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Dólar deve cair abaixo de R$ 6 com fiscal no preço, diz Allianz

O dólar deve cair abaixo de R$ 6 nos próximos meses com os riscos fiscais já precificados pelo mercado financeiro e a ajuda dos juros mais elevados no Brasil, diz Carlos Carranza, gestor de portfólio da Allianz Global Investors baseado em Londres.

“Nós temos uma visão construtiva do real e, se as pressões sobre as moedas emergentes terminarem após a posse do presidente Trump, não seria surpresa o dólar romper os R$ 6,00, para um nível mais baixo”, disse em entrevista.

O gestor afirmou que a Allianz tem posições em Brasil, embora sem especificar um valor. Globalmente, a AGI tem 560 bilhões de euros em ativos sob administração.

O dólar fechou no nível dos R$ 6,10 na sexta-feira e devolveu parte do alívio das primeiras semanas de 2025, quando alguns investidores voltaram a vender a moeda depois do forte fluxo de saídas do final do ano passado.

A moeda brasileira deve ser beneficiada pela busca do investidor pelo diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, avalia Carranza. O Banco Central já sinalizou ao menos mais duas altas da Selic de 1 ponto percentual até março, o que levaria a taxa para acima de 14%, enquanto os juros nos EUA podem ser reduzidos, segundo o gestor.

Se o risco fiscal foi o grande fator por trás da disparada do câmbio no ano passado, quando a moeda subiu 27% – maior avanço desde 2020 -, as maiores ameaças neste ano podem vir do exterior. Ele cita eventuais impactos das políticas de Donald Trump nos EUA e uma eventual não confirmação da expectativa de redução dos juros do Federal Reserve — dados fortes de empregos no país em dezembro levaram o mercado adiar a aposta em novo corte do Fed para o segundo semestre.

Carranza acredita, entretanto, que os ativos brasileiros tendem a ser menos afetados do que os de outros países em caso de uma “guerra comercial” de Trump. O presidente eleito tem ameaçado impor tarifas contra parceiros comerciais dos EUA, como a China, México e Canadá.

À exceção do México, a América Latina é menos vulnerável à guerra comercial e pode se beneficiar da realocação de investimentos em relação aos países mais diretamente atingidos, disse o gestor.

FONTE:  Bloomberg
Dólar deve cair abaixo de R$ 6 com fiscal no preço, diz Allianz – Bloomberg

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Nova greve em portos nos EUA pode afetar indústrias e comércio de grãos

Analistas alertam que uma possível retomada da greve pelos trabalhadores da International Longshoremen’s Association (ILA) em portos nos Estados Unidos, a partir de 15 de janeiro, pode ter um impacto maior nas indústrias norte-americanas, incluindo os grãos.

Em outubro, uma greve de 3 dias – após impasses sobre a extensão dos contratos – paralisou portos da Costa Leste e da Costa do Golfo, incluindo o Porto de Nova York e New Jersey e o Porto de Savannah, na Geórgia. A primeira greve afetou apenas os embarques de contêineres – nos EUA grande parte dos grãos é transportada a granel. Mas, se a possível greve durar mais de alguns dias, os atrasos também podem afetar o comércio de grãos, destacaram analistas.
Trabalhadores portuários do país e seus empregadores concordaram em retomar as negociações formais em 7 de janeiro, de acordo com fontes familiarizadas com as negociações.

A liderança sindical ameaça realizar uma nova paralisação a partir de 15 de janeiro, quando expira o contrato atual. No ano passado, a greve terminou depois que os empregadores, sob pressão da administração Joe Biden, concordaram com um aumento salarial provisório de 62% ao longo de seis anos. As duas partes concordaram em estender o contrato por três meses enquanto negociavam outras questões, como o uso de automação nos portos.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, expressou apoio à ILA, o que pode encorajar os trabalhadores. As negociações fracassaram em novembro, quando os líderes sindicais se irritaram com os planos dos empregadores de expandir o uso de máquinas semiautomáticas nos portos.

Trump, em dezembro, disse que a automação ameaça empregos e que as empresas de transporte marítimo com sede no exterior, que controlam o grupo de empregadores, deveriam investir em salários em vez de máquinas.

FONTE: UOL
Greve em portos dos Estados Unidos preocupam

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A ação de Biden que pode interferir nos planos de Donald Trump

O presidente americano Joe Biden banirá a exploração de petróleo e gás em boa parte do território marítimo dos Estados Unidos.

