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Industria

Desempenho da indústria em abril fortalece projeções de esfriamento gradual do setor

Entre os economistas, permanece a estimativa que a indústria ainda terá crescimento em 2025, porém em menor intensidade do que em 2024

A produção industrial brasileira cresceu menos que o esperado pelo mercado em abril, o que fortalece a tese entre os economistas de desaquecimento gradual da atividade econômica. Permanece assim a projeção de que a indústria ainda terá crescimento em 2025, porém em menor intensidade do que em 2024. E que o Banco Central vai precisar manter os juros em patamar restritivo por mais tempo.

A produção teve uma alta quase na linha d’água (+0,1% ante março), enquanto as estimativas dos analistas variavam de um crescimento entre 0,3% e 0,7%. Na comparação com abril do ano passado, o IBGE constatou uma queda de 0,3%, o que interrompeu uma sequência de dez meses consecutivos de altas. Mas o volume industrial ainda acumula variação positiva de 1,4% nos primeiros quatro meses do ano.

Rafaela Vitoria, economista chefe do Inter, destacou que o resultado foi menos disseminado do que no mês anterior, com 13 das 25 atividades apontando variação positiva em abril. Ela detalhou que os principais impactos positivos do mês vieram dos setores extrativos e de bebidas, enquanto os setores de derivados do petróleo e farmacêuticos foram os destaques negativos, revertendo as surpresas positivas de março.

Ele ponderou que a tendência de desaceleração no acumulado de 12 meses permanece, particularmente para os segmentos de veículos e alimentos, o que conversa com os dados recentes de crédito, indicando alta da inadimplência e redução das concessões de financiamento de veículos como decorrência da política monetária restritiva.

Ainda assim, segundo Rafaela, o nível de atividade industrial pode ser considerado robusto e seu esfriamento vem ocorrendo de maneira lenta e um pouco ruidosa. “Esse cenário deve reforçar o comunicado do Banco Central de que a política monetária deve permanecer restritiva por um prazo mais prolongado, até que se tenha maior evidência de desaceleração e seu consequente impacto na inflação e suas expectativas”, afirmou.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, por sua vez, lembrou que os resultados positivos também predominaram entre as grandes categorias econômicas, com bens intermediários crescendo 0,7%, seguidos por bens de capital (+1,4%) e bens de consumo duráveis (+0,4%). Em contrapartida, houve recuo no segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-1,9%).

“Para 2025, projetamos um crescimento de 2% na produção industrial brasileira. Apesar dos desafios impostos pela desaceleração da economia global e pelo prolongado período de juros elevados, acreditamos que a retração será moderada. Fatores como uma balança comercial sólida e políticas governamentais de estímulo à atividade econômica devem ajudar a mitigar os impactos negativos”, comentou.

Em sua análise, a XP disse concordar com a leitura de que a indústria brasileira vai esfriar gradativamente ao longo de 2025. “Por um lado, o fim da capacidade ociosa na maioria das categorias de manufatura — ou seja, restrições de oferta — e o ambiente restritivo de taxas de juros devem cobrar seu preço. Por outro lado, a resiliência do mercado de trabalho e as medidas governamentais anunciadas recentemente devem apoiar a demanda interna no curto prazo”, estimou.  

Para a XP, a produção industrial geral aumentará 2,0% em 2025, portanto abaixo dos 3,1% divulgado em 2024. O XP Tracker para o crescimento do PIB do 2º trimestre do ano é de 0,5% na comparação trimestral e de 2,4% na anualizada. “Nossa projeção atual para o crescimento do PIB em 2025 – atualmente em 2,3% – é ligeiramente tendenciosa para cima.”

A avaliação de Claudia Moreno, economista do C6 Bank, é que a principal surpresa em relação à projeção veio da indústria de transformação (-0,5%), que teve um resultado abaixo da alta esperada de 0,1%. “O resultado abaixo do esperado em abril reforça nossa perspectiva de que a indústria brasileira como um todo deve perder força ao longo de 2025. Nossa expectativa é de que a produção industrial termine o ano com uma retração de 0,5%. Vale lembrar que, no ano passado, o setor cresceu 3,1%”, detalhou.

Claudia considera que os dados da indústria indicam que a economia brasileira está em expansão, ainda que em ritmo mais lento do que em 2024. “Entendemos que essa perda de fôlego também é reflexo dos juros mais altos, que tendem a reduzir os investimentos e provocar uma desaceleração da atividade econômica. Por isso, esperamos que o PIB cresça 2% em 2025 e 1% em 2026” , estimou.

Para a política monetária, o C6Bank mantém a projeção de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará a Selic em 0,25 ponto percentual, para 15%, na reunião do próximo dia 18. “Mas reconhecemos que há chances de os juros ficarem estáveis. A tendência é que as pressões inflacionárias mantenham a Selic nesse patamar elevado até, pelo menos, o final de 2025, contribuindo para a desaceleração da economia”, disse Claudia em nota.

Rafael Perez, economista da Suno Research, por sua vez, destacou que o setor de bens de capital apresentou desempenho positivo, com alta de 1,4% no mês e crescimento de 8,3% no acumulado em 12 meses, destacando como um dos poucos setores dentro da indústria de transformação a continuar crescendo mesmo diante do cenário mais adverso.

