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Presidente do Panamá rejeita redução do pedágio do canal após exigência de Trump

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, negou nesta quinta-feira (26) que o pedágio do canal interoceânico será reduzido, depois que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, reclamou dos preços e ameaçou exigir que a infraestrutura volte para o controle de seu país.

“Não, a resposta é não (…), o pedágio não é estabelecido por capricho dos presidentes [do Panamá] e do administrador”, mas em um “processo público e aberto” do qual participam clientes e outros agentes, declarou o presidente panamenho.

Mulino lembrou que “há alguns anos”, em uma dessas audiências públicas para discutir o pedágio, “a reivindicação das posições dos países usuários interrompeu o aumento [dos preços] e fez uma reconfiguração de acordo com o que correspondia naquele momento, e todos concordaram”.

O presidente panamenho, que assumiu o cargo em 1º de julho, também enfatizou que, embora o canal fosse operado pelos Estados Unidos, “era uma ninharia o que eles pagavam” ao país centro-americano.

O Canal do Panamá foi construído pelos Estados Unidos, que o inauguraram em 1914 e o administraram até sua transferência total para o Estado panamenho em 31 de dezembro de 1999, conforme estabelecido nos Tratados Torrijos-Carter, assinados em 7 de setembro de 1977 em Washington pelo então chefe do governo panamenho, Omar Torrijos, e pelo então presidente americano, Jimmy Carter.

Mulino também enfatizou que esperará até 20 de janeiro, quando Trump tomará posse para seu segundo mandato, para conversar com o governo dos EUA sobre questões bilaterais importantes, como a migração ilegal, embora tenha esclarecido que “não há possibilidade de conversar sobre qualquer coisa que busque repensar a realidade jurídico-política” de que o canal é panamenho.

Segundo ele, sobre “questões de migração, há muito o que falar”, especialmente se os EUA “vão manter o apoio econômico” ao programa de repatriação de migrantes que cruzaram Darién, a região de selva na fronteira com a Colômbia usada diariamente por migrantes para chegar à América do Norte.

Trump anunciou na quarta-feira que nomeará como embaixador no Panamá Kevin Marino Cabrera, atualmente comissário do condado de Miami-Dade e “um lutador feroz” pelos princípios “Estados Unidos primeiro”, seu lema de campanha eleitoral.

“Vi sobre o rapaz embaixador, mais jovem que meu filho. Fiquei surpreso. Não tenho mais nada a dizer. Quando chegar o momento de avaliar sua aprovação, poderei saber um pouco mais sobre seu histórico e assim por diante. E isso ainda leva alguns meses”, disse Mulino.

O presidente panamenho também reiterou que não há “interferência” da China no Canal, após a insistência de Trump sobre a presença de militares chineses.

“Não há chineses no Canal. É tão simples quanto isso. Nem os chineses, nem qualquer outra potência estão no canal. Se há chineses por lá, são aqueles que vão a bordo de um navio de cruzeiro ou aqueles que vão parar no centro de visitantes como turistas (…). Mas, reitero, não há absolutamente nenhuma interferência ou participação chinesa em nada relacionado ao Canal do Panamá. Talvez sejam temores geopolíticos”, afirmou.

Trump causou alvoroço no último fim de semana, quando ameaçou retomar o controle dos EUA sobre o Canal do Panamá se as autoridades do país centro-americano não reduzirem as tarifas que cobram para atravessar a via.

O presidente panamenho repudiou a ameaça em uma mensagem institucional e disse que a soberania do canal transoceânico não é negociável, algo que recebeu o apoio de vários líderes latino-americanos.

Fonte: Gazeta do Povo
https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/presidente-panama-rechaca-reduzir-pedagio-canal-apos-exigencia-trump/

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Economia, Gestão, Mercado Internacional, Migração, Negócios, Notícias

México e Colômbia desafiam EUA e vão a posse de Maduro

Decisão marca mudança na posição de ambos os governos em relação ao reconhecimento da reeleição polêmica do líder chavista e rejeição de Edmundo González

México e Colômbia enviarão representantes diplomáticos para a posse de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela em 10 de janeiro. A decisão, anunciada nesta segunda-feira, marca uma mudança na postura de ambos os governos em relação ao reconhecimento da polêmica reeleição do líder chavista.

