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Internacional, Investimento, Negócios

Com R$ 70 milhões em investimentos, Chromoplast inicia internacionalização

Com crescimento de 230% no faturamento em cinco anos, Chromoplast projeta expansão para o mercado externo

Em apenas cinco anos, a catarinense Chromoplast Embalagens Plásticas, de Içara, aumentou seu faturamento em cerca de 230% e viu a produtividade crescer 130%. Parte desse desempenho expressivo se deve aos investimentos de R$ 45 milhões realizados entre 2019 e 2024, voltados principalmente à modernização de processos, ampliação da capacidade produtiva e melhoria da qualidade.

Agora, de olho no mercado internacional, a empresa se prepara para um novo ciclo de expansão. Até 2027, a Chromoplast deve aportar entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões em novas tecnologias, certificações e processos voltados à exportação. O movimento marca o início da internacionalização da marca.

“Nos consolidamos na área de pet food e queremos avançar em mercados que, hoje, a empresa não atua tanto, como laticínios e frigoríficos. Para isso, vamos nos especializar e investir em tecnologia, temos um mercado grande pela frente”, avalia o CEO da Chromoplast, Cledson Francisconi.

O investimento inicial de R$ 45 milhões foi distribuído em diferentes frentes: aquisição de máquinas de alta tecnologia, como um equipamento de impressão importado da Alemanha; ampliação da planta industrial, que passou a contar com 12 mil metros quadrados; e aumento da frota própria de caminhões, o que deu à empresa mais agilidade e autonomia logística.

A Chromoplast hoje produz cerca de 8 mil toneladas de embalagens plásticas por ano para segmentos como leite em pó, pet care, pães de forma e whey protein. “Além da pluralidade de segmentos que a empresa atua, atendendo diferentes nichos, a qualidade é algo que sempre esteve no nosso DNA. Por isso, conquistamos certificações importantes dentro do nosso setor e priorizamos a qualidade na impressão e nos serviços de forma geral”, reforça Francisconi.

A nova etapa de expansão também prevê a construção de mais dois mil metros quadrados no parque fabril e a aquisição de novos equipamentos, em linha com o objetivo de tornar a operação ainda mais automatizada e preparada para competir globalmente.

Fonte: FIESC

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Internacional, Negócios

A importância de mostrar SC para o exterior

Idealizado para apresentar as potencialidades de SC para investidores internacionais, o SC Day cumpriu mais uma etapa nesta segunda-feira (12), com evento realizado em Nova York, nos Estados Unidos. Diante de um grupo de 50 empresários, entre norte-americanos e brasileiros, o governador Jorginho Mello apresentou ativos disponíveis para parcerias, como o Mirante da Serra do Rio do Rastro, a Zona Portuária de Imbituba e a Rodovia ViaMar, que ligará Joinville ao contorno da Grande Florianópolis. O evento, organizado pela InvestSC e Secretaria de Articulação Internacional (SAI-SC), está programado para ser realizado ainda em Bogotá, na Colômbia, no dia 7 de julho; além de Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A proposta é mostrar a pujança catarinense e atrair investidores com aporte de recursos do exterior – uma ideia que merece aplauso do setor produtivo local.

Objetivo

“Sabemos que o novo momento da economia mundial pedirá alternativas de parceiras. Enquanto uns choram, outros vendem lenços. Queremos atrair novos investimentos privados para gerar empregos. A segurança, a qualidade da educação e a mão de obra catarinense são diferenciais que encantam quem conhece o Estado”, disse Jorginho Mello, no SC Day.

Agenda

A comitiva de SC – que inclui o presidente da Fiesc, Mario Cezar Aguiar, e o presidente da Acate, Diego Brittes Ramos; além de prefeitos e secretários– participou nesta segunda-feira do Brazilian Regional Markets da ApexBrasil. Na terça-feira (13), do Lide Brazil Investment Forum, e na quarta (14) do seminário Valor Econômico: Oportunidades no Brasil (14/05). Depois, segue para Washington.

PT

Os filiados do PT em SC irão às urnas no dia 6 de julho para escolherem o novo presidente estadual da sigla, que substituirá Décio Lima, presidente nacional do Sebrae e pré-candidato ao governo do estado. Os deputados estaduais Padre Pedro Baldissera, Fabiano da Luz e Luciane Carminatti, além dos vereadores de Florianópolis Carla Ayres e Bruno Ziliotto estão na disputa.

Fibromialgia

A Alesc promoveu nesta segunda-feira (12) o Seminário Estadual de Fibromialgia, iniciativa da Comissão de Saúde, em parceria com a Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira. Santa Catarina tem cerca de 100 mil pessoas que sofrem com a doença crônica, que de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia afeta 2,5% da população mundial.

Fonte: Diarinho

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Comércio Exterior, Internacional

Brasil tem espaço limitado para ganhos na guerra comercial entre EUA e China

Dos 1.832 produtos que tanto o Brasil quanto os Estados Unidos exportam para a China, apenas 17 — ou 0,9% — apresentam sobreposição significativa e concorrência direta entre os dois países. Em um portfólio comercial dominado por commodities, oito desses 17 itens estão relacionados a alimentos.

