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Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Industria, Informação, Mercado Internacional, Negócios, Notícias

Nova guerra comercial de Trump ameaça agricultores americanos em meio competição com Brasil por mercados

A primeira guerra comercial do ex-presidente Donald Trump resultou em perdas estimadas de US$ 11 bilhões para os agricultores americanos de soja. Agora, uma possível nova disputa tarifária com a China pode trazer consequências ainda mais graves.

A soja foi o principal produto impactado na primeira guerra comercial. Durante os dois primeiros anos de governo Trump, as exportações americanas da commodity para a China, maior compradora mundial, caíram 79%, devido a guerra comercial. Na época, a China ainda dependia de parte da oferta dos EUA. Hoje, ela pode recorrer ao Brasil, que consolidou sua posição como principal fornecedor da commodity, reduzindo sua vulnerabilidade às tarifas americanas.

Além da soja, a China tem diversificado sua base de suprimentos para outras commodities agrícolas. Importações de milho e trigo da Argentina, sorgo do Brasil e algodão da Austrália reforçam a estratégia chinesa de reduzir sua dependência dos Estados Unidos. Os estoques domésticos da China estão elevados, e o enfraquecimento da economia local tem diminuído a demanda interna.

“Primeiro, a China não estava preparada. Agora, eles estão prontos, com estoques recordes de soja em casa”, afirmou Steve Nicholson, estrategista global de grãos e oleaginosas do Rabobank.

O risco de uma escalada na guerra comercial com Trump surge em um momento em que os agricultores americanos já enfrentam dificuldades para recuperar sua posição como principais exportadores de milho e trigo, após o Brasil conquistar fatias significativas do mercado. Os produtores também estão recebendo menos por suas colheitas, com os preços do milho e da soja caindo para os menores níveis desde 2020 no início deste ano.

Espera-se que Trump repita a estratégia de seu primeiro mandato, com tarifas seguidas por possíveis medidas retaliatórias da China, que pressionariam ainda mais os preços dos grãos. Embora uma resolução seja possível, a China terá um “apetite menor” para retornar aos níveis anteriores de importação, segundo analistas do Citigroup Global Markets em nota publicada na segunda-feira.

A maioria dos produtos agrícolas “está na linha de frente para medidas comerciais retaliatórias”, dizem analistas da Bloomberg Intelligence, porque mudar de fornecedores envolve custos comparativamente menores.

A primeira guerra comercial contribuiu para o cenário atual de oferta, já que a mudança da China para fornecedores não americanos levou o Brasil a expandir sua produção de soja, desmatando áreas para aumentar a capacidade de plantio. Como resultado, o Brasil pode colher no próximo ano uma safra de soja mais de 30% maior do que os níveis vistos antes da guerra comercial entre os EUA e a China.

Apesar dos estoques globais elevados, os agricultores americanos continuam aumentando sua produção. Recentemente, colheram a maior safra de soja de todos os tempos, impulsionados pelo aumento do consumo doméstico. Mesmo que uma nova guerra comercial prejudique a demanda, os produtores americanos provavelmente continuarão plantando. Durante a última disputa comercial, Trump concedeu US$ 28 bilhões em subsídios aos agricultores para suavizar o impacto das tarifas.

“Nós não esperamos uma redução na área plantada nos EUA”, disse Chuck Magro, CEO da fabricante de sementes Corteva Inc., que, no entanto, busca expandir seu programa de soja no Brasil. “Assumindo que as tarifas sigam a mesma linha, onde a China sente que precisa comprar de outros mercados, a produção dos EUA ainda encontrará um destino”, afirmou.

O gráfico abaixo mostra quais produtos foram os mais exportados em contêineres do Brasil para portos chineses em 2024. Os dados são derivados do DataLiner, um produto da Datamar.

Principais Exportações para a China | 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Aqui está um olhar mais detalhado sobre como as tarifas de Trump podem impactar diversas culturas:

Soja, Milho e Trigo

Em janeiro de 2020, EUA e China assinaram o Acordo Comercial de Fase 1, no qual a China se comprometeu a comprar bilhões de dólares em produtos agrícolas americanos e cancelar tarifas.

Se essas tarifas forem reinstauradas, os agricultores americanos podem perder milhões de toneladas de grãos e soja em exportações anuais, de acordo com um estudo conjunto encomendado pela National Corn Growers Association e pela American Soybean Association, divulgado antes das eleições.

Para reduzir sua dependência dos EUA, a China aprovou em 2022 importações de milho brasileiro. Os EUA haviam recentemente enviado quantidades recordes de milho para a China antes de ela mudar para o Brasil.

A China também começou a comprar milho e trigo da Argentina. Autorizou as importações no início deste ano, permitindo os primeiros embarques de milho em 15 anos e as primeiras transações significativas de trigo desde a década de 1990.

Sorgo

Os produtores de sorgo dos EUA são altamente dependentes da China, que consome cerca de 70% da produção americana para ração animal e fabricação do licor baijiu.

Recentemente, porém, a China também autorizou importações de sorgo do Brasil. Embora o Brasil tenha exportado pouco sorgo no passado, sua produção aumentou para cerca de 4,6 milhões de toneladas, representando um novo desafio à participação de mercado dos EUA.

Carne suína

A China aumentou as importações de carne suína americana nos últimos anos, mas também abriu seu mercado para o Brasil. Ainda assim, as perspectivas para o setor são fracas, mesmo sem uma guerra comercial. O consumo de carne suína na China, maior consumidora mundial do produto, está em queda, à medida que os consumidores diversificam suas dietas, preferindo aves, carne bovina e frutos do mar, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Algodão

As importações chinesas de algodão também devem diminuir, refletindo a alta produção doméstica e o crescimento dos estoques, além de uma economia em desaceleração que afeta a demanda por têxteis.

