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Comércio, Comércio Exterior, Exportação, Mercado Internacional

Vendas brasileiras para China concentram-se em commodities

As exportações brasileiras para a China crescem de forma sólida, mas sofrem de uma espécie de maldição. Concentram-se ainda em commodities (soja, petróleo e minério de ferro). Especialistas há muito se perguntam quando o Brasil conseguirá melhorar a qualidade dessa pauta comercial, especialmente com produtos industriais. Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), é direto ao responder a essa questão.

“Sim, essa diversificação já está em curso, mas ainda há grande espaço para avançar, especialmente em produtos de maior valor agregado. Um exemplo evidente são os produtos das cadeias agroindustriais, que já são altamente competitivos e têm maior nível de complexidade tecnológica, como alimentos e bebidas, com ganhos de mercado de marcas brasileiras, produtos do complexo industrial da saúde e também outros produtos industriais”, afirma Alckmin.

O ministro argumenta que a participação dos bens de consumo duráveis e não duráveis nas exportações para a China passou de menos de 3% em 1997 para cerca de 8% em 2024. E aponta o crescimento do número de empresas brasileiras que exportam para lá. Nos últimos 16 anos, houve um aumento médio de 5% ao ano, diz. No caso das micro e pequenas empresas, esse crescimento chegou a 15% ao ano desde 2014.

Paulo Feldmann, professor de da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP), tem uma visão mais matizada. Ele diz que o Brasil não está conseguindo ter vantagens competitivas em outros segmentos além do setor agrícola ou de minerais. “A gente vai continuar exportando esses mesmos produtos em que o Brasil é consagrado, mas que não são o ideal.”

Ele atribui isso a um problema de políticas públicas. “Não somos um país que planeja o futuro. O que o Mdic está fazendo é muito legal, mas política industrial não pode ter horizonte curto. Precisamos fazer como os países asiáticos, que estão adotando planos 20 anos para a frente.”

É uma questão de aproveitar melhor sinergias e oportunidades, defende o economista. “A China quer liderar o movimento dos países do sul global, região que tem a oferecer uma riqueza incrível das florestas, fundamental para a indústria farmacêutica, para produtos agrícolas, alimentos. O princípio ativo dos remédios é cada vez mais encontrado na biodiversidade das florestas tropicais. O que o Brasil está fazendo na área? Poderia ser um grande produtor de remédios. Mas essas coisas não caem do céu”, critica.

Ele também aponta a falta de mão de obra. “Você não pode avançar na área de biotecnologia se não tiver a formação de recursos humanos altamente capacitados”.

Outros especialistas apontam que o Brasil tem dificuldades para competir na exportação de produtos manufaturados para a China porque precisa concorrer com países asiáticos que recebem investimentos intensivos chineses na cadeia de suprimentos, como o Vietnã. E setores industriais apontam que ainda há barreiras para a entrada de produtos brasileiros.

Relatório da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado no ano passado apontou que a China é o principal mercado a impor barreiras às exportações brasileiras, depois da Europa. Isso mostra a importância da ação comercial e diplomática, como o governo brasileiro tem tentado exercer, a exemplo da próxima viagem do presidente Lula a Pequim.

Porém, a pauta exportadora ligada ao agronegócio evolui, segundo analistas. Há um aumento na venda de café processado, por exemplo. E o avanço da exportação de carne, que afinal é indústria de transformação (crescimento de 48% em quatro anos, de US$ 4 bilhões para US$ 5,9 bilhões entre 2020 e 2024). Uma alta respeitável, ainda que não se compare à grande expansão da exportação de petróleo, por exemplo, que chegou a quase 76% no mesmo período, atingindo um volume de quase US$ 20 bilhões no último ano.

Uma segunda área em que o Brasil poderia se destacar, na opinião de Feldmann, é a de energias renováveis. “O Brasil é um dos maiores produtores de eletricidade via fontes renováveis.” Para ele, o país deveria se voltar à produção de equipamentos e produtos ligados ao setor. Inclusive para o hidrogênio verde. “O transporte do hidrogênio verde é que é um grande problema tecnológico, mas vai ser resolvido nos próximos anos. Poderá ser transportado daqui a uns cinco ou dez anos. Enquanto isso, pode ser produzido e usado no Brasil.”

Alckmin concorda que o Brasil tem um potencial competitivo relevante na agenda de sustentabilidade, o que pode se tornar um diferencial decisivo frente a outros países. E defende a política de neoindustrialização lançada pelo seu ministério, a Nova Indústria do Brasil (NIB). “Com ela, o setor avançará no adensamento das suas cadeias produtivas, alcançando maior competitividade tecnológica e maior inserção externa”, diz. Ele cita áreas como aviação, defesa, energia renovável e biocombustíveis, que têm potencial não só de exportação, mas também de parcerias com foco em sustentabilidade.

