Comércio Exterior Archives - Página 16 de 128 - Reconecta NewsBotão Flutuante com Formulário
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Auditoria será uma missão técnica de rotina, afirma Abiec
Alguns frigoríficos do Brasil vão receber vistoria dos EUA em maio e, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), trata-se de uma missão técnica de rotina.
A entidade esclarece que a auditoria anunciada pelo FSIS, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, é prevista no processo de equivalência entre os sistemas de inspeção dos dois países.
Desde a reabertura do mercado em 2017, o Brasil já foi auditado em 2017, 2019, 2020 e 2022 — sem qualquer relação com medidas punitivas ou episódios de não conformidade.
A ação ocorre, em média, a cada dois anos, com foco na verificação de procedimentos técnicos e laboratoriais, como parte do protocolo de manutenção do comércio entre os países.
“O setor recebe com total transparência e naturalidade mais essa etapa e reforça sua confiança na solidez do sistema brasileiro de inspeção e no compromisso com padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar”, disse a Abiec, em nota.
Entre os resultados obtidos entre janeiro e abril estão o aumento do faturamento, da arrecadação e estabilidade para trabalhadores
O Porto de Itajaí completou nesta semana os primeiros 100 dias sob gestão do Governo Federal, após o processo de federalização. De acordo com o superintendente João Paulo Tavares Bastos, os resultados iniciais superaram as expectativas, com destaque para o crescimento expressivo no faturamento, o retorno da arrecadação de impostos ao município e a valorização dos trabalhadores portuários.
Vinculado atualmente à Autoridade Portuária de Santos, que é ligada ao Ministério dos Portos e Aeroportos, o Porto de Itajaí registrou um faturamento de R$ 50 milhões no período, com um aumento de 125% em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior.
“Hoje o Porto de Itajaí está forte e ‘bombando’ com navios de carga chegando a todo momento. Isso significa melhora na economia da cidade. Além disso, tivemos a melhor temporada de cruzeiros da história. Está claro que a federalização foi positiva, diferente do que diziam as fake news”, afirmou o superintendente.
Outro impacto direto foi o retorno da arrecadação do ISS (Imposto Sobre Serviços) ao município, totalizando R$ 900 mil pagos em 100 dias. O valor representa um reforço importante ao orçamento da prefeitura, que pode investir em áreas como saúde, educação e infraestrutura.
Estabilidade e valorização dos trabalhadores
A federalização também garantiu a manutenção dos empregos e salários de 74 servidores efetivos, que antes estavam sob responsabilidade da prefeitura. Agora, a folha mensal de R$ 2 milhões é custeada pela União, por meio da Autoridade Portuária de Santos.
Além disso, após 29 anos, foi anunciado um novo processo seletivo para contratação de 122 trabalhadores portuários avulsos, em parceria com o Órgão de Gestão de Mão de Obra (OGMO). O edital deve ser lançado em maio.
“Retomamos a relação com os trabalhadores, com reuniões semanais para ouvir suas demandas. Essa escuta ativa é essencial para uma gestão mais humana e eficiente”, destaca João Paulo.
A nova gestão também se responsabilizou pela quitação da dívida de R$ 48 milhões da dragagem, bem como pela manutenção do calado, fundamental para a operação do complexo portuário. A obra da dragagem de manutenção do canal de acesso também está em andamento, com previsão de publicação do edital de concessão ainda este ano.
Entre os projetos futuros está a construção de um píer turístico ao lado da Marejada, com recursos garantidos do Governo Federal. A proposta é melhorar a estrutura de recepção aos cruzeiros e ampliar o fluxo de turistas.
Outro avanço foi a criação de uma comissão nacional para acelerar a tramitação do projeto de lei que cria a Docas de Itajaí, além de uma portaria específica para acompanhar o processo de remoção do casco do navio Pallas, que está soçobrado no pontal da barra há mais de 120 anos. O projeto, avaliado em R$ 400 mil, é considerado essencial para a chegada de navios de maior porte, tornando o porto mais competitivo.
