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Agenda protecionista de Trump representa um desafio para o agronegócio brasileiro

A eleição de Donald Trump levanta a possibilidade de uma “espiral protecionista” global e uma mudança para relações comerciais bilaterais, o que representa desafios para o agronegócio brasileiro no cenário internacional, afirmam especialistas.

Durante o primeiro mandato de Trump, sua guerra comercial com a China impulsionou as exportações agrícolas brasileiras, já que importadores chineses passaram a procurar o Brasil por suprimentos. No entanto, os analistas acreditam que o espaço para essa dinâmica se repetir é limitado.

“Já estamos exportando 37% de nossos produtos para a China. Qualquer aumento nas exportações para a China provavelmente seria marginal, pois outros países também se beneficiariam”, afirmou o embaixador Rubens Barbosa, ex-representante brasileiro em Londres e Washington e atual presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).

O gráfico abaixo revela os produtos mais exportados em contêineres marítimos do Brasil para os Estados Unidos entre janeiro e agosto de 2024. Os dados, extraídos da plataforma DataLiner da Datamar, compreendem apenas embarques marítimos de longo curso.

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 20% ao ano durante a presidência de Trump, de 2017 a 2021, preenchendo o vazio deixado pela redução das exportações americanas devido às tarifas retaliatórias chinesas.

Marcos Jank, coordenador do Agro Global Center do Insper, observou que o Brasil hoje exporta mais para a China do que os Estados Unidos, com receitas totais de US$ 63 bilhões anuais, em comparação aos US$ 35 bilhões das exportações americanas para o mercado chinês. “Tomamos a posição dos EUA em soja, milho, carne e outros produtos”, disse ele.

Jank acrescentou que, se Donald Trump reimpor tarifas sobre produtos chineses, o Brasil poderá ganhar “mercados adicionais” na China, mas perdas em outros mercados também são prováveis. “Podemos perder mercados em outros lugares porque o comércio internacional opera como vasos interconectados. Se os EUA não puderem vender para a China, vão buscar outros mercados, o que nos afetará indiretamente”, explicou.

Segundo Jank, o risco mais significativo é o ressurgimento de “uma espiral protecionista e políticas mercantilistas, com foco mais em relações bilaterais do que multilaterais. Uma tendência como essa prejudicaria o comércio global”, destacou.

Em resposta a essas possíveis mudanças na política comercial dos EUA, o Brasil deve enfatizar alianças com o Sul Global, aconselhou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Falando com jornalistas no Uruguai, ele destacou que “fortalecer os BRICS e as relações Sul-Sul é fundamental para expandir nossas negociações”, sublinhando a alta densidade populacional e a riqueza de recursos dessas regiões.

O retorno de Trump à Casa Branca provavelmente intensificaria uma estratégia geopolítica centrada no friendshoring (modelos de relações bilaterais baseadas em valores e visões de mundo compartilhadas, em vez de puro pragmatismo comercial). Segundo Jank, os americanos estão cada vez mais analisando os laços de outros países com a China.

“[O friendshoring] terá um impacto forte e nos desafiará a engajar ambos os lados”, observou, destacando que o agronegócio brasileiro inclui muitas empresas americanas nos setores de agronegócio, insumos e comércio, enquanto a China continua sendo o principal cliente do Brasil. “Precisamos manter uma equidistância prudente”, acrescentou.

Na esfera geopolítica, a promessa do republicano de interromper o apoio à Ucrânia contra a Rússia pode ter implicações limitadas para o Brasil, segundo Rubens Barbosa. “Se houver paz, isso facilitará as exportações de agronegócio da Rússia. O Brasil é um grande importador de petróleo, gás natural, diesel e trigo da Rússia, portanto, o comércio deve se tornar mais fácil”, afirmou. No entanto, ele não espera que Trump cesse imediatamente o apoio à Ucrânia ou que essa mudança tenha efeitos imediatos.

No campo macroeconômico, o novo mandato de Trump continua imprevisível. “Se ele cumprir sua promessa de aumentar as tarifas de importação, isso criaria desafios globais. Isso elevaria a inflação e as taxas de juros nos Estados Unidos devido ao déficit público, impactando a política econômica do Brasil. O dólar se fortaleceria, forçando o aumento das taxas de juros no Brasil e afetando a inflação”, disse Barbosa.

Ao mesmo tempo, embora promovendo uma política fiscal expansionista, Trump também se comprometeu a cortar impostos para combater a inflação. “Se ele adotar uma política de estímulo, uma abordagem poderia ser reduzir as taxas de juros, o que aumentaria o apetite dos investidores por outros mercados, como as empresas agrícolas brasileiras”, afirmou Rafael Gaspar, sócio da área de mercados de capitais e bancário no Pinheiro Neto Advogados.

Gaspar acrescentou que isso poderia favorecer a emissão de títulos de dívida por parte do agronegócio brasileiro no exterior. No entanto, ele duvida que Trump inicie sua administração com políticas de estímulo, acreditando que ele priorizaria inicialmente o controle da inflação. Para Gaspar, uma guerra comercial “não é necessariamente ruim” e pode criar oportunidades para o Brasil expandir suas exportações.

(Rafael Walendorff contribuiu com a reportagem de Brasília.)

Tradução: Todd Harkin

Fonte: Valor Internacional

Clique aqui para ler o texto original: https://valorinternational.globo.com/agribusiness/news/2024/11/07/trumps-protectionist-push-poses-challenge-for-brazils-agribusiness.ghtml

 

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EUA abrem mais investigações para sobretaxar produtos brasileiros

Os Estados Unidos (EUA) abriram seis investigações contra três produtos brasileiros recentemente, numa sinalização de que o apetite para frear importações e proteger a indústria americana tende a continuar forte em Washington, seja quem for o próximo presidente a ocupar a Casa Branca.

