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Inovação, Logística, Portos, Sustentabilidade

Portonave adere ao Movimento Mente em Foco e Educa 2030 do Pacto Global da ONU no Brasil

A Companhia já está comprometida com a adesão do Movimento Conexão Circular e, para impulsionar ainda mais o desenvolvimento sustentável, amplia seu compromisso com novas iniciativas

Há uma década, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para um futuro mais justo até 2030. Para acelerar esse processo, a Rede Brasil do Pacto Global desenvolveu dez movimentos aos quais empresas podem aderir e assumir compromissos públicos. Entre eles, a Portonave integrou o “Mente em Foco” e o “Educa 2030”, com metas específicas, que contribuem para o bem-estar, a saúde e a educação dos profissionais.

As adesões foram oficializadas por meio da assinatura da diretoria da empresa e integram a Estratégia ESG (Ambiental, Social e Governança) do Terminal Portuário, baseada em três pilares: Soluções Inteligentes, Pessoas a Bordo e Legado Duradouro. Em cada movimento, todos os compromissos assumidos já são cumpridos pela Companhia, o que demonstra seu comprometimento com o crescimento alinhado à sustentabilidade. 

Iniciativas para promoção da saúde mental são destaque

O Movimento Mente em Foco, alinhado ao ODS 3 – Saúde e Bem-estar, tem como meta auxiliar as empresas a reconhecerem a importância da saúde mental no ambiente de trabalho e a agirem em benefício da sociedade, para combater o estigma e o preconceito social ao redor do assunto.  

A Portonave já cumpre a maioria dos compromissos assumidos, sendo eles:

– Ter um profissional de referência para aconselhamento e atendimento;

– Oferecer orientação, manejo de crises e garantir a avaliação permanente dos profissionais – esta última etapa segue em implementação;

– Manter gestores engajados e capacitados;

– Criar um programa antiestigma;

– Promover ações de incentivo à saúde mental.

Entre as iniciativas para a construção de um ambiente de trabalho saudável e produtivo, estão o Programa Saúde em Equilíbrio, com ações e diversos benefícios, como quick massage – equipe de massoterapeutas disponíveis de segunda a sexta-feira na empresa – equipe de corrida, acompanhamentos com nutricionista e palestras sobre saúde, além do Programa de Apoio à Maternidade, que realiza o acompanhamento das profissionais gestantes e no retorno da licença maternidade.

A iniciativa mais recente e de destaque é o “Programa Cuidar”, lançado no início deste ano, com propósito de cuidar mais da saúde mental. Com ele, uma rede de apoio interna foi estruturada, que conta com 25 profissionais de diferentes departamentos, os chamados “multiplicadores do cuidado”, além de psicólogos, capacitados para acolhimento, diálogo e escuta ativa. 

Educação continuada como investimento estratégico

O estímulo ao desenvolvimento profissional figura como uma prioridade constante para a Portonave. O Terminal possui um programa de subsídio à educação continuada de 80% para cursos profissionalizantes, graduação, pós-graduação e idiomas. Também oferece capacitações no segmento portuário, como os Programas: Programa de Desenvolvimento Portuário (PDP), Excelência Operacional e Programa Movimentação.

Com a adesão do Movimento Educa 2030, alinhado ao ODS 4 – Educação de Qualidade, a Companhia aderiu às metas: 

– Oferecer a todos os profissionais da organização que não possuem Ensino Médio ou Técnico a possibilidade de concluí-lo até 2030;

– Manter 30% dos profissionais da organização com Ensino Superior concluído até 2030;

– Atingir a cota legal de Jovem Aprendiz até 2030, de 5%. 

Todos esses compromissos já foram cumpridos. Cerca de 36% dos profissionais possuem Ensino Superior completo – número maior do que a meta aderida. Desde 2008, aproximadamente 700 jovens aprendizes já foram capacitados pelo Terminal. 

Meta de lixo zero até 2030

Em 2024, a Portonave aderiu ao Movimento Conexão Circular, seu primeiro compromisso assumido com a Rede Brasil do Pacto Global, alinhado ao ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis. A proposta é acelerar a transição para a economia circular, modelo que visa minimizar o desperdício e a poluição e incentiva a reutilização, reparo, renovação e reciclagem de materiais. A meta assumida é zerar o envio de resíduos operacionais para aterros sanitários até 2030. No ano passado, a Companhia implementou uma composteira para o reaproveitamento dos resíduos orgânicos, que são transformados em adubo. 

Sobre a Rede Brasil do Pacto Global da ONU

É uma iniciativa de adesão voluntária que se baseia em compromissos assumidos pelos CEOs das empresas participantes para implementar princípios universais de sustentabilidade e tomar medidas que apoiem o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Atualmente, o Pacto Global Rede Brasil é a segunda maior rede local do mundo, com cerca de 1,9 mil participantes.

