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Economia, Finanças, Gestão, Informação, Mercado Internacional, Notícias, Tributação

BC diz que alta dos alimentos vai se propagar pela economia e que descumprirá a meta de inflação

Banco Central sob a presidência de Gabriel Galípolo avisou na Ata do Copom desta terça-feira, 4, que deve descumprir a meta de inflação já na largada, agora sob o regime de “meta contínua”.

Em outras palavras, isso quer dizer que a inflação vai ficar acima do teto de 4,5% por seis meses consecutivos, de janeiro a junho, o que configuraria o descumprimento. A partir de 2025, o descumprimento da meta deixa de ser medida pelo ano calendário, ou seja, pelo resultado de dezembro de cada ano, e passa a ser computado se ficar acima do intervalo de tolerância por seis meses.

Na reunião da semana passada, a primeira sob a presidência de Galípolo, o BC elevou a Selic em um ponto percentual, para 13,25%. Foi o quarto aumento consecutivo da taxa básica de juros, que marcava 10,5% em setembro do ano passado.

BC reafirmou em ata que vai subir a Selic em um ponto percentual na reunião de março Foto: José Cruz/Agência Brasil

Na Ata, o BC também reafirmou que vai subir a Selic em um ponto percentual na reunião de março, mas não quis, assim como no comunicado da reunião, dar outro “forward guidance” (indicação futura) para a reunião de maio.

De toda forma, ele enfatizou que o ciclo total de alta dos juros será guiado pelo “firme compromisso de convergência de inflação à meta”, o que sinaliza a continuidade do aperto, mesmo que não seja no ritmo de um ponto.

Pela Ata, o BC indica que há pressão sobre a inflação de todos os lados, mostrando um cenário desafiador para a política monetária.

“O cenário prospectivo de inflação segue desafiador em diversas dimensões. O Comitê analisou a atividade econômica, a demanda agregada, as expectativas de inflação, a inflação corrente e o cenário internacional”, afirmou.

Pelo lado externo, principalmente com as incertezas provocadas por Donald Trump nos EUA, há o fortalecimento do dólar, o que torna os bens industriais importados pelo Brasil mais caros.

Isso também é reforçado pelo risco fiscal no Brasil, que aumenta as incertezas dos investidores e desvaloriza a nossa moeda.

“No período recente, a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida seguiu impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, diz o Banco Central.

Internamente, o BC vê a economia sobreaquecida, com o mercado de trabalho mais forte (o desemprego está na mínima histórica), o que pressiona a inflação de serviços.

E há ainda um alerta sobre a indexação da nossa economia, que terá o efeito de transformar, por exemplo, um choque temporário dos alimentos em permanente.

É isso que o BC quer dizer quando afirma que “esse aumento (dos alimentos) tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”.

A Ata indica mais uma vez que o BC não vai deixar de cumprir o seu papel de combate à inflação. Mas ganha tempo para avaliar o cenário até maio, diante da volatilidade internacional que tem sido provocada principalmente pelas medidas de Trump com as barreiras comerciais.

De todo modo, há o pedido, mais uma vez, para que as políticas monetária e fiscal sejam “harmoniosas”. Ou seja, para que o governo Lula de fato corte gastos. Caso contrário, ainda não há limite, pelas indicações do BC, para o aumento dos juros no País.

FONTE: O ESTADÃO
BC diz que alta dos alimentos vai se propagar pela economia e que descumprirá a meta de inflação – Estadão

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Internacional, Mercado Internacional, Migração, Negócios, Notícias

Trump anuncia que EUA vão assumir controle da Faixa de Gaza

O magnata se reuniu na Casa Branca com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 4, que os Estados Unidos vão assumir o controle da Faixa de Gaza. A declaração foi dada pelo republicano durante uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

“Os EUA vão tomar conta da Faixa de Gaza, e nós faremos um trabalho nela também”, disse Trump. “Nós a teremos e seremos responsáveis ​​por desmantelar todas as bombas perigosas e inexploradas e outras armas no local.”

“Nivele o local e livre-se dos prédios destruídos, nivele-o, crie um desenvolvimento econômico que fornecerá um número ilimitado de empregos e moradias para as pessoas da área”, disse o republicano. “Faça um trabalho de verdade. Faça algo diferente. Simplesmente não dá para voltar atrás. Se você voltar, vai acabar do mesmo jeito que tem sido por 100 anos.”

Netanyahu é o primeiro líder mundial a se reunir com Trump na Casa Branca desde que o presidente americano assumiu o mandato.

Durante a coletiva, o republicano disse que via os Estados Unidos em uma “posição de propriedade de longo prazo” da área, o que provavelmente traria estabilidade ao Oriente Médio.

“Vejo isso trazendo grande estabilidade para aquela parte do Oriente Médio e talvez para todo o Oriente Médio”, disse Trump. “E todos com quem falei — esta não foi uma decisão tomada levianamente — amam a ideia dos Estados Unidos possuírem aquele pedaço de terra, desenvolvendo e criando milhares de empregos. Ninguém pode imaginar isso, porque tudo o que eles veem é morte, destruição e escombros.”

Netanyahu, por sua vez, afirmou aos jornalistas que a medida tem como objetivo “garantir que Gaza nunca mais represente uma ameaça a Israel”.

“O presidente Trump está levando isso a um nível muito mais alto”, disse o primeiro-ministro israelense. “Ele vê um diferente – ele vê um futuro diferente para aquele pedaço de terra que tem sido o foco de tanto terrorismo, tantos, tantos ataques contra nós, tantos, tantos julgamentos e tantas tribulações. Ele tem uma ideia diferente, e acho que vale a pena prestar atenção nisso.”

