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Internacional, Investimento, Marketing, Negócios, Notícias, Tecnologia

Apple anuncia investimento de US$ 500 bi nos EUA em 4 anos

Presidente-executivo da companhia, Tim Cook, se reuniu com o presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada

A Apple anunciou nesta segunda-feira (24) que planeja investir US$ 500 bilhões nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, incluindo as operações de conteúdo para seu serviço de streaming.

A companhia anunciou que planeja participar da construção de uma fábrica de 23 mil metros quadrados no estado norte-americano do Texas até 2026 que será dedicada a servidores de inteligência artificial e que adicionará cerca de 20 mil empregos de pesquisa e desenvolvimento nos EUA.

O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, se reuniu com o presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada.

Muitos dos produtos da companhia que são montados na China poderão enfrentar tarifas de 10% impostas pelo governo dos EUA no início deste mês, embora a Apple tenha garantido anteriormente algumas isenções das tarifas da China durante o primeiro mandato de Trump.

A Apple fez um anúncio semelhante sobre seus planos de investimento nos EUA durante o primeiro governo Trump, dizendo na época que planejava desembolsar US$ 350 bilhões em cinco anos.

A maioria dos produtos da Apple é fabricada fora dos EUA por empresas terceirizadas, embora muitos dos componentes usados nos aparelhos da empresa ainda sejam fabricados em território norte-americano, incluindo chips de fornecedores como Broadcom, SkyWorks Solutions e Qorovo.

A Apple anunciou no mês passado que iniciou a produção em massa de chips de seu próprio projeto em uma fábrica no Arizona controlada pela taiuanesa TSMC.

A Apple afirmou nesta segunda-feira que trabalhará com a chinesa Foxconn para construir uma fábrica em Houston, onde montará servidores que serão usados em centrais de processamento de dados do “Apple Intelligence”, um conjunto de serviços de inteligência artificial.

Esses servidores são atualmente fabricados fora dos Estados Unidos, disse a Apple.

A companhia também anunciou que planeja aumentar o Fundo de Manufatura Avançada de US$ 5 bilhões para US$ 10 bilhões, com parte de “compromisso multibilionário da Apple para produzir chips avançados” na fábrica da TSMC no Arizona.

A Apple não revelou detalhes do acordo com a TSMC, mas no passado usou o fundo para ajudar os parceiros a construírem infraestrutura necessária para fornecimento de produtos ou serviços para a empresa.

FONTE: CNN Brasil
Apple anuncia investimento de US$ 500 bi nos EUA em 4 anos | CNN Brasil

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Informação, Inovação, Internacional, Marketing, Negócios, Notícias, Tecnologia

Microsoft suspende negócios de data center de IA em sinal de possível excesso de oferta, diz analista

 A Microsoft desistiu de alugar uma capacidade considerável de data center nos Estados Unidos, o que sugere um possível excesso de oferta na companhia, à medida que ela constrói uma infraestrutura de inteligência artificial para atender a um possível aumento da demanda, disseram analistas da TD Cowen.

Ceticismo tem crescido entre investidores em relação aos bilhões de dólares que as empresas de tecnologia dos EUA têm canalizado para a infraestrutura de IA, devido à lentidão dos retornos a esses investimentos e aos avanços da startup chinesa DeepSeek, que apresentou uma tecnologia de IA igual ou até melhor do que suas rivais ocidentais por uma fração do custo.

A Microsoft cancelou aluguéis que totalizavam “algumas centenas de megawatts” de capacidade com pelo menos dois operadores de data centers privados, disseram os analistas liderados por Michael Elias, citando verificações da cadeia de suprimentos.

A Microsoft também interrompeu a conversão de declarações de qualificação, um precursor dos aluguéis formais, acrescentaram os analistas, dizendo que outras empresas de tecnologia, incluindo a Meta, já haviam tomado medidas semelhantes para reduzir os investimentos.

O relatório da TD Cowen foi publicado no final da sexta-feira, mas ganhou força nas plataformas de mídia social durante o fim de semana, com vários veículos de mídia cobrindo o assunto nesta segunda-feira.

A Microsoft, principal apoiadora da OpenAI, criadora do ChatGPT, não comentou o assunto nesta segunda-feira.

A corretora Jefferies, que atualmente hospeda a equipe de relações com investidores da Microsoft em Sydney, disse que a empresa negou veementemente qualquer mudança em seus planos de data center.

As ações da empresa, que tiveram um desempenho inferior ao da maioria das ações das grandes empresas de tecnologia no ano passado, caíram cerca de 1,8% no início das negociações nos EUA.

Qualquer cancelamento de aluguel marcaria uma mudança acentuada para uma empresa que, meses atrás, destinou US$80 bilhões em investimentos para este ano fiscal, principalmente para IA. A Microsoft considera os investimentos como importantes para reduzir gargalos de fornecimento que limitam sua capacidade de atender à demanda de IA.

A notícia sobre os cancelamentos pode indicar uma demanda menor, disse o analista da Bernstein, Mark Moelder, especialmente após os resultados trimestrais sem força das principais empresas de computação em nuvem, mas também reflete o aumento da capacidade da Microsoft nos últimos anos.

“A Microsoft precisava atender à demanda e teve muita dificuldade para encontrar capacidade. A administração pode, portanto, ter alugado, mesmo com um prêmio significativo, data centers e capacidade de GPU e negociado mais acordos para capacidade futura adicional do que o necessário”, disse Moelder.

FONTE: Isto é dinheiro
Microsoft suspende negócios de data center de IA em sinal de possível excesso de oferta, diz analista – ISTOÉ DINHEIRO

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Comércio Exterior, Economia, Gestão, Industria, Internacional, Notícias, Sustentabilidade

Internacionalização e sustentabilidade são as apostas da C-Pack para crescer

Empresa que surgiu na Grande Florianópolis há 23 anos inaugurou nova unidade na cidade portuguesa de Bragança, em junho de 2024; grupo, de capital suíço-brasileiro, também atua na economia sustentável

 Líder nacional na produção de bisnagas plásticas para os setores farmacêutico e de cosméticos, a C-Pack, de São José (SC), aposta na internacionalização e na sustentabilidade para avançar no mercado mundial. “Nosso foco atual é consolidar o processo de internacionalização iniciado em Portugal, em junho de 2024”, explica o CEO da C-Pack Brasil, Maurício Coelho.

A empresa foi destaque no Espaço Indústria da reunião da diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta sexta (21).