Sobre a Portonave

A empresa está localizada em Navegantes, litoral Norte de Santa Catarina, e iniciou suas atividades em 2007 como primeiro terminal portuário privado do Brasil. Faz parte do grupo suíço Terminal Investment Limited (TiL) – que administra cerca de 70 terminais em cinco continentes. São 1,3 mil profissionais diretos e 5,5 mil indiretos. Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), foi o mais eficiente em produtividade de navio no ano de 2024. Além do destaque pela excelência operacional, a Companhia está comprometida com as práticas ESG e desenvolve diversas ações e iniciativas voltadas aos aspectos ambientais e sociais.

Fonte: Portonave

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Agronegócio, Comércio, Logística

VLI atinge recorde histórico de movimentação de açúcar na Ferrovia Centro-Atlântica 

A VLI, companhia de soluções logísticas que opera ferrovias, portos e terminais, atingiu seu recorde histórico de movimentação de açúcar na safra de 2024/2025 – iniciada em abril do ano passado e concluída no último mês de março – na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A marca de 6,2 milhões de toneladas transportadas foi atingida mesmo com a produção de açúcar na região Centro-Sul do Brasil sendo 5,3% inferior ao volume registrado na safra anterior. Nos portos, a empresa manteve o mesmo desempenho do exercício anterior, embarcando 5,0 milhões de toneladas no Terminal Integrador Portuário Luiz Antônio de Mesquita (Tiplam).

A safra 2024/2025 foi marcada por desafios climáticos, que impactaram no volume da produção da commodity no Centro-Sul brasileiro. Tais efeitos ocasionaram uma maior compactação do açúcar, o que representa um grande desafio logístico, por dificultar o desembarque do produto. Para solucionar a questão, a VLI investiu na cocriação de soluções inovadoras com seus clientes, como a adoção do uso de socadores pneumáticos para auxiliar na descarga dos vagões, a adoção de um tempo de descanso mínimo nos Terminais Integradores de Guará (TIGU) e Uberaba (TIUB), aspersão nos armazéns (aplicação de partículas de água no produto para equilíbrio de temperatura), entre outros.

“O resultado expressivo que obtivemos na safra 2024/2025, mesmo com um volume produzido de açúcar menor no Centro-Sul brasileiro, é fruto de nossa capacidade para desenvolver soluções operacionais e estratégicas inovadoras, sempre com o olhar atento às necessidades de negócio de nossos clientes. Ao trabalharmos lado a lado, superamos os desafios e alcançamos uma nova marca histórica na Ferrovia Centro-Atlântica, uma ferrovia de características singulares, na qual a VLI possui expertise para extrair o máximo em eficiência, contribuindo com os fluxos dos nossos clientes e a economia do Brasil”, afirma Marcelo Cardoso, diretor de operações do Corredor Sudeste da VLI.

As soluções logístico-estratégicas propostas pela VLI viabilizaram impactos positivos no negócio dos clientes que utilizam o Tiplam para a exportação de açúcar. A Czarnikow, por exemplo, aumentou seus carregamentos no terminal em 32% em relação ao volume movimentado na safra 2023/2024.

Corredor Sudeste da FCA

O corredor Sudeste da Ferrovia Centro-Atlântica é um sistema logístico de alta eficiência, que atende fluxos de importação e de exportação por meio do Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita, o Tiplam. Sua área de cobertura abrange estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal, movimentando açúcar, grãos e fertilizantes, majoritariamente.

A estrutura do corredor também inclui dois terminais integradores, em Uberaba (MG) e Guará (SP), onde é feito o transbordo da carga para o sistema ferroviário. Além da alta eficiência ofertada aos clientes, o Tiplam também gera impactos positivos na região da Baixada Santista, uma vez que todos os seus fluxos de exportação são feitos por ferrovia, contribuindo para o trânsito e o ambiente da região, uma vez que o modal ferroviário é até nove vezes menos intensivo que o rodoviário na emissão de CO² na atmosfera.

Fonte: Datamar News

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Logística, Portos

Portos brasileiros batem recorde de movimentação em março, com 113,7 milhões de toneladas

Em março de 2025, os portos brasileiros movimentaram 113,7 milhões de toneladas de cargas, o que representa um crescimento de 5,49% em comparação com o mesmo período do ano passado. O número é recorde para o mês.

Segundo os dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), no primeiro trimestre do ano foram movimentados 303,8 milhões de toneladas (-1,92%).

Ao longo do terceiro mês do ano, a navegação por longo curso foi responsável pela movimentação de 80,8 milhões de toneladas de cargas, um aumento de 7,85% frente a março de 2024.

A movimentação da cabotagem atingiu 24,2 milhões de toneladas, uma queda de 2,17%, e a navegação interior movimentou 8,4 milhões de toneladas, uma alta de 9,92%.

Cargas

A movimentação de carga geral aumentou 8,67%, chegando a 5,6 milhões e a de granéis sólidos cresceu 7,25% no terceiro mês do ano, em relação ao mesmo período de 2024, atingindo uma movimentação de 67,8 milhões de toneladas de cargas. Por sua vez, granéis líquidos movimentaram 27,5 milhões de toneladas, uma alta de 3,22%

A movimentação de contêiner foi de 12,6 milhões de toneladas, se mantendo estável no mês de março, com crescimento de 0,16% – isso representa 1,2 milhão de TEUs. Desse total, 8,6 milhões de toneladas foram movimentadas em longo curso e 3,9 milhões por cabotagem.