Tanto a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, quanto seu colega colombiano, Gustavo Petro, condicionaram sua presença na posse de forma mais ou menos explícita ao fato de o chavismo tornar públicos os resultados da vitória eleitoral. Edmundo González Urrutia, o candidato da oposição, agrupado na Plataforma Unitária Democrática (PUD), que se autoproclamou vencedor das eleições, apresentando mais de 80% dos resultados eleitorais, insistiu que também pretende tomar posse no mesmo dia.

Sheinbaum anunciou a decisão de forma concisa durante sua conferência matinal nesta segunda-feira.

— Haverá uma representação ou o próprio embaixador que está na Venezuela — afirmou.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Jorge Rojas, que nas últimas semanas atuou como porta-voz do país na espinhosa questão, explicou:

— O governo colombiano e muitos governos da região enviarão um representante para a posse do presidente Maduro.

A pessoa encarregada de representar o país é Milton Rengifo, embaixador em Caracas desde 2023 e confidente do presidente Gustavo Petro.

O Brasil, por sua vez, não enviará ninguém a Caracas, segundo fontes oficiais. Não está decidido se a embaixadora do país na Venezuela comparecerá à cerimônia de posse de Maduro. O governo brasileiro já declarou que não reconhecerá o novo governo a partir de 10 de janeiro.

González, que está exilado na Espanha depois que um juiz emitiu um mandado de prisão contra ele, insistiu em comparecer à posse.

— A determinação é estar na Venezuela para assumir o cargo, para o qual fui eleito por mais de sete milhões de venezuelanos — disse ele em uma entrevista recente ao El País.

González e María Corina Machado, os dois líderes da oposição, receberam este mês em Estrasburgo o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento do Parlamento Europeu, que o reconheceu como presidente eleito, com uma mensagem clara: a comunidade internacional, mas acima de tudo a União Europeia, pode e deve fazer mais para forçar o regime de Nicolás Maduro a uma transição democrática.

Reunião Sheinbaum-Petro

Sheinbaum e Petro se reuniram há apenas uma semana na Cidade do México, onde discutiram migração, cooperação e o futuro da integração latino-americana, diante de um mapa regional mais complexo e dividido, marcado pela crise política na Venezuela e pela chegada de Trump à Casa Branca. Durante a reunião, ambos os líderes compartilharam suas posições sobre a Venezuela. Petro foi mais direto sobre a necessidade de tornar as atas públicas, enquanto Sheinbaum não foi tão explícita.

Rojas garantiu que o governo colombiano ainda está avaliando a opção de enviar outro funcionário. Enquanto isso, ele negou que esteja sendo cogitada a participação em uma possível posse paralela de Edmundo González.

— A Colômbia quer o diálogo para a paz política na Venezuela e, em 10 de janeiro, haverá uma posse, e o governo nacional está avaliando a situação — acrescentou.

Durante semanas, especulou-se sobre a possível presença do presidente Gustavo Petro na cerimônia de posse de Maduro. A Câmara dos Deputados, a câmara baixa do Congresso, aprovou uma resolução pedindo que ele não comparecesse. No entanto, o presidente deixou a questão no ar:

— Vou ver se vou ou não — disse ele durante um discurso.

Sua decisão, segundo ele, será tomada em 10 de janeiro.

A reviravolta da Colômbia é evidente. Em uma entrevista ao El Espectador na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo, negou categoricamente a presença diplomática da Colômbia na posse de Maduro.

“O que dissemos claramente é que sem atas, não há reconhecimento. E se não há reconhecimento, então obviamente não há apoio”, afirmou.

Em uma conversa com o El País, ele esclareceu que essa questão ainda não havia sido resolvida, mas manteve a exigência de publicar as atas.

