Restrição dos produtos vindos do estado vizinho foi confirmada por uma nota técnica do governo estadual. Estado catarinense tem um caso suspeito de gripe aviária em investigação.
Santa Catarina proibiu a entrada de aves vivas e ovos férteis provenientes de 12 municípios do Rio Grande do Sul após a confirmação de um foco de gripe aviária no estado vizinho. A medida foi confirmada em uma nota técnica divulgada pelo governo de Santa Catarina no domingo (18). Na segunda-feira (19), foi confirmada a suspeita de um caso da doença em uma granja comercial em Ipumirim, no Oeste.
A informação consta no mapa do Ministério da Agricultura e Pecuária, atualizado diariamente, e também foi confirmada pelo município. Em todo o país, são dois casos confirmados, quatro sob investigação e outros três foram descartados no início da noite. Veja abaixo:
2 casos confirmados
- Montenegro (RS) granja comercial
- Sapucaia do Sul (RS) zoológico, cisnes morreram
4 casos suspeitos (em investigação, amostras coletadas em análise)
- Ipumirim (SC) – granja comercial
- Aguiarnópolis (TO) – granja comercial
- Salitre (CE) – produção familiar para subsistência
- Estância Velha (RS) – produção familiar para subsistência
3 casos descartados nesta segunda-feira
- Triunfo (RS) – produção familiar para subsistência
- Graccho Cardoso (SE) – produção familiar para subsistência
- Nova Brasilândia (MT) – produção familiar para subsistência
A proibição cita ainda a necessidade de adoção de medidas imediatas de contenção, mitigação e prevenção à disseminação da doença.
Santa Catarina é o único estado do Brasil que faz divisa com o Rio Grande do Sul. Veja as cidades onde há veto para a entrada dos ovos e aves, conforme a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc):
- Cachoeirinha
- Canoas
- Capela Santana
- Esteio
- Gravataí
- Montenegro
- Nova Santa Rita
- Novo Hamburgo
- Portão
- São Leopoldo
- Sapucaia do Sul
- Triunfo
“Está autorizado o ingresso em Santa Catarina de produtos de origem animal de aves, oriundos do Rio Grande do Sul, exceto ovos comerciais provenientes dos municípios citados anteriormente, que compõem a zona de contenção do foco”, cita o governo catarinense em nota.
Desde que a H5N1 chegou ao Brasil, em 15 de maio de 2023, o país investigou 2.883 casos suspeitos de Síndrome Respiratória e Nervosa em aves. Desses, 166 foram confirmados como sendo casos de gripe aviária, o que representa cerca de 5% das suspeitas.
Das 166 confirmações, o Brasil tem 1 foco de gripe aviária em granja comercial, 3 que atingiram aves de subsistência (criação doméstica) e 164 em aves silvestres.
O que disse o governo de SC
Em um comunicado nesta segunda-feira (19), a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, afirmou que o órgão foi até o local da suspeita no sábado (17), fez exames e encaminhou as amostras ao governo do estado.
A entidade afirmou ainda que aguarda o resultado, previsto para terça-feira (20).
“No momento em que falamos de gripe aviária, houve esse chamado no município de Ipumirim, a Cidasc foi lá, avaliou os sintomas das aves e cumpriu o protocolo que é coletar as amostras e enviar para o laboratório do Ministério da Agricultura. Estamos ainda aguardando os laudos”, disse.
Sem transmissão pelo consumo de carne e ovos
O Mapa alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. “A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, diz comunicado da pasta.
O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).
As autoridades sanitárias sustentam que já começaram a adotar as medidas previstas no plano nacional de contingência. O objetivo é conter a doença, garantir a segurança alimentar e evitar qualquer impacto na produção.
Outras orientações em SC
A Cidasc deve ser comunicada em caso de aves de qualquer espécie apresentando sinais clínicos de Influenza Aviária (dificuldade respiratória, secreção ocular, andar cambaleante, torcicolo ou girando em seu próprio eixo, ou mortalidade alta e súbita).
Os produtores devem reforçar as medidas de biosseguridade e proibir visitas de pessoas alheias ao sistema de produção;
Aves mortas ou com sinais clínicos da doença não devem ser manipuladas;
A Cidasc deve ser comunicada em caso de aves de qualquer espécie apresentando sinais clínicos de Influenza Aviária (dificuldade respiratória, secreção ocular, andar cambaleante, torcicolo ou girando em seu próprio eixo, ou mortalidade alta e súbita).
Fonte: G1