Na semana passada, no auge da campanha eleitoral para a presidência, o US International Trade Commision (USITC) deflagrou duas investigações (dumping e subsídio) contra cápsula dura vazia exportada pelo Brasil sob alegação de causar prejuizos a produtores americanos.

No dia 18 deste mês, o órgão votou a favor de continuar duas investigações para sobretaxar produtos de aço resistentes à corroção originários do Brasil, igualmente sob a alegação de que seriam ‘vendidos abaixo do valor de mercado e subsidiados’ pelo governo brasileiro.

No fim de junho, Washington aprovara as investigações (dumping e subsídio) finais para sobretaxar a entrada de ferro silicio do Brasil e alguns outros países.

Essas são as novas investigações, com o potencial de afetar rapidamente as vendas, pelas incertezas que deflagram entre os operadores.

Os EUA já aplicam atualmente contra o Brasil 13 medidas antidumping ou antisubsídio, ou seja, taxação adicional, focando vários produtos siderúrgicos, papel não revestido, mel natural e suco de limão.

Aluisio Campos, professor de comércio na American University, em Washington, vê uma ‘curva ascendente’’ de defesa comercial americana em geral, seja quem for o próximo presidente dos EUA. Para ele, ‘com a situação econômica apertando, as empresas começam a olhar mais de perto os preços do produto estrangeiro que fica muito mais barato, e isso aumenta os casos”.

Os EUA registram com o Brasil um dos poucos superavits em sua balança comercial. Havia expectativa do lado brasileiro de enfim alcançar superavit neste ano, mas entre janeiro e setembro amargou mais uma vez deficit, agora menor, de US$ 1,2 bilhão num volume de comércio (exportações e importações) de US$ 60,1 bilhões no período.

O gráfico abaixo revela os produtos mais exportados em contêineres marítimos do Brasil para os Estados Unidos entre janeiro e agosto de 2024. Os dados, extraídos da plataforma DataLiner da Datamar, compreendem apenas embarques marítimos de longo curso.

Principais exportações em contêineres para os EUA | 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

De maneira geral, as políticas e as ferramentas comerciais estão sendo usadas não apenas para tratar de problemas relacionados ao comércio, mas também para tentar resolver preocupações geopolíticas e de segurança.

Donald Trump não cessa de ameaçar com imposição de tarifas elevadas a todos os países, as mais punitivas reservadas para a China, para aumentar o custo dos produtos estrangeiros e tentar reordenar as cadeias de suprimentos globais.

Segundo o jornal New York Times, as tarifas previstas pela equipe de Trump atingiriam quase todas as importações dos EUA, mais de US$ 3 trilhões em mercadorias.

A onda protecionista está se ampliando perigosamente, conforme dados da Organização Mundial do Comércio (OMC): mais de 130 novas medidas de restrição ao comércio foram registradas pela entidade desde o início deste ano.

Isso representa um aumento de 8% no estoque de mais de 1.600 medidas restritivas introduzidas entre 2009 e 2023, que, no ano passado, já estavam afetando mais de 10% do comércio mundial de mercadorias.

Além disso, os membros da OMC iniciaram 210 investigações de medidas de defesa comercial ou ‘ corretivas comerciais’ no primeiro semestre deste ano – quase o mesmo número de investigações de todo o ano de 2023. Embora nem todas culminem na imposição de tarifas, as investigações têm um efeito inibidor bem documentado sobre o comércio.

Isso tudo é sem falar da onda de subsídios bilionários praticada por vários países, incluindo os EUA e a China, que distorcem as trocas comerciais.

Na medida em que as medidas unilaterais ou suas ameaças se tornam cada vez mais generalizadas, a política comercial fica mais restritiva. Os atritos estão se manifestando como disputas comerciais.

Seis das oito disputas da OMC iniciadas este ano tratam de tecnologias verdes, especialmente veículos elétricos. Nos últimos meses, os EUA, a União Europeia, a Turquia e o Canadá introduziram novas tarifas e direitos compensatórios sobre os veículos elétricos chineses e outros produtos, inclusive o aço. A China contra-atacou com disputas na OMC e medidas contra produtos da UE, como laticínios, carne suína e conhaque.

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, constata resignada que ‘estamos vivendo em tempos conturbados’. Na verdade, no que diz respeito ao comércio, ‘os tempos não são apenas conturbados, são tensos’, disse ela recentemente em palestra no FMI, segundo participantes.

Para Ngoki, ‘às vezes, o comércio é responsabilizado e apontado como bode expiatório por resultados ruins que, na verdade, derivam de políticas macroeconômicas, tecnológicas ou sociais pelas quais o comércio não é responsável’.

Ela disse esperar que ‘não estejamos em um caminho que nos leve de volta ao tipo de desordem econômica que existia antes de Bretton Woods, desordem que foi seguida por extremismo político e guerra’.

Lembrou que foi justamente para evitar a repetição dessa situação que as instituições econômicas multilaterais foram criadas. E sua preocupação hoje é que o mundo tenha esquecido essa lição.

‘Abandonar o legado de Bretton Woods, inclusive o sistema de comércio, diminuiria a capacidade do mundo, coletivamente e em nível nacional, de responder aos problemas que afetam a vida e as oportunidades das pessoas’, completou ela, segundo um participante.

EUA abrem mais investigações para sobretaxar produtos brasileiros – DatamarNews
FONTE: https://valor.globo.com/opiniao/assis-moreira/coluna/eua-abre-mais-investigacoes-para-sobretaxar-produtos-brasileiros.ghtml

 

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Exportações para a China caem em setembro; embarques para EUA e Argentina crescem

Vendas externas para a China, mostraram queda de 9,7% no volume e de 20,7% em valores em setembro; exportações para a Argentina avançaram após meses de recuos.

