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Comércio, Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional, Negócios

Guerra comercial deve encarecer roupas básicas nos EUA; entenda

Tarifas sobre importações chinesas afetarão principalmente itens essenciais do vestuário, com aumentos previstos de até 65% em roupas e 87% em calçados no próximo ano

guerra comercial do presidente Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, está chegando ao guarda-roupa dos consumidores, e os itens mais afetados serão os básicos.

O setor de vestuário é desproporcionalmente impactado pelas tarifas de Trump, que incluem uma taxa mínima de 10% sobre todos os países e uma taxa de 145% sobre importações chinesas.

Noventa e oito por cento das roupas nos armários dos americanos são importadas para os Estados Unidos, e a China é o maior importador de roupas para os Estados Unidos, representando 22% do mercado de vestuário.

Enquanto as tarifas de Trump aumentarão o custo da maioria das roupas, os aumentos mais acentuados de preços serão nos itens básicos.

Como as camisetas de US$ 5, o pacote com seis pares de meias por US$ 10 e os tênis de US$ 25 que muitos americanos usam, dizem pesquisadores de política comercial e economistas.

“Necessidades básicas de vestuário como camisetas de algodão, roupas íntimas e meias terão aumento de preço mais alto e mais rápido porque os consumidores ainda precisarão comprá-las mesmo com o aumento do preço”, disse Sheng Lu, professor de estudos de moda e vestuário da Universidade de Delaware.

Em outras palavras, como os clientes compram esses itens durante todo o ano, os varejistas precisarão reabastecê-los mais rapidamente do que equipamentos sazonais e vestidos ocasionais ou ternos que as empresas podem guardar por mais tempo, explicou ele.

Isso significa que as empresas que importam roupas estão fazendo isso com mais frequência, aumentando a probabilidade de suas remessas serem tarifadas.

Os Estados Unidos não são apenas fortemente dependentes da China, mas também da fabricação de roupas de baixo custo em países como Vietnã e Bangladesh.

Como não há formas alternativas de produzir roupas nos Estados Unidos a custos competitivos ou em larga escala, os compradores podem esperar pagar 65% a mais por roupas e 87% a mais por calçados no próximo ano, segundo uma análise do Yale Budget Lab, um centro de pesquisa de políticas apartidário.

Os preços das roupas permanecerão 25% mais altos e os preços dos calçados 29% mais altos a longo prazo.

As tarifas de Trump aumentarão os preços das roupas básicas do mercado de massa da China, mais do que os preços dos produtos de luxo, porque as margens são menores em itens mais baratos, disse Edward Gresser, diretor de comércio e mercados globais do Progressive Policy Institute, um think tank de tendência esquerdista.

Mesmo antes da nova agenda tarifária da administração Trump, o vestuário importado para os Estados Unidos tinha algumas das mais altas taxas de qualquer setor — um legado da grande indústria têxtil doméstica durante os séculos XIX e XX e das crescentes tarifas sobre a China nos últimos anos.

Em 2024, o vestuário representou 5% das importações, mas cerca de 26% das tarifas coletadas, de acordo com a American Apparel & Footwear Association, um grupo comercial do setor.

As tarifas de Trump elevarão ainda mais essas taxas sobre o vestuário, deixando os varejistas com menos margem para absorver qualquer aumento de custo em produtos de baixa margem.

No entanto, a maioria dos produtos de luxo é fabricada na Europa, como bolsas e sapatos de couro da Itália e Espanha e relógios da Suíça.

Os custos podem aumentar em itens de luxo, mas os aumentos de preços serão mais moderados do que os itens importados da China, dizem os analistas.

Por exemplo, a Hermès disse que os preços aumentarão em suas bolsas e lenços de luxo a partir de 1º de maio para “compensar totalmente” o impacto das tarifas.

“As indústrias de beleza e luxo parecem isoladas do pior das tarifas”, disseram analistas do Telsey Advisory Group em um relatório de pesquisa na semana passada.

A produção de calçados de preço mais alto também saiu da China, enquanto a produção de calçados de mercado de massa permaneceu, disseram eles.

Preços mais altos para roupas básicas pressionarão os clientes de baixa renda, que gastam uma parcela maior de sua renda em necessidades como vestuário e calçados.

As famílias de menor renda na América gastaram mais do que o triplo de sua parcela de renda em vestuário em comparação com as famílias mais ricas, de acordo com um relatório da Trade Partnership Worldwide, uma empresa de pesquisa econômica.

fim da isenção de envio “de minimis” no próximo mês — que permite que pacotes com valor inferior a $800 entrem livres de impostos nos Estados Unidos, um benefício para empresas chinesas de comércio eletrônico como Shein e Temu — também prejudicará desproporcionalmente as famílias de baixa renda, de acordo com pesquisas de economistas da UCLA e Yale.

