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Negócios

Brasil impulsiona sua liderança no setor offshore com US$ 316 milhões em negócios na OTC 2025

Empresas brasileiras reforçaram a competitividade do país na cadeia global de petróleo e gás.

Apoiadas pelo projeto Brazil Machinery Solutions, 31 empresas brasileiras participaram da OTC 2025, o maior evento mundial do setor offshore, e geraram negócios no valor de 316 milhões de dólares, incluindo acordos fechados e estimativas para os próximos 12 meses.

A Offshore Technology Conference (OTC), realizada de 5 a 8 de maio em Houston, nos Estados Unidos, consolidou-se mais uma vez como o principal ponto de encontro global para o setor de petróleo e gás, e foi palco do fortalecimento da indústria brasileira no cenário internacional. As 31 empresas que viajaram ao Texas representaram uma amostra do dinamismo e da diversidade da cadeia de valor do petróleo e gás do Brasil.

A participação foi possível graças ao projeto Brazil Machinery Solutions (BMS), uma iniciativa conjunta da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). As empresas participantes incluíram Açoforja, Altave, Altus, Cladtek, Cognittiv, Conexled, CSL Ropes, Delp, DLC, Engemasa, Flexprin Marine, Gascat, Gavea Group, HBR, Inovaren Partners, L.C.D. Engenharia, Maxepoxy, MB Group, MI Electric Brasil, MRM Logistics, Natec, Neptune Marine, Qualitech, Shape Digital, Supplylog, TechnoFink, Technomar, TGS, The Insight, Vanasa Multigas e WEB Nordeste.

Participação estratégica
O pavilhão brasileiro atraiu visitantes de 30 países, entre eles Estados Unidos, Nigéria, Argentina, Arábia Saudita e Países Baixos. “Essa participação marca um momento estratégico para a indústria brasileira e um projeto sem precedentes para o nosso setor”, afirmou Patrícia Gomes, Diretora Executiva de Mercados Externos da ABIMAQ.

“Estar presente em um dos maiores palcos mundiais da tecnologia offshore é ao mesmo tempo um desafio e uma grande oportunidade de posicionamento internacional”, destacou. “A feira é reconhecida mundialmente como um dos principais pontos de encontro do setor de óleo e gás – mais do que os Estados Unidos, há atores do mundo todo atentos às inovações e soluções apresentadas no evento”, acrescentou.

“Levamos uma amostra representativa e interessante de empresas para representar o nosso país — desde fabricantes de máquinas e equipamentos, prestadores de serviços de engenharia e logística, até empresas que desenvolvem software e inteligência artificial para o setor — o que demonstra a força e diversidade de toda a nossa cadeia de petróleo e gás”, ressaltou Gomes.

Além disso, ela destacou que esse passo “reforça nosso compromisso de apresentar soluções cada vez mais integradas e alinhadas com as transformações globais do setor. E, mais do que nunca, queremos evidenciar o papel que a indústria brasileira pode desempenhar na transição energética. Acreditamos que o setor de petróleo e gás tem um papel importante a cumprir, especialmente quando guiado por práticas ESG responsáveis e pela inovação sustentável”.

Crescimento das exportações
As empresas presentes na OTC 2025 fazem parte de um mercado que, em 2024, já havia registrado exportações de 920 milhões de dólares — um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Estados Unidos (18,3%), Catar (14,9%) e Arábia Saudita (12,5%), além de outros 47 países, foram os principais destinos desses produtos.

Entre os produtos mais exportados pelo Brasil, destacaram-se os tubos de aço ligado sem revestimento nem solda para revestimento de poços (49%), os tubos soldados longitudinalmente por arco submerso utilizados em oleodutos e gasodutos de grande diâmetro (17%) e outros tubos de aço para poços (14%).

Organizada anualmente desde 1969 em Houston, e realizada também em edições regionais no Brasil e na Ásia, a Offshore Technology Conference é o evento mais influente do setor. Em 2025, a feira reuniu mais de 1.200 expositores, distribuídos em 252 mil metros quadrados, e foi visitada por mais de 30 mil profissionais dos Estados Unidos e de outros 107 países.

O Brasil teve uma das delegações internacionais mais destacadas, com mais de mil participantes e três espaços de exposição: o Pavilhão da ABIMAQ/BMS, um estande da Petrobras e um pavilhão institucional coordenado pela ApexBrasil.

Este último contou com a participação de 11 parceiros estratégicos, incluindo o Conselho de Petróleo e Gás da ABIMAQ, a ABEMI (Associação Brasileira de Engenharia Industrial), o Consulado do Brasil em Houston, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a FIEPA, a FIRJAN, o IBP, a ONIP, o Porto de Suape, a Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA) e o Sebrae-RJ.

Além de ser uma plataforma comercial, a feira ofereceu mais de 450 palestras técnicas, focadas em temas-chave para a inovação e o desenvolvimento sustentável no setor offshore. As discussões abrangeram desde novos processos de exploração e produção em águas profundas até a transformação digital e a integração de critérios ambientais, sociais e de governança (ESG).