“A antecipação das importações de máquinas e equipamentos para fugir da guerra comercial e evitar possíveis problemas nas cadeias globais de produção ajudam a explicar esse crescimento no mês”, disse.

No entanto, ele lembrou que setores mais cíclicos vêm desacelerando, refletindo os efeitos de juros elevados, crédito mais caro, custos ainda altos e incertezas provocadas pela guerra comercial. “Em geral, o resultado de abril sinaliza uma perda de tração da indústria diante da fragilidade de segmentos mais sensíveis ao ciclo econômico doméstico”, afirmou..

Para 2025, ele disse acreditar que a recuperação do setor extrativo deve ter continuidade, porém ainda pode ser limitada pela recente queda nos preços internacionais do petróleo e do minério de ferro. “Já a indústria de transformação segue vulnerável às condições domésticas e aos desdobramentos da guerra comercial, que podem pressionar os custos de importação e afetar a disponibilidade de insumos.”

Luis Otávio Leal, sócio e economista-chefe da G5 Partners, observou que o índice de difusão – percentual de atividades com variação positiva no mês – caiu de 55,1% em março para 43,3% em abril, corrobora a percepção de desaceleração.

“No decorrer dos próximos meses, continuamos acreditando que o nível altamente contracionista da política monetária vai afetar de maneira progressiva a indústria brasileira, particularmente o segmento de transformação. Inclusive, com base nos dados divulgados até o momento, nossas estimativas preliminares sugerem que o PIB industrial pode retrair no segundo trimestre. Se for o caso, seria o segundo em sequência.”

Fonte: InfoMoney


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Industria, Investimento, Notícias

Conselho aprova novos projetos industriais para ZPEs do Piauí e Mato Grosso do Sul

Investimentos somam R$ 258,6 milhões, têm viés de sustentabilidade e de inovação e devem gerar mais de 400 empregos. Conselho também aprovou a lista de serviços voltados à exportação que podem se beneficiar do regime das ZPE

O Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) aprovou, nesta quinta-feira (29), dois novos projetos industriais sustentáveis para as ZPEs de Parnaíba (PI) e Bataguassu (MS), totalizando R$ 258,6 milhões em investimentos e receita anual estimada em R$ 1,6 bilhão, além da geração de 414 postos de trabalho nas fases de implementação e operação.

No Piauí, a MBF vai investir R$ 221,5 milhões em uma unidade de produção de fertilizantes de alto desempenho a partir de bioinsumos. O projeto, instalado na ZPE Parnaíba, prevê 321 empregos e uma receita anual estimada em R$ 1,3 bilhão. Embora voltado majoritariamente à exportação, parte da produção atenderá o mercado interno, beneficiando também o agronegócio brasileiro.

Já a Biotub Tubetes Biodegradáveis vai se instalar na futura ZPE de Bataguassu e produzir recipientes biodegradáveis e compostáveis para o plantio de mudas, uma iniciativa inovadora para o setor agroindustrial que vai mobilizar R$ 37,1 milhões em investimentos, gerar 93 postos de trabalho e resultar em R$ 301,4 milhões em receitas com exportações. Com essa tecnologia, o plantio é otimizado, aumentando a produtividade e reduzindo impactos no meio ambiente.

Nos últimos 12 meses, o CZPE aprovou 13 novos projetos industriais em seis ZPEs, que somam R$ 52,9 bilhões em investimentos, R$ 27 bilhões em novas exportações anuais e a criação de mais de 5 mil empregos.

Serviços

Na 40ª reunião ordinária, o CZPE também aprovou uma lista de 70 serviços que poderão se qualificar para operar no regime das ZPEs, regulamentando a lei que ampliou os incentivos do regime para além do setor de bens. A definição dos serviços é resultado de consulta pública realizada em 2024.

Para a definição das atividades, o CZPE levou em consideração serviços que possuem potencial exportador relevante; alto valor agregado da atividade com base em critérios de no uso de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI); e o alinhamento às missões da Nova Indústria Brasil (NIB).

Entre as atividades autorizadas estão a exportação de serviços de pesquisa e desenvolvimento em várias áreas, como biotecnologia, química e ciências; serviços de projetos e de gerenciamento de engenharia; e de serviços relacionados à tecnologia da informação, como desenvolvimento de softwares e processamento de dados.

Empresas de serviços interessadas deverão apresentar ao CZPE projetos de operação e planos de negócios voltados ao mercado externo, alinhados às normas do regime e às políticas de desenvolvimento produtivo do país.

Fotos: Júlio César Silva/MDIC
Fonte: Governo Federal – Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

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Industria

Confiança sobe em 21 setores industriais, aponta CNI

Movimento, no entanto, foi insuficiente para mudar quadro geral de pessimismo dos empresários. Grandes indústrias foram as únicas a demonstrar otimismo

Em maio, os resultados setoriais do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) apontam que a confiança subiu em 21 dos 29 segmentos da indústria, revela levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira (28). Por outro lado, o indicador caiu em oito setores.