A decisão pode afetar os planos do presidente eleito Donald Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro e promete aumentar a produção doméstica de energia. A proibição abrange 253 milhões de hectares de águas federais, incluindo as costas leste e oeste dos Estados Unidos, o leste do Golfo do México e partes do Mar de Bering, no Alasca. Segundo Biden, a decisão visa combater as mudanças climáticas e zelar pelo compromisso de conservar 30% do território americano até 2030.

“A minha decisão reflete o que as comunidades costeiras, as empresas e os banhistas sabem há muito tempo: que a perfuração nestas costas pode causar danos irreversíveis a locais que nos são caros e é desnecessária para satisfazer as necessidades energéticas da nossa nação”, disse Biden, em comunicado. “Os riscos não valem a pena”.

A medida, no entanto, é considerada sobretudo simbólica: na prática, não afetará áreas de extração em curso e abrange principalmente regiões de pouco interesse econômico para as petroleiras.

Atualmente, os Estados Unidos são os maiores produtores de petróleo do mundo, responsáveis por 22% da produção mundial em 2023, com cerca de 22 milhões de barris por dia (bdp), seguidos pela Arábia Saudita (11.1 milhões de bpd) e Rússia (10.75 milhões de bpd). A produção americana tem sido impulsionada por explorações terrestres no Texas e o Novo México, mas boa parte da produção – cerca de 15% do total – vem de áreas marítimas estatais, em especial na região do Golfo do México.

A decisão de Biden vem no momento de incerteza para as políticas de conservação no país, à medida que Trump reverter e se opor a pautas ambientais quando assumir o cargo. Em entrevista para o programa americano de rádio Hugh Hewitt, o republicano chamou a medida de “ridícula” e afirmou que tem o direito de “cancelar o banimento [da exploração marítima] imediatamente”.

Fonte: Veja
A decisão de Biden que pode atrapalhar planos de D… | VEJA

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Acontece hoje a Certificação da Vitória de Donald Trump no Capitólio

Washington, D.C., 06 de janeiro de 2025 -* Hoje, 06 de janeiro, o Congresso dos Estados Unidos realizará a certificação formal da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2024, marcando seu retorno à Casa Branca.

A cerimônia, que acontecerá no Capitólio, será supervisionada pela vice-presidente Kamala Harris, que, em uma notável reviravolta histórica, certificará a vitória do seu oponente eleitoral.

*Segurança Reforçada:* Em preparação para a sessão, a segurança em torno do Capitólio foi significativamente reforçada, uma resposta direta aos eventos tumultuados de 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump invadiram o prédio tentando impedir a certificação da vitória de Joe Biden. O Secretário de Segurança Interna designou a cerimônia como um Evento Nacional de Segurança Especial, garantindo um ambiente controlado e seguro para a sessão conjunta do Congresso.

Processo de Certificação:* De acordo com a Constituição dos EUA, o Congresso se reunirá para contabilizar os votos do Colégio Eleitoral. Os delegados de cada estado, que votaram em dezembro, trarão seus certificados em caixas de mogno especiais. Durante a sessão, os votos serão lidos em voz alta por representantes bipartidários, culminando na declaração formal de Trump como presidente eleito.

História e Precedentes:* Este não será o primeiro encontro de um vice-presidente com a certificação de sua própria derrota. Em 2001, Al Gore presidiu a contagem que declarou George W. Bush vencedor, e em 2017, Joe Biden fez o mesmo para Trump. A função de Kamala Harris como presidente do Senado a coloca nesta posição peculiar, cumprindo seu papel constitucional apesar da derrota pessoal.

Repercussão e Reações:* A vitória de Trump, que será oficializada hoje, já foi recebida com celebração por seus apoiadores e com preocupação por aqueles que temem suas políticas passadas. Líderes mundiais e políticos locais já começaram a reagir, com figuras como Jair Bolsonaro parabenizando Trump pelo retorno ao poder. A imprensa internacional e nacional tem debatido amplamente as implicações desta eleição para a política interna e externa dos Estados Unidos.

Próximos Passos:* Após a certificação, a atenção se voltará para a posse de Trump, marcada para o dia 20 de janeiro de 2025. Este período de transição será crítico, com preparativos para a cerimônia de inauguração e a formação do novo gabinete presidencial.

