Industria, Informação, Inovação, Negócios, Tecnologia

Cassava e Potenza detalham experiências de negócios nos EUA

Oportunidades de acesso a mercados globais, acesso a tendências e tecnologias inovadoras e parcerias estratégicas são destaques na trajetória das indústrias catarinenses no mercado norte-americano

Com trajetórias distintas, mas igualmente bem sucedidas, as indústrias catarinenses Cassava e Potenza detalharam suas experiências de internacionalização no mercado norte-americano em evento realizado nesta sexta-feira na Federação das Indústrias de SC (FIESC).

A Cassava, que produz derivados de mandioca para a indústria alimentícia como farinhas, amido e adesivos vegetais, foi criada para atender o mercado externo desde sua fundação, há mais de 70 anos.

O mercado dos Estados Unidos absorve cerca de 60% das exportações da empresa nascida em Rio do Sul. Para o CEO André Odebrecht, o alto nível de exigência do consumidor norte-americano contribuiu para que a Cassava incorporasse em seu DNA os altíssimos padrões de qualidade e o apetite pela inovação.

O sucesso da empresa nos EUA reflete, de acordo com André, as parcerias estratégicas no país, que permitiram o desenvolvimento de novos produtos para atender nichos específicos de mercado nos Estados Unidos. “Nos últimos dez anos, nosso portfólio de produtos mudou drasticamente. Desenvolvemos um produto inovador, de alto valor agregado, com apoio de nosso parceiro de distribuição e a Universidade de New Jersey. Essas iniciativas acabaram nos levando a assumir a liderança em nichos também no mercado doméstico”, explicou o CEO da Cassava.

A Potenza trilhou um caminho diferente até se estabelecer nos Estados Unidos. A fabricante de soluções para movimentação de cargas como garras, gruas e guindastes viu nas exportações uma saída para vencer um momento difícil no mercado interno. O CEO Eliel Búrigo Borges explica que as primeiras incursões no mercado norte-americano foram difíceis. “Fazer negócios nos Estados Unidos demanda persistência e paciência. Levei muita porta na cara e muitos nãos. Mas com apoio de programas da própria FIESC e do Sebrae fui me preparando melhor”, explicou.

A virada de chave para a Potenza veio com a percepção de que os produtos que a empresa fabricava para o mercado brasileiro não atendiam às necessidades dos clientes norte-americanos. “Começamos a desenvolver os produtos conforme as especificidades dos clientes, construindo uma relação de confiança. O cliente lá é muito fiel. Demora a ser conquistado, mas uma vez que a confiança é estabelecida, se torna uma venda segura”, afirmou.

FONTE: FIESC
Cassava e Potenza detalham experiências de negócios nos EUA | FIESC

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Comércio Exterior, Economia, Industria, Informação, Mercado Internacional

FIESC projeta crescimento tímido para a indústria de SC em 2025

Juros mais altos e crescimento mais lento da renda das famílias contribuem para a expectativa; incertezas no cenário externo por fator Trump colaboram

 A indústria catarinense deve esperar um cenário econômico desafiador em 2025, com crescimento modesto de 1,73%. A expectativa da Federação das Indústrias de SC (FIESC) considera que os fatores que impulsionaram o crescimento de mais de 7% em 2024 terão peso diferente este ano. A análise consta do Boletim de Conjuntura divulgado nesta segunda-feira (3) pela entidade.

Para o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, a alta dos juros e a alta do dólar tiveram um efeito negativo sobre a expectativa dos industriais. “O índice de confiança do empresário industrial já vem mostrando um maior pessimismo em relação à economia, especialmente porque não se enxerga solução de curto prazo para os motivos que levaram ao aumento da taxa básica de juros. O empresário não acredita na disposição do governo federal para reduzir gastos”, explica.

Entre os principais fatores para a desaceleração da economia de SC estão o impacto do aumento dos juros em setores que dependem do crédito. O economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, explica que segmentos como o de bens de capital devem observar uma menor demanda. “Além disso, o saldo de crédito à pessoa física para a aquisição de bens será fortemente afetado pela Selic – projetada a 15% a partir da metade de 2025 -, o que deve levar a um resultado negativo a partir de junho”, afirmou.

Aliado ao fator crédito, o crescimento mais moderado da renda familiar também impacta o desempenho da indústria em 2025. “Juros altos e o aumento do endividamento das famílias devem reduzir o consumo, o que afeta setores como os de automóveis, de eletrodomésticos e têxtil e de confecções”, analisa Bittencourt.

Aguiar destaca que a resiliência da indústria de Santa Catarina será colocada à prova e será necessário fazer ajustes em face às novas condições de crescimento.

No cenário externo, as incertezas sobre os efeitos das políticas tarifárias já anunciadas ou prometidas pelo presidente norte-americano Donald Trump também preocupam. “Muitas medidas a serem tomadas pelos EUA ainda são desconhecidas, e a extensão delas e seus reais efeitos sobre as exportações catarinenses ainda são imprevisíveis”, explica o economista. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de SC, e o segundo maior parceiro comercial do estado.

Impacto atenuado

Setores como agroindústria e construção civil serão fundamentais para minimizar os impactos de uma economia em desaceleração, na avaliação de Bittencourt. Um dos fatores que justifica a análise é que ambos os segmentos geram efeito encadeamento, ou seja, movimentam outros setores.

Um exemplo é a construção civil, que impulsiona a indústria cerâmica, de plásticos, de metais e de madeira, por exemplo. “A construção civil deve ajudar a minimizar a desaceleração, pois o ciclo de obras iniciado em 2024 vai continuar precisando de matérias primas em 2025”, destaca o economista.

