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Economia, Gestão, Importação, Mercado Internacional, Negócios, Notícias, Tributação

China elevará tarifa para importações dos EUA de 34% para 84%, em nova retaliação

Isso ocorre após o último aumento tarifário dos EUA

O Ministério das Finanças da China emitiu na manhã desta quarta-feira, 9, pelo horário de Brasília, uma nova decisão da Comissão Tarifária do Conselho de Estado chinês que eleva a tarifa para produtos importados dos Estados Unidos de 34% para 84%, com base nos “princípios básicos do direito internacional”.

A medida entrará em vigor a partir da 00h01 (horário local) do dia 10 de abril de 2025.

“A China insta os EUA a corrigirem imediatamente suas práticas equivocadas, a cancelarem todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China e a resolverem adequadamente as diferenças por meio de um diálogo igualitário, baseado no respeito mútuo”, diz a nota.

O ministério chinês classifica o aumento de tarifas adicionais pelos americanos contra o país como “um erro em cima de outro” e alega que a medida infringe gravemente os direitos e interesses legítimos da potência asiática, além de prejudicar o sistema comercial multilateral baseado em regras e impactar “seriamente” a estabilidade da ordem econômica global.

“É um exemplo típico de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica”, acrescenta.

A medida de Pequim veio logo após os EUA aplicarem tarifa adicional de 50% a importações de produtos chineses, elevando o total para 104%.

A escalada repetida das tarifas ameaça paralisar o comércio entre duas das economias mais importantes do mundo.

O governo Trump anunciou uma nova política tarifária abrangente na semana passada e alertou outros países para não retaliarem. Algumas nações, incluindo o Japão, parecem dispostas a negociar tarifas, mas a China adota uma postura mais dura.

China: Para Xi Jinping, ceder a Trump não é uma opção

Estados Unidos desencadeou guerra comercial com China ao anunciar aumento de tarifas para país asiático; adicional de 50% pode elevar tarifa dos EUA sobre produtos chineses para 104%

Ainda nesta quarta, a China disse à Organização Mundial do Comércio (OMC) que a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas recíprocas a Pequim ameaça desestabilizar ainda mais o comércio global.

“A situação se agravou perigosamente. Como um dos membros afetados, a China expressa séria preocupação e firme oposição a esse movimento imprudente”, disse a China em uma declaração à OMC nesta quarta-feira, que foi enviada à Reuters pela missão chinesa na OMC.

FONTE: Estadão
China retalia EUA, escala guerra comercial, e tarifa sobre produtos americanos chega a 84% – Estadão

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Comércio Exterior, Economia, Exportação, Gestão, Informação, Notícias, Tributação

Com tarifaço, suco de laranja pode pagar mais de R$ 1 bilhão para entrar nos EUA

A cadeia de suco de laranja também está preocupada com o tarifaço do presidente americano Donald Trump.

A ordem executiva de uma tarifa adicional de 10% sobre o suco pode representar R$ 100 milhões a mais de impostos pagos pelas exportadoras brasileiras. No geral, se levado em conta todos os tributos incidentes sobre a entrada da bebida, são US$ 200 milhões ou R$ 1,1 bilhão anuais, revela a CitrusBR, entidade que representa as exportadoras Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus.

Os Estados Unidos respondem por 37% das exportações brasileiras do produto. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela CitrusBR, entre julho de 2024 e fevereiro de 2025, foram embarcadas 207,2 mil toneladas de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ 66 Brix), no valor de US$ 879,8 milhões em faturamento.

Com base no desempenho atual da safra 2024/25 e projetando-se uma exportação anualizada de 235,5 mil toneladas ao mercado americano, o impacto da nova tarifa pode atingir cerca de US$ 100 milhões por ano, ou R$ 585 milhões considerando o câmbio de R$ 5,85 por dólar.

Esse valor se soma aos tributos já incidentes, como a tarifa de US$ 415 por tonelada de FCOJ equivalente a 66 Brix. Segundo a CitrusBr, apenas em 2024, esse tributo representou US$ 85,9 milhões em pagamentos. Assim, somando-se as tarifas atuais e a nova medida, o total de impostos pode atingir cerca de US$ 200 milhões anuais, ou aproximadamente R$ 1,1 bilhão.

Apesar do cenário, a CitrusBr afirma que as que “empresas brasileiras seguem, de forma individual e com base em suas estratégias comerciais, abastecendo o mercado dos Estados Unidos com suco de laranja de alta qualidade”.

“O setor lamenta, no entanto, que a medida tenha sido adotada sem considerar o histórico de complementaridade entre a produção brasileira e a indústria da Flórida, além da relação de longo prazo com empresas engarrafadoras que atuam nos Estados Unidos.”

Fonte: Globo Rural
Com tarifaço, suco de laranja pode pagar mais de R$ 1 bilhão para entrar nos EUA

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Comércio Exterior, Economia, Gestão, Industria, Informação, Negócios, Notícias, Tributação

Ex-chefe da OMC vê menos comércio e mais inflação com tarifas dos EUA

Roberto Azevêdo diz que correção de curso de Trump terá que vir de pressão doméstica

Roberto Azevêdo, o diplomata brasileiro aposentado que liderou a Organização Mundial do Comércio entre 2013 e 2020, acredita que Donald Trump pode eventualmente ser forçado a suavizar sua política tarifária – mas apenas sob pressão crescente do Congresso, dos tribunais e do setor privado dos EUA.

“Duvido que qualquer correção de curso venha espontaneamente da Casa Branca”, disse Azevêdo. Em sua opinião, a pressão por ajustes nas novas regras aumentará à medida que os consumidores começarem a sentir a picada do aumento dos preços das importações e a economia dos EUA desacelerar ou reverter. “Há uma expectativa crescente nos EUA de uma recessão iminente. O aumento da inflação é uma certeza matemática.”

