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A exportação de soja do Brasil deve alcançar 15,45 milhões de toneladas em março, aumento de mais de 4% na comparação com a previsão da semana anterior, estimou nesta terça-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
Este crescimento reflete um desempenho robusto do agronegócio brasileiro, que continua a se beneficiar de condições climáticas favoráveis e de uma demanda global crescente por soja, especialmente da China.
Se confirmada, a exportação do Brasil cresceria quase 2 milhões de toneladas na comparação com março do ano passado. Este aumento significativo é um indicativo da competitividade da soja brasileira no mercado internacional, impulsionada pela alta produtividade das lavouras.
Além disso, a Anec também elevou a previsão de exportação de farelo de soja do Brasil para 2,38 milhões de toneladas em março, versus 2 milhões na previsão anterior, agora com aumento anual estimado de quase 600 mil toneladas. O farelo de soja, um subproduto do processamento da soja, é amplamente utilizado como ração animal, especialmente na avicultura e suinocultura, setores que também vêm apresentando crescimento constante no Brasil.
De acordo com especialistas, o cenário positivo para a exportação de soja deve se manter nos próximos meses, com expectativas de novas colheitas recordes e a manutenção da demanda externa. No entanto, é importante continuar monitorando fatores como variações climáticas e políticas comerciais internacionais, que podem influenciar o mercado de forma significativa.
Com a decisão, produtos alimentícios importados terão o imposto de importação reduzido temporariamente, com o objetivo de aumentar a oferta e reduzir os preços internos.
O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, aprovou nesta quinta-feira (13), por unanimidade, uma medida para reduzir a zero os impostos de importação sobre alimentos.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento,Geraldo Alckmin, que destacou o consenso na aprovação da medida.
“Foram aprovadas por unanimidade as medidas para redução a zero do imposto de importação”, afirmou Alckmin.
O governo já havia, na semana passada,apresentado a iniciativa de zerar impostos. Agora, a Camex precisava analisar a medida, como é praxe nesses casos..
A Camex coordena as políticas de comércio exterior do país. A secretaria executiva da Camex é um órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (MDIC), comandado por Alckmin.
Especialistas afirmam que o impacto dessas medidas deve ser limitado, já que muitos dos produtos seguem preços internacionais. Além disso, custos logísticos e de produção também afetam a competitividade do produto importado. Alckmin diz que preços de alimentos não cairão em ’24 horas’
A decisão já vale a partir desta sexta-feira (14). O governo não informou por quanto tempo vai durar a medida, mas Alckmin afirmou que será “temporária”.
A alta de alimentos afeta a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a pouco mais de um ano das eleições.
Inflação e preço dos alimentos: na foto, consumidores em feira livre no bairro do KM18 em Osasco na Grande São Paulo, nesta quinta-feira (06)c — Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Alimentos de imposto zerado
A lista divulgada pelo governo inclui os seguintes produtos:
Carnes
Café torrado e café em grão
Milho
Azeite de oliva
Óleo de girassol
Açúcar
Massas alimentícias
Bolachas e biscoitos
Sardinha (até 7,5 mil toneladas)
Óleo de palma (aumento da cota de importação de 60 mil para 150 mil toneladas)
Tarifas dos EUA
Alckmin também classificou de “equivocada” a decisão do governo Donald Trump de elevar tarifas de importação do aço e do alumínio.
A tarifa imposta pelo governo de Donald Trump de 25% sobre o aço e o alumínio importados, o que atinge os setores no Brasil, entrou em vigor na quarta-feira (12). Representantes da indústria siderúrgica cobram providências do governo brasileiro.
Para Alckmin, a resposta brasileira deve ser pautada pela lógica “ganha ganha” e dada após diálogo com os norte-americanos.
“A medida dos Estados Unidos sobre aço e alumínio não foi contra o Brasil. Foi equivocada. O Brasil não é problema para os EUA. Eles têm superávit comercial com o Brasil”, afirmou.