Com o resultado, três setores passaram de um estado de falta de confiança para um estado de confiança. São eles: impressão e reprodução (+5,8 pontos, para 52,6 pontos); produtos diversos (+2,5 pontos, para 51,6 pontos); e máquinas e materiais elétricos (+0,7 ponto, para 50,2 pontos).

Outros três segmentos fizeram a transição contrária e, agora, apresentam pessimismo: biocombustíveis (-2,5 pontos, para 49,8 pontos); calçados e suas partes (-3,3 pontos, para 48,9 pontos); e veículos automotores (-3,9 pontos, para 47,9 pontos). Vale lembrar que o ICEI vai de 0 a 100 pontos. Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança dos empresários e, acima, confiança.

Com isso, o balanço final do mês de maio repete o resultado de abril, ou seja, 23 de 29 setores continuam sem confiança, enquanto seis seguem confiantes. Segundo Claudia Perdigão, especialista em Políticas e Indústria da CNI, a falta de confiança prejudica o setor e a atividade econômica.

“A confiança do empresário está ligada à sua capacidade de investir e desenvolver novos projetos. Quando o empresário demonstra incerteza, ele investe menos e executa menos iniciativas. Uma luz vermelha se acende quando observamos falta de confiança”, explica a economista.

ICEI por porte de empresa

O ICEI aumentou entre todos os portes de empresas na passagem de abril para maio. O destaque fica por conta das pequenas indústrias, cujo índice subiu 2 pontos. Nas indústrias de médio porte, o indicador aumentou 0,4 ponto, enquanto nas grandes, cresceu 0,5 ponto.

Com a alta, as indústrias de grande porte migraram de falta de confiança para confiança, ainda que moderada. As pequenas e médias indústrias continuam abaixo dos 50 pontos, demonstrando pessimismo.

ICEI por região geográfica

A confiança da indústria subiu nas regiões Sudeste (+1,8 ponto), Sul (+1 ponto) e Centro-Oeste (+0,7 ponto), mas caiu nas regiões Nordeste (-0,6 ponto) e Norte (-0,3 ponto). O movimento foi insuficiente para alterar o cenário geral na passagem de abril para maio.

Os empresários do Sul e do Sudeste continuam pessimistas. Já os industriais no Norte, Nordeste e Centro-Oeste seguem otimistas.

  • Nordeste: 51,7 pontos
  • Norte: 51,3 pontos
  • Centro-Oeste: 50,9 pontos
  • Sul: 48,2 pontos
  • Sudeste: 47,7 pontos

Mais sobre o ICEI Setorial

Para esta edição, a CNI consultou 1.800 empresas: 771 de pequeno porte; 648 de médio porte; e 441 de grande porte, entre os dias 5 e 14 de maio de 2025.

Fonte: Portal da Indústria

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Industria

Gecex renova medidas para fortalecer indústria nacional do aço

Decisão mantém proteção à indústria siderúrgica brasileira contra surtos de importação, em meio a cenário global incerto

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) renovou as medidas tarifárias adotadas no ano passado para reduzir o surto de importação de produtos de aço, com objetivo de continuar fortalecendo a indústria nacional nesse setor. A reunião do colegiado aconteceu nesta terça-feira (27).

A vigência da alíquota de 25% foi mantida para 19 NCMs, que já eram atendidas pela medida, e estendida agora para outras quatro, totalizando 23. Estas últimas foram caracterizadas como “NCMs de fuga” e sua inclusão na medida decorreu da identificação de aumentos expressivos de importação no último ano, demonstrando que passaram a ser usadas como substitutas dos produtos originalmente tarifados. As medidas valem por 12 meses.

Assim como nas decisões do ano passado, foi mantido o sistema de cotas até determinados volumes de importação, que poderão entrar no país pelas tarifas originais das NCMs (entre 9% e 16%). Entretanto, foram excluídas do cálculo as importações feitas no contexto de acordos comerciais ou de regimes especiais.

O estabelecimento de cotas busca reduzir os impactos nos setores que usam o aço em sua cadeia produtiva – como construção civil, automóveis, bens de capital e eletroeletrônicos.

Critérios

Tanto a manutenção como a ampliação das NCMs na medida seguiram os critérios técnicos já utilizados nas decisões anteriores, alcançando as NCMs cujo volume de compras externas superaram em 30% a média das compras ocorridas entre 2020 e 2022.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

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Economia, Industria

Haddad destaca papel da política econômica na retomada da indústria

Durante celebração do Dia da Indústria, ministro reforça a importância da Reforma Tributária, do equilíbrio fiscal e dos investimentos em educação e infraestrutura para impulsionar o setor produtivo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou, nesta segunda-feira (26/5), o papel da política econômica para a criação de condições macroeconômicas para o desenvolvimento da indústria nacional. A declaração foi feita durante abertura do evento “Nova Indústria Brasil”, realizado na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, em celebração ao Dia da Indústria. “O presidente Lula herdou um país com um déficit estrutural de 2% do PIB, e nós, com apoio do Congresso, estamos conseguindo avançar no sentido de estabilizar o orçamento e criar as condições macroeconômicas para a indústria voltar a se desenvolver”, avaliou Haddad.

O evento reuniu autoridades, empresários e especialistas para discutir desafios e oportunidades da reindustrialização brasileira com base em sustentabilidade, inovação e soberania. Também participaram o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, entre outros.

