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Indústria argentina cita Brasil como “notável” e não culpado no Mercosul

Principal entidade do setor no país cobra política industrial e cita plano do governo Lula como referência

A União Industrial Argentina (UIA) parece não concordar com as recentes críticas de Javier Milei à indústria brasileira. Em documento recente, a entidade não apenas defende a importância de uma política industrial robusta como aponta o Brasil como um exemplo a ser seguido, e ainda defende o aprofundamento do Mercosul.

Principal entidade do setor do país, a UIA divulgou relatório de 36 páginas na semana passada com um tom bem diferente ao usado pelo presidente argentino no domingo (2), No Congresso, Milei defendeu que o Mercosul só serviu para enriquecer industriais brasileiros às custas do empobrecimento dos argentinos.

No documento, a União Industrial Argentina cobra uma política industrial para o governo argentino e usa como uma das referências o plano “Nova Indústria Brasil” (NIB) lançado em janeiro de 2024.

A entidade classifica a política industrial do Brasil como “notável” por tentar colocar o país na trilha da modernização e digitalização da indústria, além de oferecer grande volume de investimentos e crédito.

O plano brasileiro, que visa reverter o processo de desindustrialização iniciado na década de 1980, prevê investimentos e crédito de mais de US$ 60 bilhões, o equivalente a 2,6% do PIB brasileiro. A cifra é destacada pela entidade argentina.

O documento ainda ressalta o impacto positivo da NIB na atração de investimentos, com destaque para o setor automotivo, que já anunciou promessas que superam os US$ 25 bilhões.

A UIA enfatiza a necessidade da Argentina se preparar para competir em um mundo cada vez mais digital, em meio à disputa comercial entre Estados Unidos e China.

O acordo entre Mercosul e União Europeia também é citado como um fator que aumenta a urgência de uma política industrial sólida, já que serão abertas possibilidades para o comércio e investimento dos dois lados do Atlântico.

Em contraste com as declarações de Milei, que ameaçou retirar a Argentina do Mercosul, a UIA defende o aprofundamento da relação com os vizinhos do bloco. Sugere, por exemplo, a convergência regulatória entre Argentina e Brasil para facilitar o comércio e investimento dos dois lados da fronteira.

FONTE: BNN Brasil
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Saiba a reação do Itamaraty à fala de Milei sobre sair do Mercosul

Presidente argentino disse que Mercosul só serviu para “enriquecer os grandes industriais brasileiros”

Para integrantes do Itamaraty ouvidos pela CNN, o presidente da Argentina, Javier Milei, busca mudar o foco do noticiário do escândalo das criptomoedas ao mencionar mais uma vez a possibilidade de saída do Mercosul.

O presidente falou sobre a saída do bloco durante discurso ao Congresso argentino neste sábado (1º). Não há a intenção de o Ministério das Relações Exteriores (MRE) responder Milei oficialmente. Fontes do governo brasileiro avaliam que responder seria “ajudar” o argentino a estancar a história das criptomoedas. Milei publicou sobre a cripto $Libra e valorizou o ativo. Em seguida, houve queda dos valores e o presidente argentino apagou o elogio à cripto na rede social. No discurso em que falou sobre a saída do Mercosul, o líder argentino discursava sobre a “oportunidade histórica” de celebrar um acordo comercial com os Estados Unidos. “Para aproveitar essa oportunidade histórica que volta a se apresentar, é necessário estar disposto a flexibilizar. Incluindo, se for o caso, sair do Mercosul, que só o que fez desde sua criação foi enriquecer os grandes industriais brasileiros, às custas de empobrecer os argentinos”, afirmou. Não é a primeira vez que o presidente do país vizinho menciona a possibilidade de sair do Mercosul. Em 22 de janeiro deste ano, Milei também falou que se for necessário sair do bloco para fazer acordo bilateral com os Estados Unidos, esse seria o caminho para o governo argentino.

FONTE: CNN Brasil
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