A participação de pacotes entregues sob o limite de minimis diminui com a renda, descobriu o estudo, com 48% dos pacotes enviados para os CEPs mais pobres, em comparação com 22% para os CEPs mais ricos nos Estados Unidos.

“Em grande parte, os consumidores que estão comprando itens básicos mais baratos têm muito menos renda disponível”, disse Margaret Bishop, professora assistente da Parsons School of Design. “As pessoas das camadas socioeconômicas baixa e média estão sendo desproporcionalmente afetadas pelas tarifas.”

Fonte: CNN Brasil

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Comércio, Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional, Negócios

China vai retaliar países que priorizem acordo com os EUA

Porta-voz do ministério do Comércio chinês afirmou que o país está “não aceitará” negociações às custas dos interesses do país

O porta-voz do Ministério do Comércio da China declarou nesta 2ª feira (21.abr.2025) que o governo chinês vai retaliar países que cheguem a acordos comerciais com os Estados Unidos “às custas dos interesses chineses”. A declaração foi em resposta a um jornalista que perguntou como a China reagiria se a Casa Branca pressionasse outros países a retirar investimentos na China para garantir tarifas mais baixas. Recentemente, diversos líderes globais têm se reunido com Donald Trump (Republicano) para discutir as medidas fiscais.

O representante do Ministério do Comércio disse que é legítimo os países buscarem acordos com os EUA, mas que se essas negociações envolverem o enfraquecimento de relações com a China, o país “jamais aceitará” e está preparado para defender seus interesses.

“A China se opõe firmemente a qualquer parte que chegue a um acordo às custas dos interesses chineses. Se isso acontecer, a China jamais aceitará e tomará resolutamente contramedidas de forma recíproca. A China está determinada e é capaz de salvaguardar seus próprios direitos e interesses”, disse o porta-voz. Eis a íntegra do comunicado do Ministério do Comércio da China (PDF – 40 kB, em inglês).

O porta-voz do governo chinês afirmou que os EUA transformaram o comércio internacional em uma “lei da selva” e que os países devem se unir para resistir ao bullying econômico norte-americano.

“Trata-se da busca por políticas hegemônicas e intimidação unilateral nos campos econômico e comercial sob o pretexto de “reciprocidade”. O apaziguamento não traz paz, e o compromisso não pode ser respeitado”, declarou.

Os EUA e a China estão em uma guerra comercial desde o início de abril, quando Trump anunciou o “liberation day”. A Casa Branca aplicou tarifas comerciais contra todos os seus parceiros, em especial a China, que foi penalizada em 145%. Os chineses retaliaram os norte-americanos com tarifas de 125% sobre os produtos dos EUA.

Fonte: Poder 360

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Internacional, Mercado Internacional, Negócios

Bolsas de NY despencam com independência do BC americano em xeque

Ameaças de Trump de demitir Jerome Powell, presidente do Fed, assustam agentes de mercado e investidores.

Os índices acionários das bolsas de Nova York operaram em forte queda, nesta segunda-feira, desde a abertura, com a preocupação crescente em torno de uma interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na atuação do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

O índice Dow Jones registrou queda de 2,5%, aos 38.170 pontos; o S&P 500 recuou 2,4%, a 5.158 pontos, e o índice de tecnologia Nasdaq caiu 2,6%, aos 15.870 pontos. Os três principais indicadores do mercado acionário americano chegaram a cair mais de 3%, durante algumas horas do pregão.

O feriado prolongado não ajudou a acalmar as preocupações dos investidores, à medida que a venda de ativos ligados aos Estados Unidos segue ganhando tração.

Na sexta-feira, o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, disse que Trump está estudando a possibilidade de demitir Jerome Powell, presidente do Fed. Essa possibilidade, aventada pela Casa Branca, também pode explicar um aumento acentuado nos rendimentos de longo prazo nos títulos do Tesouro, os treasuries, nesta manhã.

“Se Trump demitisse Powell, a reação do mercado provavelmente seria negativa, já que a independência do Fed é altamente valorizada”, aponta Kathy Jones, estrategista-chefe de renda fixa da Schwab.

Em paralelo, investidores se preparam para uma importante bateria de resultados corporativos ao longo desta semana, como da montadora de automóveis elétricos Tesla, da Alphabet (dona do Google) e da fabricante de aeronaves Boeing.

Segundo a FactSet, até o fim da semana passada, 12% das empresas do S&P 500 informaram os resultados do 1º trimestre de 2025. Dessas empresas, 71% informaram lucros por ação real acima das estimativas, percentual que está abaixo da média de 5 anos de 77% e abaixo da média de 10 anos de 75%.