A fábrica em Portugal deu início ao processo de internacionalização física da indústria. “Embora já estivéssemos presentes em vários países por meio de exportações, essa nova unidade foi criada para absorver parte do mercado europeu, que é extremamente expressivo. A partir de Portugal, nosso objetivo é atender toda a Europa e expandir nossa atuação internacional”, explica Maurício.

Instalada em Bragança, a nova fábrica está com duas linhas de produção ativas, mas tem capacidade para até cinco. A unidade conta com 30 funcionários, com possibilidade de chegar a 150. Sua capacidade produtiva anual pode crescer das atuais 60 milhões de unidades para 150 milhões.

“Ainda estamos no início das operações dessa unidade da Europa, mas sabemos que aquele mercado tem um potencial imenso, sendo aproximadamente dez vezes maior que o brasileiro”, destaca o executivo.

Com 20 mil metros quadrados, a unidade fabril em Santa Catarina produz 200 milhões de unidades por ano, com 420 empregos diretos. Outros 80 funcionários atuam no estado de São Paulo – na capital, onde está a diretoria comercial, e em Itapecirica da Serra, cidade que sedia a C-Log, subsidiária de logística. A C-Pack tem em sua carteira de clientes marcas globais como Boticário, Avon, Natura, Johnson & Johnson, L’Oréal, Unilever e Mary Kay.

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Maurício Coelho, CEO da C-Pack Brasil (foto: Filipe Scotti)

Economia Verde

A agenda ambiental é outra frente da estratégia de crescimento da C-Pack. “Temos crédito de carbono para vender, se for preciso”, diz ao relatar as ações da empresa no campo da economia verde.

Um exemplo está na substituição gradativa dos polímeros à base de petróleo. Atualmente, 30% da produção utiliza o polietileno verde, oriundo da cana de açúcar, uma fonte renovável.

No que diz respeito à economia circular, 70% das embalagens de fornecimento aos clientes são retornáveis. A empresa também consegue utilizar até 5% de resina reciclável certificada em camadas intermediárias das bisnagas que produz. Essas limitações decorrem da regulamentação sanitária do setor.

A indústria também se integrou a uma ação de recuperação da vegetação nativa no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Palhoça. Em quatro anos, o trabalho resultou na retirada de espécies exóticas em 100 hectares.

O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, destacou que a C-Pack é uma indústria de referência global em seu setor, por suas instalações, por seus produtos, por sua gestão. “É uma indústria que produz para o país e para o mundo”, disse.

FONTE: FIESC
Internacionalização e sustentabilidade são as apostas da C-Pack para crescer | FIESC

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Comércio Exterior, Economia, Evento, Industria, Informação, Internacional

Para Portugal, momento histórico favorece acordo entre UE e Mercosul

Ministro da Economia Pedro Reis destacou, em evento conjunto da FIESC e ADVB, que Portugal é favorável a um plano de ação para implementação; FIESC defende que Portugal seja interlocutor no bloco para viabilizar efetivação do acordo

O ministro da Economia de Portugal, Pedro Reis, afirmou em evento conjunto da Federação das Indústrias de SC (FIESC) e da ADVB/SC na sexta-feira (21), que o momento histórico atual favorece a implementação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. “O acordo é tremendamente oportuno e importante. Precisamos aproveitar esse momento geopolítico e geoeconômico complexo para elevar nossas relações a outro patamar.

Se pudermos construir uma agenda comum de investimentos e cruzada de oportunidades, é o melhor serviço que podemos fazer para nossos países, nossas regiões, nossos estados e nossas empresas. Não conheço outra maneira melhor para recuperar, conquistar e acelerar o futuro do que criar riqueza”, afirmou o ministro português.

O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, defende que Portugal seja um interlocutor brasileiro na Europa, para apoiar a efetivação do acordo, e em sua manifestação destacou que a estratégia do ministro coincide com a visão do empresariado catarinense, fomentando a internacionalização, promovendo uma reforma estrutural para permitir a redução de impostos e da burocracia. “É o que perseguimos aqui em Santa Catarina”, afirmou.

FIESC defende que Portugal seja interlocutor para tirar acordo UE-Mercosul do papel. (Foto: Filipe Scotti)
Reis destacou que, após 25 anos de negociação, Mercosul e União Europeia têm uma oportunidade ímpar, não somente de retirada de barreiras comerciais, mas de construção de uma agenda positiva, favorável à cooperação. “A Europa enfrenta um desafio que tem a ver com as alianças estratégicas globais que conseguirmos. Uma vez operacionalizado o acordo, as barreiras invisíveis que travam o investimento ganham alívio, facilitando o avanço das relações. O acordo está todo pensado, precisamos de um plano de ação”, destacou.

Para ele, a Europa precisa se reencontrar, estimular inovação e se desburocratizar para competir no leilão do investimento internacional. E Portugal vem se preparando para atrair esses investimentos. “Temos uma agenda convergente. Está na hora de fazer acontecer projetos conjuntos. O melhor que posso fazer por Portugal é atrair investimentos, convocar parcerias, fazer o encontro entre empresários, desenvolver projetos conjuntos e co-financiar agendas, para que a economia respire”, salientou Reis.

O evento Encontro de Ideias contou ainda com uma mesa-redonda que reuniu Reis, o político português Miguel Relvas e o secretário-executivo de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos do Governo de Santa Catarina, Paulo Bornhausen, mediado pelo diplomata e economista Marcos Troyjo.

FONTE: RCN ONLINE
Para Portugal, momento histórico favorece acordo entre UE e Mercosul

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    Comércio Exterior, Economia, Industria, Internacional, Notícias

    DDG Ellard pede apoio ao sistema multilateral de comércio em meio a desafios geopolíticos

    A vice-diretora-geral Angela Ellard, falando na 54ª sessão da Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu em Bruxelas em 20 de fevereiro, pediu aos parlamentares que apoiem o sistema multilateral de comércio em meio a crescentes desafios geopolíticos.

    Em seu discurso, ela delineou as prioridades de negociação da organização antes da 14ª Conferência Ministerial da OMC em março de 2026 e enfatizou a necessidade de uma cooperação global mais forte para navegar pelas atuais tensões geopolíticas. Seu discurso completo está abaixo.

     Presidente Lange, estimados membros do Parlamento Europeu e do Comité Director da União Interparlamentar.

    É um privilégio estar aqui com vocês hoje. Tenho um profundo apreço pelas complexidades do seu trabalho e pela posição central que ocupa na aproximação das instituições internacionais com o público que representa.