A balança comercial de setembro registrou um superávit de US$ 5,4 bilhões, inferior ao de igual período de 2023, que foi de US$ 9,2 bilhões. No mês, foi registrada uma queda nas exportações para a China, enquanto as vendas os Estados Unidos e para a Argentina apresentaram crescimento. Os dados são do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), da Fundação Getulio Vargas.

Segundo o relatório, após meses seguidos de recuo nas exportações na comparação interanual entre 2023 e 2024, as exportações para a Argentina aumentaram em valor +25,4%, em setembro. Esse resultado é explicado especificamente pelo aumento de volume (+34,1%), uma vez que os preços caíram -5,8% no período.

A vendas externas para a China, por sua vez, mostram queda de 9,7% no volume e de 20,7% em valores em setembro. “Observa-se que, após variações acima de 30% nos dois primeiros meses do ano, o crescimento das exportações para a China desacelerou e recuou na comparação de agosto e setembro, com percentuais acima de 20%”, comenta a FGV no texto.

Na lista dos 5 principais produtos exportados para a China, quatro registraram queda em valor (petróleo, soja em grão, minério de ferro e carne bovina). A pasta química de madeira, o quinto principal produto de exportação, cresceu em valor +21,5%.

Para os EUA, o volume exportado avançou 8,9%, quanto a alta em valores foi de 5,5%. O principal produto exportado para os Estados Unidos foi aeronaves, com variação de +34% entre os meses de setembro.

As exportações do setor automotivo, das aeronaves e de outros produtos manufaturados levaram a que a indústria de transformação aumentasse, em termos de valor, +16,8% entre os meses de setembro, o que levou a um aumento da sua participação de 49,5% para 57,7%, na comparação desses meses entre 2023 e 2024.

A projeção da Secretaria de Comércio Exterior para a balança comercial de 2024 é de um superávit de US$ 70,4 bilhões, as a projeção pelo modelo da FGV/Ibre é de um saldo positivo US$ 79,8 bilhões.

Exportações para a China caem em setembro; embarques para EUA e Argentina crescem (infomoney.com.br)

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Exportações para os EUA batem recorde

As exportações brasileiras para os Estados Unidos aumentaram 10,3% e somaram um valor recorde de US$ 29,4 bilhões de janeiro a setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com a última edição do Monitor Comércio Brasil-EUA. Além do valor, houve também crescimento de 13,8% em volume, cerca de 3,7 milhões de toneladas a mais, mostra um levantamento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham).

O resultado posiciona os Estados Unidos como o mercado de maior crescimento para as vendas do país, superando em mais de 12 vezes a alta das exportações brasileiras para o restante do mundo, que foi de 0,8%.

A alta foi superior às transações registradas com a União Europeia, que cresceram 4,9%, e com a China e a América do Sul, que tiveram queda de 1,2% e 19,8%,respectivamente.

“Este ano caminha para ser um modelo no comércio entre Brasil e Estados Unidos, com crescimento na exportação, importação, e, como consequência, na corrente bilateral de comércio”, afirma Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil. “O que mais impressiona é a qualidade desse crescimento, que teve o aumento disseminado nos principais setores e recorde no segmento de bens industriais.”

Houve alta em 8 dos 10 principais itens exportados pelo Brasil aos EUA no período.Dentre os destaques, estão a carne bovina, com 107,7%; óleos brutos de petróleo,com 32,5%, que subiu da segunda posição para líder da lista de produtos mais exportados; aeronaves, com 31,9% e que passou de terceiro para quarto lugar. As importações brasileiras também tiveram alta de janeiro a setembro. Totalizaram US$30,7 bilhões, aumento de 6,2% ante o mesmo intervalo de 2023. Com isso, o déficit comercial do Brasil com os EUA, de US$ 1,3 bilhão, foi o menor dos últimos sete anos, com queda de 42,9% na comparação com igual período de 2023.

O gráfico abaixo revela os produtos mais exportados em contêineres marítimos do Brasil para os Estados Unidos entre janeiro e agosto de 2024. Os dados, extraídos da plataforma DataLiner da Datamar, compreendem apenas embarques marítimos de longo curso.

Principais exportações em contêineres para os EUA | 2024 | TEUs


Somando as importações e as exportações, as transações comerciais entre os dois países alcançaram o recorde de US$ 60,1 bilhões, representando um aumento de 8,2% ante os nove primeiros meses de 2023.

Dentre os produtos de importação dos Estados Unidos, destacam-se motores e máquinas não elétricos, com aumento de 24%; aeronaves e suas peças, que cresceram 68,6%; gás natural, com alta de 675%; e medicamentos, que subiram 29,7%.

Em comparação com as importações do Brasil para o restante do mundo no mesmo período, o crescimento foi de 25,6% para a agropecuária, 3,4% para a indústria extrativa e 8,1% para a indústria de transformação. “Esses dados demonstram a relevância dos Estados Unidos como fornecedor estratégico, especialmente em cadeias produtivas de maior valor agregado”, diz Abrão Neto.

De acordo com o executivo, o fator preponderante para o alcance dos níveis inéditos é a economia aquecida nos dois países, que “têm crescido a taxas maiores do que a projetada”.

Além disso, “há outras situações conjunturais e setoriais que favorecem o crescimento das exportações”, diz Abrão Neto. Na agropecuária, ele cita os exemplos do suco de laranja e da carne bovina, que estão tendo diminuição da produção por causa da crise climática e das pragas nas lavouras norte-americanas.

Déficit brasileiro com os Estados Unidos de janeiro a setembro foi o menor em sete anos

Sobre a indústria de transformação especificamente, Abrão Neto afirma que há uma certa “complementariedade” dos produtos brasileiros no mercado americano, pois,segundo ele, os itens “servem de insumos para a indústria do país da América do Norte”.