“No total, as empresas estão informando lucros 6,1% acima das estimativas, o que está abaixo da média de 5 anos de 8,8% e abaixo da média de 10 anos de 6,9%”, aponta o analista da FactSet, John Butters.

Fonte: Valor Investe

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Internacional, Logística, Negócios

Trump diz que fará acordo com a China sobre tarifas

Diante a guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China, nesta quinta-feira (17), o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que fará um acordo comercial com o país asiatico. 

Segundo Trump, a China buscou os Estados Unidos para dialogar. Em coletiva com jornalistas na casa presidencial, o republicao informou que ” nós faremos um acordo com a China”

Apesar do comunicado, Trump não revelou detalhes sobre o diálogo e preferiu esconder se falou diretamente com o presidente chinês Xi Jinping, mas disse aos repórteres q

Ainda escondendo o jogo, o presidente americano informou que não tem prazo para sair um acordo. Trump disse que os EUA teriam “muito tempo” para discutir, e que pode avançar com algo nas próximas três ou quatro semanas. 

Por fim, o governante informou que não estaria mais inclinado a subir novamente as tarifas. Afirmando que as tarifas americanas sobre a China podem não aumentar mais. 

Fonte: BNews

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Comércio, Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional, Negócios

Governo Trump anuncia novas tarifas para navios chineses nos portos dos EUA

O governo dos Estados Unidos, dando seguimento a uma política iniciada durante a administração Biden, anunciou nesta quinta-feira (17) a imposição de tarifas sobre navios construídos na China. A medida visa reverter o domínio chinês na indústria naval, onde o país asiático fabrica entre 75% e 80% das frotas mundiais, e incentivar a produção naval nos Estados Unidos, uma política que conta com apoio de ambos os partidos.

“Navios e transporte marítimo são vitais para a segurança econômica americana e para o livre fluxo do comércio”, afirmou o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer. “As ações da administração Trump começarão a reverter o domínio chinês, enfrentar ameaças à cadeia de suprimentos dos EUA e enviar um sinal de demanda por navios construídos nos EUA.”

O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) argumenta que a China alcançou sua posição dominante principalmente por meio de um direcionamento agressivo e específico desses setores, prejudicando significativamente empresas, trabalhadores e a economia americana. As tarifas serão cobradas por viagem e não por porto, como havia sido proposto inicialmente.

A proposta de política, que teve início sob a administração Biden e culminou em um relatório de janeiro, concluiu que a indústria naval chinesa possuía uma vantagem injusta, permitindo ao governo americano impor altas tarifas sobre navios fabricados na China que chegam aos portos dos EUA. A proposta original previa uma taxa de serviço de até US$ 1 milhão a ser cobrada de cada operador de navios de propriedade chinesa. Para transportadoras marítimas não chinesas com frotas contendo navios construídos na China, a taxa de serviço inicial seria de até US$ 1,5 milhão por porto de escala nos EUA.

O USTR reconheceu que a mudança para a cobrança por viagem foi feita após comentários públicos durante dois dias de audiências sobre as multas, em março, onde mais de 300 grupos comerciais e outras partes interessadas prestaram depoimento. Muitos alertaram o governo, por meio de cartas e testemunhos, que os EUA não estavam em posição de vencer uma guerra econômica que colocaria as transportadoras marítimas que utilizam navios chineses no meio do conflito. Em breve, navios construídos na China representarão 98% dos navios comerciais nos oceanos do mundo.

Proprietários de navios poderão ser elegíveis ao reembolso das tarifas se fornecerem prova de um pedido de construção de navio nos EUA. O reembolso da taxa será baseado em uma capacidade de tonelagem líquida igual ou inferior ao navio construído nos EUA encomendado. “Se um proprietário de navio em potencial não receber o navio construído nos EUA encomendado dentro de três anos, as tarifas serão devidas imediatamente”, diz o relatório.

Tabela de Taxas:

Nos primeiros 180 dias, as tarifas serão fixadas em zero e divididas em várias categorias, todas baseadas na tonelagem líquida de um navio (navios de contêineres podem variar de 50.000 a 220.000 toneladas):

Taxa de Serviço para Operadores e Proprietários de Navios da China:

  • Efetivo a partir de 17 de abril de 2025: US$ 0 por tonelada líquida para o navio que chega.
  • Efetivo a partir de 14 de outubro de 2025: US$ 50 por tonelada líquida para o navio que chega.
  • Efetivo a partir de 17 de abril de 2026: US$ 80 por tonelada líquida para o navio que chega.
  • Efetivo a partir de 17 de abril de 2027: US$ 110 por tonelada líquida para o navio que chega.
  • Efetivo a partir de 17 de abril de 2028: US$ 140 por tonelada líquida para o navio que chega.

A taxa será cobrada até cinco vezes por ano, por navio. O registro não detalhou o preço por contêiner.