A certificação de hoje não só marcará um novo capítulo na presidência de Trump mas também refletirá a resiliência do processo democrático americano, apesar dos desafios e controvérsias que marcaram as eleições recentes. A nação e o mundo observam agora como será este segundo mandato de Trump, especialmente no que diz respeito à política econômica, relações internacionais, e a implementação do controverso Projeto 2025.

FONTE: Diário Brasil Noticias
Acontece hoje a Certificação da Vitória de Donald Trump no Capitólio

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Saldo comercial da China se aproxima de US$ 100 bilhões por mês

O superávit comercial da China atingiu US$ 97,44 bilhões em novembro, um aumento em relação aos US$ 95,72 bilhões registrados em outubro.

Esse saldo positivo destaca a força das exportações do país, mesmo em um contexto de desaceleração econômica e tensões comerciais crescentes com os Estados Unidos e a União Europeia.

Desempenho comercial em novembro

Apesar do saldo positivo, as exportações da China desaceleraram significativamente, registrando um crescimento de 6,7% em novembro, abaixo da expectativa de 8,5% e da alta de 12,7% em outubro. Mais preocupante foi a queda inesperada de 3,9% nas importações, o pior desempenho em nove meses, contrariando as previsões de um leve aumento de 0,3%.

Esse cenário reflete os desafios enfrentados pela segunda maior economia do mundo, especialmente diante da iminente volta de Donald Trump à presidência dos EUA e suas ameaças de impor novas tarifas sobre produtos chineses.

Impactos das tarifas de Trump

Donald Trump prometeu tarifas adicionais de 10% sobre bens chineses, como parte de sua política para conter o tráfico de químicos usados na produção de fentanil. Além disso, ele sugeriu que as tarifas poderiam exceder 60%, o que alarmou a indústria chinesa, que exporta mais de US$ 400 bilhões para os EUA anualmente.

Em resposta, exportadores chineses anteciparam embarques para estocar produtos em armazéns norte-americanos, especialmente em outubro. No entanto, essa tendência perdeu força em novembro, embora as expectativas sejam de que as exportações possam se recuperar nos próximos meses, impulsionadas pela competitividade e pelo adiantamento de pedidos antes da implementação das tarifas.

Desafios no mercado europeu e doméstico

A China também enfrenta tensões com a União Europeia, que impôs tarifas de até 45,3% sobre veículos elétricos fabricados no país, abrindo uma nova frente na guerra comercial com o Ocidente.

Internamente, o cenário econômico segue desafiador. Apesar de sinais de melhora nas condições das fábricas em novembro, as encomendas de exportação continuam caindo, destacando a necessidade de diversificar a economia e reduzir a dependência da manufatura e das exportações.

Medidas de estímulo e perspectivas para 2025

Para enfrentar esses desafios, o governo chinês adotou medidas agressivas de estímulo desde setembro, incluindo cortes de juros e a injeção de 1 trilhão de yuans (US$ 140 bilhões) no sistema financeiro. Além disso, líderes políticos devem anunciar novas metas e políticas na próxima semana, com foco na expansão do mercado consumidor interno e no investimento em infraestrutura.

Economistas esperam que as importações chinesas se recuperem nos próximos meses, impulsionadas por estímulos fiscais robustos direcionados a investimentos em commodities industriais. Isso deve ajudar a mitigar os efeitos das tarifas norte-americanas e sustentar a economia em um cenário de crescente incerteza global.

Embora os desafios sejam significativos, o saldo comercial positivo de quase US$ 100 bilhões por mês ressalta a capacidade da China de manter sua força no comércio global, mesmo em meio a ventos contrários.

FONTE: O Cafezinho
Saldo comercial da China se aproxima de US$ 100 bilhões por mês – O Cafezinho

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Equipe de transição de Trump prepara retirada imediata dos EUA da OMS

O plano, que se alinha com as críticas de longa data de Trump à agência de saúde da ONU, marcaria uma mudança dramática na política de saúde global dos EUA e isolaria ainda mais Washington

Integrantes da equipe de transição presidencial de Donald Trump estão preparando terreno para que os Estados Unidos se retirem da Organização Mundial da Saúde (OMS) no primeiro dia de seu segundo mandato, de acordo com um especialista em leis de saúde familiarizado com as discussões.

“Sei de fonte segura que ele planeja se retirar, provavelmente no primeiro dia ou logo no início de seu governo”, afirmou Lawrence Gostin, professor de saúde global da Universidade de Georgetown, em Washington, e diretor do Centro de Colaboração da OMS em Direito Sanitário Nacional e Global.