“O caminho não é olho por olho. O caminho é pelo ganha ganha. Reciprocidade de buscar o diálogo, é isso que nós vamos fazer”, completou Alckmin.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 12, que o governo brasileiro não deve promover uma retaliação imediata após o governo dos Estados Unidos implementar tarifa adicional sobre o aço e o alumínio, ressaltando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu calma na análise do tema.
Em entrevista a jornalistas, Haddad afirmou que o Ministério da Fazenda vai estudar propostas apresentadas pelo setor de aço e vai elaborar uma nota técnica sobre o tema para subsidiar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá.
Os produtores deaçodo Brasil defendem a continuidade de um acordo comercial estabelecido em 2018 que crioucotas rígidas de exportaçãode produtos siderúrgicos do país para os Estados Unidos, além de medidas para conter a“inundação” da entrada do aço chinêsno Brasil.
A nova tarifa de 25% sobre aço e alumínio, sem exceções ou isenções, entrou em vigor nesta quarta para o Canadá e todos os outros parceiros comerciais dos EUA, incluindo o Brasil.
Os EUA têm tarifas separadas sobre o Canadá, México e China, com planos de também taxar importações da União Europeia, Brasil e Coreia do Sul cobrando taxas “recíprocas” a partir de 2 de abril.
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse que nada impedirá as tarifas de 25% do presidente Donald Trump sobre o aço e o alumínio até que a produção doméstica seja fortalecida, e que Trump acrescentará o cobre às suas proteções comerciais.
Segundo Lutnick, o aço e o alumínio estão entre os produtos essenciais que devem ser fabricados nos EUA por motivos de segurança nacional, junto de semicondutores e produtos farmacêuticos.
Brasil busca canal de negociação
O governo brasileiro conseguiu abrir um canal de negociação com os norte-americanos depois de conversas, na semana passada, entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e também entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o representante de Comércio norte-americanos, Jamieson Green.
Fontes ouvidas pela Reuters lembraram, no entanto, que uma primeira reunião técnica entre Brasil e Estados Unidos ainda não aconteceu e deve ser marcada para esta semana, de forma virtual.
Há um temor sobre o impacto que essas novas tarifas podem ter sobre o Brasil, já que informações divulgadas pela Casa Branca de que o governo norte-americano planeja uma tarifa única para cada país que aplica tarifas contra os EUA poderia impactar o comércio bilateral como um todo, não apenas um setor específico.
Nas negociações, o governo brasileiro quer tentar mostrar que não apenas o Brasil tem déficit no comércio bilateral com os Estados Unidos, como também a tarifa média aplicada pelo Brasil, de 2,75%, é inferior à média que os EUA aplica ao país, que chega a 3,5%.
O governo brasileiro pediu que o início da aplicação da tarifa contra o país fosse adiado, o que Lutnick e Green prometeram levar ao presidente norte-americano, Donald Trump. O governo também pretende tentar, nas negociações, manter as cotas atuais de exportação sem tarifa para o aço.
Tarifas de importação de 25% sobre metais para os EUA entram em vigor, “sem isenções”, para todos os parceiros comerciais
Em meio a mais um dia turbulento em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta terça-feira (11) que uma tarifa de 25% sobre todas as importações de alumínio e aço para o país entraria em vigor nesta quarta-feira (12). Embora as sobretaxas se apliquem a produtores de metal em todo o mundo, a medida terá um impacto direto no Brasil.
Os EUA são o destino de quase 50% das exportações de aço do Brasil. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) disse nesta terça-feira (11) que não fará declarações imediatas sobre o assunto.
Abordando a disputa com o Canadá – que se intensificou no dia anterior – o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, afirmou que a “tarifa de 25% sobre aço e alumínio entrará em vigor à meia-noite de 12 de março para o Canadá e todos os outros parceiros comerciais, sem exceções ou isenções”.