Tarifas para operadores de navios construídos na China:

  • Efetivo a partir de 17 de abril de 2025: US$ 0 para cada contêiner descarregado.
  • Efetivo a partir de 14 de outubro de 2025: US$ 18 por tonelada líquida (US$ 120 por contêiner).
  • Efetivo a partir de 17 de abril de 2026: US$ 23 por tonelada líquida (US$ 153 por contêiner).
  • Efetivo a partir de 17 de abril de 2027: US$ 28 por tonelada líquida (US$ 195 por contêiner).
  • Efetivo a partir de 17 de abril de 2028: US$ 33 por tonelada líquida (US$ 250 por contêiner).

A taxa será cobrada até cinco vezes por ano, por navio. As taxas para navios transportadores de automóveis construídos no exterior também serão baseadas em sua capacidade, começando em US$ 150 por Unidade Equivalente de Automóvel (CEU) em 180 dias.

As ações da segunda fase, com início previsto para três anos, terão como alvo navios de GNL, com restrições ao transporte via navios estrangeiros aumentando gradualmente ao longo de 22 anos. Transportadoras marítimas que comprovarem pedido de um navio construído nos EUA terão as tarifas ou restrições sobre um navio equivalente não construído nos EUA suspensas por até três anos. As tarifas sobre navios construídos na China não cobrirão o transporte nos Grandes Lagos ou no Caribe, transporte de e para territórios dos EUA, exportações a granel como carvão ou grãos, e navios vazios chegando aos portos estarão isentos.

Fonte: Diário do Brasil

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Comércio, Comércio Exterior, Mercado Internacional, Negócios

A China consegue combater a deflação e as tarifas de Trump ao mesmo tempo?

A China está enfrentando um duplo golpe: uma deflação corrosiva e tarifas que ameaçam bloquear o comércio. Os trabalhadores chineses serão as maiores vítimas.

Dezenas de entregadores com uniformes amarelos e azuis se aglomeravam em torno de uma rua de lanches no centro de Xangai, à espera do próximo pedido. Muitos disseram que o trabalho era temporário, uma forma de quitar dívidas ou preencher o tempo até conseguir um emprego melhor remunerado.

Para os trabalhadores chineses, a segurança financeira está mais distante do que nunca. Eles estão presos em um ciclo de deflação. Os preços persistentemente baixos de tudo — de ovos a refeições entregues — reduziram os lucros das empresas, corroendo também os ganhos dos trabalhadores. Todos estão gastando menos, o que pressiona os preços ainda mais para baixo.

Uma dura guerra comercial com os Estados Unidos é a última coisa que qualquer um queria, especialmente os formuladores de políticas, que vêm fracassando em conter a queda dos preços. Isso ameaça tornar as coisas ainda mais difíceis para os centenas de milhões de trabalhadores da China.

Cao Zhi, de 27 anos, deixou seu emprego mal remunerado vendendo seguro de carro para entrar na plataforma de entregas Ele.me há quatro anos, em Xangai. Ele disse que agora precisa trabalhar pelo menos uma hora extra por dia para levar para casa o mesmo que ganhava quando começou.
Segundo ele, muitos amigos passaram pela mesma perda de renda.

“Eu sinto que isso é geral,” disse Cao, que está tentando quitar um financiamento de carro em sua cidade natal, na província central de Shanxi.

O governo chinês vem enfrentando a deflação há vários anos — um efeito colateral perverso da crise no setor imobiliário, que está paralisando boa parte da atividade econômica. A grande exceção tem sido a manufatura, com fábricas produzindo muito mais do que os consumidores chineses conseguem comprar. Esses bens, como eletrônicos e roupas, são enviados para o exterior, para países como os Estados Unidos. As exportações representaram quase um terço do crescimento econômico da China no ano passado.

Agora, Pequim precisa enfrentar os Estados Unidos — seu maior comprador — que está insatisfeito com o pouco que a China importa de lá. A disputa se intensificou na semana passada, quando o presidente Trump impôs uma tarifa mínima de 145% sobre todos os produtos chineses, tornando praticamente impossível exportá-los para os EUA.

“Isso piora uma situação que já era ruim,” disse Christopher Beddor, vice-diretor de pesquisa sobre a China na Gavekal Dragonomics. “A economia já vem lidando com um choque deflacionário há anos, e agora mais um está prestes a acontecer.”

A economia chinesa cresceu de forma constante no início do ano, impulsionada por um salto nas exportações antes da imposição das restrições comerciais. Mas economistas estimam que as exportações logo cairão para o nível mais baixo desde a crise financeira de 2008.
“A guerra comercial vai deixar algum tipo de buraco na economia,” disse Beddor.