Com o pagamento de impostos ao município retomado, parte do valor poderá ser revertida para projetos culturais através da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), organizada pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais.
As duas maiores economias do mundo se dirigem a um divórcio que deverá se desenrolar ao longo de 2025 e mais além, depois de um mês em que as exportações da China deram um salto enorme e seu superávit comercial total chegou a quase US$ 103 bilhões.
Esse fluxo comercial cada vez mais desequilibrado é um dos problemas que o presidente dos EUA, Donald Trump, diz estar tentando resolver com suas tarifas sobre a China, que provocaram as medidas de retaliação cada vez maiores agora se transformando em uma guerra comercial.
Embora Trump tenha isentado – pelo menos por agora – muitos bens eletrônicos de consumo populares de suas tarifas de 125% sobre produtos fabricados na China, Pequim descreveu isso como um “pequeno passo” e conclamou os EUA a darem um“grande passo” para aliviar as tensões comerciais. O impasse entre ambos já vem remodelando o comércio mundial. As remessas da China para o Sudeste Asiático, por exemplo, alcançaram em março patamares próximos aos maiores da história.
A antecipação de envios antes dos grandes aumentos de tarifas impostos por Trump contra a China em abril também contribuiu para o que provavelmente foi o último boom no comércio com os EUA. Em março, o superávit comercial da China com os EUA representou mais 25% de seu total.
As exportações totais em março, em dólar, superaram as previsões e cresceram 12,4% na comparação anual, informou a agência alfandegária da China ontem, revertendo uma queda de 3% em fevereiro.
China e EUA passaram as últimas semanas presos em uma guerra comercial cad avez maior, com ambos os lados adicionando mais tarifas e barreiras ao comércio.Cada país aguarda que o outro tome a iniciativa: Trump disse estar “esperando” por uma ligação de Pequim, enquanto autoridades chinesas dizem repetidamente estar abertas a negociar, mas que não serão intimidadas a conversar.
“Para que se rompa o impasse, podem ser necessários alguns contatos intermediários privados”, disse Song Hong, vice-diretor do Institute of Economics at the Chinese Academy of Social Sciences, um importante centro de estudos governamental. “É impossível que a China venha a se submeter à intimidação dos EUA como alguns parceiros comerciais menores. Práticas irracionais, como as tarifas adicionais impostas, precisam ser eliminadas ou reduzidas para que se volte ao caminho do diálogo racional.”
As consequências do rompimento econômico dos EUA com a China provavelmente começarão a se materializar a partir de abril, com poucos sinais de que qualquer um dos lados esteja disposto a recuar e reduzir suas tarifas. Na semana passada, o Ministério do Comércio da China considerou o uso pelo governo Trump das altas tarifas – em níveis economicamente sem sentido – como uma “piada”.
Embora a perspectiva de um degelo pareça distante, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse no domingo no programa “This Week” da rede de TV americana ABC que já houve “abordagens amenas” dos dois lados, por meio de intermediários. “Todos esperamos que o presidente dos EUA e o presidente Xi da China resolvam isso”, disse.
O comentário de Lutnick estava entre os assuntos mais comentados na plataforma de relacionamento social on-line Weibo, que é parecida ao X, ontem à tarde, tendo atraído mais de 40 milhões de visualizações. Enquanto alguns usuários diziam que os EUA estão procurando uma saída, outros caçoavam das constantes mudanças deTrump em relação à China.
Mas para as empresas o tempo é curto demais para correr riscos.
Em março, muitas empresas provavelmente anteciparam pedidos para se adiantar às tarifas. Além disso, os dados mais recentes indicam que as empresas reorientaram as remessas para países do Sudeste Asiático. As exportações da China para a região atingiram o segundo maior nível já registrado.