A menção de isenções não foi coincidência. Ele confirmou que a nova medida revoga efetivamente o acordo de 2018 entre o Brasil e os EUA sobre produtos siderúrgicos.
O acordo, que estava em vigor até agora, estabeleceu cotas de exportação (hard quotas) para o mercado dos EUA, permitindo 3,5 milhões de toneladas de placas e produtos semiacabados e 687.000 toneladas de aço laminado. Este acordo foi negociado depois que os EUA inicialmente impuseram uma tarifa de importação de 25%.
De acordo com o Instituto Aço Brasil, representante das siderúrgicas que atuam no país, as exportações brasileiras têm cumprido integralmente as condições estabelecidas no sistema de cotas rígidas.
Em 2024, os EUA importaram 5,6 milhões de toneladas de placas de aço para atender a demanda interna, já que o país não é autossuficiente nesse tipo de produto. Desse volume, 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil. Enquanto isso, no ano passado, os EUA responderam por aproximadamente 45% das exportações brasileiras de produtos siderúrgicos.
Para o alumínio, uma tarifa de 10% já estava em vigor nas remessas para os EUA. Com o anúncio, a taxa subiu para 25%, afetando o setor. Embora os produtos brasileiros representem menos de 1% do total das importações de alumínio dos EUA, os EUA respondem por cerca de 17% das exportações de alumínio do Brasil, totalizando US$ 267 milhões em 2024. Em volume, o mercado norte-americano absorveu 13,5% de todo o alumínio embarcado para o exterior.
Em relação a outros parceiros comerciais sujeitos às novas tarifas, Trump retirou seu plano de dobrar as tarifas sobre as importações canadenses de aço e outros metais para 50% poucas horas depois de fazer a ameaça. O anúncio inicial abalou os investidores ao intensificar a guerra comercial da América do Norte.
A reversão ocorreu depois que a província canadense de Ontário suspendeu sua própria tarifa de 25% sobre as exportações de energia para os EUA, que Trump citou como uma das razões para aumentar as tarifas sobre os produtos canadenses.
A reviravolta marcou uma rápida mudança em um conflito comercial sem precedentes entre a maior economia do mundo e um de seus três maiores parceiros comerciais. Foi também a segunda semana consecutiva em que Trump suavizou sua posição sobre as tarifas contra o Canadá.
Em comunicado divulgado na noite de terça-feira (11), horas depois de anunciar as tarifas de 50% sobre os metais canadenses, a Casa Branca disse que o presidente mais uma vez usou a economia dos EUA para entregar uma vitória ao povo americano.
O primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, disse no início da tarde que suspenderia a sobretaxa de 25% após uma conversa “produtiva” com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
Ford acrescentou que planeja se encontrar com Lutnick e o representante comercial dos EUA (USTR), Jamieson Greer, em Washington no final desta semana para discutir as tensões comerciais.
A decisão do primeiro-ministro veio apenas um dia depois que Ontário impôs a tarifa e apenas algumas horas após o anúncio de Trump de que os EUA aumentariam as tarifas para 50% sobre o aço e o alumínio canadenses.
“Instruí meu secretário de Comércio a adicionar uma tarifa ADICIONAL de 25%, a 50%, sobre todos os AÇOS E ALUMÍNIO QUE ENTRAM NOS ESTADOS UNIDOS VINDOS DO CANADÁ, UMA DAS NAÇÕES COM TARIFAS MAIS ALTAS EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO”, ESCREVEU Trump em sua plataforma Truth Social na manhã de terça-feira (11).
A mais recente disputa comercial desencadeou outro surto de volatilidade em Wall Street, levando brevemente o S&P 500 a um declínio acentuado após uma grande liquidação no dia anterior. O índice fechou em queda de 0,8%, embora bem acima das mínimas da sessão.
Pouco depois de assumir o cargo, Trump disse que imporia tarifas de 25% ao Canadá e ao México. No entanto, na semana passada, ele concedeu uma extensão de um mês para produtos cobertos pelo acordo de livre comércio de 2020.