Entre os 20 países que mais exportaram para a China em 2024, o Japão lidera em número de produtos que competem diretamente com os EUA, com 391 itens. A Alemanha vem em seguida, com 373, e a Coreia do Sul com 222. O Brasil ocupa a 15ª posição, atrás de países como França, Malásia, Tailândia, Suíça, Rússia e Canadá. Entre os países sul-americanos, apenas o Brasil e o Chile (17ª posição) aparecem na lista.

Segundo economistas, os dados indicam que, devido à atual composição da pauta exportadora brasileira, o potencial de ganho de mercado na China em meio ao acirramento das tensões entre as duas maiores economias do mundo é limitado, especialmente em comparação a outros países.

A análise do Valor começou identificando todos os produtos que os 20 maiores exportadores para a China têm em comum com os Estados Unidos. Desse universo, o estudo filtrou os produtos cujas importações chinesas superaram US$ 100 milhões em 2024, abrangendo 96,5% do total importado pela China no ano passado. Dentro desse grupo filtrado, considerou-se que havia “concorrência com os EUA” quando ambos os países detinham pelo menos 5% do mercado de importações da China para aquele item.

Para o Brasil, houve sobreposição de 1.832 produtos exportados para a China em 2024. Destes, 730 tiveram importações chinesas superiores a US$ 100 milhões, mas apenas 17 produtos contavam com participação de mercado superior a 5% tanto para o Brasil quanto para os EUA.

A classificação utilizada foi no nível de oito dígitos, o que proporciona alta especificidade. Para referência, a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/MDIC) permite buscas por códigos de dois, quatro, seis ou oito dígitos — quanto mais dígitos, mais detalhada a classificação.

O Japão teve 4.943 produtos em comum com os EUA, dos quais 1.131 superaram o limiar de US$ 100 milhões em importações. Desses, 391 produtos apresentaram participação de mercado de pelo menos 5% tanto para o Japão quanto para os EUA, indicando que 34,6% dos produtos japoneses qualificados competiam com os americanos. As taxas foram de 33% para a Alemanha, 20,6% para a Coreia do Sul e apenas 2,3% para o Brasil.

“Esses números mostram que, embora o Brasil tenha algumas oportunidades, elas são muito mais limitadas em comparação a outros fornecedores que competem diretamente com os EUA”, afirmou Livio Ribeiro, sócio da BRCG e pesquisador do FGV Ibre. “O que os dados revelam é que se trata majoritariamente de comércio intraindústria — peças, bens intermediários e de capital circulando entre países com cadeias de produção complexas”, acrescentou.

O comércio do Brasil com os EUA também apresenta elementos de comércio intraindústria, especialmente em setores como o de aço. “Mas, com a China, estamos posicionados de maneira diferente na cadeia de valor, atuando majoritariamente como fornecedores de produtos básicos. Portanto, qualquer argumento de que o Brasil poderia ganhar mercado em um cenário de desacoplamento entre EUA e China é mais aplicável às commodities do que a produtos manufaturados ou processados. Nesses setores, a concorrência é mais acirrada e muitos players já estão muito à frente do Brasil”, explicou Ribeiro.

Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, destacou que a relação comercial entre Alemanha e China está fortemente atrelada ao setor automotivo, com empresas como BMW, Mercedes-Benz e Audi operando fábricas em território chinês. “Isso confere às exportações alemãs um valor agregado maior, diferente do Brasil, cuja competição com os EUA é mais voltada ao agronegócio”, disse.

Segundo Ribeiro, Japão e Alemanha possuem bases exportadoras muito mais diversificadas. “Isso lhes dá mais opções de atuação, facilitando a busca por nichos de mercado, embora isso não garanta sucesso.” Ele alertou, no entanto, que nos segmentos de manufatura de alto valor agregado, predominam cadeias de fornecimento longas e complexas.

“Se você olha apenas para as exportações finais, perde de vista todos os componentes envolvidos na fabricação do produto. Pegue o iPhone como exemplo: o microprocessador vem de um país, a tela de outro, o invólucro, o giroscópio e o acelerômetro de outros diferentes. Esse tipo de montagem global conecta países como Alemanha, Itália, Japão, Coreia do Sul, China e EUA de uma forma que os números brutos do comércio não captam”, explicou Ribeiro.

Leal acrescentou que o Sudeste Asiático está fortemente integrado à economia chinesa. Malásia, Tailândia e Singapura ocupam, respectivamente, a sexta, sétima e oitava posições no índice de competição. Vietnã e Indonésia aparecem mais abaixo, na 12ª e 14ª posições. “Isso é natural, dado a proximidade geográfica e cultural, e também reflete a migração da produção da China para países com custos mais baixos”, explicou.

O Vietnã, destacou ele, chama atenção. “Foi um dos países mais afetados pelas tarifas de Trump, devido ao seu terceiro maior superávit comercial com os EUA, atrás apenas de China e México.” O Vietnã tornou-se um polo de exportação para os EUA de produtos cuja cadeia de suprimentos começa na China. Donald Trump impôs uma tarifa de 46% sobre as importações vietnamitas.

