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Financiamento de projetos é tema de reunião entre Brasil e Japão

Banco Japonês para Cooperação Internacional deseja apoiar iniciativas do governo e de empresas brasileiras voltadas à descarbonização e à sustentabilidade ambiental.

Os diversos estímulos do Brasil para fortalecer a economia e atrair investimentos têm despertado o interesse de instituições financeiras estrangeiras que desejam estabelecer parcerias em áreas estratégicas. É o caso do Japan Bank for International Cooperation – JBIC (Banco Japonês para Cooperação Internacional, tradução livre), que esteve no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), nesta quinta-feira (5/2), para conversar sobre a possibilidade de financiar projetos relacionados, por exemplo, à transição energética e à economia verde.

Recebido pelo secretário executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, o diretor executivo sênior para as América do Sul e Central do JBIC, Masayuki Hamamatsu, enalteceu o longo histórico de relações do banco japonês com instituições brasileiras, a exemplo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Com essa instituição, o JBIC já firmou, no passado, vários contratos, inclusive na Linha Green, que apoia projetos ambientais em países em desenvolvimento na forma de empréstimos, garantias e participações no capital. “O banco deseja apoiar o governo brasileiro e a economia como um todo, já que o país tem potencial em diversas áreas. Buscamos também parcerias com empresas em projetos relacionados à descarbonização”, afirmou Masayuki Hamamatsu.

No encontro,  além de conversarem sobre aspectos macroeconômicos favoráveis do Brasil – como o crescimento acima das expectativas do mercado (alta de 3,2% no PIB em 2023 e de 3,5% em 2024) e o fato de o país ter sido o segundo principal destino de Investimentos Estrangeiros Diretos  no primeiro semestre de 2024 (R$ 32,3 bilhões, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) -, o secretário executivo do MDIC e o  diretor executivo do JBIC abordaram questões sobre como o Brasil retomou e fortaleceu a sua produção industrial com a Nova Indústria Brasil (NIB).

“Com a NIB, o governo do presidente Lula estruturou as bases para uma indústria sustentável que gera emprego e renda. Essa política tem como uma de suas seis Missões projetos em bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energética, a fim de garantir os recursos necessários para as gerações futuras”, explicou Márcio Elias Rosa. Por isso, o secretário executivo disse ao representante do JBIC que o momento é oportuno para o Brasil estabelecer novas parcerias com o Japão, um dos principais parceiros econômicos do país na Ásia e cuja relação histórica e estratégica abrange investimentos em setores como o da indústria e de energia.

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Quem Precisa de Quem? O Verdadeiro Peso do Brasil para os EUA

Comércio entre os dois países vai além da balança comercial e também influencia no desenvolvimento industrial brasileiro

A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos tem sido, no mínimo, agitada no campo diplomático. Entre declarações sobre retomar o controle do Canal do Panamá, transformar o Canadá no 51º estado dos EUA e comprar a Groenlândia, o novo ocupante da Casa Branca não deixou o Brasil passar ileso.

Na segunda-feira (21), após tomar posse, Trump foi questionado sobre como ele vê a relação entre o seu país e a América Latina — incluindo o Brasil. “Avalio como boa. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todo mundo precisa de nós”, respondeu.
Na primeira ocasião, disse que poderia taxar os produtos vindos desses países em até 100%. Já a mais recente foi mais intimidadora. “Se fizerem isso, não ficarão felizes com o que acontecerá”, afirmou.

Entrar na lista de desafetos de Donald Trump não costuma ser algo indolor — a diplomacia trumpista costuma incluir boicotes, taxações extraordinárias e endurecimento protecionista com relação a produtos estrangeiros.

Durante o seu primeiro mandato (2017-2020), Donald Trump afirmou que taxaria a importação de aço e alumínio vindos do Brasil, em 25% e 10%, respectivamente. No entanto, o governo brasileiro se dispôs a negociar e os países definiram um esquema de cotas para o comércio desses itens, algo que ainda está em vigor.

E se na maior parte do tempo as declarações podem parecer exageradas, dessa vez o seu recado para o Brasil tem um fundo de verdade: o nosso país realmente tem mais a perder do que a ganhar com um estranhamento entre as duas nações.

Raio-X da balança comercial
Os EUA são o segundo maior importador de produtos brasileiros, sendo responsável por 11,97% do volume exportado (ou cerca de US$ 40,3 bilhões). Esse total fica apenas atrás do consumido pelos chineses, que é de 28%.

Enquanto isso, o Brasil consome mais produtos americanos do que importa — de acordo com dados da Comex, a importação de produtos Made in USA foi de R$ 40,5 bilhões em 2024. Um déficit de US$ 253 milhões na balança comercial entre os dois países. Desse montante, ao menos 15% foram de motores, máquinas não elétricas e suas partes (exceto motores de pistão e geradores), seguidos por petróleo (9,7%) e o ecossistema de peças e itens necessários para aeronaves (4,9%).

Em termos de relevância, o Brasil é 16º país que mais exporta para os Estados Unidos, enquanto é o 27º maior importador, segundo dados do Departamento do Censo dos Estados Unidos (DCEU). Ou seja: a dependência comercial é muito maior para o país latino. E não apenas em questão de dólares. Especialistas apontam que a diversificação das exportações para os EUA ajuda a manter a indústria nacional ativa e em desenvolvimento. Uma queda neste montante poderia ser extremamente prejudicial ao desenvolvimento industrial do país, apesar das ações previstas pelo plano Nova Indústria Brasil (NIB).