Já a agroindústria deve se beneficiar do aumento da produção agrícola, estimada em 8%. Os reflexos esperados são de crescimento da indústria de proteína animal, especialmente na de carnes de aves e de suínos. A atividade destes dois setores movimenta ramos como o de plásticos e papel (embalagens) e o de metalurgia.

Bittencourt reforça, no entanto, que mudanças na política fiscal brasileira e na política tarifária norte-americana podem alterar este cenário.

FONTE: FIESC
FIESC projeta crescimento tímido para a indústria de SC em 2025 | FIESC

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Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Gestão, Industria, Informação, Sustentabilidade

Veja a lista dos 37 acordos assinados entre o Brasil e a China durante a visita de Xi Jinping a Brasília

Chinês assinou abertura do mercado chinês para quatro produtos agrícolas brasileiros, mas novos frigoríficos ficam fora

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Xi Jinping, no Palácio da Alvorada, assinaram acordos de cooperação e abertura de quatro mercados para produtos agropecuários brasileiros, durante visita de Estado do chinês a Brasília nesta quarta-feira (veja a lista completa dos acordos abaixo).

A China deu aval para exportação, pelo Brasil, para farinha de peixe, óleo de peixe e outras proteínas e gorduras derivadas de pescado para ração animal. Os outros três mercados são as autorizações para importação chinesa de sorgo, gergelim e uva fresca do Brasil.

No caso das uvas frescas de mesa, deverão ser exportadas frutas majoritariamente dos estados de Pernambuco e da Bahia. Pomares, casas de embalagem e instalações de tratamento a frio devem cumprir boas práticas agrícolas e ser registrados no Mapa.

Considerando a demanda chinesa dos produtos e a participação brasileira nesses mercados, o potencial comercial é de cerca de US$ 450 milhões por ano, conforme estimativa do Ministério da Agricultura.

Maior importadora de gergelim do mundo, com participação de 36,2% nas importações globais do produto, a China desembolsou US$ 1,53 bilhão em 2023 na compra deste produto. Já o Brasil, que ocupou a sétima colocação nas exportações, representando 5,31% do comércio mundial, vem aumentando sua área de plantio do pulse.

O país asiático é o principal importador da farinha de pescado (US$ 2,9 bilhões em importações em 2023). O Brasil registrou participação de 0,79% das exportações mundiais no ano passado. No sorgo, a participação brasileira é de 0,29% no mercado mundial. A China importou US$ 1,83 bilhão deste produto no ano passado, sendo a maior parte dos Estados Unidos.

Veja a lista completa dos acordos:

  • Declaração Conjunta entre a República Federativa do Brasil e a República Popular da China sobre a Formação Conjunta da Comunidade de Futuro Compartilhado China-Brasil por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável;
  • Plano de Cooperação do Governo da República Federativa do Brasil e do Governo da República Popular da China para o estabelecimento de sinergias entre o Programa de Aceleração do Crescimento, o Plano Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica, o Programa Rotas da Integração Sul-americana, e a Iniciativa Cinturão e Rota;
  • Memorando de Entendimento sobre o Fortalecimento da Cooperação para o Desenvolvimento Internacional entre a Agência Brasileira de Cooperação da República Federativa do Brasil e a Agência de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional da República Popular da China;
  • Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Bioeconomia entre o Ministério das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China;
  • Contrato de Captação entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o China Development Bank (CDB);
  • Protocolo de Requisitos Fitossanitários para Exportação de Uvas Frescas de Mesa do Brasil para a China entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China;
  • Protocolo sobre os Requisitos de Inspeção e Quarentena para a Exportação de Gergelim do Brasil para a China entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China;
  • Protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China para a Importação de Farinha de Peixe, Óleo de Peixe e outras Proteínas e Gorduras derivadas de Pescado para Alimentação Animal do Brasil para a China;
  • Protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China sobre Requisitos Fitossanitários para a Exportação de Sorgo do Brasil para a China;
  • Carta de Intenções entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Estatal de Regulação de Mercados (SAMR) da República Popular da China para promover a cooperação técnica, científica e comercial no setor agrícola;
  • Memorando de Entendimento para o Intercâmbio e a Colaboração sobre Tecnologia e Regulação de Pesticidas entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da República Popular da China;
  • Мemorando de Entendimento entre o Ministério das Cidades da República Federativa do Brasil e o Ministério da Habitação e do Desenvolvimento Urbano-Rural da República Popular da China para o Fortalecimento da Cooperação na Área de Desenvolvimento Urbano;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da República Popular da China sobre Cooperação na Indústria Fotovoltaica;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e a Autoridade de Energia Atômica da China sobre Cooperação Estratégica em Aplicações de Tecnologia Nuclear;
  • Memorando de Entendimento sobre o Programa Sino-Brasileiro de Fonte de Luz Síncrotron entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China;
  • Memorando de Entendimento para o Aprimoramento da Cooperação no Desenvolvimento de Capacidades em Inteligência Artificial entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China;
  • Memorando de Entendimento sobre o Estabelecimento do Laboratório Conjunto em Mecanização e Inteligência Artificial para Agricultura Familiar entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China;
  • Memorando de Entendimento entre Telecomunicações Brasileiras S.A. Telebras, Empresa Vinculada ao Ministério das Comunicações do Brasil (“Telebras”) e a Shanghai Spacesail Technologies Co., Ltd., Empresa Chinesa Cujo Objetivo Social é o Provimento de Serviços e Soluções de Telecomunicações via Satélite (“Spacesail”);
  • Memorando de Entendimento sobre o Fortalecimento da Cooperação na Economia Digital entre o Ministério das Comunicações da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Dados da República Popular da China;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil e o China Media Group sobre Cooperação Audiovisual;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil e o China Film Archive;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil e a China Film Administration;
  • Carta de Intenções sobre a Promoção da Cooperação de Investimento para Desenvolvimento Sustentável entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China;
  • Plano de Ação para Promoção do Investimento Industrial e Cooperação 2024-2025 entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China;
  • Memorando de Entendimento para Promoção da Cooperação Econômica e Comercial sobre Micro, Pequenas e Médias Empresas entre o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China;
  • Memorando de Entendimento sobre Cooperação Esportiva entre o Ministério do Esporte da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Esporte da República Popular da China;
  • Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Transformação Ecológica e Desenvolvimento Verde entre o Ministério da Fazenda da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China;
  • Memorando de Entendimento sobre o Fortalecimento do Intercâmbio e da Cooperação sobre Reforma e Desenvolvimento de Empresas Estatais e Governança Corporativa entre a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais da República Federativa do Brasil e a Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado da República Popular da China;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China sobre Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável da Mineração;
  • Plano de Ação entre o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional da Saúde da República Popular da China na área de Saúde para os anos 2024-2026;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério do Turismo da República Federativa do Brasil e o Ministério da Cultura e Turismo da República Popular da China para Fortalecer a Cooperação em Turismo;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério do Planejamento e Orçamento da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China para o Fortalecimento de Intercâmbio e Cooperação no âmbito do Desenvolvimento Econômico;
  • Memorando de Entendimento entre a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Federativa do Brasil e o Grupo de Mídia da China;
  • Acordo de Cooperação Técnica entre a Empresa Brasil de Comunicação S.A. – EBC – e China Media Group – CMG;
  • Memorando de Entendimento entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Tsinghua sobre o Programa de Resposta da Juventude Latino-Americana e Chinesa a Desafios Globais;
  • Memorando de Entendimento entre o Grupo de Mídia da China – CMG e a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA; e
  • Acordo de Cooperação entre a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Administração Estatal para Regulação do Mercado (Administração Nacional de Normalização) da República Popular da China (SAMR/SAC).