De acordo com Ribeiro, uma intensificação da guerra comercial entre EUA e China provavelmente levaria Pequim a aprofundar seus laços não apenas no Pacífico, mas também via a chamada Iniciativa Cinturão e Rota, estendendo-se à Ásia Central e gerando efeitos indiretos na Europa e na África. “Os EUA estão tentando isolar a China”, disse. “Mas em alguns mercados, especialmente no Sudeste Asiático, isso dificilmente terá sucesso. O mesmo se aplica à África e, em certa medida, à Ásia Central. É improvável que os EUA consigam substituir a presença chinesa, que já é dominante nessas regiões.”

Ribeiro lembrou ainda que, no final do ano passado, a China anunciou tarifas zero para produtos de países que reconhece como “Menos Desenvolvidos” (LDCs, na sigla em inglês) e com os quais mantém relações diplomáticas. Seguindo a definição da ONU, são países com renda nacional bruta per capita de US$ 1.088 ou menos. Dos 44 LDCs, 32 estão na África.

“A realocação dos mercados exportadores americanos para a China ocorreria majoritariamente no Pacífico, entre economias avançadas como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Singapura”, explicou Ribeiro. “Em menor escala, pode envolver também Canadá, México, partes da Europa e da América Latina.”

Entre os 17 produtos em que Brasil e EUA concorrem diretamente na China, a soja lidera a lista. Atualmente, a soja é o principal produto exportado pelo Brasil para a China. Outros itens relevantes incluem carne bovina congelada sem osso e algodão. Segundo dados da alfândega chinesa, o Brasil respondeu por 70% das importações de soja da China em 2024, contra 23% dos EUA. Para Leal, o Brasil ainda pode ganhar um pouco mais de participação, “mas a maior parte do que poderíamos conquistar já ocorreu no primeiro mandato de Trump”.

Confira a seguir um histórico das exportações de carne bovina à China nos últimos quatro anos. Os dados são do DataLiner:

Exportações Brasileiras de Carne Bovina à China| Jan 2022 – Mar 2025 | TEUs

Em 2016, antes da primeira administração de Trump, o Brasil já era o principal fornecedor de soja para a China, com 45,8% de participação, enquanto os EUA detinham 40,5%. As mudanças no mercado desde 2019 impulsionaram fortemente a produção brasileira. Segundo dados da SECEX/MDIC, o Brasil exportou US$ 14,4 bilhões em soja para a China em 2016. No ano passado, esse número saltou para US$ 31,5 bilhões.

Esse boom da soja também aumentou a dependência do Brasil em relação à China. Em 2016, a China representava 19,6% das exportações brasileiras. Em 2019, esse percentual chegou a 28,7%, atingiu o pico de 30,7% em 2023 e recuou levemente para 28% em 2024.

O Brasil também tem forte participação na carne bovina congelada sem osso, detendo 53% do mercado chinês. Já os EUA possuem apenas 8%. No algodão, o Brasil detém 42% enquanto os EUA têm 35%, indicando espaço para ganhos adicionais. O milho é o quarto item da lista, e o Brasil também tem ampliado sua presença nessa categoria, com 51% das importações chinesas contra 15% dos EUA.

Ribeiro observou que os ganhos brasileiros nas exportações de milho também estão ligados às políticas comerciais de Trump. “A maior parte dos ganhos agrícolas já ocorreu. A próxima oportunidade pode vir de novas culturas”, afirmou, citando o sorgo como uma possível nova aposta que ainda não integra a lista de 17 itens compartilhados.

Barral acredita que o Brasil poderia encontrar mais oportunidades em produtos onde os EUA ainda são dominantes. Um exemplo é o caulim, no qual o Brasil detém 9% do mercado chinês e os EUA 62%. Contudo, as importações de caulim pela China somaram apenas US$ 150,5 milhões em 2024, muito menos que os US$ 52,2 bilhões da soja.

Leal ressaltou que eventuais ganhos com a substituição das exportações americanas também dependem da demanda interna chinesa. “No final das contas, o que mais importa é se o consumo na China cresce. Caso contrário, corremos o risco de aumentar nossa fatia em um mercado em retração, sem avançar de fato.”

No ano passado, Leal destacou que 30% do crescimento econômico da China veio das exportações. A guerra comercial entre EUA e China deve acelerar os planos de Pequim de estimular o consumo interno. “A China não pode continuar dependendo tanto das exportações ou do mercado americano. Todo mundo está atento a isso”, acrescentou.

Fonte: Valor International

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Comércio, Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional, Negócios, Tributação

EUA e China chegam a acordo para reduzir tarifas por 90 dias

Os Estados Unidos e a China anunciaram na segunda-feira que chegaram a um acordo para reduzir as tarifas recíprocas. Em declarações após conversas com autoridades chinesas em Genebra, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que os dois lados concordaram com uma pausa de 90 dias nas medidas.

Os Estados Unidos estão reduzindo as tarifas extras impostas à China este ano, levando a alíquota de 145% para 30%. Enquanto isso, a China está reduzindo as tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%.