Confira abaixo os principais produtos importados da China pelo Brasil em 2025. Os dados são do DataLiner:
Principais produtos importados da China | 2025 | TEUs
Nesta semana, o presidente Xi Jinping faz sua primeira viagem internacional do ano, visitando países do Sudeste Asiático, como o Vietnã. Em março, as exportações para o Vietnã e a Tailândia atingiram quantias recorde e as para os EUA superaram os US$ 40 bilhões, um aumento de 9% na comparação anual, depois de terem caído em fevereiro.
Mais um passo foi dado no sentido de ver instalado, na Área Continental de Santos, um mega terminal multipropósito, em um complexo porto-ferroviário que pretende criar 1.500 empregos e movimentar até 20 milhões de toneladas por ano. Na semana passada, a Justiça confirmou a validade da Licença Prévia nº 399/2011 concedida ao Terminal Portuário Brites (TPB), consolidando a regularidade ambiental do empreendimento, um projeto da Triunfo Participações e Investimentos.
O terminal contará com integração ferroviária e rodoviária, visando eficiência logística e redução do tráfego de caminhões nas estradas. O TPB está localizado na área conhecida como Largo de Santa Rita, entre as ilhas Barnabé e Bagres, na margem esquerda do estuário do Porto de Santos.
A infraestrutura do terminal incluirá quatro berços de atracação, sendo um para cada perfil de carga (celulose, fertilizantes, líquidos e grãos), com um dos berços projetado para receber navios com até 18 metros de calado.
Dorival Pagani Júnior, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Triunfo, pontua que a localização atende à demanda futura de carga, sendo afastada dos centros urbanos, mitigando gargalos logísticos. Além disso, diz, com operação ferroviária, o impacto nas estradas fica minimizado.
Cronograma Os acessos rodoviários ao novo terminal serão pela Ilha de Barnabé, pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni e Rio-Santos. Já o aquaviário será pelo canal de navegação do Porto, área nas bacias de evolução e giro e área de manobra e atracação.
O acesso ferroviário é via ramal operado pela MRS, contando ainda com ramais internos e um túnel. Além disso, será construída uma pera ferroviária, cruzando oito linhas ferroviárias que receberá trens com até 80 vagões.
Carlo Bottarelli estima que agora, com a manutenção da licença prévia (LP) e já com a ação tendo tramitado em definitivo, a empresa poderá avançar no detalhamento das providências para obtenção da licença de instalação (LI), etapa que antecede a licença de operação. “Tudo caminhando conforme previmos, devemos dar início às obras no final de 2026 e, como são ao menos três anos de obras, a previsão é de entrar em operação em 2029”.
A Fractal Intelligent Security, referência em segurança e monitoramento logístico, marcará presença na Intermodal 2025 como uma das grandes parceiras do RêConecta News, no estande G100. A empresa levará para o evento suas soluções inovadoras em lacres eletrônicos, reforçando seu compromisso com a integridade e rastreabilidade de cargas. A Intermodal South América está marcada para os dias 22 a 24 de abril, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP).
Segurança máxima e eficiência operacional
Diferente de rastreadores tradicionais, os lacres da Fractal não apenas monitoram, mas garantem a inviolabilidade das cargas, sendo uma solução revolucionária. Com tecnologia de ponta, seus lacres eletrônicos são projetados para aumentar a segurança da cadeia de custódia, permitindo um controle eficaz durante todo o processo logístico.
A Fractal é pioneira no desenvolvimento de lacres passivos de uso único e descartáveis. Essa abordagem elimina custos com logística reversa e garante rastreamento avançado sem a necessidade de bateria. O grande diferencial está na combinação de dupla tecnologia:
NFC (Near Field Communication): para identificação de curta distância, semelhante à tecnologia usada em celulares.
RFID (Radio-Frequency Identification): para monitoramento de longa distância, similar ao sistema “Sem Parar”.
