Economia, Exportação, Gestão, Informação, Mercado Internacional, Notícias

Entenda a crise gerada pelo Carrefour da França à carne do Mercosul

A decisão do Carrefour de interromper a compra de carnes do Mercosul para agradar agricultores franceses é apenas a ponta do iceberg de uma insatisfação que se estende por anos contra o acordo de livre comércio entre o bloco e a UE (União Europeia).

O que aconteceu

Carrefour na França decide barrar a comprar de carne do Mercosul. A decisão foi anunciada pelo CEO da rede varejista em comunicado direcionado ao presidente da FNSEA (Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França). O texto considera “o desânimo e a raiva dos agricultores face ao acordo de livre-comércio proposto entre a União Europeia e o Mercosul”.

Manifestação surge após ondas de protestos dos agricultores franceses. Os agricultores adotam a oposição na tentativa de barrar novamente o acordo de livre comércio entre os blocos, firmado em 2019. Com a normalização da situação ao longo dos últimos anos e o bom relacionamento entre os presidentes Lula e Emmanuel Macron, havia a expectativa de que a assinatura da proposta fosse formalizada na cúpula do G20, realizada no Brasil na semana passada.

Atos contam com lideranças que temem “concorrência desleal”. Os grupos se opõem à importação de produtos agropecuários sem a cobrança de impostos. Além das carnes, também figuram nos pedidos de embargo as aves e o açúcar. Diante dos protestos, Macron tenta reforçar o compromisso com a agricultura francesa.

Expectativa atual é de assinar o acordo no dia 6 de dezembro. A estimativa foi revelada na manhã desta segunda-feira (25) pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista à GloboNews. Segundo ele, há um interesse reciproco pela aliança. “Há uma boa perspectiva para que se formalize esse acordo no dia 6 de dezembro, na Cúpula do Mercosul”, afirmou.

Agricultores citam temor sanitário com produtos do Mercosul. A bandeira levantada nos protestos e na decisão do Carrefour é rechaçada por Fávaro, que cita a França como consumidora das carnes nacionais há 40 anos. “O Brasil tem uma das melhores sanidades de produtos alimentícios do mundo”, disse ele, que contesta a manutenção das vendas dos produtos nas lojas da rede instaladas em território nacional.

Aqui está um gráfico interativo mostrando as exportações de carne bovina do Brasil em contêineres para portos europeus entre janeiro de 2021 e setembro de 2024. Os dados são do DataLiner.

Exportações de carne bovina para portos europeus | Jan 2021 – Set 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Reação

Carrefour vira alvo de boicotes após anuncio de interrupção. No Brasil, a rede francesa de supermercados, que conta também com as marcas Atacadão e Sam’s Club, tem sido alvo de boicotes. Em “repúdio” à decisão na França, a Fhoresp (Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo) recomenda que seus associados interrompam as compras nos estabelecimentos. A associação representa cerca de 500 empresas dos setores.

Convocamos a todas deixarem de comprar nas redes Carrefour, Atacadão e Sam’s Clube, do Grupo Carrefour. Solicitamos o engajamento e a adesão nessa campanha de boicote, mostrando a força e a união do nosso setor em defesa da economia nacional e do respeito aos nossos produtos,” publicou a Fhoresp em nota.

Frigorífico aderem ao boicote e suspendem vendas à rede. A interrupção do fornecimento acontece desde a última quinta-feira (21) e exige uma retratação do Carrefour. Segundo apuração do jornal Folha de S.Paulo, a interrupção das vendas já foi adotada pelos grupos JBS, Minerva Foods e Masterboi.

Rede francesa diz “lamentar profundamente” a situação. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, a rede destaca a confiança no agronegócio brasileiro e diz entender a importância do segmento para a economia e para a sociedade. No texto, o grupo destaca o esforço para a “retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível”.

FONTE: UOL
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2024/11/25/entenda-a-crise-gerada-pelo-carrefour-da-franca-a-carne-do-mercosul.htm

 

Ler Mais
Agronegócio, Economia, Importação, Industria, Mercado Internacional, Notícias

CNI critica decisão do Carrefour de interromper compra de carne do Mercosul

Presidente Ricardo Alban manifesta indignação e preocupação com o anúncio e os reflexos negativos da medida para a relação comercial entre as economias dos países, a qual vai de encontro a tão desejada eficiência e produtividade desse setor.