O Sr. Azevêdo é atualmente o presidente global de operações da Ambipar, uma empresa brasileira de serviços ambientais. Ele concorda com muitos analistas que veem a nova política dos EUA como uma ruptura com a ordem internacional e diz que as disputas provocadas por essas tarifas inevitavelmente se espalharão para relações diplomáticas mais amplas. Abaixo estão os principais trechos da entrevista dada pelo Sr. Azevêdo de sua casa em Stamford, Connecticut:

ValorComo você caracterizaria as mudanças trazidas pelas tarifas impostas pelos EUA?

Roberto Azevêdo: Acho que estamos testemunhando um momento verdadeiramente histórico – e não uso esse termo levianamente. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, quando as instituições de Bretton Woods foram criadas – junto com as Nações Unidas – o sistema vem evoluindo. Estamos falando de 1947, quase 80 anos atrás. A ordem internacional – tanto política quanto econômica – desenvolveu-se por meio de instituições como a ONU, o Conselho de Segurança, a Organização Mundial da Saúde, a Organização Internacional do Trabalho, o FMI, o Banco Mundial e a OMC, que já foi GATT. O sistema que temos hoje não é o mesmo de 1947. Evoluiu por meio de negociações e adaptações, acompanhando as realidades políticas e econômicas.

O que estamos vendo agora não é evolução – é uma ruptura com a ordem que vem se desenvolvendo nas últimas oito décadas. Economicamente, isso é evidente nas tarifas que o presidente Trump está impondo, que violam as regras acordadas ao longo de décadas. Mas também é político: a retirada dos EUA da OMS, do Acordo Climático de Paris e seu questionamento de várias outras organizações e agências. É uma ruptura profunda e séria – e ainda não sabemos o que virá a seguir.

ValorAo causar tanta perturbação e insatisfação globalmente, os EUA estão se tornando um parceiro menos confiável?

Sr. Azevêdo: Dado o colapso contínuo de vários acordos – incluindo aqueles feitos durante o primeiro mandato de Trump – qualquer negociador que aceite uma oferta dos EUA pelo valor de face, sem considerar o contexto político e econômico mais amplo, está assumindo um sério risco. Aceitar cegamente o que é colocado na mesa neste ambiente é extremamente perigoso.

ValorA China e a UE já responderam às tarifas dos EUA. Que impacto esse amplo aumento nas tarifas pode ter na economia global?

Sr. Azevêdo: Historicamente, a última vez que vimos algo semelhante foi em 1930, quando os EUA aprovaram a Lei Tarifária Smoot-Hawley – sem dúvida o precedente mais próximo. Essa legislação aumentou as tarifas sob o pretexto de aumentar a receita tributária. O que se seguiu foi uma depressão comercial – distinta da depressão econômica mais ampla – que viu dois terços do comércio global desaparecerem em quatro anos. Não foi apenas o aumento das tarifas dos EUA, mas as retaliações que se seguiram.

ValorA animosidade provocada pelas tarifas pode afetar outros aspectos das relações diplomáticas? Ou essas disputas permanecem confinadas ao comércio?

Sr. Azevêdo: Raramente eles ficam confinados. Eu diria com alta probabilidade que essas tensões se espalharão para outras áreas da política internacional. Especialmente quando as tarifas são usadas para pressionar os países em questões não comerciais. Veja o Canadá e o México, onde os EUA usaram a influência comercial para pressionar por controles de fronteira mais fortes e fiscalização da migração. Até a Dinamarca foi pega pela Groenlândia. Então, sim, as tensões comerciais muito provavelmente afetarão outros aspectos das relações exteriores.

Geopoliticamente, isso já está acontecendo. Você vê a China se engajando em negociações de alto nível com aliados tradicionais dos EUA – Europa, Japão, Coreia do Sul. Rotas da cadeia de suprimentos, parcerias internacionais – tudo isso terá que ser repensado. A definição de um parceiro confiável está sendo reexaminada.

ValorCom os mercados financeiros reagindo negativamente, há uma chance de Trump ajustar sua política tarifária?

Sr. Azevêdo: Duvido que tal mudança venha voluntariamente da Casa Branca. Mas pode acontecer se o Congresso, os tribunais e, especialmente, o setor privado começarem a pressionar. A desaceleração do mercado não é acidental – é um reflexo da crescente preocupação com uma recessão iminente. O aumento da inflação é uma certeza matemática. A inflação é inevitável.

A única coisa que poderia detê-lo seria uma recessão severa que deprime a demanda o suficiente para impedir que os preços subam. Quem se beneficia das tarifas? Alguns setores nos EUA A ideia é trazer as fábricas de volta ao solo americano – mas isso não vai acontecer da noite para o dia. Pode levar cinco anos ou mais.

Alguns estados podem se beneficiar. Alguns milhares de pessoas podem conseguir emprego em fábricas recém-realocadas – mas apenas se essas mudanças forem viáveis. Muitas vezes, fatores logísticos e econômicos inviabilizam a realocação.

A verdadeira questão é que quaisquer benefícios serão isolados, enquanto os custos serão generalizados. A inflação afeta a todos, independentemente de tendências políticas ou econômicas. A recessão cortará empregos em todos os setores. Isso cria uma pressão política doméstica real e intensa. Não tenho certeza de quanto tempo essa política da Casa Branca pode durar sem ajustes. Como esses ajustes vêm – por meio de negociações ou de outra forma – eu não posso dizer. E duvido que alguém mais possa, também.

ValorSe essas tarifas persistirem ao longo do ano, qual será o impacto no comércio global e na economia em geral?