    Como parlamentares, seu envolvimento em questões da OMC é essencial – não apenas para moldar a política comercial, mas para garantir que nosso trabalho traga benefícios reais e significativos ao público. Os parlamentos servem como a voz do povo nas discussões sobre o comércio global, e sua liderança é crucial para tornar o multilateralismo eficaz e responsivo às necessidades de seus cidadãos.

    Hoje, quando a OMC comemora seu 30º aniversário e seu 80º início como GATT, vou me concentrar em dois tópicos urgentes. Em primeiro lugar, descreverei as prioridades de negociação delineadas pelos membros da OMC enquanto nos preparamos para a 14ª Conferência Ministerial, programada para ocorrer em março do próximo ano em Camarões. Em segundo lugar, abordarei o contexto geopolítico mais amplo – um assunto que sei que está na frente e no centro.

    Peixe

    Permitam-me que comece por um tema que é especialmente importante para mostrar o sucesso do sistema multilateral de comércio para a sustentabilidade económica e ambiental: os subsídios à pesca. Uma das prioridades mais prementes dos nossos deputados é assegurar a entrada em vigor do Acordo sobre as Subvenções à Pesca, ao mesmo tempo que avançamos e concluímos as negociações sobre a segunda fase, a fim de alcançar disciplinas ainda mais profundas. Esses esforços são vitais para proteger nossos oceanos e promover práticas de pesca sustentáveis em todo o mundo.

    O histórico Acordo da OMC sobre Subsídios à Pesca concluído no MC12 em 2022 trouxe aos membros da OMC um grande passo mais perto de cumprir o mandato do ODS 14.6, proibindo subsídios a atividades pesqueiras consideradas entre as mais prejudiciais à sustentabilidade de nossos oceanos. Estima-se que sejam concedidos anualmente 22 mil milhões de dólares de subsídios prejudiciais à pesca. Por meio desse Acordo, os membros da OMC proibiram esses subsídios concedidos a embarcações envolvidas na pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN), na pesca de estoques sobrepescados e na pesca em alto mar não regulamentada.

    A pesca INN é responsável por aproximadamente 20% da captura mundial, esgotando os estoques globais de peixes. Além disso, a FAO estima que quase 38% dos estoques globais de peixes são sobrepescados e, por algumas medidas, a devastação é ainda maior. O AFS pode ajudar a reverter essa perda significativa e cada vez pior de recursos naturais.

    No entanto, todo o potencial do Acordo só será realizado quando entrar em vigor, o que requer a aceitação de dois terços (ou 111) dos membros da OMC. Até à data, 90 deputados depositaram os seus instrumentos de aceitação, o que nos coloca a uma curta distância do nosso objectivo — precisamos apenas de mais 21.

    Gostaria de agradecer sinceramente à União Europeia por ter sido uma das primeiras a aceitar o Acordo. Além disso, as contribuições generosas da UE e dos seus Estados-Membros para o Fundo das Pescas apoiarão os membros em desenvolvimento e os menos desenvolvidos na aplicação do Acordo, caso tenham depositado as suas aceitações. Estamos tão perto da entrada em vigor, mas ainda não chegamos lá. Exorto-o veementemente a continuar sua liderança, encorajando e ajudando aqueles que ainda não aceitaram formalmente o Acordo a fazê-lo o mais rápido possível. E para aqueles que estão aqui hoje do Comitê Diretor da UIP que não depositaram, conte com o Secretariado da OMC para ajudá-los da maneira que pudermos. Nosso objetivo é a entrada em vigor do Acordo antes da Terceira Conferência dos Oceanos da ONU (UNOC3), que acontecerá em junho em Nice, co-organizada pela França e pela Costa Rica. A necessidade de fazer isso é urgente e contamos com todos para trabalhar para atingir a meta.

    A segunda prioridade relacionada com os subsídios à pesca é a conclusão da segunda vaga de negociações sobre disciplinas adicionais.

    Na reunião do Conselho Geral da OMC em dezembro passado, ficou claro que quase todos os membros, com exceção de apenas alguns, estavam prontos para concluir as negociações com base no projeto de texto mais recente divulgado em novembro passado (TN/RL/W/285). Embora alguns deputados tenham notado que as disciplinas não são perfeitas, eles ainda reconhecem o valor substancial do pacote atual na redução de subsídios que contribuem para o excesso de capacidade e a sobrepesca. No entanto, os deputados que não apoiam o texto expressaram diferenças fundamentais.

    Embora nenhum acordo seja perfeito e cada membro possa ter aspectos que deseja modificar, é do interesse de todos alcançar um resultado. Se os deputados não o fizerem, a ausência de disciplinas em matéria de excesso de capacidade e sobrepesca significará uma deterioração contínua dos recursos haliêuticos para todos. Estamos em um ponto de inflexão.

    Continuamos comprometidos em levar esta segunda onda de negociações até a linha de chegada e continuaremos a contar com o engajamento construtivo dos presentes aqui hoje para tornar isso uma realidade. É necessária uma ação urgente para a sustentabilidade econômica e ambiental.

    Litígios

    A segunda prioridade é a reforma do sistema de resolução de litígios da OMC para garantir que as regras da OMC continuem a ser significativas em benefício de todos os membros.

    Na CM12 em 2022, os membros da OMC se comprometeram a ter “um sistema de solução de controvérsias pleno e funcional acessível a todos os membros até 2024” e reiteraram esse objetivo na MC13 do ano passado. Este prazo já passou e os deputados estão atualmente trabalhando para estabelecer um caminho a seguir. Gostaria de agradecer à União Europeia e a outros nesta sala a sua posição construtiva e o seu empenhamento contínuo no processo de reforma.

    Após a MC13, a reforma do sistema DS foi formalmente avançada sob a liderança do Representante Permanente das Maurícias, que, juntamente com seis co-coordenadores a nível de peritos, trabalhou para resolver as questões pendentes. Isso incluiu os tópicos de apelação/revisão, acessibilidade e “trabalhos feitos até agora”. Desde a saída do Embaixador das Maurícias em Novembro passado, o Presidente do Conselho Geral (GC) continuou a supervisionar directamente o processo de reforma, envolvendo-se com os Membros para reunir perspectivas sobre como aproveitar o progresso e avançar ainda mais na reforma.