Trump e Netanyahu debateram sobre cessar-fogo
A reunião dos líderes na Casa Branca incluiu discussões sobre o atual acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, o domínio do Irã no Oriente Médio e o reassentamento de moradores de Gaza em outros países.

“Em nossas reuniões de hoje, o primeiro-ministro e eu focamos no futuro, discutindo como podemos trabalhar juntos para garantir que o Hamas seja eliminado e, finalmente, restaurar a paz em uma região muito problemática”, disse Trump. “Tem sido problemático, mas o que aconteceu nos últimos quatro anos não foi bom.”

Trump afirmou ainda que a Faixa de Gaza se tornou “um símbolo de morte e destruição por muitas décadas e muito ruim para as pessoas em qualquer lugar próximo dela”.

“Não deveria passar por um processo de reconstrução e ocupação pelas mesmas pessoas que realmente estiveram lá, lutaram por ela, viveram lá, morreram lá e viveram uma existência miserável lá”, acrescentou.

Durante a coletiva de imprensa, Netanyahu elogiou a capacidade de Trump de “pensar fora da caixa”.

“Sua disposição de furar o pensamento convencional, o pensamento que falhou uma e outra e outra vez, sua disposição de pensar fora da caixa com novas ideias, nos ajudará a atingir todos esses objetivos”, disse o líder israelense.

“E eu já vi você fazer isso muitas vezes”, acrescentou. “Você vai direto ao ponto. Você vê coisas que os outros se recusam a ver. Você diz coisas que os outros se recusam a dizer, sabe. E depois que os queixos caem, as pessoas coçam a cabeça e dizem: ‘Sabe, ele está certo.’”

Netanyahu afirmou ainda que uma possível vitória de Israel no conflito também seria uma vitória para os Estados Unidos.

“A vitória de Israel será a vitória da América”, disse Netanyahu. “Não venceremos apenas a guerra trabalhando juntos, venceremos a paz. Com sua liderança, senhor presidente, e nossa parceria, acredito que forjaremos um futuro brilhante para nossa região e levaremos nossa grande aliança a patamares ainda maiores.”

Fonte: Revista Oeste
Trump anuncia que EUA vão assumir controle da Faixa de Gaza

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Comércio Exterior, Informação, Logística, Mercado Internacional, Navegação, Oportunidade de Mercado

MSC Lança iReefer

A MSC Mediterranean Shipping Company acaba de lançar o iReefer, o sistema de monitoramento de contêineres mais avançado para cargas refrigeradas. Essa solução permite que os clientes acompanhem e monitorem seus embarques com temperatura controlada em tempo real, de qualquer lugar do mundo.

Com o iReefer, os clientes podem obter informações detalhadas sobre seus contêineres refrigerados, incluindo posição, temperatura, umidade e muito mais. O serviço está disponível por meio do myMSC, a plataforma digital exclusiva da empresa, ou via API (Interface de Programação de Aplicações).

Oferecemos três pacotes iReefer com diferentes funcionalidades, para que os clientes escolham a melhor opção para seus negócios. Nosso pacote básico, iReefer Essential, é gratuito e já está disponível. Ele inclui um panorama dos embarques refrigerados atuais e históricos, além de um registro da jornada do contêiner e gráficos. O iReefer Pro inclui todos esses recursos, além de downloads ilimitados e acesso a dados adicionais, como a localização GPS do contêiner. Para clientes que movimentam grandes volumes de carga, o iReefer Ultimate se conecta diretamente ao sistema do cliente via API, garantindo um fluxo contínuo de dados. Esses dois pacotes premium estarão disponíveis a partir de 1º de março de 2025.

Líder mundial no transporte de cargas refrigeradas, a MSC movimenta mais de 1 milhão de contêineres refrigerados por ano e possui uma das frotas mais avançadas do setor, além de contar com uma equipe dedicada de mais de 1.000 especialistas em cargas refrigeradas ao redor do mundo.

O lançamento do iReefer marca mais um passo na transformação digital da MSC, desenvolvendo soluções tecnológicas que otimizam o transporte e fornecem informações em tempo real para apoiar a gestão da cadeia de suprimentos. O portfólio digital da empresa já inclui os MSC Smart Containers, utilizados para o monitoramento remoto de cargas secas.

Esse projeto global conectou mais de 210.000 contêineres refrigerados e equipou mais de 500 navios com a tecnologia iReefer. O objetivo da empresa é equipar toda a sua frota de contêineres e embarcações com essa tecnologia nos próximos anos.

“Este lançamento inovador destaca a capacidade única da MSC de combinar soluções digitais avançadas com um atendimento personalizado ao cliente. O iReefer foi desenvolvido pensando nos clientes: entendemos completamente sua necessidade de monitorar e controlar a carga de perto, facilitando o planejamento e garantindo que os produtos sejam entregues em perfeitas condições. Ele reforça o alto nível de cuidado que já aplicamos às cargas refrigeradas e eleva esse suporte a um novo patamar”, afirmou Giuseppe Prudente, Diretor de Logística da MSC e Presidente da MEDLOG.

O lançamento do iReefer reflete a crescente demanda global por cargas refrigeradas e soluções digitais simplificadas. Ele trará diversos benefícios para os clientes, incluindo monitoramento em tempo real e controle da temperatura do contêiner, maior segurança da carga e conformidade com regulamentações, acesso a dados estratégicos para melhor tomada de decisões e redução de custos ao evitar perdas de carga, danos e sinistros.