Fonte: Ser Industria



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Industria

Indústria brasileira leva propostas para diálogo com a Alemanha

Pautas serão discutidas no Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), nos dias 16 e 17 de junho, na Bahia. Exportações para o mercado alemão caíram e indústria brasileira quer retomar vendas externas

Reposicionar o Brasil no ranking de principais fornecedores da Alemanha é estratégico para o desenvolvimento econômico nacional e está no centro das discussões do Encontro Empresarial Brasil-Alemanha, que acontece nos dias 16 e 17 de junho, no SENAI Cimatec, em Salvador. Para orientar esse esforço, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elaborou um pacote de propostas prioritárias do setor produtivo brasileiro, com foco em inovação, sustentabilidade e investimentos.

O encontro é promovido em parceria com a Federação das Indústrias Alemãs (BDI) e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), como parte da agenda bilateral entre os países, que são parceiros históricos no comércio e na indústria. As propostas foram construídas com diferentes setores para transformar desafios em oportunidades para ambos os lados.

“Este momento é estratégico. Retomar o crescimento das exportações para a Alemanha não é somente uma questão comercial, é uma decisão essencial para o desenvolvimento do Brasil. As oportunidades nesse mercado representam emprego, renda e estímulo à inovação no nosso setor produtivo”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.

1. Ratificação do Acordo Mercosul – União Europeia

A indústria entende que o Acordo de Parceria Mercosul-União Europeia marca um avanço estratégico na integração entre os blocos, criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, abrangendo cerca de 20% da economia global e um mercado de mais de 720 milhões de pessoas. Em um cenário de crescente protecionismo e tensões comerciais internacionais, o acordo garante ao Brasil e aos países do Mercosul acesso preferencial a importantes mercados, fortalecendo sua inserção no comércio internacional e ampliando oportunidades de comércio, investimentos e geração de empregos.

2. Novo acordo para evitar a dupla tributação

A ausência de um acordo vigente desde 2005 causa insegurança jurídica e desestimula investimentos bilaterais. Para a indústria, a retomada das negociações para um novo Acordo para Evitar a Dupla Tributação (ADT), adaptado aos padrões atuais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), vai estimular o ambiente de negócios e a cooperação tecnológica entre os dois países.

3. Cooperação sobre regras ambientais da União Europeia (EUDR e CBAM)

Empresários brasileiros querem debater com a Alemanha o Regulamento Antidesmatamento (EUDR) e o Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM) – que fazem parte do Pacto Ecológico Europeu (Green Deal). A preocupação é que a aplicação unilateral desses pacotes de regras crie barreiras comerciais e prejudique exportadores brasileiros.

4. Integração energética regional com apoio europeu

A proposta é mobilizar recursos do Global Gateway, do Banco Europeu de Investimento e de outras fontes para financiar projetos de interconexão elétrica entre o Brasil e países da América Latina. A medida transformaria o Brasil em uma referência de energia renovável, com benefícios também para empresas alemãs interessadas em infraestrutura verde.

5. Parceria em energia

A indústria defende uma plataforma de cooperação bilateral para projetos de energia renovável e hidrogênio verde. O objetivo é tornar o Brasil fornecedor confiável desses insumos à Alemanha, em um modelo baseado em inovação, certificação ambiental e promoção de valor local.

6. Cooperação em saúde e insumos farmacêuticos

A pandemia expôs a vulnerabilidade das cadeias globais de suprimento na área da saúde, por isso o setor industrial propõe a criação de uma plataforma de inovação para ampliar a produção nacional de vacinas, medicamentos e dispositivos médicos, com transferência de tecnologia e harmonização regulatória com a União Europeia.

7. Digitalização e rastreabilidade de cadeias produtivas

Para garantir acesso aos mercados europeus, a indústria também propõe uma parceria para promover a digitalização, rastreabilidade e sustentabilidade das cadeias produtivas brasileiras, com apoio técnico e financeiro da Alemanha.

8. Cooperação em hidrogênio verde

Outra proposta é a criação de uma plataforma bilateral para desenvolver tecnologias, certificações e rotas de exportação de hidrogênio verde, com projetos-piloto e marcos regulatórios comuns. A CNI considera a medida essencial para a transição energética brasileira e para o cumprimento das metas climáticas alemãs.

9. Agregação de valor nos minerais críticos

O Brasil quer deixar de ser apenas fornecedor de matérias-primas e passar a industrializar seus minerais estratégicos com apoio da tecnologia alemã. A proposta inclui um roteiro de cooperação para agregar valor local, atrair investimentos e garantir certificação ambiental dos processos.

10. Fomento aos biocombustíveis e bioprodutos

A indústria brasileira aposta no uso da biomassa para produzir combustíveis sustentáveis, como o SAF (usado na aviação), e defende a ampliação da cooperação com centros de pesquisa alemães. A meta é tornar o país líder na produção de biocombustíveis de baixo carbono.

11. Capacitação para a indústria verde

Para viabilizar a transição energética e aumentar a produtividade industrial, a CNI propõe criar programas conjuntos de qualificação técnica voltados à economia verde. A iniciativa pretende ampliar a cooperação entre instituições como o SENAI e organizações alemãs, com foco em pequenas e médias empresas.

Parceria para o Encontro Empresarial Brasil-Alemanha

O encontro tem o apoio da Volkswagen Caminhões-Ônibus, Basf, Deutsch-Brasilianische Industrie – und Hendelskammer (Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha), Banco do Nordeste, Governo Federal do Brasil, Governo do Estado da Bahia, BDI – The voice of German Industry, FIEB e CNI.