“Ambos os países representaram muito bem seus interesses nacionais”, disse Bessent. “Ambos temos interesse em um comércio equilibrado, e os Estados Unidos continuarão caminhando nessa direção.”

Bessent discursou ao lado do representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, após as negociações do fim de semana, nas quais ambos os lados elogiaram o progresso na redução das diferenças.

“O consenso de ambas as delegações neste fim de semana é que nenhum dos lados quer uma desaclopamento”, acrescentou Bessent. “O que ocorreu com essas tarifas altíssimas foi o equivalente a um embargo, e nenhum dos lados quer isso. Nós queremos comércio.”

A China afirmou que também “suspenderia ou cancelaria” medidas não tarifárias adotadas contra os EUA.

As reuniões em Genebra foram as primeiras interações presenciais entre autoridades econômicas do alto escalão dos Estados Unidos e da China desde que o presidente americano, Donald Trump, retornou ao poder e lançou uma ofensiva tarifária global, impondo tarifas particularmente pesadas à China.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump aumentou as tarifas pagas por importadores americanos sobre produtos da China para 145%, além daquelas que impôs a muitos produtos chineses durante seu primeiro mandato e às tarifas cobradas pelo governo de Joe Biden.

A China reagiu impondo restrições à exportação de alguns elementos de terras raras, vitais para os fabricantes americanos de armas e bens de consumo eletrônicos, e elevando as tarifas sobre produtos americanos para 125%.

A disputa tarifária paralisou quase US$ 600 bilhões em comércio bilateral, interrompendo as cadeias de suprimentos, gerando temores de estagflação e desencadeando algumas demissões.

Os mercados financeiros estavam atentos a sinais de redução nas tensões da guerra comercial, e os futuros de ações de Wall Street subiram e o dólar se firmou em relação a pares considerados ativos seguros na segunda-feira, com as negociações aumentando as esperanças de que uma recessão global possa ser evitada.

A consultoria Capital Economics calculou que, devido às tarifas que antecederam o retorno de Trump ao poder neste ano, as tarifas totais dos EUA sobre a China cairão para cerca de 40% após o acordo, enquanto as tarifas chinesas sobre os EUA seriam de cerca de 25%, de acordo com o “Financial Times”.

Fonte: Valor Econômico

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Internacional, Mercado Internacional, Tecnologia

Existem duas Chinas, e os Estados Unidos precisam entender ambas

O sucesso tecnológico que chamou a atenção de muitos nos Estados Unidos é um dos aspectos da economia chinesa. Há outro, mais sombrio.

Duas Chinas habitam o imaginário americano: uma é uma superpotência tecnológica e industrial pronta para liderar o mundo. A outra é uma economia à beira do colapso.
Ambas refletem aspectos reais da China.

Uma China — vamos chamá-la de China esperançosa — é representada por empresas como a startup de inteligência artificial DeepSeek, a gigante dos veículos elétricos BYD e a potência tecnológica Huawei. Todas são líderes em inovação.
Jensen Huang, CEO da gigante de chips do Vale do Silício Nvidia, disse que a China “não está atrás” dos Estados Unidos no desenvolvimento da inteligência artificial. Vários especialistas já declararam que a China dominará o século XXI.

A outra China — China sombria — conta uma história diferente: consumo estagnado, desemprego crescente, uma crise habitacional crônica e um setor empresarial que se prepara para o impacto da guerra comercial.

O presidente Trump, ao tentar negociar uma solução para essa guerra comercial, precisa lidar com ambas as versões de seu principal rival geopolítico.

Nunca foi tão importante compreender a China. Não basta temer seus sucessos ou se confortar com suas dificuldades econômicas. Conhecer o maior rival dos Estados Unidos exige entender como essas duas Chinas conseguem coexistir.

“Os americanos têm ideias muito fantasiosas sobre a China”, disse Dong Jielin, ex-executivo do Vale do Silício que recentemente voltou para São Francisco depois de passar 14 anos na China ensinando e pesquisando as políticas científicas e tecnológicas do país. “Alguns esperam resolver os problemas dos EUA com métodos chineses, mas isso claramente não vai funcionar. Eles não percebem que as soluções da China vêm acompanhadas de muita dor.”

Assim como os Estados Unidos, a China é um país gigante cheio de disparidades: litoral vs. interior, norte vs. sul, urbano vs. rural, ricos vs. pobres, setor estatal vs. setor privado, geração X vs. geração Z.
O próprio Partido Comunista que governa o país está cheio de contradições. Proclama o socialismo, mas recua quando se trata de oferecer aos cidadãos uma rede de proteção social sólida.

Os próprios chineses também enfrentam essas contradições.

Apesar da guerra comercial, os empreendedores e investidores do setor de tecnologia com quem conversei nas últimas semanas estavam mais otimistas do que em qualquer outro momento dos últimos três anos.
Essa esperança começou com o avanço da DeepSeek em janeiro. Dois capitalistas de risco me disseram que planejavam sair do período de “hibernação” iniciado após a repressão de Pequim ao setor de tecnologia em 2021. Ambos afirmaram que estavam buscando investir em aplicações chinesas de inteligência artificial e robótica.

