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Deputado propõe nova regulamentação para Sistema Portuário Brasileiro

Entre as mudanças, o licenciamento ambiental integrado e a livre negociação das tarifas portuárias

Um Projeto de Lei (PL) apresentado nesta sexta-feira (28) pelo deputado federal Leur Lomanto Júnior (União/BA) pretende mudar o Sistema Portuário Brasileiro. Entre as principais mudanças, está o licenciamento ambiental único e a livre precificação dos serviços portuários. O projeto também pretende desburocratizar os processos de privatização dos portos brasileiros.

O PL define os atores do setor portuário, incluindo a União, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), autoridades portuárias, operadores portuários, terminais e sindicatos. A regulação baseia-se em princípios como segurança jurídica, livre concorrência, intervenção mínima do Estado, inovação tecnológica, preservação ambiental e integração porto-cidade.

Para ser aprovado, o projeto tem um longo caminho. Além de ser apresentado, ele precisa, se aprovado em plenário, passar por comissões. Como trata-se de mudança de Lei, é necessário ser aprovado também na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ). Além de nova votação na Câmara, Senado e, por fim, ir à Sanção Presidencial.

De acordo com o texto, cada órgão ficaria responsável, da seguinte forma, pela organização portuária:

União: Responsável por planejar e estabelecer políticas públicas para o setor, concedendo outorgas e definindo estratégias de desenvolvimento.

Antaq: Atua na regulação, fiscalização e outorga de concessões e autorizações para exploração portuária.

Autoridade Portuária: Responsável pela gestão dos portos públicos, administração de terminais e regulação de operações.

Conselho de Autoridade Portuária (CAP): Órgão consultivo que participa das decisões sobre planejamento e infraestrutura portuária.

Autoridade Aduaneira: Responsável pela fiscalização e controle de mercadorias e tributos nos portos.

Operadores Portuários: Empresas qualificadas para realizar movimentação e armazenagem de cargas.

Agentes Marítimos: Representam armadores e transportadores nos portos.

Fornecedores de Bens e Serviços a Navios: Empresas responsáveis pelo abastecimento e serviços aos navios.

Câmara de Autorregulação: Criada para mediar conflitos e regulamentar relações no setor.

Exploração e licenciamento

Segundo o texto, a exploração dos portos pode ocorrer de forma direta pela União ou indiretamente por meio de concessão, arrendamento e autorização. 

Uma das principais mudanças é com relação ao licenciamento ambiental dos portos públicos, que seria integrado, dispensando licenças individuais para terminais dentro de suas poligonais.

A precificação dos serviços portuários será livre, desde que respeitadas normas concorrenciais. Além disso, o texto prevê a implantação da Janela Única Aquaviária (Maritime Single Window – MSW), sistema para integrar informações logísticas e otimizar processos portuários.

Licenciamento Ambiental Integrado

Os portos públicos terão um licenciamento ambiental único, o que significa que terminais localizados dentro dessas áreas não precisarão de licenças individuais.

Atualmente, os portos brasileiros precisam seguir um processo de licenciamento ambiental conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou pelos órgãos ambientais estaduais e municipais, dependendo do caso. O licenciamento ocorre em três fases principais:

Licença Prévia (LP), que avalia a viabilidade ambiental do porto antes do início do projeto; Licença de Instalação (LI), que autoriza a construção do porto ou terminal portuário; e Licença de Operação (LO), que permite que o porto comece a operar, após a verificação do cumprimento das exigências ambientais.

Tarifas integradas

As tarifas praticadas pelos operadores portuários poderão ser negociadas livremente, sem interferência governamental direta, desde que respeitadas as normas de concorrência. Isso favorece um ambiente mais competitivo e transparente no setor.

Atualmente, a precificação dos serviços portuários no Brasil segue um modelo regulado, onde os preços são estabelecidos ou supervisionados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). As regras variam dependendo do tipo de porto e serviço.