Os preços ao consumidor em março caíram 0,1% em relação ao ano anterior — o segundo mês consecutivo de queda — e os preços ao produtor caíram 2,5%. Embora tenha havido alguns meses fora da curva, os preços vêm caindo há seis trimestres consecutivos.

Uma forma de combater a deflação seria estimular o consumo interno, que responde por cerca de 39% do crescimento da China — significativamente menos que a média das grandes economias. Mas as medidas adotadas por Pequim até agora — principalmente subsídios como a troca de bens antigos por novos — mal fizeram diferença. Nesta semana, duas das plataformas de comércio eletrônico mais populares da China, Tencent e Douyin, anunciaram que ajudariam empresas voltadas à exportação a se promoverem junto aos consumidores chineses.

Pequim vem lutando contra as pressões da deflação desde a política de “Covid zero”, que afetou o otimismo das empresas e o apetite do consumidor por gastar. E o colapso do setor imobiliário apagou boa parte do patrimônio líquido de muitas famílias chinesas, que tradicionalmente colocavam a maior parte de suas economias em imóveis. As demissões no setor, que já representou um terço da economia, são impressionantes.

Wang Longhe, um operário da construção e encanador da província de Liaoning, no nordeste da China, recentemente viajou cerca de 2.600 quilômetros até a cidade de Zhongshan, no sul, para um trabalho de dois dias ajudando a construir um aquário. Quase todos os projetos de construção no nordeste do país haviam sido interrompidos, disse ele.
Quando os tempos eram bons, Wang dizia que podia ganhar até US$ 13.600 por ano. Agora, com sorte, consegue metade disso.

“Não há muitos empregos, praticamente nenhum trabalho, e agora, na nossa cidade natal no nordeste, quem trabalhava na nossa área está em casa,” disse Wang, de 56 anos, enquanto fazia uma pausa.

“Eu vou vivendo um dia de cada vez,” disse ele. “A vida está apertada, ganhar dinheiro está difícil, e não dá para pensar no futuro.”

O número de pessoas que optam por trabalhar como entregadores ou motoristas de aplicativo cresceu rapidamente nos últimos anos, à medida que mais pessoas foram demitidas e pequenos negócios faliram. Já havia 200 milhões de pessoas na economia informal em 2020, segundo dados citados pelo ex-premiê Li Keqiang. A guerra comercial pode acelerar essa tendência. Até 20 milhões de trabalhadores podem perder seus empregos por causa da queda repentina das exportações da China para os Estados Unidos, segundo estimativa do Goldman Sachs.

Com mais trabalhadores entrando na economia informal, os empregos ficam mais difíceis de encontrar e os salários mais baixos. O governo está pressionando empresas como JD.com e Meituan, cujos aplicativos são plataformas para trabalhos de entrega, a oferecer benefícios como aposentadoria e seguro.

Chen Xiaolan trabalhou por uma década em uma fábrica de compressores de ar-condicionado antes de se mudar para Pequim e se tornar motorista da Didi, a principal plataforma de transporte por aplicativo da China. Chen, de 38 anos, se considera sortudo por ter o carro com o qual trabalha. Costuma fazer jornadas de 12 horas, seis dias por semana. Quem aluga carro, segundo ele, precisa trabalhar sete dias por semana.

Recentemente, o movimento diminuiu, disse Chen. “Agora não está fácil; há mais carros e menos corridas.”

Mas hoje em dia não há muitas alternativas ao trabalho informal.

Liu Mingdong, um entregador da Ele.me, tentou administrar seu próprio negócio vendendo ferragens online por três anos. Mas encontrou mais concorrência e menos compradores.

“Nem sei se ganhei algum dinheiro,” disse Liu, de 36 anos, que chegou a Xangai em março e começou a trabalhar na Ele.me dois dias depois.

“Acho que,” ele completou, “eu não tive sorte.”

Fonte: The New York Times

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Powell alerta sobre riscos das tarifas de Trump para objetivos do Fed

Presidente do Fed indica que guerra comercial pode criar cenário desafiador semelhante à estagflação dos anos 1970, com tensões entre controle da inflação e manutenção do emprego

O conflito comercial do presidente Donald Trump pode colocar o Federal Reserve em uma situação difícil que não se via há cerca de meio século, disse o presidente Jerome Powell na quarta-feira (16).

“O nível dos aumentos tarifários anunciados até agora é significativamente maior do que o previsto“, disse o chefe do banco central em comentários preparados para um evento organizado pelo Clube Econômico de Chicago.

“Podemos nos encontrar no cenário desafiador em que nossos objetivos de duplo mandato estão em tensão”.

O Fed é responsável por promover o pleno emprego e manter a inflação sob controle, mas as tarifas de Trump ameaçam ambos os objetivos.

