Países passam a compor o bloco na condição de parceiros, com status inferior ao dos membros efetivos, mas com possibilidade de participarem de cúpulas e reuniões temáticas.

Sob presidência do Brasil, o Brics anunciou nesta sexta-feira (17) a entrada de nove países no grupo, entre os quais Cuba e Bolívia. Esses países passam a compor o bloco na condição de parceiros, com status inferior ao dos membros efetivos, mas com possibilidade de participarem de cúpulas e reuniões temáticas. Venezuela acusa o Brasil de agressão e hostilidade após cúpula do BRICS.

A discussão sobre a criação da nova categoria aconteceu durante a cúpula do ano passado, na Rússia, e vem na esteira das recentes decisões do bloco de ampliar o número de membros.

Conforme o anúncio desta sexta, passam a integrar o Brics na categoria de países parceiros:

  • Belarus;
  • Nigéria;
  • Bolívia;
  • Cazaquistão;
  • Cuba;
  • Malásia;
  • Tailândia;
  • Uganda;
  • Uzbequistão.

    Originalmente, o grupo era formado por Brasil, Rússia, Índia e China e tinha a sigla Bric. Depois, a partir de 2010, passou a contar também com a África do Sul e passou a se chamar Brics.
    Desde 2023, foram iniciadas as negociações para ampliação grupo. Na cúpula daquele ano, na África do Sul, foi aprovada a entrada de mais seis países, entre os quais: Egito, Etiópia e Irã. Embora fizesse parte dessa lista, a Argentina, após a posse de Javier Milei, desistiu de integrar o grupo.

Segundo a nota divulgada nesta sexta, embora o anúncio aconteça sob a presidência do Brasil, a conclusão das negociações aconteceu ainda em 2024, quando, sob presidência russa, o Brics passou a discutir a ampliação do grupo, com a criação dos países parceiros.

Professores especialistas nas áreas de relações exteriores e economia ouvidos pela Globo News entendem que o efeito prático da entrada desses países por meio da nova categoria tem efeito mais geopolítico que econômico, uma vez que ampliam as áreas de influência da Rússia e da China.

https://g1.globo.com/jornal-da-globo/video/venezuela-acusa-o-brasil-de-agressao-e-hostilidade-apos-cupula-do-brics-13043019.ghtml

Presidência brasileira

A presidência brasileira do Brics começou em 1 de janeiro e tem duração de um ano. Ao todo, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu cinco prioridades de discussão ao longo de 2025:

  • Facilitação do comércio e investimentos entre os países do grupo, por meio do desenvolvimento de novos meios de pagamento;
  • Promoção da governança inclusiva e responsável da Inteligência Artificial;
  • Aprimoramento das estruturas de financiamento para enfrentar mudanças climáticas;
  • Estímulo aos projetos de cooperação entre países do Sul Global, com foco em saúde pública;
  • Fortalecimento institucional do bloco.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, embora a presidência brasileira tenha duração de um ano, o governo decidiu concentrar as atividades relacionadas ao Brics no primeiro semestre deste ano.

Isso porque no segundo semestre o Brasil sediará em Belém (PA) a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

FONTE: G1
Sob presidência do Brasil, Brics anuncia entrada de Cuba, Bolívia e mais sete países como parceiros | Política | G1