A exportação de carne brasileira para os Estados Unidos foi parar na mesa de negociações com o governo Donald Trump, como forma de equilibrar o jogo sobre a ameaça de taxação do etanol que o Brasil vende aos EUA.
O governo brasileiro planeja tentar emplacar um possível aumento da cota da carne que vende aos EUA sem a incidência de tarifas. A ideia seria, com isso, tentar compensar eventuais perdas com a imposição de sobretaxas sobre o etanol brasileiro —uma das ameaças feitas pelo governo Donald Trump.
A relação bilateral com o governo Trump diante da ameaça de tarifaço pelo republicano foi discutida em uma conversa realizada na quinta-feira (6) com membros do governo americano e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Nesta segunda-feira (10), Alckmin falou com empresários especificamente sobre a possibilidade de envolver a carne nas tratativas.
Atualmente, o Brasil possui uma cota anual de 65 mil toneladas para exportar carne bovina in natura aos Estados Unidos. Dentro desse volume, não há cobrança de imposto pelos americanos. Acontece que essa cota tem sido rapidamente preenchida. Em janeiro deste ano, por exemplo, ela já tinha sido totalmente utilizada. Acima desse patamar, as exportações brasileiras de carne bovina para os EUA estão sujeitas a uma tarifa de 26,4%.
O governo brasileiro quer ampliar essa cota atual para 150 mil toneladas, permitindo que um volume maior de carne bovina brasileira entre no mercado americano sem a aplicação da tarifa. Em 2024, os Estados Unidos importaram aproximadamente 229 mil toneladas desse produto brasileiro, movimentando US$ 1,35 bilhão, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) compilados pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).
A proposta partiu dos produtores e do governo brasileiro, sob a justificativa de que a ampliação da cota favorece o mercado de consumo dos americanos. A questão não é tão simples, porém, uma vez que os produtores de carne dos EUA podem ver uma maior ameaça em seu próprio mercado.
A demanda americana por carne bovina está associada à redução do rebanho local, afetado por condições climáticas adversas, como secas prolongadas. Essa diminuição levou os EUA a aumentarem suas importações para suprir a demanda doméstica.
No mês passado, Trump ameaçou impor tarifas adicionais sobre o etanol brasileiro. A Casa Branca se queixou de que os EUA aplicam uma tarifa de 2,5% sobre o etanol importado do Brasil, enquanto o país impõe uma taxa de 18% sobre o álcool combustível americano.
A redução da tarifa para a carne nacional seria mais uma forma de equilibrar o tabuleiro tarifário. Na quinta, Alckmin e técnicos de Lula tiveram conversas com os principais auxiliares de Trump na área comercial, com o objetivo de tentar evitar a imposição de tarifas prometidas pelo republicano em produtos como aço, alumínio e etanol.
Para aceitar maior abertura para o etanol americano, o governo Lula também tenta colocar na negociação o açúcar exportado para os americanos. Os EUA têm uma cota de 146,6 mil toneladas de açúcar brasileiro isenta de imposto de importação. Acima disso, o que entra no mercado americano é taxado em 80%.
No ano passado, o Brasil vendeu 1,12 milhão de toneladas de açúcar aos EUA —de um total global exportado de 38,2 milhões de toneladas.
Conquistar melhores condições para o açúcar é visto pelo governo Lula como uma forma de equilibrar eventuais perdas que as usinas brasileiras possam ter com a entrada de maior volume de etanol americano no país. As usinas de etanol também têm capacidade para produzir açúcar e, assim, poderiam se beneficiar do ganho de mercado nos EUA.
PRECEDENTES
No passado, o Brasil já flexibilizou sua política de importação de etanol com os EUA, em troca de concessões na exportação de carne bovina para os Estados Unidos. Em 2019, os EUA reabriram seu mercado para a carne bovina in natura do Brasil, após um bloqueio sanitário imposto desde 2017.
