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Comércio Exterior, Internacional, Negócios

Índia e Reino Unido finalizam acordo de livre comércio

Acordo reduz tarifas sobre produtos como peças de fabricação avançada e produtos alimentícios, e concorda com cotas de ambos os lados para importações de automóveis

O Reino Unido e a Índia firmaram um pacto de livre comércio nesta terça-feira (6), depois que a turbulência tarifária desencadeada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, forçou os dois lados a acelerar os esforços para aumentar seu comércio de uísque, carros e alimentos.

O acordo, entre a quinta e a sexta maiores economias do mundo, foi concluído após três anos de negociações intermitentes e visa aumentar o comércio bilateral em mais 25,5 bilhões de libras (US$ 34 bilhões) até 2040, com acesso liberal ao mercado e restrições comerciais mais brandas.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que o acordo comercial era “ambicioso e mutuamente benéfico”. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o acordo fortaleceria alianças e reduziria barreiras comerciais nesta “nova era para o comércio”.

O acordo reduz tarifas sobre produtos como peças de fabricação avançada e produtos alimentícios, e concorda com cotas de ambos os lados para importações de automóveis.

Isso permitirá que mais empresas britânicas concorram por contratos na Índia e permitirá que trabalhadores indianos viajem para o Reino Unido para trabalhar, sem alterar o sistema de imigração baseado em pontos do país.

Ambos os países também buscam acordos bilaterais com os Estados Unidos para remover algumas das tarifas de Trump que perturbaram o sistema de comércio global, e a turbulência resultante aumentou o foco em Londres e Nova Déli na necessidade de fechar um acordo comercial entre o Reino Unido e a Índia.

O pacto marca a abertura dos mercados há muito tempo guardados pela Índia, incluindo o de automóveis, dando um exemplo precoce da provável abordagem da nação sul-asiática ao lidar com grandes potências ocidentais, como os EUA e a União Europeia.

Também marca o acordo comercial mais significativo do Reino Unido desde que ela deixou a União Europeia em 2020.

Histórico das negociações 

As negociações sobre um acordo de livre comércio entre a Índia e o Reino Unido foram iniciadas inicialmente em janeiro de 2022 e se tornaram um símbolo das esperanças do Reino Unido em sua política comercial independente após o Brexit.

Mas as negociações foram interrompidas, com o Reino Unido tendo quatro primeiros-ministros diferentes desde a data de lançamento e eleições em ambos os países no ano passado.

O Partido Trabalhista britânico, eleito em julho passado, agiu rapidamente para concluir um acordo após reiniciar as negociações em fevereiro, com conversas de última hora entre os ministros do comércio dos países em Londres na semana passada sendo suficientes para fechar um acordo.

As tarifas sobre uísque serão reduzidas pela metade, de 150% para 75%, antes de caírem para 40% no décimo ano do acordo.

O acordo também abrange regulamentações de regras de origem, dando aos fabricantes acesso a tarifas mais baixas, mesmo que usem insumos de outros lugares.

E inclui disposições sobre o setor de serviços e compras, permitindo que empresas britânicas concorram a mais contratos na Índia. Em relação aos vistos, há disposições sobre mobilidade empresarial para facilitar as viagens de profissionais a trabalho.

As negociações sobre um tratado bilateral de investimentos não foram concluídas juntamente com o acordo de livre comércio, embora um tratado sobre contribuições previdenciárias tenha sido firmado.

Fonte: CNN Brasil

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Mercado Internacional, Negócios

Bessent: EUA podem anunciar acordos comerciais nesta semana mas não com China

Governo estaria negociando com 17 grandes parceiros comerciais, mas ainda não se engajou com a China

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse nesta terça-feira que o governo norte-americano pode anunciar acordos comerciais com alguns de seus maiores parceiros já nesta semana, mas não forneceu detalhes sobre quais países estão envolvidos.

Ele disse que o governo está negociando com 17 grandes parceiros comerciais, mas ainda não se engajou com a China, a segunda maior economia do mundo depois dos EUA.

Bessent afirmou que muitos parceiros comerciais fizeram propostas muito boas e que as autoridades dos EUA estão no processo de “renegociar” essas ofertas agora.

Fonte: InfoMoney

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Economia, Finanças, Negócios

Haddad discute relações econômicas com secretário do Tesouro dos Estados Unidos

Ministro da Fazenda abordou vantagens do Brasil para atração de investimentos e destacou abertura de diálogo sobre tarifas no comércio internacional

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu neste domingo (4/5) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, em Los Angeles, na Califórnia, para tratar das relações econômicas bilaterais entre os dois países. Ao final do encontro, Haddad avaliou a conversa como “excelente, de alto nível” e destacou a sinalização do americano pela abertura de diálogo sobre a questão das tarifas sobre o Brasil e outros países sul-americanos.

“Conversamos sobre todos os assuntos mais importantes, mais relevantes, desde a questão das vantagens comparativas que o Brasil tem de atração de investimentos na área de energia verde, de minerais críticos e assim por diante, passando pelas relações bilaterais”, relatou o ministro.

Sobre as tarifas impostas pelo governo do presidente Donald Trump, Haddad ressaltou que a América do Sul é deficitária na balança comercial em relação aos Estados Unidos. “Então, não faz muito sentido manter uma tarifação sobre não apenas o Brasil, mas sobre a região como um todo”, enfatizou.

Ele apontou que houve uma demonstração de abertura ao diálogo. “O mais importante neste momento é dizer que nós estamos numa mesa, negociando os termos de um entendimento. Mas eu acredito que a postura do secretário foi bastante frutífera e demonstrou uma abertura para o diálogo bastante importante”, comentou. 

Agenda internacional

Após o encontro com o secretário Scott Bessent, o ministro participou de um jantar privado com investidores internacionais, na abertura da 28ª Conferência Global Instituo Milken, também em Los Angeles.

A agenda internacional do ministro brasileiro prossegue nesta segunda-feira (5/5), iniciando com uma reunião bilateral com a CFO do Google, Ruth Porat. Ainda pela manhã, haverá uma sessão privada na Conferência Milken Institute sobre “Global Investors View: Brazil”, com a presença de Sergio Suchodolski, do Milken Institute, e uma sessão pública denominada “Uma conversa com o Ministro da Fazenda do Brasil”, com a participação de Laura Lacey, também do instituto.