Em relação à exportação, somente as mercadorias desse segmento foram responsáveis por um crescimento de 7,1%, o equivalente a US$ 1,6 bilhão a mais,totalizando US$ 23,3 bilhões no período. Recorde do setor, esse resultado destaca um desempenho superior nos primeiros nove meses do ano das exportações industriais para os Estados Unidos em relação aos demais países, que cresceram 1,5%.

Com isso, os americanos se mantiveram como o principal destino das exportações da indústria brasileira no acumulado do ano, à frente de parceiros como a União Europeia, com US$ 16,8 bilhões, e o Mercosul, com US$ 13,3 bilhões, que registraram quedas nas exportações de bens industriais de 5,7% e 11,7%, respectivamente.

No campo das importações brasileiras, os bens da indústria de transformação vindos dos Estados Unidos cresceram 2,4%, representando 87,4% do total comprado pelo país.

Sobre o processo de reindustrialização do Brasil, que vem sendo implementado pelo Ministério da Indústria e Comércio, o CEO da Amcham acredita ser “fundamental” a iniciativa, E ele ainda afirma que o aprofundamento das relações comerciais entre os dois países vai ser “necessária e benéfica” para este movimento do governo brasileiro.

Abrão Neto recorda que o crescimento está ocorrendo em um momento especial:ano da celebração do bicentenário das relações diplomáticas entre as duas nações.Segundo ele, “essa comemoração serve para reforçar a relevância desta parceria bilateral”.

Fonte: Valor Econômico

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Exportação

Número de empresas brasileiras que exportam aos EUA bate recorde, aponta estudo do MDIC

Quase 10 mil companhias do país fizeram negócios com os Estados Unidos em 2023

O total de empresas do Brasil que exportam para os Estados Unidos bateu um recorde histórico.

Em 2023, 9.533 companhias nacionais venderam produtos ao país norte-americano, e a maioria deles são itens de maior tecnologia. O total de empresas do Brasil que exportam para os Estados Unidos bateu um recorde histórico. Em 2023, 9.533 companhias nacionais venderam produtos ao país norte-americano, e a maioria deles são itens de maior tecnologia.
O levantamento mostrou ainda que as empresas que exportam aos EUA pagam melhores salários aos funcionários e empregam mais mulheres, na comparação com companhias que vendem a outros países.

“Nunca na história tantas empresas exportaram para um único destino quanto exportaram no ano passado para os Estados Unidos”, diz Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC. “Isso é algo que interessa porque ampliar a base exportadora do Brasil é um objetivo do governo federal”, prossegue.

Em 2000, havia 4.664 empresas brasileiras exportando aos EUA. Em 2005, este número atingiu 8.023, mas houve queda nos anos seguintes, em parte por causa da crise financeira americana. A retomava veio a partir de 2013 e ganhou mais força nos últimos cinco anos, com crescimento contínuo desde 2018, até chegar aos atuais 9.953.

Como comparação, 11.253 empresas brasileiras exportam para países do Mercosul, 8.498 para a União Europeia e 2.847 vendem para a China.

200 anos de relações

Neste ano, Brasil e EUA completam 200 anos de relações bilaterais. Em 2009, os Estados Unidos perderam o posto de maior importador de produtos brasileiros para a China, mas permanece como o maior comprador de produtos industrializados brasileiros e é o segundo maior parceiro comercial do país.

Em 2023, os Estados Unidos compraram US$ 29,9 bilhões em produtos manufaturados brasileiros, como aeronaves, aço, máquinas para construção e mineração, motores e geradores. Além disso, o país exporta muito café em grão e suco de laranja aos EUA.

“Os produtos cujas exportações brasileiras para os Estados Unidos mais cresceram de janeiro a agosto desse ano são café, celulose e carne, mas também aeronaves e máquinas de energia elétrica. Nos chama a atenção o crescimento em universos de produtos que são muito diferentes”, diz Prazeres.

Abraão Neto, CEO da Amcham Brasil, aponta que, além do aumento de negócios com produtos manufaturados, há um momento promissor no setor de serviços e de investimentos americanos no Brasil.

“Temos percebido uma movimentação bastante promissora nos investimentos bilaterais. Percebemos fortes evidências de um novo ciclo de investimentos americanos no Brasil, em áreas como energia, sustentabilidade e tecnologia”, diz Neto.

O estudo aponta ainda que empresas brasileiras que exportam aos Estados Unidos geram 3,2 milhões de empregos no Brasil, número 22,5% maior em relação a 2008. A remuneração média nestas empresas é de R$ 4.588 mensais, número 16,2% maior do que na comparação com a China.

https://exame.com/economia/numero-de-empresas-brasileiras-que-exportam-aos-eua-bate-recorde-aponta-estudo-do-mdic/amp/

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Mercado Internacional, Notícias

Sindicato chega a acordo para suspender greve nos portos dos EUA

Mobilização será suspensa até 15 de janeiro, para dar tempo das partes chegarem a um novo contrato trabalhista.

O sindicato que representa 45 mil estivadores dos EUA em greve nos portos da costa leste e do Golfo chegou a um acordo para suspender a mobilização até 15 de janeiro, para dar tempo de negociar um novo contrato.

A International Longshoremen’s Association deve retomar o trabalho imediatamente pelo menos até janeiro, disse uma fonte que falou sob condição de anonimato porque o acordo ainda não foi assinado.

O acordo dará ao sindicato e à U.S. Maritime Alliance, que representa os embarcadores e portos, tempo para negociar um novo contrato de seis anos. A fonte também disse que os lados chegaram a um acordo sobre aumentos salariais, mas os detalhes não estavam disponíveis.