Fonte: O Globo
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/12/23/mexico-e-colombia-enviarao-representantes-diplomaticos-para-posse-de-maduro-na-venezuela.ghtml

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Brasil é destaque no compromisso internacional de proteção de trabalhadores em migração

Profissionais da saúde que se mudam para outros países devem ter seus direitos garantidos

Durante as discussões no G20, o Brasil se destacou na defesa dos direitos e da segurança dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde que migram para outras nações, considerando o cenário escasso de profissionais. A Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), representada pela secretária Isabela Pinto, participou na formulação da Declaração de Ministros do G20, com o objetivo de mitigar os impactos negativos do recrutamento internacional e garantir condições seguras para esses profissionais. O texto aprovado visa o compromisso dos países membros com os códigos de conduta da Organização Mundial da Saúde (OMS), além de apoiar o fortalecimento dos padrões trabalhistas, incluindo remuneração justa e oportuna e melhoria das condições de trabalho.  

“Participamos, ao longo do ano, dos debates sobre a migração de trabalhadores da saúde no mundo. Por conta da pandemia e da saída de profissionais, os sistemas de saúde enfrentaram enormes dificuldades, refletindo as desigualdades em relação ao desenvolvimento e capacidade de resposta dos países. O G20 proporciona o compromisso e o fortalecimento dessa rede colaborativa”, afirmou Isabela. 

Já a secretária adjunta de Trabalho e da Educação na Saúde, Laíse Rezende, pontuou que “a próxima presidência do G20, a África do Sul, já indicou que continuará com essa discussão em 2025. Isso ajuda a consolidar os esforços internacionais de proteção desses trabalhadores, dentro da perspectiva de dignidade e respeito aos protocolos de migração. Esse é um debate que precisa ser global, não apenas no âmbito brasileiro e das Américas”, disse Laíse, destacando também a colaboração do Brasil na construção dessa agenda. 

“O Brasil tem investido em estratégias para atração, retenção e fixação de profissionais especializados, visando ampliar o acesso de populações historicamente vulnerabilizadas, que vivem em áreas remotas e com barreiras geográficas”, afirmou o diretor de Gestão e Regulação do Trabalho em Saúde (Degerts), Bruno Guimarães. Ele ressaltou que essa questão se articula com a agenda global de migração e movimentação de trabalhadores, “na perspectiva de garantir um provimento ético e solidário entre os países, conforme o Código Global de Recrutamento da OMS”, disse o diretor. 

Migração de profissionais da saúde 

Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em 2024 foram registrados 13.736 profissionais da saúde estrangeiros ativos no Brasil, dos quais 73,04% trabalham no SUS, representando 11.601 profissionais não brasileiros no sistema público de saúde, enquanto os outros 4.313 não atuam no SUS. A categoria com maior número de estrangeiros é a de médicos, seguida por técnicos em enfermagem e dentistas. 

Dados da OMS mostram que, entre 2008 e 2018, houve um aumento de 60% na migração de profissionais de medicina e enfermagem para países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em oito países membros da OCDE, com alta densidade populacional, também aumentou o número de médicos formados no exterior (de 32% em 2010 para 36% em 2020). Essa tendência foi exacerbada pela pandemia de covid-19, e a OMS projeta que a demanda e a oferta de profissionais de saúde continuarão a impulsionar o deslocamento desses trabalhadores em todo o mundo. 

O Ministério da Saúde do Brasil busca ajustar o recrutamento de modo a favorecer tanto o sistema de origem quanto o que recebe esses profissionais. No país, a formação dos profissionais de saúde é realizada majoritariamente por meio de recurso público. “O investimento público no Brasil é bastante alto para formações em nível técnico, graduação e pós-graduação. No nosso país, temos a Política de Educação Permanente do SUS, que torna possível a qualificação desses profissionais. Ainda, investimos em residências, mestrados e doutorados profissionais, cursos de atualização, aperfeiçoamento e especializações, entre outros”, detalhou a secretária Isabela Pinto.  

Durante o G20, a delegação brasileira também defendeu o reconhecimento da força de trabalho feminina no SUS, que compõe a maior parte do sistema, mas ainda enfrenta disparidades salariais e ocupa menos cargos de liderança.  
 
Os representantes da pasta enfatizaram a importância da cooperação entre os países para harmonizar práticas de contratação, reduzir desigualdades e ampliar a equidade de gênero e raça. As discussões têm o objetivo de garantir uma migração segura e justa, com o compromisso de criar ambientes de trabalho não violentos e acolhedores para os trabalhadores.

FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE gov.br
Brasil é destaque no compromisso internacional de proteção de trabalhadores em migração — Ministério da Saúde

 

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