Portos Públicos

Os portos públicos movimentaram 40,1 milhões de toneladas de cargas em março de 2025. O número representa aumento de 1,96% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Entre os 20 portos públicos que mais movimentam no país, o com maior crescimento percentual no terceiro mês do ano foi o Porto de Santana (AP). O aumento foi de 47,33%, em comparação com março de 2024, e a movimentação atingiu 0,4 milhão de toneladas.

Terminais Privados

Nos terminais autorizados houve um crescimento de 7,52% na movimentação em relação a março do ano passado. O setor movimentou 73,5 milhões de toneladas de cargas.

Entre os 20 TUPs que mais movimentaram em março, o com o maior crescimento de movimentação, comparado ao mesmo mês do ano passado, é o Terminal Marítimo Ponta Ubu (ES) com uma alta de 44,90%. O terminal movimentou 1,2 milhão de toneladas de cargas.

Fonte: Datamar News

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Logística, Portos

CEO da JBS Terminais anuncia ao vivo nova linha para Itajaí

Linha Puma vai conectar o Porto de Itajaí a outros do Mercosul

Aristides Russi Júnior, CEO da JBS Terminais, anunciou ao vivo, nesta quarta-feira, durante o programa Diz aí!, a chegada de uma nova operação de contêineres para os berços 1 e 2 do Complexo Portuário de Itajaí.

Ele acredita que, em 30 dias, a nova linha estará operando na cidade. “Eu quero anunciar em primeira mão mais uma linha que se chama Puma, um serviço da Mercosul CMA CGM. Vamos ter a oitava transação semanal em Itajaí, o sétimo serviço semanal entrando em Itajaí. A gente praticamente dobrou o número de serviços semanais e óbvio que agora é uma questão de ramp-up crescendo a movimentação”, disse Aristides durante a entrevista.

Desde que a JBS assumiu o porto, a empresa mantém seis linhas semanais, sendo que uma dessas faz duas escalas por semana, totalizando sete operações semanais. Apesar das seis linhas semanais, a movimentação nos berços ainda não atingiu os 44 mil TEUs previstos no contrato de arrendamento provisório com o Porto de Itajaí. “Eu posso falar com propriedade, quando o porto acabou tendo essa interrupção, eu estava em uma outra empresa. Para vocês terem uma ideia, óbvio que a movimentação estava um pouco maior do que a gente estava fazendo, porém em termos de linha, naquela época de 2021/22, já começou o arrefecimento, digamos assim, a desmobilização, a antiga APM tinha quatro linhas, hoje nós estamos com seis linhas, a linha do Golfo acabou de chegar”, explicou, justificando que a movimentação está em pleno crescimento.

Fonte: Diarinho



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Negócios, Portos

Reunião na FIESC aborda situação e perspectivas do Porto de Itajaí

Encontro terá a participação de Anderson Pomini, diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), que assumiu a gestão do porto catarinense em janeiro

A situação atual e as perspectivas do Porto de Itajaí serão discutidas em reunião, nesta quarta-feira, dia 7, às 14 horas, na FIESC, em Florianópolis, e também com transmissão pelo YouTube da entidade. O encontro terá a participação de Anderson Pomini, diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), que assumiu a gestão do porto catarinense em janeiro deste ano. O evento é uma iniciativa conjunta do Conselho de Infraestrutura e da Câmara de Transporte e Logística da FIESC.

A reunião também contará com a participação de James Winter, membro da Comissão de Juristas responsáveis pela atualização e modernização da legislação portuária no Brasil (CEPORTOS).

Confira a programação

14 horas – Abertura
Mario Cezar de Aguiar – Presidente da FIESC
Egídio Antônio Martorano – Presidente da Câmara de Transporte e Logística da FIESC

14h30 – Comentários Gerais
James Winter – Membro CEPORTOS

14h45 – Porto de Santos e Itajaí – Situação Atual e Perspectivas
Anderson Pomini – Diretor-Presidente da Autoridade Portuária de Santos

15h45 – Questionamentos

16h – Encerramento

Fonte: FIESC

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Logística, Portos

Porto de Pelotas recebe novas boias para reforço da sinalização náutica

Foram entregues 10 boias cegas e 4 boias luminosas, que serão utilizadas no balizamento da região

Nesta semana, o Porto de Pelotas recebeu um novo lote de equipamentos para reforço do sistema de sinalização náutica da hidrovia. Foram entregues 10 boias cegas e 4 boias luminosas, que serão utilizadas no balizamento da região. Os equipamentos integram o contrato de manutenção da sinalização náutica coordenado pela Portos RS.

As boias, produzidas em Polietileno de Alta Densidade (PEAD), foram adquiridas para substituir unidades danificadas devido à ação do tempo, às condições climáticas e ao tráfego de embarcações. As boias cegas não possuem espaço para acoplamento de lanternas, ao contrário das luminosas, que são equipadas com sinalização noturna.