À tarde, Fernando Haddad seguirá para São Francisco, também na Califórnia, onde terá uma reunião bilateral com o CEO da NVIDIA, Jensen Huang, e depois fará uma visita às instalações da empresa.

Já na terça-feira, o ministro participará de uma mesa redonda organizada pela Amcham Brasil e, depois, terá uma reunião bilateral com executivos da Amazon, antes de viajar para a Cidade do México.

Na capital mexicana, na quarta-feira (6/5), o ministro Fernando Haddad participará de um café da manhã com atores econômicos brasileiros no país e terá uma reunião bilateral com o secretário da Fazenda e Crédito Público do México, Edgar Amador Zamorra.

A viagem aos Estados Unidos ao México tem o objetivo de atrair investimentos em data centers para o Brasil. O retorno do ministro Fernando Haddad está previsto para a tarde de quarta, com chegada a Brasília na madrugada de quinta-feira (7/5).

Fonte: Ministério da Fazenda

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Comércio Exterior, Negócios, Portos

Guerra comercial de Trump reduz movimento em portos de Los Angeles e Long Beach

No coração da Califórnia, o porto de Los Angeles, maior porta de entrada para produtos asiáticos nos Estados Unidos, enfrenta um cenário de desaceleração. O movimento frenético de guindastes, que outrora descarregavam contêineres em ritmo acelerado, deu lugar a um silêncio incomum. A guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump, com tarifas de até 145% sobre produtos chineses, impactou diretamente o comércio, reduzindo o volume de cargas em até 35% em maio. O porto vizinho de Long Beach, igualmente afetado, prevê uma queda de 30% nas importações para o mesmo período.

A retração não se limita aos portos. O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA recuou 0,3% no primeiro trimestre de 2025, em taxa anualizada, refletindo as incertezas geradas pelas políticas de Trump. Enquanto isso, varejistas e fabricantes pausaram remessas, temendo os custos elevados das novas taxas.

Os impactos das tarifas são visíveis em números:

  • Queda de 35% no volume de carga no porto de Los Angeles em maio, comparado ao ano anterior.
  • Redução de 30% nas importações previstas para Long Beach no mesmo mês.
  • Cancelamento de dezenas de navios que transportariam produtos da Ásia.
  • Aumento de 2,5 vezes no custo de produtos chineses importados.

O cenário, agravado por taxas retaliatórias de outros países, ameaça cadeias de suprimento e o bolso de consumidores americanos, que já sentem os preços subirem.

Efeitos imediatos nos portos

O porto de Los Angeles, responsável por grande parte do comércio com a China, viu suas operações desacelerarem significativamente. Gene Seroka, diretor do terminal, relatou que a redução no movimento é perceptível até no som das docas, onde o barulho constante de máquinas deu lugar a uma calma atípica. Em maio, o porto espera receber 35% menos carga do que no mesmo período de 2024, um reflexo direto das tarifas impostas por Trump.

Long Beach, que junto com Los Angeles forma o principal corredor de importação dos EUA, também enfrenta dificuldades. Mario Cordero, diretor do porto, destacou que a queda de 30% nas importações prevista para maio não é um problema isolado da Costa Oeste. Portos no leste e no Golfo do México, rebatizado por Trump como Golfo da América, também sofrem com a interrupção no fluxo de mercadorias.

Antes da entrada em vigor das tarifas, empresas correram para estocar produtos, o que elevou temporariamente os volumes de frete no início de 2025. Agora, com os estoques cheios e os custos em alta, muitas companhias optaram por suspender novas remessas, aguardando maior clareza sobre as políticas comerciais.

Tarifas e seus impactos no comércio

As tarifas de Trump, que chegam a 145% sobre certos produtos chineses, transformaram o cenário do comércio internacional. Em 2024, as exportações da China para os EUA somaram mais de US$ 500 bilhões, equivalente a cerca de R$ 3 trilhões. Com as novas taxas, os custos de importação dispararam, tornando produtos como móveis, brinquedos e roupas significativamente mais caros.

Além da China, Trump anunciou tarifas contra diversos países, baseadas no déficit comercial dos EUA com cada parceiro. Inicialmente, as taxas foram suspensas por 90 dias, mas uma sobretaxa geral de 10% já entrou em vigor, impactando importadores em todo o país. Essa sobretaxa, paga pelos importadores, eleva os preços finais para consumidores e empresas.

A China, principal alvo das medidas, respondeu com críticas e avalia propostas para mitigar os efeitos. Outros países também retaliaram com taxas próprias, complicando ainda mais o comércio global. O resultado é uma cadeia de suprimentos sob pressão, com impactos que vão desde os portos até as prateleiras de lojas americanas.

Números do primeiro trimestre

O PIB dos EUA registrou uma queda de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, em taxa anualizada, segundo dados preliminares do Departamento do Comércio. O resultado contrasta com o crescimento de 2,4% observado nos últimos três meses de 2024 e surpreendeu analistas, que esperavam uma alta de 0,3%.

Os fatores que contribuíram para a retração incluem:

  • Aumento das importações antecipadas: Empresas estocaram produtos antes da entrada das tarifas, elevando os custos.
  • Queda na confiança do consumidor: Índices estão próximos dos menores níveis em cinco anos.
  • Incerteza empresarial: Companhias aéreas e outros setores relatam dificuldades devido às taxas.
  • Custos mais altos: Produtos chineses estão até 2,5 vezes mais caros.

A desaceleração econômica reflete o impacto imediato das políticas de Trump, que insiste que os números melhorarão com o tempo.

Reação de Trump às críticas

Após a divulgação dos dados do PIB, Trump usou as redes sociais para minimizar os efeitos de suas políticas. Ele atribuiu a contração econômica ao governo anterior, liderado por Joe Biden, e afirmou que as tarifas não são responsáveis pelo cenário atual. O presidente destacou que empresas estão começando a se mudar para os EUA em números recordes, o que, segundo ele, impulsionará a economia no futuro.

Trump também descreveu o momento como um “período de transição” e pediu paciência aos americanos. Ele reiterou que as tarifas, quando fully implementadas, trarão prosperidade ao país, embora não tenha detalhado prazos ou estratégias específicas.