Por enquanto, no entanto, a economia dos EUA permanece em boa forma, de acordo com os dados mais recentes, permitindo que o Fed seja paciente.

Powell disse que a melhor ação do Fed no momento é manter-se estável até que os dados mostrem claramente como a economia dos EUA está respondendo às políticas de Trump.

Outros funcionários do Fed disseram o mesmo em discursos recentes, afirmando que podem alterar as taxas em qualquer direção, dependendo do que a economia necessitar.

Mas é apenas uma questão de tempo até que as tarifas de Trump estimulem a inflação, aumentem o desemprego e enfraqueçam o crescimento econômico, segundo a maioria dos economistas.

Especialmente se as enormes tarifas “recíprocas” que entraram em vigor brevemente em 9 de abril forem reestabelecidas. Trump adiou esse aumento histórico nos impostos de importação até julho.

Até agora, Trump impôs tarifas de 25% sobre alumínio e aço, tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá que não estão em conformidade com um acordo de livre comércio, uma taxa massiva de 145% sobre importações chinesas.

Uma tarifa de 25% sobre carros, com tarifas separadas sobre autopeças previstas para uma data posterior e tarifas base de 10% sobre todas as importações dos EUA.

A administração também introduziu isenções temporárias para alguns produtos eletrônicos, e Trump disse que tarifas separadas provavelmente virão para semicondutores, produtos farmacêuticos, cobre e madeira.

Nas décadas de 1970 e início de 1980, a economia dos EUA sofreu períodos de alto desemprego e inflação de dois dígitos, uma combinação problemática conhecida como “estagflação”.

Na época, sob a liderança do presidente do Fed Paul Volcker, o Fed priorizou o combate à inflação, mesmo que isso significasse infligir alguma dor econômica.

A economia dos EUA parece estar caminhando nessa direção, de acordo com a maioria das previsões, mas não está claro se chegará totalmente a esse ponto.

O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse na semana passada em um evento em Nova York que as tarifas de Trump estão colocando o banco central na mesma situação difícil.

“Uma tarifa é como um choque negativo de oferta. Isso é um choque estagflacionário, o que significa que piora ambos os lados do mandato duplo do Fed ao mesmo tempo”, disse ele.

“Os preços estão subindo enquanto empregos estão sendo perdidos e o crescimento está diminuindo, e não há um manual genérico sobre como o banco central deve responder a um choque estagflacionário”.

Powell disse que se a estagflação se tornar realidade, “consideraríamos o quão distante a economia está de cada objetivo e os horizontes temporais potencialmente diferentes sobre os quais essas respectivas lacunas seriam antecipadas para fechar”.

“Entendemos que níveis elevados de desemprego ou inflação podem ser prejudiciais e dolorosos para comunidades, famílias e empresas”, disse ele.

Vários funcionários do Fed disseram que o banco central deve manter um olho atento na percepção das pessoas sobre os preços, que se deteriorou com base na pesquisa de consumidores da Universidade de Michigan, que é acompanhada de perto.

Não está claro em que ponto as expectativas crescentes de inflação provocariam qualquer ação do Fed e quais seriam essas ações.

E a inflação, embora substancialmente abaixo do pico de quatro décadas atingido em junho de 2022, ainda está ligeiramente acima da meta de 2% do Fed, o que significa que o Fed tem menos motivos para retomar os cortes nas taxas de juros.

Mas por enquanto, a maioria dos funcionários parece concordar que é melhor esperar que qualquer evidência apareça nos dados.

“Este é um conjunto difícil de riscos para a política monetária navegar”, disse a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, na quarta-feira em um evento em Columbus, Ohio.

“Dado o ponto de partida da economia, e com ambos os lados de nosso mandato sob pressão, há um forte argumento para manter a política monetária estável a fim de equilibrar os riscos provenientes de uma inflação ainda elevada e um mercado de trabalho em desaceleração”.

“Quando a clareza é difícil de obter, esperar por dados adicionais ajudará a informar o caminho à frente”, acrescentou ela.

Fonte: CNN Brasil

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Ações da Embraer disparam com veto da China contra jatos da Boeing

A proibição da compra de jatos faz parte de medidas de Pequim contra o tarifaço de Trump.

Nessa terça-feira (15) as ações da Embraer dispararam na Bolsa brasileira (B3), depois da decisão do governo da China de proibir a compra de jatos e peças da Boeing por parte de empresas aéreas chinesas.

A proibição da compra de jatos feita pelo governo chinês faz parte de medidas adotadas por Pequim contra o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na guerra comercial entre as duas potências econômicas.

Reflexo das medidas adotadas pelo governo chinês, por volta das 12 horas, os papéis da Embraer registravam valorização de 3,75%, cotados a R$ 65.07. A tendência de alta desenhou-se desde o início do pregão, às 10 horas.