Mas eles estão bem menos otimistas em relação à economia — a China sombria.

Dos 10 executivos, investidores e economistas que entrevistei, todos disseram acreditar que os avanços da China em tecnologia não seriam suficientes para tirar o país da sua estagnação econômica. A manufatura avançada representa apenas cerca de 6% da produção chinesa, bem menos que o setor imobiliário, que mesmo após uma forte desaceleração ainda responde por cerca de 17% do produto interno bruto (PIB).

Quando perguntei se a China poderia vencer os Estados Unidos na guerra comercial, ninguém respondeu que sim. Mas todos concordaram que o limiar de dor da China é muito mais alto.

Não é difícil entender a ansiedade dos americanos frustrados com as dificuldades de seu país em construir e fabricar. A China já construiu mais linhas de trem de alta velocidade do que o resto do mundo junto, implantou mais robôs industriais por 10.000 trabalhadores da indústria do que qualquer país — com exceção da Coreia do Sul e de Singapura — e hoje lidera globalmente em veículos elétricos, painéis solares, drones e várias outras indústrias avançadas.

Muitas das empresas chinesas mais bem-sucedidas ganharam resiliência com a desaceleração econômica e estão mais preparadas para os dias difíceis que virão.
“Elas estão fazendo DOGE-ing há muito tempo”, disse Eric Wong, fundador do fundo hedge Stillpoint, de Nova York, que visita a China a cada trimestre, referindo-se ao esforço de corte de custos do governo Trump conhecido como Departamento de Eficiência Governamental (Department of Government Efficiency).
“Em comparação, os EUA estão vivendo em excesso há muito tempo.”

Mas, enquanto admiramos os chamados milagres da China, é necessário perguntar: a que custo? Não apenas financeiro, mas humano.

O modelo de inovação de cima para baixo da China, fortemente dependente de subsídios e investimentos do governo, mostrou-se ineficiente e desperdiçador. Assim como o excesso de construção no setor imobiliário, que desencadeou uma crise e apagou boa parte da riqueza das famílias chinesas, a capacidade industrial excessiva aprofundou os desequilíbrios na economia e levantou dúvidas sobre a sustentabilidade do modelo — especialmente se as condições mais amplas se deteriorarem.

A indústria de veículos elétricos exemplifica bem a força das duas Chinas. Em 2018, o país contava com quase 500 fabricantes de veículos elétricos. Em 2024, restavam cerca de 70. Entre as vítimas está a Singulato Motors, uma startup que arrecadou US$ 2,3 bilhões de investidores — incluindo governos locais de três províncias. Ao longo de oito anos, a empresa não conseguiu entregar um único carro e pediu falência em 2023.

O governo chinês tolera investimentos ineficientes em iniciativas escolhidas por ele, o que ajuda a alimentar o excesso de capacidade. No entanto, mostra-se relutante em fazer os tipos de investimentos substanciais em aposentadorias rurais e seguro de saúde que poderiam impulsionar o consumo.

“A inovação tecnológica sozinha não pode resolver os desequilíbrios estruturais da economia chinesa nem as pressões deflacionárias cíclicas”, escreveu Robin Xing, economista-chefe para a China no Morgan Stanley, em uma nota de pesquisa. “Na verdade”, continuou ele, “os avanços tecnológicos recentes podem reforçar a confiança dos formuladores de políticas no caminho atual, aumentando o risco de má alocação de recursos e capital.”

A obsessão da liderança chinesa com a autossuficiência tecnológica e a capacidade industrial não está ajudando a enfrentar seus maiores desafios: desemprego, consumo fraco e dependência das exportações — sem falar na crise imobiliária.

Oficialmente, a taxa de desemprego urbano na China está em 5%, excluindo os trabalhadores migrantes desempregados. Entre os jovens, o desemprego chega a 17%. Acredita-se que os números reais sejam muito mais altos. Só neste verão, mais de 12 milhões de formandos sairão das universidades chinesas em busca de trabalho.

Trump não estava errado ao dizer que fábricas estão fechando e pessoas estão perdendo seus empregos na China.

Em 2020, Li Keqiang, então primeiro-ministro, afirmou que o setor de comércio exterior, direta ou indiretamente, era responsável pelo emprego de 180 milhões de chineses. “Uma desaceleração no comércio exterior quase certamente afetará duramente o mercado de trabalho”, disse ele no início da pandemia. Tarifas podem ser ainda mais devastadoras.

Pequim minimiza os efeitos da guerra comercial, mas enquanto negociadores se reuniam com seus homólogos americanos no último fim de semana, o impacto era evidente. Em abril, as fábricas chinesas registraram a maior desaceleração mensal em mais de um ano, enquanto as exportações para os Estados Unidos caíram 21% em relação ao ano anterior.

Todo esse impacto econômico recairá sobre pessoas como um homem com quem conversei, de sobrenome Chen, ex-bibliotecário universitário em uma megacidade no sul da China. Ele pediu que eu não usasse seu nome completo nem dissesse onde mora, para proteger sua identidade das autoridades.