Walter Kunisch, estrategista sênior de mercados de commodities da Hilltop Securities, observa que a cadeia de fornecimento de algodão e têxteis da China está “radicalmente diferente” em relação a 2018. Além disso, a China tem buscado fornecedores como Brasil e Austrália, embora o algodão americano ainda seja considerado o “padrão de ouro” em qualidade e rastreabilidade.

O Brasil, que se tornou o maior exportador mundial na safra 2023-24, enviou quase 1,3 milhão de toneladas de algodão para a China naquela temporada, superando os EUA.

Fonte: Bloomberg News Articles
https://www.bloomberg.com/news/articles/2024-12-11/trump-trade-war-to-hurt-us-farmers-more-as-china-turns-to-brazil

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Comércio Exterior, Economia, Gestão, Importação, Informação, Logística, Mercado Internacional, Notícias, Tributação

Se Brics criar moeda própria, será taxado em 100%, diz Trump.

Presidente eleito diz que imposto será aplicado sobre produtos de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, caso o bloco insista em ter moeda alternativa ao dólar

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), publicou neste sábado (30.nov.2024) uma ameaça ao Brics: se o bloco insistir em criar uma moeda próprio para negócios internacionais, os produtos dos países integrantes serão taxados em até 100% na entrada no mercado norte-americano.

“A ideia dos países do Brics de se afastarem do dólar enquanto ficamos parados e assistimos ACABOU. Exigimos um compromisso desses países de que eles não criarão uma nova moeda Brics nem apoiarão nenhuma outra moeda para substituir o poderoso dólar americano ou enfrentarão tarifas de 100% e podem se preparar para dizer adeus à venda para a maravilhosa economia dos EUA. Eles podem ir encontrar outro ‘otário!’. Não há chance de os Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional –e qualquer país que tente deve dar adeus à América”, escreveu Trump no seu perfil na rede social que próprio criou, a Truth Social.

Se essa ameaça for levada adiante será um grande baque para o Brics, que é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Será um revés, sobretudo, para a China que lidera o grupo. O Brics tem colocado no topo da agenda a criação de uma moeda própria para suas transações internacionais.

Em outubro, durante a Cúpula do Brics em Kazan (Rússia), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a criação de meios de pagamentos alternativos para o bloco. Em declaração por videoconferência, disse não se tratar de substituir as moedas existentes, mas de criar uma unificação para transações entre os integrantes do grupo.

Na cúpula de 2023, em Joanesburgo (África do Sul), o petista chegou a defender que o grupo fizesse transações comerciais em outra moeda que não o dólar. Mas na declaração final, assinada pelos 5 chefes de Estado, o tema foi tratado como algo para o futuro. Criou-se uma tarefa para que os ministros da Fazenda do bloco estudassem o assunto e levassem suas propostas para o encontro deste ano, mas também não evoluiu.

O texto final de 2024 cita a necessidade de haver mecanismos de financiamento e comércio em moedas locais, como forma de fugir da dependência do dólar, mas não apresenta nenhum avanço concreto.

O Poder360 procurou o Palácio do Planalto, o Itamaraty e o Ministério da Indústria e do Comércio por e-mail e telefone para perguntar se gostariam de se manifestar a respeito da declaração de Trump. Foram realizadas ligações telefônicas para os citados em 30 de novembro às 17h. Também foram enviados e-mails na mesma data e horário. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital. TAXAÇÃO DOS BRICS A declaração de Donald Trump sobre taxar em 100% produtos de países que usarem uma moeda alternativa ao dólar não é nova. Ainda durante a campanha eleitoral de 2024, o então candidato republicano falou à agência de notícias Bloomberg sobre o tema em 15 de outubro. Num trecho de sua fala, ele disse:

“Se um país me disse ‘Senhor, gostamos muito de você, mas não vamos continuar a aderir à moeda de reserva internacional [o dólar]. Não queremos mais usar o dólar’. Eu direi: ‘Não tem problema. Vocês pagarão uma tarifa de 100% sobre tudo o que venderem nos Estados Unidos. Adoramos o seu produto, espero que vendam muito para os Estados Unidos, mas vão pagar uma tarifa de 100%”.

LULA DEFENDE MOEDA PARA O BRICS O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu em 13 de abril de 2023 que os países integrantes do Brics realizassem transações comerciais usando suas próprias moedas, e não o dólar. O petista deu a declaração na cerimônia em Xangai, quando foi celebrada a posse da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no NBD (Novo Banco de Desenvolvimento), o Banco dos Brics.

Lula disse que a mudança de moeda “é difícil, porque tem gente mal acostumada”, mas destacou a necessidade da medida. “Por que todos os países são obrigados a fazer seu comércio lastreado no dólar? […] Por que não o iene? Por que não o real?”, e foi aplaudido pelos presentes.

FONTE: Poder 360

Se Brics criar moeda própria, será taxado em 100%, diz Trump

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Economia, Gestão, Informação, Mercado Internacional, Negócios, Notícias, Tributação

Trump escolhe ex-procurador-geral Matthew Whitaker como próximo embaixador na Otan

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira a nomeação do ex-procurador-geral interino Matthew Whitaker como próximo embaixador americano na Otan. Whitaker, um advogado e lobista de 55 anos, atuou como procurador-geral interino dos Estados Unidos entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019, durante o primeiro mandato de Trump, depois que Jeff Sessions renunciou ao cargo.

Matt fortalecerá as relações com os nossos aliados da Otan e permanecerá firme perante as ameaças à paz e à estabilidade”, disse o político republicano em um comunicado.

Além disso, declarou que o novo embaixador irá “colocar os Estados Unidos em primeiro lugar”, lema que Trump usa para promover uma política externa mais isolacionista.

Segundo o presidente eleito, Whitaker é “um guerreiro forte e um patriota leal, que garantirá o avanço e a defesa dos interesses dos Estados Unidos”.

Whitaker se formou na Universidade de Iowa, onde também jogou no time de futebol americano, destacou o próximo presidente.