A retórica de Trump, no entanto, não acalmou os mercados. O sentimento empresarial permanece abalado, com companhias ajustando suas operações para lidar com os custos adicionais impostos pelas taxas comerciais.

Impacto nos consumidores

Os consumidores americanos já sentem os efeitos das tarifas no bolso. O aumento nos preços de produtos importados, especialmente da China, elevou o custo de itens essenciais como roupas, eletrônicos e brinquedos. Varejistas, pressionados pelos custos mais altos, repassam os valores aos clientes, reduzindo o poder de compra.

Nos portos, a redução no volume de cargas significa menos produtos disponíveis nas lojas. Algumas redes varejistas já alertaram que os estoques podem se esgotar antes do período de festas no final de 2025, caso o fluxo de importações não seja normalizado.

A confiança do consumidor, próxima dos menores níveis em cinco anos, reflete a incerteza sobre o futuro. Famílias americanas, que dependem de produtos importados para o dia a dia, enfrentam preços mais altos em um momento de desaceleração econômica.

Cadeias de suprimento sob pressão

A interrupção no fluxo de importações gerou um efeito cascata nas cadeias de suprimento. Fabricantes que dependem de componentes asiáticos, como a indústria automotiva e de eletrônicos, enfrentam atrasos e custos elevados. Muitas empresas optaram por reduzir a produção até que os estoques sejam escoados.

Nos portos, a queda no movimento também afeta os trabalhadores. Operadores de guindastes, motoristas de caminhão e outros profissionais ligados à logística enfrentam menos horas de trabalho, com alguns terminais reduzindo turnos.

As tarifas retaliatórias de outros países complicam ainda mais o cenário. Produtos americanos, como soja e carne, enfrentam barreiras em mercados internacionais, afetando exportadores e agricultores.

Respostas internacionais

A China, principal alvo das tarifas de Trump, criticou as medidas e sinalizou que avalia propostas para conter os impactos. O governo chinês, que exportou mais de US$ 500 bilhões para os EUA em 2024, busca alternativas para manter sua competitividade, como incentivos a exportadores e acordos com outros mercados.

Outros países também reagiram. A União Europeia e o Canadá, por exemplo, impuseram taxas sobre produtos americanos, como uísque e motocicletas, em resposta às tarifas dos EUA. Essas medidas aumentam a pressão sobre a economia americana, que depende de exportações para setores como agricultura e manufatura.

A suspensão temporária das tarifas por 90 dias, anunciada por Trump, trouxe alívio parcial, mas a sobretaxa de 10% já em vigor continua a impactar o comércio global.

Antecipação às tarifas

No início de 2025, empresas americanas correram para importar o máximo possível antes da entrada em vigor das tarifas. Essa corrida elevou os volumes de frete nos portos de Los Angeles e Long Beach, com navios descarregando quantidades recordes de contêineres.

Agora, com os estoques cheios, as importações desaceleraram. Varejistas e fabricantes, temendo os custos das taxas, pausaram novas remessas, esperando maior clareza sobre as negociações comerciais. Alguns setores, como o de eletrônicos, já enfrentam escassez de componentes, o que pode elevar ainda mais os preços.

A antecipação às tarifas também contribuiu para a queda do PIB, já que o aumento das importações no primeiro trimestre elevou os custos sem gerar crescimento sustentável.

Setores mais afetados

Diversos setores da economia americana sentem os efeitos das tarifas:

  • Varejo: Lojas enfrentam aumento nos preços de produtos como roupas e brinquedos.
  • Indústria automotiva: A dependência de peças chinesas eleva os custos de produção.
  • Agricultura: Tarifas retaliatórias reduzem as exportações de soja e carne.
  • Logística: A queda no movimento dos portos reduz o trabalho para operadores e motoristas.
  • Tecnologia: A escassez de componentes asiáticos ameaça a produção de eletrônicos.

Esses setores, que empregam milhões de americanos, enfrentam um período de incerteza, com empresas ajustando suas estratégias para minimizar os impactos.

Perspectiva dos trabalhadores portuários

Nos portos de Los Angeles e Long Beach, os trabalhadores enfrentam um futuro incerto. A redução no volume de cargas levou a cortes em turnos e horas extras, afetando a renda de operadores de guindastes, estivadores e motoristas.

Sindicatos portuários já manifestaram preocupação com a situação, pedindo medidas para proteger os empregos. Alguns trabalhadores, que dependem da movimentação constante dos portos, começaram a buscar ocupações alternativas, como transporte interno ou logística em outros setores.

A desaceleração também afeta pequenas empresas que prestam serviços aos portos, como oficinas de reparo e restaurantes frequentados por trabalhadores.

Reação dos mercados financeiros

Os mercados financeiros reagiram com volatilidade aos dados econômicos e às políticas de Trump. Após a divulgação da queda de 0,3% no PIB, índices como o Dow Jones registraram perdas, refletindo a incerteza dos investidores.

Empresas listadas em bolsa, especialmente no setor de varejo e manufatura, viram suas ações caírem devido aos custos mais altos das importações. Por outro lado, setores que dependem menos de produtos importados, como energia, mostraram maior resiliência.

Analistas alertam que a continuidade das tarifas pode prolongar a desaceleração, especialmente se as negociações com a China e outros parceiros comerciais não avançarem.

Fonte: MixVale

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Internacional, Negócios

Mesmo com tarifaço, acordo com UE precisará de muito ‘convencimento’

Mesmo com a guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos criando um ambiente mais favorável para a ratificação do acordo com o Mercosul, os próximos meses exigirão um amplo trabalho de convencimento para que a União Europeia aprove as mudanças. Para autoridades brasileiras envolvidas nas articulações, esse será um período marcado pela possibilidade de que chefes de Estado de França, Polônia e Itália tentem bloquear as mudanças. Essas autoridades também esperam para o verão europeu uma grande campanha contra o acordo, além de resistências de última hora no Parlamento da União Europeia. Mas a expectativa é de sanção até o fim do ano.

Espera-se também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre mais uma vez em campo para assegurar a conclusão desse processo. Não existe, no entanto, um cronograma obrigatório.

“O [presidente americano Donald] Trump está ajudando, não resta muita alternativa para a União Europeia a não ser reforçar os acordos [existentes ou em negociação]”,diz Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria,Comércio e Serviços (Mdic).