Pela manhã, as ações ordinárias (ON), que dão direito a voto em assembleias da Embraer chegaram a subir mais de 4%. Com isso, os papéis da empresa tornaram-se o principal propulsor da alta da Bolsa brasileira (B3) naquele período.

Com represália contra a Boeing, mas cujo alvo é o governo americano, os investidores passaram a acreditar que a companhia brasileira possa suprir parte da demanda chinesa com a venda de aeronaves.

Fonte: Guararema News

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Rumo ao fim do SWIFT? A Rússia anuncia uma expansão global do BRICS Pay

Enquanto as tensões geopolíticas redesenham os equilíbrios globais, os BRICS aceleram a implementação de sua própria rede de pagamento. Liderada pela Rússia, essa infraestrutura visa emancipar-se do SWIFT e abrir um caminho financeiro fora do controle ocidental. O anúncio de sua acessibilidade a países não-membros marca uma ruptura estratégica. Além de uma ferramenta regional, o BRICS Pay torna-se uma alavanca de influência global e um sinal forte a favor de uma ordem monetária multipolar.

A rede BRICS Pay se abre para o mundo

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, confirmou que a futura rede de pagamento dos BRICS, ainda em fase de finalização, será acessível a países terceiros.

De fato, em uma declaração oficial, ele afirmou que “países que não são membros dos BRICS terão a possibilidade de usar esse sistema de pagamento assim que ele for lançado“.

Essa abertura representa uma expansão estratégica significativa para uma infraestrutura inicialmente pensada como uma ferramenta de integração regional.

Um sistema como esse visa fortalecer a autonomia das economias emergentes diante da hegemonia do sistema SWIFT, frequentemente percebido como uma alavanca de influência ocidental. Várias características conferem ao sistema BRICS Pay um potencial de atratividade :

  • A interoperabilidade regional: a rede visa conectar os sistemas de pagamento nacionais dos membros dos BRICS, como MIR (Rússia), RuPay (Índia) ou ainda o CIPS (China);
  • Uma abertura a países não-membros: a arquitetura do sistema é pensada para integrar estados terceiros assim que for implementado;
  • O contorno das sanções: ao se desvincular dos canais dominados pelos Estados Unidos e pela Europa, as trocas comerciais podem prosseguir sem obstáculos;
  • Uma promoção das moedas nacionais: o pagamento das transações seria feito sem o uso do dólar, utilizando diretamente as moedas dos países participantes.

Essa iniciativa poderia deste modo atrair nações que desejam garantir seus fluxos financeiros internacionais fora da influência ocidental. Resta validar sua robustez técnica e sua capacidade de se integrar aos padrões internacionais existentes.

Uma estratégia de dedolarização com contornos ainda nebulosos

Além da parte tecnológica, a questão do BRICS Pay também é monetária. A extensão do sistema a países terceiros se insere em um movimento global para reduzir a dependência do dólar americano.

Nesse sentido, as discussões em torno da criação de um mecanismo unificado de pagamento baseado em uma cesta de moedas nacionais refletem a ambição de construir uma forma de soberania financeira. Durante sua intervenção, Serguei Lavrov mencionou a necessidade de “desenvolver um sistema de pagamento independente, baseado no uso de moedas nacionais e fora do controle das estruturas ocidentais“.

No entanto, se a vontade política é evidente, a implementação se mostra mais complexa. As divergências internas entre os membros da aliança dos BRICS, especialmente entre a China e a Índia, complicam a perspectiva de uma moeda comum.

No estado atual, as soluções consideradas dependem mais da interconexão dos sistemas de pagamento nacionais existentes do que da criação de um único instrumento monetário. Paralelamente, a supremacia atual do dólar, que ainda representa a maior parte das reservas de câmbio globais, constitui um obstáculo estrutural difícil de contornar a curto prazo.

Essa estratégia de dedolarização progressiva, embora coerente com as dinâmicas multipolares atuais, pode, no entanto, gerar fricções, tanto dentro do bloco quanto com parceiros externos.

A credibilidade do sistema BRICS Pay internacionalmente dependerá de sua capacidade de demonstrar sua confiabilidade, segurança e compatibilidade com as necessidades das economias que considerariam adotá-lo. A médio prazo, essa iniciativa promovida pela Rússia poderia acelerar a fragmentação do sistema financeiro mundial em blocos regionais ou políticos, cada um com suas próprias infraestruturas de liquidação. Resta saber se essa tendência se traduzirá em uma real mudança de equilíbrio ou se apenas reforçará a diversificação sem desafiar a ordem monetária atual.