Frigoríficos

Na área agrícola, foi assinado ainda um memorando para cooperação sobre tecnologia e regulação de pesticidas.

Os dois países, porém, acabaram não assinando a abertura de mercado chinês para miúdos suínos brasileiros porque os protocolos não foram finalizados. Também ficou de fora dos anúncios uma nova leva de frigoríficos brasileiros autorizados a exportar carnes ao país asiático, embora o Brasil tenha enviado em outubro uma lista de dez plantas brasileiras de carne bovina e de aves aptos à exportação para o país asiático.

— O agronegócio continua a garantir a segurança alimentar chinesa. O Brasil é, desde 2017, o maior fornecedor de alimentos da China — disse Lula durante declaração à imprensa.

Rota da Seda

Os protocolos fazem parte da lista de 37 acordos com o país asiático em diversas áreas. O Brasil não aderiu, porém, à Nova Rota da Seda, chamado de Cinturão e Rota, o trilionário programa de investimentos chinês. Nesse ponto, foi assinado um plano de “sinergias” entre programas brasileiros de investimentos e a Rota da Seda.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil, mas a diplomacia brasileira entende que não há benefícios em aderir integralmente à Nova Rota da Seda, em meio ao cenário internacional conturbado e também devido à tradição diplomática brasileira.

Além dos acordos agrícolas, foram assinados protocolos sobre cooperação em áreas como inteligência artificial, intercâmbio educacional, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, esportes, saúde e cultura.

Um dos acordos assinados foi com a empresa chinesa SpaceSail, concorrente da Starlink, do bilionário Elon Musk.

A empresa chinesa está desenvolvendo um serviço de internet de alta velocidade por meio de um sistema de satélites de órbita baixa da Terra (LEO, na sigla em inglês). A Starlink é líder nessa tecnologia, que é vista como uma solução para conectar regiões de difícil acesso à infraestrutura de telecomunicações tradicional.
O memorando de entendimento assinado com a estatal brasileira Telebras prevê que as empresas estudem a demanda por internet via satélite em locais que a infraestrutura de fibra óptica não chega, como áreas rurais, e a possibilidade de parcerias para levar inclusão digital a essas localidades.

FONTE: O Globo 100
Veja a lista dos 37 acordos assinados entre o Brasil e a China durante a visita de Xi Jinping a Brasília

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Abertura de mercados para Arábia Saudita e Turquia

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 320 aberturas de mercado durante a atual gestão

O governo brasileiro informa, com satisfação, que obteve novas aberturas de mercado junto aos governos da Arábia Saudita e da Turquia.

Na Arábia Saudita, as autoridades sanitárias aprovaram o Certificado Veterinário Internacional (CVI) para exportação de peixes ornamentais. Em 2024, as exportações agropecuárias do Brasil para o país somaram mais de US$ 2,7 bilhões, com destaque para carnes, complexo sucroalcooleiro, cereais, farinhas e preparações, e complexo soja.

A Turquia, por sua vez, autorizou o Brasil a exportar hemoderivados e produtos lácteos não destinados ao consumo humano. Em 2024, a Turquia importou do Brasil mais de US$ 3,1 bilhões em produtos agropecuários, com destaque para complexo soja, fibras e produtos têxteis, café, carnes, produtos florestais e animais vivos (exceto pescados).

Com esses anúncios, o agronegócio brasileiro alcança 20 aberturas de mercado em 2025, em um total de 320 novas oportunidades de negócio desde o início de 2023.