Para acessar os insights em tempo real, os clientes precisam fazer login no myMSC, ou criar uma conta caso ainda não tenham uma. Após o login, poderão utilizar a função iReefer. A integração via API estará disponível com o pacote iReefer Ultimate em 1º de março de 2025.

Fonte:  iReefer da MSC: https://www.msc.com/en/solutions/digital-solutions/ireefer

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agricultura, Agronegócio, Comércio Exterior, Exportação, Informação, Internacional, Mercado Internacional

Brasil busca expandir exportações de frutas além de US$ 1,2 bilhão, apesar dos desafios comerciais

A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) busca reduzir a diferença entre a posição do Brasil como terceiro maior produtor de frutas do mundo e seu atual 23º lugar no ranking de exportações. O fundador da Abrafrutas, Waldir Promicia, destaca: “Poucos acordos bilaterais são firmados para a exportação de frutas.” Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente 1 milhão de toneladas de frutas, gerando uma receita de US$ 1,2 bilhão. Isso representa um aumento de 3% na receita, apesar de uma queda de 0,85% no volume exportado em comparação com 2023.

Promicia enfatiza a capacidade do Brasil de ampliar seus mercados de exportação, especialmente para mangas, limões, melões e uvas. Ele afirma: “O potencial do Brasil assusta qualquer concorrente. Só precisamos colocar o país no mapa internacional.” Essa expansão depende do avanço das negociações com outras nações para abrir mercados e reduzir entraves burocráticos. Promicia ressalta: “Precisamos abrir mercados e simplificar regulações e burocracias.”

A União Europeia, incluindo Alemanha, Inglaterra e Holanda, além dos Emirados Árabes Unidos e dos Estados Unidos, estão entre os principais importadores de frutas brasileiras. No entanto, Promicia destaca desafios no mercado americano, especialmente para a exportação de limão Tahiti, que atualmente é enviado para o Canadá, mas enfrenta barreiras nos EUA. Ele vê uma oportunidade durante a entressafra do México para a importação de limões, afirmando: “Estamos tentando entrar lá há 20 anos.”

O gráfico abaixo mostra as principais frutas exportadas pelo Brasil por via marítima em 2024.

Principais Frutas Exportadas | 2024 | TEUs

Fonte: Abrafrutas

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Economia, Exportação, Importação, Industria, Informação, Internacional, Logística, Mercado Internacional, Tecnologia, Tributação

Análise: China vai transformar tarifas de Trump em guerra comercial?

Decreto do republicano impõe tarifas de 25% sobre importações canadenses e mexicanas e de 10% sobre os produtos chineses a partir de terça-feira (4)

O presidente Donald Trump cumpriu a promessa de campanha de aumentar as tarifas sobre as importações chinesas – anunciando no sábado (1º) taxas de 10% sobre todos os produtos chineses que entram no país como parte de medidas comerciais abrangentes que também visam o México e o Canadá.

Agora a questão para os líderes chineses é quão fortemente retaliar.

Após o anúncio, autoridades chinesas – que foram atingidas pela ação do republicano enquanto estavam no meio de um feriado público de uma semana – prometeram registrar uma queixa na Organização Mundial do Comércio e “tomar contramedidas correspondentes” sem especificar de que forma.

A imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos chineses importados para os Estados Unidos “viola seriamente as regras da OMC”, disse o Ministério do Comércio da China em um comunicado no domingo (2), acrescentando que o país “defenderá resolutamente seus direitos”.

Essa resposta, pelo menos até agora, tem sido notavelmente menos concreta do que as do México e do Canadá, que foram rápidos em prometer tarifas retaliatórias rápidas.

Ao contrário da China, onde as tarifas mais recentes superam as existentes em uma faixa de produtos, o Canadá e o México desfrutavam anteriormente de um relacionamento quase isento de impostos com os EUA.

EUA CHINA ESTADOS UNIDOS
China deve superar os Estados Unidos como maior economia do mundo nos próximos anos • Foto: Jason Lee/Illustration/Reuters

Mas há outras razões além do número ao lado do sinal de porcentagem e do feriado público da China que podem ser responsáveis ​​pela resposta comparativamente branda da segunda maior economia do mundo.

Pequim teve um início inesperadamente caloroso no segundo mandato do republicano — um desenvolvimento bem-vindo para os líderes chineses, pois eles buscam evitar a escalada de atritos comerciais e tecnológicos ao mesmo tempo em que a economia do país dependente de exportações desacelera.

O líder chinês Xi Jinping e Trump tiveram o que o líder americano chamou de uma conversa telefônica “muito boa” dias antes do novo presidente assumir o cargo, e sua cerimônia de posse contou com a presença da autoridade chinesa de mais alto nível já enviada a um evento desse tipo.

O presidente dos EUA também enviou outros sinais de que está em modo de negociação com Pequim — dizendo repetidamente que espera trabalhar com Xi para resolver a guerra da Rússia na Ucrânia e sugerindo em uma entrevista recente à Fox News que ele achava que Washington e Pequim poderiam chegar a um acordo comercial.

Enquanto o republicano fez campanha para vencer a competição econômica com o país e encheu sua administração com falcões da China, o tom recente pode sugerir a Pequim que é melhor não escalar muito extensivamente, pelo menos não ainda.

Ainda há tempo para um acordo?