Sr. Azevêdo: Essa é outra certeza matemática. As tarifas, não importa onde sejam aplicadas ou a quem sejam direcionadas, levarão a dois resultados: um declínio no comércio global – já que a demanda cairá – e uma reconfiguração dos fluxos comerciais. As mercadorias bloqueadas em um mercado serão redirecionadas para outro lugar. Esses mercados, por sua vez, se moverão para se proteger. A UE já está se preparando para um aumento nos produtos chineses. Eles disseram o que todos estão pensando: produtos destinados aos EUA, China, Europa ou Índia agora precisarão encontrar novos destinos. Isso vai criar uma competição acirrada pelos mercados. E nada disso ajuda o crescimento econômico global.

ValorApesar das consequências negativas, alguns países ainda podem se beneficiar? Por exemplo, o Brasil, como grande exportador de commodities, poderia encontrar novas oportunidades?

Sr. Azevêdo: Sem dúvida. Vi vários meios de comunicação dos EUA hoje mencionando o Brasil como um potencial beneficiário de curto prazo se as exportações agrícolas dos EUA enfrentarem barreiras. Isso é totalmente plausível. No entanto, por outro lado, não há garantia de que as condições não mudem novamente. Esses são provavelmente ganhos específicos do setor de curto prazo. A duração do benefício é difícil de prever. No curto prazo, sim, alguns setores brasileiros podem aproveitar as oportunidades. Quais? Isso dependerá de como as negociações internacionais se desenrolam e se a retaliação comercial pode ser evitada.

ValorMalaysia is trying to coordinate a regional response among Southeast Asian countries. Do you foresee coordinated reactions to U.S. policy?

Sr. Azevêdo: É quase impensável que os países não se coordenem. Se eu fosse um negociador, estaria sondando outros governos. Como a coordenação acontece, quais são os resultados, se funciona – tudo isso é difícil de dizer. Mas pensar que cada país agirá sozinho ou apenas tentará fechar acordos bilaterais com Washington é uma abordagem tacanha.

ValorEssa coordenação aumentaria a pressão sobre os EUA?

Sr. Azevêdo: É difícil dizer. Pode ir de qualquer maneira. Os EUA podem reagir dobrando a aposta.

ValorPara o Brasil, a coordenação significaria trabalhar por meio do BRICS ou com outros países da América do Sul?

Sr. Azevêdo: Em uma situação como essa, o Brasil deve explorar todos os caminhos – envolver-se com os BRICS, conversar com os vizinhos sul-americanos e considerar quaisquer outras opções. A chave é seguir uma estratégia com a maior chance de sucesso.

FONTE: Valor Internacional
Ex-chefe da OMC vê menos comércio e mais inflação com tarifas dos EUA | Economia | valorinternational

 

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Boletim Focus mantém projeções estáveis para PIB, inflação e juros em 2025

Expectativa para expansão da economia este ano é 1,97%.

As previsões do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2025 – a expansão da economia e o índice de inflação – ficaram estáveis na edição desta segunda-feira (7) do Boletim Focus. A pesquisa realizada com economistas é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).

Para este ano, a expectativa para o crescimento da economia está em 1,97%. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país – também foi mantida em 1,6%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2% para os dois anos.

Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%.

A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,90 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,99.

Inflação

A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – para 2025 foi mantida em 5,65% nesta edição do Boletim Focus. Para 2026, a projeção da inflação ficou em 4,5%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,78%, respectivamente.

A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Puxada pela alta da energia elétrica, em fevereiro a inflação oficial ficou em 1,31%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior resultado desde março de 2022 quando tinha marcado 1,62%, e o mais alto para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%). Em 12 meses, o IPCA soma 5,06%.

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 14,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o BC aumentar mais uma vez os juros em um ponto percentual na última reunião, em março, o quinto aumento seguido da Selic em um ciclo de contração na política monetária.

Em comunicado, o Copom informou que a economia brasileira está aquecida, apesar de sinais de moderação na expansão. Segundo o colegiado, a inflação cheia e os núcleos (medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia) continuam em alta. O órgão alertou que existe o risco de que a inflação de serviços permaneça alta e informou que continuará a monitorar a política econômica do governo.

Em relação às próximas reuniões, o Copom informou que elevará a Selic “em menor magnitude” na reunião de maio e não deixou pistas para o que acontecerá depois disso. Além de esperada pelo mercado financeiro, a elevação em um ponto havia sido anunciada pelo Banco Central na reunião de janeiro.

Até dezembro próximo, a estimativa do mercado financeiro é que a taxa básica suba para 15% ao ano. Para 2026, 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida para 12,5% ao ano, 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

FONTE: News Rondônia
Boletim Focus mantém projeções estáveis para PIB, inflação e juros em 2025 – News Rondônia

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China promete lutar ‘até o fim’ contra tarifas anunciadas por Trump nos EUA

Governo chinês afirmou, nesta terça-feira (8), que vai retaliar medida inaceitável do americano

A tensão entre China e Estados Unidos voltou a escalar nesta terça-feira (8), após o governo chinês prometer que lutará contra as tarifas americanas “até o fim”. A reação veio após o presidente Donald Trump ameaçar novas taxas sobre produtos chineses, intensificando o embate comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Mesmo com o impacto negativo nas Bolsas na segunda-feira (7), Trump não demonstrou intenção de rever sua política comercial agressiva. A queda global nos mercados refletiu o receio de uma possível recessão mundial provocada pela disputa tarifária.

Na semana passada, a China respondeu às tarifas impostas pelo Estado Unidos anunciando uma taxa de 34% sobre produtos americanos, com início marcado para a próxima quinta-feira (9). Pouco depois, Trump rebateu a medida ameaçando elevar as tarifas a um total de 104%.