    O processo de reforma já resultou em vários projetos de textos em diferentes áreas. Nomeadamente, os deputados elaboraram um projecto substantivo avançado sobre “Reforço das capacidades” e “Assistência técnica”. Isso é crucial para aprimorar o suporte técnico que fornecemos aos membros em desenvolvimento. Embora os deputados tenham feito progressos nas discussões em torno do recurso/revisão, este continua a ser um dos aspectos mais desafiantes da reforma, e são necessários mais esforços para resolver as questões pendentes.

    Sei que os nossos deputados aguardam a palavra dos Estados Unidos sobre a sua posição. Continuo esperançoso de que continuaremos a progredir neste trabalho crucial.

    Enquanto isso, a OMC continua a servir como o principal fórum para resolver disputas comerciais internacionais. Oito disputas estão atualmente em andamento, juntamente com onze consultas ativas. Também observamos um aumento nas soluções negociadas entre os membros, com o processo do painel muitas vezes servindo como um catalisador para esses acordos. O trabalho de resolução de litígios na OMC continua a ser robusto.

    Agricultura

    Em terceiro lugar, é vital que os membros da OMC façam progressos na agricultura.

    Espera-se que a agricultura seja um elemento central na agenda da CM14, especialmente devido ao seu papel fundamental no apoio à segurança alimentar e na promoção do desenvolvimento socioeconômico, particularmente em todo o continente africano. O consenso permaneceu fora de alcance quanto ao processo e ao cronograma para essas negociações. Como presidente cessante das negociações delineadas em seu recente relatório (JOB/AG/265), restabelecer a confiança e estabelecer metas confiáveis é essencial para restaurar progressivamente um processo de negociação eficaz e alcançar um resultado agrícola em março de 2025 em Yaoundé.

    Iniciativas plurilaterais

    A quarta prioridade é que os membros encontrem uma maneira de incorporar os resultados das iniciativas conjuntas plurilaterais – o Acordo de Facilitação de Investimentos para o Desenvolvimento (IFD) e o Acordo sobre Comércio Eletrônico – no conjunto de regras da OMC.

    Estas iniciativas plurilaterais representam a oportunidade para os membros que partilham as mesmas ideias estabelecerem entre si regras novas e ambiciosas e abrirem novos caminhos no âmbito da OMC. Coexistem com o conceito de multilateralismo e não reduzem quaisquer direitos da OMC para os não participantes.

    O Acordo IFD tem atualmente 126 membros da OMC como partes, incluindo 90 membros em desenvolvimento e 27 membros dos PMA, bem como a UE. Tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável, melhorando o clima de investimento por meio de maior transparência e previsibilidade, e facilitar os fluxos de investimento, particularmente para os membros em desenvolvimento e dos PMA. Os proponentes do Acordo procuram incorporá-lo ao Anexo IV do Acordo OMC como um acordo plurilateral, com seus benefícios aplicados em uma base NMF a todos os membros da OMC. Fazer isso requer consenso entre nossos membros. No entanto, alguns deputados manifestaram oposição à sua incorporação, invocando preocupações sistémicas e o impacto no multilateralismo. Os proponentes continuam trabalhando para traçar um caminho para integrar essas importantes disciplinas ao livro de regras da OMC.

    Noventa e um membros da OMC, incluindo a UE, concluíram as negociações sobre o texto do Acordo sobre Comércio Electrónico e apresentaram-no anteontem ao Conselho Geral para incorporação no conjunto de regras da OMC. O Acordo visa permitir transações eletrônicas e promover a facilitação do comércio digital, garantir um ambiente aberto para o comércio digital e promover a confiança no comércio eletrônico. Contém igualmente disposições sobre cooperação e desenvolvimento. Tal como acontece com o IFD, alguns deputados opõem-se por motivos sistémicos.

    Trabalhos multilaterais sobre o comércio electrónico

    Em termos de trabalho multilateral sobre comércio eletrônico, o engajamento continua no âmbito do programa de trabalho multilateral sobre comércio eletrônico, conforme descrito na Decisão MC13, a ser concluído até MC14. Em janeiro, realizamos uma discussão dedicada sobre como reduzir a exclusão digital, com foco em infraestrutura, conectividade e acesso à Internet. Outra sessão em fevereiro explorará estruturas legais e regulatórias, incluindo proteção ao consumidor, privacidade e segurança cibernética. Essas sessões visam compartilhar experiências nacionais, aprofundar temas-chave e refletir sobre ideias acionáveis. O objetivo é identificar etapas e recomendações concretas para consideração dos ministros no MC14.

    Outro ponto crítico de decisão é se deve estender a moratória sobre a cobrança de impostos sobre transmissões digitais, que expira em 31 de março de 2026 ou no MC14, o que ocorrer primeiro. Em dezembro, convocamos uma sessão informativa dedicada com contribuições do Secretariado da OMC, FMI, UNCTAD, OCDE e South Centre. A sessão teve como objetivo revisar os estudos existentes sobre o impacto da moratória, promover discussões sobre seu escopo e definição e explorar abordagens alternativas de tributação. Eu encorajo você a se envolver em um diálogo aberto e explorar elementos que possam ajudar a estabelecer um terreno comum para avançar nesta importante questão.

    Desenvolvimento

    Cada uma dessas linhas de trabalho carrega uma forte dimensão de desenvolvimento, que continua sendo uma prioridade para muitos de nossos membros, já que os países em desenvolvimento representam dois terços de nossos membros. Apenas algumas semanas atrás, os membros da OMC realizaram um retiro voltado para o futuro focado em alavancar o comércio como uma ferramenta para o desenvolvimento e traçar um caminho a seguir. Vamos aproveitar esse engajamento bem-sucedido na preparação para o MC14.

    Contexto geopolítico

    Senhores Deputados, seria negligente não dizer nada sobre a actual situação geopolítica e o seu impacto no comércio. Vivemos em tempos tumultuados – tempos em que medidas comerciais e também contramedidas são anunciadas e implementadas em poucos dias, às vezes horas. O clima de incerteza afeta as empresas que operam internacionalmente e dependem de cadeias de suprimentos espalhadas por diferentes cantos do mundo. Essa volatilidade pode perturbar a estabilidade econômica, afetar os planos de investimento e perturbar as cadeias de suprimentos não apenas na Europa, mas em todo o mundo.