Esses resultados são fruto do trabalho conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

FONTE: MAPA.gov
Abertura de mercados para Arábia Saudita e Turquia — Ministério da Agricultura e Pecuária

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‘Tarifaço’ de Trump na China beneficia agro brasileiro; Entenda

Durante seu primeiro mandato, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implementou uma política econômica agressiva, que inclui uma série de tarifas sobre produtos importados de diversas nações.

Estas medidas tinham como principal alvo a China, mas também impactaram países como o Canadá e o México. O objetivo era reequilibrar a balança comercial americana, impondo barreiras a produtos estrangeiros.

Inicialmente, Trump propôs tarifas altas, de até 60% para produtos chineses e entre 10% a 20% para outros países. Porém, as taxas efetivamente aplicadas foram menores. Para a China, fixou-se em 25%, equivalente ao mesmo percentual imposto sobre importações canadenses e mexicanas. Essa política gerou repercussões significativas no comércio mundial, alterando rotas de exportação e importação.

Como o Brasil se beneficiou com as tarifas dos EUA?

A imposição de tarifas sobre a soja americana pela China abriu espaço para o Brasil aumentar suas exportações deste grão para o mercado chinês. Este cenário já havia ocorrido anteriormente, quando Pequim, em represália às tarifas americanas, aumentou a tributação sobre a soja dos EUA, optando pelo produto brasileiro. Historicamente, Brasil e EUA são os maiores exportadores mundiais de soja, mas o Brasil se destacou ao se tornar o principal fornecedor para a China.

Além da soja, o milho brasileiro também viu um crescimento no mercado mundial, especialmente após superarem os Estados Unidos como maior exportador deste cereal. Esses eventos indicam uma tendência de fortalecimento das exportações agrícolas brasileiras em consequência das tensões comerciais sino-americanas.

O mercado de carnes: Nova oportunidade para o Brasil?

Não apenas os grãos, mas o setor de carnes brasileiro também pode ganhar com a situação. A China, sendo um dos maiores consumidores de carne do mundo, passou a importar mais do Brasil, incrementando as exportações de carne bovina, frango e suína. Neste contexto, o Brasil já se mantinha à frente dos EUA nas exportações de frango e ocupa uma terceira posição confortável no mercado de carne suína.

No entanto, a carne bovina é onde o Brasil lidera globalmente e o mercado chinês é vital para este domínio. Analistas sugerem que uma renovada guerra comercial entre os Estados Unidos e a China poderia expandir ainda mais as oportunidades para o Brasil solidificar sua presença neste setor.

O Brasil corre o risco de ser taxado pelos EUA?

Embora os Estados Unidos contem com o Brasil como um fornecedor essencial de alimentos, existe a preocupação quanto a possíveis tarifas sobre produtos brasileiros. O Brasil fornece uma série de commodities importantes como café, suco de laranja e carne bovina para o mercado americano. Donald Trump, embora reconheça a importância do Brasil nestes suprimentos, expressou seu descontentamento com os preços praticados, levantando a possibilidade de retaliar com tarifas recíprocas.

Até agora, o risco de taxação parece ser contido pelo temor do impacto nos preços dos alimentos, o que seria desfavorável politicamente. Analistas afirmam que, independentemente das tensões comerciais, os EUA provavelmente evitarão medidas que poderiam elevar significativamente os custos dos produtos essenciais no mercado doméstico.

Quais produtos brasileiros têm maior peso no comércio com os EUA?

  • Café: O Brasil é o maior fornecedor deste produto para os americanos.
  • Carne Bovina: Os Estados Unidos são um dos principais compradores.
  • Suco de Laranja: Tem importância considerável na balança comercial.

A parceria comercial entre Brasil e Estados Unidos continua robusta, embora sujeita a desafios políticos e econômicos. Enquanto o Brasil mantém sua posição como um fornecedor chave, a dinâmica das tarifas entre as potências econômicas permanece um fator crítico a ser monitorado.

FONTE: Terra Brasil Noticia
‘Tarifaço’ de Trump na China beneficia agro brasileiro; Entenda – Terra Brasil Notícias

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CS Trade fortalece operações no Rio de Janeiro com assinatura de Termo de Acordo de Regime Especial

A CS Trade se destaca como a única empresa catarinense a conquistar esse benefício, que é altamente restrito e concedido apenas a companhias que demonstram excelência operacional.

A CS Trade, empresa do Grupo Level e importadora oficial da Cantu Store, maior distribuidora de pneus do Brasil, deu um passo estratégico no comércio exterior. No último dia 29 de janeiro, a empresa assinou um Termo de Acordo de Regime Especial (TARE) com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, em uma cerimônia realizada no Palácio Guanabara. Esse acordo garante incentivos fiscais que beneficiarão suas operações e de seus clientes, fortalecendo o setor e impulsionando a economia fluminense. Para Thiago Crozatti Negri, CEO do Grupo Level, “é uma grande oportunidade para empresas centro-oeste, por se tratar do maior hub logístico do Brasil”.  

Reconhecimento e exclusividade 

A CS Trade se destaca como a única empresa catarinense a conquistar esse benefício, que é altamente restrito e concedido apenas a companhias que demonstram excelência operacional. Esse reconhecimento reforça seu compromisso com o desenvolvimento econômico e a inovação no comércio exterior, contribuindo para consolidar o Rio de Janeiro como um polo estratégico para a importação e exportação no Brasil. 

A assinatura do TARE se soma a outras medidas do governo estadual para tornar o Rio de Janeiro um dos principais hubs logísticos do país. Além da CS Trade, a Comexport, maior trading company do Brasil, também aderiu ao acordo. A expectativa é que os incentivos resultem na geração de novos empregos, redução da burocracia e segurança jurídica para as empresas que escolhem operar no estado. 