Junto com outras autoridades que participam ou acompanham as negociações e representantes empresariais, Viana passou parte de abril em missão oficial por Portugal, Polônia e Bélgica, cuja capital, Bruxelas, é também a capital da União Europeia.

Em negociação desde 1999, o acordo foi anunciado pelos chefes de Estado do Mercosul e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no fim de 2024. Se confirmadas, as novas regras criarão uma área de livre comércio para 700 milhões de pessoas, com Produto Interno Bruto (PIB) combinado de US$ 22 trilhões.

Desde a escalada tarifária promovida por Trump, o tema ganhou mais importância. Em grande parte como consequência das políticas adotadas pelo presidente americano, a Organização Mundial do Comércio (OMC) revisou para baixo em abril a sua projeção para o fluxo comercial global deste ano, de crescimento de 2,7% para queda de 0,2%. Autoridades do Mercosul e da União Europeia também voltaram a destacar publicamente os benefícios do acordo.

Ainda serão necessárias outras etapas para que o acordo entre em vigor. Atualmente, o texto está em fase de tradução para as 23 línguas da União Europeia,além de versões específicas em português e espanhol para o Mercosul.

Na sequência, precisará ser aprovado por 65% do Conselho Europeu, órgão que reúne os chefes de Estado, sendo que esses 65% precisam representar 55% da população da União Europeia. Nessa etapa, o cálculo é considerado “complexo” e dinâmico”, por isso não há um número mágico a ser alcançado. Negociadores brasileiros usam até um aplicativo de celular para calcular diariamente os votos. Um acerto entre França, Polônia e Itália, por exemplo, seria suficiente para barrar as mudanças. França e Polônia já se manifestaram diversas vezes de maneira pública e enfática contra o acordo. A Itália vem adotando posições consideradas ambíguas.

Conseguir a neutralidade de alguns países, como a Bélgica, já é considerada uma vitória por negociadores brasileiros.
Posteriormente, será necessária a aprovação por maioria simples no Parlamento Europeu, o órgão legislativo do bloco, levando em conta apenas os deputados que comparecerem à sessão. É para esta etapa que são esperadas dificuldades ainda maiores, já que os deputados são considerados mais expostos a pressões do que os chefes de Estado.

“Teremos que trabalhar muito a opinião pública”, diz o chefe de Assuntos Estratégicos da Apex Brasil na Europa e ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.

Para as autoridades, a participação de Lula nas etapas decisivas será essencial. Viana, da ApexBrasil, é um dos que defendem essa tese, afirmando que a “retomadada diplomacia presidencial” por Lula desde 2023 vem fazendo a diferença positivamente para o Brasil no cenário internacional.

“O empenho do presidente será decisivo para essa virada”, diz ele, que é aliado de Lula e que foi governador do Acre por dois mandatos e senador por um mandato, sempre pelo PT.

Um fator que também poderá enfraquecer em alguma medida o discurso contrário europeu será a formalização, em maio, do reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal do Brasil como um país livre de febre aftosa sem vacinação.

O embaixador do Brasil junto à União Europeia, Pedro Miguel da Costa e Silva, projeta que o acordo será “aprovado de forma discreta”. “Ninguém quer o desgaste”,diz.

Ele se diz otimista, mas destaca que a tendência é que até o fim do verão europeu “todos os inimigos” das mudanças, como o setor agropecuário da Europa e organizações não governamentais, realizem um “ataque permanente” que exigirá como resposta “um trabalho desgastante” brasileiro. “Vai ser com muita emoção”, diz.

No Brasil, a aprovação não deverá enfrentar maiores obstáculos. As mudanças começarão a entrar em vigor para a economia brasileira a partir do momento qu eforem aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas, e por Conselho e Parlamento europeus, sem necessidade de ratificação pelos demais membros do Mercosul.

“Esse conflito global acaba abrindo oportunidades e janelas de negociações que se tornam imperativas para a autodefesa dos países prejudicados”, diz o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. “Ou a gente faz, ou a gente faz.” A tendência é que o texto seja debatido pelas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Constituição, Justiça e Cidadania e Assuntos Econômicos, além de passar pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado.

O repórter viajou a convite da ApexBrasil

Fonte: Valor Econômico

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Gestão, Negócios

Fim de uma era: Warren Buffett diz que deixará o comando da Berkshire no fim do ano

Bilionário investidor, prestes a completar 95 anos, disse na assembleia anual de acionistas em Omaha que Greg Abel será o sucessor; ‘vou continuar por perto e não venderei uma única ação da Berkshire’

Warren Buffett, que transformou a Berkshire Hathaway em uma empresa avaliada em US$ 1,16 trilhão e se tornou um bilionário famoso por sua habilidade de investimento e frases espirituosas, deixará o cargo no final do ano após seis décadas no comando do conglomerado.

“Chegou a hora de Greg se tornar o Chief Executive Officer no fim do ano”, disse o investidor que se tornou uma lenda, hoje com 94 anos e oito meses.

Greg Abel, vice-presidente de operações na divisão que exclui seguradoras, assumirá o comando do conglomerado, disse Buffett neste sábado (3) ao fim da reunião anual de acionistas da empresa em Omaha, no estado de Nebraska.

“Não tenho nenhuma intenção, zero, de vender uma ação sequer da Berkshire Hathaway,” disse Buffett.

Segundo ele, trata-se de “uma decisão econômica, porque acho que as perspectivas da Berkshire serão melhores sob a gestão do Greg do que sob a minha.”

A Berkshire cresceu ao longo das décadas com Buffett como presidente do conselho e CEO, com a escolha cirúrgica de aquisições e ações para o portfólio da empresa ao lado de seu assessor de confiança e vice-presidente, Charlie Munger, que faleceu em novembro de 2023 aos 99 anos.

O conglomerado adquiriu uma variedade impressionante de negócios, que Buffett frequentemente disse refletir a economia dos EUA como um todo dada a sua diversidade. Uma aposta na Berkshire, disse ele, era uma aposta na América.

E ele repetia: “nunca aposte contra os EUA”.

Com a saída de Buffett, uma era chega ao fim para a Berkshire Hathaway, e Greg Abel, 62 anos, assume o desafio de liderar a empresa em um futuro incerto, ainda que Buffett tenha dito que “continuará por perto”.

“Acredito que posso ser útil… se surgirem períodos de grande oportunidade ou algo assim,” mas Abel terá “a palavra final” em todas as decisões.