Evento terá rodada de negócios com compradores internacionais

Em uma parceria dos realizadores do EEBA com a ApexBrasil, acontecerá também nos dias 16 e 17 a Rodada Internacional de Negócios – evento híbrido que já conta com 60 empresas brasileiras inscritas. Os empresários, que participarão presencialmente e virtualmente, integram setores como alimentos e bebidas, cosméticos, energia, farmacêutico, moda e acessórios, construção civil e mineração. Além disso, potenciais compradores internacionais da Alemanha estarão nas agendas de negócios, ampliando as oportunidades de parcerias estratégicas e investimentos bilaterais.

Fonte: Portal da Indústria

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Economia, Industria

Economia brasileira avança com alta na indústria, deflação nos preços e previsão de superávit comercial recorde

Produção industrial registra 2ª alta consecutiva em abril, ainda que em ritmo mais moderado em relação a março

Indicadores antecedentes, como o aumento no fluxo de veículos pesados nas rodovias e a elevação das importações de bens intermediários, sugerem continuidade da recuperação da atividade industrial. Apesar do risco de correções estatísticas que possam limitar parte do ganho, nossa estimativa apontava para uma alta marginal de 0,1% na comparação mensal com ajuste sazonal, número que se confirmou nesta terça-feira (3).

IGP-DI de maio deve acentuar movimento deflacionário dos demais índices da família IGP, refletindo queda nos preços das commodities

 A expectativa é de que o índice registre deflação mais intensa do que a verificada no IGP-10 e no IGP-M do mês, influenciado não apenas pelo recuo nos preços de grãos como milho e arroz, mas também por uma correção mais significativa nas cotações do minério de ferro, que vêm acumulando perdas sucessivas nos últimos dias. Além da retração nos preços no atacado, espera-se uma desaceleração adicional nos preços ao consumidor, em linha com o comportamento registrado nos demais índices. Nossa projeção indica uma deflação de 0,76% na margem. O indicador será divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na próxima sexta-feira (6).

Superávit da balança comercial de maio deve atingir o maior patamar do ano 

Desempenho deve ser impulsionado pelo desempenho consistente do agronegócio e da agroindústria. Projetamos um saldo da balança comercial em torno de US$ 8,3 bilhões no mês, ligeiramente acima dos US$ 8,2 bilhões registrados em abril. O avanço foi sustentado pelo aumento expressivo nas exportações de cafécarnes e celulose, além de uma recuperação nas vendas externas de veículos. Para o acumulado do ano, mantemos a projeção de superávit próximo a US$76 bilhões. 

Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Zona do Euro manteve a trajetória de controle em maio 

Expectativa era de uma variação anual próxima de 2,1%, e a inflação europeia apresentou variação de 1,9%. Assim, o indicador fica dentro da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE), o que reforça a leitura de que a inflação está sob controle e convergindo de forma sustentada para a meta. Esse comportamento dos preços, somado ao quadro de atividade ainda fraca em boa parte do bloco, deve continuar abrindo espaço para a flexibilização monetária. Assim, o BCE segue com margem para implementar novos cortes de juros, buscando estimular um ambiente de crescimento mais dinâmico, sem abrir mão da estabilidade de preços. Neste contexto, o BCE deve anunciar, nesta quinta-feira (5), mais um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica, levando os juros para 2% na Zona do Euro. Será o 8° movimento de queda neste ciclo, que pode estar próximo do fim. 

Próximos dados de emprego nos EUA devem ganhar mais protagonismo com crescente preocupação com os efeitos da nova política tarifária da administração Trump

Relatório JOLTS e o payroll de maio estarão no centro das atenções. O número de vagas abertas nos Estados Unidos, medido pelo JOLTS, vem oscilando, com a última leitura apontando 7,2 milhões de posições em aberto. Novos sinais de enfraquecimento podem sugerir que o mercado de trabalho começa a sentir os primeiros impactos da desaceleração. Já o payroll, que registrou 177 mil novas vagas em abril, deve mostrar uma criação mais modesta, próxima de 130 mil em maio. Se confirmado, o resultado pode reforçar a percepção de que o emprego está começando a arrefecer. Em um cenário onde ainda se debate a intensidade com que as tarifas irão afetar a economia, sinais mais claros de desaceleração no mercado de trabalho podem pesar sobre as expectativas de consumo e também sobre a trajetória da inflação. Esses dados, portanto, serão fundamentais para calibrar as apostas em torno dos próximos passos do Federal Reserve (Fed).

Fonte: Money Times

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Industria

Indústria do Brasil contrai em maio pela 1ª vez em 17 meses, mostra PMI

O PMI de indústria do Brasil caiu a 49,4, nível mais baixo desde dezembro de 2023 e indicando deterioração das condições operacionais

atividade industrial do Brasil registrou contração em maio pela primeira vez em 17 meses, afetada pela fraqueza da demanda, embora a confiança ainda permaneça elevada, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI).

Divulgado nesta segunda-feira (2), o PMI de indústria do Brasil, compilado pela S&P Global, caiu em maio a 49,4, nível mais baixo desde dezembro de 2023 e indicando deterioração das condições operacionais. Em abril, o indicador estava em 50,3. O nível de 50 separa crescimento de contração.