“Tenho um grande respeito pela China, mas não podem fazer isso”, disse Trump na Casa Branca.

A postura americana foi criticada pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, que condenou as “pressões, ameaças e chantagens” dos Estados Unidos. Já o Ministério do Comércio chinês classificou a atitude como “um erro após o outro” e afirmou que as ameaças americanas “expõem, mais uma vez, a natureza chantagista dos Estados Unidos”.

“Os Estados Unidos insistem em seguir seu próprio caminho, a China lutará até o fim”, declarou o ministério. A nota acrescenta que o país asiático tomará “contramedidas” para proteger seus “direitos e interesses”, embora mantenha o apelo por “diálogo”.

Oscilações nos mercados

As Bolsas registraram uma recuperação nesta terça-feira (8), após uma segunda-feira de quedas nos mercados da Ásia, Europa e Estados Unidos.

Tóquio fechou em alta de mais de 6%, após ter caído 8%. Na Europa, os principais índices também abriram com valorização.

Especialistas apontam que a guerra comercial pode trazer efeitos negativos como inflação, aumento do desemprego e desaceleração do crescimento econômico global.

Trump argumenta que os Estados Unidos foram “saqueados” economicamente por outras nações ao longo dos anos. Por isso, na semana passada, anunciou uma tarifa geral de 10% sobre todos os produtos importados, além de taxas específicas para determinados países: 20% para membros da União Europeia e 46% para o Vietnã, que entra em vigor a partir de quarta-feira (9).

Diante da medida, os 27 países da União Européia tentaram articular uma resposta conjunta e propuseram uma isenção total e recíproca de tarifas para produtos industriais, incluindo automóveis.

“Não, não é suficiente”, rebateu Trump, criticando os europeus por não comprarem produtos industriais americanos em volume satisfatório.

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, declarou que as tarifas anunciadas em 2 de abril visam fortalecer a posição dos EUA nas negociações. Segundo ele, quase 70 países já entraram em contato com Washington, e o presidente Trump estará pronto para negociar quando houver garantias sobre a abertura dos mercados estrangeiros aos produtos americanos.

FONTE: Rádio Itatiaia
China promete lutar ‘até o fim’ contra tarifas anunciadas por Trump nos EUA – Rádio Itatiaia

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Mercados dos EUA afundam-se ainda mais após Europa oferecer abertura a tarifas “zero por zero”

A queda do mercado bolsista norte-americano agravou-se esta segunda-feira, com os compradores relutantes em intervir, apesar das especulações sobre possíveis acordos comerciais e dos sinais de que a Europa poderá estar pronta a aliviar as tensões, adotando um tom menos conflituoso.

Relatos não confirmados de que o conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hassett, tinha sugerido uma possível pausa de 90 dias nas novas tarifas ofereceram uma breve centelha de esperança, mas esse otimismo rapidamente se desvaneceu.

Às 15:30, hora de Lisboa, o S&P 500 tinha caído 1,3% para 5.010 pontos, o nível mais baixo desde o início de 2024, aumentando as perdas acumuladas do índice para quase 12% desde o anúncio das tarifas da semana passada – uma das suas quedas mais acentuadas na história do pós-guerra, rivalizando com a “segunda-feira negra” de outubro de 1987 e a crise financeira global de 2008.

Desde o seu pico em fevereiro, o índice de referência caiu 20%, marcando o início de um mercado técnico em baixa.

As perdas continuaram a ser generalizadas entre os índices dos EUA, com o Dow Jones a cair 2% e o Nasdaq 100, de alta tecnologia, a cair 1%.

As ações tecnológicas de grande capitalização permaneceram sob pressão. A Tesla caiu 5.5% no próprio dia e o seu valor caiu para metade desde os máximos de 2024. A Apple perdeu 3.5%, elevando o seu declínio total para 30% em relação aos níveis máximos.

Em contrapartida, os investidores procuraram refúgio em nomes defensivos e contra-cíclicos. A Dollar Tree ganhou 7%, enquanto a Brown-Forman Corp subiu 4,7% e a GE Vernova subiu 4,4%, à medida que os investidores se deslocavam para setores considerados mais resistentes durante as recessões económicas.

Trump defende tarifas em contexto de reações adversas

Na semana passada, Donald Trump anunciou uma nova vaga de tarifas aduaneiras abrangentes que visam uma vasta gama de produtos provenientes da China, da União Europeia e de outros grandes parceiros comerciais.

Na segunda-feira, Trump publicou uma mensagem na plataforma Truth Social, dizendo: “Países de todo o mundo têm vindo a falar connosco. Estão a ser definidos parâmetros duros, mas justos. Falei com o primeiro-ministro japonês esta manhã… A única forma de curar este problema é com TARIFAS, que estão agora a trazer dezenas de milhares de milhões de dólares para os EUA.”

Trump defendeu ainda a estratégia tarifária. “Os Estados Unidos têm a oportunidade de fazer algo que deveria ter sido feito DÉCADAS ATRÁS”, escreveu, enquanto criticava os desequilíbrios comerciais com a China, a UE e o Japão.

“Não sejam fracos! Não sejam estúpidos! Não sejam ‘PANICANOS'”, declarou Trump, cunhando um novo termo para aqueles que se opõem às suas políticas comerciais. Afirmou ainda que as tarifas já estavam a gerar “dezenas de milhares de milhões de dólares” para os EUA e chamou-lhes “uma coisa bonita de se ver”.

Os principais bancos de investimento mundiais reviram rapidamente as suas previsões económicas à luz dos acontecimentos.

O Goldman Sachs elevou para 45% a probabilidade de recessão nos EUA, citando os riscos de perturbação do comércio e o enfraquecimento da confiança das empresas. O JP Morgan foi mais longe, atribuindo uma probabilidade de 60% de recessão nos próximos doze meses.