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Fonte: Revista O Contribuinte

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Internacional, Navegação, Oportunidade de Mercado

Após pressão de Trump, Panamá cede em acordo sobre canal

Os navios de guerra dos Estados Unidos poderão em breve usar o Canal do Panamá de graça e com prioridade, depois de uma reunião entre os dois países nesta semana. Mas a decisão levanta questionamentos sobre o quanto a soberania panamenha está em jogo com a concessão à pressão americana para minar a influência chinesa na América Latina.

O anúncio ocorreu na quarta-feira (09/04) após um encontro entre o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, e o presidente do Panamá, José Raul Mulino, num contexto de alta tensão desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro.

A hidrovia de 82 quilômetros é estratégica para os EUA e vários outros países porque permite aos navios passar facilmente entre os oceanos Pacífico e Atlântico sem serem descarregados ou navegar pela América do Sul.

O republicano sempre rotulou as taxas de uso do canal como “mau negócio”. De acordo com o tratado de neutralidade do canal, todas as nações pagam o mesmo valor.

Marcando sua oposição à crescente influência da China na região, o presidente também já falou várias vezes em “recuperar” o canal, que os EUA cederam ao Panamá em 1999. Ele não descartou uma invasão militar para atingir o objetivo.

“Soberania” em telefone sem fio
Mulino já vinha trabalhando para apaziguar o governo Trump. Após uma visita em fevereiro do Secretário de Estado americano, Marco Rubio, o Panamá confirmou que sairia da iniciativa chinesa Cinturão e Rota, ou Nova Rota da Seda. O seu governo ainda pressionou os conglomerados chineses que possuem portos panamenhos a saírem do país.

Além disso, o Panamá e os EUA concordaram que tropas americanas poderão ser destacadas em áreas de acesso e adjacentes ao canal do Panamá, segundo um acordo assinado entre os dois países divulgado pela agência AFP.

O governo panamenho descarta que sejam bases militares, um assunto delicado no país centro-americano. Em vez disso, Militares os EUA poderão utilizar as instalações e áreas autorizadas para treinamento, exercícios e outras atividades.

O pacto, que vigorará inicialmente por três anos, prevê que as instalações serão propriedade do Estado panamenho e serão de “uso conjunto” pelas forças de ambos os países.

O Panamá proíbe por lei o estabelecimento de bases militares, e desmantelou o Exército após a invasão dos Estados Unidos, em 1989, para capturar o ex-ditador Manuel Antonio Noriega, acusado de tráfico de drogas.

Mas ainda há um ponto de discórdia. A versão em espanhol da declaração conjunta desta semana, divulgada pelo Panamá, dizia que “Hegseth reconheceu a liderança e a soberania inalienável do Panamá sobre o Canal do Panamá e suas áreas adjacentes”. A frase não apareceu na versão em inglês divulgada pelo Pentágono.

“Acredito que tenha sido proposital não colocar isso na versão em inglês, para fazer com que o Panamá se sentisse inseguro e que a situação não foi resolvida,” afirma Natasha Lindstaed, cientista política da Universidade de Essex, no Reino Unido.

Influência chinesa
Ao contrário do que afirma Trump, o canal não foi presenteado aos panamenhos, nem é controlado pela China.

Os EUA construíram o Canal do Panamá entre 1904 e 1914. As negociações para devolver o controle ao país da América Central começaram no governo do democrata John F. Kennedy, no início da década de 1960, e se estenderam até 1977.

O Panamá assumiu o controle do canal na véspera do Ano Novo de 1999, sob a condição de que fosse operado de forma neutra.

Mas a China exerce influência no canal. O país é o segundo maior usuário da hidrovia, atrás dos EUA, e empresas chinesas operam portos em cada extremidade.

Intervenção militar em pauta
Enquanto Trump trabalha para minar a influência da China ao redor do mundo — por exemplo, com a sua guerra comercial —, uma intervenção militar representaria uma reviravolta dramática na política externa americana.

No Panamá, protestos acontecem regularmente desde que Trump falou pela primeira vez em retomar o canal. Nesta semana, cerca de 200 pessoas protestaram contra a visita de Hegseth na Cidade do Panamá, e um manifestante queimou uma bandeira dos EUA.

“Isso basicamente dominou as manchetes no Panamá, com total perplexidade e medo”, diz Lindstaed. “Os EUA não são muito populares no Panamá no momento.”

No entanto, Jorge Heine, ex-embaixador chileno na China e especialista em Relações Internacionais da Universidade de Boston, acredita que é improvável que os EUA avancem com uma intervenção militar.

“O presidente Trump combina uma retórica que, às vezes, pode soar extremamente agressiva”, disse à DW. “Mas, ao mesmo tempo, ele demonstrou que realmente não está muito interessado em ser um fomentador de guerras e em empregar a força militar dos EUA de forma tão agressiva quanto alguns de seus antecessores.”

Fonte: DW

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