O sindicato entrou em greve na terça-feira, depois que seu contrato expirou em uma disputa sobre pagamento e automação de tarefas nos portos do Maine ao Texas. A greve ocorreu no pico da temporada de compras de fim de ano em 36 portos que movimentam cerca de metade da carga de navios que entram e saem dos Estados Unidos.

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Comércio Exterior, Informação, Mercado Internacional, Notícias

Portuários da Costa Leste dos EUA entram em greve; paralisação ameaça oferta e preços

A greve, que começou à meia-noite, interromperá o fluxo de uma grande variedade de produtos sobre as docas de quase todos os portos de carga do Maine ao Texas

Quase 50 mil membros da Associação Internacional de Estivadores (ILA) estão em greve na terça-feira (1) contra os portos do Leste e da Costa do Golfo do país, interrompendo o fluxo de muitas importações e exportações dos Estados Unidos, no que pode se tornar a paralisação de trabalho mais perturbadora do país em décadas.

A greve, que começou à meia-noite, interromperá o fluxo de uma grande variedade de produtos sobre as docas de quase todos os portos de carga do Maine ao Texas.
Isso inclui bananas, cerveja europeia, vinho e bebidas alcoólicas, juntamente com móveis, roupas, utensílios domésticos e automóveis europeus, bem como peças necessárias para manter as fábricas dos EUA operando e os trabalhadores americanos nessas plantas no trabalho, entre muitos outros produtos.

Também pode interromper as exportações dos EUA que agora fluem por esses portos, prejudicando as vendas para empresas americanas.
Uma grande lacuna permaneceu entre as demandas do sindicato e a oferta de contrato da United States Maritime Alliance, que usa a sigla USMX. A aliança marítima representa as principais linhas de navegação, todas de propriedade estrangeira; bem como operadores de terminais e autoridades portuárias.

“A USMX iniciou essa greve quando decidiu manter-se firme com as transportadoras marítimas de propriedade estrangeira que lucram bilhões de dólares nos portos dos Estados Unidos, mas não compensar os estivadores americanos da ILA que realizam o trabalho que lhes traz riqueza”, disse o presidente da ILA, Harold Daggett, em uma declaração divulgada uma hora após o início da greve.

“Estamos preparados para lutar o tempo que for necessário, para permanecer em greve pelo tempo que for necessário, para obter os salários e as proteções contra a automação que nossos membros da ILA merecem.”

A USMX não respondeu aos pedidos de comentários sobre o início da greve.

Possíveis escassez

Dependendo da duração da greve, ela pode resultar em escassez de bens de consumo e industriais, o que pode levar a aumentos de preços. Também pode marcar um retrocesso para a economia, que mostrou sinais de recuperação das interrupções na cadeia de suprimentos induzidas pela pandemia, que resultaram em um pico na inflação.

Os portos envolvidos incluem o Porto de Nova York e Nova Jersey, o terceiro maior porto do país em volume de carga movimentada. Também inclui portos com outras especialidades.

Port Wilmington em Delaware se descreve como o principal porto de bananas do país, trazendo uma grande parte da fruta favorita dos Estados Unidos. De acordo com o American Farm Bureau, 1,2 milhão de toneladas métricas de bananas chegam pelos portos afetados, representando cerca de um quarto das bananas do país.

Outros itens perecíveis, como cerejas, também passam pelos portos, assim como uma grande porcentagem de vinho, cerveja e bebidas destiladas importadas. Matérias-primas usadas por produtores de alimentos dos EUA, como cacau e açúcar, também compõem uma grande parte das importações afetadas.

E muitos bens não perecíveis, como móveis e eletrodomésticos, também são importados pelos portos afetados. Os varejistas têm se apressado nos últimos meses para que os produtos importados que esperam vender durante a temporada de férias sejam entregues a eles antes do prazo final da greve de 1º de outubro.

Muitas das mercadorias não podem ser redirecionadas porque não faz sentido econômico – ou logístico – enviá-las por avião ou para outros portos de entrada.

A boa notícia: suas compras de fim de ano podem não ser tão afetadas quanto você teme. Normalmente, 70% dos produtos que os varejistas estocam para os feriados já são enviados pelos portos nesta época do ano. E como a greve foi telegrafada por meses, essa porcentagem é muito maior este ano.

Mas a maioria desses produtos de férias pode ficar em armazéns, ou mesmo em contêineres de transporte, por meses a fio. Esse não é o caso de produtos perecíveis que fluem pelos portos, como frutas e vegetais, que podem ser mais difíceis de encontrar ou custar mais no supermercado já na semana que vem.

Outros itens, como álcool, móveis e certos carros, podem ter estoque suficiente para que os consumidores não percebam escassez por um mês ou mais. O Departamento de Agricultura dos EUA disse que os consumidores não devem esperar mudanças significativas na disponibilidade ou nos preços dos alimentos no curto prazo.

O Departamento de Transporte dos EUA disse em um comunicado na terça-feira que vem se envolvendo com transportadores, transportadoras marítimas, portos, ferrovias e outros parceiros da cadeia de suprimentos há meses para se preparar para uma possível greve e tentar mitigar os gargalos na cadeia de suprimentos.

Dois lados muito distantes

Esta é a primeira greve nesses portos desde 1977. Enquanto o sindicato diz que há cerca de 50.000 membros cobertos pelo contrato, o USMX estima o número de empregos portuários em cerca de 25.000, sem empregos suficientes para todos os trabalhadores do sindicato trabalharem todos os dias.

A USMX reclamou que o sindicato não está negociando de boa-fé, dizendo que os dois lados não se encontram pessoalmente desde junho.