O levantamento apontou que maio registrou níveis mais baixos de novas encomendas e de produção em relação a abril. A queda na produção foi a primeira em quatro meses e a mais intensa desde julho de 2023.

Os fabricantes brasileiros também notaram queda nas encomendas de exportação em maio, ainda que menos intensa do que em abril. Houve particularmente vendas menores para clientes da América do Sul e dos Estados Unidos.

Ainda assim, expectativas de que as condições adversas terão vida curta impulsionaram a confiança e sustentaram a criação de empregos no setor em maio.

Os fabricantes melhoraram suas perspectivas de crescimento em maio e o nível de sentimento positivo foi o mais forte em nove meses, depois de ter marcado o menor patamar em cinco anos em abril.

As empresas apostam que aquisições, lançamentos de novos produtos, contratações e investimentos em tecnologia darão suporte à produção ao longo dos próximos 12 meses.

Isso, aliado aos lançamentos programados de novos produtos, ajudaram na criação de empregos, que aumentaram pelo 22º mês seguido, no ritmo mais forte desde fevereiro.

“Embora as empresas estivessem mais otimistas, o setor industrial segue em uma posição delicada. Se a tendência de demanda fraca persistir, corremos o risco de ver o setor cada vez mais pesando sobre o desempenho econômico”, alertou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

Em relação à inflação, os aumentos foram mais fracos tanto dos custos de insumos quanto dos preços de produção.

A taxa de inflação dos preços dos insumos foi a mais fraca em 14 meses, com os entrevistados citando apreciação do real contra o dólar e maior oferta de produtos chineses. Houve relatos de preços mais baixos de alumínio, alguns alimentos, petróleo, resinas e zinco.

A competição forte e o encolhimento do mercado, aliados à redução das pressões de custos, ajudaram a conter a inflação de produtos industriais em maio, com a taxa de inflação marcando o ritmo mais lento desde março de 2024.

Fonte: CNN Brasil


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Industria

Desempenho da indústria em abril fortalece projeções de esfriamento gradual do setor

Entre os economistas, permanece a estimativa que a indústria ainda terá crescimento em 2025, porém em menor intensidade do que em 2024

A produção industrial brasileira cresceu menos que o esperado pelo mercado em abril, o que fortalece a tese entre os economistas de desaquecimento gradual da atividade econômica. Permanece assim a projeção de que a indústria ainda terá crescimento em 2025, porém em menor intensidade do que em 2024. E que o Banco Central vai precisar manter os juros em patamar restritivo por mais tempo.

A produção teve uma alta quase na linha d’água (+0,1% ante março), enquanto as estimativas dos analistas variavam de um crescimento entre 0,3% e 0,7%. Na comparação com abril do ano passado, o IBGE constatou uma queda de 0,3%, o que interrompeu uma sequência de dez meses consecutivos de altas. Mas o volume industrial ainda acumula variação positiva de 1,4% nos primeiros quatro meses do ano.

Rafaela Vitoria, economista chefe do Inter, destacou que o resultado foi menos disseminado do que no mês anterior, com 13 das 25 atividades apontando variação positiva em abril. Ela detalhou que os principais impactos positivos do mês vieram dos setores extrativos e de bebidas, enquanto os setores de derivados do petróleo e farmacêuticos foram os destaques negativos, revertendo as surpresas positivas de março.

Ele ponderou que a tendência de desaceleração no acumulado de 12 meses permanece, particularmente para os segmentos de veículos e alimentos, o que conversa com os dados recentes de crédito, indicando alta da inadimplência e redução das concessões de financiamento de veículos como decorrência da política monetária restritiva.

Ainda assim, segundo Rafaela, o nível de atividade industrial pode ser considerado robusto e seu esfriamento vem ocorrendo de maneira lenta e um pouco ruidosa. “Esse cenário deve reforçar o comunicado do Banco Central de que a política monetária deve permanecer restritiva por um prazo mais prolongado, até que se tenha maior evidência de desaceleração e seu consequente impacto na inflação e suas expectativas”, afirmou.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, por sua vez, lembrou que os resultados positivos também predominaram entre as grandes categorias econômicas, com bens intermediários crescendo 0,7%, seguidos por bens de capital (+1,4%) e bens de consumo duráveis (+0,4%). Em contrapartida, houve recuo no segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-1,9%).

“Para 2025, projetamos um crescimento de 2% na produção industrial brasileira. Apesar dos desafios impostos pela desaceleração da economia global e pelo prolongado período de juros elevados, acreditamos que a retração será moderada. Fatores como uma balança comercial sólida e políticas governamentais de estímulo à atividade econômica devem ajudar a mitigar os impactos negativos”, comentou.

Em sua análise, a XP disse concordar com a leitura de que a indústria brasileira vai esfriar gradativamente ao longo de 2025. “Por um lado, o fim da capacidade ociosa na maioria das categorias de manufatura — ou seja, restrições de oferta — e o ambiente restritivo de taxas de juros devem cobrar seu preço. Por outro lado, a resiliência do mercado de trabalho e as medidas governamentais anunciadas recentemente devem apoiar a demanda interna no curto prazo”, estimou.  

