Governo chinês afirmou, nesta terça-feira (8), que vai retaliar medida inaceitável do americano
A tensão entre China e Estados Unidos voltou a escalar nesta terça-feira (8), após o governo chinês prometer que lutará contra as tarifas americanas “até o fim”. A reação veio após o presidente Donald Trump ameaçar novas taxas sobre produtos chineses, intensificando o embate comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Mesmo com o impacto negativo nas Bolsas na segunda-feira (7), Trump não demonstrou intenção de rever sua política comercial agressiva. A queda global nos mercados refletiu o receio de uma possível recessão mundial provocada pela disputa tarifária.
Na semana passada, a China respondeu às tarifas impostas pelo Estado Unidos anunciando uma taxa de 34% sobre produtos americanos, com início marcado para a próxima quinta-feira (9). Pouco depois, Trump rebateu a medida ameaçando elevar as tarifas a um total de 104%.
“Tenho um grande respeito pela China, mas não podem fazer isso”, disse Trump na Casa Branca.
A postura americana foi criticada pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, que condenou as “pressões, ameaças e chantagens” dos Estados Unidos. Já o Ministério do Comércio chinês classificou a atitude como “um erro após o outro” e afirmou que as ameaças americanas “expõem, mais uma vez, a natureza chantagista dos Estados Unidos”.
“Os Estados Unidos insistem em seguir seu próprio caminho, a China lutará até o fim”, declarou o ministério. A nota acrescenta que o país asiático tomará “contramedidas” para proteger seus “direitos e interesses”, embora mantenha o apelo por “diálogo”.
Oscilações nos mercados
As Bolsas registraram uma recuperação nesta terça-feira (8), após uma segunda-feira de quedas nos mercados da Ásia, Europa e Estados Unidos.
Tóquio fechou em alta de mais de 6%, após ter caído 8%. Na Europa, os principais índices também abriram com valorização.
Especialistas apontam que a guerra comercial pode trazer efeitos negativos como inflação, aumento do desemprego e desaceleração do crescimento econômico global.
Trump argumenta que os Estados Unidos foram “saqueados” economicamente por outras nações ao longo dos anos. Por isso, na semana passada, anunciou uma tarifa geral de 10% sobre todos os produtos importados, além de taxas específicas para determinados países: 20% para membros da União Europeia e 46% para o Vietnã, que entra em vigor a partir de quarta-feira (9).
Diante da medida, os 27 países da União Européia tentaram articular uma resposta conjunta e propuseram uma isenção total e recíproca de tarifas para produtos industriais, incluindo automóveis.
“Não, não é suficiente”, rebateu Trump, criticando os europeus por não comprarem produtos industriais americanos em volume satisfatório.
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, declarou que as tarifas anunciadas em 2 de abril visam fortalecer a posição dos EUA nas negociações. Segundo ele, quase 70 países já entraram em contato com Washington, e o presidente Trump estará pronto para negociar quando houver garantias sobre a abertura dos mercados estrangeiros aos produtos americanos.
FONTE: Rádio Itatiaia
China promete lutar ‘até o fim’ contra tarifas anunciadas por Trump nos EUA – Rádio Itatiaia