As tarifas de 10% estão muito longe daquelas de mais de 60% que Trump sugeriu que poderia cobrar sobre produtos chineses durante a campanha eleitoral.

O novo presidente dos EUA tem — pelo menos em sua retórica — vinculado amplamente essa taxação ao papel dos fornecedores chineses no comércio de fentanil, não ao desequilíbrio comercial gritante entre os americanos e chineses.

Em vez disso, a expectativa dentro da China tem sido que o republicano possa estar esperando o momento certo até receber os resultados de uma investigação maior sobre as relações econômicas e comerciais EUA-China que ele encomendou em uma ordem executiva assinada em seu primeiro dia no cargo.

“Trump pode confiar nos próximos resultados de investigações comerciais para impor ou expandir tarifas em países específicos, testando sua tolerância e disposição para negociar”, pontuou uma análise publicada no domingo (2) no site do think tank Fudan Development Institute, sediado em Xangai.

Segundo a avaliação, “o risco de escalar para uma ‘guerra comercial completa’ não pode ser descartado. Antes que quaisquer ações reais sejam tomadas, Trump ainda pode usar estratégias ambíguas para pressionar oponentes e esperar por concessões substanciais deles”.

A revisão ordenada por Trump, prevista para 1º de abril, deve orientar se a Casa Branca impõe mais impostos à China.

Enquanto isso, Pequim tem tempo para construir um relacionamento com o americano, entretê-lo na capital chinesa ou pressionar por um acordo preventivo para evitar penalidades econômicas mais severas.

A mensagem do alto escalão político da China tem sido conciliatória. O vice-primeiro-ministro chinês Ding Xuexiang declarou no mês passado às elites reunidas em Davos que Pequim quer “promover o comércio equilibrado” com o mundo, enquanto Xi pediu um “novo ponto de partida” nos laços EUA-China.

A decisão chinesa de reclamar à OMC sobre as novas tarifas ressalta uma mensagem-chave dos propagandistas do Partido Comunista Chinês: que o país joga pelas regras globais, enquanto os EUA são os únicos que não o fazem.

Pequim também defendeu seus esforços para controlar as exportações de precursores químicos para fentanil e afirmou que a crise das drogas é “um problema da América”.

Resta saber se a China anunciará mais contramedidas comerciais nos próximos dias. Mas sua resposta inicial à taxa de 10% e mensagens nas últimas semanas sugerem que o país ainda possa estar em um modo de esperar para ver antes de cavar muito fundo em sua caixa de ferramentas de medidas retaliatórias.

Um artigo de opinião publicado pela emissora estatal CCTV Sunday condenou as tarifas “errôneas” ao mesmo tempo em que pedia mais cooperação entre os dois países.

Pesando a retaliação

Especialistas dentro do país minimizaram o impacto das tarifas de 10% — em meio a um debate maior sobre se serviria à China intensificar uma guerra comercial como durante o primeiro governo.

Em 2018, Trump aumentou ou impôs tarifas sobre centenas de bilhões de importações chinesas para os EUA, com Pequim revidando com o que analistas dizem ser cerca de US$ 185 bilhões de suas próprias tarifas sobre produtos dos EUA.

O governo Biden manteve em grande parte essas obrigações em vigor, enquanto se concentrava em sua própria abordagem chamada de “quintal pequeno, cerca alta” para negociar com a China – colocando controles de exportação direcionados ao acesso chinês à alta tecnologia que poderia ter aplicações militares.

Isso viu Pequim liberar seus próprios controles – limitando a exportação de certos minerais críticos e tecnologias relacionadas nas quais os países dependem para fabricar produtos, de bens militares a semicondutores.

No final do ano passado, o país reformulou seus regulamentos de controle de exportação, aprimorando sua capacidade de restringir os chamados bens de uso duplo.

Um aumento no uso desses controles, bem como tarifas retaliatórias, podem ser movimentos para Pequim nas próximas semanas ou se Trump cobrar tarifas mais altas nos próximos meses.

China • Neofeed

Enquanto isso, os chineses já tomaram medidas para se isolar de alguns dos impactos das tarifas, que o próprio presidente dos EUA admitiu que poderiam trazer “dor” para os americanos — uma admissão que segue as preocupações de economistas e membros do Congresso de que os americanos arcarão com o custo das medidas.

Os Estados Unidos importaram US$ 401 bilhões em bens da China, com um déficit comercial de mais de US$ 270 bilhões nos primeiros 11 meses do ano passado, conforme dados do governo americano. Isso colocou a China atrás apenas do México como principal fonte de bens importados para o país.

A mídia estatal chinesa declarou no domingo (2) que as exportações do país para os EUA representam apenas 3% do PIB e menos de 15% das exportações totais da China.

“A China vem preparando há muito tempo menos exposição aos Estados Unidos, diversificando de todas as formas, não apenas em termos de parceiros comerciais, investimentos, mas também moedas e sistema de pagamento”, explicou Keyu Jin, professor associado de economia na London School of Economics, a Fareed Zarakia, da CNN, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos no mês passado.

O especialista continuou dizendo, que “as tarifas prejudicarão ambos os países. Mas você já viu um tipo gradual de redirecionamento do comércio para outros países (de empresas chinesas)”.

A China vê “Trump como alguém com quem eles podem negociar, que há espaço para negociação”, acrescentou Jin.