Para a XP, a produção industrial geral aumentará 2,0% em 2025, portanto abaixo dos 3,1% divulgado em 2024. O XP Tracker para o crescimento do PIB do 2º trimestre do ano é de 0,5% na comparação trimestral e de 2,4% na anualizada. “Nossa projeção atual para o crescimento do PIB em 2025 – atualmente em 2,3% – é ligeiramente tendenciosa para cima.”

A avaliação de Claudia Moreno, economista do C6 Bank, é que a principal surpresa em relação à projeção veio da indústria de transformação (-0,5%), que teve um resultado abaixo da alta esperada de 0,1%. “O resultado abaixo do esperado em abril reforça nossa perspectiva de que a indústria brasileira como um todo deve perder força ao longo de 2025. Nossa expectativa é de que a produção industrial termine o ano com uma retração de 0,5%. Vale lembrar que, no ano passado, o setor cresceu 3,1%”, detalhou.

Claudia considera que os dados da indústria indicam que a economia brasileira está em expansão, ainda que em ritmo mais lento do que em 2024. “Entendemos que essa perda de fôlego também é reflexo dos juros mais altos, que tendem a reduzir os investimentos e provocar uma desaceleração da atividade econômica. Por isso, esperamos que o PIB cresça 2% em 2025 e 1% em 2026” , estimou.

Para a política monetária, o C6Bank mantém a projeção de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará a Selic em 0,25 ponto percentual, para 15%, na reunião do próximo dia 18. “Mas reconhecemos que há chances de os juros ficarem estáveis. A tendência é que as pressões inflacionárias mantenham a Selic nesse patamar elevado até, pelo menos, o final de 2025, contribuindo para a desaceleração da economia”, disse Claudia em nota.

Rafael Perez, economista da Suno Research, por sua vez, destacou que o setor de bens de capital apresentou desempenho positivo, com alta de 1,4% no mês e crescimento de 8,3% no acumulado em 12 meses, destacando como um dos poucos setores dentro da indústria de transformação a continuar crescendo mesmo diante do cenário mais adverso.

“A antecipação das importações de máquinas e equipamentos para fugir da guerra comercial e evitar possíveis problemas nas cadeias globais de produção ajudam a explicar esse crescimento no mês”, disse.

No entanto, ele lembrou que setores mais cíclicos vêm desacelerando, refletindo os efeitos de juros elevados, crédito mais caro, custos ainda altos e incertezas provocadas pela guerra comercial. “Em geral, o resultado de abril sinaliza uma perda de tração da indústria diante da fragilidade de segmentos mais sensíveis ao ciclo econômico doméstico”, afirmou..

Para 2025, ele disse acreditar que a recuperação do setor extrativo deve ter continuidade, porém ainda pode ser limitada pela recente queda nos preços internacionais do petróleo e do minério de ferro. “Já a indústria de transformação segue vulnerável às condições domésticas e aos desdobramentos da guerra comercial, que podem pressionar os custos de importação e afetar a disponibilidade de insumos.”

Luis Otávio Leal, sócio e economista-chefe da G5 Partners, observou que o índice de difusão – percentual de atividades com variação positiva no mês – caiu de 55,1% em março para 43,3% em abril, corrobora a percepção de desaceleração.

“No decorrer dos próximos meses, continuamos acreditando que o nível altamente contracionista da política monetária vai afetar de maneira progressiva a indústria brasileira, particularmente o segmento de transformação. Inclusive, com base nos dados divulgados até o momento, nossas estimativas preliminares sugerem que o PIB industrial pode retrair no segundo trimestre. Se for o caso, seria o segundo em sequência.”

Fonte: InfoMoney


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Industria, Investimento, Notícias

Conselho aprova novos projetos industriais para ZPEs do Piauí e Mato Grosso do Sul

Investimentos somam R$ 258,6 milhões, têm viés de sustentabilidade e de inovação e devem gerar mais de 400 empregos. Conselho também aprovou a lista de serviços voltados à exportação que podem se beneficiar do regime das ZPE

O Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) aprovou, nesta quinta-feira (29), dois novos projetos industriais sustentáveis para as ZPEs de Parnaíba (PI) e Bataguassu (MS), totalizando R$ 258,6 milhões em investimentos e receita anual estimada em R$ 1,6 bilhão, além da geração de 414 postos de trabalho nas fases de implementação e operação.

No Piauí, a MBF vai investir R$ 221,5 milhões em uma unidade de produção de fertilizantes de alto desempenho a partir de bioinsumos. O projeto, instalado na ZPE Parnaíba, prevê 321 empregos e uma receita anual estimada em R$ 1,3 bilhão. Embora voltado majoritariamente à exportação, parte da produção atenderá o mercado interno, beneficiando também o agronegócio brasileiro.

Já a Biotub Tubetes Biodegradáveis vai se instalar na futura ZPE de Bataguassu e produzir recipientes biodegradáveis e compostáveis para o plantio de mudas, uma iniciativa inovadora para o setor agroindustrial que vai mobilizar R$ 37,1 milhões em investimentos, gerar 93 postos de trabalho e resultar em R$ 301,4 milhões em receitas com exportações. Com essa tecnologia, o plantio é otimizado, aumentando a produtividade e reduzindo impactos no meio ambiente.

Nos últimos 12 meses, o CZPE aprovou 13 novos projetos industriais em seis ZPEs, que somam R$ 52,9 bilhões em investimentos, R$ 27 bilhões em novas exportações anuais e a criação de mais de 5 mil empregos.