Essa integração permite um controle preciso e seguro, evitando violações e garantindo maior eficiência logística. Segundo o CEO da Fractal, José Roberto Mesquita, com esses dispositivos é possível fazer o acompanhamento do contêiner de ponta a ponta. “É um dispositivo que não tem bateria, com o objetivo de auxiliar no acompanhamento da cadeia de custódia. É possível saber tudo o que acontece desde o momento da lacração do contêiner, monitorando cada troca de responsabilidade dentro dessa cadeia. Os nossos aplicativos capturam os eventos, e verificam a identidade e o estado do lacre, que são únicos”, explica.
Gestão ativa da cadeia de custódia
Um dos grandes diferenciais da Fractal é a gestão da cadeia de custódia. Com seus lacres ativos, é possível garantir que cada etapa do transporte seja registrada e monitorada, aumentando a transparência e a confiabilidade do processo logístico.
Além dos lacres eletrônicos, a Fractal também se destaca pela gestão inteligente de imagens por meio do sistema VIDEO I/O, que integra câmeras e sensores. Essa tecnologia atende às exigências da Receita Federal e proporciona um controle ainda mais rigoroso das operações logísticas.
Fractal na Intermodal 2025
Com sua participação na Intermodal 2025 ao lado do RêConecta, a Fractal reafirma sua missão de transformar a segurança no setor logístico. Conectando tecnologia e inteligência, a empresa busca tornar o mercado mais eficiente, seguro e confiável. A Intermodal será uma grande oportunidade para empresas do setor conhecerem de perto as soluções que estão revolucionando a proteção e o monitoramento de cargas. “Intermodal é o momento mais importante do comércio exterior, a maior e melhor feira da América Latina. É uma oportunidade que temos em trazer a inovação, algo diferente para algo que tem muita necessidade no mercado hoje, que é a integridade da carga. Nós geramos muito interesse ano passado, mas estar expondo junto com o RêConecta será um passo muito grande esse ano”, revela Mary Anne Amorim, Co-founder e CCOA da Fractal.
Venha conhecer tudo o que a Fractal tem a oferecer na Intermodal 2025! Te esperamos no estande G100.
Pequim impõe restrições à exportação de minerais essenciais para tecnologia avançada, afetando indústrias americanas em meio a tensões comerciais crescentes
Menos de um ano após o início da primeira guerra comercial de Donald Trump com a China, o líder chinês Xi Jinping fez uma visita de alto perfil a uma modesta fábrica em Ganzhou, uma cidade industrial aninhada entre montanhas no sudeste do país.
Durante a visita à sala de exposições em 2019, Xi examinou fileiras de blocos metálicos cinzentos aparentemente comuns e declarou à sua comitiva de oficiais do Partido Comunista: “As terras raras são um recurso estratégico vital”.
Quase seis anos depois, o domínio da China na cadeia de suprimentos de terras raras emergiu como uma de suas ferramentas mais potentes em uma renovada guerra comercial com os Estados Unidos.
Os minerais – usados para alimentar desde iPhones até veículos elétricos – são componentes vitais para os tipos de tecnologia avançada que definirão o futuro.
Terras raras são um grupo de 17 elementos mais abundantes que o ouro e podem ser encontrados em muitos países, incluindo os Estados Unidos. Mas são difíceis de processar de forma econômica e segura.
Por décadas, os EUA e outros países têm dependido do fornecimento de Pequim desses metais processados. A China responde por 61% da produção global de terras raras mineradas, mas seu controle sobre o estágio de processamento é de 92% da produção global, segundo a Agência Internacional de Energia.
Em 4 de abril, após anos de advertências veladas, o governo chinês impôs restrições à exportação de sete tipos de minerais de terras raras, como parte de sua retaliação contra as tarifas “recíprocas” iniciais de 34% de Trump sobre produtos chineses.
As novas regras exigem que todas as empresas obtenham permissão governamental para exportar os sete minerais e produtos associados, como ímãs.