O jornal britânico Financial Times foi o primeiro a informar sobre os planos, citando dois especialistas. O segundo especialista, o ex-coordenador de resposta à Covid-19 da Casa Branca Ashish Jha, não estava imediatamente disponível para comentar.

A equipe de transição de Trump não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

O plano, que se alinha com as críticas de longa data de Trump à agência de saúde da ONU, marcaria uma mudança dramática na política de saúde global dos EUA e isolaria ainda mais Washington dos esforços internacionais para combater pandemias.

Trump nomeou vários críticos da organização para cargos importantes na área de saúde pública, incluindo Robert F. Kennedy Jr., um cético em relação a vacinas indicado ao cargo de secretário de Saúde e Serviços Humanos, que supervisiona todos os principais órgãos de saúde dos EUA, incluindo CDC e FDA. Trump iniciou o processo de retirada da OMS, que durou um ano, em 2020, mas, seis meses depois, seu sucessor, o presidente Joe Biden, reverteu a decisão.

Trump argumentou que a agência não conseguiu responsabilizar a China pela disseminação precoce da Covid-19. Ele chamou repetidamente a OMS de “fantoche de Pequim” e prometeu redirecionar as contribuições dos EUA para iniciativas domésticas de saúde.

Um porta-voz da OMS se recusou a comentar diretamente, mas encaminhou à Reuters aos comentários do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa em 10 de dezembro, na qual foi perguntado se ele estava preocupado com a possibilidade de o governo Trump se retirar da organização.

Tedros disse, na ocasião, que a OMS precisava dar aos EUA tempo e espaço para a transição.

FONTE: InfoMoney

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URGENTE: Trump vai para cima do Brasil e diz que o país ‘taxa demais’ e promete reciprocidade na imposição de tarifas

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta segunda-feira, 16, suas propostas para elevar tarifas para produtos estrangeiros e disse que são uma resposta a países que taxam as exportações americanas.

Ao citar exemplos de nações que teriam tarifas elevadas, o republicano citou Brasil e Índia. “Quem nos taxar taxaremos de volta. Tarifas farão nosso país rico”, afirmou, em uma coletiva de imprensa em Mar-a-largo (Palm Beach, Flórida), a primeira desde que foi eleito.

Questionado sobre o impacto inflacionário da imposição de novas tarifas, Trump respondeu que, em seu primeiro mandato, elevou uma série de tarifas, e que o movimento não aumentou a inflação. O republicano defendeu ainda uma série de outras medidas de seu antigo governo, especialmente os cortes de impostos.

Sobre as relações com a China, Trump fez uma série de elogios ao líder Xi Jinping, ainda que não tenha confirmado a presença do chinês em sua posse. Segundo o americano, ambos contavam com uma boa relação quando estavam no poder, mas a pandemia alterou a situação. Por sua vez, ele disse que Xi é um amigo, e que “China e EUA podem resolver todos os problemas do mundo”.

Trump anunciou ainda que o Softbank fará investimento de US$ 100 bilhões nos EUA ao longo dos próximos quatro anos, “demonstrando confiança no mandato”. O foco será em inteligência artificial e outras indústrias do futuro. O presidente eleito repetiu uma proposta de que aqueles que investirem mais de US$ 1 bilhão terão facilidades com licenças federais, incluindo ambientais.

O republicano defendeu os planos para aumento da exploração de hidrocarbonetos no país, dizendo que há energia suficiente nos Estados Unidos para que não seja necessário importar de outros lugares, citando nominalmente a Venezuela.

Trump falou bastante sobre a guerra da Ucrânia, que admitiu ser uma questão mais complicada de resolver do que os atuais conflitos no Oriente Médio. Ainda sim, ele disse que conversará com o presidente russo Vladimir Putin e com o ucraniano Volodymyr Zelensky para colocar um fim à guerra.

Fonte: Estadão
https://www.estadao.com.br/economia/trump-brasil-taxa-demais/?srsltid=AfmBOoq0iKqCPufiaxHCFlRKeAYKN3YelNV_8iHZDwxdYhRrqWDl-QWm

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Nova guerra comercial de Trump ameaça agricultores americanos em meio competição com Brasil por mercados

A primeira guerra comercial do ex-presidente Donald Trump resultou em perdas estimadas de US$ 11 bilhões para os agricultores americanos de soja. Agora, uma possível nova disputa tarifária com a China pode trazer consequências ainda mais graves.