“Qualificar a pauta de exportações depende muito mais do Brasil do que da própria China”, concorda Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), subordinada ao MDIC. Ele lembra que investimentos em tecnologia e inovação são essenciais. “Esse é o nosso desafio, porque os investimentos da China nessas áreas são astronômicos. É um desafio não apenas do Brasil, mas global.”

O presidente da ABDI acrescenta que o Brasil tem a matriz energética mais limpa do G20, o que também abre vantagens competitivas. “Mas o hidrogênio não pode virar uma nova commodity do Brasil”, afirma. “Nosso desafio é utilizar essa vantagem estratégica energética para atrair plantas ao Brasil.”

Fonte: Valor

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Agronegócio, Comércio Exterior, Internacional

China busca produtos agrícolas da Argentina para substituir importados dos EUA

A China assinou uma carta de intenção com exportadores na Argentina para comprar cerca de US$ 900 milhões (R$ 5,1 bilhões) em soja, milho e óleo vegetal. É a mais recente indicação de que o país asiático está evitando adquirir esses produtos dos Estados Unidos durante a guerra comercial promovida pelo presidente Donald Trump.

Autoridades chinesas estiveram em Buenos Aires na quarta-feira para assinar o acordo não vinculativo, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela agência Bloomberg, que não puderam ser identificadas por discutirem conversas privadas. O jornal argentino Clarín foi o primeiro a noticiar o acordo.

A China já é o maior comprador de soja não processada da Argentina, assim como do grão brasileiro. Além disso, Pequim, que já era cliente do óleo de soja argentino, abriu seu mercado parra o milho do país sul-americano no ano passado.

Embora não seja o primeiro acordo desse tipo, um compromisso tão grande e antecipado da China por produtos agrícolas argentinos é incomum. E sua concretização em meio à escalada da guerra comercial é um sinal de que a China está disposta a manter as tarifas sobre importações dos EUA — em retaliação aos tributos impostos por Trump aos produtos chineses exportados para o mercado americano — e, em vez disso, buscar produtos agrícolas na América do Sul.

A trading chinesa Cofco International afirmou hoje, em um comunicado de sua assessoria de imprensa em Buenos Aires, que chegou a um entendimento com a Sinograin, empresa estatal responsável pela gestão das reservas estratégicas de alimentos da China, para “ampliar o fornecimento de commodities agrícolas da Argentina para a China e explorar uma cooperação de longo prazo.”

Paralelamente, o Fufeng Group Ltd. da China está interessado em construir uma planta de processamento de milho, informou a Sociedade Rural Argentina em um post no X (antigo Twitter) no mês passado.

Fonte: O Globo

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Comércio Exterior, Exportação

Exportações de carne suína crescem 14,6% em abril e receita supera US$ 301 milhões

As exportações brasileiras de carne suína (considerando produtos in natura e processados) alcançaram 129,2 mil toneladas em abril de 2025, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número representa um crescimento de 14,6% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram exportadas 112,7 mil toneladas.

Em receita, as vendas internacionais do mês somaram US$ 301,5 milhões, valor 24,7% superior ao registrado em abril de 2024, com US$ 241,9 milhões.

No acumulado do primeiro quadrimestre de 2025, o Brasil embarcou 466 mil toneladas de carne suína, alta de 15,9% em comparação ao mesmo período do ano passado (402,2 mil toneladas). A receita cambial no período atingiu US$ 1,09 bilhão, crescimento de 29,9% em relação aos US$ 839,6 milhões obtidos entre janeiro e abril de 2024.

Confira a seguir um histórico das exportações brasileiras de carne suína a partir de 2022. O gráfico foi elaborado com dados do DataLiner:

Exportações Brasileiras de Carne Suína | Jan 2022 – Mar 2025 | TEUs

“O resultado de abril reforça a tendência de alta nas exportações em 2025, com avanço nos principais mercados e expansão em destinos estratégicos da Ásia e América Latina. Além do aumento em volume, o setor registra uma valorização importante na receita, refletindo a qualidade do produto brasileiro e o reconhecimento internacional do nosso status sanitário”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Principais destinos em abril de 2025:

  • Filipinas – 29,8 mil toneladas (+78,4%), com US$ 66,2 milhões (+90,4%);
  • China – 15,1 mil toneladas (-30,0%), com US$ 32,4 milhões (-29,2%);
  • Hong Kong – 12,2 mil toneladas (+34,1%), com US$ 29,9 milhões (+63,6%);
  • Chile – 9,1 mil toneladas (+24,7%), com US$ 22,9 milhões (+45,8%);
  • México – 7,3 mil toneladas (+121,6%), com US$ 16,7 milhões (+109,9%);
  • Japão – 7,2 mil toneladas (+2,0%), com US$ 25 milhões (+10,9%);
  • Singapura – 6,7 mil toneladas (-17,7%), com US$ 19,2 milhões (-0,7%)
  • Argentina – 5,9 mil toneladas (+630,0%), com US$ 16,5 milhões (+693,0%);
  • Estados Unidos – 4,7 mil toneladas (+43,6%), com US$ 7,3 milhões (+27,2%).