    É em tempos como estes que um ambiente comercial estável e previsível, ancorado pelo sistema multilateral de comércio e pela Organização Mundial do Comércio, é mais necessário do que nunca. Fomos estabelecidos e projetados para promover transparência, estabilidade e previsibilidade no comércio global. Nos últimos 30 anos, a OMC – que é uma entidade composta por seus membros – tem trabalhado diligentemente para defender esses princípios, para garantir um ambiente de negócios que promova o crescimento e a cooperação. A OMC continua a cobrir 80% do comércio mundial, que permanece inalterado apesar dos recentes desenvolvimentos. Nenhum membro domina o sistema – nem mesmo os Estados Unidos, que respondem por 15,9% do comércio global.

    A Europa, com o seu compromisso com mercados abertos e uma ordem comercial baseada em regras, tem sido uma pedra angular do sistema multilateral e há muito que defende a causa do multilateralismo e de um ambiente comercial previsível.

    No entanto, lembremo-nos de que o sistema multilateral não pode ser dado como certo. Sua força e eficácia não são automáticas; depende de vós, seus deputados. Nossas estimativas indicam que um colapso da ordem de negociação pode resultar em uma perda impressionante de dois dígitos no PIB global. E mesmo a mera presença de incerteza destrói nossa prosperidade coletiva, corroendo o bem-estar pouco a pouco.

    É por isso que hoje apelo a vocês com um lembrete importante: o futuro do sistema multilateral de comércio e o papel da OMC como guardiã da segurança e da previsibilidade no comércio global estão em suas mãos.

    Se valoriza a OMC, por favor, ajude-nos a cumprir a agenda de negociações que acabo de expor.

    Se consideram as regras da OMC inadequadas ou imperfeitas, encorajo-o a colaborar com outros membros para as reforçar e melhorar.

    Se pensa que os seus interesses estão a ser prejudicados por medidas tomadas por outros membros, exorto-o a fazer pleno uso da plataforma da OMC — quer através das nossas comissões, de consultas bilaterais ou do sistema de resolução de litígios — para abordar e resolver estas questões de forma construtiva.

    E ao considerar a aplicação de suas próprias medidas comerciais, particularmente em resposta às tomadas por outros, exorto-o a permanecer equilibrado e considerar não apenas os efeitos imediatos, mas também as consequências mais amplas e de longo prazo, sobre os consumidores, as indústrias e o sistema de comércio global. E não esqueçamos o impacto nos países em desenvolvimento – quando os elefantes lutam, a grama é pisoteada. E isso machuca os elefantes também.

    Em uma época em que o comércio é cada vez mais interrompido por ações imprevisíveis e desestabilizadoras, seu apoio é crucial para garantir que o sistema baseado em regras que trabalhamos tanto para construir perdure, beneficiando a todos.

    FONTE: OMC Noticias
    OMC | Notícias de 2025 – DDG Ellard pede apoio ao sistema multilateral de comércio em meio a desafios geopolíticos

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    UE reagirá ‘com firmeza e rapidez’ se EUA impuser tarifas sobre importações do bloco

    Comissário europeu de Comércio, Maros Sefovic, disse que a União Europeia não vê “nenhuma justificativa para aumentos tarifários repentinos por parte do governo americano.

    A União Europeia reagirá “com firmeza e rapidez” para proteger seus interesses se Washington impor tarifas sobre as importações provenientes do bloco, disse nesta quarta-feira (19) o comissário europeu de Comércio, rejeitando a afirmação do presidente Donald Trump de que a relação comercial entre ambos os mercados é injusta.

    “É a definição mesma de uma parceria onde todos se beneficiam, e não há nada de injusto”, afirmou Maros Sefcovic nesta quarta-feira durante um evento no American Enterprise Institute, em Washington.

    Sefcovic disse que a UE não vê “nenhuma justificativa para aumentos tarifários repentinos e unilaterais” por parte dos Estados Unidos, e acrescentou que as empresas dependem da estabilidade econômica e da previsibilidade de ambas as partes.

    Se os Estados Unidos impuserem tarifas sobre os produtos da UE, isso criaria “barreiras desnecessárias” às exportações, às empresas agrícolas e aos trabalhadores de ambos os lados do Atlântico, afirmou o comissário.

    “Para proteger os interesses europeus, não teremos outra opção a não ser responder com firmeza e rapidez”, disse Sefcovic, antes de se reunir com os pares americanos.

    Mas enfatizou que o bloco fará tudo o possível para evitar esse resultado.

    A visita do comissário europeu ocorre depois que Trump ameaçou impor “tarifas recíprocas” aos parceiros comerciais e qualificou de “absolutamente brutal” a política comercial da UE em relação aos Estados Unidos.

    Na região, o líder republicano decidiu impor a Canadá e México tarifas aduaneiras de 25% sobre todos os seus produtos, antes de suspender a medida por um mês para realizar negociações entre os três parceiros.

    Também aumentou em 10% as tarifas sobre a China e anunciou tarifas aduaneiras de 25% sobre o aço e o alumínio, sem exceções, a partir de 12 de março.

    A União Europeia não descarta uma retaliação imediata caso as tarifas sejam impostas, mas trabalha para evitar o pior cenário.

    FONTE: EXAME
    UE reagirá ‘com firmeza e rapidez’ se EUA impuser tarifas sobre importações do bloco | Exame

     

     

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    Tarifa aplicada pelo Brasil a produtos dos EUA é 4 vezes menor que previsto em acordo

    Segundo a CNI, taxa de importação real aplicada aos Estados Unidos foi de 2,7% em 2023

     

    A tarifa aplicada pelo Brasil aos produtos norte-americanos sofriam, em 2023, uma taxa de importação real de 2,7%, valor quatro vezes menor do que o valor nominal de 11,2%, que o país assumiu como compromisso na OMC (Organização Mundial do Comércio), segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

    A confederação informou que a diferença na taxa ocorre devido ao uso de regimes aduaneiros especiais, como a suspensão de tributos vinculados a um produto e até mesmo a redução temporária de impostos. Motores e máquinas não elétricas, adubos, fertilizantes químicos, óleos combustíveis de petróleo e gás natural não têm a incidência de tarifas, por exemplo.

    Entre 2019 e 2024, as vendas da indústria de transformação para o mercado norte-americano somaram US$ 159,5 bilhões. Além disso, os EUA ocupam o primeiro lugar no ranking de comércio de serviços e investimentos diretos no país.

    Desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, o empresário vem focando em sobretaxar países. Recentemente, justificando uma possível taxação, Trump citou uma lista de países que, segundo ele, querem prejudicar os EUA, como o Brasil.