O Sr. Chen vive na China sombria. Parou de usar os famosos trens de alta velocidade porque custam cinco vezes mais do que o ônibus. Voar, muitas vezes, também sai mais barato.

Ele perdeu o emprego no ano passado porque a universidade — uma das melhores do país — estava enfrentando um déficit orçamentário. Muitas instituições estatais tiveram que demitir funcionários porque muitos governos locais, mesmo nas cidades mais ricas, estão profundamente endividados.

Como está na casa dos 30 anos, o Sr. Chen é considerado velho demais para a maioria das vagas. Ele e a esposa desistiram de comprar uma casa. Agora, com a guerra comercial, ele espera que a economia piore ainda mais e que suas perspectivas de trabalho sejam ainda mais sombrias.

“Passei a ser ainda mais cauteloso com os gastos”, disse ele. “Penso em cada centavo.”

Fonte: The New York Times




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Internacional, Mercado Internacional, Negócios

Nota de crédito da Argentina sobe, e Fitch aponta avanço na estabilização do país

A pontuação de crédito da Argentina foi elevada para ‘CCC+’ pela Fitch Ratings nesta segunda-feira (12). A agência de classificação de risco citou o reflexo do lançamento “de um novo programa do FMI e a importante liberalização do mercado de câmbio que reforçaram a liquidez externa e a durabilidade do programa de estabilização econômica do presidente Javier Milei“.

Em nota, a Fitch ressaltou que a recuperação econômica argentina e a desinflação superaram as expectativas e os desenvolvimentos aumentaram a capacidade do governo Milei de efetuar os pagamentos da dívida a curto prazo.

Apesar de a inflação do país ter subido para 3,7% em março após cinco meses abaixo dos 3%, a Fitch disse que a “liberalização cambial não parece ter representado um retrocesso para a inflação, pois não implicou em uma depreciação significativa e teve repasse limitado, pois é um regime mais sustentável que ajudou a acalmar o comportamento dos agentes formadores de preços”.

É esperado que a inflação da Argentina caia para abaixo de 2% até o quarto trimestre de 2025, segundo a agência.

A Fitch ressaltou ainda que as eleições legislativas de meio de mandato em outubro serão um ponto determinante para a dinâmica das reservas internacionais e do acesso ao mercado, já que são um teste do apoio do projeto econômico de Milei.

A agência afirma que a economia argentina vem se recuperando rapidamente e aumentando a renda real. As reformas microeconômicas e os esforços de desregulamentação, além de investimentos em energia e mineração, estão melhorando as perspectivas econômicas e, portanto, é esperada uma forte recuperação do PIB de 5,6% em 2025.

Fonte: CNN Brasil

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Comércio, Internacional, Tecnologia

Ferrari sem rugido: marca aposta em carro elétrico diante de estagnação na China

Queda na demanda por veículos de luxo no país asiático tem impacto nas vendas da empresa, que espera que a taxação mais baixa do Elettrica ajude a impulsionar uma retomada

O primeiro carro totalmente elétrico da Ferrari deve se beneficiar de tarifas e impostos mais baixos na China, e a empresa espera que isso ajude a reanimar suas vendas no país.

Espera-se que o Elettrica que a Ferrari apresentará a partir de outubro seja tributado a uma taxa composta de 30% do preço de varejo sugerido pelo fabricante.

Os modelos da montadora equipados com seus potentes motores de 12 cilindros enfrentam um imposto combinado de importação, consumo e valor agregado que é quase quatro vezes maior que essa taxa.

Um dos carros que a Ferrari está lançando este ano será “mais adequado” para a China, disse o CEO Benedetto Vigna durante uma teleconferência de resultados nesta semana, sem especificar o modelo. “Isso melhorará o quadro”.

As vendas da Ferrari na China estagnaram devido à baixa demanda por veículos de luxo.

Os fabricantes locais liderados pela BYD também estão entrando nos segmentos de ponta com modelos destinados a competir com as marcas de supercarros.

As remessas da Ferrari para a China caíram 25% no primeiro trimestre, atingindo o nível mais baixo em quase quatro anos.

O mercado de carros de luxo da China encolheu em 2024 devido à desaceleração econômica do país e ao enfraquecimento do sentimento do consumidor.

Para o segmento que começa a partir de 500.000 yuans (US$ 69.200), os volumes ficaram estáveis em cerca de 850.000 unidades entre 2020 e 2023. Mas, no ano passado, esse número caiu cerca de 20%, para cerca de 677.000, de acordo com dados da consultoria automotiva Thinkercar, sediada em Xangai.

A Ferrari está menos exposta à China do que muitos de seus pares ocidentais porque a empresa limita as remessas para a região a cerca de 10% de seu total. A empresa poderia repensar esse limite ao entrar no segmento de veículos elétricos, disse Vigna no início deste ano.

A China limita a entrada de carros com motores a combustão, que consomem muito combustível, mesmo antes de o presidente dos EUA, Donald Trump, aumentar as tensões comerciais globais.