Ímãs feitos de terras raras permitem motores e geradores menores e mais eficientes usados em smartphones, motores de carros e aviões, e máquinas de ressonância magnética. Eles também são componentes essenciais em uma série de armamentos de alto custo, desde caças furtivos F-35 até submarinos de ataque movidos a energia nuclear.
“É a China mostrando que pode exercer um poder econômico incrível sendo estratégica e cirúrgica, atingindo a indústria americana exatamente onde dói”, disse Justin Wolfers, professor de economia e políticas públicas da Universidade de Michigan.
Desde a primeira administração Trump, os EUA têm tentado recuperar o atraso e construir sua própria cadeia de suprimentos doméstica de terras raras.
Três empresas americanas do setor disseram à CNN que estão em processo de expansão das capacidades de produção e buscando materiais de aliados e parceiros dos EUA. Mas esses esforços levarão anos para atender à enorme demanda das principais indústrias americanas.
Por enquanto, o impacto dos controles de exportação de Pequim está sendo rapidamente sentido no terreno. John Ormerod, fundador da consultoria de ímãs de terras raras JOC, disse à CNN que remessas de ímãs de terras raras pertencentes a pelo menos cinco empresas americanas e europeias foram interrompidas na China desde a imposição da ordem.
“Eles foram pegos de surpresa, então há muita confusão do lado deles e precisavam de esclarecimentos das autoridades sobre o que é necessário (para obter as licenças de exportação necessárias)”, disse ele.
Joshua Ballard, CEO da USA Rare Earth, disse que os controles de exportação focam em terras raras “pesadas”, que são 98% controladas pela China. (Terras raras pesadas são menos comuns, mais difíceis de processar e mais valiosas).
Isso significa que as empresas agora devem buscar a aprovação de Pequim para entregar esses materiais críticos às principais indústrias americanas, acrescentou.
“Neste momento, literalmente essas exportações estão sendo suspensas”, disse Ballard. “Não mantemos muito estoque de reserva disso em inventário aqui nos EUA. Esta é a melhor jogada da China. Eles não têm muita influência quando se trata de tarifas sobre nós, mas certamente têm influência aqui”.
Os controles de exportação não visam apenas materiais únicos, mas também ligas e produtos onde os elementos estão contidos mesmo em quantidades mínimas, disse Thomas Kruemmer, diretor da empresa de cadeia de suprimentos de minerais e metais Ginger International Trade and Investment, com sede em Cingapura.
“Muitas exportações agora caem sob este sistema de licenciamento”, acrescentou, observando que alguns atrasos são esperados enquanto os exportadores navegam pelo novo sistema.
A China teve um início precoce na extração de terras raras, começando na década de 1950, segundo a mídia estatal, mas a indústria só começou realmente a se desenvolver no final dos anos 1970.
Durante esse período, a China combinou seus baixos custos de mão de obra com a adoção de tecnologias estrangeiras, de acordo com Stan Trout, fundador da consultoria de materiais magnéticos e terras raras Spontaneous Materials.
“Grande parte da tecnologia que eles trouxeram foi desenvolvida aqui nos EUA, no Japão ou na Europa”, disse ele. “E com o tempo, tenho certeza que fizeram melhorias nela.”
À medida que a produção de terras raras do país aumentava, Pequim gradualmente compreendeu a importância estratégica desses minerais.
“Houve um reconhecimento de que esta poderia ser uma tecnologia muito importante para eles dominarem”, acrescentou Trout.
Em 1992, durante uma visita a um dos principais centros de produção de terras raras do país na Mongólia Interior, Deng Xiaoping, o ex-líder chinês que liderou as reformas econômicas do país, disse famosamente: “Enquanto há petróleo no Oriente Médio, a China tem terras raras.”