CNI se solidariza com o agronegócio e a agroindústria de proteína animal. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifesta indignação com a decisão da rede de supermercados Carrefour, anunciada esta semana, de interromper a compra de carne de produtores dos países que integram o Mercosul. Tal medida protecionista é injustificada e representa um desserviço aos produtores do bloco, que seguem os mais rígidos padrões de qualidade e sustentabilidade e vêm avançando continuamente na melhoria da excelência da produção, em consonância com as diretrizes internacionais.

Como é sabido, o bloco é líder mundial em exportação de carne de frango e bovina e está entre os principais exportadores de carne suína. A produção de proteína animal dos países sul-americanos é exportada aos mercados mais exigentes do mundo, entre eles Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, China e Japão.

São inquestionáveis, portanto, a qualidade e o nível de excelência dos produtos produzidos pelo bloco, e injustificável a argumentação de que não respeitam critérios e normas do mercado francês. Essa decisão, ademais, contraria as ações que têm sido implementadas pelo governo francês em direção ao aprofundamento das relações com o bloco, sendo um retrocesso no campo das relações internacionais.

Diante disso, a CNI reforça sua contrariedade com o anúncio e se solidariza com as entidades e associações que representam toda a cadeia produtiva do agronegócio, incluindo a agroindústria. Lembra, ainda, que tal decisão equivocada pode, além de afetar as operações de empresas comprovadamente eficientes e competitivas, estimular o crescimento de ações protecionistas nas relações bilaterais.

O que certamente representará prejuízos futuros para as economias locais, com aumento dos custos, empregabilidade e, até mesmo, o objetivo maior que é a segurança alimentar do mercado consumidor mundial, com a busca da produtividade e aumento da produção.

Desta forma, acreditamos que a direção do Carrefour, na França, possa reavaliar essa decisão.

FONTE: Noticias Portal da Industria
CNI critica decisão do Carrefour de interromper compra de carne do Mercosul – Agência de Notícias da Indústria

Ler Mais
Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Industria, Informação, Notícias

Rival do Carrefour também decide boicotar carne do Mercosul

O grupo francês Les Mousquetaires, responsável pelas redes Intermarché e Netto, anunciou que não vai mais vender carne do Mercosul em suas prateleiras. A decisão segue o exemplo do seu concorrente, o Carrefour, outro gigante do varejo francês.

Thierry Cotillard, CEO do Les Mousquetaires, declarou que essa ação reforça a soberania alimentar da França e apoia os agricultores locais. Ele fez um apelo para que a indústria demonstre maior compromisso e transparência quanto à origem das matérias-primas utilizadas em seus produtos. Cotillard enfatizou que o boicote inclui produtos usados na fabricação de itens de marca própria do grupo.

Protesto na Europa contra carne do Mercosul

O anúncio ocorre em meio a protestos crescentes de agricultores franceses contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Os agricultores alegam que a resolução ameaça seus meios de subsistência ao facilitar a entrada de produtos agrícolas sul-americanos. Estes, segundo os europeus, seriam produzidos sob “padrões ambientais menos rigorosos”. O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, manifestou-se contra o movimento francês. Ele sugeriu que o país também considere suspender o fornecimento de carnes ao Carrefour no Brasil, caso a matriz francesa mantenha o boicote.

“Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros”, afirmou Fávaro em um evento recente.

Posicionamento do Carrefour
Alexandre Bompard, CEO global do Carrefour, reafirmou em comunicado que a rede não venderá carnes do Mercosul na França, independentemente de preço e quantidade. O Carrefour Brasil, no entanto, garantiu que suas operações seguirão inalteradas.
Carlos Fávaro criticou a postura do Carrefour, dizendo que a empresa deveria ser coerente em suas práticas em todos os mercados. Ele citou um caso anterior com a Danone e o fornecimento de soja, sugerindo uma possível ação conjunta de empresas francesas contra produtos brasileiros. O ministro ressaltou que o Brasil está comprometido com a sustentabilidade, a rastreabilidade e a sanidade dos seus produtos, seguindo princípios ESG. Ele enfatizou que a soberania brasileira não será atacada. Fávaro expressou a expectativa de que as empresas francesas reavaliem suas posições sobre os produtos brasileiros, visando a manter boas relações comerciais.