FONTE: CNN Brasil
Análise: China vai transformar tarifas de Trump em guerra comercial? | CNN Brasil

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Comércio Exterior, Economia, Industria, Informação, Mercado Internacional

FIESC projeta crescimento tímido para a indústria de SC em 2025

Juros mais altos e crescimento mais lento da renda das famílias contribuem para a expectativa; incertezas no cenário externo por fator Trump colaboram

 A indústria catarinense deve esperar um cenário econômico desafiador em 2025, com crescimento modesto de 1,73%. A expectativa da Federação das Indústrias de SC (FIESC) considera que os fatores que impulsionaram o crescimento de mais de 7% em 2024 terão peso diferente este ano. A análise consta do Boletim de Conjuntura divulgado nesta segunda-feira (3) pela entidade.

Para o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, a alta dos juros e a alta do dólar tiveram um efeito negativo sobre a expectativa dos industriais. “O índice de confiança do empresário industrial já vem mostrando um maior pessimismo em relação à economia, especialmente porque não se enxerga solução de curto prazo para os motivos que levaram ao aumento da taxa básica de juros. O empresário não acredita na disposição do governo federal para reduzir gastos”, explica.

Entre os principais fatores para a desaceleração da economia de SC estão o impacto do aumento dos juros em setores que dependem do crédito. O economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, explica que segmentos como o de bens de capital devem observar uma menor demanda. “Além disso, o saldo de crédito à pessoa física para a aquisição de bens será fortemente afetado pela Selic – projetada a 15% a partir da metade de 2025 -, o que deve levar a um resultado negativo a partir de junho”, afirmou.

Aliado ao fator crédito, o crescimento mais moderado da renda familiar também impacta o desempenho da indústria em 2025. “Juros altos e o aumento do endividamento das famílias devem reduzir o consumo, o que afeta setores como os de automóveis, de eletrodomésticos e têxtil e de confecções”, analisa Bittencourt.

Aguiar destaca que a resiliência da indústria de Santa Catarina será colocada à prova e será necessário fazer ajustes em face às novas condições de crescimento.

No cenário externo, as incertezas sobre os efeitos das políticas tarifárias já anunciadas ou prometidas pelo presidente norte-americano Donald Trump também preocupam. “Muitas medidas a serem tomadas pelos EUA ainda são desconhecidas, e a extensão delas e seus reais efeitos sobre as exportações catarinenses ainda são imprevisíveis”, explica o economista. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de SC, e o segundo maior parceiro comercial do estado.

Impacto atenuado

Setores como agroindústria e construção civil serão fundamentais para minimizar os impactos de uma economia em desaceleração, na avaliação de Bittencourt. Um dos fatores que justifica a análise é que ambos os segmentos geram efeito encadeamento, ou seja, movimentam outros setores.

Um exemplo é a construção civil, que impulsiona a indústria cerâmica, de plásticos, de metais e de madeira, por exemplo. “A construção civil deve ajudar a minimizar a desaceleração, pois o ciclo de obras iniciado em 2024 vai continuar precisando de matérias primas em 2025”, destaca o economista.

Já a agroindústria deve se beneficiar do aumento da produção agrícola, estimada em 8%. Os reflexos esperados são de crescimento da indústria de proteína animal, especialmente na de carnes de aves e de suínos. A atividade destes dois setores movimenta ramos como o de plásticos e papel (embalagens) e o de metalurgia.

Bittencourt reforça, no entanto, que mudanças na política fiscal brasileira e na política tarifária norte-americana podem alterar este cenário.

FONTE: FIESC
FIESC projeta crescimento tímido para a indústria de SC em 2025 | FIESC

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Economia, Exportação, Importação, Informação, Internacional, Logística, Mercado Internacional, Negócios, Notícias

Casa Branca confirma taxas de 25% para Canadá e México e 10% sobre a China

Um dia após anunciar tarifas de 25% contra Canadá e México, Casa Branca afirma que Trump também vai taxar a China

Após anunciar tarifas de 25% sobre importações do México e Canadá, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também vai taxar produtos vindos da China. A informação foi divulgada pela Casa Branca nesta sexta-feira (31/1). A medida passa a valer neste sábado (1º/2).

O que está acontecendo

  • Após assumir a Casa Branca, Donald Trump iniciou uma guerra tarifária contra países tidos como ameaças para os interesses dos Estados Unidos.
  • Em 30 de janeiro, Trump anunciou que vai taxar exportações vindas do México e Canadá em 25%. 
  • Segundo o presidente norte-americano, a medida busca impedir a “invasão” de drogas e imigrantes ilegais nos EUA. 

De acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, a China será taxada em 10%, como resposta a suposta entrada de fentanil nos EUA vinda do país.

Nos primeiros onze dias de seu segundo mandato, Trump tem subido o tom e usado a economia como arma contra alguns países.

Além das tarifas anunciadas contra México, Canadá e China, três dos principais parceiros comerciais dos EUA, o presidente republicano também fez ameaças semelhantes contra os países dos Brics.

Nesta sexta-feira, Trump afirmou que pode aplicar taxas de 100% em produtos vindos de países do bloco econômico, do qual o Brasil faz parte. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu, e afirmou que vai agir com reciprocidade caso as ameaças sejam cumpridas.

FONTE: Metrópoles
Casa Branca confirma taxa de 25% para Canadá e México e 10% para China | Metrópoles

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Economia, Gestão, Informação, Inovação, Mercado Internacional, Negócios

Sony nomeia novo CEO com desafio de elevar vendas do PlayStation e superar a Nintendo

A gigante japonesa de eletrônicos e entretenimento Sony Group anunciou, nesta quarta-feira (29), que nomeou Hiroki Totoki como diretor-executivo, como parte de uma reorganização de seus dirigentes.