A USMX disse na segunda-feira (30) que aumentou sua oferta de aumentos salariais de mais de 50% sobre o contrato proposto de seis anos, mas uma pessoa familiarizada com as negociações disse que a oferta foi rejeitada pelo sindicato.

A ILA não está discutindo publicamente suas demandas, mas entrando no fim de semana, ela supostamente estava pedindo  aumentos salariais anuais  que resultariam em aumentos totalizando 77% durante a vigência do contrato, com o salário máximo subindo de US$ 39 por hora para US$ 69.

Também há disputas entre o sindicato e a gerência sobre o uso de automação nos portos, o que o sindicato disse que custaria os empregos de alguns membros. A USMX disse que está se oferecendo para manter a mesma linguagem contratual sobre o uso de automação em vigor.

O sindicato diz que continuou a conversar com a USMX, mas não em negociações presenciais. Antes da greve, ele disse que a gerência sabe o que está exigindo para fechar um acordo e que qualquer greve seria culpa da gerência, não do sindicato.

Ele disse que suas demandas são razoáveis, dado o nível de lucros na indústria de transporte.

Daggett, vestindo um moletom estampado com as palavras “As docas são nossas”, discursou para os grevistas do lado de fora do Porto de Nova York e Nova Jersey, em um vídeo postado em uma página do ILA no Facebook.

“Quero dizer a todos vocês que o que vocês estão fazendo é certo. Isso vai ficar para a história, o que estamos fazendo aqui”, ele disse. Ele lembrou da última greve do sindicato, quando ele e outros membros do sindicato ficaram em greve por três meses para ganhar 80 centavos extras por hora.

“Agora eles estão ganhando bilhões e bilhões de dólares, durante a pandemia, quando todos nós estávamos trabalhando. Quem são os gananciosos aqui?”, ele disse. “Nós vamos mostrar a eles… porque nada vai se mover sem nós.”

As taxas de envio dispararam durante e imediatamente após a pandemia, à medida que as cadeias de suprimentos se complicaram e a demanda aumentou.

Os lucros da indústria ultrapassaram US$ 400 bilhões de 2020 a 2023, o que se acredita ser mais do que a indústria havia feito anteriormente no total desde que a conteinerização começou em 1957, de acordo com o analista John McCown.

Empresas ficando nervosas

Parados e observando com grande preocupação estão os negócios que dependem da movimentação de mercadorias.

Mais de 200 grupos empresariais enviaram uma carta à Casa Branca na semana passada pedindo que o governo Biden interviesse para evitar uma greve, dizendo que o país depende da movimentação de importações e exportações por esses portos.

“A última coisa que a cadeia de suprimentos, as empresas e os funcionários… precisam é de uma greve ou outras interrupções por causa de uma negociação trabalhista em andamento”, dizia a carta.

A Câmara de Comércio dos EUA enviou uma carta de acompanhamento na segunda-feira pedindo ao presidente Joe Biden que exercesse poderes sob o que é conhecido como Taft-Hartley Act, que se tornou lei em 1947, para manter os portos abertos e os estivadores no trabalho.

O presidente George W. Bush aplicou o ato em 2002 para  interromper um lockout de 11 dias  de membros do sindicato nos portos da Costa Oeste.

Mas Biden disse aos repórteres no domingo que não tem intenção de usar os poderes que tem sob Taft-Hartley.

“Não”, disse Biden. “Porque é uma negociação coletiva, e eu não acredito em Taft-Hartley.”

A Casa Branca disse em um comunicado na terça-feira que o presidente Biden e a vice-presidente Kamala Harris estão monitorando de perto a greve, mas acreditam que a negociação coletiva – e não um golpe de caneta – é a melhor maneira de resolver a greve.

“O presidente instruiu sua equipe a transmitir sua mensagem diretamente a ambos os lados de que eles precisam estar à mesa e negociar de boa fé — de forma justa e rápida”, disse um porta-voz da Casa Branca em uma declaração.

“Altos funcionários da Casa Branca e da Administração continuam trabalhando dia e noite para fazer com que ambos os lados continuem negociando em direção a uma resolução.”

No entanto, a Casa Branca também observou que o presidente está “avaliando maneiras de lidar com os impactos potenciais” da greve portuária, “se necessário”.

Mas não está claro se simplesmente ordenar que os membros do sindicato voltem ao trabalho realmente faria com que a carga passasse pelas docas.

Há inúmeras maneiras de os trabalhadores desacelerarem o fluxo de carga enquanto seguem rigorosamente as regras do contrato atual.

Em um vídeo postado no início de setembro, Daggett, da ILA, disse que se os membros fossem forçados a voltar ao trabalho, eles provavelmente moveriam apenas uma pequena fração de seus volumes normais de carga.

“Você acha que quando (os membros) voltarem ao trabalho, esses homens vão trabalhar naquele píer?”, ele disse na mensagem de vídeo. “Vai custar dinheiro às empresas para pagar seus salários, enquanto vai de 30 movimentos por hora para talvez oito.”

As companhias marítimas percebem o problema de Biden ordenar que o sindicato volte a trabalhar, disse Peter Tirschwell, vice-presidente de inteligência e análise global da S&P Global Market Intelligence e presidente da conferência de transporte marítimo TPM.

“Um veterano da transportadora marítima me disse ontem: ‘Se eles forem forçados a voltar ao trabalho, eles podem tornar a vida de todos miserável’”, disse ele à CNN na semana passada.

Esta história foi atualizada com reportagens e contexto adicionais.

Arlette Saenz, da CNN, contribuiu para esta reportagem.

Portuários da Costa Leste dos EUA entram em greve; paralisação ameaça oferta e preços | CNN Brasil

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Notícias

Maior greve de estivadores em 50 anos paralisa 36 portos dos EUA

Às vésperas das eleições americanas, movimento dos trabalhadores afeta desembaraço de metade do comércio externo do país.

