209 – Santana, São Paulo – SP, com translado gratuito para a feira desde o terminal rodoviário Tietê. Mais informações no site https://www.intermodal.com.br/pt/home.html.

Fonte: Datamar News

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Comércio, Logística, Negócios, Portos

Porto do Açu e Repsol Sinopec Brasil assinam acordo para estudo de descarbonização do setor marítimo-portuário

O Porto do Açu e a Repsol Sinopec Brasil firmaram um acordo para o desenvolvimento de estudos técnicos de combinação da tecnologia de captura de dióxido de carbono (CO2) diretamente do ar com a tecnologia de conversão deste CO2 capturado em combustível de menor pegada de carbono para embarcações e aviação, duas tecnologias que estão em desenvolvimento pela RSB.

O projeto tem o objetivo de estabelecer um ciclo que não apenas mitiga as emissões de CO2, mas também transforma esse gás em combustível renovável, um recurso essencial para operações portuárias. O Porto do Açu recebeu mais de 7.000 embarcações apenas em 2024, o que o torna o local ideal para o desenvolvimento dessa tecnologia.

A parceria tem foco pioneiro em soluções de descarbonização para os setores marítimo-portuário e aviação, que enfrentam desafios cada vez maiores para atingir suas metas de sustentabilidade. A expectativa é que a planta piloto tenha capacidade para capturar 5.000 toneladas de CO2 por ano, produzindo cerca de 300 litros de combustível sustentável por dia, que pode ser diretamente testado e validado nas embarcações de apoio.

O projeto foi uma das 43 propostas selecionadas em uma chamada pública FINEP-BNDES para desenvolvimento e implantação de unidades de produção de combustível de aviação sustentável (SAF) e combustíveis para navegação, de um total de 76 inscrições.

A iniciativa integra o portfólio de inovação do Porto do Açu, liderado pelo Cais Açu Lab, que visa se consolidar como um hub estratégico de soluções energéticas e sustentáveis e conta com a experiência dos projetos DAC SI e CO2CHEM, capitaneados pela Repsol Sinopec. O DAC SI é desenvolvido em parceria com a PUCRS e comissionou em 2024 uma unidade DAC (Direct Air Capture) com potencial de captura de 300 toneladas de CO2 direto do ar por ano. Já o projeto CO2CHEM, tem a Hytron, a USP e o SENAI Cetiqt como parceiros, para o desenvolvimento de uma planta piloto de produção de combustíveis renováveis a partir do CO2.

O acordo firmado entre as duas empresas inclui um MoU (Memorandum of Understanding), garantindo o alinhamento das expectativas entre as partes para desenvolvimento desta nova solução tecnológica. “Este é um marco para a indústria brasileira e global, pois representa um avanço significativo na captura de CO2 e na utilização dessa tecnologia para a produção de combustíveis. Nosso objetivo é acelerar a transição energética e contribuir para o alcance das metas climáticas, destacando o protagonismo da Repsol Sinopec e do Porto do Açu, através da utilização da inovação como ferramenta para impulsionar o desenvolvimento de tecnologias que realmente façam a diferença”, disse Eugenio Figueredo, CEO do Porto do Açu.

Alejandro Ponce, CEO da Repsol Sinopec Brasil, reforça a importância da parceria. “Acreditamos que a colaboração é essencial para a inovação. E essa parceria representa um avanço significativo para as tecnologias que estamos desenvolvendo na Repsol Sinopec Brasil com objetivo de contribuir para a descarbonização da economia, alinhados à ambição global do Grupo Repsol de atingir emissões líquidas zero até 2050. Investir em parcerias, como essa com o Porto do Açu, é a chave para impulsionarmos uma transição energética justa”.

A parceria entre o Porto do Açu e a Repsol Sinopec destaca-se pelo potencial para promover avanços significativos no campo da descarbonização e da transição energética através da pesquisa e desenvolvimento com aplicação em ambiente real.

Fonte: Datamar News

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Comércio, Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional, Notícias, Tributação

Impulso para acabar com a dupla tributação renova negociações do tratado entre Brasil e Alemanha

Décadas após o colapso do pacto devido a disputas fiscais importantes, mudanças nas políticas e nos interesses econômicos reavivam os esforços para restaurar a segurança jurídica e impulsionar os investimentos bilaterais.

Mudanças na política tributária sob o governo do presidente Lula e uma mudança na abordagem do Brasil em relação a acordos fiscais internacionais criaram o que tanto o setor privado quanto autoridades governamentais consideram um ambiente favorável para a renovação de um tratado fiscal entre Brasil e Alemanha para eliminar a dupla tributação.