Trump, que já governou o país entre 2017 e 2021, foi muito crítico à Otan durante seu primeiro mandato e atacou seus parceiros da Aliança Atlântica que não atribuíam dinheiro suficiente à defesa coletiva.

Durante a última campanha eleitoral, o republicano chegou a sugerir que encorajaria a Rússia a fazer o que quisesse com os países europeus que não aumentassem seus gastos com defesa e, além disso, questionou o envio de ajuda militar dos EUA à Ucrânia.

FONTE: Exame
Trump escolhe ex-procurador-geral Matthew Whitaker como próximo embaixador na Otan | Exame

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Agronegócio, Comércio Exterior, Exportação, Informação, Mercado Internacional, Notícias

Agenda protecionista de Trump representa um desafio para o agronegócio brasileiro

A eleição de Donald Trump levanta a possibilidade de uma “espiral protecionista” global e uma mudança para relações comerciais bilaterais, o que representa desafios para o agronegócio brasileiro no cenário internacional, afirmam especialistas.

Durante o primeiro mandato de Trump, sua guerra comercial com a China impulsionou as exportações agrícolas brasileiras, já que importadores chineses passaram a procurar o Brasil por suprimentos. No entanto, os analistas acreditam que o espaço para essa dinâmica se repetir é limitado.

“Já estamos exportando 37% de nossos produtos para a China. Qualquer aumento nas exportações para a China provavelmente seria marginal, pois outros países também se beneficiariam”, afirmou o embaixador Rubens Barbosa, ex-representante brasileiro em Londres e Washington e atual presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).

O gráfico abaixo revela os produtos mais exportados em contêineres marítimos do Brasil para os Estados Unidos entre janeiro e agosto de 2024. Os dados, extraídos da plataforma DataLiner da Datamar, compreendem apenas embarques marítimos de longo curso.

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 20% ao ano durante a presidência de Trump, de 2017 a 2021, preenchendo o vazio deixado pela redução das exportações americanas devido às tarifas retaliatórias chinesas.

Marcos Jank, coordenador do Agro Global Center do Insper, observou que o Brasil hoje exporta mais para a China do que os Estados Unidos, com receitas totais de US$ 63 bilhões anuais, em comparação aos US$ 35 bilhões das exportações americanas para o mercado chinês. “Tomamos a posição dos EUA em soja, milho, carne e outros produtos”, disse ele.

Jank acrescentou que, se Donald Trump reimpor tarifas sobre produtos chineses, o Brasil poderá ganhar “mercados adicionais” na China, mas perdas em outros mercados também são prováveis. “Podemos perder mercados em outros lugares porque o comércio internacional opera como vasos interconectados. Se os EUA não puderem vender para a China, vão buscar outros mercados, o que nos afetará indiretamente”, explicou.

Segundo Jank, o risco mais significativo é o ressurgimento de “uma espiral protecionista e políticas mercantilistas, com foco mais em relações bilaterais do que multilaterais. Uma tendência como essa prejudicaria o comércio global”, destacou.

Em resposta a essas possíveis mudanças na política comercial dos EUA, o Brasil deve enfatizar alianças com o Sul Global, aconselhou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Falando com jornalistas no Uruguai, ele destacou que “fortalecer os BRICS e as relações Sul-Sul é fundamental para expandir nossas negociações”, sublinhando a alta densidade populacional e a riqueza de recursos dessas regiões.

O retorno de Trump à Casa Branca provavelmente intensificaria uma estratégia geopolítica centrada no friendshoring (modelos de relações bilaterais baseadas em valores e visões de mundo compartilhadas, em vez de puro pragmatismo comercial). Segundo Jank, os americanos estão cada vez mais analisando os laços de outros países com a China.

“[O friendshoring] terá um impacto forte e nos desafiará a engajar ambos os lados”, observou, destacando que o agronegócio brasileiro inclui muitas empresas americanas nos setores de agronegócio, insumos e comércio, enquanto a China continua sendo o principal cliente do Brasil. “Precisamos manter uma equidistância prudente”, acrescentou.

Na esfera geopolítica, a promessa do republicano de interromper o apoio à Ucrânia contra a Rússia pode ter implicações limitadas para o Brasil, segundo Rubens Barbosa. “Se houver paz, isso facilitará as exportações de agronegócio da Rússia. O Brasil é um grande importador de petróleo, gás natural, diesel e trigo da Rússia, portanto, o comércio deve se tornar mais fácil”, afirmou. No entanto, ele não espera que Trump cesse imediatamente o apoio à Ucrânia ou que essa mudança tenha efeitos imediatos.

No campo macroeconômico, o novo mandato de Trump continua imprevisível. “Se ele cumprir sua promessa de aumentar as tarifas de importação, isso criaria desafios globais. Isso elevaria a inflação e as taxas de juros nos Estados Unidos devido ao déficit público, impactando a política econômica do Brasil. O dólar se fortaleceria, forçando o aumento das taxas de juros no Brasil e afetando a inflação”, disse Barbosa.

Ao mesmo tempo, embora promovendo uma política fiscal expansionista, Trump também se comprometeu a cortar impostos para combater a inflação. “Se ele adotar uma política de estímulo, uma abordagem poderia ser reduzir as taxas de juros, o que aumentaria o apetite dos investidores por outros mercados, como as empresas agrícolas brasileiras”, afirmou Rafael Gaspar, sócio da área de mercados de capitais e bancário no Pinheiro Neto Advogados.

Gaspar acrescentou que isso poderia favorecer a emissão de títulos de dívida por parte do agronegócio brasileiro no exterior. No entanto, ele duvida que Trump inicie sua administração com políticas de estímulo, acreditando que ele priorizaria inicialmente o controle da inflação. Para Gaspar, uma guerra comercial “não é necessariamente ruim” e pode criar oportunidades para o Brasil expandir suas exportações.