O sistema de sinalização náutica dos portos públicos sob responsabilidade da Portos RS conta atualmente com 260 boias distribuídas ao longo de 345 km de extensão. Desde o início do contrato com a empresa especializada responsável pela execução dos serviços, já foram realizados 24 restabelecimentos de boias, 17 reposicionamentos, 16 reformas e a troca de 6 lanternas de sinalização.

Paralelamente à entrega dos novos equipamentos, uma vistoria com lancha rápida está sendo realizada no Guaíba para avaliar as condições atuais da sinalização e preparar a próxima campanha de manutenção preventiva.

Fonte: Correio do Povo

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Comércio Exterior, Negócios, Portos

Guerra comercial de Trump reduz movimento em portos de Los Angeles e Long Beach

No coração da Califórnia, o porto de Los Angeles, maior porta de entrada para produtos asiáticos nos Estados Unidos, enfrenta um cenário de desaceleração. O movimento frenético de guindastes, que outrora descarregavam contêineres em ritmo acelerado, deu lugar a um silêncio incomum. A guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump, com tarifas de até 145% sobre produtos chineses, impactou diretamente o comércio, reduzindo o volume de cargas em até 35% em maio. O porto vizinho de Long Beach, igualmente afetado, prevê uma queda de 30% nas importações para o mesmo período.

A retração não se limita aos portos. O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA recuou 0,3% no primeiro trimestre de 2025, em taxa anualizada, refletindo as incertezas geradas pelas políticas de Trump. Enquanto isso, varejistas e fabricantes pausaram remessas, temendo os custos elevados das novas taxas.

Os impactos das tarifas são visíveis em números:

  • Queda de 35% no volume de carga no porto de Los Angeles em maio, comparado ao ano anterior.
  • Redução de 30% nas importações previstas para Long Beach no mesmo mês.
  • Cancelamento de dezenas de navios que transportariam produtos da Ásia.
  • Aumento de 2,5 vezes no custo de produtos chineses importados.

O cenário, agravado por taxas retaliatórias de outros países, ameaça cadeias de suprimento e o bolso de consumidores americanos, que já sentem os preços subirem.

Efeitos imediatos nos portos

O porto de Los Angeles, responsável por grande parte do comércio com a China, viu suas operações desacelerarem significativamente. Gene Seroka, diretor do terminal, relatou que a redução no movimento é perceptível até no som das docas, onde o barulho constante de máquinas deu lugar a uma calma atípica. Em maio, o porto espera receber 35% menos carga do que no mesmo período de 2024, um reflexo direto das tarifas impostas por Trump.

Long Beach, que junto com Los Angeles forma o principal corredor de importação dos EUA, também enfrenta dificuldades. Mario Cordero, diretor do porto, destacou que a queda de 30% nas importações prevista para maio não é um problema isolado da Costa Oeste. Portos no leste e no Golfo do México, rebatizado por Trump como Golfo da América, também sofrem com a interrupção no fluxo de mercadorias.

Antes da entrada em vigor das tarifas, empresas correram para estocar produtos, o que elevou temporariamente os volumes de frete no início de 2025. Agora, com os estoques cheios e os custos em alta, muitas companhias optaram por suspender novas remessas, aguardando maior clareza sobre as políticas comerciais.

Tarifas e seus impactos no comércio

As tarifas de Trump, que chegam a 145% sobre certos produtos chineses, transformaram o cenário do comércio internacional. Em 2024, as exportações da China para os EUA somaram mais de US$ 500 bilhões, equivalente a cerca de R$ 3 trilhões. Com as novas taxas, os custos de importação dispararam, tornando produtos como móveis, brinquedos e roupas significativamente mais caros.

Além da China, Trump anunciou tarifas contra diversos países, baseadas no déficit comercial dos EUA com cada parceiro. Inicialmente, as taxas foram suspensas por 90 dias, mas uma sobretaxa geral de 10% já entrou em vigor, impactando importadores em todo o país. Essa sobretaxa, paga pelos importadores, eleva os preços finais para consumidores e empresas.

A China, principal alvo das medidas, respondeu com críticas e avalia propostas para mitigar os efeitos. Outros países também retaliaram com taxas próprias, complicando ainda mais o comércio global. O resultado é uma cadeia de suprimentos sob pressão, com impactos que vão desde os portos até as prateleiras de lojas americanas.

Números do primeiro trimestre

O PIB dos EUA registrou uma queda de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, em taxa anualizada, segundo dados preliminares do Departamento do Comércio. O resultado contrasta com o crescimento de 2,4% observado nos últimos três meses de 2024 e surpreendeu analistas, que esperavam uma alta de 0,3%.

Os fatores que contribuíram para a retração incluem:

  • Aumento das importações antecipadas: Empresas estocaram produtos antes da entrada das tarifas, elevando os custos.
  • Queda na confiança do consumidor: Índices estão próximos dos menores níveis em cinco anos.
  • Incerteza empresarial: Companhias aéreas e outros setores relatam dificuldades devido às taxas.
  • Custos mais altos: Produtos chineses estão até 2,5 vezes mais caros.