Totoki, de 60 anos, ingressou na empresa em 1987 e atualmente é diretor de operações, do setor financeiro e presidente.

Na reestruturação, acumulará os cargos de diretor-executivo e presidente do grupo a partir de 1º de abril.

A Sony também anunciou “mudanças em sua estrutura de gerenciamento para esclarecer as funções administrativas de acordo com suas responsabilidades na administração de todo o grupo ou de cada setor”.

Isto inclui a nomeação de Hideaki Nishino como presidente e CEO da divisão de videogames do grupo.

Totoki e o diretor-executivo em fim de mandato, Kenichiro Yoshida, promoveram um foco maior em conteúdo para jogos de PlayStation, anime, música e filmes, ajudando a aumentar as receitas e os lucros da Sony, de acordo com a agência financeira Bloomberg.

“Em nossa Reunião de Estratégia Corporativa em maio passado, anunciamos nossa nova ‘Visão de Entretenimento Criativo’, que define onde queremos que a Sony esteja em 10 anos”, disse Totoki no comunicado.

“Juntamente com nossos funcionários, criadores e parceiros, e nossa equipe de dirigentes, trabalharei para criar um futuro brilhante, repleto de um senso ilimitado de Kando”, afirmou, referindo-se ao conceito japonês de apreciar a criatividade.

FONTE: Isto é dinheiro
Sony nomeia novo CEO em reorganização administrativa

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Comércio Exterior, Economia, Mercado Internacional, Portos

Dia do Comex: a força que Impulsiona o comércio global

Por DAIANA BROCARDO

Homenageamos quem transforma conexões em grandes resultados para o Brasil e o mundo.

O Dia do Comércio Exterior, celebrado em 28 de janeiro, foi instituído em homenagem à assinatura do Decreto nº 3473, de 28 de janeiro de 1888, que regulamentou a estrutura alfandegária do Brasil. Esse marco representou um passo importante para organizar e modernizar as operações de exportação e importação do país, contribuindo para o fortalecimento das relações comerciais internacionais.

Mais de um século depois, o comércio exterior continua a ser um dos pilares da economia brasileira, conectando o país ao mercado global e sustentando setores estratégicos como o agronegócio, mineração, petróleo e indústria de transformação. No entanto, os dados mais recentes da balança comercial de 2024 mostram que, apesar de avanços, o setor enfrenta desafios significativos.

Balança Comercial 2024: Um Ano de Contrastes

O ano de 2024 trouxe resultados mistos para o comércio exterior brasileiro. No acumulado de janeiro a dezembro, as exportações somaram US$ 337,04 bilhões, apresentando uma queda de -0,8% em comparação ao mesmo período de 2023. Por outro lado, as importações cresceram 9,0%, atingindo US$ 262,48 bilhões, evidenciando uma maior demanda por produtos estrangeiros, especialmente insumos e bens de capital.

Esses números resultaram em um superávit comercial de US$ 74,55 bilhões, uma redução de -24,6% em relação ao ano anterior. A corrente de comércio, que é a soma de exportações e importações, teve um leve aumento de 3,3%, alcançando US$ 599,52 bilhões.

No entanto, dezembro de 2024 apresentou uma dinâmica menos favorável:

  • Exportações: US$ 24,90 bilhões (-13,5% em relação a dezembro de 2023).
  • Importações: US$ 20,10 bilhões (+3,3% em relação a dezembro de 2023).
  • Superávit Comercial: US$ 4,80 bilhões (-48,5% em relação a dezembro de 2023).
  • Corrente de Comércio: US$ 45,01 bilhões (-6,7% em relação a dezembro de 2023).

A queda nas exportações foi puxada principalmente pela redução no preço internacional de commodities e pela menor demanda global, enquanto o crescimento nas importações reflete a retomada de investimentos no mercado interno.

Setores em Destaque

Os principais produtos exportados pelo Brasil continuam sendo:

  • Soja e derivados;
  • Petróleo bruto;
  • Minério de ferro;
  • Carnes (bovina, suína e de frango).

Esses itens representam a força do agronegócio e da indústria extrativa brasileira no mercado global. Já as importações foram impulsionadas por bens de capital, insumos industriais e combustíveis.

A Importância do Comércio Exterior

O comércio exterior desempenha um papel crucial para o Brasil, movimentando a economia e gerando impactos positivos em diversos aspectos:

  1. Geração de empregos: Milhões de brasileiros estão empregados em atividades relacionadas ao setor, desde a logística portuária até a exportação de produtos agrícolas e industriais.
  2. Atração de investimentos: O fortalecimento da balança comercial e a abertura de novos mercados internacionais atraem investimentos estrangeiros diretos.
  3. Infraestrutura e inovação: O comércio exterior impulsiona o desenvolvimento de portos, rodovias, ferrovias e sistemas tecnológicos para melhorar a eficiência logística.
  4. Competitividade global: Estar presente no mercado internacional exige inovação e qualidade, beneficiando a economia como um todo.

Para Renata Palmeira, CEO do Reconecta News e profissional com mais de 25 anos de experiência em Comércio Exterior, esse é um dos setores mais importantes para a economia mundial. “O Brasil respira Comércio Exterior. Com mais de 8.000 km de costa, somos um país privilegiado. Hoje, mais de 60% das empresas atuam direta ou indiretamente com Comércio Internacional. Assim, somos imprescindíveis ao mercado. O Brasil é um país GLOBAL”, enfatiza.