A relevância do Termo de Acordo de Regime Especial 

O Termo de Acordo de Regime Especial (TARE) é uma medida adotada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro com o objetivo de atrair grandes empresas do setor de comércio exterior. Por meio da redução da carga tributária e da simplificação de processos, o estado busca aumentar sua competitividade no cenário nacional e internacional. 

O governador Cláudio Castro destacou a importância da iniciativa: “Com essa medida, impulsionamos a geração de empregos e fortalecemos a economia do estado. Seguimos firmes no compromisso de transformar o Rio de Janeiro em uma referência no comércio exterior”. 

Já a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Fernanda Curdi, ressaltou que a presença de empresas como a CS Trade e a Comexport reafirma a posição do Rio de Janeiro como um dos estados mais dinâmicos para o setor, conectando mercados e atraindo investimentos globais. 

Grupo Level: Excelência no comércio exterior 

Com matriz em Itajaí (SC) e presença em diversas regiões do Brasil e escritórios internacionais nos Estados Unidos, Hong Kong e Espanha, o Grupo Level atua há mais de 15 anos no mercado de comércio exterior. A empresa oferece serviços personalizados em importação e exportação, incluindo consultoria, assessoria, auditorias e inspeções. 

Com dois centros de distribuição que somam 23 mil metros quadrados, localizados em Itajaí, um dos maiores polos portuários do Brasil, a companhia se destaca pela eficiência operacional e pelo compromisso com a satisfação dos clientes. 

A assinatura do TARE representa um marco para a CS Trade e o Grupo Level, reforçando seu papel como protagonistas no desenvolvimento do comércio exterior brasileiro e na expansão das oportunidades econômicas no Rio de Janeiro.  

Fontes:
https://www.rj.gov.br/noticias/governo-do-estado-assina-termo-de-acordo-de-regime-especial-com-maior-empresa-de-comercio-exterior3527
https://leveltrade.com.br  

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Saiba o que aconteceria com a economia do Brasil se Trump taxasse em 100% os produtos brasileiros

A possível taxação de produtos brasileiros pelos Estados Unidos pode levar a um rearranjo entre fornecedores e compradores.

Até o momento, não há medida concreta nesse sentido, mas, desde que foi eleito, o presidente Donald Trump já falou abertamente sobre essa possibilidade duas vezes.

Os setores produtivos brasileiros e o governo federal estão cautelosos quanto ao tema. O Poder Executivo não emitiu nenhum comunicado oficial sobre a possível taxação de produtos brasileiros nos EUA.

O que está acontecendo

Trump determinou revisão nas exportações e importações dos EUA com outros países.

O presidente quer saber se há déficit comercial com algum país e de quanto.

As falas e ações de Trump são uma maneira de ele dar sustentação ao slogan de campanha que prometia fazer a América grande novamente.

A taxação significa que os produtos brasileiros adquiridos nos Estados Unidos vão ficar mais caros lá. Por exemplo, se uma saca de 60 kg de café chegar hoje ao país por R$ 2,5 mil, com taxação de 100%, passaria a custar o dobro: R$ 5 mil.

Economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) e conselheira do Conselho Regional de Economia da 2ª Região (Corecon-SP), Carla Beni explica que taxação aos produtos brasileiros não é algo de fácil aplicação, na prática.

“Um comprador dos Estados Unidos que adquire café pode escolher outro país para compra, sem ser o Brasil. Mas essas coisas não são tão simples nem tão rápidas, porque são contratos extremamente complexos”, ressalta Beni.

A especialista lembra que as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos têm cerca de 200 anos de existência. A economista trata do assunto com cuidado, mas acredita que o Brasil faria retaliação da mesma forma, como disse o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Se Trump taxar os produtos do Brasil, haverá reciprocidade“, alertou Lula na última quinta-feira (30/1) durante entrevista coletiva.

Instituições representativas do setor produtivo foram procuradas pela reportagem, mas não comentaram o assunto.

Por tabela

Outra consequência da possível taxação dos produtos importados nos Estados Unidos é um efeito em cadeia, que acabaria impactando o Brasil por tabela. Como a sobretaxação pode aumentar o preço dos produtos no mercado interno dos EUA, isso pode aumentar a inflação por lá.

O banco central dos Estados Unidos (FED, na sigla em inglês), inclusive, está atento a isso. Na última ata de reunião que foi divulgada, referente a dezembro de 2024, o FED sinalizou que as possíveis medidas de Trump têm chance de implicar demora na redução da taxa básica de juros dos EUA. Hoje, ela varia de 4,25% a 4,5%.

A consequência para o Brasil dos juros mais altos lá seria um direcionamento maior de investidores e, consequentemente, dólares para a economia americana. Isso pode fazer o dólar voltar a subir aqui.

No momento, o fato de Trump ainda não ter implantado nenhuma taxação influenciou significativamente a queda do dólar no Brasil. A moeda encerrou a sexta-feira (31/1) cotada a R$ 5,81.

Em dezembro de 2024, após ser eleito, Trump ameaçou taxar o Brasil. Ele disse que o país “taxa muito” os EUA. Na sexta-feira, o presidente norte-americano disse que o bloco econômico Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, receberia tarifa de 100%.

Também na sexta, a Casa Branca confirmou taxas de 25% para Canadá e México e 10% para China.

O que dizem os números

De janeiro a dezembro de 2024, o Brasil exportou US$ 40,33 bilhões para os Estados Unidos. No mesmo período, importou US$ 40,58 bilhões dos norte-americanos. Isso representa déficit de US$ 253,3 milhões na balança comercial. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, respondendo por 12% das exportações e 15% das importações.

Os três produtos brasileiros mais importados pelos EUA são: óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus, produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço e aeronaves e produtos relacionados.