Os dois países mantiveram um tratado fiscal desde a década de 1970 até 2005. A Alemanha se retirou do acordo devido a divergências sobre regras de preços de transferência, cláusulas de “crédito presumido de imposto” (conhecidas como “tax sparing”) e a tributação de serviços técnicos, particularmente relacionados a royalties.

Duas décadas depois, o interesse renovado em um novo tratado entre as 1.600 empresas alemãs que operam no Brasil — responsáveis por até 10% do PIB industrial do país — está ganhando força. Isso ocorre enquanto a política tarifária do então presidente dos EUA, Donald Trump, sinaliza uma possível reestruturação das relações comerciais globais.

Outros fatores que moldam o contexto incluem a ratificação pendente do acordo União Europeia-Mercosul e o papel crescente da China no setor automotivo brasileiro, uma área-chave para os investimentos alemães.

Um estudo da consultoria Tendências, encomendado pela Câmara Brasil-Alemanha de Comércio e Indústria de São Paulo, buscou quantificar os possíveis benefícios econômicos de um novo acordo bilateral para evitar a dupla tributação.

Projeções econômicas

O estudo indica que tal acordo poderia impulsionar significativamente o investimento estrangeiro direto (IED) e melhorar a balança comercial do Brasil. Entre 2010 e o presente, o IED de países com tratados de dupla tributação (DTTs) foi 40% maior do que o de países sem esses acordos, com base em uma amostra de 39 países e um estoque de referência de US$ 13,2 bilhões.

Em termos de comércio, as exportações brasileiras poderiam ter aumentado 19% e as importações 14% entre 1997 e 2023, se o tratado com a Alemanha tivesse permanecido em vigor. O tratado original expirou em janeiro de 2006.

“A modelagem econométrica que aplicamos mostra que, quanto mais tempo um DTT permanece em vigor, maior é seu impacto econômico. Um acordo de curta duração — digamos cinco anos — teria efeitos limitados. A estabilidade regulatória é crucial para os resultados econômicos”, disse Alessandra Ribeiro, sócia e diretora de macroeconomia e análise setorial da Tendências.

Parceria estratégica

A Alemanha é o principal parceiro comercial do Brasil na Europa e o quarto maior no mundo. Em 2024, o comércio bilateral chegou a US$ 19,5 bilhões, com exportações brasileiras totalizando US$ 5,8 bilhões e importações US$ 13,7 bilhões, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, indicou que o tema está em discussão ativa dentro do governo. Especialistas próximos ao ministério acreditam que os pontos controversos que levaram ao fim do tratado em 2005 agora são “negociáveis”.

O advogado tributarista Ricardo Galendi Júnior, do escritório Lacaz Martins, Pereira Neto, Gurevich e Schoueri, observou que conversas sobre um novo tratado ressurgem periodicamente, mas recentemente percebeu um aumento no interesse de clientes do setor privado. Ele atribui isso a uma postura mais flexível do Brasil em relação a acordos tributários.

O tratado original foi assinado em 1975, durante o que Galendi chama de “fase formativa” do Brasil na construção de uma rede de acordos fiscais internacionais. Esses tratados definem qual país tem o direito de tributar a renda transnacional, exigindo concessões mútuas.

Modelos da OCDE vs. ONU

Galendi destacou que o primeiro modelo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da década de 1960, favorecia países exportadores de capital — geralmente permitindo que o país de residência (normalmente o país-sede das multinacionais) tributasse royalties, dividendos e juros.

Nos anos 1970, o Brasil adotou uma postura mais assertiva, promovendo um modelo que acabou influenciando a ONU a criar sua própria versão em 1980. O modelo da ONU concede mais direitos de tributação ao país de origem — neste caso, o Brasil, ao receber investimentos de empresas alemãs.

“Isso permitiu que o Brasil negociasse um acordo com a Alemanha que favorecia fortemente os direitos de tributação brasileiros. Na época, o Brasil era amplamente visto como um país em desenvolvimento, o que ajudou a justificar os termos”, disse Galendi. “Por volta dos anos 2000, no entanto, o status do Brasil como país de renda média levou a Alemanha a reconsiderar o que via como concessões unilaterais.”

Uma das principais preocupações da Alemanha era o regime brasileiro de preços de transferência, que na época usava margens de lucro fixas, muitas vezes sem justificativa econômica. Esse problema foi resolvido por meio da Lei nº 14.596 de 2023, que alinhou as regras brasileiras aos padrões da OCDE.