Europa abre-se à redução das barreiras comerciais

O choque no mercado segue-se à declaração abrupta de Trump relativa à aplicação de tarifas abrangentes sobre bens estrangeiros – uma medida protecionista que atraiu o escrutínio global. Enquanto a administração permanece firme, sinais de um tom mais conciliatório surgiram da Europa.

O vice-presidente e responsável pela pasta do comércio da Comissão Europeia, Maroš Šefčovič, manifestou disponibilidade para negociar.

“Estamos prontos para discutir tarifas ‘zero por zero’, não apenas para os automóveis, mas também para outros produtos industriais”, destacou, acrescentando que 380 mil milhões de euros em exportações da UE para os EUA, equivalente a cerca de 70% do total das exportações do bloco, estão agora sujeitos a tarifas.

No entanto, criticou a falta de progressos nas conversações com Washington, afirmando que: “Apesar dos esforços da UE, não assistimos a um compromisso que conduza a uma solução mutuamente aceitável”. O comissário também não aceitou as críticas ao regime europeu do imposto sobre o valor acrescentado (IVA), sublinhando a sua importância fiscal para os Estados-membros. “O IVA é uma importante fonte de rendimento dos Estados-membros da UE e não vamos alterar o nosso sistema de IVA.”

“Os mercados estão a reagir à mais importante mudança de paradigma desde a 2.ª Guerra Mundial”, disse Šefčovič.

As ações europeias recuperaram apenas ligeiramente com estas notícias. O Euro STOXX 50 ficou 3,4% abaixo, superando quedas mais pesadas durante a sessão.

FONTE: Euronews
Mercados dos EUA afundam-se ainda mais após Europa oferecer abertura a tarifas “zero por zero” | Euronews

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Dólar fecha em alta após Trump ameaçar China com tarifa adicional de 50%

O dólar à vista voltou a fechar em forte alta diante do real nesta segunda-feira, seguindo a tendência de outras moedas emergentes, em meio à escalada das preocupações com a guerra comercial de Donald Trump.

O presidente americano fez nova ameaça à China, de impor mais 50% em tarifas, caso o país não volte atrás na retaliação contra os produtos americanos anunciada na sexta-feira.

O dólar chegou a registrar uma queda pontual pela manhã em meio ao boato de que os EUA fariam uma pausa nas tarifas para abrir espaço para negociações com outros países, mas o rumor foi logo desmentido pela Casa Branca.

O dólar à vista fechou em alta de 1,30%, a R$ 5,9106, após oscilar entre R$ 5,8169 e R$ 5,9324. Às 17h05, o dólar futuro para maio subia 0,85%, a R$ 5,9335.

Lá fora, o índice DXY tinha alta de 0,42%, aos 103,454 pontos. O euro caía 0,34%, para US$ 1,0917. E a libra recuava 1,37%, a US$ 1,2719.

DataCompraVendaVariaçãoVariação
01/04/20255,68275,6833-0,39%-0,0224
02/4/20255,698 5,69860,27%0,0153
03/4/20255,62795,6285-1,23%-0,0701
04/4/20255,83495,83553,68%0,207%
07/4/20255,915,91061,29%0,0751

Fonte: ADVFN News
Dólar fecha em alta após Trump ameaçar China com tarifa adicional de 50% | ADVFN News

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Como fica o Brasil com as bolsas derretendo no mundo?

Escalada tarifária iniciada por Donald Trump provoca queda nos mercados, alta do dólar e incertezas sobre os rumos da economia global

Os mercados estão instáveis frente à guerra comercial iniciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na última semana, e as respostas de outros países, sobretudo a China, que já anunciou taxas recíprocas de 34%.

O Vix, popularmente conhecido como o “índice do medo” de Wall Street, ultrapassou 60 na manhã de segunda-feira, número mais alto desde agosto passado. Bolsas em todo o mundo abriram essa segunda-feira (7) estendendo o clima negativo visto ao fim da semana passada. Na Ásia, a bolsa de Tóquio chegou a acionar o circuit breaker, interrompendo momentaneamente as operações. O mesmo cenário de perda é visto na Europa e nos mercados dos Estados Unidos.

O Brasil também não passou ileso, com dólar voltando a ser negociado acima de R$ 5,90. A falta de clareza foi tema da fala do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, em evento da autarquia nesta manhã em São Paulo. “Hoje, o tema de incerteza e volatilidade está mais espalhado no mundo”, disse. A incerteza quanto aos próximos passos de Trump e das reações dos países causa a volatilidade dos ativos, explica o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Spinola. Com a economia globalmente interligada, o Brasil também é afetado.

“O Brasil vai ter algum efeito direto das exportações para os EUA. Porém, o maior efeito mesmo vai ser esse indireto, pois a gente não consegue escapar diante disso, principalmente com as empresas que operam nos Estados Unidos e também com as empresas que operam com os preços internacionais e com commodities”, afirma Spinola.

Entre as incertezas, o economista cita possíveis cortes dos juros nos EUA e possíveis efeitos na inflação. “Então, por isso, essa volatilidade tão grande, essa dúvida sobre o que será definitivo ou não. Isso diminui a intenção de comprar renda variável no mundo”, acrescenta. Na avaliação do estrategista-chefe e head de Research da XP, Fernando Ferreira, as incertezas do mercado mexem com as decisões das empresas de investir e gerar lucro e dos consumidores de irem às compras. Esse cenário pode colocar a economia global em recessão.

