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Aeroporto do Galeão bate novo recorde em importações de carga

Recorde comprova acerto na política de reduzir voos de passageiros no Santos Dumont e aumentar no Galeão

O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão) continua a se destacar no cenário global de logística e transporte aéreo de carga, alcançando, em 2024, um novo recorde pelo terceiro ano consecutivo. Com um valor superior a US$ 13 bilhões em importações de carga, equivalente a mais de R$ 75 bilhões, o Galeão reforça sua importância estratégica para o setor, não só para o Brasil, mas para o transporte global de mercadorias.

Para a Associação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Rio Indústria), este crescimento contínuo de 18% em valor e 16% em peso reflete a consolidação do aeroporto como um hub essencial para importações, com destaque para os setores de transporte aéreo, petróleo e gás, farmacêutico, automotivo e têxtil.

O recorde foi exaltado pelo ex-secretário estadual Wagner Victer: “Sempre falamos que isso aconteceria como uma derivada segunda desse processo da retomada do Galeão, pois normalmente 60% da carga é naturalmente movimentada na chamada ‘barriga’ dos aviões de passageiros, e, consequentemente, o maior número de voos e de conectividades pelo Galeão permitiria a maior movimentação, o que não era feito via [aeroporto] Santos Dumont, onde não há essa infraestrutura de cargas e de armazenamento.”

“Isso permitiu os operadores do RIOgaleão reduzirem os custos de movimentar cargas e o próprio tempo de desembaraço, contrastando com Guarulhos que se mostrou totalmente ineficaz nessa comparação”, destaca Victer. “Com isso, reduzimos os custos logísticos da indústria de bens e de serviços do Rio, nos tornamos regionalmente mais competitivos, e essa maior movimentação aumentou a arrecadação de impostos no Rio de Janeiro e, consequentemente, são mais empregos gerados”, afirma o ex-secretário.

A redução no tempo médio de permanência das cargas, que caiu para 31h05m, demonstra um avanço significativo na eficiência operacional, predominante para a competitividade da logística internacional. Os dados são da concessionária RIO galeão e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Sérgio Duarte, presidente da Rio Indústria, ressalta que a ampliação das rotas internacionais, especialmente com os Estados Unidos e a Europa, e a introdução de novas rotas, como a cargueira da Atlas Air, são fatores determinantes para esse sucesso.

“O Galeão tem se mostrado cada vez mais preparado para atender à crescente demanda do mercado global. A melhoria na infraestrutura e a eficiência nos processos têm sido fundamentais para garantir que os produtos cheguem com maior agilidade, o que é necessário em um cenário de alta volatilidade econômica”, afirmou.

A queda nos custos logísticos, com uma média de 24% a menos no frete aéreo para mercadorias provenientes dos EUA e 7% para as vindas da Europa, também é um reflexo da melhoria contínua na competitividade do Aeroporto do Galeão. Para a Rio Indústria, esse cenário é visto como um sinal positivo para o setor de comércio internacional, visto que uma logística mais acessível contribui diretamente para o fortalecimento das relações comerciais e da economia global.

“Dessa forma, o Aeroporto do Galeão não apenas se consolida como um polo de transporte aéreo de cargas, mas também como um motor de desenvolvimento econômico, conectando o Brasil ao mundo e abrindo novas possibilidades para empresas que dependem da agilidade e redução de custos para se manterem competitivas”, conclui Sérgio Duarte.

FONTE: Monitor Mercantil
Aeroporto do Galeão bate novo recorde em importações de carga | Monitor Mercantil

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    Diálogo é saída para superar tarifas dos EUA, diz CEO da Amcham

    Para Abrão Neto, experiência anterior mostra que compor com governo Trump reduz impactos econômicos e pode garantir manutenção de interesses brasileiros.

    CEO da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), Abrão Neto, 42 anos, afirma que o “diálogo” é a solução para que o governo brasileiro reduza os impactos das medidas protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Desde que reassumiu a Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025, o republicano vem impondo tarifas de importação a outros países. Já anunciou sobretaxas no aço e no alumínio que atingem o Brasil, assim como indicação de barreiras para o etanol.