Serviços

Na 40ª reunião ordinária, o CZPE também aprovou uma lista de 70 serviços que poderão se qualificar para operar no regime das ZPEs, regulamentando a lei que ampliou os incentivos do regime para além do setor de bens. A definição dos serviços é resultado de consulta pública realizada em 2024.

Para a definição das atividades, o CZPE levou em consideração serviços que possuem potencial exportador relevante; alto valor agregado da atividade com base em critérios de no uso de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI); e o alinhamento às missões da Nova Indústria Brasil (NIB).

Entre as atividades autorizadas estão a exportação de serviços de pesquisa e desenvolvimento em várias áreas, como biotecnologia, química e ciências; serviços de projetos e de gerenciamento de engenharia; e de serviços relacionados à tecnologia da informação, como desenvolvimento de softwares e processamento de dados.

Empresas de serviços interessadas deverão apresentar ao CZPE projetos de operação e planos de negócios voltados ao mercado externo, alinhados às normas do regime e às políticas de desenvolvimento produtivo do país.

Fotos: Júlio César Silva/MDIC
Fonte: Governo Federal – Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

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Industria

Confiança sobe em 21 setores industriais, aponta CNI

Movimento, no entanto, foi insuficiente para mudar quadro geral de pessimismo dos empresários. Grandes indústrias foram as únicas a demonstrar otimismo

Em maio, os resultados setoriais do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) apontam que a confiança subiu em 21 dos 29 segmentos da indústria, revela levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira (28). Por outro lado, o indicador caiu em oito setores.

Com o resultado, três setores passaram de um estado de falta de confiança para um estado de confiança. São eles: impressão e reprodução (+5,8 pontos, para 52,6 pontos); produtos diversos (+2,5 pontos, para 51,6 pontos); e máquinas e materiais elétricos (+0,7 ponto, para 50,2 pontos).

Outros três segmentos fizeram a transição contrária e, agora, apresentam pessimismo: biocombustíveis (-2,5 pontos, para 49,8 pontos); calçados e suas partes (-3,3 pontos, para 48,9 pontos); e veículos automotores (-3,9 pontos, para 47,9 pontos). Vale lembrar que o ICEI vai de 0 a 100 pontos. Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança dos empresários e, acima, confiança.

Com isso, o balanço final do mês de maio repete o resultado de abril, ou seja, 23 de 29 setores continuam sem confiança, enquanto seis seguem confiantes. Segundo Claudia Perdigão, especialista em Políticas e Indústria da CNI, a falta de confiança prejudica o setor e a atividade econômica.

“A confiança do empresário está ligada à sua capacidade de investir e desenvolver novos projetos. Quando o empresário demonstra incerteza, ele investe menos e executa menos iniciativas. Uma luz vermelha se acende quando observamos falta de confiança”, explica a economista.

ICEI por porte de empresa

O ICEI aumentou entre todos os portes de empresas na passagem de abril para maio. O destaque fica por conta das pequenas indústrias, cujo índice subiu 2 pontos. Nas indústrias de médio porte, o indicador aumentou 0,4 ponto, enquanto nas grandes, cresceu 0,5 ponto.

Com a alta, as indústrias de grande porte migraram de falta de confiança para confiança, ainda que moderada. As pequenas e médias indústrias continuam abaixo dos 50 pontos, demonstrando pessimismo.

ICEI por região geográfica

A confiança da indústria subiu nas regiões Sudeste (+1,8 ponto), Sul (+1 ponto) e Centro-Oeste (+0,7 ponto), mas caiu nas regiões Nordeste (-0,6 ponto) e Norte (-0,3 ponto). O movimento foi insuficiente para alterar o cenário geral na passagem de abril para maio.

Os empresários do Sul e do Sudeste continuam pessimistas. Já os industriais no Norte, Nordeste e Centro-Oeste seguem otimistas.

  • Nordeste: 51,7 pontos
  • Norte: 51,3 pontos
  • Centro-Oeste: 50,9 pontos
  • Sul: 48,2 pontos
  • Sudeste: 47,7 pontos

Mais sobre o ICEI Setorial

Para esta edição, a CNI consultou 1.800 empresas: 771 de pequeno porte; 648 de médio porte; e 441 de grande porte, entre os dias 5 e 14 de maio de 2025.

Fonte: Portal da Indústria

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Industria

Gecex renova medidas para fortalecer indústria nacional do aço

Decisão mantém proteção à indústria siderúrgica brasileira contra surtos de importação, em meio a cenário global incerto

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) renovou as medidas tarifárias adotadas no ano passado para reduzir o surto de importação de produtos de aço, com objetivo de continuar fortalecendo a indústria nacional nesse setor. A reunião do colegiado aconteceu nesta terça-feira (27).

A vigência da alíquota de 25% foi mantida para 19 NCMs, que já eram atendidas pela medida, e estendida agora para outras quatro, totalizando 23. Estas últimas foram caracterizadas como “NCMs de fuga” e sua inclusão na medida decorreu da identificação de aumentos expressivos de importação no último ano, demonstrando que passaram a ser usadas como substitutas dos produtos originalmente tarifados. As medidas valem por 12 meses.