    Apesar disso, o relacionamento bilateral é positivo para os Estudos Unidos, que mantêm um superávit expressivo nas transações com o Brasil. De acordo com a CNI, nos últimos 5 anos, os EUA acumularam um superávit de US$ 58,3 bilhões no comércio bilateral de bens e de serviços entre 2019 e 2024.

    “O Brasil se destaca pelo saldo positivo para os EUA, ao contrário de países como China, Canadá, México e União Europeia, com os quais os norte-americanos enfrentam déficits”, concluiu a confederação.

    FONTE: Noticias R7
    Tarifa aplicada pelo Brasil a produtos dos EUA é 4 vezes menor que previsto em acordo – Noticias R7

     

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    Queda da inflação na Argentina é resultado de recessão, diz economista

    Queda do PIB foi estimulada pelo brutal corte de gastos públicos

    A redução da inflação na Argentina registrada nos últimos meses foi motivada pela queda da atividade econômica do país, que deve fechar o ano passado com recessão de 3% a 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Em abril do ano passado, a inflação registrada foi de 289% e, em janeiro de 2025 o índice caiu para 84% (ambos no acumulado de 12 meses). 

    A avaliação é do especialista Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, que também ministra cursos sobre a economia dos países, incluindo a Argentina. Segundo ele, a recessão foi estimulada pelo “brutal” corte de gastos públicos promovido pelo governo do ultraliberal Javier Milei, atualmente envolvido no chamado escândalo do Cripto Gate.

    “A grande explicação para a queda da inflação na Argentina está na queda do PIB. Ou seja, a economia mergulhou em recessão e a consequência disso é a queda da inflação porque você tem uma economia que para de funcionar e se contrai. Não temos ainda o dado consolidado do PIB, mas ele deve cair de 3% a 4% no ano passado. É o completo oposto do Brasil, que deve ter crescido 3,5%”, explicou o especialista.

    Paulo Gala acrescenta que o ajuste fiscal promovido pelo governo, com a suspensão de obras, demissões de funcionários, corte no repasse para províncias e redução de despesas com educação, entre outras, fez da Argentina o país da América Latina com maior superávit fiscal da região.

    “O que Milei está fazendo na Argentina é o que a gente chama de um choque clássico de contração de gasto público. Ele segurou os gastos ao máximo, fez um ajuste fiscal gigante, muito duro. A consequência é uma desaceleração econômica muito grande”, completou.

    Para o especialista, apesar da melhoria dos indicadores econômicos a partir do final do ano passado, a situação ainda é gravíssima. “Ainda é um caso de UTI. O ano passado foi um ano muito difícil. Então, dificilmente 2025 vai ser pior do que o ano passado. Agora, a dúvida é quão robusta e sustentável vai ser essa recuperação. A inflação ainda é muito alta, próxima de 100%. O desemprego também está muito elevado”, comentou.

    A produção industrial da Argentina registrou uma queda de -9,4% no acumulado de 2024. Apesar do número negativo, a taxa é menor que a de abril de 2024, quando a indústria registrou uma retração de -15,4%, considerando os 12 meses anteriores. Os dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (Indec).

    Por sua vez, o presidente Javier Milei tem sustentando que a economia está em “franca recuperação”, destacando como grande mérito da sua gestão a queda da inflação e a redução das despesas públicas.

    Inflação Argentina acumulada dos últimos 12 meses
    Inflação Argentina acumulada dos últimos 12 meses – Arte/EBC

    Pobreza

    A recessão do país vizinho fez a pobreza disparar na Argentina de 38,7% da população, no primeiro trimestre de 2023, assim que Milei assumiu o governo, para 54,8% da população no primeiro trimestre de 2024, segundo o Observatório da Dívida Social da Argentina, da Universidade Católica do país.

    Ao longo do ano passado, os indicadores de pobreza melhoraram, chegando novamente em torno dos 38% da população no terceiro trimestre de 2024. Segundo os pesquisadores do Observatório, a queda na pobreza deve ser analisada com cautela, uma vez que outros serviços registraram aumento de custos.

    “A queda do nível de pobreza não implica que as famílias tenham recuperado os níveis de consumo já reduzidos que existiam antes do ajuste: o aumento dos custos fixos dos serviços de transporte, comunicação, eletricidade, água, gás, etc. faz que a capacidade de consumir alimentos e outros bens básicos na verdade caiu”, afirmam.

    São consideradas pobres as famílias que têm uma renda que consegue cobrir os custos da cesta básica de alimentação, mas não sobra dinheiro para outros gastos, como saúde, educação e roupas. Já a classificação de indigente é para as famílias que têm uma renda abaixo do valor da cesta básica alimentar.

    Outro indicador utilizado para medir a pobreza é a chamada pobreza multidimensional que, além de considerar a renda das famílias, avalia se elas têm acesso a serviços básicos, como moradia digna, água, saneamento, emprego e seguridade social.

    No caso desse indicador, houve uma piora em 2024, com a pobreza multidimensional passando de 39,8% em 2023 para 41,6% da população no ano passado. “Esses dados permitem-nos inferir na realidade uma acentuação de privações estruturais entre as famílias sujeitas à pobreza de renda”, afirmou o Observatório.

    Índice de pobreza e indigência na Argentina
    Índice de pobreza e indigência na Argentina – Arte/EBC

    FONTE: Agencia Brasil
    Queda da inflação na Argentina é resultado de recessão, diz economista | Agência Brasil

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    Webinar sobre oportunidades de negócios na Argentina para empreendedores brasileiros

    No dia 20 de fevereiro, a Câmara de Comércio Argentino-Brasileira organizará o evento online “Como fazer negócios na Argentina a partir da perspectiva brasileira”.

    Este webinar oferecerá ferramentas fundamentais para entender o sistema tributário argentino e otimizar as estratégias comerciais entre os dois países.

    Durante a sessão, serão analisados os impostos aplicáveis às empresas; bem como acordos para evitar a dupla tributação e considerações fiscais para empresas-mãe estrangeiras. Além disso, serão abordadas oportunidades no âmbito do Mercosul e das zonas francas argentinas; tópicos essenciais para quem busca expandir sua presença na Argentina.

    Os palestrantes serão María Laura Acevedo, associada da SMS Buenos Aires, e Eugenia Sleet, gerente comercial da SMS São Paulo; especialistas em direito tributário e comércio exterior. A transmissão será online via Zoom das 9h00 às 10h30 (horário do Brasil), e as inscrições estão disponíveis no Sympla.