(Rafael Walendorff contribuiu com a reportagem de Brasília.)

Tradução: Todd Harkin

Fonte: Valor Internacional

Clique aqui para ler o texto original: https://valorinternational.globo.com/agribusiness/news/2024/11/07/trumps-protectionist-push-poses-challenge-for-brazils-agribusiness.ghtml

 

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Comércio Exterior, Economia, Exportação, Importação, Industria, Informação

EUA abrem mais investigações para sobretaxar produtos brasileiros

Os Estados Unidos (EUA) abriram seis investigações contra três produtos brasileiros recentemente, numa sinalização de que o apetite para frear importações e proteger a indústria americana tende a continuar forte em Washington, seja quem for o próximo presidente a ocupar a Casa Branca.

Na semana passada, no auge da campanha eleitoral para a presidência, o US International Trade Commision (USITC) deflagrou duas investigações (dumping e subsídio) contra cápsula dura vazia exportada pelo Brasil sob alegação de causar prejuizos a produtores americanos.

No dia 18 deste mês, o órgão votou a favor de continuar duas investigações para sobretaxar produtos de aço resistentes à corroção originários do Brasil, igualmente sob a alegação de que seriam ‘vendidos abaixo do valor de mercado e subsidiados’ pelo governo brasileiro.

No fim de junho, Washington aprovara as investigações (dumping e subsídio) finais para sobretaxar a entrada de ferro silicio do Brasil e alguns outros países.

Essas são as novas investigações, com o potencial de afetar rapidamente as vendas, pelas incertezas que deflagram entre os operadores.

Os EUA já aplicam atualmente contra o Brasil 13 medidas antidumping ou antisubsídio, ou seja, taxação adicional, focando vários produtos siderúrgicos, papel não revestido, mel natural e suco de limão.

Aluisio Campos, professor de comércio na American University, em Washington, vê uma ‘curva ascendente’’ de defesa comercial americana em geral, seja quem for o próximo presidente dos EUA. Para ele, ‘com a situação econômica apertando, as empresas começam a olhar mais de perto os preços do produto estrangeiro que fica muito mais barato, e isso aumenta os casos”.

Os EUA registram com o Brasil um dos poucos superavits em sua balança comercial. Havia expectativa do lado brasileiro de enfim alcançar superavit neste ano, mas entre janeiro e setembro amargou mais uma vez deficit, agora menor, de US$ 1,2 bilhão num volume de comércio (exportações e importações) de US$ 60,1 bilhões no período.

O gráfico abaixo revela os produtos mais exportados em contêineres marítimos do Brasil para os Estados Unidos entre janeiro e agosto de 2024. Os dados, extraídos da plataforma DataLiner da Datamar, compreendem apenas embarques marítimos de longo curso.

Principais exportações em contêineres para os EUA | 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

De maneira geral, as políticas e as ferramentas comerciais estão sendo usadas não apenas para tratar de problemas relacionados ao comércio, mas também para tentar resolver preocupações geopolíticas e de segurança.

Donald Trump não cessa de ameaçar com imposição de tarifas elevadas a todos os países, as mais punitivas reservadas para a China, para aumentar o custo dos produtos estrangeiros e tentar reordenar as cadeias de suprimentos globais.

Segundo o jornal New York Times, as tarifas previstas pela equipe de Trump atingiriam quase todas as importações dos EUA, mais de US$ 3 trilhões em mercadorias.

A onda protecionista está se ampliando perigosamente, conforme dados da Organização Mundial do Comércio (OMC): mais de 130 novas medidas de restrição ao comércio foram registradas pela entidade desde o início deste ano.

Isso representa um aumento de 8% no estoque de mais de 1.600 medidas restritivas introduzidas entre 2009 e 2023, que, no ano passado, já estavam afetando mais de 10% do comércio mundial de mercadorias.

Além disso, os membros da OMC iniciaram 210 investigações de medidas de defesa comercial ou ‘ corretivas comerciais’ no primeiro semestre deste ano – quase o mesmo número de investigações de todo o ano de 2023. Embora nem todas culminem na imposição de tarifas, as investigações têm um efeito inibidor bem documentado sobre o comércio.

Isso tudo é sem falar da onda de subsídios bilionários praticada por vários países, incluindo os EUA e a China, que distorcem as trocas comerciais.

Na medida em que as medidas unilaterais ou suas ameaças se tornam cada vez mais generalizadas, a política comercial fica mais restritiva. Os atritos estão se manifestando como disputas comerciais.

Seis das oito disputas da OMC iniciadas este ano tratam de tecnologias verdes, especialmente veículos elétricos. Nos últimos meses, os EUA, a União Europeia, a Turquia e o Canadá introduziram novas tarifas e direitos compensatórios sobre os veículos elétricos chineses e outros produtos, inclusive o aço. A China contra-atacou com disputas na OMC e medidas contra produtos da UE, como laticínios, carne suína e conhaque.

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, constata resignada que ‘estamos vivendo em tempos conturbados’. Na verdade, no que diz respeito ao comércio, ‘os tempos não são apenas conturbados, são tensos’, disse ela recentemente em palestra no FMI, segundo participantes.

Para Ngoki, ‘às vezes, o comércio é responsabilizado e apontado como bode expiatório por resultados ruins que, na verdade, derivam de políticas macroeconômicas, tecnológicas ou sociais pelas quais o comércio não é responsável’.

Ela disse esperar que ‘não estejamos em um caminho que nos leve de volta ao tipo de desordem econômica que existia antes de Bretton Woods, desordem que foi seguida por extremismo político e guerra’.

Lembrou que foi justamente para evitar a repetição dessa situação que as instituições econômicas multilaterais foram criadas. E sua preocupação hoje é que o mundo tenha esquecido essa lição.