Assim como nas decisões do ano passado, foi mantido o sistema de cotas até determinados volumes de importação, que poderão entrar no país pelas tarifas originais das NCMs (entre 9% e 16%). Entretanto, foram excluídas do cálculo as importações feitas no contexto de acordos comerciais ou de regimes especiais.

O estabelecimento de cotas busca reduzir os impactos nos setores que usam o aço em sua cadeia produtiva – como construção civil, automóveis, bens de capital e eletroeletrônicos.

Critérios

Tanto a manutenção como a ampliação das NCMs na medida seguiram os critérios técnicos já utilizados nas decisões anteriores, alcançando as NCMs cujo volume de compras externas superaram em 30% a média das compras ocorridas entre 2020 e 2022.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

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Economia, Industria

Haddad destaca papel da política econômica na retomada da indústria

Durante celebração do Dia da Indústria, ministro reforça a importância da Reforma Tributária, do equilíbrio fiscal e dos investimentos em educação e infraestrutura para impulsionar o setor produtivo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou, nesta segunda-feira (26/5), o papel da política econômica para a criação de condições macroeconômicas para o desenvolvimento da indústria nacional. A declaração foi feita durante abertura do evento “Nova Indústria Brasil”, realizado na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, em celebração ao Dia da Indústria. “O presidente Lula herdou um país com um déficit estrutural de 2% do PIB, e nós, com apoio do Congresso, estamos conseguindo avançar no sentido de estabilizar o orçamento e criar as condições macroeconômicas para a indústria voltar a se desenvolver”, avaliou Haddad.

O evento reuniu autoridades, empresários e especialistas para discutir desafios e oportunidades da reindustrialização brasileira com base em sustentabilidade, inovação e soberania. Também participaram o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, entre outros.

Haddad ressaltou a importância do trabalho conjunto entre governo, empresários e instituições de fomento, destacando a atuação do MDIC junto ao BNDES e às lideranças empresariais do país, em proveito da indústria. “Não é pouca coisa o que está acontecendo na indústria, e o trabalho do MDIC tem que ser valorizado, além da recuperação do BNDES. O papel que o BNDES tem cumprido na recuperação da indústria precisa ser reconhecido”, salientou.

Equilíbrio orçamentário

Ao contextualizar os desafios fiscais do país, ele lembrou que a carga tributária brasileira passou por fortes aumentos durante o regime militar, quando passou de 16% do PIB, em 1964, para 26% do PIB, ao final do período militar, chegando a 32% do PIB no período de estabilização do real. “Hoje, a carga tributária federal, a receita primária federal, é menor do que 10 anos atrás. Então, nós temos que ter a compreensão de que nós temos desafios a enfrentar, sobretudo em relação ao equilíbrio orçamentário, que é papel de todos”, destacou o ministro.

Reforma é pilar da retomada 

Entre as medidas estruturantes para impulsionar a indústria, Haddad destacou a Reforma Tributária. “O maior legado do presidente Lula nessa área, sem sombra de dúvida, é a Reforma Tributária”, apontou. 

O ministro lembrou que a reforma entra em vigor em 2027, com um período de transição de médio prazo, e garantiu que os efeitos sobre o ambiente de negócio serão extraordinários. “Os efeitos são muito importantes, começando pelo fato de que a desoneração do investimento vai ser de 100%, a desoneração da exportação vai ser de 100%”, destacou.

Educação e infraestrutura indispensáveis

O ministro citou os avanços em educação como fator indispensável para o desenvolvimento industrial. “O Brasil era o país com a menor taxa de jovens na universidade. Eu não estou falando do mundo, eu estou falando da América do Sul. Na comparação com Uruguai, Argentina, Chile, o Brasil não tinha o seu povo, a sua gente, o filho do trabalhador na universidade. Essa realidade mudou por programas criados pelo presidente Lula”, disse, ressaltando que, sem educação superior acessível, não há caminho para fortalecer a indústria.

Haddad também mencionou a retomada dos investimentos em infraestrutura, viabilizada pelo novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para que o país tenha condição de competir. “Nós retomamos os investimentos, que minguaram e chegaram quase a zero até 2022. Nós não tínhamos mais obra de infraestrutura no país, não tínhamos mais ferrovia, não tínhamos mais rodovia, não tínhamos mais portos, aeroportos, não tinha nada acontecendo no Brasil”, comentou. Segundo ele, os trabalhos estão sendo feitos em tempo recorde, em dois anos, com a reativação do programa de concessões e de parcerias público-privadas para oferecer condições de competitividade para a indústria. 

Por fim, Haddad reafirmou o papel do BNDES na retomada industrial, destacando a gestão atual do banco, que está “mostrando a competência, a transparência que sempre teve em proveito do empresário brasileiro”. De acordo com ele, essa é uma ferramenta importantíssima para fomentar a indústria porque é lá que estão “o aumento da produtividade, os ganhos de produtividade, o emprego de qualidade. Muita coisa tem por ser feita, não resta dúvida, mas eu quero crer que o presidente Lula, nesses dois anos de trabalho, demonstrou uma capacidade e um compromisso com a indústria que precisa ser, no seu dia, muito valorizada”, concluiu.