A soja foi o principal produto impactado na primeira guerra comercial. Durante os dois primeiros anos de governo Trump, as exportações americanas da commodity para a China, maior compradora mundial, caíram 79%, devido a guerra comercial. Na época, a China ainda dependia de parte da oferta dos EUA. Hoje, ela pode recorrer ao Brasil, que consolidou sua posição como principal fornecedor da commodity, reduzindo sua vulnerabilidade às tarifas americanas.

Além da soja, a China tem diversificado sua base de suprimentos para outras commodities agrícolas. Importações de milho e trigo da Argentina, sorgo do Brasil e algodão da Austrália reforçam a estratégia chinesa de reduzir sua dependência dos Estados Unidos. Os estoques domésticos da China estão elevados, e o enfraquecimento da economia local tem diminuído a demanda interna.

“Primeiro, a China não estava preparada. Agora, eles estão prontos, com estoques recordes de soja em casa”, afirmou Steve Nicholson, estrategista global de grãos e oleaginosas do Rabobank.

O risco de uma escalada na guerra comercial com Trump surge em um momento em que os agricultores americanos já enfrentam dificuldades para recuperar sua posição como principais exportadores de milho e trigo, após o Brasil conquistar fatias significativas do mercado. Os produtores também estão recebendo menos por suas colheitas, com os preços do milho e da soja caindo para os menores níveis desde 2020 no início deste ano.

Espera-se que Trump repita a estratégia de seu primeiro mandato, com tarifas seguidas por possíveis medidas retaliatórias da China, que pressionariam ainda mais os preços dos grãos. Embora uma resolução seja possível, a China terá um “apetite menor” para retornar aos níveis anteriores de importação, segundo analistas do Citigroup Global Markets em nota publicada na segunda-feira.

A maioria dos produtos agrícolas “está na linha de frente para medidas comerciais retaliatórias”, dizem analistas da Bloomberg Intelligence, porque mudar de fornecedores envolve custos comparativamente menores.

A primeira guerra comercial contribuiu para o cenário atual de oferta, já que a mudança da China para fornecedores não americanos levou o Brasil a expandir sua produção de soja, desmatando áreas para aumentar a capacidade de plantio. Como resultado, o Brasil pode colher no próximo ano uma safra de soja mais de 30% maior do que os níveis vistos antes da guerra comercial entre os EUA e a China.

Apesar dos estoques globais elevados, os agricultores americanos continuam aumentando sua produção. Recentemente, colheram a maior safra de soja de todos os tempos, impulsionados pelo aumento do consumo doméstico. Mesmo que uma nova guerra comercial prejudique a demanda, os produtores americanos provavelmente continuarão plantando. Durante a última disputa comercial, Trump concedeu US$ 28 bilhões em subsídios aos agricultores para suavizar o impacto das tarifas.

“Nós não esperamos uma redução na área plantada nos EUA”, disse Chuck Magro, CEO da fabricante de sementes Corteva Inc., que, no entanto, busca expandir seu programa de soja no Brasil. “Assumindo que as tarifas sigam a mesma linha, onde a China sente que precisa comprar de outros mercados, a produção dos EUA ainda encontrará um destino”, afirmou.

O gráfico abaixo mostra quais produtos foram os mais exportados em contêineres do Brasil para portos chineses em 2024. Os dados são derivados do DataLiner, um produto da Datamar.

Principais Exportações para a China | 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Aqui está um olhar mais detalhado sobre como as tarifas de Trump podem impactar diversas culturas:

Soja, Milho e Trigo

Em janeiro de 2020, EUA e China assinaram o Acordo Comercial de Fase 1, no qual a China se comprometeu a comprar bilhões de dólares em produtos agrícolas americanos e cancelar tarifas.

Se essas tarifas forem reinstauradas, os agricultores americanos podem perder milhões de toneladas de grãos e soja em exportações anuais, de acordo com um estudo conjunto encomendado pela National Corn Growers Association e pela American Soybean Association, divulgado antes das eleições.

Para reduzir sua dependência dos EUA, a China aprovou em 2022 importações de milho brasileiro. Os EUA haviam recentemente enviado quantidades recordes de milho para a China antes de ela mudar para o Brasil.

A China também começou a comprar milho e trigo da Argentina. Autorizou as importações no início deste ano, permitindo os primeiros embarques de milho em 15 anos e as primeiras transações significativas de trigo desde a década de 1990.