Fonte: Metrópoles
O que aconteceria se Trump taxasse produtos brasileiros em 100%? | Metrópoles

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Quais são os impactos das iminentes tarifas de Trump? Mercado analisa 1ºs efeitos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou as tarifas de 25% para Canadá e México no próximo sábado – e mais pode estar no radar

O prazo de 1º de fevereiro para os EUA imporem uma tarifa de 25% sobre as importações do México e do Canadá está se aproximando. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou as tarifas de 25% para os dois países, que começam a vigorar já neste sábado. Trump também mencionou que os EUA estão em processo de aplicar tarifas à China, e afirmou: “(O país asiático) precisa parar de enviar fentanil (um opioide) para o nosso país e matar nosso povo”. De acordo com o presidente, esse será o motivo para que as tarifas sobre a China sejam implementadas em breve.

Trump disse que ainda não ter definido se incluirá na medida o petróleo desses países. “Podemos ou não”, disse o presidente aos repórteres, no Salão Oval da Casa Branca. Além disso, ele voltou a ameaçar os países membros do Brics com tarifas de 100% caso o bloco continue buscando uma alternativas ao dólar.

Neste sentido, os analistas do Bradesco BBI, ao falarem especificamente sobre as tarifas para México e Canadá, apontam que ainda não está claro quais produtos podem eventualmente ser afetados e, especialmente, se essas seriam medidas duradouras (o que não parece ser o caso, segundo a análise).

Ainda assim, dado que isso provavelmente se tornará um ruído recorrente, o banco compartilhou algumas reflexões iniciais do que podem ser tópicos de discussão relevantes para os setores de Proteína e Agronegócio, também com efeitos no Brasil.

Para Proteínas, olhando para o volume total e líquido de comércio entre os EUA e Canadá + México (ou seja, importações menos exportações), os principais destaques para os EUA são:

Bovinos vivos: 2 milhões de cabeças de importação (100% do total das importações) ou 1,7 milhão de cabeças de importações líquidas (5% do total de abate).
Carne bovina: 582 mil toneladas de importação (49% do total das importações) ou 413 mil toneladas de importações líquidas (2% do consumo interno).
Suínos: 6,7 milhões de cabeças de importação (100% do total das importações) ou 6,7 milhões de cabeças de importações líquidas (5% do total do abate)
Carne suína: 335 mil toneladas de importação (80% do total das importações) ou 720 mil toneladas de exportação líquida (35% das exportações líquidas).
Aves: 936 mil toneladas de exportações líquidas (25% das exportações líquidas).

Assim, avaliam os analistas, a principal categoria de importação que pode eventualmente ser afetada é o comércio de gado vivo/carne bovina, mas as operações de carne bovina da JBS (JBSS3) e da Marfrig (MRFG3) não são integradas verticalmente.

“Com uma eventual tarifa, a principal questão é quem sofrerá o golpe -o consumidor dos EUA (por meio de preços mais altos da carne bovina), o produtor canadense e mexicano (por meio de preços mais baixos do gado) ou os embaladores (agentes intermediários desta cadeia de valor)”, avaliam.

Para o banco, no curto prazo, pode haver algum impacto sobre os processadores à medida que o fluxo comercial se ajusta, principalmente se houver uma desaceleração temporária nos volumes de abate e algum grau de desalavancagem operacional.

“Ainda assim, os custos fixos representam menos de 10% do total, e a falta de integração vertical protege os embaladores da pressão de vendas que o controle do processo de produção exigiria. Em vez disso, o gado precisará ser processado e, com menor oferta, demanda inelástica e estoques de proteína praticamente inexistentes, os preços para o consumidor também tenderão a subir”, apontam.

Os analistas veem que o impacto sobre os processadores de carne bovina, se houver, seria bastante limitado. Além disso, dado que as margens operacionais para a maior parte da indústria já estão pairando em torno do ponto de equilíbrio (que historicamente provou ser um piso), qualquer queda adicional pode ser limitada, na sua visão.

Já para o agronegócio, as importações de fertilizantes representam cerca de 25-30% do consumo total dos EUA, com o Canadá representando aproximadamente 50% disso. Especificamente para o potássio, os EUA importam em torno de 97% de suas necessidades, a grande maioria das quais vem do Canadá. Ainda assim, o fluxo de importação entre os dois países representa apenas cerca de 14% do uso total de fertilizantes nos EUA.

“Portanto, mesmo que uma tarifa de 25% fosse imposta às importações canadenses, provavelmente teria apenas um pequeno impacto nos custos gerais de produção dos EUA, especialmente porque os fertilizantes representam cerca de 20-35% dos custos operacionais das principais culturas (antes que qualquer racionalização no consumo seja contabilizada). Assim, também não parece que surja nenhum grande impacto para o setor”, afirmam.

Impacto macro

O Morgan Stanley, por sua vez, fez uma análise macro sobre eventual implementação de tarifas pelos EUA, que provavelmente levará a uma inflação maior e menor crescimento nas economias da América Latina. O país mais afetado seria o México, dada sua alta exposição aos EUA, enquanto o Brasil e a Argentina teriam um impacto mais limitado.

O Brasil poderia se beneficiar das tarifas dos EUA para a China por meio de um aumento nas exportações para o gigante asiático, semelhante ao que aconteceu em 2017. Quando os EUA implementaram tarifas em 2017, a China redirecionou suas importações para longe dos EUA e indo para o Brasil (dado que o Brasil e os EUA exportam itens semelhantes para a China).