“Os mercados já estão reagindo fortemente a esse risco. Mais de US$ 10 trilhões evaporaram das Bolsas globais apenas nos últimos 3 dias”, disse em análise publicada na segunda. Segundo levantamento feito por Ferreira, dados históricos mostram que, durante recessões econômicas, o S&P 500 tende a cair entre 20% e 30% desde o pico, com algumas exceções que tiveram quedas maiores (entre -40% e -50% em 1973, 2000 e 2008). Ou seja, de acordo com a reação do mercado, uma recessão já estaria começando a ser precificada. Fernando Ferreira afirma que os investidores esperavam que o presidente Trump trouxesse medidas de redução de gastos e de impostos corporativos aos EUA e que as tarifas ficassem somente no campo da tática de negociação típica do republicano. 

“Não foi o que observamos até agora, pois o governo Trump optou por focar suas energias nas políticas de tarifas, que não são apenas retórica, enquanto as outras pautas parecem ter ficado para depois”, diz. Na manhã desta segunda, o presidente dos EUA afirmou que manterá a sua posição frente às tarifas impostas aos países estrangeiros. “Fomos tratados tão mal por outros países porque tivemos uma liderança estúpida que permitiu que isso acontecesse”, comentou Trump, que descartou um acordo com a China, a menos que o déficit comercial dos EUA com o país asiático diminua.

FONTE: CNN Brasil
Como fica o Brasil com as bolsas derretendo no mundo? | CNN Brasil

 

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Brasil vira ameaça em disputa entre EUA e China pelo controle dos mares

Um disputa entre China e EUA pelo controle das rotas comerciais marítimas no mundo ganha um componente inesperado para o governo de Donald Trump: o alerta por parte do poderoso setor do agronegócio americano diante do que consideram como uma ameaça da concorrência brasileira.

A Casa Branca quer romper o domínio da China no transporte marítimo com uma estratégia em duas frentes. Uma é taxar os navios fabricados por Pequim e a outra, ampliar subsídios para a indústria naval dos EUA.

O problema, segundo os exportadores americanos, é que as medidas ameaçam tirar a competitividade dos produtos dos EUA, principalmente no setor agrícola. Já navios chineses poderiam continuar operando em mercados como o do Brasil.

O resultado seria a substituição dos bens exportados globalmente pelos EUA por bens vendidos pelo agronegócio brasileiro, mais competitivo diante da diferença que poderia ser estabelecida no frete.

O alerta sobre o país surgiu na semana passada, durante audiências marcadas pelo governo Trump para avaliar como cada setor examinava a proposta de lançar uma ofensiva pelo controle dos mares.

Ainda no governo de Joe Biden, os EUA começaram a investigar o domínio da China no setor de construção naval.

Em 2024, os navios porta-contêineres construídos na China detinham 81% do mercado. Na frota de navios para transportar grãos, os chineses representavam 75% da frota global. Nos principais mercados de energia, a China também vem aumentando sua presença. A China agora tem uma participação de 48% no mercado de transportadores de gás liquefeito de petróleo.

Em 12 de março de 2024, cinco sindicatos americanos entraram com uma petição solicitando uma investigação sobre as práticas da China no setor marítimo. O governo acatou o pedido e, em 17 de abril de 2024, Biden solicitou consultas com o governo da China.

A conclusão inicial da investigação determinou que a dominância da China “não é razoável porque desloca empresas estrangeiras, priva as empresas orientadas para o mercado e seus trabalhadores de oportunidades comerciais”.

O domínio chinês ainda aumenta o risco e reduz a resiliência da cadeia de suprimentos dos EUA. A conclusão foi também de que o posicionamento da China nos mares cria riscos de segurança econômica. Segundo o Escritório de Comércio dos EUA, o apoio financeiro da China, as barreiras para empresas estrangeiras, o “roubo” de propriedade intelectual, as políticas de aquisição e as transferências forçadas de tecnologia deram uma vantagem “injusta” ao seu setor de construção naval e marítimo.

Os chineses contestam a tese e alegam que o domínio não ocorreu por acaso. Cientes de seu papel central no comércio mundial, os chineses passaram a investir também no controle do transporte, com enormes investimentos e subsídios do estado para a construção de navios.

Ao chegar ao poder, porém, Trump decidiu ir além. Uma das propostas, agora, é a de aplicar multas e taxas sobre todos os navios fabricados na China que chegam aos portos dos EUA. Para embarcações com mais de mil toneladas, a taxa seria de US$ 1 milhão. Mas a Casa Branca também quer taxar qualquer operadora marítima que use navios fabricados na China. Neste caso, a taxa seria de até US$ 1,5 milhão.

O objetivo é o de forçar o mundo a comprar outros navios e reduzir o controle chinês. Enquanto isso, Trump lança uma operação para trazer de volta aos EUA a fabricação de navios. As multas poderiam chegar a US$ 20 bilhões por ano.

Em seu discurso ao Congresso ainda em 4 de março, Trump anunciou que criaria um novo escritório de construção naval na Casa Branca e prometeu incentivos fiscais para trazer mais construção naval de volta aos EUA.

Ele ainda assinou uma ordem executiva que inclui 18 medidas destinadas a retomar a construção naval dos EUA. Atualmente, os estaleiros americanos produzem menos de uma embarcação comercial de grande porte por ano, concentrando-se quase que exclusivamente em contratos militares.

A ameaça brasileira

Durante as audiências, porém, produtores americanos do setor agrícola se levantaram contra a proposta. No dia 24 de março, diante do USTR —o escritório de Comércio da Casa Branca— o fazendeiro de soja de Indiana e diretor da American Soybean Association (ASA), Mike Koehne, testemunhou contra a iniciativa.

Koehne foi o único representante de um grupo de commodities agrícolas no processo. Além de fazer parte da diretoria da ASA, Koehne faz parte da diretoria do Conselho de Exportação de Soja dos EUA e é presidente da Coalizão de Transporte de Soja.