Sorgo

Os produtores de sorgo dos EUA são altamente dependentes da China, que consome cerca de 70% da produção americana para ração animal e fabricação do licor baijiu.

Recentemente, porém, a China também autorizou importações de sorgo do Brasil. Embora o Brasil tenha exportado pouco sorgo no passado, sua produção aumentou para cerca de 4,6 milhões de toneladas, representando um novo desafio à participação de mercado dos EUA.

Carne suína

A China aumentou as importações de carne suína americana nos últimos anos, mas também abriu seu mercado para o Brasil. Ainda assim, as perspectivas para o setor são fracas, mesmo sem uma guerra comercial. O consumo de carne suína na China, maior consumidora mundial do produto, está em queda, à medida que os consumidores diversificam suas dietas, preferindo aves, carne bovina e frutos do mar, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Algodão

As importações chinesas de algodão também devem diminuir, refletindo a alta produção doméstica e o crescimento dos estoques, além de uma economia em desaceleração que afeta a demanda por têxteis.

Walter Kunisch, estrategista sênior de mercados de commodities da Hilltop Securities, observa que a cadeia de fornecimento de algodão e têxteis da China está “radicalmente diferente” em relação a 2018. Além disso, a China tem buscado fornecedores como Brasil e Austrália, embora o algodão americano ainda seja considerado o “padrão de ouro” em qualidade e rastreabilidade.

O Brasil, que se tornou o maior exportador mundial na safra 2023-24, enviou quase 1,3 milhão de toneladas de algodão para a China naquela temporada, superando os EUA.

Fonte: Bloomberg News Articles
https://www.bloomberg.com/news/articles/2024-12-11/trump-trade-war-to-hurt-us-farmers-more-as-china-turns-to-brazil

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Trump defende cessar-fogo na Ucrânia e sugere saída dos EUA da Otan

O conflito na Ucrânia, que teve início há quase três anos, continua a ser uma questão de grande preocupação internacional.

Nesse domingo (8/12), o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tem demonstrado interesse em encontrar uma solução pacífica para essa crise. Sua abordagem inclui diálogos e negociações estratégicas com países envolvidos, visando um cessar-fogo imediato e duradouro.

Trump, que está em processo de transição para assumir formalmente a presidência em janeiro de 2025, tem sublinhado a importância de encerrar o conflito de forma eficaz. Durante um recente encontro em Paris, ele discutiu essas questões com líderes mundiais, reforçando sua intenção de reduzir o apoio militar à Ucrânia e propor novas direções diplomáticas.

Como Donald Trump se posiciona sobre a guerra na Ucrânia?

O presidente eleito dos EUA fez declarações explícitas sobre a necessidade de um cessar-fogo imediato. Ele usou sua conta no Truth Social para expressar que o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, estaria disposto a participar de negociações que possam pôr fim ao que ele chamou de ‘loucura’ da guerra. Trump também destacou, em suas comunicações, que conhecer Vladimir Putin poderia facilitar um momento oportuno para uma solução pacífica.

Zelenski descreveu suas conversas com Trump como construtivas, mas também salientou a necessidade de foco nas garantias de paz para os ucranianos. Paralelamente, a Rússia, por meio de seu porta-voz, Dmitry Peskov, reiterou estar aberta ao diálogo, mas destaca condições que são fundamentais para ambos os lados do conflito.

Além das questões diretas sobre a Ucrânia, Trump tem buscado redefinir a posição dos Estados Unidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Ele tem criticado a dependência excessiva de outros países em relação aos gastos militares dos EUA, descrevendo essa situação como injusta.

Trump sugere que a continuidade dos EUA na OTAN será reconsiderada caso não haja contribuições financeiras adequadas por parte dos demais membros da aliança. Sua visão é que, se os países aliados pagarem suas cotas e tratarem os EUA com justiça, a permanência na OTAN deve ser assegurada; entretanto, caso contrário, ele pondera a possibilidade de retirada do país da aliança.

O que esperar das próximas etapas diplomáticas?

Com a aproximação da posse de Trump em janeiro de 2025, espera-se que novas dinâmicas na política externa dos Estados Unidos se desenvolvam. A ligeira mudança de coordenação no cenário geopolítico pode desempenhar um papel crucial na resolução de conflitos pendentes, como o da Ucrânia. Os líderes mundiais aguardam para ver como as negociações evoluirão sob o novo governo dos Estados Unidos e quais serão as implicações mais amplas para as relações internacionais.
O desenrolar dos diálogos e as decisões tomadas pelas grandes potências terão um impacto duradouro na trajetória política e social tanto da Europa quanto do mundo como um todo. O foco permanece em encontrar uma resolução negociada que proporcione estabilidade e paz às regiões afetadas.