Estivadores de todos os principais portos das costas Leste e do Golfo dos Estados Unidos entraram em greve na manhã desta terça-feira, pela primeira vez em quase 50 anos, depois do fracasso das negociações de última hora entre o sindicato e a US Maritime Alliance. O movimento pode repercutir na maior economia do mundo e causar turbulência política a poucas semanas da eleição presidencial.

Os 36 portos afetados têm a capacidade combinada de lidar com até metade de todo o volume de comércio dos EUA, e as paralisações interrompem imediatamente as operações de contêineres e embarques de automóveis. Suprimentos de energia e cargas a granel não serão diretamente afetados. Algumas exceções serão feitas para permitir o movimento de bens militares e navios de cruzeiro.

A importância de uma paralisação em todos os principais portos de contêineres, desde Houston até Miami e Nova York-Nova Jersey, depende de quanto tempo a greve durar. Segundo o JPMorgan Chase & Co., a perda econômica causada pela paralisação, que começou às 00h01 de terça-feira, horário padrão do leste dos EUA, será entre US$ 3,8 bilhões e US$ 4,5 bilhões por dia.

Congestionamentos no transporte marítimo resultantes de uma greve de uma semana levariam cerca de um mês para serem resolvidos, de acordo com Grace Zwemmer, da Oxford Economics.

As ações da A.P. Moller-Maersk A/S, da Dinamarca, e da Hapag-Lloyd AG, da Alemanha, caíram nesta terça-feira, após ambas as empresas de contêineres terem registrado um ganho de mais de 11% em setembro.

A International Longshoremen’s Association está buscando aumentos salariais e a revisão das cláusulas sobre automação em um contrato de seis anos que expirou à meia-noite de segunda-feira.

O líder sindical Harold Daggett ameaçou por meses iniciar uma greve a partir de 1º de outubro, caso nenhum acordo fosse alcançado antes do prazo. A última vez que os trabalhadores portuários das costas Leste e do Golfo entraram em greve foi em 1977.

“Estamos preparados para lutar pelo tempo que for necessário, para permanecer em greve pelo período que for preciso”, disse Daggett em um comunicado postado no Facebook. A última oferta das empresas “ficou muito aquém do que os membros da ILA estão exigindo em termos de salários e proteções contra a automação”.

As operadoras marítimas e os operadores de terminais, representados pela US Maritime Alliance, também conhecida como USMX, acusaram a International Longshoremen’s Association (ILA) de se recusar a negociar desde que o sindicato suspendeu as conversas em junho.
Uma greve era quase certa até a tarde de segunda-feira, quando surgiram relatos de que a Casa Branca esteve em comunicação com os dois lados durante o fim de semana e algum progresso foi feito em relação aos salários.

O presidente Joe Biden, que se orgulha de ser pró-sindicato, disse que a disputa é uma questão de negociação coletiva e que ele não invocaria sua autoridade sob as leis de segurança nacional para ordenar que os trabalhadores portuários voltassem ao trabalho enquanto as negociações continuassem.

Grupos das indústrias de comércio, transporte e varejo têm instado a Casa Branca a intervir para limitar os danos causados pela greve. As transportadoras de contêineres estão se preparando para impor sobretaxas ligadas à interrupção, aumentando o custo geral do transporte.

US$ 2,1 bilhões por dia

“Seria inconcebível permitir que uma disputa contratual causasse um choque tão grande à nossa economia”, escreveu Suzanne Clark, CEO da Câmara de Comércio dos EUA, em uma carta a Biden na segunda-feira.

“Taft-Hartley daria tempo para que ambas as partes em negociação chegassem a um acordo sobre um novo contrato trabalhista”, continuou Suzanne, referindo-se ao ato do Congresso de 1947 que permite a um presidente intervir em disputas trabalhistas que envolvem segurança nacional.

Estimativas da Associação Nacional de Fabricantes mostram que a greve coloca em risco US$ 2,1 bilhões em comércio diariamente, e o dano econômico total pode reduzir o PIB em até US$ 5 bilhões por dia. O presidente e CEO da NAM, Jay Timmons, instou Biden a forçar a retomada das operações enquanto as negociações continuam.

“O presidente pode proteger os fabricantes e os consumidores exercendo sua autoridade, e esperamos que ele aja rapidamente”, disse Timmons em um comunicado na noite de segunda-feira.

O sindicato Teamsters emitiu um comunicado na segunda-feira pedindo ao governo Biden que não se envolva na disputa. O líder da ILA, Harold Daggett, avisou a Casa Branca para não intervir, e disse que, se forçados a voltar ao trabalho, os trabalhadores portuários movimentariam menos contêineres do que o normal, desacelerando as operações.

fonte: Maior greve de estivadores em 50 anos paralisa 36 portos dos EUA (globo.com)

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Mercado Internacional

EUA lideram ações antidumping contra produtos brasileiros

Os Estados Unidos são o país com maior número de medidas de defesa comercial contra o Brasil em vigor. São atualmente 13 medidas, seguidas de 12 da Argentina.

Os dados são de levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O cenário, diz Gustavo Bonini, diretor de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp, reflete uma mudança no ambiente de comércio internacional resultante de vários fatores, além do pós-pandemia.

“Há os impactos da guerra Rússia-Ucrânia, a disrupção tecnológica e a transição energética, que acabam afetando toda a cadeia produtiva de uma maneira geral”. afirma Bonini. “Qualquer bem, qualquer commodity, está passando agora por um crivo da questão dessa transição, com mudança na cadeia logística. Da onde você comprava, quando você deixou de comprar, virou um item estratégico para o país, então o país quer investir agora naquela tecnologia, o outro continente quer fazer uma reserva.”