Diante do governo Trump, ele explicou que depende pessoalmente do comércio marítimo, explicando que algumas de suas colheitas são transportadas por barcaça pelo rio Ohio antes de chegar a um navio a granel no Golfo do México. Os grãos de soja que ele cultiva são transportados por contêineres para o Japão e Taiwan.

“Com suas vias navegáveis interiores, ferrovias e rodovias, acredito que nosso sistema de transporte é nossa vantagem competitiva”, disse. “A ASA apoia a meta de aumentar a capacidade de construção naval doméstica para ajudar na exportação da agricultura dos EUA. Entretanto, a solução proposta nessa investigação gera consequências não intencionais para os produtores de soja como eu”, alertou.

Segundo ele, a solução proposta pelo USTR para combater o setor de construção naval da China “aumentaria significativamente” as taxas de frete para a soja e os produtos de soja dos EUA, tornando o preço final dos produtos de soja dos EUA menos desejável em comparação com os grãos do Brasil —os maiores concorrentes da soja dos EUA no mercado de exportação.

“A imposição de taxas portuárias sobre a maior parte da frota marítima que exporta e importa dos EUA aumentará os custos para os agricultores americanos, tanto em termos de insumos como fertilizantes, sementes, quanto para levar as colheitas ao mercado”, disse.

“Ao mesmo tempo, nossos concorrentes no Brasil e na Argentina não estarão sujeitos às mesmas regulamentações. Embora bem-intencionada, essa proposta garantiria que a soja dos EUA arcaria com custos mais altos e seria menos competitiva no mercado global”, concluiu.

A American Farm Bureau Federation, poderosa entidade de lobby agrícola dos EUA, também declarou ser contra. Em 2024, os EUA exportaram mais de 106 milhões de toneladas métricas de produtos agrícolas a granel.

A National Grain & Feed Association (NGFA) —a maior associação de grãos dos EUA— também se declarou contra a proposta do governo de cobrar multas. “Embora bem-intencionada, essa proposta ameaça impor custos significativos aos exportadores de grãos e sementes oleaginosas dos EUA e corroer a competitividade dos Estados Unidos no mercado internacional”, explicou o presidente e CEO da NGFA, Mike Seyfert.

“Se promulgada, essa proposta eliminaria efetivamente metade da frota global a granel de que precisamos para exportar quase um terço dos grãos e sementes oleaginosas produzidos nos Estados Unidos”, explicou Seyfert. “Isso coloca a agricultura dos EUA em uma desvantagem competitiva considerável nos mercados globais. Já estamos vendo interrupções no mercado desde que a proposta foi apresentada, incluindo perda de vendas e dificuldade de contratar navios.”

Há aproximadamente 21.000 navios na frota mundial de transporte a granel, quase 50% dos quais foram fabricados na China. Apenas cinco navios atualmente em operação na frota global foram construídos nos Estados Unidos, ou 0,2%.

Os navios de contêineres, que foram usados para exportar cerca de US$ 9 bilhões em grãos e sementes oleaginosas em 2024, também são importantes para os transportadores agrícolas e seriam gravemente afetados pela proposta, disse Seyfert.

Os grupos de lobby da agricultura americana estimam que uma taxa adicional de US$ 1 milhão sobre os navios que transportam exportações agrícolas aumentaria os custos da maioria das remessas entre US$ 15 e US$ 40 por tonelada.

“Sem uma isenção, poderemos ver uma queda significativa nas exportações de milho, soja e trigo”, alertou Seyfert. “Isso coloca em risco o superávit comercial de US$ 65 bilhões que os Estados Unidos têm com os grãos e sementes oleaginosas americanos e prejudica toda a agricultura americana, desde os exportadores até os agricultores”, insistiu.

FONTE: UOU
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Brasil foi beneficiado ou prejudicado por tarifas de Trump? Saiba quais setores são mais atingidos

O presidente americano, Donald Trump, pode ter inaugurado uma nova era do comércio mundial com o anúncio do tarifaço, na quarta-feira, 2, segundo muitos analistas.

Os efeitos prometem ser disseminados, duradouros e abrangentes — tanto em produtos quanto em origens. Também podem redirecionar as vendas transnacionais e trazer para o Brasil exportações que seriam feitas para os Estados Unidos.

Por conta de tudo isso, as previsões de ganhos e perdas para o Brasil ainda trazem muitas incertezas, mas as contas já estão sendo feitas. O cenário desenhado não é visto pelos analistas como benéfico ao Brasil, mesmo que o anúncio da quarta-feira tenha sido recebido com certo alívio, com uma alíquota para o País mais favorável relativamente aos concorrentes comerciais.

“Começamos a vivenciar uma das maiores fricções, se não for a maior, do comércio global desde o acordo de tarifas de 1947. Todas as relações de comércio estão sendo reavaliadas a partir daqui”, afirma o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato. “Muitos dos investimentos atuais foram feitos sob as regras anteriores, e considerando uma previsibilidade tarifária. O anúncio fomenta a incerteza. Vai haver um período de adaptação e produzir uma desaceleração da economia global, com fluxos de capitais mais retraídos.”

Do ponto de vista da balança comercial, os maiores impactos, se não forem estabelecidas exceções para esses produtos e para o Brasil, estarão nos setores que vendem mais para os EUA, casos do petróleo, café, papel e celulose, aço e ferro e aeronaves. Mas, dentro desse grupo, há expectativas diferentes e que podem mudar.