    Abrão Neto divulga nesta 2ª feira (17.fev.2025), na arena da Bolsa de Valores (B3), em São Paulo, a pesquisa anual “Plano de Voo 2025”, em evento realizado em parceria com o Poder360. O levantamento exclusivo com 775 empresários, ouvidos entre 16 de dezembro e 21 de janeiro, trata de questões internas do Brasil, como riscos econômicos, reforma tributária e crescimento dos negócios, e também de questões envolvendo a relação com os EUA. Eis a íntegra (PDF – 481 KB). “Se nós fizermos uma avaliação do que aconteceu em 2018, no primeiro mandato do Trump, quando também houve a aplicação de sobretaxa sobre o aço e o alumínio, o Brasil conseguiu uma negociação para o setor do aço que foi positiva para o setor e para os interesses brasileiros”, disse o CEO da Amcham nesta entrevista ao Poder360, em que ele aborda a conjuntura nacional e internacional.

    Assista à entrevista (16min04s):

    Leia a entrevista:

    Poder360 – A pesquisa “Plano de Voo 2025” diz que 72% dos empresários afirmam que a incerteza do cenário econômico brasileiro é o principal desafio para o crescimento. O que é preciso para dissipar essa incerteza?

    Abrão Neto –  Essa pesquisa mostra resultados muito interessantes e atualizados da percepção do setor empresarial sobre o  desempenho da economia em 2025. Por um lado, há um sentimento de certo otimismo, quando 92% dos participantes dessa pesquisa indicam uma expectativa de crescimento nas suas receitas. Crescimento esse que viria pelo aumento do mercado doméstico, pelo aumento das suas produções e vendas e também por ganhos de eficiência. Desses 92%, mais de um terço entende que os seus ganhos em 2025 serão superiores a 15%, ou seja, um percentual bastante relevante. Agora, esse otimismo vem temperado por um conjunto muito significativo de desafios, tanto em relação à economia como em relação à política. Esses foram os dois fatores principais de desafios [apontados na pesquisa] para o bom resultado das empresas em 2025. Em primeiro lugar, são os fatores econômicos; em segundo lugar, a incerteza política.

    Dentro da dimensão econômica, são conhecidos os principais elementos de apreensão do setor empresarial, a começar pelos juros crescentes, passando pelo equilíbrio fiscal —há muita preocupação em relação a um deficit fiscal e ao crescimento da dívida pública. Também há uma preocupação com a inflação. E, por fim, com o câmbio. Então, esses quatro grandes elementos que influenciam diretamente a atuação das empresas estão no radar de acompanhamento e terão, obviamente, um impacto direto no resultado dos negócios neste ano. Importante destacar que, no cenário econômico, existem elementos internos —o nosso cenário interno é desafiador por essas questões —, mas há também uma conjuntura internacional bastante delicada e que inspira cuidados. Isso também apareceu na pesquisa.

    Mas o que, internamente, o governo precisa fazer para dissipar essa essa incerteza? Acho que a discussão principal hoje está muito relacionada ao equilíbrio fiscal. Então, é a adoção de medidas adequadas para estabilizar esse cenário fiscal, estabilizar o deficit público e, com isso, gerar mais confiança nos agentes de mercado, retomada e crescimento de investimentos, um quadro econômico que permita tanto um crescimento saudável do PIB —a previsão do Boletim Focus, para esse ano, é de 2% —e também um quadro que leve a um retrocesso, uma redução dos juros nos próximos anos.
    Levando em consideração a guerra comercial aberta, levada adiante pelo presidente Donald Trump agora no início do seu mandato, como isso deve afetar? Qual o impacto para o Brasil? E qual o impacto, na sua avaliação, para os negócios?

    Brasil e Estados Unidos têm uma relação comercial e econômica extremamente importante. Os Estados Unidos são a principal economia do mundo, e as políticas adotadas pelos governos americanos têm uma influência determinante nos rumos da economia mundial.