Haddad ressaltou a importância do trabalho conjunto entre governo, empresários e instituições de fomento, destacando a atuação do MDIC junto ao BNDES e às lideranças empresariais do país, em proveito da indústria. “Não é pouca coisa o que está acontecendo na indústria, e o trabalho do MDIC tem que ser valorizado, além da recuperação do BNDES. O papel que o BNDES tem cumprido na recuperação da indústria precisa ser reconhecido”, salientou.

Equilíbrio orçamentário

Ao contextualizar os desafios fiscais do país, ele lembrou que a carga tributária brasileira passou por fortes aumentos durante o regime militar, quando passou de 16% do PIB, em 1964, para 26% do PIB, ao final do período militar, chegando a 32% do PIB no período de estabilização do real. “Hoje, a carga tributária federal, a receita primária federal, é menor do que 10 anos atrás. Então, nós temos que ter a compreensão de que nós temos desafios a enfrentar, sobretudo em relação ao equilíbrio orçamentário, que é papel de todos”, destacou o ministro.

Reforma é pilar da retomada 

Entre as medidas estruturantes para impulsionar a indústria, Haddad destacou a Reforma Tributária. “O maior legado do presidente Lula nessa área, sem sombra de dúvida, é a Reforma Tributária”, apontou. 

O ministro lembrou que a reforma entra em vigor em 2027, com um período de transição de médio prazo, e garantiu que os efeitos sobre o ambiente de negócio serão extraordinários. “Os efeitos são muito importantes, começando pelo fato de que a desoneração do investimento vai ser de 100%, a desoneração da exportação vai ser de 100%”, destacou.

Educação e infraestrutura indispensáveis

O ministro citou os avanços em educação como fator indispensável para o desenvolvimento industrial. “O Brasil era o país com a menor taxa de jovens na universidade. Eu não estou falando do mundo, eu estou falando da América do Sul. Na comparação com Uruguai, Argentina, Chile, o Brasil não tinha o seu povo, a sua gente, o filho do trabalhador na universidade. Essa realidade mudou por programas criados pelo presidente Lula”, disse, ressaltando que, sem educação superior acessível, não há caminho para fortalecer a indústria.

Haddad também mencionou a retomada dos investimentos em infraestrutura, viabilizada pelo novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para que o país tenha condição de competir. “Nós retomamos os investimentos, que minguaram e chegaram quase a zero até 2022. Nós não tínhamos mais obra de infraestrutura no país, não tínhamos mais ferrovia, não tínhamos mais rodovia, não tínhamos mais portos, aeroportos, não tinha nada acontecendo no Brasil”, comentou. Segundo ele, os trabalhos estão sendo feitos em tempo recorde, em dois anos, com a reativação do programa de concessões e de parcerias público-privadas para oferecer condições de competitividade para a indústria. 

Por fim, Haddad reafirmou o papel do BNDES na retomada industrial, destacando a gestão atual do banco, que está “mostrando a competência, a transparência que sempre teve em proveito do empresário brasileiro”. De acordo com ele, essa é uma ferramenta importantíssima para fomentar a indústria porque é lá que estão “o aumento da produtividade, os ganhos de produtividade, o emprego de qualidade. Muita coisa tem por ser feita, não resta dúvida, mas eu quero crer que o presidente Lula, nesses dois anos de trabalho, demonstrou uma capacidade e um compromisso com a indústria que precisa ser, no seu dia, muito valorizada”, concluiu.

Fonte: Ministério da Fazenda

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Exportação, Industria

Indústrias do aço e do alumínio pleiteiam cotas de exportação

Ainda não é possível medir os impactos sobre a indústria brasileira gerados pela decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma taxa de 25% sobre o aço e o alumínio importados. Executivos dos dois setores admitem que o clima é de incerteza e apreensão e informam que buscam, por intermédio do governo brasileiro, conseguir uma flexibilização da medida.

“Inicialmente, as novas taxas atingem igualmente todos os países e não mudam o quadro geral de competitividade. Mas essa situação não deve durar”, diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo da Aço Brasil, instituição que representa as siderúrgicas nacionais. “Vários países negociam novas taxas em Washington. Aqueles que fizerem acordos mais rápido vão levar vantagem. Se formos lentos, vamos perder espaço.”

Reino Unido e EUA já anunciaram acordo para a redução de tarifas sobre o aço, mas os detalhes ainda não são públicos.

Os Estados Unidos são o principal destino internacional do aço brasileiro e o segundo do alumínio. Em 2024 o Brasil exportou 4,08 milhões de toneladas de aço para lá, o que representou 42,6% do volume exportado pelo país, e obteve na operação US$ 2,99 bilhões, 39,2% da receita das exportações siderúrgicas. O Brasil foi o segundo maior exportador para os EUA, atrás apenas do Canadá.

O principal item exportado para foi o aço semiacabado, que gerou uma receita de US$ 2,3 bilhões. É um item que não é vendido diretamente ao consumidor; é usado como insumo na indústria do aço, que faz a laminação e revende. “Ao taxar o semiacabado, os Estados Unidos tiram competitividade da própria siderurgia americana”, diz Lopes.