Desempenho por estado exportador
Os principais estados exportadores de carne suína em abril foram:

  • Santa Catarina – 66,3 mil toneladas, com alta de 6,8% em relação a abril de 2024;
  • Rio Grande do Sul – 27,9 mil toneladas, com crescimento de 29,2%;
  • Paraná – 21,5 mil toneladas, registrando expansão de 25,5%.
  • Minas Gerais – 3,5 mil toneladas,incrementando em 114,7%;
  • Mato Grosso – 2,9 mil toneladas, com retração de 26,7%.

A ABPA projeta que o ritmo positivo se manterá nos meses seguintes, impulsionado por novas aberturas de mercado, maior previsibilidade logística e negociações sanitárias em curso com mercados da América do Norte e do Sudeste Asiático. A manutenção dos padrões de biossegurança e o compromisso com práticas sustentáveis seguirão como alicerces para a expansão da carne suína brasileira no comércio global.

(*) Com informações da ABPA

Fonte: Comex do Brasil

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Comércio, Comércio Exterior, Exportação, Tributação

Exportação de carne bovina do Brasil aos EUA dispara 498% apesar das tarifas de Trump

Em abril, Trump anunciou uma sobretaxa de 10% sobre as importações de carne bovina.

Em abril de 2025, as exportações de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos registraram um crescimento impressionante de 498% em relação ao mesmo período de 2024, saltando de 8 mil para cerca de 48 mil toneladas. Esse aumento, descrito como “surpreendente” por Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), ocorreu mesmo após a imposição de tarifas mais altas pelo governo de Donald Trump.

Mas o que explica esse fenômeno? E quais são as implicações para o mercado global de carne? Este artigo explora as razões por trás desse salto, os desafios das tarifas e o futuro das exportações brasileiras.

Por que as exportações brasileiras dispararam?

O crescimento das exportações de carne bovina do Brasil para os EUA está diretamente ligado a uma combinação de oferta escassa nos Estados Unidos e alta demanda por carne. Segundo Perosa, o rebanho bovino americano atingiu seu menor nível em 80 anos, impactado por fatores como secas intensas e a migração de produtores para atividades mais lucrativas. Enquanto isso, a demanda por carne bovina nos EUA permanece robusta. “Nos Estados Unidos, eles comem hambúrguer todo dia. É cultural”, destaca Perosa, comparando a situação ao hábito brasileiro de consumir arroz e feijão.

Essa escassez elevou os preços da carne americana, com a arroba do boi gordo custando entre US$ 115 e US$ 120, contra US$ 54 a US$ 55 no Brasil, conforme explica Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado. Mesmo com tarifas de importação, a carne brasileira segue competitiva.“ A carne americana está tão cara que, mesmo com a tarifa de 36,4%, o Brasil continua nadando de braçada nesse mercado”, afirma Iglesias.

Como funcionam as novas tarifas de trump?

Em abril de 2025, o presidente Donald Trump anunciou uma sobretaxa de 10% sobre as importações de carne bovina, elevando a tarifa total para 36,4% sobre o volume que excede a cota anual de 65 mil toneladas. Dentro dessa cota, a tarifa passou de zero para 10%. Segundo Perosa, o Brasil domina essa cota, que geralmente é preenchida até meados de janeiro, devido à limitada capacidade de outros países concorrentes.

Apesar do aumento tarifário, o impacto sobre as exportações brasileiras foi mínimo. “A carne americana está tão cara que essas tarifas não estão freando as compras”, explica Perosa. No primeiro quadrimestre de 2025, os EUA importaram 135,8 mil toneladas de carne bovina brasileira, quase cinco vezes mais que no mesmo período de 2024, com um faturamento adicional de US$ 402 milhões.

Brasil x Austrália: quem lidera o mercado americano?

Embora o Brasil tenha se destacado, a Austrália permanece como o maior fornecedor de carne bovina para os EUA, seguida por Canadá, México e, agora, o Brasil em quarto lugar. A diferença está no tipo de produto: enquanto os australianos fornecem cortes prontos para as prateleiras, o Brasil atende principalmente a indústria de carne processada, como hambúrgueres. “A Austrália opera em um canal diferente, mas o Brasil está conquistando espaço”, observa Perosa.

Essa complementaridade reduz a concorrência direta e reforça a posição do Brasil como um parceiro estratégico. Com a produção de carne bovina brasileira projetada para atingir 10,2 milhões de toneladas em 2025, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país está bem posicionado para atender à crescente demanda americana.

Quais são os desafios e oportunidades para o futuro?