Em paralelo, o Brasil renovou uma cota anual de 750 milhões de litros de etanol dos EUA com isenção tarifária, beneficiando os produtores americanos, especialmente do etanol de milho.
Em 2020, o Brasil suspendeu temporariamente a tarifa de 20% sobre o etanol americano por 90 dias. A decisão ocorreu em meio à tentativa de garantir melhores condições para a exportação de carne bovina brasileira para os EUA.
Já em 2021, houve o fim da cota de etanol, o que gerou tensão comercial. O Brasil decidiu não renovar a cota de etanol importado sem tarifas, voltando a aplicar a taxa de 20% sobre os produtos dos EUA. Como retaliação, os EUA mantiveram a cota limitada de 65 mil toneladas para a carne bovina brasileira sem tarifas, frustrando tentativas do Brasil de ampliar esse volume. É a situação que prevalece até o momento.
Outras sugestões em análise são o aumento da cota para exportação de carne bovina e a abertura de mercado para o limão do Brasil
O governo brasileiro colocou na mesa de negociação com os Estados Unidos a ampliação da cota de exportação deaçúcarpara lá. O pleito antigo do setor nacional, maior produtor mundial, ganhou força em Brasília como uma possível moeda de troca diante da pressão do presidente Donald Trump por redução na tarifa de 18% cobrada pelo Brasil para a entrada doetanolamericano aqui.
Outras sugestões em análise são o aumento da cota para exportação decarne bovinae a abertura de mercado para olimãodo Brasil. Os temas serão negociados em bloco, não por setor, e em nível de governos, disseram pessoas a par do assunto. As discussões envolvem ainda o possível tarifaço contra o aço e o alumínio brasileiros e são coordenadas pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Atualmente, a cota preferencial deaçúcarpara acesso ao mercado americano pelo Brasil é de 146,6 mil toneladas isentas de impostos. Está dividida entre 39 empresas do Nordeste do país. Há alguns anos, o governo tenta ampliar essa quantidade para algo em torno de 300 mil e 400 mil toneladas, mas enfrenta resistências. Não há confirmação se o pedido foi mantido nesse patamar.
Em 2024, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram 876,7 mil toneladas, com uma receita de quase US$ 440 milhões. Acima da cota, o produto é taxado em cerca de 80%. Produzido em 26 dos 50 Estados americanos, oaçúcaré considerado um produto “superprotegido” e de difícil negociação por pessoas que acompanham o assunto em Brasília. Os negócios são considerados irrisórios por fontes da indústria, em comparação com os embarques totais de mais de 33,4 milhões de toneladas deaçúcardo Brasil no ano passado, com faturamento de US$ 15,9 bilhões.
A avaliação dos técnicos do governo é que oaçúcartem relação direta com oetanol, produto para o qual os americanos querem mais espaço no Brasil, o que pode justificar o atendimento ao pedido desta vez. “Etanoleaçúcarpara o Brasil são indissociáveis”, disse uma fonte. Isso porque a maior parte do biocombustível brasileiro é produzido a partir da cana-de-açúcar. Nos Estados Unidos, porém, oetanolé feito demilho, o que baliza argumentos do outro lado da mesa sobre efeitos em indústrias diferentes no caso da ampliação da cota.
O assunto já foi tratado na videoconferência do vice-presidente Geraldo Alckmin com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. Na ocasião, o governo brasileiro propôs a criação de um grupo de trabalho para tratar das relações comerciais entre os dois países.
“A estratégia é tentar ter alguma moeda de troca na questão doetanolcaso se encaminhe para ter uma redução de tarifa do lado brasileiro”, disse uma fonte do governo. A conquista de mais espaço para oaçúcarseria uma forma de “compensação”, avaliou.
Em 2025, as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre importações do Canadá e do México continuam a gerar preocupações no setor automotivo brasileiro.
As medidas, que visam incentivar a produção interna norte-americana, têm potencial para afetar significativamente a economia brasileira, especialmente no que diz respeito aos custos de produção e preços finais dos veículos.