A desaceleração econômica reflete o impacto imediato das políticas de Trump, que insiste que os números melhorarão com o tempo.

Reação de Trump às críticas

Após a divulgação dos dados do PIB, Trump usou as redes sociais para minimizar os efeitos de suas políticas. Ele atribuiu a contração econômica ao governo anterior, liderado por Joe Biden, e afirmou que as tarifas não são responsáveis pelo cenário atual. O presidente destacou que empresas estão começando a se mudar para os EUA em números recordes, o que, segundo ele, impulsionará a economia no futuro.

Trump também descreveu o momento como um “período de transição” e pediu paciência aos americanos. Ele reiterou que as tarifas, quando fully implementadas, trarão prosperidade ao país, embora não tenha detalhado prazos ou estratégias específicas.

A retórica de Trump, no entanto, não acalmou os mercados. O sentimento empresarial permanece abalado, com companhias ajustando suas operações para lidar com os custos adicionais impostos pelas taxas comerciais.

Impacto nos consumidores

Os consumidores americanos já sentem os efeitos das tarifas no bolso. O aumento nos preços de produtos importados, especialmente da China, elevou o custo de itens essenciais como roupas, eletrônicos e brinquedos. Varejistas, pressionados pelos custos mais altos, repassam os valores aos clientes, reduzindo o poder de compra.

Nos portos, a redução no volume de cargas significa menos produtos disponíveis nas lojas. Algumas redes varejistas já alertaram que os estoques podem se esgotar antes do período de festas no final de 2025, caso o fluxo de importações não seja normalizado.

A confiança do consumidor, próxima dos menores níveis em cinco anos, reflete a incerteza sobre o futuro. Famílias americanas, que dependem de produtos importados para o dia a dia, enfrentam preços mais altos em um momento de desaceleração econômica.

Cadeias de suprimento sob pressão

A interrupção no fluxo de importações gerou um efeito cascata nas cadeias de suprimento. Fabricantes que dependem de componentes asiáticos, como a indústria automotiva e de eletrônicos, enfrentam atrasos e custos elevados. Muitas empresas optaram por reduzir a produção até que os estoques sejam escoados.

Nos portos, a queda no movimento também afeta os trabalhadores. Operadores de guindastes, motoristas de caminhão e outros profissionais ligados à logística enfrentam menos horas de trabalho, com alguns terminais reduzindo turnos.

As tarifas retaliatórias de outros países complicam ainda mais o cenário. Produtos americanos, como soja e carne, enfrentam barreiras em mercados internacionais, afetando exportadores e agricultores.

Respostas internacionais

A China, principal alvo das tarifas de Trump, criticou as medidas e sinalizou que avalia propostas para conter os impactos. O governo chinês, que exportou mais de US$ 500 bilhões para os EUA em 2024, busca alternativas para manter sua competitividade, como incentivos a exportadores e acordos com outros mercados.

Outros países também reagiram. A União Europeia e o Canadá, por exemplo, impuseram taxas sobre produtos americanos, como uísque e motocicletas, em resposta às tarifas dos EUA. Essas medidas aumentam a pressão sobre a economia americana, que depende de exportações para setores como agricultura e manufatura.

A suspensão temporária das tarifas por 90 dias, anunciada por Trump, trouxe alívio parcial, mas a sobretaxa de 10% já em vigor continua a impactar o comércio global.

Antecipação às tarifas

No início de 2025, empresas americanas correram para importar o máximo possível antes da entrada em vigor das tarifas. Essa corrida elevou os volumes de frete nos portos de Los Angeles e Long Beach, com navios descarregando quantidades recordes de contêineres.

Agora, com os estoques cheios, as importações desaceleraram. Varejistas e fabricantes, temendo os custos das taxas, pausaram novas remessas, esperando maior clareza sobre as negociações comerciais. Alguns setores, como o de eletrônicos, já enfrentam escassez de componentes, o que pode elevar ainda mais os preços.

A antecipação às tarifas também contribuiu para a queda do PIB, já que o aumento das importações no primeiro trimestre elevou os custos sem gerar crescimento sustentável.

Setores mais afetados

Diversos setores da economia americana sentem os efeitos das tarifas:

  • Varejo: Lojas enfrentam aumento nos preços de produtos como roupas e brinquedos.
  • Indústria automotiva: A dependência de peças chinesas eleva os custos de produção.
  • Agricultura: Tarifas retaliatórias reduzem as exportações de soja e carne.
  • Logística: A queda no movimento dos portos reduz o trabalho para operadores e motoristas.
  • Tecnologia: A escassez de componentes asiáticos ameaça a produção de eletrônicos.

Esses setores, que empregam milhões de americanos, enfrentam um período de incerteza, com empresas ajustando suas estratégias para minimizar os impactos.

Perspectiva dos trabalhadores portuários

Nos portos de Los Angeles e Long Beach, os trabalhadores enfrentam um futuro incerto. A redução no volume de cargas levou a cortes em turnos e horas extras, afetando a renda de operadores de guindastes, estivadores e motoristas.