Hoje, a China cumpriu a visão de Deng ao dominar toda a cadeia de suprimentos desses materiais. Embora os custos trabalhistas sejam agora mais altos, o controle da China sobre a indústria foi consolidado devido à “disposição de investir em tecnologia, P&D e automação” em uma indústria altamente intensiva em capital, disse Ormerod.
Já existiram empresas americanas fabricando esses ímãs de terras raras. Mas Ormerod observou que elas gradualmente saíram do negócio conforme alternativas chinesas de menor custo surgiram.
“Perdemos o know-how, perdemos a capacidade de recursos humanos e é uma operação muito intensiva em capital”, disse ele.
Agora, é difícil competir com o “preço chinês”, devido às maiores economias de escala do país, bem como aos incentivos governamentais que lhes deram uma vantagem adicional, acrescentou Ormerod.
Entre 2020 e 2023, os EUA dependeram da China para 70% de suas importações de todos os compostos e metais de terras raras, segundo relatório do Serviço Geológico dos EUA deste ano.
Os últimos controles de exportação não são a primeira vez que Pequim aproveitou sua dominância na indústria. Em 2010, a China interrompeu as remessas de terras raras para o Japão por quase dois meses devido a uma disputa territorial. No final de 2023, Pequim impôs uma proibição sobre tecnologias de extração e separação de terras raras.
Pequim também restringiu as exportações de outros minerais críticos, uma categoria mais ampla de recursos minerais que também são vitais para a economia e as cadeias de suprimentos globais.
Especialistas e profissionais do setor disseram que os controles de exportação da China deixaram o resto do mundo com alternativas muito limitadas.
Mas os EUA estão trabalhando para preencher essa lacuna. Desde 2020, o Departamento de Defesa dos EUA concedeu mais de US$ 439 milhões para estabelecer cadeias de suprimentos domésticas de elementos de terras raras.
E estabeleceu uma meta para desenvolver uma cadeia de suprimentos sustentável, da mina ao ímã, capaz de atender a todos os requisitos de defesa dos EUA até 2027.
Algumas empresas americanas veem os controles de exportação da China como uma oportunidade para acelerar a produção doméstica e pressionar por uma cadeia de suprimentos mais forte fora da China.
Nicholas Myers, CEO da Phoenix Tailings, uma startup de processamento de terras raras com sede em Massachusetts, disse que sua empresa desenvolveu tecnologia para refinar minerais de terras raras com “zero resíduos, zero emissões” em metais e ligas metálicas, obtendo os materiais de minérios domésticos, bem como do Canadá e Austrália.
Sua empresa atualmente produz 40 toneladas métricas de metais e ligas de terras raras por ano e pretende aumentar para 400 toneladas com uma nova instalação em New Hampshire.
“Os Estados Unidos têm absolutamente as capacidades para produzir os metais de terras raras nos prazos que realmente precisamos. Só precisamos garantir que todos os clientes e formuladores de políticas estejam focados em apoiar a indústria para realmente expandir”, acrescentou Myers.
A USA Rare Earth está construindo uma fábrica de ímãs no Texas, com o objetivo de produzir 5.000 toneladas de ímãs de terras raras anualmente; também possui um depósito rico em terras raras pesadas no oeste do Texas, incluindo todos os minerais na última lista de controle de exportação da China, segundo seu CEO Ballard. (O depósito também é rico em gálio, um material crítico proibido pela China para exportação aos EUA em dezembro.)
Mas a empresa ainda está trabalhando na tecnologia de processamento para extrair minerais das rochas, disse Ballard.
“A questão é como fazemos isso mais rápido? Como desbloqueamos esses ativos que temos nos EUA, por menos que sejam? Precisamos desbloquear o que temos e construir o mais rápido possível”, disse ele.
Após anos de discussão, as empresas americanas podem finalmente ter o impulso necessário para realizar o difícil trabalho de reestabelecer a indústria de extração e processamento de matérias-primas, fundamental para vencer a corrida tecnológica com a China.