A despedida na assembleia

Mais cedo, Buffett abordou as políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, e afirmou que o comércio “não deveria ser uma arma”.

“Você pode apresentar alguns argumentos muito bons para o fato de que o comércio equilibrado é bom para o mundo”, disse Buffett em resposta a uma questão sobre barreiras comerciais. “É um grande erro [aplicar as tarifas].”

“Não há dúvida de que o comércio pode ser um ato de guerra.” E acrescentou que os EUA “deveriam estar procurando negociar com o resto do mundo”.

“Na minha opinião, é um grande erro quando há 7,5 bilhões de pessoas [o tamanho da população mundial menos a americana] que não gostam muito de você, e 300 milhões que estão se gabando de alguma forma sobre o quão bem se saíram — eu não acho que isso seja certo, e não acho que seja inteligente.”

“Eu realmente acredito que, quanto mais próspero o resto do mundo se tornar, isso não será às nossas custas; quanto mais prósperos eles se tornarem, mais prósperos nós nos tornaremos — e mais seguros nós nos sentiremos, e os seus filhos se sentirão um dia”, disse o investidor de 94 anos.

“Os Estados Unidos ganharam. Nós nos tornamos um país incrivelmente importante, começando do nada 250 anos atrás. Não houve nada parecido.”

Caixa de R$ 348 bilhões

O lucro operacional da Berkshire Hathaway, liderada pelo CEO Warren Buffett, caiu 14%, para US$ 9,6 bilhões, conforme divulgado em um comunicado anterior à reunião anual em Omaha.

No fim de março, as cinco maiores participações da empresa ainda eram American ExpressAppleBank of AmericaCoca-Cola e Chevron.

A Berkshire Hathaway foi uma vendedora líquida de US$ 1,5 bilhão em títulos de capital no trimestre, de acordo com o comunicado.

A receita de investimento da unidade de seguros aumentou 11% para US$ 2,9 bilhões, impulsionada por um aumento de 31% nos juros e outras receitas, à medida que a conglomerada detinha mais títulos do Tesouro.

O valor de mercado da Berkshire tem pairado acima de US$ 1 trilhão desde o final de janeiro, atingindo uma relação preço/valor contábil de 1,79 no fechamento do pregão de sexta-feira (2).

Fonte: Bloomberg Línea

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Industria, Negócios

Weg compra ativos da Heresite Protective Coatings, em negócio de US$ 9,5 mi

Companhia americana é especializada em soluções para equipamentos de ventilação, aquecimento e ar-condicionado (HVAC) para ambientes severos

Weg anunciou nesta quinta-feira (1º) a aquisição de ativos da Heresite Protective Coatings, empresa americana de revestimentos industriais localizada nos Estados Unidos.

O valor do negócio é de US$ 9,5 milhões, informa a empresa em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A aquisição está sujeita a ajustes de preços comuns a este tipo de operação. Os ativos adquiridos serão consolidados nas demonstrações financeiras a partir de maio de 2025.

A americana Heresite Protective Coatings foi fundada em 1935 em Manitowoc, no estado de Wisconsin, e é especializada em soluções para equipamentos de ventilação, aquecimento e ar-condicionado (HVAC), destinados a ambientes severos, especialmente nos setores de óleo & gás e tratamento de águas.

Além de atuar no mercado norte-americano, a Heresite possui presença internacional, com 70% de suas vendas realizadas fora dos EUA e parceiros certificados ao redor do mundo.

Conforme o comunicado, em 2024 a Heresite apresentou uma receita operacional líquida de US$ 8,6 milhões, com uma margem Ebitda de 22%.

A Weg diz que há mais de 40 anos vem consolidando sua expertise na produção de tintas líquidas e em pó por meio operações no Brasil, localizadas em Guaramirim (SC) e Mauá (SP).

“Essa sólida trajetória no mercado nacional permitiu à Companhia expandir sua atuação para o exterior, onde conta com duas fábricas: uma no México, em Atotonilco de Tula, e outra na Argentina, em Hidalgo”.

Fonte: CNN Brasil

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Economia, Negócios

Livro analisa busca da economia de Santa Catarina por internacionalização

Weg, Embraco e BMW estão entre os “cases” analisados em publicação organizada por economistas da UFSC e da FURB

Uma reflexão sobre o histórico e as perspectivas da internacionalização econômica do estado. Este é um dos objetivos do livro Internacionalização da Economia e dos Negócios de SC, lançado nesta semana em Florianópolis. A publicação foi organizada pelos pesquisadores Mohamed Amal (FURB), Silvio Cário (UFSC) e Fernando Seabra (UFSC) e conta com a participação de mais de 30 autores de diversas universidades.

Em apresentação na Federação das Indústrias de SC (FIESC), os organizadores ressaltaram que o objetivo foi olhar para além do movimento de exportação e importação, analisando fatores como infraestrutura, ecossistemas de inovação e estratégias industriais.

Para Maria Teresa Bustamante, presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, a visão ampla trazida pela publicação reforça o entendimento de que a competitividade internacional exige atenção e investimento em diversas variáveis, tanto internas quanto externas das indústrias.

O professor Silvio Cário destaca os capítulos que analisam a estratégia de internacionalização da Weg, que teve início na década de 1990 e à levou a produzir em 15 países, e a inserção da Embraco nas cadeias globais de valor, ao ponto da empresa responder hoje por 25% dos compressores utilizados pelos fabricantes do mundo. “O livro mostra que a velocidade de internacionalização é significativa em Santa Catarina”, resume Cário.

Já o grau de maturidade do processo pode ser analisado, segundo os organizadores, pela disseminação de registros de propriedade intelectual de empresas locais em outros países, pela atração de multinacionais como a BMW e pela força dos ecossistemas de inovação. Todos temas abordados em capítulos do livro.

Para o futuro, o professor Mohamed Amal aponta indicadores de espaço para crescimento, como o fato da contribuição do estado para o PIB brasileiro ser aproximadamente 1 p.p. maior que a participação nas exportações nacionais, e a constatação de que Santa Catarina está entre os cinco estados que mais atraem investimentos estrangeiros, entre outros fatores. 