Em Portos Públicos, as autoridades portuárias estabelecem as tarifas para uso da infraestrutura, como atracação, armazenagem e movimentação de cargas. Essas tarifas devem ser previamente aprovadas pela Antaq, garantindo que não haja abusos de preços.

Nos Terminais Privados, os preços são definidos livremente pelos operadores, sem necessidade de aprovação prévia da Antaq, mas devem seguir regras de concorrência justa.

Em Operadores Portuários, as empresas que movimentam cargas dentro dos portos públicos podem negociar valores livremente, mas precisam seguir normas regulatórias e não podem praticar preços abusivos.

Por fim, o Maritime Single Window (MSW) é um sistema que centraliza e digitaliza a troca de informações logísticas entre os diferentes agentes do setor. Essa iniciativa busca reduzir a burocracia e agilizar os processos portuários, permitindo maior integração e eficiência na gestão das operações.

FONTE: Portal be News
Deputado propõe nova regulamentação para Sistema Portuário Brasileiro | BE News

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Montadora de carro da China são alvo de investigação e correm risco!

As importações de veículos no Brasil superaram as exportações pela primeira vez desde 2015, refletindo uma mudança importante no mercado automotivo nacional. Em 2024, foram vendidas 467.000 unidades de carros importados, enquanto as exportações somaram 398.000 unidades. Esse cenário é fortemente influenciado pela entrada de novas montadoras chinesas no mercado brasileiro, como a BYD e a GWM.

O crescimento acelerado das importações de veículos chineses, que aumentaram 317% em 2024, gerou tensões no setor automotivo. Marcas com fábricas no Brasil solicitaram ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) uma investigação sobre práticas de dumping por parte das empresas chinesas. Dumping é uma prática de comércio desleal, onde produtos são vendidos a preços mais baixos que os custos de produção, distorcendo a concorrência.

Por que as marcas chinesas estão no centro da investigação?

A investigação mira especialmente as fabricantes BYD e GWM, que juntas venderam 106.000 veículos eletrificados, correspondendo a 60% dos carros eletrificados importados. Isso levanta suspeitas de que essas igrejas possam estar empregando práticas de dumping, algo que a União Europeia já está combatendo com aumentos de tarifas de importação.

As representações dessas empresas no Brasil, no entanto, negam quaisquer irregularidades. A GWM, por exemplo, informa que opera seguindo as normas internacionais de comércio e está expandindo sua produção localmente. A BYD também reafirma seu compromisso com práticas éticas, destacando o investimento em um complexo industrial em Camaçari, Bahia.

Imagem de montadora de carros – Créditos: depositphotos.com / phonlamai

Como o dumping impacta o mercado automotivo brasileiro?

O crescimento das importações a baixos preços pode prejudicar fábricas locais, ameaçar empregos e enfraquecer a indústria nacional. A Anfavea destaca a necessidade de manter uma concorrência justa no mercado, protegendo os interesses não só dos fabricantes, mas também de clientes e concessionárias. Em resposta à crescente pressão, a associação já solicitou ao governo federal a antecipação do aumento do imposto de importação para veículos eletrificados, que poderia subir de 18% para 35% até 2026.

O que esperar do mercado de carros eletrificados no Brasil?

Com a introdução das marcas chinesas e sua oferta competitiva de veículos eletrificados, o mercado brasileiro se prepara para um aumento nas opções de carros sustentáveis. A abertura de fábricas locais por empresas como BYD e GWM pode representar um passo importante para o crescimento da produção nacional e a criação de empregos. Contudo, o resultado da investigação de dumping será crucial para definir o equilíbrio competitivo.

Independentemente dos desafios regulatórios e de competição, o avanço no mercado de carros eletrificados apresenta uma oportunidade significativa para a inovação e sustentabilidade na indústria automotiva. A presença crescente de veículos importados de diversas origens é um sinal do dinamismo do mercado e um incentivo para que os fabricantes locais sigam aprimorando suas ofertas e práticas de forma competitiva.

FONTE: Terra Brasil Notícia
Montadora de carro da China são alvo de investigação e correm risco! – Terra Brasil Notícias

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