    Este evento representa uma oportunidade única para empresários e profissionais interessados em conhecer o mercado argentino e fortalecer sua rede de contatos.

    FONTE: Todo logística News
    Webinar sobre oportunidades de negócios na Argentina para empreendedores brasileiros – TodoLOGISTICA NEWS

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    Diálogo é saída para superar tarifas dos EUA, diz CEO da Amcham

    Para Abrão Neto, experiência anterior mostra que compor com governo Trump reduz impactos econômicos e pode garantir manutenção de interesses brasileiros.

    CEO da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), Abrão Neto, 42 anos, afirma que o “diálogo” é a solução para que o governo brasileiro reduza os impactos das medidas protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Desde que reassumiu a Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025, o republicano vem impondo tarifas de importação a outros países. Já anunciou sobretaxas no aço e no alumínio que atingem o Brasil, assim como indicação de barreiras para o etanol.

    Abrão Neto divulga nesta 2ª feira (17.fev.2025), na arena da Bolsa de Valores (B3), em São Paulo, a pesquisa anual “Plano de Voo 2025”, em evento realizado em parceria com o Poder360. O levantamento exclusivo com 775 empresários, ouvidos entre 16 de dezembro e 21 de janeiro, trata de questões internas do Brasil, como riscos econômicos, reforma tributária e crescimento dos negócios, e também de questões envolvendo a relação com os EUA. Eis a íntegra (PDF – 481 KB). “Se nós fizermos uma avaliação do que aconteceu em 2018, no primeiro mandato do Trump, quando também houve a aplicação de sobretaxa sobre o aço e o alumínio, o Brasil conseguiu uma negociação para o setor do aço que foi positiva para o setor e para os interesses brasileiros”, disse o CEO da Amcham nesta entrevista ao Poder360, em que ele aborda a conjuntura nacional e internacional.

    Assista à entrevista (16min04s):

    Leia a entrevista:

    Poder360 – A pesquisa “Plano de Voo 2025” diz que 72% dos empresários afirmam que a incerteza do cenário econômico brasileiro é o principal desafio para o crescimento. O que é preciso para dissipar essa incerteza?

    Abrão Neto –  Essa pesquisa mostra resultados muito interessantes e atualizados da percepção do setor empresarial sobre o  desempenho da economia em 2025. Por um lado, há um sentimento de certo otimismo, quando 92% dos participantes dessa pesquisa indicam uma expectativa de crescimento nas suas receitas. Crescimento esse que viria pelo aumento do mercado doméstico, pelo aumento das suas produções e vendas e também por ganhos de eficiência. Desses 92%, mais de um terço entende que os seus ganhos em 2025 serão superiores a 15%, ou seja, um percentual bastante relevante. Agora, esse otimismo vem temperado por um conjunto muito significativo de desafios, tanto em relação à economia como em relação à política. Esses foram os dois fatores principais de desafios [apontados na pesquisa] para o bom resultado das empresas em 2025. Em primeiro lugar, são os fatores econômicos; em segundo lugar, a incerteza política.

    Dentro da dimensão econômica, são conhecidos os principais elementos de apreensão do setor empresarial, a começar pelos juros crescentes, passando pelo equilíbrio fiscal —há muita preocupação em relação a um deficit fiscal e ao crescimento da dívida pública. Também há uma preocupação com a inflação. E, por fim, com o câmbio. Então, esses quatro grandes elementos que influenciam diretamente a atuação das empresas estão no radar de acompanhamento e terão, obviamente, um impacto direto no resultado dos negócios neste ano. Importante destacar que, no cenário econômico, existem elementos internos —o nosso cenário interno é desafiador por essas questões —, mas há também uma conjuntura internacional bastante delicada e que inspira cuidados. Isso também apareceu na pesquisa.

    Mas o que, internamente, o governo precisa fazer para dissipar essa essa incerteza? Acho que a discussão principal hoje está muito relacionada ao equilíbrio fiscal. Então, é a adoção de medidas adequadas para estabilizar esse cenário fiscal, estabilizar o deficit público e, com isso, gerar mais confiança nos agentes de mercado, retomada e crescimento de investimentos, um quadro econômico que permita tanto um crescimento saudável do PIB —a previsão do Boletim Focus, para esse ano, é de 2% —e também um quadro que leve a um retrocesso, uma redução dos juros nos próximos anos.
    Levando em consideração a guerra comercial aberta, levada adiante pelo presidente Donald Trump agora no início do seu mandato, como isso deve afetar? Qual o impacto para o Brasil? E qual o impacto, na sua avaliação, para os negócios?

    Brasil e Estados Unidos têm uma relação comercial e econômica extremamente importante. Os Estados Unidos são a principal economia do mundo, e as políticas adotadas pelos governos americanos têm uma influência determinante nos rumos da economia mundial.

    A pesquisa também mostra que o principal fator de atenção no cenário externo são as medidas e políticas da nova administração americana. Então, há, obviamente, uma consciência, um interesse e um reconhecimento do impacto que essas novas medidas, as novas prioridades do governo Trump, trarão para a economia mundial, em particular para a economia brasileira.

    E aí eu acho que há algumas dimensões pelas quais essa análise pode ser feita. Primeiro ponto de vista macroeconômico: várias das medidas que vêm sendo anunciadas pela nova administração dos Estados Unidos são consideradas medidas que podem ter um viés inflacionário para alta. Então, restrições de migração, restrições comerciais, restrição de arrecadação —tudo isso pode ter um impacto inflacionário. Um exemplo: um estudo da Goldman Sachs fala que, para cada aumento de 10 pontos percentuais no imposto de importação dos Estados Unidos, isso pode se traduzir no aumento de 1 ponto percentual na inflação americana.

    Só para deixar claro que é um impacto inflacionário nos Estados Unidos.

    É um impacto inflacionário nos Estados Unidos, mas um impacto inflacionário nos Estados Unidos que, se concretizado, tem um efeito sobre todo o mundo. Se os Estados Unidos, para conter uma alta da inflação, precisam elevar os seus juros, isso muda o equilíbrio em todo o globo e afeta todas as demais economias, em particular as economias emergentes, aí incluído o Brasil. Então, a dimensão macroeconômica e como as políticas dessa nova administração vão afetar os fundamentos econômicos —e isso, por consequência, se distribuir pela economia global —é um ponto fundamental.