Sindicatos portuários já manifestaram preocupação com a situação, pedindo medidas para proteger os empregos. Alguns trabalhadores, que dependem da movimentação constante dos portos, começaram a buscar ocupações alternativas, como transporte interno ou logística em outros setores.

A desaceleração também afeta pequenas empresas que prestam serviços aos portos, como oficinas de reparo e restaurantes frequentados por trabalhadores.

Reação dos mercados financeiros

Os mercados financeiros reagiram com volatilidade aos dados econômicos e às políticas de Trump. Após a divulgação da queda de 0,3% no PIB, índices como o Dow Jones registraram perdas, refletindo a incerteza dos investidores.

Empresas listadas em bolsa, especialmente no setor de varejo e manufatura, viram suas ações caírem devido aos custos mais altos das importações. Por outro lado, setores que dependem menos de produtos importados, como energia, mostraram maior resiliência.

Analistas alertam que a continuidade das tarifas pode prolongar a desaceleração, especialmente se as negociações com a China e outros parceiros comerciais não avançarem.

Fonte: MixVale

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Negócios, Portos

Presidente do Porto do Recife projeta duplicar o faturamento do ancoradouro até o final de 2026

Até o final de 2026, o Porto do Recife deve passar por um processo de modernização e dragagem para ampliação da capacidade e do faturamento do ancoradouro. Em visita ao Diario de Pernambuco, nesta segunda-feira (28), o novo presidente do Porto do Recife, Paulo Nery, confirmou que, como parte das estratégias da sua atual gestão, o objetivo é de chegar a duplicar o faturamento do ancoradouro. Em 2024, o Porto faturou R$ 42 milhões e movimentou 1,7 milhões de toneladas.

De acordo com o presidente do ancoradouro, um dos projetos para a modernização do Porto do Recife é o de uma nova dragagem, que está sendo tocado no Ministério dos Portos e Aeroportos e deve necessitar de investimentos de R$ 103 milhões em recursos para a execução da obra. A expectativa é de que a contratação para o início das obras seja realizada ainda neste ano.

“Além do canal interno do Porto, nós temos o canal externo e o desemboque dos rios ali próximo. Por isso, a necessidade dessa dragagem é fundamental para manter e melhorar a nossa competitividade quando a gente está falando de calado”, aponta o presidente do Porto do Recife.

Ele explica que o calado do atracadouro varia de acordo com os berços, que no Porto do Recife operam em seis variedades, entre 8, 9 e 10 metros de profundidade. A capacidade dessa estrutura varia de acordo com o tipo de carga transportada no terminal. No caso do transporte de contêiner, que acontece exclusivamente no Porto de Suape, que precisa de navios maiores, o calado suportado mede em torno de 13 metros.

O presidente do Porto do Recife completa ainda que a ideia não é concorrer com o Porto de Suape, já que a concorrência do terminal da capital é externa, dos portos da Paraíba e de Alagoas. Diante disso, a ideia é viabilizar o transporte de novos produtos, aumentando o volume de carga no Porto do Recife para elevar o seu faturamento.

Além da dragagem, Paulo Nery destaca também que está em processo de captação de recursos públicos federais para a atualização do projeto de drenagem e pavimentação do Porto. Ainda segundo ele, uma parceria do ancoradouro com o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), vai viabilizar uma obra para melhorar a logística de exportação de açúcar no Porto, um dos produtos transportados no local.

Concessão do terminal marítimo

Outro ponto abordado por Nery é que a concessão pública do terminal está em fase de estudos para a precificação e deve ser finalizada até o final do primeiro semestre de 2025 para ser lançada no mercado. Ele sinalizou o interesse de um grande grupo que opera no Brasil há mais de 90 anos, que deve trazer mais navios para o ancoradouro. “Além do governo do estado, do Porto e da Secretaria do Turismo, trabalhando a prospecção de novos navios, nós vamos ter um operador que vai também trabalhar junto com os armadores para trazer mais navios para Pernambuco”, afirma.

Segundo Paulo Nery, as estratégias para a modernização do Porto do Recife chegam para somar ao que já vem sendo implementado pelo governo do estado para melhorar a logística no estado. “Sob a liderança da governadora Raquel Lyra, estamos imbuídos de criar condições para apoiar esse desenvolvimento que já vem acontecendo em Pernambuco. Percebemos a melhoria da logística nas estradas, por meio do programa PE na Estrada, são mais de R$ 5 bilhões aplicados na recuperação das estradas”, aponta.

Leilões

Sobre os leilões que foram arrematados pelo Porto do Recife em agosto do ano passado, Paulo Nery destaca que os três terminais estão em fase de investimentos para o desenvolvimento das estruturas no ancoradouro.

Uma das empresas vencedoras do leilão é a LiquiPort que já opera no atracadouro, com o transporte de malte e cevada, e deve ter o seu volume duplicado com a conclusão dos investimentos no terminal e no armazenamento. A expectativa é que o Porto do Recife centralize toda a carga para abastecer as indústrias de cerveja do estado.

