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Governo mantém mistura de biodiesel em 14% para conter alimentos

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu suspender o aumento da mistura de biodiesel ao diesel para 15%, mantendo o percentual atual de 14%, vigente desde março de 2024. A medida busca priorizar a destinação da soja para a alimentação e, assim, conter a alta nos preços dos alimentos.

A soja é a principal matéria-prima do biodiesel no Brasil e desempenha papel essencial na produção de óleo de cozinha e ração animal. Reduzindo a demanda da oleaginosa para biocombustíveis, o governo espera aumentar sua oferta no mercado alimentício, ajudando a reduzir a inflação dos alimentos. “O preço dos alimentos é a grande prioridade do nosso governo”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Impactos
Embora o governo justifique a decisão com base no controle da inflação, associações do setor e analistas de mercado argumentam que a expansão do biodiesel e do etanol de milho não teria impacto significativo nos preços dos alimentos. A hipótese foi levantada no início deste mês pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além da decisão sobre a mistura do biodiesel, o CNPE aprovou a criação de uma operação conjunta entre órgãos do governo federal para combater fraudes na mistura obrigatória do biocombustível ao diesel. Segundo o ministro Silveira, a concorrência desleal gerada por essas fraudes desestimula investimentos no setor e compromete a sustentabilidade da cadeia de suprimentos.

Reforço na fiscalização
Diante desse cenário, o governo determinou a criação de um grupo de trabalho para ampliar a fiscalização na mistura do biodiesel. O objetivo é garantir uma concorrência justa e evitar irregularidades que pressionam o preço do diesel comercial. O grupo também analisará formas de ampliar o uso de outras oleaginosas na fabricação do biodiesel, reduzindo a dependência da soja.
A decisão do CNPE também leva em conta o impacto do aumento da mistura de biodiesel no preço final do diesel. O biocombustível tende a ser mais caro que o diesel fóssil, e essa relação de custo pode afetar o transporte de cargas e, consequentemente, a inflação geral.
No início do mês, a Petrobras elevou em mais de 6% o preço médio do diesel para distribuidoras, chegando a R$ 3,72 por litro. Esse foi o primeiro reajuste no valor do combustível em mais de um ano. Apesar do aumento, o governo minimizou os impactos e afirmou que monitora eventuais reações de categorias como os caminhoneiros. Até o momento, não há registros de alertas sobre insatisfação por parte desses profissionais.
A decisão do governo sobre a mistura do biodiesel sinaliza um compromisso com o controle da inflação dos alimentos, mas gera preocupações no setor energético e entre produtores de biocombustíveis. Os próximos meses serão decisivos para avaliar os efeitos dessa medida no abastecimento de combustíveis e na economia como um todo.

FONTE: O Estado CE
Governo mantém mistura de biodiesel em 14% para conter alimentos – O Estado CE

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Disparada nos preços leva governo a adiar exigência de maior uso de biocombustível no diesel

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou nesta terça-feira, 18, a manutenção do porcentual mínimo obrigatório de biodiesel ao óleo diesel em 14% até “posterior deliberação”. A decisão foi tomada na primeira reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em 2025.

No fim de 2023, o CNPE havia definido para março de 2024 a mistura de 14% de biodiesel ao diesel (B14), com a previsão de chegar a 15% (B15) em 2025. Além da redução da emissão de dióxido de carbono na atmosfera, foi citada a redução da importação do combustível fóssil.

Silveira defendeu um reforço da fiscalização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) sobre a mistura em 14%. Ele citou deficiências na fiscalização do regulador e declarou que há denúncias de que algumas distribuidoras não estão fazendo a mistura. O ministro reiterou que a manutenção do porcentual não causa insegurança jurídica.

Uma ala do governo defendia a manutenção do porcentual em 14% e a derrubada do cronograma que previa a adoção do B15 (mandato de 15%) a partir de 1º de março. O pedido de manutenção da mistura partiu da Casa Civil, de acordo com pessoas a par das discussões.

O preço do diesel disparou na primeira quinzena de fevereiro, conforme o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), que monitora as transações em 21 mil postos de abastecimento do Brasil.

Ante o mesmo período do mês anterior, o preço médio por litro do diesel comum subiu 4,65%, de R$ 6,23 para R$ 6,52; e o do diesel S10 subiu 4,93%, de R$ 6,29 para R$ 6,60 de acordo com levantamento divulgado na sexta-feira, 14.

O motivo alegado nos bastidores para a manutenção da mistura nos níveis atuais é o potencial aumento do preço do óleo diesel ao consumidor. Após o preço do combustível subir mais de R$ 0,28 (R$ 0,22 pelo reajuste da Petrobras e R$ 0,06 pelo aumento do ICMS estadual), o governo quer evitar novas altas, em momento no qual o Palácio do Planalto está preocupado com a inflação resistente e com a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outro argumento usado pelo governo é a alta de 29% do preço do óleo de soja em 2024, principal matéria-prima do biocombustível, e o receio de que a maior demanda do produto para produção de biocombustível poderá afetar o preço do óleo envasado, utilizado na alimentação.