    O outro ponto diz respeito às medidas comerciais. No primeiro dia de governo, Trump anunciou a sua nova política comercial, e essa nova política comercial é muito calcada na utilização de tarifas. Várias tarifas já foram anunciadas contra Colômbia, México, Canadá e China. Recentemente, tarifas contra todas as importações americanas de aço e alumínio, que inclusive afetam o Brasil. E é interessante que, em todas elas, ou em grande parte delas —Colômbia, México e Canadá —, houve negociações entre os governos desses países e o governo americano, chegando a soluções, em alguns casos, temporárias.

    E aí, a pesquisa nos traz talvez o que seja a indicação mais relevante dela: para grande parte desses respondentes, para 60% dos participantes, o Brasil deveria ter uma postura proativa em relação aos Estados Unidos. Deveria buscar se aproximar, ampliar o seu diálogo de maneira a explorar novas oportunidades à luz de uma nova conjuntura e também conseguir resolver de maneira satisfatória, construtiva e amigável eventuais questões que surjam na relação bilateral, como, por exemplo, essa anunciada agora, das restrições do aumento de sobretaxas no aço e alumínio.

    Então, isso indica claramente qual é a visão do setor empresarial em relação à forma como o Brasil deve buscar se relacionar com os Estados Unidos, de uma maneira construtiva e positiva.

    A pesquisa fala sobre como o Brasil deve agir. Como o senhor avalia a ação do Brasil? Porque foi uma ação, a princípio, de cautela. Lembrando que o presidente brasileiro já chegou a dizer na época da campanha de 2024 que o retorno do Donald Trump seria “fascismo e nazismo voltando a funcionar com outra cara”. Então, existe um tensionamento político anterior, mas existem também as atitudes atuais do governo em relação a essa sobretaxa do aço e do alumínio, principalmente. Queria uma avaliação do senhor sobre as reações de cautela e observação do governo brasileiro agora e como essa relação de cautela e observação do governo brasileiro agora e como essa relação política de Lula — verbal— pode influenciar a relação entre Brasil e Estados Unidos.

    Olha, o melhor caminho para se buscar resolver desentendimentos e solucionar essas medidas que foram anunciadas —e novas medidas que serão anunciadas pelo governo americano —é o diálogo. Não há dúvida alguma de que o diálogo, a negociação e a composição oferecem as melhores soluções para preservar os interesses brasileiros e para permitir a continuidade de um fluxo muito importante de comércio e investimentos entre Brasil e Estados Unidos.

    Os Estados Unidos são o principal mercado de exportação de bens industriais do Brasil. Hoje, existem quase 10.000 empresas brasileiras que exportam para os Estados Unidos, e os Estados Unidos são o principal investidor estrangeiro no Brasil, com um estoque de investimentos de mais de US$ 350 bilhões. Então, quando a gente discute uma relação desse porte econômico, com interesses importantes de ambos os lados, a solução é certamente a negociação.

    O governo brasileiro é um governo experiente. Até o momento, todas as reações em relação às sobretaxas do aço e do alumínio têm sido colocadas de maneira muito ponderada, indicando cautela e interesse em abrir conversas com o governo americano.

    Se nós fizermos uma avaliação do que aconteceu em 2018, no primeiro mandato de Trump, quando também houve a aplicação de sobretaxas sobre o aço e o alumínio, o Brasil conseguiu uma negociação para o aço que foi positiva para o setor e para os interesses brasileiros. E se nós observarmos agora as medidas recentes, como eu comentei, com o México, com a Colômbia e com o Canadá, houve interesse do lado americano e disposição desses parceiros para negociar. Nós acreditamos que essa é a melhor saída, que essa tem sido e deve continuar sendo a postura do governo brasileiro, e que isso vai permitir impulsionar os negócios entre os dois países.

    E o tensionamento político

    O tensionamento político: nós estamos falando de um relacionamento de Estado. Entre dois Estados soberanos, que além dos seus governos, têm uma trajetória longa e muito sólida de relacionamento. Eu acredito que uma visão de Estado prevalece nesse momento e que os interesses de se buscar ter um bom relacionamento também prevalecerão e abrirão um caminho para uma possível construção de soluções negociadas.

    Queria voltar um pouco para os aspectos mais internos abordados na pesquisa “Plano de Voo 2025”, que é o impacto da reforma tributária aprovada pelo governo. Trata-se de uma reforma tributária com foco na questão dos impostos sobre consumo, e a pesquisa diz que esse impacto da reforma sobre a competitividade, no médio prazo, vai ser positivo. Ou seja, essa competitividade vai melhorar: 47% dos empresários ouvidos dizem que vai melhorar. Então, de certa forma, há um certo otimismo. Mas o governo, quando foi eleito —e mesmo depois de eleito —falou também de uma reforma no Imposto de Renda. E uma reforma no Imposto de Renda é uma reforma que mexe estruturalmente em questões de desigualdade —e a desigualdade é uma chaga histórica brasileira. O senhor acha que existem condições políticas para o governo aprovar uma segunda reforma tributária com foco no Imposto de Renda?

    A aprovação da reforma tributária sobre o consumo aconteceu de maneira inédita depois de quase 30 anos de discussão, em que, nos últimos anos, houve um amadurecimento e uma evolução muito grande no debate público. Essa maturidade certamente foi determinante para se criar as condições políticas que permitiram a aprovação dessa reforma sobre o consumo.

    A pesquisa traz dados muito interessantes que mostram que 47% esperam ganhos de médio prazo na sua competitividade. É bom também pontuar o outro lado: 30% entendem que haverá aumento de complexidade e perda de eficiência tributária. Então, ainda há um momento de análise, entendimento e compreensão por parte das empresas sobre como essas mudanças, bastante estruturantes, vão afetar sua atuação.

    Outro ponto muito interessante que nós perguntamos é sobre a avaliação da capacidade e da dificuldade de adaptação. Aqui, 47% também entenderam que essa adaptação vai acontecer, obviamente, e grande parte dela com necessidade de ajustes, mas são ajustes factíveis. Isso é uma boa notícia, e a gente espera que essa reforma melhore o ambiente de negócios do Brasil.

    A discussão sobre a reforma da renda tem menos maturidade do que a reforma sobre o consumo. Então, eu entendo que ainda há um caminho pela frente: uma discussão com a sociedade, uma discussão com o Congresso, uma discussão mais ampla para que se avalie quais são as condições de se avançar ou não. E o tempo é, obviamente, relativamente curto, em razão da perspectiva de eleições presidenciais em 2026.

    FONTE: Poder 360
    Diálogo é saída para superar tarifas dos EUA, diz CEO da Amcham

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