    A pesquisa também mostra que o principal fator de atenção no cenário externo são as medidas e políticas da nova administração americana. Então, há, obviamente, uma consciência, um interesse e um reconhecimento do impacto que essas novas medidas, as novas prioridades do governo Trump, trarão para a economia mundial, em particular para a economia brasileira.

    E aí eu acho que há algumas dimensões pelas quais essa análise pode ser feita. Primeiro ponto de vista macroeconômico: várias das medidas que vêm sendo anunciadas pela nova administração dos Estados Unidos são consideradas medidas que podem ter um viés inflacionário para alta. Então, restrições de migração, restrições comerciais, restrição de arrecadação —tudo isso pode ter um impacto inflacionário. Um exemplo: um estudo da Goldman Sachs fala que, para cada aumento de 10 pontos percentuais no imposto de importação dos Estados Unidos, isso pode se traduzir no aumento de 1 ponto percentual na inflação americana.

    Só para deixar claro que é um impacto inflacionário nos Estados Unidos.

    É um impacto inflacionário nos Estados Unidos, mas um impacto inflacionário nos Estados Unidos que, se concretizado, tem um efeito sobre todo o mundo. Se os Estados Unidos, para conter uma alta da inflação, precisam elevar os seus juros, isso muda o equilíbrio em todo o globo e afeta todas as demais economias, em particular as economias emergentes, aí incluído o Brasil. Então, a dimensão macroeconômica e como as políticas dessa nova administração vão afetar os fundamentos econômicos —e isso, por consequência, se distribuir pela economia global —é um ponto fundamental.

    O outro ponto diz respeito às medidas comerciais. No primeiro dia de governo, Trump anunciou a sua nova política comercial, e essa nova política comercial é muito calcada na utilização de tarifas. Várias tarifas já foram anunciadas contra Colômbia, México, Canadá e China. Recentemente, tarifas contra todas as importações americanas de aço e alumínio, que inclusive afetam o Brasil. E é interessante que, em todas elas, ou em grande parte delas —Colômbia, México e Canadá —, houve negociações entre os governos desses países e o governo americano, chegando a soluções, em alguns casos, temporárias.

    E aí, a pesquisa nos traz talvez o que seja a indicação mais relevante dela: para grande parte desses respondentes, para 60% dos participantes, o Brasil deveria ter uma postura proativa em relação aos Estados Unidos. Deveria buscar se aproximar, ampliar o seu diálogo de maneira a explorar novas oportunidades à luz de uma nova conjuntura e também conseguir resolver de maneira satisfatória, construtiva e amigável eventuais questões que surjam na relação bilateral, como, por exemplo, essa anunciada agora, das restrições do aumento de sobretaxas no aço e alumínio.

    Então, isso indica claramente qual é a visão do setor empresarial em relação à forma como o Brasil deve buscar se relacionar com os Estados Unidos, de uma maneira construtiva e positiva.

    A pesquisa fala sobre como o Brasil deve agir. Como o senhor avalia a ação do Brasil? Porque foi uma ação, a princípio, de cautela. Lembrando que o presidente brasileiro já chegou a dizer na época da campanha de 2024 que o retorno do Donald Trump seria “fascismo e nazismo voltando a funcionar com outra cara”. Então, existe um tensionamento político anterior, mas existem também as atitudes atuais do governo em relação a essa sobretaxa do aço e do alumínio, principalmente. Queria uma avaliação do senhor sobre as reações de cautela e observação do governo brasileiro agora e como essa relação de cautela e observação do governo brasileiro agora e como essa relação política de Lula — verbal— pode influenciar a relação entre Brasil e Estados Unidos.

    Olha, o melhor caminho para se buscar resolver desentendimentos e solucionar essas medidas que foram anunciadas —e novas medidas que serão anunciadas pelo governo americano —é o diálogo. Não há dúvida alguma de que o diálogo, a negociação e a composição oferecem as melhores soluções para preservar os interesses brasileiros e para permitir a continuidade de um fluxo muito importante de comércio e investimentos entre Brasil e Estados Unidos.