O aumento das exportações para os EUA é uma oportunidade significativa para o setor pecuário brasileiro, que já exporta para mais de 150 países. No entanto, desafios persistem. A dependência de mercados como China (44,5% das exportações brasileiras) e EUA expõe o setor a riscos de mudanças políticas ou econômicas. Além disso, possíveis mudanças regulatórias, como a proposta de rotulagem de origem defendida por Robert F. Kennedy Jr., poderiam influenciar a preferência dos consumidores americanos por carne nacional, impactando as exportações brasileiras.

Por outro lado, a competitividade do Brasil, impulsionada por custos de produção mais baixos e investimentos em qualidade e sustentabilidade, deve sustentar o crescimento. “Estamos preparados para atender à demanda por alimentos de alta qualidade e segurança”, afirma Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec.

O que isso significa para os brasileiros?

Para o consumidor brasileiro, o aumento das exportações pode gerar preocupações sobre os preços internos. Em 2025, os preços da carne no mercado doméstico já subiram 7% entre novembro e dezembro, segundo dados da Comex Stat. No entanto, a produção recorde prevista para este ano deve garantir o abastecimento interno, conforme destaca Edegar Pretto, presidente da Conab: “Com a produção recorde, teremos mais carne no mercado, o que pode reduzir os preços ao consumidor.” Para os pecuaristas e a economia brasileira, o salto nas exportações reforça a importância do setor, que movimentou US$ 4,1 bilhões no primeiro quadrimestre de 2025, um recorde para o período.

Fonte: AF Notícias

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Comércio, Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional

Brasil busca fortalecer relações comerciais com a China

Especialistas: Ventos contrários na economia, como tarifas dos EUA, impulsionarão parcerias mais fortes.

Inflação em alta e tarifas dos EUA estão forçando o Brasil a renovar o foco no fortalecimento das relações comerciais com a China como um catalisador para a recuperação econômica.

A inflação no Brasil atingiu 5,48% em março, o maior nível em dois anos e bem acima do teto da meta do Banco Central, que é de 3%, segundo autoridades.

As tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçam prejudicar o setor de exportações agrícolas — um dos pilares da economia brasileira — agravando ainda mais os problemas econômicos do país e afetando negativamente a aprovação do governo.

Diante desses desafios, o Brasil intensificou os esforços para fortalecer os laços com a China.

“A escala da atividade comercial entre essas duas economias em crescimento pode impactar fortemente a trajetória de crescimento do Brasil”, afirmou Ricardo Teixeira, coordenador do programa de Mestrado em Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas, um centro de estudos no Rio de Janeiro.

Atualmente, o Brasil atrai 4,8% dos investimentos externos da China, tornando-se o quarto maior destino do capital chinês.

De acordo com Teixeira, muitos setores estão prontos para uma colaboração ampliada entre os dois países, incluindo agricultura, energia, mineração, farmacêutica e tecnologia.

“Brasil e China possuem economias diversificadas, que vão desde a produção agrícola e pecuária até tecnologias de ponta.”

Robson Cardoch Valdez, professor de relações internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília, afirmou que as exportações brasileiras continuam fortemente concentradas em commodities como soja e minerais.

O valor das exportações de soja do Brasil para a China quase dobrou entre 2019 e 2023, chegando a US$ 39,8 bilhões. Em 2023, o país exportou 1,3 milhão de toneladas de carne bovina para o mercado chinês.

Entre 2007 e 2023, os investimentos chineses no Brasil somaram US$ 73,3 bilhões em 264 projetos, com foco nos setores de energia, agricultura e automotivo.

Empresas brasileiras de tecnologia estão buscando parcerias com companhias chinesas nas áreas de inteligência artificial, biotecnologia e fintechs, segundo Teixeira. Ele acrescenta que os investimentos chineses em energia renovável no Brasil também estão criando novas oportunidades de colaboração.

“A relação comercial Brasil-China tende a se fortalecer, especialmente com a abertura de novas oportunidades em áreas emergentes como energia limpa e saúde.”

Investidor de destaque

A China se tornou um dos principais investidores em projetos de sustentabilidade na América Latina — uma prioridade que está alinhada às ambições do Brasil de reduzir suas emissões líquidas de gases de efeito estufa em 67% até 2035.

“Ambos os países estão dando prioridade crescente à sustentabilidade em sua relação comercial”, disse Teixeira.

Outro fator que impulsiona o Brasil em direção à China é o recente surto de protecionismo dos EUA, incluindo tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio, além de uma tarifa-base de 10% sobre todos os produtos. Embora algumas dessas tarifas tenham sido suspensas por três meses, os impactos podem ser significativos.

“O protecionismo crescente dos EUA está desorganizando os padrões globais de comércio, o que pode aproximar ainda mais o Brasil da China, que é vista como uma parceira comercial mais estável”, afirmou Teixeira. “A relação comercial entre Brasil e China vai além das commodities e avança para setores de tecnologia avançada.”