Fonte: FIESC

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Negócios, Portos

Presidente do Porto do Recife projeta duplicar o faturamento do ancoradouro até o final de 2026

Até o final de 2026, o Porto do Recife deve passar por um processo de modernização e dragagem para ampliação da capacidade e do faturamento do ancoradouro. Em visita ao Diario de Pernambuco, nesta segunda-feira (28), o novo presidente do Porto do Recife, Paulo Nery, confirmou que, como parte das estratégias da sua atual gestão, o objetivo é de chegar a duplicar o faturamento do ancoradouro. Em 2024, o Porto faturou R$ 42 milhões e movimentou 1,7 milhões de toneladas.

De acordo com o presidente do ancoradouro, um dos projetos para a modernização do Porto do Recife é o de uma nova dragagem, que está sendo tocado no Ministério dos Portos e Aeroportos e deve necessitar de investimentos de R$ 103 milhões em recursos para a execução da obra. A expectativa é de que a contratação para o início das obras seja realizada ainda neste ano.

“Além do canal interno do Porto, nós temos o canal externo e o desemboque dos rios ali próximo. Por isso, a necessidade dessa dragagem é fundamental para manter e melhorar a nossa competitividade quando a gente está falando de calado”, aponta o presidente do Porto do Recife.

Ele explica que o calado do atracadouro varia de acordo com os berços, que no Porto do Recife operam em seis variedades, entre 8, 9 e 10 metros de profundidade. A capacidade dessa estrutura varia de acordo com o tipo de carga transportada no terminal. No caso do transporte de contêiner, que acontece exclusivamente no Porto de Suape, que precisa de navios maiores, o calado suportado mede em torno de 13 metros.

O presidente do Porto do Recife completa ainda que a ideia não é concorrer com o Porto de Suape, já que a concorrência do terminal da capital é externa, dos portos da Paraíba e de Alagoas. Diante disso, a ideia é viabilizar o transporte de novos produtos, aumentando o volume de carga no Porto do Recife para elevar o seu faturamento.

Além da dragagem, Paulo Nery destaca também que está em processo de captação de recursos públicos federais para a atualização do projeto de drenagem e pavimentação do Porto. Ainda segundo ele, uma parceria do ancoradouro com o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), vai viabilizar uma obra para melhorar a logística de exportação de açúcar no Porto, um dos produtos transportados no local.

Concessão do terminal marítimo

Outro ponto abordado por Nery é que a concessão pública do terminal está em fase de estudos para a precificação e deve ser finalizada até o final do primeiro semestre de 2025 para ser lançada no mercado. Ele sinalizou o interesse de um grande grupo que opera no Brasil há mais de 90 anos, que deve trazer mais navios para o ancoradouro. “Além do governo do estado, do Porto e da Secretaria do Turismo, trabalhando a prospecção de novos navios, nós vamos ter um operador que vai também trabalhar junto com os armadores para trazer mais navios para Pernambuco”, afirma.

Segundo Paulo Nery, as estratégias para a modernização do Porto do Recife chegam para somar ao que já vem sendo implementado pelo governo do estado para melhorar a logística no estado. “Sob a liderança da governadora Raquel Lyra, estamos imbuídos de criar condições para apoiar esse desenvolvimento que já vem acontecendo em Pernambuco. Percebemos a melhoria da logística nas estradas, por meio do programa PE na Estrada, são mais de R$ 5 bilhões aplicados na recuperação das estradas”, aponta.

Leilões

Sobre os leilões que foram arrematados pelo Porto do Recife em agosto do ano passado, Paulo Nery destaca que os três terminais estão em fase de investimentos para o desenvolvimento das estruturas no ancoradouro.

Uma das empresas vencedoras do leilão é a LiquiPort que já opera no atracadouro, com o transporte de malte e cevada, e deve ter o seu volume duplicado com a conclusão dos investimentos no terminal e no armazenamento. A expectativa é que o Porto do Recife centralize toda a carga para abastecer as indústrias de cerveja do estado.

Outra empresa vencedora foi o grupo Petribu, que segundo Paulo Nery, opera como exportador de açúcar e deve expandir o volume transportado no local. A companhia montou outro espaço de armazenamento no local para não atrasar o embarque na exportação do produto.

Por fim, o presidente do atracadouro destacou uma terceira indústria vencedora, que vai movimentar fertilizantes, material importado pelo estado, e deve impactar no setor de agricultura e a produção de cana no estado. “Esse é um material que vem sofrendo por conta da guerra da Ucrânia e da Rússia e a Ucrânia é um dos grandes exportadores de fertilizantes, da matéria-prima para fertilizantes do mundo”, disse.

Fonte: Diário de Pernambuco

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Comércio, Internacional, Negócios

Líder da indústria brasileira alerta para uma guerra comercial “perde-perde” com os EUA

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defende cotas de importação e critica políticas populistas trabalhistas e tributárias em meio às tensões entre EUA e China.

Em meio à guerra tarifária iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, uma delegação empresarial brasileira deve desembarcar em solo americano nesta quarta-feira. Segundo Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a missão é ajudar a preservar a relação complementar entre os setores industriais dos dois países. Na visão dele, “não há ganha-ganha — só perde-perde”.

Alban defende um sistema de cotas como forma de proteger a indústria brasileira de um possível aumento nas importações de produtos que os EUA deixem de comprar de outros países. Ele afirmou que já discutiu a proposta com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. “Está no radar”, disse.

A entrevista foi realizada na véspera do 1º de maio, quando um dos principais apelos dos movimentos trabalhistas era o fim da jornada 6×1 (seis dias de trabalho por um de descanso) — proposta que Alban classifica como “populista”. Para ele, a baixa produtividade brasileira não permite esse tipo de medida.

Sobre o projeto de reforma do Imposto de Renda enviado recentemente ao Congresso, ele se posiciona contra o que considera uma forma de bitributação: um imposto mínimo sobre pessoas físicas de alta renda que já são tributadas na esfera corporativa e agora seriam taxadas também como indivíduos. Alban também demonstrou preocupação com a complexa transição para um novo regime de impostos sobre o consumo.

A seguir, os principais trechos da entrevista ao jornal Valor Econômico:

Valor: O senhor viaja aos EUA na próxima semana?

Ricardo Alban: Sim, vamos na quarta-feira com cerca de dez empresas brasileiras que já têm relações com empresas americanas. Estaremos acompanhados da Amcham, de representantes do governo e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Vamos nos reunir com interlocutores do governo americano.