‘Abandonar o legado de Bretton Woods, inclusive o sistema de comércio, diminuiria a capacidade do mundo, coletivamente e em nível nacional, de responder aos problemas que afetam a vida e as oportunidades das pessoas’, completou ela, segundo um participante.

EUA abrem mais investigações para sobretaxar produtos brasileiros – DatamarNews
FONTE: https://valor.globo.com/opiniao/assis-moreira/coluna/eua-abre-mais-investigacoes-para-sobretaxar-produtos-brasileiros.ghtml

 

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Agronegócio, Comércio Exterior, Exportação, Informação, Mercado Internacional

Exportações para a China caem em setembro; embarques para EUA e Argentina crescem

Vendas externas para a China, mostraram queda de 9,7% no volume e de 20,7% em valores em setembro; exportações para a Argentina avançaram após meses de recuos.

A balança comercial de setembro registrou um superávit de US$ 5,4 bilhões, inferior ao de igual período de 2023, que foi de US$ 9,2 bilhões. No mês, foi registrada uma queda nas exportações para a China, enquanto as vendas os Estados Unidos e para a Argentina apresentaram crescimento. Os dados são do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), da Fundação Getulio Vargas.

Segundo o relatório, após meses seguidos de recuo nas exportações na comparação interanual entre 2023 e 2024, as exportações para a Argentina aumentaram em valor +25,4%, em setembro. Esse resultado é explicado especificamente pelo aumento de volume (+34,1%), uma vez que os preços caíram -5,8% no período.

A vendas externas para a China, por sua vez, mostram queda de 9,7% no volume e de 20,7% em valores em setembro. “Observa-se que, após variações acima de 30% nos dois primeiros meses do ano, o crescimento das exportações para a China desacelerou e recuou na comparação de agosto e setembro, com percentuais acima de 20%”, comenta a FGV no texto.

Na lista dos 5 principais produtos exportados para a China, quatro registraram queda em valor (petróleo, soja em grão, minério de ferro e carne bovina). A pasta química de madeira, o quinto principal produto de exportação, cresceu em valor +21,5%.

Para os EUA, o volume exportado avançou 8,9%, quanto a alta em valores foi de 5,5%. O principal produto exportado para os Estados Unidos foi aeronaves, com variação de +34% entre os meses de setembro.

As exportações do setor automotivo, das aeronaves e de outros produtos manufaturados levaram a que a indústria de transformação aumentasse, em termos de valor, +16,8% entre os meses de setembro, o que levou a um aumento da sua participação de 49,5% para 57,7%, na comparação desses meses entre 2023 e 2024.

A projeção da Secretaria de Comércio Exterior para a balança comercial de 2024 é de um superávit de US$ 70,4 bilhões, as a projeção pelo modelo da FGV/Ibre é de um saldo positivo US$ 79,8 bilhões.

Exportações para a China caem em setembro; embarques para EUA e Argentina crescem (infomoney.com.br)

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Exportações para os EUA batem recorde

As exportações brasileiras para os Estados Unidos aumentaram 10,3% e somaram um valor recorde de US$ 29,4 bilhões de janeiro a setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com a última edição do Monitor Comércio Brasil-EUA. Além do valor, houve também crescimento de 13,8% em volume, cerca de 3,7 milhões de toneladas a mais, mostra um levantamento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham).

O resultado posiciona os Estados Unidos como o mercado de maior crescimento para as vendas do país, superando em mais de 12 vezes a alta das exportações brasileiras para o restante do mundo, que foi de 0,8%.

A alta foi superior às transações registradas com a União Europeia, que cresceram 4,9%, e com a China e a América do Sul, que tiveram queda de 1,2% e 19,8%,respectivamente.

“Este ano caminha para ser um modelo no comércio entre Brasil e Estados Unidos, com crescimento na exportação, importação, e, como consequência, na corrente bilateral de comércio”, afirma Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil. “O que mais impressiona é a qualidade desse crescimento, que teve o aumento disseminado nos principais setores e recorde no segmento de bens industriais.”

Houve alta em 8 dos 10 principais itens exportados pelo Brasil aos EUA no período.Dentre os destaques, estão a carne bovina, com 107,7%; óleos brutos de petróleo,com 32,5%, que subiu da segunda posição para líder da lista de produtos mais exportados; aeronaves, com 31,9% e que passou de terceiro para quarto lugar. As importações brasileiras também tiveram alta de janeiro a setembro. Totalizaram US$30,7 bilhões, aumento de 6,2% ante o mesmo intervalo de 2023. Com isso, o déficit comercial do Brasil com os EUA, de US$ 1,3 bilhão, foi o menor dos últimos sete anos, com queda de 42,9% na comparação com igual período de 2023.

O gráfico abaixo revela os produtos mais exportados em contêineres marítimos do Brasil para os Estados Unidos entre janeiro e agosto de 2024. Os dados, extraídos da plataforma DataLiner da Datamar, compreendem apenas embarques marítimos de longo curso.

Principais exportações em contêineres para os EUA | 2024 | TEUs


Somando as importações e as exportações, as transações comerciais entre os dois países alcançaram o recorde de US$ 60,1 bilhões, representando um aumento de 8,2% ante os nove primeiros meses de 2023.

Dentre os produtos de importação dos Estados Unidos, destacam-se motores e máquinas não elétricos, com aumento de 24%; aeronaves e suas peças, que cresceram 68,6%; gás natural, com alta de 675%; e medicamentos, que subiram 29,7%.

Em comparação com as importações do Brasil para o restante do mundo no mesmo período, o crescimento foi de 25,6% para a agropecuária, 3,4% para a indústria extrativa e 8,1% para a indústria de transformação. “Esses dados demonstram a relevância dos Estados Unidos como fornecedor estratégico, especialmente em cadeias produtivas de maior valor agregado”, diz Abrão Neto.

De acordo com o executivo, o fator preponderante para o alcance dos níveis inéditos é a economia aquecida nos dois países, que “têm crescido a taxas maiores do que a projetada”.

