CDS: Direção Nacional destaca Assembleia histórica e reafirma importância da mobilização
A participação histórica de 7.218 Auditores-Fiscais ativos e aposentados na Assembleia Nacional realizada na segunda-feira (26), com rejeição massiva à primeira proposta do governo para o reajuste do vencimento básico da categoria, foi destacada pelo presidente do Sindifisco Nacional, Auditor-Fiscal Dão Real, na tarde desta quarta-feira (28), durante os Informes da Direção Nacional, na Reunião Ordinária do Conselho de Delegados Sindicais (CDS), encerrada nesta quinta-feira (29).
Com 95,8% de rejeição à proposta, a categoria enviou uma importante mensagem ao governo: a greve, que já dura mais de seis meses, continuará forte, até que os pleitos sejam atendidos. “O princípio da solidariedade que nos move enquanto sindicato prevaleceu, e esse é um fato político muito importante, que demonstra unidade e coesão da categoria, e principalmente, uma disposição de lutar e de avançar mais”, afirmou Dão Real.
O presidente da entidade reconheceu a importância da abertura das negociações, a partir da primeira reunião realizada com o MGI no dia 14, reafirmou o compromisso do Sindifisco Nacional com o diálogo institucional e alertou para a importância do acirramento da mobilização até que a greve seja resolvida.
Ele também salientou que a luta do sindicato não se limita à mesa de negociação e que a entidade tem trabalhado intensamente na interlocução com parlamentares, representantes do Executivo e assessores ministeriais, em busca de apoio institucional. Na terça-feira (27), o Auditor-Fiscal Floriano de Sá Neto reuniu-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que demonstrou preocupação com os impactos da greve na arrecadação e informou que fará nova reunião com o sindicato para tratar do assunto.
Apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) em reunião no último dia 22, a proposta prevê reajuste de 7,56% restrito à classe especial e um ajuste no teto do bônus, passando de R$ 7 mil para R$ 8,7 mil, no último trimestre de 2025, além de alteração na tabela do bônus, reduzindo a diferença da parcela variável entre ativos, aposentados e pensionistas. Logo após a Assembleia Nacional, o sindicato enviou ofício à Receita e aos ministérios da Gestão e da Fazenda informando o resultado e solicitando nova reunião para dar continuidade à negociação.
“Se até agora nós conseguimos construir uma mobilização forte, sem grandes resistências explícitas, que possamos ser ainda mais fortes para enfrentar uma resistência explícita. Esse é um momento extremamente importante da categoria e não podemos recuar.”
Um dos pontos centrais da divergência, explicou, é a premissa de comparabilidade adotada pelo governo, que toma como base a estrutura de subsídio da Polícia Federal, enquanto a referência mais apropriada seria a Procuradoria da Fazenda Nacional, por atuar no mesmo macroprocesso de trabalho e ter modelo remuneratório mais similar ao dos Auditores-Fiscais.
O presidente do Sindifisco Nacional relatou, ainda, que o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, manifestou publicamente, em reunião com os superintendentes, a disposição de criar um grupo de trabalho, com participação do sindicato, para analisar o uso de recursos do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf) para o ressarcimento do plano de saúde. O MGI, por sua vez, segundo Dão Real, comprometeu-se a provocar o Comitê Gestor para reavaliar os atos normativos 7 e 8.
CNM
Os representantes do Comando Nacional de Mobilização, Auditores-Fiscais Arthur Accorsi e Henrique Freitas, também participaram dos Informes sobre Mobilização e reafirmaram que a mobilização segue forte, com adesão intensificada após a publicação das resoluções 7 e 8 pelo Comitê Gestor e a apresentação da primeira proposta insuficiente pelo MGI.
Um dos pontos citados foi o engajamento das zonas primárias (portos, aeroportos, fronteiras) e de delegados e delegados-adjuntos, que devem entregar um documento à administração da Receita Federal, nesta quinta-feira (29), em Brasília durante a RAE, comprometendo-se a não assumir cargos estratégicos do novo Regimento Interno enquanto o impasse sobre o reajuste salarial não for resolvido.
“A categoria está toda mobilizada, e os números já estão mostrando que a arrecadação caiu em função da nossa greve. Então, o momento político é muito propício para conseguirmos o que pretendemos, que nada mais é do que a equiparação do nosso vencimento básico, com o da PFN, que historicamente sempre foi o mesmo”, afirmou Arthur Accorsi.
Fonte: Sindifisco