Valor: Qual o objetivo da viagem?

Alban: Identificar pontos críticos e construir mais alinhamento. Algumas questões envolvem segmentos inteiros das cadeias produtivas, outras são específicas de produtos. Estamos lidando com os debates sobre aço e alumínio, atingidos não só pela tarifa de 10% imposta por Trump, mas também por sobretaxas. Mais importante ainda, temos segmentos integrados — áreas de verdadeira complementaridade entre os dois países. O Brasil exporta produtos semielaborados para os EUA, e eles nos vendem produtos quase finalizados ou finais, como equipamentos. Isso não é ganha-ganha; é perde-perde. Vai apenas aumentar os custos dos dois lados. O Brasil não impõe tarifas tão altas sobre produtos americanos porque há exceções, compensações e mecanismos de equilíbrio.

Valor: Como o senhor avalia as medidas tarifárias de Trump até agora?

Alban: O Brasil precisa aproveitar esse momento com inteligência. Não podemos simplesmente ignorar a China, nem virar as costas para os EUA. Os EUA são parceiros industriais fundamentais, enquanto a China é uma parceira relevante em commodities. Precisamos de equilíbrio.

Valor: A China pesa mais que os EUA hoje?

Alban: Não necessariamente, mas a China domina em escala global. E não dá mais para desprezar a tecnologia chinesa. A época de dizer que “máquinas chinesas são baratas, mas ruins” acabou. A China hoje compete em setores de alta tecnologia, como satélites e data centers. Essa é a nova realidade — e mudou o jogo.

Valor: O setor industrial teme o redirecionamento de produtos chineses para o Brasil. É por isso que a CNI defende cotas de importação?

Alban: É uma questão que precisa ser discutida. Vejo as cotas — como o próprio Trump já usou no caso do aço — como uma forma de lidar com o fluxo crescente de aço chinês no Brasil. Com essa disputa entre EUA e China e o esfriamento do comércio global, é inevitável o aumento de produtos chineses no Brasil. Os dados já mostram isso.

Valor: De que forma?

Alban: No primeiro trimestre deste ano — antes mesmo da situação se agravar, o que começou em março — as exportações de manufaturados da China para o Brasil aumentaram mais de 30%. Isso considerando o total. Imagine o que pode acontecer se a guerra comercial se intensificar. Então, por que não estabelecer uma referência com base nos níveis de 2024 e criar um modelo de cotas ou faixas tarifárias que tragam previsibilidade às cadeias produtivas?

Valor: Mas não há conflitos internos nas cadeias? Alguns setores se beneficiam com insumos mais baratos…

Alban: A indústria tem conflitos internos legítimos e naturais. No agronegócio, por exemplo, soja não compete com milho, nem o milho com o trigo — eles se complementam. Já na indústria, aço e máquinas competem — um é insumo do outro. Políticas de preços petroquímicos competem com a indústria de plásticos. Esses conflitos existem e precisam ser debatidos com transparência e base técnica — e não com foco apenas em produtos isolados.

Valor: O Brasil deveria adotar cotas especificamente para produtos chineses?

Alban: Não especificamente. Não devemos apontar um país só. O que precisamos é aplicar o conceito de cotas dentro de uma política tarifária mais ampla. As duas devem se complementar — para evitar protecionismo excessivo, mas também impedir o enfraquecimento da base industrial.

Valor: Então, as medidas dos EUA são justificáveis?

Alban: A Europa provavelmente terá que fazer o mesmo para se reindustrializar ou modernizar. O que são as medidas dos EUA senão formas de proteger sua indústria? Estão realmente errados? Essa é a pergunta.

Valor: Como o governo brasileiro está tratando a questão das cotas?

Alban: Estamos conversando tanto setor a setor quanto diretamente com o governo. A própria embaixada americana afirmou que o Brasil está tendo um diálogo muito construtivo. O vice-presidente Alckmin parece ter sido o primeiro a iniciar essa conversa. Mas também há uma dimensão geopolítica. Haverá solução de curto prazo? Difícil dizer — a cada dia surge algo novo. Um dia é um anúncio de programa, no outro é uma declaração do presidente dos EUA sobre acordo com a Índia… Isso vai acalmar ou piorar?

Valor: Os EUA alegam que há aço chinês sendo vendido indiretamente via Brasil — uma triangulação. Isso faz sentido?

Alban: É preciso analisar os dados. Também importamos aço para nossa indústria de máquinas. Como eu disse, aço e máquinas têm políticas concorrentes. O mesmo vale para plástico e resinas. Então, não se pode assumir que o aço importado é apenas para reexportação. Temos uma indústria avançada de máquinas agrícolas. O aço vem dos EUA, do México, da China. Esse debate é antigo na relação com os EUA — aço, alumínio. Já passamos por isso no governo Trump, e foi resolvido com cotas. É o que se pede de novo agora.

Valor: Isso não causaria problemas com a OMC? O Brasil costuma respeitar a instituição.

Alban: Os EUA não parecem muito preocupados com a OMC. Sinceramente, precisamos ter um referencial, e não concordo em ignorar a OMC, pois é importante ter um mediador. Mas o mundo está, em muitos aspectos, ignorando a OMC. Isso não significa que o Brasil deva fazer o mesmo — mas ela não dará soluções de curto ou médio prazo. Esse é o ponto.

Valor: O que acha da lei de reciprocidade aprovada pelo Congresso?

Alban: Gostaria que o Congresso tivesse a mesma unidade em outros temas importantes para o país. Precisamos de convergência em torno do que é bom para o Brasil — e não apenas de medidas que nos dividem. A reciprocidade não pode ser nossa única ferramenta.

Valor: Como o 6×1, por exemplo?

Alban: Exatamente.

Valor: O presidente Lula está sob pressão para se posicionar sobre isso…

Alban: Porque é uma pauta populista. E, no momento, tanto o governo quanto a oposição estão apelando ao populismo — isso é claro. Mas qual é a lógica? Tenho plena convicção de que o capital não funciona sem o trabalho. Isso não é demagogia — é fato. Claro que hoje o trabalho tem peso menor comparado ao capital, por causa da automação. Mas o que falta no Brasil hoje? Nos rankings de competitividade, ficamos em último lugar. Produtividade não se melhora da noite para o dia. E temos baixa produtividade. Enquanto isso, fala-se em pleno emprego…

Valor: Os dados oficiais mostram isso…

Alban: Não concordo. Ver o copo meio cheio é dizer que temos pleno emprego. Mas é preciso ver quem realmente está procurando trabalho. Muitos já desistiram. Sim, o emprego aumentou — é fato. Mas temos uma narrativa de pleno emprego combinada com baixa produtividade e falta real de mão de obra qualificada.