O setor do biodiesel prevê impacto limitado, de R$ 0,01, no preço do óleo diesel na bomba a partir do aumento da mistura. Já distribuidoras de combustíveis estimam aumento de até R$ 0,02 no preço do óleo diesel ao consumidor a partir do maior teor de biodiesel.

Os fabricantes consideravam que não havia risco de mudança. Entidades do setor chegaram a intensificar conversas com integrantes do governo a fim de desmobilizar eventual alteração no cronograma.

As entidades do setor argumentam que impedir o aumento da mistura do biodiesel ao óleo diesel pode trazer impactos econômicos superiores ao aumento de R$ 0,01 no preço final do combustível. As usinas avaliam que qualquer mudança no cronograma previsto poderia desestruturar a cadeia produtiva do óleo e do farelo de soja.

Entre os efeitos potenciais avaliados pelo setor estão retração de investimentos já anunciados pelas usinas, consequente queda de geração de emprego e renda pela indústria, aumento da importação de diesel, o que afetaria balança comercial e aumento nos preços das carnes, em virtude de um possível menor esmagamento de soja e produção de farelo de soja — utilizado na alimentação animal.

Outro argumento é que a mudança no cronograma há menos de 15 dias antes da implementação traz perda de previsibilidade ao setor, que já tem contratos fechados com fornecedores considerando a evolução da mistura programada há mais de um ano. O setor de biocombustíveis também cobra do governo colocar em prática o que foi regulamentado na lei do Combustível do Futuro.

Do lado dos aspectos ambientais, o setor argumenta ao governo que a demonstração pública da adoção de uma matriz energética renovável torna-se ainda mais relevante no ano que o País sediará a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30).

FONTE: Estadão 150
Disparada nos preços leva governo a adiar exigência de maior uso de biocombustível no diesel – Estadão

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Missão do Mapa na Alemanha amplia mercados e reforça compromisso com a sustentabilidade

Delegação brasileira participa da Fruit Logistica, promove diálogo com autoridades alemãs e apresenta iniciativas para o avanço do agro sustentável

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) concluiu com sucesso sua missão oficial à Alemanha, realizada entre os dias 3 e 5 de fevereiro. A delegação brasileira marcou presença na Fruit Logistica 2025, o maior evento global do setor de frutas e hortaliças frescas, além de cumprir uma intensa agenda de reuniões estratégicas com autoridades alemãs e representantes do setor produtivo. O objetivo foi fortalecer as relações bilaterais, ampliar a presença dos produtos brasileiros no mercado internacional e reforçar a imagem do Brasil como referência em sustentabilidade agropecuária.

A participação brasileira na Fruit Logistica é essencial para a promoção comercial das frutas nacionais. O Brasil, um dos maiores produtores mundiais, se destaca não apenas pela qualidade e diversidade de seus produtos, mas também pelo compromisso com a inovação e as boas práticas agrícolas. Com cerca de 50 empresas do setor presentes no evento, sob coordenação da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), o país consolidou sua posição como um parceiro estratégico no fornecimento global de alimentos frescos e saudáveis.

REUNIÕES BILATERAIS E FORTALECIMENTO DE PARCERIAS

Além da feira, a missão incluiu um encontro com a diretora-geral do Ministério da Agricultura da Alemanha, Swantje Nilsson. A reunião abordou temas como a cooperação comercial entre os dois países, o Acordo Mercosul-União Europeia, o recente foco de febre aftosa e as práticas sustentáveis adotadas pelo Brasil.

Outro destaque foi a participação do secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua, como palestrante na 18ª Conferência Latino-Americana da Economia Alemã. Durante sua apresentação, ele detalhou oportunidades de negócios para investidores alemães e destacou iniciativas brasileiras, como o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD) e a Lei do Biocombustível do Futuro, reforçando o compromisso do Brasil com uma produção agropecuária sustentável.

DIÁLOGO COM SETORES ESTRATÉGICOS E A IMPRENSA

A delegação brasileira também participou de um encontro sobre o Regulamento Europeu de Cadeias Livres de Desmatamento (EUDR), com representantes dos setores de carne bovina, soja e café. A Alemanha, maior compradora do café brasileiro na Europa, tem papel fundamental no comércio do produto, o que reforça a importância do diálogo sobre as regulamentações ambientais e o fortalecimento das exportações nacionais.

Para ampliar a visibilidade das ações do Brasil, a missão incluiu um bate-papo com a imprensa alemã, destacando os avanços na redução do desmatamento, as práticas sustentáveis da agropecuária nacional e o papel do Brasil como fornecedor confiável de alimentos ao mundo.

Com essa missão, o Mapa reafirma o compromisso do Brasil com a sustentabilidade, inovação e abertura de novos mercados, garantindo que os produtos agropecuários brasileiros continuem a ganhar espaço no cenário global.

Informações à imprensa
imprensa@agro.gov.br
FONTE: Missão do Mapa na Alemanha amplia mercados e reforça compromisso com a sustentabilidade — Ministério da Agricultura e Pecuária

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