Os veículos importados com motores maiores que quatro litros estão sujeitos a uma tarifa de importação de 15%, um imposto de consumo de 40% e um IVA de pelo menos 13% na China. A China isenta os veículos elétricos do imposto sobre o consumo.

O maior mercado individual da Ferrari são os EUA, onde a empresa planeja aumentar os preços de alguns carros devido às tarifas de Trump.

Fonte: Bloomberg Línea

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Internacional, Investimento, Negócios

Empresas chinesas prometem investir R$ 27 bilhões no Brasil

Expectativa é de que haverá anúncios em áreas como combustível de aviação, automóveis e defesa

A Apex Brasil anunciou nesta segunda-feira (12) negócios empresariais de gigantes chinesas com o Brasil, nos setores de delivery e fast-food, entre outros, além do mercado de semicondutores.

O presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, antecipou que os investimentos entre empresas em geral vão somar cerca de R$ 27 bilhões.

Os anúncios e planos de investimentos estão sendo divulgados durante o Seminário Empresarial Brasil-China, encerrado por Viana e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na capital chinesa.

Líder no mercado de entregas na China, a Meituan vai entrar no Brasil para concorrer, principalmente, com o Ifood. A empresa anunciou um investimento de R$ 5,6 bilhões, em cinco anos.

Segundo dados do governo, a estimativa de é geração de 100 mil empregos indiretos, além da instalação de uma central de atendimento no Nordeste, com 3 mil a 4 mil empregos diretos.

No Brasil, a empresa vai usar a marca Keeta, bandeira sob a qual já opera em Hong Kong e na Arábia Saudita.

A rede Mixue vai passar a comprar frutas do Brasil para fabricação dos sorvetes e bebidas geladas, como chás. A empresa é a maior rede de fast-food do mundo, com 45 mil lojas, à frente do Mc Donald’s.

A empresa vai iniciar operação no Brasil com capital de RS$ 3,2 bilhões e projeta 25 mil empregos até 2030.

No setor de tecnologia, a Longsys, por meio da subsidiária Zilia, anunciou no ano passado um plano de investimentos para 2024 e 2025 de R$ 650 milhões, nas plantas de fabricação de São Paulo e Manaus, que terão capacidade ampliada.

A Zilia tem participação nacional na fabricação de componentes para semicondutores e também dispositivos de memória, os circuitos integrados de memória DRAM e Flash.

A montadora GWM anunciou investimentos de R$ 6 bilhões para ampliar operações no País e pretende exportar para América do Sul e México.

A GAC Motor anunciou a sua instalação em Goiás para fabricação de três modelos de carros, dois elétricos e um híbrido, e um plano de investimento de US$ 1,3 bilhão, como antecipou o Estadão.

A Envision planeja investimentos de até RS$ 5 bilhões num parque industrial para SAF e hidrogênio verde.

A CGN vai investir R$ 3 bilhões em um hub de energia renovável no Piauí, com foco em energia eólica, solar, e armazenamento de energia, com geração prevista de mais de 5 mil empregos na construção das unidades.

A Didi – controladora do aplicativo de transporte 99 taxi – também vai investir em serviço de entrega no Brasil e planeja construir cerca de 10 mil pontos de recarga para promover a eletrificação de veículos na frota nacional.

A Nortec Química formalizou parceria com chinesas e vai investir RS$ 350 milhões numa plataforma industrial.

Fonte: CNN Brasil

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Internacional, Negócios

Em Nova York, Aguiar destaca potencial para SC aumentar negócios com os EUA

No SC Day, nesta segunda-feira, dia 12, o presidente da FIESC lembrou que a indústria catarinense tem produtos de valor agregado e pode aumentar as vendas externas

No SC Day, realizado nesta segunda-feira, dia 12, em Nova York, o presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, disse que a indústria catarinense tem potencial para aumentar os negócios com os Estados Unidos. “Já temos uma importante relação comercial, mas podemos incrementá-la. Nosso estado é empreendedor e tem empresas inovadoras que produzem produtos de valor agregado”, afirmou, lembrando que o evento, promovido pelo governo catarinense, foi iniciativa fundamental que trará frutos para o estado. 

No ano passado, os Estados Unidos foram o principal destino das exportações catarinenses, que totalizaram US$ 1,7 bilhão. Entre os produtos de alta e média alta intensidade tecnológica embarcados para os EUA estão motores elétricos (US$ 193,2 milhões), partes de motor (US$ 182,6 milhões), partes de acessórios para veículos (US$ 74,8 milhões) e compressores de ar (US$ 39,8 milhões).

Em sua apresentação, Aguiar salientou que Santa Catarina é o estado mais inovador do país e o segundo mais competitivo do Brasil. Também tem a maior quantidade de patentes de inovação per capita e tem duas entre as três melhores cidades do Brasil para empreender — Florianópolis e Joinville.

O presidente da FIESC também chamou a atenção para a importância dos investimentos em infraestrutura de transportes tendo em vista o crescimento catarinense: de 2010 para 2024, o PIB do estado teve uma expansão de 52,8%. No mesmo período, a população cresceu 21,8% e a frota de veículos teve alta de 88,6%.