Em novo capítulo da escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, divulgou documento que fala em tarifas de até 245% sobre os produtos importados do país asiático, em função das “ações retaliatórias” de Pequim.
A informação não está acompanhada por uma explicação sobre a eventual nova tarifa nem há dados a respeito do cálculo usado pelos EUA para definir a taxa.
Até então, ao menos publicamente, as tarifas aplicadas pelos EUA sobre a China eram de 145%. Em resposta, o governo chinês anunciou taxas retaliatórias de 125% sobre os produtos norte-americanos.No documento publicado no site da Casa Branca, o governo norte-americano faz um balanço sobre as principais medidas tomadas por Trump na economia desde que assumiu o mandato, em janeiro deste ano.
O documento é intitulado “O presidente Donald J. Trump garante a segurança nacional e a resiliência econômica por meio de ações da Seção 232 sobre minerais essenciais processados e produtos derivados”.
Segundo a mensagem do governo dos EUA, o tarifaço é uma forma de “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”.
Em 2 de abril, naquele que Trump chamou de “Dia da Libertação”, os EUA anunciaram a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos importados de mais de 180 países.
Além disso, a Casa Branca decidiu individualizar tarifas recíprocas para países com os quais os EUA têm seus maiores déficits comerciais. Essas taxas chegaram a 50%.
Uma semana depois, em 9 de abril, Trump anunciou uma pausa no tarifaço, mantendo apenas as taxas mínimas de 10% sobre todos os países por um período de 90 dias. Apenas as tarifas sobre a China foram aumentadas.
Nesta quarta-feira (16/4), ao ser questionado sobre o documento publicado no site da Casa Branca, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, desconversou. “Podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas”, pontuou.
Exportadores de café do Brasil alertaram na última quarta-feira sobre uma desaceleração no mercado, impulsionada pela incerteza em torno da mais recente rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos, classificando a nova política como um golpe para o sentimento do comércio global.
“Estamos vendo um esfriamento do mercado devido à incerteza provocada pelo aumento tarifário anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump”, disse Marcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. “Isso abalou os mercados globais, inclusive o de café.”
Durante a divulgação de um relatório comercial mensal, Ferreira destacou que os Estados Unidos continuam sendo o principal comprador de café brasileiro.
O Brasil exportou 3,287 milhões de sacas de 60 kg de café em março, uma queda de 24,9% em relação ao ano anterior. No entanto, a receita com exportações saltou 41,8% na comparação anual, apesar da queda no volume — sugerindo preços elevados no mercado global.
No primeiro trimestre, as exportações brasileiras de café caíram 11,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Recentemente, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 10% sobre importações brasileiras, após já terem aplicado taxas de 25% sobre o aço e o alumínio do Brasil.
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café.
PEQUIM (Reuters) – O primeiro-ministro da China, Li Qiang, pediu aos exportadores do país nesta terça-feira que diversifiquem seus mercados para lidar com as “profundas” mudanças externas e prometeu apoiar mais o consumo interno, informou a mídia estatal.
A China foi atingida pelas tarifas mais altas nas medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor pesadas taxas sobre as importações. Na semana passada, Trump aumentou as tarifas sobre as importações chinesas para 145%, levando Pequim a aumentar as taxas sobre os produtos norte-americanos para 125% em uma guerra comercial cada vez mais intensa entre as duas maiores economias do mundo.
“No momento, mudanças profundas no ambiente externo afetaram negativamente o comércio exterior e as exportações da China”, disse Li em Pequim, segundo a rádio estatal.
“Devemos responder com calma às dificuldades e desafios trazidos pelos choques externos, promover o consumo e expandir a demanda doméstica com mais esforços”, disse Li, que não mencionou Trump ou os EUA em seus comentários.
As empresas chinesas devem explorar ativamente mercados diversificados, inovar os canais e métodos de comércio e se esforçar para estabilizar o comércio exterior, disse Li.