O PIB real do Brasil cresceu 3,4% no ano passado, impulsionado pelo consumo sólido, apoiado por um mercado de trabalho aquecido, transferências fiscais e recuperação dos investimentos. No entanto, um relatório do Banco Mundial, publicado em 30 de abril, projeta um crescimento do PIB real brasileiro de apenas 2,2% em 2024, devido a juros mais altos, um ambiente externo adverso, queda no consumo das famílias e aumento do endividamento, além da redução nas transferências e no dinamismo do mercado de trabalho.

Além disso, Brasil e China estão aprofundando sua colaboração política e tecnológica por meio de plataformas multilaterais como o BRICS e o G20, segundo Valdez, do IDP.

“Iniciativas conjuntas como o programa espacial CBERS demonstram nossa crescente colaboração científica”, afirmou, referindo-se ao programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, uma parceria de longa data entre os dois países no campo da tecnologia espacial.

Fonte: China Daily



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Comércio, Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional

China se abre a mais produtos do Brasil

Frutas frescas, gergelim e pescado ganham acesso, mas entraves freiam crescimento

Em meio à crise aberta pelas sobretaxas comerciais impostas ao mundo inteiro pelos Estados Unidos, um acordo firmado entre Brasil e China em novembro de 2024 ganha nova relevância. Durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília, os dois países assinaram protocolos que abriram o mercado do país asiático para produtos brasileiros como frutas frescas, gergelim, sorgo, farinha e óleo de peixe, além de outras proteínas derivadas de pescado para ração animal. A expectativa é que esses setores – até então com participação limitada na pauta exportadora – ganhem espaço no comércio bilateral.

Entre os segmentos diretamente beneficiados está o de frutas frescas, mais precisamente a uva e o melão. Somente a uva tem um mercado potencial de US$ 450 milhões, segundo estimativa divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. A perspectiva leva em conta o consumo crescente de frutas frescas na Ásia e o interesse da China em diversificar seus fornecedores.

Um potencial de crescimento que é reconhecido pelos produtores, mas os desafios logísticos continuam sendo um entrave significativo para dar início às exportações. “Hoje, um navio com frutas, para viajar aqui do Nordeste até a China, tem um trânsito muito longo. Antes ela [a produção] precisa ir para Santos (SP) e de lá pegar um navio. Todo esse frete, além de ser muito caro, demora demais e ultrapassa o limite de shelf-life da fruta, de vida pós-coleta”, diz Luiz Roberto Barcelos, diretor institucional da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).

Barcelos tem esperança de que a nova rota marítima que deve ser inaugurada ainda este ano ligando Salvador à China em apenas 30 dias possa ser a solução para as exportações do setor. “Com esse serviço de transporte, a gente efetivamente começa a fazer alguma coisa esse ano, algo muito experimental ainda”, diz.

Além das dificuldades logísticas, o setor também enfrenta custos de certificação fitossanitária e adaptação a protocolos exigidos pela autoridade chinesa. A dimensão do mercado, no entanto, é atrativa. “A China produz 440 mil hectares de melão no verão. Se você comparar com o que a gente produz no mercado interno, é 80 vezes mais”, destaca Barcelos. “É um consumo muito grande”.

No último ano, o Brasil se tornou um dos maiores produtores mundiais de gergelim, ao ponto de Canarana (MT) ser considerada a capital mundial do grão. E a tendência é de crescimento. Com a produção nacional concentrada no Mato Grosso, especialmente no vale do Araguaia, a estimativa é de 659 mil hectares plantados em 2025, com produção total de 332 mil toneladas, de acordo com o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe).

A importância do gergelim para a China é tanta que foram os próprios chineses que pediram a abertura de negociações para a compra do grão. “O gergelim é um dos casos em que a China bateu na porta do Brasil e pediu para mandarmos a documentação necessária para iniciar a exportação para eles”, conta Marcelo Eduardo Lüders, presidente do Ibrafe.

A China consome cerca de 2 milhões de toneladas de gergelim por ano, importando metade desse volume. Segundo Lüders, o Brasil pode chegar a fornecer, “com relativa facilidade”, até 30% desse volume. O cultivo, totalmente mecanizado – ao contrário de outros países competidores – e pouco exigente de irrigação ou investimentos pesados, é uma alternativa para os produtores de soja, que no Mato Grosso estão substituindo o plantio de milho entre as duas safras pelo de gergelim.

Demanda chinesa por tilápia do Brasil aumentou imediatamente após tarifaço dos EUA, afirma Eduardo Lobo

A entrada do pescado brasileiro na China também é um dos desdobramentos mais imediatos da nova ordem comercial do mundo imposta pelos Estados Unidos. O impacto das tarifas anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, sobre os produtos chineses criou um vazio no fornecimento de tilápia, tradicionalmente abastecido por produtores asiáticos.