    Os Estados Unidos são o principal mercado de exportação de bens industriais do Brasil. Hoje, existem quase 10.000 empresas brasileiras que exportam para os Estados Unidos, e os Estados Unidos são o principal investidor estrangeiro no Brasil, com um estoque de investimentos de mais de US$ 350 bilhões. Então, quando a gente discute uma relação desse porte econômico, com interesses importantes de ambos os lados, a solução é certamente a negociação.

    O governo brasileiro é um governo experiente. Até o momento, todas as reações em relação às sobretaxas do aço e do alumínio têm sido colocadas de maneira muito ponderada, indicando cautela e interesse em abrir conversas com o governo americano.

    Se nós fizermos uma avaliação do que aconteceu em 2018, no primeiro mandato de Trump, quando também houve a aplicação de sobretaxas sobre o aço e o alumínio, o Brasil conseguiu uma negociação para o aço que foi positiva para o setor e para os interesses brasileiros. E se nós observarmos agora as medidas recentes, como eu comentei, com o México, com a Colômbia e com o Canadá, houve interesse do lado americano e disposição desses parceiros para negociar. Nós acreditamos que essa é a melhor saída, que essa tem sido e deve continuar sendo a postura do governo brasileiro, e que isso vai permitir impulsionar os negócios entre os dois países.

    E o tensionamento político

    O tensionamento político: nós estamos falando de um relacionamento de Estado. Entre dois Estados soberanos, que além dos seus governos, têm uma trajetória longa e muito sólida de relacionamento. Eu acredito que uma visão de Estado prevalece nesse momento e que os interesses de se buscar ter um bom relacionamento também prevalecerão e abrirão um caminho para uma possível construção de soluções negociadas.

    Queria voltar um pouco para os aspectos mais internos abordados na pesquisa “Plano de Voo 2025”, que é o impacto da reforma tributária aprovada pelo governo. Trata-se de uma reforma tributária com foco na questão dos impostos sobre consumo, e a pesquisa diz que esse impacto da reforma sobre a competitividade, no médio prazo, vai ser positivo. Ou seja, essa competitividade vai melhorar: 47% dos empresários ouvidos dizem que vai melhorar. Então, de certa forma, há um certo otimismo. Mas o governo, quando foi eleito —e mesmo depois de eleito —falou também de uma reforma no Imposto de Renda. E uma reforma no Imposto de Renda é uma reforma que mexe estruturalmente em questões de desigualdade —e a desigualdade é uma chaga histórica brasileira. O senhor acha que existem condições políticas para o governo aprovar uma segunda reforma tributária com foco no Imposto de Renda?

    A aprovação da reforma tributária sobre o consumo aconteceu de maneira inédita depois de quase 30 anos de discussão, em que, nos últimos anos, houve um amadurecimento e uma evolução muito grande no debate público. Essa maturidade certamente foi determinante para se criar as condições políticas que permitiram a aprovação dessa reforma sobre o consumo.

    A pesquisa traz dados muito interessantes que mostram que 47% esperam ganhos de médio prazo na sua competitividade. É bom também pontuar o outro lado: 30% entendem que haverá aumento de complexidade e perda de eficiência tributária. Então, ainda há um momento de análise, entendimento e compreensão por parte das empresas sobre como essas mudanças, bastante estruturantes, vão afetar sua atuação.

    Outro ponto muito interessante que nós perguntamos é sobre a avaliação da capacidade e da dificuldade de adaptação. Aqui, 47% também entenderam que essa adaptação vai acontecer, obviamente, e grande parte dela com necessidade de ajustes, mas são ajustes factíveis. Isso é uma boa notícia, e a gente espera que essa reforma melhore o ambiente de negócios do Brasil.