Os EUA não são autossuficientes em aço semiacabado e demandam uma importação anual de 5,6 milhões de toneladas. Construir usinas para atender essa demanda é um processo lento, que leva entre três e quatro anos.

Na balança comercial do aço, o Brasil importa carvão metalúrgico dos Estados Unidos (US$ 1,4 bilhão em 2014), e US$ 3,9 bilhões em máquinas e equipamentos, que contêm muito aço embarcado. “Se levarmos em consideração toda a cadeia produtiva, os Estados Unidos são superavitários em relação ao Brasil”, destaca o executivo da Aço Brasil.

Em 2018 – quando o primeiro governo Trump criou uma taxa de 25% sobre aço e alumínio importados -, esses argumentos foram suficientes para levar o governo americano a adotar uma política de cotas para as compras de aço brasileiro. Naquele ano foi negociada uma cota rígida (“hard quota”), que não poderia ser ultrapassada, nem pagando tarifa extra de importação. Por outro lado, todo o aço exportado para os EUA, até o limite anual de 3,5 milhões de toneladas de semiacabado e 687 mil toneladas de laminados, tinha tarifa zerada. A solução valeu até março deste ano.

“O pleito da indústria siderúrgica brasileira é a volta desta política de hard quota”, diz Lopes. As negociações tiveram início em março com uma videoconferência do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.

Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do ministério, considera que o primeiro momento é de esclarecer os aspectos da política tarifária brasileira aos americanos e apresentar argumentos, em um processo de negociação que se apresenta como difícil e lento. “Mostramos que o Brasil não é problema para os EUA. Eles têm superávit comercial conosco”, afirma. “Em oito dos dez principais itens que importamos dos EUA, a tarifa de importação é zero”, diz.

Em relação às novas tarifas sobre aço e alumínio, a estratégia é mostrar a importância do fornecimento brasileiro para a cadeia produtiva americana, como apresentado por Lopes. “Estamos trabalhando em sintonia com a iniciativa privada, queremos uma relação de ganha-ganha com os EUA”, diz Prazeres.

A indústria brasileira do alumínio também pleiteia a substituição da tarifa de 25% por um sistema de cotas que permita volumes anuais isentos de sobretaxa. “É nossa principal proposta”, afirma Janaina Donas, presidente executiva da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).

Em 2024, os Estados Unidos foram destino de 16,8% das exportações brasileiras de produtos de alumínio, totalizando US$ 267 milhões e 72,4 mil toneladas, mas representou menos de 1% das importações americanas. Os principais itens embarcados foram chapas e folhas de alumínio.

No primeiro trimestre de 2025, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 22% em volume em relação ao mesmo período de 2024, para 22,2 mil toneladas. “Esse avanço refletiu um movimento de antecipação de embarques, diante da expectativa da entrada em vigor da nova tarifa”, diz a executiva. Até março, vigorava uma tarifa de 10% sobre as exportações do setor aos EUA.

De acordo com Donas, os americanos não são autossuficientes na produção de alumínio primário – resultado da transformação direta da bauxita. Ela calcula que o país precisaria de cinco a oito anos para estabelecer uma produção com escala suficiente para atender sua demanda interna.

A principal preocupação do setor no Brasil é que as novas tarifas americanas gerem desvio de comércio, ou seja, que países redirecionem suas exportações, que anteriormente atendiam aos Estados Unidos, para mercados alternativos e menos protegidos, como o Brasil, e para isso usem práticas anticompetitivas, como o dumping. “O Brasil precisa fortalecer seus instrumentos de defesa comercial”, diz Donas.

Prazeres informa que o governo brasileiro está preocupado com o risco de desvio de comércio e faz um monitoramento “com lupa” de todos os produtos e agirá, caso necessário.

Fonte: Valor Econômico

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Industria, Tributação

Indústrias de SC já sentem efeitos do incremento das tarifas

Durante o segundo dia de atividades da imersão, CEOs de empresas exportadoras e com negócios nos EUA apresentaram suas percepções sobre o atual cenário

O segundo dia da imersão Tarifaço Trump, promovida pela Federação das Indústrias de SC por meio da Academia FIESC de Negócios, trouxe a experiência do Grupo Rohden e da Portobello America. Confira os principais destaques dos cases:

O CEO da Rohden, Jorge Luís Rohden, explicou que a empresa é a maior exportadora de portas do país para os Estados Unidos. Em 2024, a Rohden despachou para os Estados Unidos 1.383 contêineres, o que faz da empresa a primeira no ranking dos maiores exportadores de portas por via marítima ao mercado norte-americano.

Ele destacou que o ritmo dos pedidos vem caindo, com os clientes em compasso de espera, diante da incerteza. Mas não é só a falta de clareza que motiva a redução dos pedidos. Por conta de gargalos logísticos no segundo semestre de 2024, e com a normalização das viagens marítimas de novembro em diante, os estoques dos clientes estão em nível elevado.

Com o apoio do Observatório FIESC, a empresa acompanha de perto o impacto das tarifas sobre os negócios. Isso se dá pelo monitoramento de diversos indicadores econômicos e de inteligência de mercado de seu principal parceiro externo.