As tarifas de 25% aplicadas pelos EUA foram temporariamente suspensas para veículos doAcordo Estados Unidos-México-Canadá, mas devem ser retomadas em breve. Essa situação coloca o Brasil em uma posição delicada, uma vez que o país pode enfrentar um aumento nos custos de importação de peças e componentes automotivos, impactando a competitividade das montadoras locais.
Como as tarifas afetam o Brasil?
O Brasil, que já enfrenta desafios econômicos internos, pode ver suas exportações reduzidas caso os Estados Unidos decidam aplicar tarifas recíprocas. Isso afetaria não apenas o setor automotivo, mas também outras indústrias que dependem de exportações para os EUA. O aumento nos custos de importação de materiais como aço e componentes eletrônicos poderia elevar os preços dos veículos no mercado interno.
Além disso, o setor de siderurgia brasileiro, que não é autossuficiente, pode sofrer com a redução das exportações para os Estados Unidos. A Gerdau USA, por exemplo, importa semiacabados para finalizar a laminação nos EUA, e qualquer mudança nas tarifas pode impactar diretamente essa operação.
Quais são as consequências para o consumidor brasileiro?
Para o consumidor brasileiro, o impacto mais imediato seria o aumento dos preços dos veículos. Com a elevação dos custos de produção, as montadoras podem repassar esses custos aos consumidores finais. Além disso, a presença de carros chineses no mercado brasileiro, que têm estratégias agressivas de precificação, pode ser afetada, resultando em um aumento geral nos preços dos veículos.
O mercado automotivo brasileiro já enfrenta uma concorrência acirrada, com 44 marcas disputando um espaço limitado. A entrada de novas montadoras chinesas em 2025, com modelos eletrificados, pode alterar ainda mais a dinâmica do mercado, exigindo que as empresas ajustem suas estratégias para se manterem competitivas.
Imagem de carros – Créditos: depositphotos.com / welcomia
Como as montadoras brasileiras podem reagir?
As montadoras brasileiras precisam adotar estratégias eficazes para lidar com os desafios impostos pelas tarifas dos EUA. Isso inclui a busca por fornecedores alternativos, a otimização de processos de produção e a adaptação às novas condições de mercado. Além disso, é essencial que as empresas mantenham um diálogo aberto com o governo para buscar soluções que minimizem os impactos econômicos.
Os especialistas sugerem que, para enfrentar as incertezas do mercado, as montadoras devem focar em inovação e eficiência. A introdução de veículos eletrificados e a adaptação às novas demandas dos consumidores podem ser caminhos viáveis para manter a competitividade no cenário global.
O futuro do setor automotivo brasileiro
O futuro do setor automotivo brasileiro dependerá de como o país e suas indústrias se adaptam às mudanças no cenário internacional. As tarifas dos EUA representam um desafio significativo, mas também uma oportunidade para o Brasil fortalecer sua indústria automotiva e buscar novas parcerias comerciais.
Em um mundo cada vez mais globalizado, a capacidade de adaptação e inovação será crucial para o sucesso das montadoras brasileiras. Com uma abordagem estratégica e colaborativa, o Brasil pode superar os desafios impostos pelas tarifas e continuar a crescer no mercado automotivo global.
Alckmin conversou com representantes do governo norte-americano sobre comércio bilateral e impactos das políticas tarifárias
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, conversou, nesta quinta-feira (6/3), com o secretário de Comércio dosEstados Unidos (EUA), Howard Lutnick, sobre a taxação de aço e alumínio brasileiro.
Em fevereiro, o presidente dos Estados Unidos,Donald Trump, formalizou a taxação de25% sobre as importações de aço e alumínio. O aumento da alíquota afeta diretamente o Brasil, uma vez que o país é o terceiro maior exportador de aço para os EUA.