Fonte: Ministério da Fazenda

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Exportação, Industria

Indústrias do aço e do alumínio pleiteiam cotas de exportação

Ainda não é possível medir os impactos sobre a indústria brasileira gerados pela decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma taxa de 25% sobre o aço e o alumínio importados. Executivos dos dois setores admitem que o clima é de incerteza e apreensão e informam que buscam, por intermédio do governo brasileiro, conseguir uma flexibilização da medida.

“Inicialmente, as novas taxas atingem igualmente todos os países e não mudam o quadro geral de competitividade. Mas essa situação não deve durar”, diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo da Aço Brasil, instituição que representa as siderúrgicas nacionais. “Vários países negociam novas taxas em Washington. Aqueles que fizerem acordos mais rápido vão levar vantagem. Se formos lentos, vamos perder espaço.”

Reino Unido e EUA já anunciaram acordo para a redução de tarifas sobre o aço, mas os detalhes ainda não são públicos.

Os Estados Unidos são o principal destino internacional do aço brasileiro e o segundo do alumínio. Em 2024 o Brasil exportou 4,08 milhões de toneladas de aço para lá, o que representou 42,6% do volume exportado pelo país, e obteve na operação US$ 2,99 bilhões, 39,2% da receita das exportações siderúrgicas. O Brasil foi o segundo maior exportador para os EUA, atrás apenas do Canadá.

O principal item exportado para foi o aço semiacabado, que gerou uma receita de US$ 2,3 bilhões. É um item que não é vendido diretamente ao consumidor; é usado como insumo na indústria do aço, que faz a laminação e revende. “Ao taxar o semiacabado, os Estados Unidos tiram competitividade da própria siderurgia americana”, diz Lopes.

Os EUA não são autossuficientes em aço semiacabado e demandam uma importação anual de 5,6 milhões de toneladas. Construir usinas para atender essa demanda é um processo lento, que leva entre três e quatro anos.

Na balança comercial do aço, o Brasil importa carvão metalúrgico dos Estados Unidos (US$ 1,4 bilhão em 2014), e US$ 3,9 bilhões em máquinas e equipamentos, que contêm muito aço embarcado. “Se levarmos em consideração toda a cadeia produtiva, os Estados Unidos são superavitários em relação ao Brasil”, destaca o executivo da Aço Brasil.

Em 2018 – quando o primeiro governo Trump criou uma taxa de 25% sobre aço e alumínio importados -, esses argumentos foram suficientes para levar o governo americano a adotar uma política de cotas para as compras de aço brasileiro. Naquele ano foi negociada uma cota rígida (“hard quota”), que não poderia ser ultrapassada, nem pagando tarifa extra de importação. Por outro lado, todo o aço exportado para os EUA, até o limite anual de 3,5 milhões de toneladas de semiacabado e 687 mil toneladas de laminados, tinha tarifa zerada. A solução valeu até março deste ano.

“O pleito da indústria siderúrgica brasileira é a volta desta política de hard quota”, diz Lopes. As negociações tiveram início em março com uma videoconferência do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.

Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do ministério, considera que o primeiro momento é de esclarecer os aspectos da política tarifária brasileira aos americanos e apresentar argumentos, em um processo de negociação que se apresenta como difícil e lento. “Mostramos que o Brasil não é problema para os EUA. Eles têm superávit comercial conosco”, afirma. “Em oito dos dez principais itens que importamos dos EUA, a tarifa de importação é zero”, diz.

Em relação às novas tarifas sobre aço e alumínio, a estratégia é mostrar a importância do fornecimento brasileiro para a cadeia produtiva americana, como apresentado por Lopes. “Estamos trabalhando em sintonia com a iniciativa privada, queremos uma relação de ganha-ganha com os EUA”, diz Prazeres.

A indústria brasileira do alumínio também pleiteia a substituição da tarifa de 25% por um sistema de cotas que permita volumes anuais isentos de sobretaxa. “É nossa principal proposta”, afirma Janaina Donas, presidente executiva da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).

Em 2024, os Estados Unidos foram destino de 16,8% das exportações brasileiras de produtos de alumínio, totalizando US$ 267 milhões e 72,4 mil toneladas, mas representou menos de 1% das importações americanas. Os principais itens embarcados foram chapas e folhas de alumínio.

No primeiro trimestre de 2025, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 22% em volume em relação ao mesmo período de 2024, para 22,2 mil toneladas. “Esse avanço refletiu um movimento de antecipação de embarques, diante da expectativa da entrada em vigor da nova tarifa”, diz a executiva. Até março, vigorava uma tarifa de 10% sobre as exportações do setor aos EUA.

De acordo com Donas, os americanos não são autossuficientes na produção de alumínio primário – resultado da transformação direta da bauxita. Ela calcula que o país precisaria de cinco a oito anos para estabelecer uma produção com escala suficiente para atender sua demanda interna.

A principal preocupação do setor no Brasil é que as novas tarifas americanas gerem desvio de comércio, ou seja, que países redirecionem suas exportações, que anteriormente atendiam aos Estados Unidos, para mercados alternativos e menos protegidos, como o Brasil, e para isso usem práticas anticompetitivas, como o dumping. “O Brasil precisa fortalecer seus instrumentos de defesa comercial”, diz Donas.

Prazeres informa que o governo brasileiro está preocupado com o risco de desvio de comércio e faz um monitoramento “com lupa” de todos os produtos e agirá, caso necessário.

Fonte: Valor Econômico

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