Valor: Então o problema é a qualificação?

Alban: É um problema relativamente simples. Não temos nem pedreiro suficiente para obra. Num cenário desses, como se fala em reduzir jornada? Onde vamos encontrar mão de obra para repor? Como vamos melhorar a competitividade com aumento de custo? Isso tudo está sendo discutido com oportunismo. Precisamos de racionalidade.

Valor: A isenção de IR para quem ganha até R$5.000 também é populista?

Alban: Isso é populista, sim — mas é justo. Ainda assim, precisamos de uma abordagem racional para encontrar uma solução. Caso contrário, corremos o risco de judicialização e bitributação. A empresa já é tributada, e agora estamos impondo um imposto adicional à pessoa física. É uma forma de compensação fiscal sobre algo que a empresa já pagou.

Valor: E não houve mudança no Imposto de Renda das Empresas…

Alban: Exato. É apenas um aumento da carga tributária indireta. E tudo isso para atingir os chamados “super-ricos”. Mas sabe quem é realmente afetado? Pequenas empresas e profissionais autônomos.

Valor: Acho que é a primeira vez que venho à CNI e não ouço um apelo por reformas estruturais…

Alban: Vamos ver como será a experiência com essa reforma tributária nos próximos três ou quatro anos. Teremos que lidar com dois regimes tributários paralelos. Vamos precisar de muito esforço para entender todas as novas normas…

Valor: Mas, no longo prazo, a reforma não simplifica o sistema?

Alban: Simplifica — até certo ponto. Não é o ideal, mas pelo menos elimina o efeito cascata dos créditos. Isso é uma grande conquista para o setor industrial. Ainda nem sabemos qual será a alíquota final do IVA. Então, como vamos navegar por esse período de transição, especialmente com dois sistemas sobrepostos? Vai ser confuso.

Valor: O senhor tem alguma proposta concreta sobre o período de transição da reforma? Deveria ser estendido?

Alban: Não, acho que poderia até ser mais curto. Prolongar demais só vai gerar mais disputas.

Valor: Como os juros altos estão afetando a indústria?

Alban: Independentemente dos gastos públicos irracionais do governo, a política monetária está extremamente apertada. Nossos juros reais são absurdos. Não há nada parecido no mundo. Some-se a isso nosso sistema financeiro — com todos os calotes e inseguranças jurídicas, que também questiono — e se chega a um spread médio de 15% a 20%. Como se sustenta um setor produtivo com esse “Custo Brasil”?

Valor: O Banco Central está exagerando?

Alban: É claro que o Banco Central tem uma meta de inflação a cumprir. Mas o Brasil é uma nação. Precisamos de uma visão de médio e longo prazo. Juros altos são uma ferramenta legítima de controle da inflação — mas não nesse nível de juros reais. Não sou contra uma política monetária rígida, especialmente se houver uma política fiscal mais racional. Mas precisamos de racionalidade.

Valor: O que o senhor quer dizer com isso?

Alban: Política fiscal não é só responsabilidade do governo federal — vamos dar a César o que é de César. Os três Poderes não colaboram com a disciplina fiscal. Nenhum deles. Há gastos públicos irracionais em todos os Poderes.

Valor: Por exemplo? O novo arcabouço fiscal depende de medidas que ainda não foram implementadas — como aconteceu com o antigo teto de gastos.

Alban: Esses vínculos obrigatórios de gastos são um grande problema. O orçamento é engessado por causa das receitas carimbadas e da forma como o Congresso administra os recursos disponíveis. Mas sabemos que isso não começou com o atual governo, então não se trata de culpar um só. Temos decisões judiciais… A judicialização virou um problema sério no país.

Valor: Um tema em discussão é a racionalização dos gastos tributários. Como o setor privado pode contribuir? O senhor defende um corte linear ou uma revisão caso a caso?

Alban: Estamos falando de gastos tributários — ou de incentivos fiscais direcionados, necessários ao desenvolvimento de certos setores? Acho que tem um pouco dos dois. Mas aqui vai a questão: por que o lobby não é legalizado neste país? O que impede isso? Por que não temos discussões estruturadas, setor por setor? Talvez seja necessário aumentar incentivos em alguns setores e reduzir em outros. Mas esse tipo de decisão não deveria ser unilateral do Ministério da Fazenda ou da Receita Federal.

Valor: Já há uma proposta no Congresso prevendo corte linear. Qual a sua opinião?

Alban: Isso não é lavar as mãos como Pôncio Pilatos? É o caminho mais fácil — mas você acaba com as mesmas distorções. Acredito que precisamos de uma discussão mais profunda e aberta. A isenção do IR até R$ 5 mil já está definida. Mas alguém que ganha R$ 50 mil por mês não é “super-rico”. Não sei em que lugar do mundo isso é considerado super-riqueza. Se há legislação que dá vantagens injustas aos verdadeiramente ricos, corrija-se isso. Mas isso aqui não resolve nada. Só vai atingir a classe média. Na minha visão, a classe média molda a opinião pública — mas não é formada por super-ricos. Se quem ganha R$ 50 mil por mês fosse super-rico no Brasil, estaríamos com uma distribuição de renda maravilhosa.

Valor: A CNI tem uma posição sobre esse projeto de imposto de renda?

Alban: Temos participado ativamente do debate sobre tributação justa, especialmente sobre as big techs. Mas acho que a sociedade se beneficiaria mais se o foco fosse o combate ao comércio ilegal e ao crime organizado. Em 2023, identificamos comércio ilegal em 17 setores, somando R$ 500 bilhões. A perda potencial de arrecadação? Cerca de R$ 150 bilhões.

Valor: E quanto ao projeto sobre reincidência tributária?

Alban: Inicialmente apoiamos, mas ele travou na Câmara. Agora há duas novas propostas em discussão no Senado.

Fonte: Valor International




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