Quem depende de quem?
A relação comercial entre os países é positiva e de interdependência, embora historicamente seja superavitária para os americanos. Entre janeiro a outubro do último ano, houve um crescimento no volume exportado para o Brasil de mais de 11%. Ainda assim, ao longo de mais de 20 anos, a participação dos Estados Unidos nas exportações brasileiras caiu mais de 10%, saindo de 24% em 2001 para 12% em 2024.

Para Lia Valls, pesquisadora associada do FGV Ibre e professora da Uerj, os EUA saem à frente quando o assunto é investimento. “O Brasil é um país em desenvolvimento, tem menos empresas multinacionais e isso afeta na sua capacidade de competir com os Estados Unidos”, afirmou. Em um potencial mercado de retaliações econômicas por todos os lados, com medidas unilaterais, isso implicaria em redução de crescimento econômico para o mundo todo, inclusive o país norte-americano.

Para Haroldo Silva, vice-presidente do Corecon-SP, a relação comercial entre EUA e Brasil é boa, menos importante do que já foi, mas fundamental para ser mantida, algo que ele acredita que ocorrerá. “A diplomacia brasileira é bastante hábil e, neste momento, o que valerá é o pragmatismo nessas relações internacionais”, ponderou.

Embora Trump tenha certa razão ao falar da independência comercial dos Estados Unidos, ele não leva em conta como o aumento dos impostos de importação pode impactar a economia americana. “Tarifas maiores implicam em cenário propício para ter inflação, o que obrigaria o Fed a elevar a taxa de juros e que, por consequência, esfriaria a economia dos Estados Unidos”, destacou o vice-presidente do Corecon-SP.

FONTE: Forbes
Quem Precisa de Quem? O Verdadeiro Peso do Brasil para os EUA – e Vice-Versa

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Acordo Mercosul-União Europeia será ganha-ganha, diz Alckmin

Em evento sobre desenvolvimento industrial, ministro afirmou que programa Depreciação Acelerada será ampliado para contemplar mais setores

Em debate sobre política industrial, nesta terça-feira (26), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, se mostrou otimista com as negociações para o acordo entre Mercosul e União Europeia, reforçando o impacto positivo esperado para o comércio exterior.

“Estamos muito otimistas. Esse será um acordo ganha-ganha, importante para a União Europeia, Mercosul e para o Brasil. Ele trará um impulso estratégico para o multilateralismo e para a inserção competitiva do Brasil no mercado global”, disse Alckmin. Ele destacou que a Bolívia se tornou membro do bloco sul-americano e o acordo comercial com Singapura.

No evento promovido pelo BNDES e a Folha de São Paulo, que reuniu lideranças do setor, acadêmicos e empresários para discutir desafios e perspectivas para o crescimento industrial no Brasil, o ministro também destacou avanços estratégicos em diferentes áreas da indústria brasileira, impulsionados pela Nova Indústria Brasil (NIB), lançada pelo governo federal no início do ano.

“Não há como ter um país de renda mais alta sem uma indústria forte, consolidada e inovadora. Então, a primeira tarefa foi estabelecer a Nova Indústria Brasil, com seis missões”, afirmou o ministro, ao apresentar os temas das missões, que definem diretrizes para posicionar a indústria brasileira como uma força global, sustentável e competitiva.

Modernização de máquinas

O vice-presidente também informou que o programa de renovação de máquinas Depreciação Acelerada será ampliado, com a inclusão de novos setores. O programa permite que empresas depreciem bens de capital em dois anos, reduzindo custos e incentivando a modernização industrial.

“Isso reduz o custo das máquinas e equipamentos, estimula a competitividade e eleva a produtividade. A boa notícia é que estamos ampliando o alcance do programa para mais setores, com valores maiores, e o presidente Lula deve assinar o decreto nos próximos dias”, afirmou.

O vice-presidente mencionou, ainda, iniciativas para descarbonização, como o fortalecimento da bioeconomia, o aumento na mistura de biodiesel e a promoção de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF). Ele também destacou esforços para tornar o Brasil mais competitivo no comércio exterior, como o Portal Único, que promete reduzir o custo Brasil em R$ 40 bilhões por ano.

“O Brasil vive um bom momento. Reforma tributária aprovada, agora sendo regulamentada, o arcabouço fiscal vai ser cumprido, nós teremos o lançamento das medidas de contenção de gastos, medidas de melhor eficiência na área da despesa, para poder cumprir rigorosamente o arcabouço fiscal”, ressaltou o ministro.

Ele frisou, ainda, que os investimentos anunciados por diferentes setores produtivos brasileiro. “Chegamos a quase R$ 1,5 trilhão o que mostra confiança no Brasil, geração de emprego, geração de renda”, concluiu.

FONTE: MDIC.gov
https://www.gov.br/mdic/pt-br/assuntos/noticias/2024/novembro/acordo-mercosul-uniao-europeia-sera-ganha-ganha-diz-alckmin

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