“Para a Rohden, a informação rápida e de qualidade é essencial para a tomada de decisão. O relacionamento muito próximo com nossos principais clientes nos Estados Unidos também tem nos permitido entender as mudanças na perspectiva deles, e assim ajustarmos a nossa atuação”, afirmou.

Informação estratégica é especialmente relevante para a companhia, já que o principal produto da pauta exportadora da empresa está na lista da investigação sobre o impacto das importações de madeira e seus derivados sobre a segurança dos EUA – um dispositivo criado para defender a segurança nacional norte-americana, a chamada seção 232 e que resultado em tarifas ainda mais altas, a exemplo do aço.

Para o CEO da Portobello Americahttps://fiesc.com.br/pt-br/imprensa/cadeia-florestal-acompanha-desdobramento-do-pacote-tarifario, João Oliveira, embora exista um movimento de busca por fornecedores nos Estados Unidos para substituir em parte as importações, o processo até a formalização de negócios é lento. A empresa já foi abordada por um cliente que busca uma opção local para substituir produtos atualmente comprados da Espanha. De acordo com ele, apenas 30% do consumo norte-americano de porcelanato e revestimentos cerâmicos é produzido localmente. Os demais 70% têm origem na Índia e em países europeus, como Espanha e Itália.

“A tendência de valorização e do aumento da produção interna nos EUA deve prevalecer no longo prazo. Já há um grande movimento de valorização dos produtos Made in USA, com a bandeira americana em lugar de grande destaque no marketing das empresas com fabricação local.”

Durante o segundo dia da imersão, a FIESC apresentou também um estudo exclusivo da área de desenvolvimento industrial que traça os possíveis cenários decorrentes dos efeitos do tarifaço do governo norte-americano. O documento apontou os destinos possíveis e prováveis do excedente de exportações chinesas, considerando os custos de importação para esse novo destino, o potencial de mercado e também se já existem vendas chinesas daquele produto para o novo país.

Fonte: FIESC

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Economia, Industria

Ministros da Indústria do BRICS reafirmam compromisso com governança inclusiva e desenvolvimento sustentável

Declaração destaca a importância da inovação e das tecnologias digitais para impulsionar a nova revolução industrial

Consolidar as bases para a cooperação no desenvolvimento industrial verde e promover a economia circular no setor produtivo global estão entre os principais destaques da declaração final da 9ª Reunião dos Ministros de Indústria dos 11 países que integram o BRICS, nesta quarta-feira (21/5) em Brasília.

A reunião foi copresidida pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, e pelo ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), Márcio França.

No documento, os países reconhecem o papel do bloco como “força vital” para promover relações estáveis e não discriminatórias como um motor chave do progresso econômico global.

Eles se comprometem, ainda, a trabalhar pela utilização eficiente de energia e recursos naturais, bem como pela adoção de uma abordagem de economia circular em todo o ciclo de vida dos produtos. A meta, diz o documento, é tornar o BRICS “um bloco de referência na adoção de práticas sustentáveis e no aprimoramento das cadeias de suprimentos globais”.

Os compromissos foram firmados no âmbito da Parceria do BRICS para a Nova Revolução Industrial (PartNIR), criada em 2021, para promover o desenvolvimento industrial, a inovação e a cooperação tecnológica.

Considerando este cenário, a Declaração reafirmou a importância da inovação e das tecnologias digitais no âmbito da indústria 4.0 como “principais impulsionadores do desenvolvimento sustentável”, podendo contribuir para a criação de empregos, a inclusão social e a segurança alimentar, entre outros pontos.

O documento destaca também o compromisso com “um ambiente global aberto, justo e resiliente, fortalecendo o sistema multilateral” frente às rápidas transformações globais. “Juntos, aspiramos a liderar esforços para uma agenda de desenvolvimento global mais equilibrada, sustentável e inclusiva para o benefício de todos”.

Durante a reunião, foi aprovado também o Plano de Ação do Grupo de Trabalho de MPMEs do BRICS (2025–2030), que representa um marco no avanço da cooperação estruturada destas empresas entre os países do BRICS.

Desenvolvimento Industrial

A Declaração reconhece o PartNIR como uma “plataforma estratégica” para a cooperação dos BRICS para a Nova Revolução Industrial, permitindo a identificação de interesses, desafios e oportunidades comuns, enquanto apoia a capacitação, intensifica parcerias e cria oportunidades.

Neste contexto, os ministros reafirmaram apoio ao estabelecimento do Centro de Competências Industriais do BRICS (BCIC), lançado em abril deste ano, em colaboração com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), para avançar, em conjunto, no desenvolvimento da Indústria 4.0 e estimular a produtividade e as parcerias.

Também consta no documento a proposta de criação da IA Soberana da PartNIR para a Industrialização Digital. A proposta foi apresentada pela presidência brasileira e segue em negociação entre os parceiros do grupo.

Responsável por aproximadamente um terço do PIB global e abrangendo quase 45% da população mundial, o BRICS é formado por 11 países (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia, Irã e Indonésia). Neste ano, a presidência está sob a responsabilidade do Brasil, que está sediando as reuniões temáticas. A Cúpula de Líderes está marcada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro.

Cooperação  

Durante a reunião ministerial, foram aprovados ainda documentos que representam passos importantes para aprimorar a cooperação estruturada e o alinhamento estratégico entre os países.