FONTE: Terra Brasil Noticia

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Se Brics criar moeda própria, será taxado em 100%, diz Trump.

Presidente eleito diz que imposto será aplicado sobre produtos de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, caso o bloco insista em ter moeda alternativa ao dólar

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), publicou neste sábado (30.nov.2024) uma ameaça ao Brics: se o bloco insistir em criar uma moeda próprio para negócios internacionais, os produtos dos países integrantes serão taxados em até 100% na entrada no mercado norte-americano.

“A ideia dos países do Brics de se afastarem do dólar enquanto ficamos parados e assistimos ACABOU. Exigimos um compromisso desses países de que eles não criarão uma nova moeda Brics nem apoiarão nenhuma outra moeda para substituir o poderoso dólar americano ou enfrentarão tarifas de 100% e podem se preparar para dizer adeus à venda para a maravilhosa economia dos EUA. Eles podem ir encontrar outro ‘otário!’. Não há chance de os Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional –e qualquer país que tente deve dar adeus à América”, escreveu Trump no seu perfil na rede social que próprio criou, a Truth Social.

Se essa ameaça for levada adiante será um grande baque para o Brics, que é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Será um revés, sobretudo, para a China que lidera o grupo. O Brics tem colocado no topo da agenda a criação de uma moeda própria para suas transações internacionais.

Em outubro, durante a Cúpula do Brics em Kazan (Rússia), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a criação de meios de pagamentos alternativos para o bloco. Em declaração por videoconferência, disse não se tratar de substituir as moedas existentes, mas de criar uma unificação para transações entre os integrantes do grupo.

Na cúpula de 2023, em Joanesburgo (África do Sul), o petista chegou a defender que o grupo fizesse transações comerciais em outra moeda que não o dólar. Mas na declaração final, assinada pelos 5 chefes de Estado, o tema foi tratado como algo para o futuro. Criou-se uma tarefa para que os ministros da Fazenda do bloco estudassem o assunto e levassem suas propostas para o encontro deste ano, mas também não evoluiu.

O texto final de 2024 cita a necessidade de haver mecanismos de financiamento e comércio em moedas locais, como forma de fugir da dependência do dólar, mas não apresenta nenhum avanço concreto.

O Poder360 procurou o Palácio do Planalto, o Itamaraty e o Ministério da Indústria e do Comércio por e-mail e telefone para perguntar se gostariam de se manifestar a respeito da declaração de Trump. Foram realizadas ligações telefônicas para os citados em 30 de novembro às 17h. Também foram enviados e-mails na mesma data e horário. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital. TAXAÇÃO DOS BRICS A declaração de Donald Trump sobre taxar em 100% produtos de países que usarem uma moeda alternativa ao dólar não é nova. Ainda durante a campanha eleitoral de 2024, o então candidato republicano falou à agência de notícias Bloomberg sobre o tema em 15 de outubro. Num trecho de sua fala, ele disse:

“Se um país me disse ‘Senhor, gostamos muito de você, mas não vamos continuar a aderir à moeda de reserva internacional [o dólar]. Não queremos mais usar o dólar’. Eu direi: ‘Não tem problema. Vocês pagarão uma tarifa de 100% sobre tudo o que venderem nos Estados Unidos. Adoramos o seu produto, espero que vendam muito para os Estados Unidos, mas vão pagar uma tarifa de 100%”.

LULA DEFENDE MOEDA PARA O BRICS O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu em 13 de abril de 2023 que os países integrantes do Brics realizassem transações comerciais usando suas próprias moedas, e não o dólar. O petista deu a declaração na cerimônia em Xangai, quando foi celebrada a posse da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no NBD (Novo Banco de Desenvolvimento), o Banco dos Brics.

Lula disse que a mudança de moeda “é difícil, porque tem gente mal acostumada”, mas destacou a necessidade da medida. “Por que todos os países são obrigados a fazer seu comércio lastreado no dólar? […] Por que não o iene? Por que não o real?”, e foi aplaudido pelos presentes.

FONTE: Poder 360

Se Brics criar moeda própria, será taxado em 100%, diz Trump

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