Desafios e Perspectivas

Apesar de sua relevância, o setor enfrenta desafios como a burocracia alfandegária, oscilações de preços internacionais e a dependência de commodities. Para 2025, espera-se que o Brasil intensifique sua participação em novos acordos comerciais, diversifique sua pauta de exportação e invista em infraestrutura para aumentar a competitividade. Além disso, há uma defasagem de mão de obra.  “Um dos desafios é sem dúvidas a falta de mão de obra qualificada. Como somos de uma área técnica, o Brasil sofre muito com a falta desse profissional”, fala Renata.

Por isso, neste Dia do Comex, é essencial reconhecer o trabalho de milhares de profissionais que operam nos bastidores do comércio exterior, desde despachantes aduaneiros até analistas de mercado, garantindo que produtos brasileiros conquistem o mundo. “Assim como cada peça é essencial para mover uma engrenagem, cada profissional do Comércio Exterior desempenha seu papel para conectar o Brasil ao mundo e alcançar grandes resultados. Parabéns pelo trabalho incansável e indispensável!”, diz Renata.

Reconecta News: Impulsionando o Comércio Exterior Brasileiro

Com sua abordagem inovadora, o RêConectaNews desempenha um papel fundamental no fortalecimento do setor. “Somos a alavanca que impulsiona para fazer o mercado girar. Com uma ideia inovadora de apresentar as empresas e gerar relacionamento, estamos CONECTANDO muitos empresários que têm interesse em importar e/ou exportar seus produtos aos principais players do mercado.”, explica a CEO do RêConectaNews, Renata Palmeira.

O RêconectaNews se destaca ao promover oportunidades de networking e abrir portas para novos negócios, contribuindo diretamente para a expansão do Comércio Exterior no Brasil.

RêconectaNews: Conectando mercados, pessoas e histórias.
Gerando Negócios, através de PESSOAS

FONTE DOS DADOS: https://balanca.economia.gov.br/balanca/publicacoes_dados_consolidados/nota.html#:~:text=95%2C35%20bilh%C3%B5es-,Totais,US$%20599%2C52%20bilh%C3%B5es.

 

 

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Superávit comercial brasileiro aponta para um ano melhor, mas o cenário é desafiador

O superávit da balança comercial brasileira deve atingir US$ 77,3 bilhões neste ano, segundo a média de 12 estimativas de consultorias e instituições financeiras coletadas pelo Valor Data, com projeções variando de US$ 71,4 bilhões a US$ 93 bilhões.

No ano passado, o superávit comercial do Brasil totalizou US$ 74,6 bilhões, uma queda de 25% em relação a 2023.

Economistas ouvidos pelo Valor apontam para melhora do saldo comercial em 2025 em razão de maior safra agrícola e aumento de produção de petróleo, que devem favorecer as exportações, enquanto a importação deve desacelerar com o desaquecimento da demanda doméstica. Há, porém, avaliam, grandes incertezas no cenário internacional, intensificadas neste ano pela expectativas em relação à política de Donald Trump na Presidência dos EUA. Um impacto maior que o esperado em preços commodities é um ponto de preocupação.

A fuga de dólares do país ao fim de 2024 evidenciou a importância da contribuição de um saldo comercial robusto para o país. O mês de dezembro foi marcado por uma saída recorde de dólares do país. Até novembro, o fluxo cambial operava no campo positivo, bastante apoiado pelo resultado forte da conta comercial, que acompanha os movimentos das exportações e importações. No saldo anual, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 18 bilhões, o terceiro pior resultado nominal desde1982.

“A balança comercial robusta foi o que evitou uma saída de dólares ainda mais significativa do país em 2024”, aponta Iana Ferrão, economista do BTG Pactual. “Caso a balança voltasse para os níveis pré-pandemia, por exemplo, abaixo de US$ 50 bilhões em 2025, teríamos, no contexto atual, um déficit em transações correntes em patamar mais preocupante. Com a manutenção de um fluxo financeiro de saída significativo, o Banco Central provavelmente teria que atuar vendendo mais reservas internacionais. Esse cenário aumentaria de forma significativa a vulnerabilidade externa do Brasil e depreciaria ainda mais o câmbio, com impacto sobre a inflação e juros.”

O BTG Pactual projeta superávit comercial de US$ 87 bilhões em 2025, pelo critério Secretaria de Comércio Exterior da Secex/Mdic. Segundo o banco, as exportações devem ser favorecidas por crescimento da safra agrícola, estimado em 10%,contrastando com a queda de 7,5% em 2024. Além disso, é esperada expansão em 2025, também de 10%, na produção de petróleo, após frustrações no ano passado decorrentes de paradas para manutenção e atrasos operacionais por greves em agências reguladoras.

As commodities devem seguir como destaque nos embarques, diz Ferrão. “O câmbio mais depreciado contribuiu para impulsionar o aumento do quantum exportado, mesmo com uma produção menor ao tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, levando os exportadores a direcionarem uma parcela maior da produção para o mercado externo. Esse movimento permanecerá ao longo de 2025, em um contexto em que a produção também será expandida.”

Para o economista Livio Ribeiro, sócio da BRCG e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a balança de 2025 é uma “senhora incerteza”. Ele projeta US$ 80 bilhões de superávit, também pelo critério do Mdic. “Temos um lado da história que é positivo, que é o aumento da safra de grãos ante 2024.