“A medida que os Estados Unidos taxa a China violentamente, a tilápia chinesa ficou inviável. A demanda já começou imediatamente”, conta Eduardo Lobo, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca). Segundo ele, a substituição tem sido rápida, com novos contratos e embarques para o mercado chinês. “A gente tem uma situação em que o Brasil virou uma boa alternativa. E o que começou com a tilápia agora já está se refletindo em outros produtos”, afirma o executivo.

Lobo projeta que as exportações da tilápia possam até triplicar em relação ao ano passado, caso as condições comerciais se mantenham. Além disso, ele avalia que a venda de atum e lagosta para a China passou a ter um grande potencial.

Apesar do otimismo, Lobo diz que será preciso mais do que uma janela comercial para alavancar as exportações para a China. “O setor precisa estar preparado para responder com volume e regularidade”, afirma.

As associações do setor reconhecem que a nova configuração comercial impulsionada pelo acordo bilateral não elimina os obstáculos internos. Para Barcelos, além da distância, ainda há a demora da burocracia típica do comércio exterior. “A gente vai ter que construir agora esse caminho, ele é possível. Mas não é da noite para o dia que isso vai ocorrer”.

No setor de sementes e grãos, Lüders garante que o Brasil está melhor posicionado, mas que também será preciso garantir regularidade de fornecimento e logística interna adequada. “A gente tem um produto que já está adaptado, com plantio mecanizado e volume crescente. Mas para crescer com consistência, precisa de política comercial, apoio de infraestrutura e negociação técnica constante com os chineses.”

O agronegócio brasileiro fechou 2024 em alta, com crescimento de 1,81% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Com participação de 23,2% no PIB nacional, o agro manteve seu protagonismo na economia. A China respondeu por 37% do total das vendas brasileiras.

Fonte: Valor Econômico


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Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional, Negócios, Tributação

EUA e China querem retomar negociações sobre tarifas neste domingo

Autoridades dos Estados Unidos e da China tiveram o primeiro dia de negociações, em Genebra, Suíça, neste sábado (10/5), para iniciar as conversas para dar fim à guerra comercial entre as duas nações. No entanto, não foi sinalizado nesse primeiro dia qualquer progresso em direção à redução das tarifas sobre importações. Nenhum líder comentou sobre o encontro.

Diante do impasse inical, os líderes planejam retomar as negociações neste domingo (11/5). Durante o encontro deste sábado, o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, se reuniu por cerca de oito horas com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, em Genebra.

Este foi o primeiro encontro presencial entre autoridades de ambas as nações desde que as duas maiores economias do mundo iniciaram uma guerra comercial que culminou em tarifas recíprocas acima de 100% sobre os produtos uma da outra.

Expectativa de Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou a rede Truth Social, nessa sexta-feira (9/5), para comentar sobre possíveis acordos entre o governo e a China com o intuito de remediar a guerra comercial entre os países.

“A China deveria abrir seu mercado para os EUA — seria muito bom para eles. Mercados fechados não funcionam mais. Tarifa de 80% sobre a China parece certa. Até Scott B [Bessent, secretário do Tesouro]. Muitos acordos comerciais no funil, todos bons (ótimos)”, escreveu Trump.

Atualmente, sobre os produtos chineses que entram nos EUA é aplicada uma tarifa de 145%. Enquanto isso, a China impôs uma tarifa mínima de 125% sobre a maioria dos produtos dos EUA

Esta foi a primeira vez, desde que o presidente Trump intensificou a guerra comercial com a China, que ele diz estar disposto a se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.

“Talvez sim, claro, dependendo do que Scott disser”, respondeu Trump a um repórter que perguntou se ele falaria com Xi depois de Scott Bessent. Trump ainda destacou que espera que a reunião seja “muito substancial”.

Fonte: Metrópoles 

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Comércio Exterior, Exportação, Internacional

Exportações da China superam expectativas e saltam 8,1% em abril

As exportações da China superaram as previsões em abril, impulsionadas pela demanda de fabricantes estrangeiros que se apressaram em lançar produtos para aproveitar ao máximo a pausa de 90 dias nas tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As duas maiores economias do mundo estão envolvidas em uma guerra tarifária contundente, e as empresas de ambos os lados do Pacífico buscarão algum tipo de solução nas negociações comerciais na Suíça, neste fim de semana.

Dados da alfândega mostraram nesta sexta-feira que os embarques da China aumentaram 8,1% em abril em relação ao ano anterior, superando a previsão de alta de 1,9% em uma pesquisa da Reuters com economistas, mas desacelerando em relação ao salto de 12,4% em março.

Trump anunciou “tarifas recíprocas” abrangentes de 10% em 2 de abril, antes de oferecer uma pausa para a maioria dos países enquanto a Casa Branca trabalha em vários acordos comerciais. A China, no entanto, foi excluída e recebeu tarifas de 145%, dando início a um prolongado jogo de gato e rato que abalou os mercados globais e as cadeias de oferta.