O novo contexto, diz ele, também trouxe impacto para as medidas de defesa comercial. “Elas são absolutamente legítimas e fazem parte das regras do jogo do comércio internacional.”

E não é coincidência que a maior parte das medidas em vigor em relação a produtos brasileiros venha de Estados Unidos e Argentina, que são mercado importantes de manufaturados brasileiros.

O gráfico abaixo usa informações derivadas do DataLiner para fornecer uma avaliação geral dos dez principais produtos mais exportados do Brasil para os Estados Unidos em contêineres nos primeiros sete meses de 2024. Os leitores podem solicitar uma demonstração abaixo.

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

O valor das exportações brasileiras sujeitas às medidas de defesa comercial representam cerca de 0,6% dos US$ 40 bilhões em receita total de embarques anuais aos americanos, mas têm impacto importante em setores específicos, mostra o levantamento.

Aproximadamente 83% das exportações afetadas em 2023 se concentraram em três produtos: fio máquina carbono e cercas ligas de aço (vigente desde 2002, com alíquotas entre 2,76% e 98,69%), mel natural (vigente desde 2022, com alíquotas entre 7,89% e 83,72%) e folhas de alumínio (vigente desde 2021, com alíquotas entre 7,59% e 63,05%). Os três produtos somaram US$ 205,1 milhões em importações americanas no ano passado.

Os principais setores afetados são siderurgia, com seis medidas, e alumínio, com duas. A medida com maior impacto em termos de alíquota “ad valorem”, cobrada sobre o valor da operação de importação, é a medida antidumping sobre exportações brasileiras de chapas de alumínio, com tarifa de 137,06%. Apenas três itens concentraram aproximadamente 80% das medidas contra o Brasil

“Há pouco tempo foi aplicada uma alíquota de 100% pelos Estados Unidos para aimportação de veículos elétricos, e esses 100% já são exceção. Essa alíquota de mais de 137% mostra a relevância do tema e, considerando o contexto, que se trata deação bastante forte e contundente”, diz Bonini.

Ele se refere à imposição e elevação de sobretaxas contra a importação de diversos produtos originários da China, na chamada “section 301”, incluindo o aumento, a partir de 27 de setembro, da tarifa, de 25% para 100%, contra carros elétricos.

Segundo a área técnica da Fiesp, estudos mostram que a imposição de medidas de defesa comercial podem resultar em redução de preços das exportações, como maneira de compensar o efeito de uma sobretaxa antidumping, por exemplo. As medidas de defesa comercial, portanto, apontam técnicos, afetam a competitividade nos mercados externos.

“Há um jogo e as medidas de defesa comercial fazem parte dele. Precisamos saber jogar”, afirma Bonini. Para ajudar nisso, a Fiesp deve lançar, no dia 27, cartilha de apoio ao exportador, com orientações sobre como lidar com as medidas.

FONTE: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/09/30/eua-lideram-acoes-antidumping-contra-produtos-brasileiros.ghtml

EUA lideram ações antidumping contra produtos brasileiros – DatamarNews

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Economia, Gestão, Informação, Investimento, Mercado Internacional

O dilema do Brasil sobre endurecer com a China; o que dizem Alckmin e Josué Gomes

Ambos adotaram tom pacífico em relação à China, e falam em ‘manter’ relações amistosas e estabelecer ‘pontes’ com asiáticos e norte-americanos
O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços , Geraldo Alckmin (PSB), e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) , Josué Gomes , deixaram claro o dilema que o País enfrenta em relação aos produtos chineses. Em entrevista ao programa Dois Pontos , vodcast do Estadão , eles reforçaram que o mundo está “endurecendo” nas relações com a China . Mas também destacaram a necessidade de ter pontes com asiáticos e norte-americanos.”O mundo está endurecendo com a China. O Brasil tem uma característica diferente porque somos um grande exportador de alimentos, e a China é o nosso maior importador de alimentos. O Brasil sempre teve um comércio internacional bem distribuído entre os diversos blocos econômicos do mundo. Vamos manter assim”, declarou Gomes.

No Brasil, diversos segmentos do setor industrial pressionam por aumento de impostos nas importações asiáticas. Um dos casos – sem previsão para decisão na Câmara de Comércio Exterior (Camex) – é o pedido é para antecipar imediatamente a retomada da cobrança de alíquota de 35% na importação de carros elétricos. Os Estados Unidos, por exemplo, taxaram em 100%. Outro apelo, já foi rejeitado, como antecipou a Coluna do Estadão : o aumento de 16% para 35% para pneus de ônibus e caminhão .

O vice-presidente da República recordou que a China é o maior parceiro comercial e que os Estados Unidos são os maiores investidores dos brasileiros. “Então, nós temos que ter pontes com os dois”, concluiu Alckmin. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2023, o comércio bilateral alcançou US$ 157 bilhões, um recorde histórico.

Já os norte-americanos foram o principal destino das exportações brasileiras no primeiro semestre de 2024. Segundo o Monitor do Comércio Brasil-EUA da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), divulgado em julho, o Brasil exportou um valor recorde de US$ 19,2 bilhões para os EUA nos primeiros seis meses do ano, o que marca um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado . O comércio bilateral entre Brasil e EUA totalizou US$ 38,7 bilhões no período, marcando um aumento de 5,1% em relação ao ano anterior.

Em junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia externado o desejo de construir uma “parceira estratégica de muitos anos” com o mandatário chinês , Xi Jinping . O líder da China virá ao Brasil nos dias 18 e 19 de novembro para participar da Cúpula de Líderes do G-20, no Rio de Janeiro.

Fonte: Estadão
O dilema do Brasil sobre endurecer com a China; o que dizem Alckmin e Josué Gomes – Estadão (estadao.com.br)

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