Isso levou a um aumento nas exportações do Brasil para a China, atingindo perto de 28% do total das exportações em 2018 versus 19,6% em 2016. Notavelmente, as exportações de soja do Brasil para a China (um dos principais itens exportados) aumentaram US$ 12,8 bilhões entre 2016 e 2018, enquanto as exportações de soja dos EUA para a China caíram US$ 11,1 bilhões no mesmo período.

Além disso, o Brasil poderia aumentar ainda mais as exportações de soja dado seu potencial de expandir materialmente a área de plantio (que já aumentou 25% desde 2017).

“Existem dois riscos neste cenário em nossa visão: i) o crescimento da China desacelera devido às tarifas dos EUA, reduzindo a demanda por exportações do Brasil e ii) a China faz um acordo comercial com os EUA para evitar uma implementação tarifária significativa que também poderia reduzir a demanda por exportações do Brasil”, apontam os economistas do banco.

“Finalmente, as exportações representam apenas 19% do PIB, então, no geral, prevemos um impacto limitado no crescimento do PIB, mesmo que as exportações sejam impactadas positivamente”, avalia.

Por outro lado, o impacto negativo para o Brasil das tarifas dos EUA viria do canal da inflação e superaria o impacto positivo do comércio, na visão do banco. De fato, o negativo impacto no real devido a um dólar mais forte globalmente seria amplificado por fatores domésticos, especialmente ruído fiscal, apontam.

“As métricas fiscais do Brasil são piores em comparação com seus pares (dívida bruta/PIB e saldo fiscal nominal), o que torna a moeda mais volátil, especialmente em um cenário de risco. Isso seria inflacionário: para cada depreciação de 10%, a inflação aumentaria 96 pontos-base em 12 meses, de acordo com estimativas do BCB”, complementa a equipe de análise.

Por outro lado, se as tarifas dos EUA levarem a uma desaceleração do crescimento global, as pressões inflacionárias do dólar forte poderiam ser parcialmente compensadas, pois as exportações do Brasil reduziriam, aumentando a oferta doméstica e reduzindo as pressões de preço. No entanto, o Morgan pontua que esse impacto desinflacionário seja limitado, dado que as principais exportações do Brasil representam apenas cerca 10% da cesta da inflação de preços ao consumidor.
Possíveis taxações para o Brasil estão no radar?

Logo no início do mandato de Trump, o Bradesco avaliou dois cenários de eventual endurecimento da política comercial sobre o Brasil com o governo do americano.

No primeiro, os EUA aplicariam 10% de tarifa sobre todos os produtos exportados pelo Brasil, com impacto negativo estimado de US$ 2 bilhões sobre a nossa balança comercial e depreciação cambial de cerca de 4%.

No segundo, mais severo até o momento, as tarifas subiriam para 25% com efeito negativo estimado de US$ 5,5 bilhões sobre nossas exportações.

O Brasil exporta cerca de US$ 40 bilhões para os EUA, distribuídos da seguinte forma:• Aço e ferro US$ 5,9 bilhões

• Petróleo e derivados US$ 7,6 bilhões
• Aeronaves US$ 4,5 bilhões
• Papel e Celulose US$ 1,7 bilhão
• Carnes US$ 1,4 bilhão
• Outros US$ 17 bilhões

Hoje, a maioria das exportações brasileiras para os EUA não sofrem nenhum tipo de taxação. A exceção é o petróleo, que tem tarifa de 5% a 6%.

“Os impactos estimados seriam espalhados no tempo, ao longo da eventual implementação dessas tarifas”, avalia o banco.

Outro risco monitorado para as exportações do Brasil seria um novo acordo comercial entre EUA e China. “Nesse caso, a China passaria a comprar mais produtos americanos, com foco em commodities agrícolas. As exportações de soja provavelmente seriam as mais comprometidas, com potencial perda de cerca de US$ 3,5 bilhões”, apontam os economistas do banco.

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Irrisório: Estados Unidos consideram o Brasil um comprador ‘nanico’ de seus produtos representando pouco mais de 1% do que os EUA exportam

Em resposta às ameaças de Donald Trump de taxar produtos brasileiros, o presidente Lula prometeu uma reciprocidade em taxar importações dos Estados Unidos.

No entanto, o impacto dessa medida para a economia americana seria marginal, uma vez que as exportações para o Brasil representam apenas cerca de 1,6% do total exportado pelos EUA. Os Estados Unidos têm uma economia diversificada e mercados globais onde compensariam facilmente quaisquer perdas comerciais no Brasil.

Por outro lado, o Brasil poderia enfrentar consequências mais significativas se os EUA decidissem impor tarifas sobre produtos brasileiros. O setor automobilístico brasileiro, que depende fortemente do mercado norte-americano, estaria particularmente vulnerável. A indústria automotiva do Brasil exporta veículos e peças para os EUA, e um aumento nas tarifas poderia reduzir a competitividade desses produtos, afetando negativamente o emprego e a produção no país.

Portanto, enquanto as ameaças de Lula de taxar produtos dos EUA podem ser vistas mais como um gesto simbólico de retaliação, a realidade econômica sugere que o Brasil tem mais a perder em uma guerra comercial com os Estados Unidos. A dependência do Brasil em relação ao mercado americano em setores-chave como o automotivo poderia levar a uma desvantagem considerável, enquanto os EUA têm opções de mercado suficientes para absorver o impacto de uma retração no comércio com o Brasil.

FONTE: Diário do Brasil Notícia
Irrisório: Estados Unidos consideram o Brasil um comprador ‘nanico’ de seus produtos representando pouco mais de 1% do que os EUA exportam

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Porto Seco de Foz do Iguaçu supera recorde e movimenta US$ 8,6 bilhões em 2024

Números reforçam o status de mais importante centro logístico de comércio exterior para operações realizadas por via rodoviária da América Latina.