Os fabricantes chineses também anteciparam os envios em antecipação às tarifas, mas agora estão apostando em negociações para quebrar o gelo entre autoridades norte-americanas e chinesas em Genebra no sábado.

As importações caíram 0,2%, em comparação com expectativas de queda de 5,9%, sugerindo que a demanda doméstica pode estar melhor do que o esperado, uma vez que as autoridades continuam a tomar medidas para sustentar a economia de US$19 trilhões.

“Os países da ASEAN estão acelerando sua produção para vencer o prazo de julho, o intervalo de negociação de 90 dias. Sua produção é altamente dependente das exportações da China em matérias-primas e insumos industriais, de modo que as exportações da China receberam suporte”, disse Dan Wang, diretor da China no Eurasia Group.

“Nos próximos dois meses, as exportações da China podem continuar fortes devido à realocação da capacidade industrial, mas os dados comerciais podem se deteriorar rapidamente se as tarifas de 145% sobre a China ainda estiverem em vigor e as negociações dos países da ASEAN (com o governo Trump) não progredirem”, acrescentou.

As exportações para os países do sudeste asiático aumentaram 20,8% em abril.

As exportações da China para os EUA, por sua vez, caíram 21%. Isso significou que o superávit comercial com os EUA caiu de US$27,6 bilhões em março para US$20,5 bilhões, uma vitória para Trump, que tem dito repetidamente que quer reduzir a diferença.

Fonte: Istoé Dinheiro

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Agronegócio, Comércio, Comércio Exterior

Venda de carne bovina do Brasil aos EUA dispara 500% em abril em meio a tarifaço de Trump

Para exportadores, alta foi ‘grande surpresa’. Rebanho bovino dos EUA diminuiu, mas demanda por carne é alta.

As vendas de carne bovina do Brasil para os EUA dispararam 498% em abril, em relação a igual mês de 2024, uma alta que causou “grande surpresa” no setor.

Foi o que disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, nesta quinta-feira (8).

“Os Estados Unidos, apesar de já estarem vindo numa crescente, compraram um grande volume. Nós saímos de 8 mil toneladas em abril de 2024, para um volume em torno de 48 mil toneladas em abril de 2025”, detalhou Perosa.

A disparada ocorreu no mesmo mês em que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um aumento das taxas de importação para os seus parceiros comerciais.

O presidente da Abiec e o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias dizem que a alta nas vendas para os EUA aconteceu porque:

  • a oferta de bois dos EUA está em seu menor nível em 80 anos;
  • mas a demanda é muito alta: americano “come hambúrguer todo o dia”, diz Perosa;
  • a carne dos EUA está mais cara do que a brasileira, mesmo com as tarifas.

As compras dos americanos já vinham crescendo em meses anteriores. De janeiro a abril, eles importaram 135,8 mil toneladas de carne do Brasil, um volume quase cinco vezes maior do que no mesmo período de 2024.

Como ficaram as tarifas para a carne bovina brasileira

➡️Com o anúncio, os importadores americanos estão pagando uma taxa de 36,4% para importar a carne brasileira. Isso porque a tarifa anterior era de 26,4%, mas Trump adicionou uma sobretaxa de 10%.

➡️Somente as carnes que entram nos EUA a partir de cotas estão sendo taxadas em 10%.

“O Brasil participa de um grupo de outros 10 países que têm direito a uma cota de exportação de 65 mil toneladas com zero de tarifa. [A taxa] Era zero, mas agora passou para 10%. Mas essa cota, geralmente, se atinge até 15 de janeiro”, explica Perosa.

“Majoritariamente, é o Brasil que se apropria dessa cota porque os outros países não tem capacidade de se apropriar”, acrescenta.

🚢Os EUA são o segundo maior destino das exportações de carne bovina brasileira, depois da China, que é o nosso maior comprador, de acordo com o Ministério da Agricultura.

A Austrália, porém, é a maior fornecedora de carne para os EUA, seguida por Canadá, México e Brasil, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.

Por que a exportação do Brasil para os EUA disparou?

Perosa diz que o rebanho bovino dos EUA atingiu o seu menor nível em 80 anos, ao mesmo tempo em que a demanda por carne bovina no país continua em alta.

“Nos Estados Unidos, eles comem hambúrguer todo os dias. Então, não dá para você falar ‘olha, para de consumir hambúrguer’. É cultural”, destaca Perosa.

“Eu costumo fazer uma brincadeira que é a mesma coisa de você dizer no Brasil: ‘a partir de hoje, ninguém mais come arroz e feijão’. Não tem como”, compara.

Segundo ele, a redução do rebanho bovino nos EUA aconteceu por uma série de fatores, como problemas climáticos, como secas intensas, e a migração de alguns produtores para atividades mais lucrativas do que a pecuária.

Mas e as taxas?

“Mesmo com uma tarifa de 36,4%, […] o Brasil vai nadando de braçada nesse mercado norte-americano. Eles estão comprando grandes quantidades de carne realmente”, diz Iglesias, do Safras.