Outra empresa vencedora foi o grupo Petribu, que segundo Paulo Nery, opera como exportador de açúcar e deve expandir o volume transportado no local. A companhia montou outro espaço de armazenamento no local para não atrasar o embarque na exportação do produto.

Por fim, o presidente do atracadouro destacou uma terceira indústria vencedora, que vai movimentar fertilizantes, material importado pelo estado, e deve impactar no setor de agricultura e a produção de cana no estado. “Esse é um material que vem sofrendo por conta da guerra da Ucrânia e da Rússia e a Ucrânia é um dos grandes exportadores de fertilizantes, da matéria-prima para fertilizantes do mundo”, disse.

Fonte: Diário de Pernambuco

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ANVISA, Portos

Anvisa determina a interdição parcial de armazéns e terminal no Porto de Santos pela guarda inadequada de medicamentos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a interdição parcial de armazéns da operadora logística Santos Brasil e do terminal Ecoporto no complexo portuário de Santos, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1, o motivo é que os espaços apresentaram má condição de conservação de produtos de saúde, como medicamentos.

As resoluções da Anvisa foram publicadas na segunda-feira (28), no Diário Oficial da União. Elas determinam, por exemplo, a suspensão do recebimento e armazenagem de produtos, materiais e equipamentos médico-hospitalares nos estabelecimentos inspecionados.

Um dos armazéns parcialmente interditados da Santos Brasil está localizado no bairro Alemoa, em Santos, enquanto outro em um terminal na margem esquerda do cais, no lado de Guarujá (SP).

Esses armazéns estão em áreas sob controle da Receita Federal onde mercadorias importadas ou a serem exportadas podem ser armazenadas antes de passar pelo despacho aduaneiro.

A empresa informou, em nota, que foram suspensas as atividades de armazenagem de cargas soltas e desovadas de medicamentos e insumos farmacêuticos.

O g1 entrou em contato com o Ecoporto, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.

Inspeções da Anvisa identificaram irregularidades no terminal da Santos Brasil no Porto de Santos e nos Centros Logísticos Industriais Aduaneiros (Clias) de Santos e Guarujá, na margem direita e esquerda do Porto, respectivamente. Veja algumas:

  • Não têm autorização especial da Anvisa, mas receberam cargas de um remédio controlado no fim do ano passado;
  • A área de armazenamento de produtos sob fiscalização sanitária de carga solta não tem controle de temperatura para mantê-la abaixo de 30ºC para medicamentos ativos;
  • A área de inspeção de mercadorias não possui qualificação térmica de instalação e operação.
  • Para os três estabelecimentos, a Anvisa determinou a interdição parcial com a suspensão da atividade de armazenagem de “cargas soltas” de medicamentos e insumos farmacêuticos.

Em nota, a Santos Brasil informou que tomou ciência das determinações da Anvisa e reforçou o compromisso com os padrões de segurança e qualidade. “Essas cargas serão movimentadas somente em contêineres, em seus pátios. Os armazéns da Companhia continuam funcionando normalmente para os demais tipos de carga”, disse, em nota (confira abaixo na íntegra).

Ecoporto
Em relação ao terminal portuário Ecoporto, localizado na margem direita do Porto, em Santos, a Anvisa assinou uma resolução voltada à interdição parcial de três pátios.

Uma inspeção de fevereiro constatou que o Pátio 1 não tem área adequada para a desova de produtos de saúde que requerem condições controladas de armazenamento, como medicamentos e insumos farmacêuticos. Foi determinada a suspensão da desova desses produtos de contêineres de importadores para os da Ecoporto.

No Pátio 2, uma inspeção realizada na mesma data averiguou que o local não tem área adequada para recebimento, conferência e desova de medicamentos, insumos farmacêuticos e produtos para saúde, além de inspeção física e remota de mercadorias sob controle sanitário.

O mesmo foi constatado no Pátio 5, da Termares Terminais Marítimos Especializados, empresa do Ecoporto. Assim, nesses dois pátios, ficou determinada a interdição parcial para suspender o recebimento e armazenagem desses produtos.

Até quando vão as suspensões?
Em nota, a Autoridade Portuária de Santos (APS) disse que “a questão é de competência da autoridade sanitária, sem participação da APS”. Já a Anvisa explicou que as suspensões continuarão vigentes até que as irregularidades sejam sanadas.

O g1 questionou as empresas e a Anvisa sobre os tipos de medicamentos armazenados e o destino deles, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.

Resposta da Santos Brasil na íntegra:
A Santos Brasil informa que tomou ciência das determinações da Anvisa e esclarece que apenas foram suspensas as atividades de armazenagem de cargas soltas e cargas desovadas de medicamentos e insumos farmacêuticos. Essas cargas serão movimentadas somente em contêineres, em seus pátios. Os armazéns da Companhia continuam funcionando normalmente para os demais tipos de carga. Reconhecida pela qualidade e excelência operacional, a Santos Brasil reforça seu compromisso com os mais altos padrões de segurança e qualidade e segue à disposição da Anvisa.