Só que temos enormes incertezas do lado da absorção externa e nos preços, seja preço em dólar dos bens produzidos e vendidos, seja preço do câmbio.”

José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), diz que a projeção da entidade é de superávit de US$ 93 bilhões em 2025, mas uma das suas grandes preocupações é o impacto que uma política tarifária que o governo Trump pode trazer às cotações de commodities.

Para Ferrão, uma imposição de tarifas dos EUA a produtos chineses, com acirramento do conflito comercial entre os dois países, pode trazer aumento da demanda chinesa por produtos brasileiros. Isso, diz, porque a China também imporia tarifas mais altas contra os EUA. A China, diz, poderia aumentar a demanda por produtos brasileiros como soja, petróleo e derivados e carnes. Isso ocorreu em situações similares no passado, como durante a guerra comercial entre EUA e China iniciada em 2018.

Mas um aumento das tarifas de importação de produtos chineses pelos EUA da China também pode resultar em desaceleração da atividade econômica chinesa, o que poderia reduzir os preços das commodities exportadas pelo Brasil e prejudicando o saldo comercial brasileiro. O impacto nos preços das commodities dependeria da intensidade da desaceleração da atividade na China.

Em resumo, aponta Ferrão, o efeito líquido pode ser positivo se o Brasil for capaz de reposicionar seus produtos nos mercados globais. Um câmbio mais depreciado ajudaria nisso, aponta. Outra condição é que a desaceleração da economia chinesa não seja mais expressiva do que se espera e, portanto, não haveria redução adicional significativa dos preços das commodities.

O efeito líquido pode ser negativo, prossegue a economista, se a redução adicional nos preços das commodities for muito expressiva e o Brasil não conseguir aproveitara oportunidade de ampliar suas exportações para a China e outros países que também sofrem com barreiras comerciais impostas pelos EUA.

O gráfico abaixo mostra um histórico das exportações de contêineres do Brasil para a China entre janeiro de 2021 e novembro de 2024. Os dados são do DataLiner da Datamar.

Exportações de contêineres para a China | Jan 2021 – Nov 2024 | TEUS

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

O impacto, ressalta, depende da magnitude do aumento das tarifas, de qual será o efeito sobre os preços das commodities e de como o Brasil se reposicionará neste novo contexto.

Ribeiro, da BRCG, também destaca a intenção de Trump de elevar a produção americana de petróleo, outro fator que pode ter impacto na exportação brasileira da commodity, que, em 2024, foi o item mais exportado pelo Brasil.

Mais pessimista, Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, diz que na questão China-Estados Unidos, o Brasil será prejudicado de qualquer jeito. “Ou por conta de uma redução do comércio internacional, por conta de uma guerra comercial global. Ou porque os Estados Unidos e a China chegarão a um acordo e teremos uma redução das exportações de produtos agrícolas para os chineses.”

Em 2025, porém, a exportação de soja ainda não será afetada, diz Leal. “Se houver um acordo ao longo do primeiro semestre entre China e Estados Unidos, pode ser um problema para a safrinha de milho do segundo semestre e para a safra de 2026. Este ano estamos atualmente no momento de embarques da soja. Por conta da questão do calendário e na expectativa de que essas negociações entre EUA e China não caminhem de forma rápida, creio que a safra a ser exportada em 2025 está meio que blindada.”

Leal estima que o superávit da balança comercial brasileira fique este ano em torno de US$ 85 bilhões, podendo chegar próximo de US$ 90 bilhões. Em 2024, houve queda de superávit grande em relação aos US$ 98,9 bilhões de 2023, lembra. Segundo Masisso, não foi somente porque a exportação caiu em 2024, mas também porque a importação aumentou. Segundo dados da Secex, o valor embarcado no ano passado caiu 0,8% contra 2023. A importação subiu 9%. Em 2025, diz, a expectativa é de alta das exportações e nas importações é esperado uma queda, em razão da alta muito grande de 2024.

No ano passado, destaca Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, houve uma alta muito grande na quantidade desembarcada. O valor das importações, diz, só não cresceu mais em razão da queda de preços. Ainda segundo dados da Secex, o volume importado cresceu 17,2% em 2024 contra o ano anterior. Em sentido oposto, os preços médios caíram 7,4%.

Para 2025, diz Barbosa, a expectativa, com o desaquecimento esperado para a atividade doméstica, é de pelo menos algo próximo da estabilidade no quantum de importação. Devem ser afetados, diz, o desembarque de bens de capital, em razão do aumento de juros, e também bens de consumo, que dependem de renda e de crédito.

Para as exportações, além do bom desempenho da safra agrícola, o câmbio desvalorizado também pode ajudar, diz Barbosa. Ele projeta superávit comercial de US$ 80 bilhões em 2025. A estimativa, explica, considerou dólar com preço um pouco abaixo de R$ 6. O movimento de depreciação no último período, diz, pode ajudar as exportações.

Além disso, ele aponta a diversificação da pauta de exportação brasileira. “Alguns itens começam a ganhar relevância, não só em termos de valores, como também de novas possibilidades de exportação”, diz. Entre os exemplos, ele cita café, algodão,açúcar e aço. “Há também as proteínas animais, caso de sucesso da indústria exportadora brasileira, seja em bovinos, suínos e aves, que devem prosseguir contribuindo positivamente nos próximos anos.”

Fonte: Valor Econômico
Superávit comercial brasileiro ruma para ano melhor, mas tem cenário desafiador | Brasil | Valor Econômico

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