Além disso, “há outras situações conjunturais e setoriais que favorecem o crescimento das exportações”, diz Abrão Neto. Na agropecuária, ele cita os exemplos do suco de laranja e da carne bovina, que estão tendo diminuição da produção por causa da crise climática e das pragas nas lavouras norte-americanas.

Déficit brasileiro com os Estados Unidos de janeiro a setembro foi o menor em sete anos

Sobre a indústria de transformação especificamente, Abrão Neto afirma que há uma certa “complementariedade” dos produtos brasileiros no mercado americano, pois,segundo ele, os itens “servem de insumos para a indústria do país da América do Norte”.

Em relação à exportação, somente as mercadorias desse segmento foram responsáveis por um crescimento de 7,1%, o equivalente a US$ 1,6 bilhão a mais,totalizando US$ 23,3 bilhões no período. Recorde do setor, esse resultado destaca um desempenho superior nos primeiros nove meses do ano das exportações industriais para os Estados Unidos em relação aos demais países, que cresceram 1,5%.

Com isso, os americanos se mantiveram como o principal destino das exportações da indústria brasileira no acumulado do ano, à frente de parceiros como a União Europeia, com US$ 16,8 bilhões, e o Mercosul, com US$ 13,3 bilhões, que registraram quedas nas exportações de bens industriais de 5,7% e 11,7%, respectivamente.

No campo das importações brasileiras, os bens da indústria de transformação vindos dos Estados Unidos cresceram 2,4%, representando 87,4% do total comprado pelo país.

Sobre o processo de reindustrialização do Brasil, que vem sendo implementado pelo Ministério da Indústria e Comércio, o CEO da Amcham acredita ser “fundamental” a iniciativa, E ele ainda afirma que o aprofundamento das relações comerciais entre os dois países vai ser “necessária e benéfica” para este movimento do governo brasileiro.

Abrão Neto recorda que o crescimento está ocorrendo em um momento especial:ano da celebração do bicentenário das relações diplomáticas entre as duas nações.Segundo ele, “essa comemoração serve para reforçar a relevância desta parceria bilateral”.

Fonte: Valor Econômico

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Exportação

Número de empresas brasileiras que exportam aos EUA bate recorde, aponta estudo do MDIC

Quase 10 mil companhias do país fizeram negócios com os Estados Unidos em 2023

O total de empresas do Brasil que exportam para os Estados Unidos bateu um recorde histórico.

Em 2023, 9.533 companhias nacionais venderam produtos ao país norte-americano, e a maioria deles são itens de maior tecnologia. O total de empresas do Brasil que exportam para os Estados Unidos bateu um recorde histórico. Em 2023, 9.533 companhias nacionais venderam produtos ao país norte-americano, e a maioria deles são itens de maior tecnologia.
O levantamento mostrou ainda que as empresas que exportam aos EUA pagam melhores salários aos funcionários e empregam mais mulheres, na comparação com companhias que vendem a outros países.

“Nunca na história tantas empresas exportaram para um único destino quanto exportaram no ano passado para os Estados Unidos”, diz Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC. “Isso é algo que interessa porque ampliar a base exportadora do Brasil é um objetivo do governo federal”, prossegue.

Em 2000, havia 4.664 empresas brasileiras exportando aos EUA. Em 2005, este número atingiu 8.023, mas houve queda nos anos seguintes, em parte por causa da crise financeira americana. A retomava veio a partir de 2013 e ganhou mais força nos últimos cinco anos, com crescimento contínuo desde 2018, até chegar aos atuais 9.953.

Como comparação, 11.253 empresas brasileiras exportam para países do Mercosul, 8.498 para a União Europeia e 2.847 vendem para a China.

200 anos de relações

Neste ano, Brasil e EUA completam 200 anos de relações bilaterais. Em 2009, os Estados Unidos perderam o posto de maior importador de produtos brasileiros para a China, mas permanece como o maior comprador de produtos industrializados brasileiros e é o segundo maior parceiro comercial do país.

Em 2023, os Estados Unidos compraram US$ 29,9 bilhões em produtos manufaturados brasileiros, como aeronaves, aço, máquinas para construção e mineração, motores e geradores. Além disso, o país exporta muito café em grão e suco de laranja aos EUA.

“Os produtos cujas exportações brasileiras para os Estados Unidos mais cresceram de janeiro a agosto desse ano são café, celulose e carne, mas também aeronaves e máquinas de energia elétrica. Nos chama a atenção o crescimento em universos de produtos que são muito diferentes”, diz Prazeres.

Abraão Neto, CEO da Amcham Brasil, aponta que, além do aumento de negócios com produtos manufaturados, há um momento promissor no setor de serviços e de investimentos americanos no Brasil.

“Temos percebido uma movimentação bastante promissora nos investimentos bilaterais. Percebemos fortes evidências de um novo ciclo de investimentos americanos no Brasil, em áreas como energia, sustentabilidade e tecnologia”, diz Neto.

O estudo aponta ainda que empresas brasileiras que exportam aos Estados Unidos geram 3,2 milhões de empregos no Brasil, número 22,5% maior em relação a 2008. A remuneração média nestas empresas é de R$ 4.588 mensais, número 16,2% maior do que na comparação com a China.

https://exame.com/economia/numero-de-empresas-brasileiras-que-exportam-aos-eua-bate-recorde-aponta-estudo-do-mdic/amp/

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Mercado Internacional, Notícias

Sindicato chega a acordo para suspender greve nos portos dos EUA

Mobilização será suspensa até 15 de janeiro, para dar tempo das partes chegarem a um novo contrato trabalhista.

O sindicato que representa 45 mil estivadores dos EUA em greve nos portos da costa leste e do Golfo chegou a um acordo para suspender a mobilização até 15 de janeiro, para dar tempo de negociar um novo contrato.