Abaixo, os principais pontos em cada uma dessas áreas:

Termos de Referência para o Grupo de Trabalho de Manufatura Inteligente e Robótica

  • Realizar pesquisas sobre processos-chave de manufatura, equipamentos inteligentes, softwares industriais, soluções sistêmicas, algoritmos centrais de robótica, entre outros; publicar estudos conjuntos e promover a cooperação técnica e a transferência de tecnologia;
  • Explorar oportunidades de cooperação em cenários de manufatura inteligente, soluções para fábricas inteligentes, avaliações de nível de implementação e cadeia produtiva da indústria robótica;
  • Incentivar departamentos governamentais, organizações de normalização, instituições de pesquisa, empresas e associações setoriais dos países membros a cooperarem na definição de normas para indústrias emergentes, como manufatura inteligente, manufatura aditiva e robótica;
  • Incentivar a participação de partes interessadas em manufatura inteligente e robótica nos países do BRICS em eventos da PartNIR;
  • Promover programas de capacitação e aprimoramento de habilidades nas áreas relacionadas à manufatura inteligente e robótica.

 Termos de Referência para o Grupo de Trabalho de Transformação Digital da Indústria

  • Explorar a cooperação na condução de atividades de compartilhamento de conhecimento e capacitação em tecnologias digitais chave para aplicações industriais, como IA, IoT, computação em nuvem e análise de big data;
  • Explorar oportunidades de cooperação em áreas como internet industrial, código aberto, cadeias de suprimentos resilientes e confiáveis, além de explorar parcerias entre empresas do BRICS para desenvolver e implementar soluções de transformação digital da indústria;
  • Incentivar os departamentos governamentais relevantes, organizações de normalização, instituições de pesquisa, empresas e associações industriais nos países membros do BRICS a explorar a cooperação no estabelecimento de padrões para a digitalização da indústria;
  • Incentivar organizações e instituições públicas, privadas e internacionais nos campos da digitalização da indústria a participar de séries de eventos e iniciativas da PartNIR;
  • Incentivar os países membros do BRICS a realizar programas de treinamento e requalificação para atualização de habilidades em áreas relacionadas à industrialização digital;

 Termos de Referência para o Grupo de Trabalho de Pequenas e Médias Empresas

  • Implementar o consenso alcançado nas Cúpulas do BRICS, reuniões dos Ministros da Indústria e outras reuniões ministeriais anteriores quanto à cooperação entre MPMEs dos países do BRICS;
  • Formular e revisar planos de ação com base nos termos de referência do Grupo de Trabalho e executar os trabalhos pertinentes de acordo com esses planos;
  • Reforçar a coordenação com outros grupos de trabalho no âmbito do BRICS;
  • Ampliar a cooperação mutuamente benéfica para fortalecer a PartNIR do BRICS em áreas como: fortalecimento da formação de MPMEs de alta qualidade, com forte capacidade de inovação e bom potencial de crescimento, e promoção do desenvolvimento de parques e polos industriais voltados para MPMEs.

 Plano de Ação do Grupo de Trabalho de PMEs do BRICS (2025–2030)

  • Fortalecer a cooperação entre as MPMEs nos países do BRICS;
  • Promover o crescimento econômico inclusivo;
  • Fomentar um ambiente de negócios resiliente para pequenas empresas;
  • Aumentar a participação das MPMEs nos fluxos comerciais do BRICS e nas cadeias globais de valor.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

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Comércio, Economia, Industria

BRICS concluem discussões sobre indústria e comércio nesta semana

Reuniões ministeriais na quarta-feira serão presididas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (MDIC) e por Márcio França (MEMP)

Ministros da Indústria e do Comércio dos países que compõem o BRICS concluem nesta quarta-feira (21/5) as discussões sobre assuntos envolvendo as duas áreas, no contexto da presidência brasileira do grupo. Os debates incluem temas como a defesa do multilateralismo e os impactos da nova revolução industrial nas economias globais.

Os encontros serão presididos pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (MDIC), sendo que a reunião de indústria será copresidida pelo ministro Márcio França (MEMP). As ministeriais devem resultar em declarações e documentos a serem enviados à Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.

Antecedem as reuniões ministeriais os encontros dos grupos técnicos que vêm debatendo os temas desde março. Nesta segunda-feira (19), reúne-se o Grupo Consultivo da PartNIR (Parceria dos BRICS sobre a Nova Revolução Industrial). Na terça (20), será a vez dos membros do Grupo de Contato sobre Assuntos Econômico-Comerciais (CGETI).  

Entre os principais temas tratados estão o papel da Organização Mundial do Comércio (OMC) no atual contexto internacional, o futuro da parceria econômica do BRICS, a governança de dados, a transformação digital da indústria, a fabricação inteligente e robótica, o apoio a Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) e questões relacionadas à Inteligência Artificial (IA).

O MDIC coordena o Grupo Consultivo da PartNIR, com estreito acompanhamento do MEMP. Já o CGETI é coordenado por MDIC e Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Cooperação

Todos os 11 países que integram o bloco serão representados nas reuniões: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Esses países somam 39% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 49% da população mundial (dados de 2023).