A China ajudará os produtos de comércio exterior de alta qualidade a se expandirem para o mercado interno e promoverá de forma constante o desenvolvimento integrado do comércio interno e externo, acrescentou.
As exportações da China aumentaram acentuadamente em março, depois que as fábricas apressaram as remessas antes que as mais recentes tarifas dos EUA entrassem em vigor, mas a escalada da guerra comercial entre a China e os EUA afetou as perspectivas das fábricas e do crescimento chineses.
Li também se comprometeu a tomar medidas para estabilizar o emprego, promover o crescimento da renda e fortalecer as redes de segurança social para ajudar a impulsionar o consumo.
Ainda há espaço significativo para o desenvolvimento do mercado imobiliário chinês e devem ser feitos esforços para desbloquear ainda mais o potencial do mercado, disse Li.
O projeto deve reduzir em até 10 dias o tempo de transporte para o mercado asiático; o tema será tratado em encontro entre Boric e Lula no dia 21 de abril.
O governo do Chile anunciou na 2ª feira (14.abr.2025) o plano de ação para a implementação do Corredor Bioceânico Vial, rota que conectará o sul do Brasil ao norte chileno por meio de uma estrada de mais de 2.400 km. A iniciativa, considerada estratégica pelos países envolvidos, atravessará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, e promete fortalecer o comércio sul-americano com o mercado do Pacífico asiático. Eis a íntegra do documento (PDF – 527kB) , em espanhol.
A rota ligará os portos do sul do Brasil, passando pelo Mato Grosso do Sul, pela região do Chaco paraguaio e pelas províncias argentinas de Salta e Jujuy, alcançando, no destino final, os portos chilenos de Antofagasta, Iquique e Mejillones. No Brasil, o corredor atravessará Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Segundo o presidente do Chile, Gabriel Boric, a expectativa é que o corredor reduza em até 10 dias o tempo de transporte de cargas entre regiões do interior do Brasil e países como China, Coreia do Sul e Japão.
“É uma boa notícia, porque se trata de uma integração real e concreta”, disse Boric, durante cerimônia no Palácio de La Moneda, em Santiago.
O governo chileno não informou o valor total dos investimentos previstos para os trechos brasileiros, argentinos e paraguaios.
OBRAS E INTEGRAÇÃO
O plano contempla 22 projetos de infraestrutura, incluindo:
melhorias em estradas e acessos portuários;
construção de pontos de descanso para caminhoneiros;
modernização de terminais portuários; e
novos centros alfandegários e de controle de fronteira.
Entre os projetos destacados estão a ampliação do molo de abrigo do porto de Antofagasta e a instalação de uma nova grua no porto de Iquique. Também será construído um novo ponto de inspeção no Paso Jama, próximo à fronteira com a Argentina.
De acordo com o chanceler chileno, Alberto van Klaveren, o projeto reforça a presença do Chile na região e é parte da estratégia de diversificação de alianças internacionais.
A implementação será um dos principais temas da visita oficial de Boric ao Brasil, marcada para 21 de abril.
“O corredor bioceânico é uma pauta importante para o nosso país, por isso foi tratada durante a visita de Estado ao Paraguai e também será abordada na visita ao Brasil, no próximo dia 21 de abril. Do ponto de vista da Política Externa, trata-se de um projeto que reforça nosso posicionamento na região e nossa estratégia de diversificação de alianças, especialmente em um contexto geopolítico complexo. Essa iniciativa permitirá um fluxo de bens e serviços ainda mais ágil entre os países envolvidos”, declarou.
O ministro da Economia do Chile, Nicolás Grau, afirmou que o corredor é um antigo desejo da região e que o governo está empenhado em torná-lo realidade.
Já o ministro de Obras Públicas, Danilo Núñez, citou investimentos de 85 bilhões de pesos chilenos na melhoria da infraestrutura rodoviária entre Tocopilla e Calama, trecho considerado fundamental para o projeto.