Fonte: FIESC

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Economia, Finanças, Internacional, Mercado Internacional

Endividamento chinês se iguala ao dos EUA e cria problema para o Brasil

Duas maiores economias têm trajetória explosiva para dívidas e pressionarão juros globais

Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo, mantêm trajetórias explosivas para o aumento de suas dívidas públicas.

Os norte-americanos superam os 100% em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) e os chineses chegarão a esta marca no final deste ano. Em ambos, houve forte aceleração recente, com tendência de alta.

Para o resto do mundo e países muito endividados como o Brasil, haverá pressão para os bancos centrais manterem juros elevados a fim de atrair financiadores de suas dívidas –à medida em que os dois gigantes sugarão dinheiro do mundo para rolar débitos.

Em abril, a Fitch Ratings rebaixou de “A+” para “A” (numa escala até “AAA”) a classificação para dívidas chinesas em moeda estrangeira, o que deve encarecer o custo de rolagem dos débitos.

A China vem se endividando rapidamente. No primeiro quadrimestre, a dívida total dos emergentes (governos, empresas e famílias) aumentou US$ 3,5 trilhões. A China respondeu por US$ 2 trilhões, segundo o IIF (Instituto de Finanças Internacionais). Em 2019, a dívida pública chinesa equivalia a 60% do PIB –agora está em 93%.

Os débitos chineses ganharam ímpeto com a decisão há alguns anos de estimular a demanda doméstica. Isto foi reforçado com a guerra comercial deflagrada pelos EUA, que pode limitar o acesso da China aos EUA –destino de 15% das exportações. Outro fator foi o déficit crescente dos governos regionais.

Cerca de 80% das receitas das administrações locais vêm do aluguel de terrenos para empreendimentos imobiliários, que minguaram com uma superoferta de moradias. Para contornar, as autoridades permitiram que governos regionais emitissem títulos no mercado, ampliando o endividamento.

A China também tem déficit fiscal (receitas menos despesas) crescente. Deve chegar a 8,5% do PIB neste ano –acima dos 6,5% da média entre 2020 e 2024 e mais que o dobro dos 3% entre 2015 e 2019. Isto significa que o país, além de endividado, terá rombos maiores que ampliarão a dívida.

Nos EUA, a situação não é melhor. A promessa recém reafirmada de Donald Trump de estender cortes de impostos adotados em 2017 (em seu primeiro governo) pode elevar a dívida pública em 15 pontos percentuais nos próximos nove anos, segundo projeções do Congressional Budget Office –que calcula cenários até piores caso o presidente não consiga compensar a perda de arrecadação com mais tarifas e outras medidas.

Cálculos do IIF e da Tax Foundation sustentam que as estimativas do governo Trump para arrecadar mais com tarifas e gastar menos com o Doge (com Elon Musk à frente) são irrealistas para compensar a perda de arrecadação com os cortes de impostos.

Para financiar a perda de receitas, os EUA teriam que emitir cada vez mais títulos, elevando os juros ao redor do mundo –pois muitas economias têm de pagar um prêmio acima dos chamados T-Bonds americanos para atrair investidores a fim de rolar suas dívidas. Caso contrário, haveria preferência para os títulos americanos.

O crescimento dos EUA também está em xeque. Como o PIB é o denominador para o cálculo da relação dívida/PIB, o endividamento aumenta se o país não cresce, elevando o nível da dívida em relação ao tamanho da economia.

“Teremos sorte se os EUA chegarem ao final do ano melhores do que em uma recessão. Todos serão prejudicados pela guerra tarifária, mas os EUA são os maiores perdedores”, afirma Isabelle Mateos y Lago, economista-chefe do banco francês BNP Paribas.

Ela ressalta que o chamado “excepcionalismo americano” –o privilégio de se financiar a custo baixo no mundo e de ter a principal moeda reserva de valor, o dólar –também está ameaçado com as políticas de Trump para tarifas e a diplomacia internacional.

“Isso trará uma dinâmica mais desconfortável para os EUA, à medida que seus títulos serão cada vez mais questionados sobre se ainda são um porto seguro”, diz.

Ed Parker, diretor da Fitch Ratings, diz que o mundo está entrando em uma “nova era de endividamento global”, com pressões de gastos para defesa, aposentados e saúde. Já o crescimento americano será menor, em sua opinião, e a inflação, mais alta –com o impacto dos produtos importados tarifados.

“Isso deve levar a um aumento das taxas de juros que os EUA pagam para se financiar”, afirma. Como consequência, países como o Brasil (terceiro maior juro real do mundo) terão de manter taxas elevadas para atrair investidores que poderiam aplicar nos EUA, com risco menor.

Cathy Hepworth, diretora-geral da PGIM Fixed Income, que administra US$ 1,3 trilhão em investimentos ao redor do mundo, diz que a mudança em curso na economia global, com EUA e China à frente, trará mudanças significativas.

“Não se deve subestimar a importância crescente da China na economia mundial e as consequências do fim da excepcionalidade americana”, afirma.

Fonte: Folha de São Paulo

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