Fonte: G1

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Comércio, Logística, Portos

O equívoco no corredor logístico que ligará portos do Brasil ao Pacífico

A promessa é de aumento das exportações para a China, mas o problema se encontra em um ponto-chave: a ênfase nas rodovias

Quando governou o estado de São Paulo, de 1920 a 1924, Washington Luís transformou a construção de rodovias na grande marca de sua gestão, a ponto de cunhar a frase com que seria lembrado: “Governar é construir estradas”. Seus desafetos não perderam a chance de apelidá-lo de “Dr. Estradas de Bobagem”, um trocadilho jocoso com as estradas de rodagem que tanto prezava. Desde então, o Brasil percorreu um longo caminho de asfalto que o afastou cada vez mais dos meios de transporte mais eficientes para a economia, como as ferrovias e as hidrovias.

Cem anos depois, o encontro ocorrido há poucos dias entre os presidentes Lula, do Brasil, e Gabriel Boric, do Chile, mostra que o país insiste nessa trilha. O centro das atenções foi o anúncio dos detalhes da rota rodoviária que ligará os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), São Francisco do Sul e Itajaí (ambos em SC) aos portos chilenos de Iquique, Mejillones e Antofagasta. Promovido por Lula como a solução para aumentar as exportações para a China e os países vizinhos, o projeto é o mais recente exemplo de desperdício de recursos provocados pela opção por um caminho equivocado. “Ninguém garante que trará ganhos aos exportadores”, diz Olivier Girard, presidente da consultoria Macroinfra.

A rota terrestre para o Chile é estudada há décadas e agora vai mesmo sair do papel. Com 3 320 quilômetros de extensão entre os oceanos Atlântico e Pacífico, e cruzando a Argentina e o Paraguai, ela deve ser concluída no primeiro semestre de 2026. O trecho brasileiro, com cerca de 1 500 quilômetros, custará 19 bilhões de reais, providos pelo Orçamento federal e pelo BNDES. Em tempos de déficit fiscal e aumento da dívida pública, o governo argumenta que o projeto reduzirá a distância, o tempo e os custos para alcançar a China, nossa maior cliente. Hoje, um navio que parte de Santos e cruza o Canal do Panamá demora 54 dias até Xangai. Se partisse do Chile, economizaria doze dias. Para a ministra do Planejamento, Simone Tebet, uma das mais entusiasmadas com o projeto, os custos de exportação para a Ásia serão até 90% menores.

Esse otimismo não encontra amparo nas contas dos especialistas. É verdade que o frete marítimo cairá, mas o problema é levar a carga até o Chile a preços competitivos — e a opção por rodovias é a pior possível. “Não faz sentido utilizar estradas para transporte de longa distância”, afirma Roberto Guimarães, diretor da Abdib, que representa as empresas de infraestrutura. “O melhor seriam as ferrovias.” Um estudo feito no ano passado pela Anec, que reúne os exportadores de soja, mostra que o transporte rodoviário para os portos representa até 75% do frete total para chegar à China. Segundo a entidade, os produtores de Sorriso, em Mato Grosso, gastavam 138 dólares para carregar 1 tonelada de grãos até o país asiático. O transporte rodoviário para o Porto de Santos consumia 103 dólares. Apenas 35 dólares eram gastos com o navio.

Nesse sentido, aumentar a utilização das estradas para escoar a exportação não convence os entendidos. “Caminhões são adequados para distâncias de até 500 quilômetros”, diz Maria Fernanda Hijjar, sócia da consultoria Ilos. Outros fatores podem onerar ainda mais a conta. A nova rota cruzará a Argentina, o Paraguai e o Chile. Em cada fronteira, há o risco de os caminhoneiros esperarem dias até que a carga seja liberada pela alfândega para seguir viagem. Além disso, o corredor logístico cruzará a Cordilheira dos Andes em um trecho elevado, onde o trânsito de veículos pesados é restrito — não é possível, por exemplo, fazer o trajeto com os caminhões biarticulados comuns por aqui.

Apesar desses entraves, o governo federal acredita que a nova rota ajudará a elevar o intercâmbio com os nossos vizinhos. No ano passado, a América do Sul contribuiu com 6,3 bilhões dos 75 bilhões de dólares de superávit que o Brasil obteve transacionando com o mundo. Os automóveis e as autopeças responderam por 25% dos 37 bilhões de dólares que vendemos na região. “Negociar com os vizinhos faz sentido no mundo todo”, diz João Villaverde, secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento. Faz sentido, mas ocorre que há caminhos mais eficientes e econômicos para atingir esse objetivo, conforme apontam especialistas e empresários que exportam seus produtos. Em um país como o Brasil, tão atrasado em investimentos em infraestrutura, é bastante questionável gastar bilhões de reais em um projeto que investe em uma trilha antiga. A rota terrestre para o Pacífico festejada por Lula representa um novo capítulo de uma série de projetos que privilegiam um caminho equivocado.

Fonte: Veja Negócios

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