A International Longshoremen’s Association deve retomar o trabalho imediatamente pelo menos até janeiro, disse uma fonte que falou sob condição de anonimato porque o acordo ainda não foi assinado.

O acordo dará ao sindicato e à U.S. Maritime Alliance, que representa os embarcadores e portos, tempo para negociar um novo contrato de seis anos. A fonte também disse que os lados chegaram a um acordo sobre aumentos salariais, mas os detalhes não estavam disponíveis.

O sindicato entrou em greve na terça-feira, depois que seu contrato expirou em uma disputa sobre pagamento e automação de tarefas nos portos do Maine ao Texas. A greve ocorreu no pico da temporada de compras de fim de ano em 36 portos que movimentam cerca de metade da carga de navios que entram e saem dos Estados Unidos.

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Comércio Exterior, Informação, Mercado Internacional, Notícias

Portuários da Costa Leste dos EUA entram em greve; paralisação ameaça oferta e preços

A greve, que começou à meia-noite, interromperá o fluxo de uma grande variedade de produtos sobre as docas de quase todos os portos de carga do Maine ao Texas

Quase 50 mil membros da Associação Internacional de Estivadores (ILA) estão em greve na terça-feira (1) contra os portos do Leste e da Costa do Golfo do país, interrompendo o fluxo de muitas importações e exportações dos Estados Unidos, no que pode se tornar a paralisação de trabalho mais perturbadora do país em décadas.

A greve, que começou à meia-noite, interromperá o fluxo de uma grande variedade de produtos sobre as docas de quase todos os portos de carga do Maine ao Texas.
Isso inclui bananas, cerveja europeia, vinho e bebidas alcoólicas, juntamente com móveis, roupas, utensílios domésticos e automóveis europeus, bem como peças necessárias para manter as fábricas dos EUA operando e os trabalhadores americanos nessas plantas no trabalho, entre muitos outros produtos.

Também pode interromper as exportações dos EUA que agora fluem por esses portos, prejudicando as vendas para empresas americanas.
Uma grande lacuna permaneceu entre as demandas do sindicato e a oferta de contrato da United States Maritime Alliance, que usa a sigla USMX. A aliança marítima representa as principais linhas de navegação, todas de propriedade estrangeira; bem como operadores de terminais e autoridades portuárias.

“A USMX iniciou essa greve quando decidiu manter-se firme com as transportadoras marítimas de propriedade estrangeira que lucram bilhões de dólares nos portos dos Estados Unidos, mas não compensar os estivadores americanos da ILA que realizam o trabalho que lhes traz riqueza”, disse o presidente da ILA, Harold Daggett, em uma declaração divulgada uma hora após o início da greve.

“Estamos preparados para lutar o tempo que for necessário, para permanecer em greve pelo tempo que for necessário, para obter os salários e as proteções contra a automação que nossos membros da ILA merecem.”

A USMX não respondeu aos pedidos de comentários sobre o início da greve.

Possíveis escassez

Dependendo da duração da greve, ela pode resultar em escassez de bens de consumo e industriais, o que pode levar a aumentos de preços. Também pode marcar um retrocesso para a economia, que mostrou sinais de recuperação das interrupções na cadeia de suprimentos induzidas pela pandemia, que resultaram em um pico na inflação.

Os portos envolvidos incluem o Porto de Nova York e Nova Jersey, o terceiro maior porto do país em volume de carga movimentada. Também inclui portos com outras especialidades.

Port Wilmington em Delaware se descreve como o principal porto de bananas do país, trazendo uma grande parte da fruta favorita dos Estados Unidos. De acordo com o American Farm Bureau, 1,2 milhão de toneladas métricas de bananas chegam pelos portos afetados, representando cerca de um quarto das bananas do país.

Outros itens perecíveis, como cerejas, também passam pelos portos, assim como uma grande porcentagem de vinho, cerveja e bebidas destiladas importadas. Matérias-primas usadas por produtores de alimentos dos EUA, como cacau e açúcar, também compõem uma grande parte das importações afetadas.

E muitos bens não perecíveis, como móveis e eletrodomésticos, também são importados pelos portos afetados. Os varejistas têm se apressado nos últimos meses para que os produtos importados que esperam vender durante a temporada de férias sejam entregues a eles antes do prazo final da greve de 1º de outubro.

Muitas das mercadorias não podem ser redirecionadas porque não faz sentido econômico – ou logístico – enviá-las por avião ou para outros portos de entrada.

A boa notícia: suas compras de fim de ano podem não ser tão afetadas quanto você teme. Normalmente, 70% dos produtos que os varejistas estocam para os feriados já são enviados pelos portos nesta época do ano. E como a greve foi telegrafada por meses, essa porcentagem é muito maior este ano.

Mas a maioria desses produtos de férias pode ficar em armazéns, ou mesmo em contêineres de transporte, por meses a fio. Esse não é o caso de produtos perecíveis que fluem pelos portos, como frutas e vegetais, que podem ser mais difíceis de encontrar ou custar mais no supermercado já na semana que vem.

Outros itens, como álcool, móveis e certos carros, podem ter estoque suficiente para que os consumidores não percebam escassez por um mês ou mais. O Departamento de Agricultura dos EUA disse que os consumidores não devem esperar mudanças significativas na disponibilidade ou nos preços dos alimentos no curto prazo.

O Departamento de Transporte dos EUA disse em um comunicado na terça-feira que vem se envolvendo com transportadores, transportadoras marítimas, portos, ferrovias e outros parceiros da cadeia de suprimentos há meses para se preparar para uma possível greve e tentar mitigar os gargalos na cadeia de suprimentos.

Dois lados muito distantes

Esta é a primeira greve nesses portos desde 1977. Enquanto o sindicato diz que há cerca de 50.000 membros cobertos pelo contrato, o USMX estima o número de empregos portuários em cerca de 25.000, sem empregos suficientes para todos os trabalhadores do sindicato trabalharem todos os dias.