    A discussão sobre a reforma da renda tem menos maturidade do que a reforma sobre o consumo. Então, eu entendo que ainda há um caminho pela frente: uma discussão com a sociedade, uma discussão com o Congresso, uma discussão mais ampla para que se avalie quais são as condições de se avançar ou não. E o tempo é, obviamente, relativamente curto, em razão da perspectiva de eleições presidenciais em 2026.

    FONTE: Poder 360
    Diálogo é saída para superar tarifas dos EUA, diz CEO da Amcham

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    Governo descarta adoção de moeda comum no BRICS, mas quer reduzir dependência do dólar

    O Brasil não proporá uma moeda comum para o BRICS em 2025, mas aposta em reduzir a dependência do dólar.

    O governo brasileiro não pretende utilizar sua presidência do BRICS em 2025 para propor a adoção de uma moeda comum entre os países-membros. Em vez disso, o foco estará na interligação dos sistemas de pagamento entre as nações do bloco, com o objetivo de fomentar o comércio, estimular investimentos e ampliar o uso de moedas locais como alternativa ao dólar.

    A informação foi confirmada por quatro fontes do governo, que destacam a importância da redução de custos e maior eficiência nas transações internacionais.

    Alternativas à moeda única

    Bandeiras dos Brics em uma mesa de escretório
    Imagem: William Potter/shutterstock.com

    Apesar das especulações sobre a criação de uma moeda comum para o BRICS, todas as fontes consultadas afirmaram que essa possibilidade nunca esteve oficialmente em discussão nas reuniões técnicas do grupo. Os países que compõem o bloco são Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Indonésia.

    A discussão sobre alternativas ao dólar ganhou força especialmente após as sanções ocidentais à Rússia, em resposta à guerra na Ucrânia. O interesse do BRICS está em criar um sistema que permita transações em moedas locais de forma mais eficiente e menos onerosa.

    O papel do Brasil na presença do BRICS

    O Brasil busca promover avanços na digitalização financeira e na interconexão entre sistemas de pagamentos. O Banco Central e o Ministério da Fazenda têm debatido propostas para reduzir a dependência do dólar sem criar embates diretos com os Estados Unidos, especialmente considerando a postura do presidente Donald Trump, que já demonstrou resistência a qualquer iniciativa que enfraqueça o papel da moeda americana.

    A expectativa é que a estratégia brasileira seja apresentada na próxima reunião do BRICS, que ocorrerá na África do Sul, paralelamente às reuniões do G20. O Brasil pretende sugerir o uso de novas tecnologias, como blockchain, para tornar os pagamentos transfronteiriços mais baratos e eficientes.

    Como funcionaria um sistema de pagamentos interligado?

    A interconexão dos sistemas de pagamento entre os países do BRICS poderia seguir o modelo do Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), já adotado pelo Brasil em relação à Argentina, Uruguai e Paraguai. Esse sistema permite transações diretas em reais, eliminando a necessidade do dólar como moeda intermediária. No entanto, ele ainda apresenta desafios, como o prazo de liquidação de três dias útis e uma adoção limitada pelos agentes econômicos.

    Com a ascensão de sistemas de pagamentos instantâneos, como o Pix, o Brasil acredita que é possível modernizar as transações internacionais. O próprio presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou que a programabilidade do Pix pode facilitar sua integração com outros sistemas internacionais.

    Repercussão e desafios políticos

    bandeiras de países do Brics
    Imagem: Oleg Elkov / Shutterstock

    A iniciativa do Brasil é vista como um movimento estratégico para fortalecer o BRICS sem criar tensões desnecessárias. O governo evita antagonizar os Estados Unidos ao apresentar a proposta como um meio de redução de custos e eficiência, e não como uma tentativa de desdolarização da economia global.

    Contudo, Trump já sinalizou que poderia retaliar países do BRICS que reduzam sua dependência do dólar. Ele ameaçou impor tarifas de até 100% sobre esses países caso avançassem com planos de substituição da moeda americana em suas transações internacionais.