O Planalto tem mantido posição mais contida diante do aumento de tarifas apresentadas por Washington. A expectativa de membros da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é manter o diálogos diplomáticos, sem se envolver em embates nas redes sociais, impulsionadas pela oposição.
Governo Trump
Donald Trump assumiu a Presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro. E, desde então, a gestão norte-americana tem aumentado as medidas protecionistas, que, segundo o republicano, seriam para fortalecer a soberania do país.
Durante o Carnaval, por exemplo, o mandatário dos EUA confirmou a vigência de novas tarifas de importação para produtos do México, do Canadá e da China. A Casa Branca, por outro lado,decidiu adiar as cobranças das montadoras sobre as importações do México e Canadá.
A nova rota aérea conecta Xiamen e São Paulo com três voos semanais. Cada voo tem capacidade para até 95 toneladas, facilitando importações. Produtos de alto valor e perecíveis terão suporte logístico ágil.
Canal verde na alfândega de Xiamen permite liberação rápida de frutas. China é a maior parceira comercial do Brasil, com US$ 100 bilhões em transações.
A primeira rota de carga aérea para e-commerce entreXiameneSão Paulojá está em operação, com três voos semanais que podem transportar até95 toneladaspor voo. Essa nova rota visa agilizar as entregas internacionais, oferecendo suporte para uma variedade de produtos, incluindo itens de alto valor e perecíveis.
Aembaixada da Chinainformou que a alfândega do Aeroporto de Xiamen implementou um canal verde para a importação de frutas, permitindo uma auditoria inteligente que resulta na liberação em menos de30 minutos. Essa medida visa facilitar o comércio de produtos perecíveis, aumentando a eficiência nas operações.
Desde2009, a China se consolidou como a principal parceira comercial do Brasil, movimentando mais deUS$ 100 bilhões, o que representa cerca de25%do comércio global brasileiro. Esse volume de transações supera as realizadas com osEstados Unidos, evidenciando a importância da relação comercial entre os dois países.
A nova rota aérea é um passo significativo para fortalecer ainda mais os laços comerciais entre Brasil e China, ampliando as oportunidades para o e-commerce e melhorando a logística de importação de produtos diversos.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China
Depois de anunciar a entrada em vigor de tarifas aos produtos de China, México e Canadá na última terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em discurso na noite da última terça-feira (4) que, no dia 2 de abril, tarifas recíprocas (ou seja, tarifar seus parceiros comerciais na mesma magnitude que é taxado) serão adotadas.O Brasil foi citado pelo presidente americanoquando ele tratou sobre esse tema.
Segundo Trump, “União Europeia, China, Brasil, México e Canadá nos cobram tarifas injustas [dos EUA]” no comércio exterior. “No dia 2 de abril, tarifas recíprocas serão adotadas. Não deixaremos mais que os Estados Unidos sejam roubados por outros países. Não pagaremos mais subsídios de centenas de bilhões de dólares ao Canadá e México.”
Trump havia anunciado as tarifas recíprocas em meados de fevereiro sendo que, na ocasião, o economista-chefe da XP, Caio Megale, ressaltou no programa Morning Callque o Brasil está “mal posicionado” neste aspecto.
“O país possui tarifas de importação relativamente elevadas para diversos produtos, enquanto as taxas de exportação para os Estados Unidos não são tão altas. Sob essa perspectiva, o Brasil tende a estar no foco da política comercial dos Estados Unidos”, ressaltou.
Por que guerra comercial desencadeada por Trump pode elevar inflação?
Uma estimativa aponta que tarifas levem a um aumento anual de quase US$ 1.000 por família no custo dos produtos. Mais de uma vez, o republicano ressaltou que a sua vitória eleitoral foi um “mandato” da população americana
Entretanto, o economista-chefe da XP ressalta que o Brasil exporta pouco para os Estados Unidos quando se contabilizam os produtos individualmente. “É um parceiro comercial significativo, mas as exportações do Brasil são relativamente diversificadas”, destacou.