As cláusulas de “tax sparing” no antigo acordo também eram um ponto importante de discórdia para a Alemanha. Essas cláusulas exigiam que a Alemanha concedesse um crédito por impostos não pagos no Brasil — condição que também impediu o Brasil de assinar um DTT com os Estados Unidos.

Tratados recentes, no entanto, já não incluem essas cláusulas, indicando uma maior flexibilidade do Brasil.

Quanto aos serviços técnicos, o Brasil tradicionalmente tratava pagamentos de royalties como “outros rendimentos”, sujeitos a um imposto de retenção de 15%. A Alemanha argumentava que esses valores deveriam ser classificados como lucros empresariais, tributados com base no lucro líquido, não bruto.

Galendi observou que o Brasil agora negocia cláusulas específicas para esses serviços com base no modelo da ONU, permitindo a tributação no país de origem enquanto esclarece incertezas jurídicas.

“A posição do Brasil sobre a tributação de serviços na fonte é heterodoxa, mas não absurda. É uma abordagem tradicional entre os países latino-americanos”, disse Galendi. “Embora a Alemanha, como membro da OCDE, busque certos padrões, o clima geral é muito mais favorável do que em 2005.”

Segundo fontes técnicas do Ministério, as principais barreiras que levaram ao cancelamento do tratado anterior podem ser resolvidas. “O Brasil talvez não abra mão de tributar serviços por completo, mas os temas estão abertos à negociação”, disse uma delas.

Autoridades veem um novo acordo como meio de aumentar a segurança jurídica nas relações comerciais bilaterais, atrair investimentos e exportações e promover a transferência de tecnologia.

Interesses compartilhados

Líderes empresariais alemães acreditam que Brasil e Alemanha compartilham interesses estratégicos em várias áreas — especialmente tecnologia, inovação, sustentabilidade e combustíveis verdes.

Indústrias globais estão passando por transformação digital, com tecnologias avançadas como inteligência artificial ganhando espaço. Enquanto a Alemanha já está inserida nesse ecossistema, o Brasil precisa importar essas tecnologias para modernizar suas indústrias.

“Sem um tratado fiscal bilateral, importar essa tecnologia é extremamente caro”, disse Sheila Pieroni, gerente de relações governamentais da empresa alemã de engenharia e tecnologia Bosch.

Ainda assim, o Brasil tem seus próprios pontos fortes. “A qualidade do talento brasileiro torna o país competitivo em tecnologia”, disse Afonso Lamounier, diretor de relações governamentais da empresa alemã de software SAP. A empresa opera 18 centros de inovação ao redor do mundo, incluindo um em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, que emprega 2 mil pessoas no desenvolvimento e suporte de soluções globais de software. “Acabar com a dupla tributação certamente atrairia mais investimentos”, afirmou Lamounier.

Os custos de energia da Alemanha dispararam desde que a guerra na Ucrânia interrompeu seu fornecimento de gás da Rússia. O governo acelerou seus planos de energia renovável para sustentar sua base industrial. Nesse contexto, o Brasil é visto como fornecedor estratégico de longo prazo de energia limpa e escalável.

“Há um forte potencial de negócios com o Brasil. Estamos interessados em hidrogênio verde, tecnologias e minerais críticos”, disse Jochen Köckler, presidente da Deutsche Messe AG, organizadora da Hannover Messe — a maior feira mundial de tecnologia industrial, realizada este mês na Alemanha com mais de 4 mil expositores e 300 startups.

O Brasil será o país parceiro da edição de 2026. “Escolhemos o Brasil por seu potencial estratégico de longo prazo, especialmente no cenário geopolítico atual. A Europa e a Alemanha precisam diversificar suas parcerias comerciais. Essa é uma lição fundamental”, disse Köckler. “Esperamos que o presidente Lula participe do evento no próximo ano.”

Para o Brasil, a feira é uma oportunidade de apresentar sua política “Nova Indústria Brasil”. “É o momento ideal e uma plataforma global. Planejamos levar mais de 200 empresas brasileiras, 100 startups e universidades para apresentar tecnologias inovadoras em agronegócio, energia — biocombustíveis, solar, hidrogênio verde —, minerais críticos e data centers”, disse o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.

A transição energética e a transformação tecnológica são ambos temas centrais para o Brasil, segundo Frederico Lamego, chefe de assuntos internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Esperamos revitalizar as relações estratégicas entre Brasil e Alemanha. A dupla tributação e outras questões estarão em pauta em junho, durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha na Bahia”, afirmou.

Fonte: Valor International



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