“A carne norte-americana está mais cara do que a do Brasil, mesmo com as tarifas. Para você ter uma ideia, uma arroba do boi gordo no Brasil está na média de US$ 54, US$ 55. Nos EUA está US$ 115, US$ 120 por arroba. Então, está bem mais caro produzir lá”, destaca Iglesias.

Perosa tem a mesma avaliação. “A carne própria americana está tão cara que, mesmo aumentando a tarifa em 10%, isso não está tendo impacto no volume de exportação [do Brasil]”, diz o presidente da Abiec.

Segundo ele, as exportações do Brasil para os EUA devem continuar em alta, mesmo com o protagonismo da Austrália como o maior fornecedor para os norte-americanos.

“A Austrália fornece muita carne para os Estados Unidos, mas em um canal diferente do Brasil”, diz Perosa.

Segundo ele, os australianos vendem carnes que vão direto para as prateleiras dos EUA, ao passo que o Brasil fornece produtos para a indústria de carne processada.

Fonte: G1


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Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional

China injeta estímulo monetário antes de reunião com os EUA sobre comércio

O Banco central da China cortará suas taxas de juros e fará uma grande injeção de liquidez, conforme intensifica os esforços para amenizar os danos econômicos causados pela guerra comercial

Autoridades chinesas anunciaram nesta quarta-feira (7) uma série de medidas de estímulo, incluindo cortes nas taxas de juros e uma grande injeção de liquidez, conforme Pequim intensifica os esforços para amenizar os danos econômicos causados pela guerra comercial com os Estados Unidos.

Os anúncios foram feitos logo depois que autoridades norte-americanas e chinesas disseram que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o negociador-chefe de comércio, Jamieson Greer, irão se reunir neste fim de semana com a principal autoridade econômica da China, He Lifeng, na Suíça, para conversações.

As negociações serão a primeira oportunidade para os dois lados diminuírem as tensões comerciais, que agitaram os mercados globais e abalaram as cadeias de suprimentos.

A economia chinesa já está sentindo os efeitos das tarifas de três dígitos, com dados da semana passada mostrando que a atividade industrial contraiu em abril no ritmo mais rápido em 16 meses.

As preocupações têm aumentado em relação ao impacto que as tarifas terão sobre o mercado de trabalho e sobre as já fortes pressões deflacionárias na China, uma vez que os exportadores perdem seu maior cliente.

“A economia doméstica deve estar forte o suficiente antes que (a China) inicie qualquer negociação comercial prolongada”, disse Xing Zhaopeng, estrategista sênior da China no ANZ, sobre as medidas de estímulo desta quarta-feira.

O banco central da China reduzirá o custo de empréstimo de seus acordos de recompra reversa de sete dias, sua taxa de juros de referência, em 10 pontos-base, para 1,40%, a partir de 8 de maio. Outras taxas de juros cairão de acordo com a taxa básica.

O montante de dinheiro que os bancos devem manter como reservas, conhecido como taxa de compulsório, também será reduzido em 50 pontos-base a partir de 15 de maio, levando o nível médio para 6,2%.

O presidente do Banco do Povo da China, Pan Gongsheng, disse em uma coletiva de imprensa que o primeiro corte do compulsório desde setembro do ano passado liberará 1 trilhão de iuanes (US$ 138 bilhões) em liquidez.

No mesmo evento, o presidente da Comissão Reguladora de Títulos e Valores Mobiliários da China, Wu Qing, disse que as autoridades ajudarão empresas listadas afetadas pelas tarifas a enfrentar as dificuldades.

Li Yunze, chefe da Administração Nacional de Regulamentação Financeira, disse que Pequim expandirá um esquema piloto que permite que as companhias de seguros invistam nos mercados de ações mais 60 bilhões de iuanes (US$ 8,31 bilhões).

Além disso, Pan disse que o banco central criará mecanismos de empréstimo de baixo custo para a compra de títulos relacionados a tecnologia e para investimentos em cuidados com idosos e consumo de serviços. Ferramentas similares existentes para apoiar a agricultura e as pequenas empresas serão aprimoradas, disse Pan.

O banco central também vai reduzir os custos de hipoteca para alguns compradores.

As autoridades vinham sinalizando movimentos de afrouxamento da política monetária desde o final de 2024, mas evitaram adotá-las enquanto o iuan estava sob pressão, temendo saídas de capital, disseram analistas.

Um iuan ligeiramente mais forte nos últimos dias pode ter dado uma abertura ao banco central.

“Um dólar mais fraco certamente dá à China mais espaço para fazer ajustes monetários”, disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit.

“Não tenho expectativas muito altas em relação ao impacto dessas medidas sobre o crédito”, disse Xu, mas acrescentou que elas “injetam confiança renovada, o que dará suporte ao mercado de ações”.

Fonte: CNN Brasil

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