Os membros do BRICS representam também parcela relevante do comércio internacional, totalizando respectivamente 26% e 22% das exportações e importações mundiais de bens e 14% e 17% das exportações e importações de serviços (dados de 2021).

Tais dados fazem do BRICS uma das principais plataformas de cooperação entre países em desenvolvimento.

Para mais informações sobre o comércio exterior dos BRICS, acesse a página interativa “Comércio do BRICS em números”.

Entre as reuniões técnicas e as reuniões ministeriais, também estão previstas reuniões bilaterais entre representantes dos países.

Temas prioritários

Entre as pautas prioritárias, está a renovação da Estratégia para Parceria Econômica do BRICS 2030, revisada a cada cinco anos. A Estratégia orienta e define as bases para a cooperação entre os países do grupo, permitindo que cada membro desenvolva seus próprios planos e ações em áreas específicas, promovendo interesses comuns nas áreas de comércio, investimentos, indústria, ciência e tecnologia.

Sob a presidência brasileira, também está a negociação do Entendimento sobre Governança da Economia de Dados, que busca compartilhar experiências políticas e práticas relacionadas às estruturas nacionais, bem como discutir alternativas para melhorar a economia de dados do BRICS.

Destacam-se ainda a Declaração do BRICS sobre o multilateralismo, em que o grupo deve renovar seu apoio ao fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC); e a reafirmação do papel estratégico do BRICS como motor de desenvolvimento inclusivo, destacando a Indústria 4.0, a inovação e as tecnologias digitais como vetores para o crescimento sustentável e a inclusão social.

Outros pontos importantes estão relacionados à adoção do Plano de Ação para MPMEs (2025–2030); a apresentação dos resultados dos Grupos de Trabalho sobre Manufatura Inteligente e Robótica, Transformação Digital da Indústria e Pequenas e Médias Empresas; do termo de referência para o Marco de Governança de IA no BRICS e a definição do compromisso com a transição para uma Economia Circular, promovendo cadeias produtivas resilientes, uso eficiente de recursos e inovação sustentável.

Após as duas reuniões ministeriais temáticas, no dia 21, serão assinadas as declarações conjuntas da 9ª Reunião dos Ministros da Indústria e da 15ª Reunião dos Ministros de Comércio.

Os encontros destacarão o papel do Brasil na ampliação do diálogo Sul-Sul e no fortalecimento institucional do BRICS em sua nova configuração.

Programação

19 de maio

Reunião do Grupo Consultivo da Parceria do BRICS sobre a Nova Revolução Industrial (PartNIR)

20 de maio

Reunião do Grupo de Contato sobre Assuntos Econômico Comerciais (GCETI)

Reuniões bilaterais entre as delegações

21 de maio

Reunião de Ministros da Indústria (manhã)

Reunião de Ministros de Comércio (tarde)

Reuniões bilaterais entre as delegações

As reuniões dos grupos de trabalho ocorrerão no prédio do Serpro Regional. As ministeriais serão no Palácio do Itamaraty.

Saiba mais

A África do Sul foi incorporada em 2011, transformando o grupo em BRICS. Desde então, o bloco realiza cúpulas anuais e encontros ministeriais que ampliam sua agenda de cooperação política, econômica e técnica.

Em 2023, durante a Cúpula de Joanesburgo, o grupo deu um novo passo com a expansão que resultou no chamado BRICS+, com a adesão formal de Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos, além da confirmação da Indonésia como membro pleno em 2025, já sob a presidência brasileira.

Com a criação, em 2024, da categoria de “Países Parceiros do BRICS”, o grupo passou a contar também com a participação de Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão, fortalecendo ainda mais sua representatividade no cenário global.

As Reuniões de Ministros de Indústria e de Comércio do BRICS são realizadas anualmente, com o objetivo de promover a cooperação econômica e discutir políticas industriais, comerciais e de desenvolvimento sustentável.

Com o tema “Fortalecendo a Cooperação Sul-Sul para uma Governança Mais Inclusiva e Sustentável”, a presidência brasileira do BRICS em 2025 estabeleceu como prioridades: Cooperação do Sul Global e Parcerias BRICS para o Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

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Evento, Industria, Internacional

Missão da CNI leva industriais à Expo Osaka, no Japão

Inscrições estão abertas até 23 de maio; evento discute tendências e inovações para a sociedade do futuro

Encerram-se no próximo dia 23 (sexta-feira), as inscrições para a missão da Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Japão. Os participantes da comitiva, que conta com o apoio da Federação das Indústrias de SC (FIESC), vão visitar a Expo Osaka 2025, que traz o tema “Projetando a Sociedade Futura para Nossas Vidas”.

A expectativa do evento, que começou no dia 13 de abril e se encerra em 18 de outubro, é receber representantes de 158 países – entre eles o Brasil – e estima receber cerca de 28 milhões de visitantes.

Voltada para diversos setores da indústria, a missão levará mais de 100 empresários brasileiros à Expo Osaka 2025, um dos maiores eventos globais de inovação em que vários países apresentam avanços tecnológicos, descobertas e invenções por meio de experiências interativas.

A missão está marcada para os dias 20/06 a 25/06, e as inscrições podem ser feitas aqui

Fonte: FIESC

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