O Porto Seco de Foz do Iguaçu é um dos maiores Portos Secos da América Latina e conta com uma localização privilegiada entre Brasil, Paraguai e Argentina. Possui sistema integrado com o Siscomex, com os órgãos anuentes e com a cadeia logística, agilizando a liberação de cargas rodoviárias. Além disso é o único Porto Seco do Brasil a oferecer Operação Noturna de Grãos a granel.

Em 2024, o Porto Seco de Foz do Iguaçu bateu mais um recorde de movimentação no setor do comércio exterior. Ao longo dos doze meses do último ano foram movimentadas 5.622.542.391,78 toneladas de produtos e mercadorias resultando na cifra total de US$ 8.607.082.870,16. Os valores superam em 129,52% o total do peso e em 29,11% o montante da corrente do comércio exterior em relação ao ano de 2023.

Esta quantia está distribuída em 2.508.391.589,06 toneladas de produtos exportados, no valor de US$ 4.238.282.314,74, e 3.114.150.802,72 toneladas de produtos importados, no valor de US$ 4.368.800.555,42.

Os quadros da sequência apresentam os pesos e valores totais das cargas de importação e exportação que ingressaram no Porto Seco de Foz do Iguaçu para o desembaraço em 2024.


Pesos e valores das cargas

Fluxo de caminhões

Fazendo uma abordagem por país, o fluxo de caminhões, entre exportações e importações, temos:

Com o Paraguai, o fluxo em 2024 totalizou a passagem de 73.809 caminhões na exportação e 77.914 caminhões na importação, com o total de 151.723 caminhões, representando 77,17% do total de caminhões.

Com a Argentina, o fluxo em 2024 totalizou a passagem de 9.234 caminhões na exportação e 35.642 caminhões na importação, com o total de 44.876 caminhões, representando 22,82% do total de caminhões.

As importações representam 57,76% do fluxo de caminhões, enquanto que as exportações representam 42,24%.

O quadro abaixo demonstra a quantidade total de caminhões, sua procedência e percentual:

 


Fluxo de caminhões

O Porto Seco de Foz do Iguaçu reafirma sua liderança como um dos maiores da América Latina em movimentação de veículos e valores comercializados. O total de 196.599 caminhões liberados ao longo de 2024 representa um acréscimo de 11,65% em relação ao ano anterior.

Os quadros abaixo apresentam os números de caminhões com cargas de importação e exportação que ingressaram no Porto Seco de Foz do Iguaçu em 2024, destacando os países de procedência/destino:


Números de caminhões com cargas de importação e exportação

Mercadorias desembaraçadas

Uma infinidade de mercadorias foi desembaraçada no Porto Seco de Foz do Iguaçu durante o ano de 2024. Os principais gêneros exportados para o Paraguai foram cimento, fertilizantes, adubos e maquinários agrícolas. Já para a Argentina foram veículos automotivos, peças e madeira.

As principais mercadorias importadas do Paraguai foram grãos (arroz, trigo, milho e soja), carne, aparas de ferro e têxtil; e da Argentina vieram, principalmente, peixes, frutas, alhos, azeitonas, feijão, farinha de trigo e celulose.

O quadro abaixo ilustra bem essas mercadorias conforme origem/destino das mesmas:

A cidade de Foz do Iguaçu vem passando por uma mudança na sua infraestrutura de logística e viária, tendo em andamento várias obras financiadas pelo governo estadual e federal, como é o caso da ligação das novas aduanas Brasil/Argentina e Brasil/Paraguai até a BR 277, através da Perimetral Leste.

No momento, nota-se também a duplicação da Avenida das Cataratas e a ampliação da pista do aeroporto como obras importantes para a região.

Ainda será construído o novo Porto Seco, nas margens da BR 277, dando mais agilidade ao fluxo de caminhões e movimentação de cargas, gerando assim benefícios para os habitantes e turistas com a eliminação do tráfego de caminhões pela região central da cidade. Outro benefício de destaque será o aumento do fluxo de mercadorias entre o Brasil e seus principais parceiros comerciais na América Latina: Argentina, Paraguai e Chile.

Esse conjunto de obras possibilita maior agilidade, fluidez e segurança viária no trânsito da cidade e contribui cada vez mais com o setor de turismo que se destaca a cada ano que passa e permite que Foz do Iguaçu seja um dos melhores destinos de turismo do mundo. As transformações na infraestrutura do município prometem impactar positivamente o comércio exterior e a economia – em âmbito regional e nacional.

Os segmentos de logística e de turismo contribuem cada vez mais para o incremento do comércio internacional que circula pela tríplice fronteira. Além do segmento de logística, o município de Foz do Iguaçu se destaca com seus atrativos turísticos que, em 2024, tiveram aumentos significativos no número de visitantes. As Cataratas do Iguaçu do lado brasileiro receberam 1.893.116 visitantes, terceira melhor marca da história. O Complexo Turístico Itaipu (CTI) do lado brasileiro recebeu 485.990 visitantes. O atrativo do Marco das Três Fronteiras recebeu 457.153 visitantes. Já o Parque das Aves recebeu 821.146 visitantes.

Diante dos dados apresentados, pode-se concluir que tais valores consolidam o Porto Seco de Foz do Iguaçu como um dos maiores da América Latina em termos de valores comercializados com o exterior e na quantidade de caminhões liberados. A Receita Federal demonstra o cumprimento de sua missão institucional de administrar o sistema tributário e aduaneiro, contribuindo para o bem-estar econômico e social do país.

FONTE: MF
Porto Seco de Foz do Iguaçu supera recorde e movimenta US$ 8,6 bilhões em 2024 — Receita Federal

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