O presidente Donald Trump anunciou novas tarifas, na quarta-feira, 2, em Washington Foto: Mark Schiefelbein/AP

Por exemplo, entre as commodities agrícolas brasileiras mais vendidas para os EUA, estão o café e o suco de laranja. “Mas o café não tem produção local nos EUA, já o suco de laranja enfrenta competição local, que vai ser beneficiada por não pagar a tarifa”, diz o advogado especialista em comércio internacional Rodrigo Pupo, do escritório MPA Trade Law.

É um caso similar ao da indústria de aeronaves brasileira, mais especificamente, da Embraer. Com atuação na produção de jatos médios e executivos, ela tem como concorrentes diretos a canadense Bombardier e empresas chinesas, dois dos países mais afetados pela ofensiva de Trump. A americana Boeing não atua no mesmo nicho que a brasileira.

Outro efeito que deve advir da nova configuração depende da reação dos países mais afetados pela nova configuração comercial. A União Europeia, a China e nações do Sudeste Asiático estão entre as mais taxadas. Elas podem redirecionar parte da produção que iria para os EUA para países da América Latina, em especial, para um grande mercado como o Brasil.

“O Brasil é um forte candidato para receber essas exportações, porque tem um mercado consumidor relevante”, diz Renê Medrado, sócio e especialista em comércio internacional e direito aduaneiro do escritório Pinheiro Neto Advogados.

Ameaça à indústria, oportunidade ao agro

Há o risco de uma enxurrada de produtos baratos sendo trazidos para o País, que pode ameaçar setores industriais, como já aconteceu quando a China passou a vender fortemente pneus, painéis solares e aço no Brasil a preços muito inferiores ao da produção local. Esses impactos podem começar a ser medidos nos próximos dias.

Por outro lado, commodities agrícolas têm potencial para fazer o caminho inverso. Com a possível resposta da China de restringir a importação de produtos agrícolas americanos, em retaliação, o Brasil pode ocupar mais espaços nas vendas para o mercado asiático. “A pauta brasileira concorre com o produto americano, como em soja e proteína animal. Inclusive, o Brasil pode abrir exportações para o Japão, que pode passar a comprar o produto brasileiro até como forma de proteção para o fornecimento americano”, afirma Pupo.

A política comercial externa brasileira, muito menos agressiva do que a do governo Trump, será pressionada a abrir espaço para a formação de alianças estratégicas de longo prazo. “O Brasil tem buscado construir relações mais sólidas com a União Europeia, com a China e, mais recentemente, com o Japão”, afirma Carlos Fadigas, fundador da consultoria CF Partners e com larga vivência no setor industrial.

O consultor afirma que o País poderá obter vantagens e desvantagens, considerando o impacto grande nos fluxos de comércio global e a complexidade do tema. “Ainda assim, o país tende a colher mais benefícios do que prejuízos, considerando o cenário de forma agregada”, afirma o consultor.

Ele diz que, em primeiro lugar, o Brasil manterá acesso à maior economia do mundo com tarifas, em média, menores do que as aplicadas a outros países — especialmente quando comparadas às impostas à China.

Setorialmente, Fadigas avalia que exportadores brasileiros com foco na China — que vão desde o minério de ferro até o frango, passando pela soja — tendem a se beneficiar de um aumento no fluxo de comércio com a Ásia. “Desde o início do governo Trump, a China vem intensificando sua aproximação com a América Latina, especialmente com o Brasil”.

Impacto na inflação

Como as redes de comércios e os seus efeitos são bastante complexos, mesmo notícias negativas, como uma possível enxurrada de produtos chineses no Brasil, pode trazer um benefício de curto prazo macroeconômico. “Depois da questão fiscal, o tema que mais assola o País e prejudica a popularidade do governo é a inflação, que obriga a juros mais altos. Pode ser conveniente ao Brasil permitir a importação de produtos baratos. Acho que a resposta inicial do País vai ser quieta no começo”, diz Honorato, do Bradesco.

Num segundo momento, a expectativa é de que essa superoferta global acabe se ajustando, defende o economista. “As empresas não vão ficar olhando uma queda global da demanda, e então vão cortar a produção. Deve ocorrer um equilíbrio para uma demanda global menor, com um choque de oferta clássico”, afirma Honorato.

Por exemplo, no setor de vestuário, que deve ser um dos mais afetados no mundo, e que tem forte produção em Bangladesh e Vietnã, é relativamente simples fazer uma mudança para os EUA ou baixar o volume de fabricação. Já, em outros, o reequilíbrio de oferta é mais complicado, como na siderurgia, que exige ciclos de investimentos longos, de vários anos.

Quanto ao risco da chegada de produtos de menor custo vindos da Ásia, o Brasil pode ter formas de se defender dessa ameaça. “Isso pode afetar a competitividade dos produtores nacionais. Porém, o Brasil dispõe de mecanismos para mitigar esses impactos, como a aplicação de medidas antidumping e o uso seletivo e criterioso de tarifas, capazes de proteger os setores mais vulneráveis da economia nacional”, diz Fadigas.

O cálculo de benefício líquido para o Brasil, observa Medrado, do escritório Pinheiro Neto, tem de ser feito setor a setor e vai exigir muita estatística e muita observação empírica a respeito do desenvolvimento desses mercados. “Essa é uma análise bem econômica, porque precisa comparar os fluxos comerciais por produto, com os outros países que concorrem com tal produto”.

Por exemplo, se existe um determinado tipo de aço exportado do Brasil aos EUA, e as exportações que concorrem com o Brasil são da China, EUA e Vietnã, o Brasil vai se beneficiar. Agora, se a Argentina for também uma exportadora, como o país ficou com o mesmo patamar do Brasil, haveria uma divisão de ganho entre os dois países. Isso terá que ser feito de produto a produto. É um exame bem detalhado, com base em estatística de comércio.

FONTE: Estadão e MSN
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