Conforme destacou a equipe econômica do Bradesco também em meados de fevereiro, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, foi o destino de 12% das exportações brasileiras, totalizando US$ 40,4 bilhões, e origem de 15,5% das importações nacionais (US$ 40,7 bilhões). Sendo assim, o saldo comercial com os Estados Unidos foi praticamente nulo, enquanto a corrente de comércio alcançou 3,6% do PIB brasileiro no ano passado.
Dentre os principais produtos exportados, os economistas do Bradesco destacaram óleos brutos e combustíveis de petróleo, produtos de ferro e aço, aeronaves, café e celulose.
Quando analisada a participação dos Estados Unidos na pauta exportadora por produto, os mais dependentes dessa parceria são produtos de ferro e aço, aeronaves, materiais de construção e manufaturas de madeira. Pelo lado das importações, o Brasil é dependente de motores e máquinas não elétricos, óleos combustíveis e brutos de petróleo, aeronaves e gás natural norte-americanos.
As tabelas abaixo trazem um resumo dos 20 principais produtos exportados e importados e seu grau de dependência dos Estados Unidos:
Comércio com os Estados Unidos, pauta exportadora e importadora em 2024 (Fonte: MDIC, Bradesco)
Apesar de ser um importante parceiro comercial, o Brasil sempre taxou as importações vindas dos Estados Unidos, ressalta o banco. Utilizando dados do Banco Mundial, o Bradesco observou que a tarifa média atual é de 11,3% (2022, último dado disponível), sendo maior para bens de consumo e quase zerada para combustíveis. Por outro lado, as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros são consideravelmente inferiores (em média 2,2%). Com uma tarifa um pouco mais elevada para bens de consumo e quase zerada para bens de capital e combustíveis.
Assim, com as tarifas recíprocas, dada a diferença de tarifas, o Brasil poderia sofrer elevação de tarifas.
Para medir eventuais impactos na balança comercial, no câmbio e na inflação, o banco fez três cenários hipotéticos de tarifas: (i) os Estados Unidos adotam a reciprocidade; (ii) os Estados Unidos aumentam as tarifas de importação de produtos brasileiros para 25%, em um movimento similar ao feito contra o México e Canadá; e (iii) o Brasil retalia tais medidas, ampliando as tarifas para produtos norte-americanos para os mesmos 25%.
No primeiro cenário, a tarifa média imposta pelos Estados Unidos passaria dos atuais 2,2% para 11,3%, com todas as aberturas se igualando às tarifas de importação cobradas pelo Brasil. Nesse exercício, o banco encontra uma redução de cerca de US$ 2,0 bilhões nas exportações (5% do total embarcado).
Em um exercício hipotético, a depreciação equivalente do real, necessária para compensar essa perda, seria da ordem de 1,5%, com um impacto potencial estimado ligeiramente inferior a 0,1 ponto percentual no IPCA, como resposta direta à depreciação cambial.
O segundo cenáriocontempla um aumento das tarifas atuais para 25%. O Bradesco estima que tais medidas reduziriam em US$ 6,5 bilhões as exportações brasileiras, com maior impacto em bens intermediários (principal categoria dos produtos exportados para os Estados Unidos) e em combustíveis, dada a diferença entre os 25% e a tarifa atual, de apenas 0,2%.
Para hipoteticamente compensar essa perda, este cenário demandaria uma depreciação equivalente de 4%, elevando a inflação doméstica em até 0,25 ponto percentual.
Já oterceiro exercíciocontempla um aumento das tarifas atuais brasileiras sobre os produtos norte-americanos para 25%. Neste cenário, as importações recuariam cerca de US$ 4,5 bilhões e o repasse para a inflação ocorreria em dois estágios.
Inicialmente com impactos diretos oriundos apenas da elevação dos preços de importação e posteriormente via repasse dado o aumento do IPA. “Estimamos que o impacto máximo potencial seria de 0,3 ponto percentual, sendo 1/3 direto e 2/3 indireto”, aponta o banco.