Fonte: Revista Oeste/Diário do brasil noticias
Rival do Carrefour também decide boicotar carne do Mercosul

Ler Mais
Economia, Exportação, Gestão, Industria, Informação, Logística, Mercado Internacional, Notícias

Carrefour diz que não vai comprar carne de produtores do Mercosul em meio a protestos de franceses

Rede afirmou que ‘nada muda nas operações do país’ e que continua comprando de produtores locais

Em mensagem publicada na sua conta oficial no Instagram, o presidente mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, afirmou que a rede francesa não vai oferecer nos seus pontos de venda carne produzida em países do Mercosul -aliança comercial formada por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, da qual também participam como países associados Bolívia, Chile, Colômbia, Peru e Equador.

“Em solidariedade ao mundo agrícola, o Carrefour se compromete a não vender carne do Mercosul”, informou o executivo no post, em que trazia a reprodução de uma carta enviada por ele a Arnaud Rosseau, empresário francês, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Agricultores (FNSEA).

Procurado pela reportagem, o Carrefour Brasil informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que “nada muda nas operações do país” e que a rede continua comprando carne de produtores locais.

Nesta semana, agricultores franceses têm feito protestos contra o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que veem como ameaça. A França lidera a resistência à assinatura do pacto, que criaria a maior zona de livre-comércio do mundo. O acordo criaria um mercado comum de 780 milhões de pessoas e um fluxo de comércio de até R$ 274 bilhões em produtos manufaturados e agrícolas.

Durante a reunião do G20 no Rio de Janeiro, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o país “não está isolado” em sua oposição ao tratado comercial. “Por ter sido negociado há muitas décadas, o texto se baseia em condições prévias que estão desatualizadas”, disse o chefe de Estado francês, que lançou a ideia de “repensar a relação com essa sub-região”.

Na carta dirigida a Rosseau, Bompard afirma que, em toda a França, podem ser ouvidos “o desespero e a indignação dos agricultores face ao acordo de livre comércio proposto entre União Europeia e Mercosul”, que pode não respeitar os limites e se espalhar pelo mercado francês.

“Esperamos inspirar outros atores do setor agroalimentar e dar impulso a um movimento mais amplo de solidariedade, que vá além do setor do varejo, que já lidera a luta a favor da origem francesa da carne que comercializa”, afirmou.

Apelo em particular aos envolvidos na alimentação fora de casa, que representam mais de 30% do consumo de carne na França -mas 60% do que é importado- para aderir ao nosso compromisso. É através da união que poderemos garantir aos produtores franceses que não haverá qualquer possibilidade de evasão”, disse.

O Ministério da Agricultura e Pecuária brasileiro divulgou nota nesta quarta-feira (20) em que critica a decisão do Carrefour. “O posicionamento do Mapa é de não acreditar em um movimento orquestrado por parte de empresas francesas visando dificultar a formalização do acordo”, afirmou o ministério.

Vários governos europeus, como os da Espanha e Alemanha, são favoráveis ao acordo, que abriria as portas para maiores exportações de carros, máquinas e produtos farmacêuticos da UE.

O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, pediu na cúpula do G20 que o acordo com o Mercosul seja concluído “de uma vez”. “Depois de mais de vinte anos [de negociações], precisamos finalizar de uma vez o acordo de livre comércio”, defendeu.

Os fazendeiros europeus, por outro lado, listam diversas preocupações, como a quota de carne a ser importada pelo bloco sob uma tarifa básica de 7,5%. Alegam que a competição seria desleal, pois a produção na América do Sul seria mais leniente em termos sanitários, ambientais e sociais.

Uma auditoria da União Europeia, publicada no mês passado, aponta que o Brasil não consegue dar garantias de que sua produção de carne não faz uso de um hormônio de crescimento banido no continente há décadas. A itens desse tipo se somam as considerações ambientais de praxe, bem conhecidas do público brasileiro. O Ministério da Agricultura afirma que “reitera a qualidade e compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas, em consonância com as diretrizes internacionais”. (DANIELE MADUREIRA/Folhapress) 

Fonte: O tempo Economia
Carrefour diz que não vai comprar carne de produtores do Mercosul em meio a protestos de franceses | O Tempo

 

Ler Mais
Conversar pelo WhatsApp!
1