A USMX reclamou que o sindicato não está negociando de boa-fé, dizendo que os dois lados não se encontram pessoalmente desde junho.

A USMX disse na segunda-feira (30) que aumentou sua oferta de aumentos salariais de mais de 50% sobre o contrato proposto de seis anos, mas uma pessoa familiarizada com as negociações disse que a oferta foi rejeitada pelo sindicato.

A ILA não está discutindo publicamente suas demandas, mas entrando no fim de semana, ela supostamente estava pedindo  aumentos salariais anuais  que resultariam em aumentos totalizando 77% durante a vigência do contrato, com o salário máximo subindo de US$ 39 por hora para US$ 69.

Também há disputas entre o sindicato e a gerência sobre o uso de automação nos portos, o que o sindicato disse que custaria os empregos de alguns membros. A USMX disse que está se oferecendo para manter a mesma linguagem contratual sobre o uso de automação em vigor.

O sindicato diz que continuou a conversar com a USMX, mas não em negociações presenciais. Antes da greve, ele disse que a gerência sabe o que está exigindo para fechar um acordo e que qualquer greve seria culpa da gerência, não do sindicato.

Ele disse que suas demandas são razoáveis, dado o nível de lucros na indústria de transporte.

Daggett, vestindo um moletom estampado com as palavras “As docas são nossas”, discursou para os grevistas do lado de fora do Porto de Nova York e Nova Jersey, em um vídeo postado em uma página do ILA no Facebook.

“Quero dizer a todos vocês que o que vocês estão fazendo é certo. Isso vai ficar para a história, o que estamos fazendo aqui”, ele disse. Ele lembrou da última greve do sindicato, quando ele e outros membros do sindicato ficaram em greve por três meses para ganhar 80 centavos extras por hora.

“Agora eles estão ganhando bilhões e bilhões de dólares, durante a pandemia, quando todos nós estávamos trabalhando. Quem são os gananciosos aqui?”, ele disse. “Nós vamos mostrar a eles… porque nada vai se mover sem nós.”

As taxas de envio dispararam durante e imediatamente após a pandemia, à medida que as cadeias de suprimentos se complicaram e a demanda aumentou.

Os lucros da indústria ultrapassaram US$ 400 bilhões de 2020 a 2023, o que se acredita ser mais do que a indústria havia feito anteriormente no total desde que a conteinerização começou em 1957, de acordo com o analista John McCown.

Empresas ficando nervosas

Parados e observando com grande preocupação estão os negócios que dependem da movimentação de mercadorias.

Mais de 200 grupos empresariais enviaram uma carta à Casa Branca na semana passada pedindo que o governo Biden interviesse para evitar uma greve, dizendo que o país depende da movimentação de importações e exportações por esses portos.

“A última coisa que a cadeia de suprimentos, as empresas e os funcionários… precisam é de uma greve ou outras interrupções por causa de uma negociação trabalhista em andamento”, dizia a carta.

A Câmara de Comércio dos EUA enviou uma carta de acompanhamento na segunda-feira pedindo ao presidente Joe Biden que exercesse poderes sob o que é conhecido como Taft-Hartley Act, que se tornou lei em 1947, para manter os portos abertos e os estivadores no trabalho.

O presidente George W. Bush aplicou o ato em 2002 para  interromper um lockout de 11 dias  de membros do sindicato nos portos da Costa Oeste.

Mas Biden disse aos repórteres no domingo que não tem intenção de usar os poderes que tem sob Taft-Hartley.

“Não”, disse Biden. “Porque é uma negociação coletiva, e eu não acredito em Taft-Hartley.”

A Casa Branca disse em um comunicado na terça-feira que o presidente Biden e a vice-presidente Kamala Harris estão monitorando de perto a greve, mas acreditam que a negociação coletiva – e não um golpe de caneta – é a melhor maneira de resolver a greve.

“O presidente instruiu sua equipe a transmitir sua mensagem diretamente a ambos os lados de que eles precisam estar à mesa e negociar de boa fé — de forma justa e rápida”, disse um porta-voz da Casa Branca em uma declaração.

“Altos funcionários da Casa Branca e da Administração continuam trabalhando dia e noite para fazer com que ambos os lados continuem negociando em direção a uma resolução.”

No entanto, a Casa Branca também observou que o presidente está “avaliando maneiras de lidar com os impactos potenciais” da greve portuária, “se necessário”.

Mas não está claro se simplesmente ordenar que os membros do sindicato voltem ao trabalho realmente faria com que a carga passasse pelas docas.

Há inúmeras maneiras de os trabalhadores desacelerarem o fluxo de carga enquanto seguem rigorosamente as regras do contrato atual.

Em um vídeo postado no início de setembro, Daggett, da ILA, disse que se os membros fossem forçados a voltar ao trabalho, eles provavelmente moveriam apenas uma pequena fração de seus volumes normais de carga.

“Você acha que quando (os membros) voltarem ao trabalho, esses homens vão trabalhar naquele píer?”, ele disse na mensagem de vídeo. “Vai custar dinheiro às empresas para pagar seus salários, enquanto vai de 30 movimentos por hora para talvez oito.”

As companhias marítimas percebem o problema de Biden ordenar que o sindicato volte a trabalhar, disse Peter Tirschwell, vice-presidente de inteligência e análise global da S&P Global Market Intelligence e presidente da conferência de transporte marítimo TPM.

“Um veterano da transportadora marítima me disse ontem: ‘Se eles forem forçados a voltar ao trabalho, eles podem tornar a vida de todos miserável’”, disse ele à CNN na semana passada.

Esta história foi atualizada com reportagens e contexto adicionais.

Arlette Saenz, da CNN, contribuiu para esta reportagem.

Portuários da Costa Leste dos EUA entram em greve; paralisação ameaça oferta e preços | CNN Brasil

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