    Considerações finais

    O Brasil não pretende propor a criação de uma moeda comum para o BRICS, mas sim facilitar o uso das moedas locais nos comércios bilaterais do bloco. A interconexão dos sistemas de pagamento, aliada à adoção de novas tecnologias, pode representar um avanço significativo na redução da dependência do dólar. O desafio estará em equilibrar essas mudanças sem gerar conflitos geopolíticos, principalmente com os Estados Unidos.

    FONTE:
    Brasil rejeita moeda do BRICS e reduz dependência do dólar

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    Quase 50% das exportações dos EUA ao Brasil entram sem tarifa, diz entidade

    A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) informou nesta sexta-feira (14) que 48% das exportações norte-americanas para o Brasil entram sem tarifas. Cerca de 15% dos produtos importados dos Estados Unidos estão sujeitos a alíquotas de no máximo 2%.

    “Embora a tarifa média nominal brasileira para o mundo seja de 12,4%, a tarifa média efetiva ponderada sobre as importações americanas é de apenas 2,7%”, diz a Amcham Brasil.

    Segundo a entidade, essa diferença de alíquota média ocorre devido à alta participação de produtos americanos com alíquota zero nas importações brasileiras, como aeronaves e suas partes, petróleo bruto e gás natural.

    A Amcham Brasil também ressalta que a alíquota média de 2,7% é resultado de regimes aduaneiros especiais – como drawback, ex-tarifário e Recof – que reduzem ou eliminam impostos sobre importações dos Estados Unidos.

    Dados da entidade indicam que de 2014 a 2023 os Estados Unidos acumularam um superávit de US$ 263,1 bilhões no comércio de bens e serviços com o Brasil. Em 2024, o saldo positivo em bens para os Estados Unidos foi de US$ 7,3 bilhões.

    “A relação econômica e comercial entre Brasil e Estados Unidos é equilibrada e benéfica para empresas, trabalhadores e consumidores de ambos os países. A alta complementaridade e o perfil intrafirma do comércio bilateral tornam os Estados Unidos um fornecedor confiável e competitivo para o setor produtivo brasileiro, assim como o Brasil para as empresas americanas”, diz a Amcham Brasil.

    Tarifas recíprocas
    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última quinta-feira (13) que o governo norte-americano vai implementar novas tarifas recíprocas abrangentes para todos os países que impõem impostos sobre importações norte-americanas.

    A medida da Casa Branca tem como objetivo identificar e corrigir medidas comerciais consideradas não recíprocas por seus parceiros, incluindo tarifas, barreiras não tarifárias, impostos discriminatórios e subsídios.

    Ao anunciar a medida, Trump colocou o etanol brasileiro na mira das tarifas. Na avaliação do presidente dos EUA, há um desequilíbrio na balança comercial do produto.

    “A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. Mesmo assim, o Brasil cobra das exportações de etanol dos EUA uma tarifa de 18%. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, afirmou Trump em documento divulgado após o anúncio do memorando sobre as tarifas recíprocas.

    Fonte: CNN Brasil
    Quase 50% das exportações dos EUA ao Brasil entram sem tarifa, diz entidade | CNN Brasil

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    Trump assina decreto de tarifas e usa etanol brasileiro como alvo

    Em um movimento estratégico para reequilibrar a balança comercial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (13/2) uma série de tarifas recíprocas a serem impostas sobre países que aplicam altas taxas aos produtos americanos.

    Este plano visa corrigir as disparidades de longa data no comércio internacional. A abordagem, denominada “Plano Justo e Recíproco“, busca tratar cada país de maneira individual, conforme declarou o Departamento de Comércio.

    Trump destacou que o enfoque principal está em nivelar o campo de jogo das relações comerciais, garantindo que os Estados Unidos não sejam prejudicados por tarifas injustas impostas por outros países. Ele apontou que o desvio de mercadorias através de terceiros países, a fim de contornar tarifas, será alvo de medidas específicas.

    Como as tarifas recíprocas podem impactar?

    Tarifas – Créditos: depositphotos.com / tendo23

    As tarifas recíprocas impostas pelos Estados Unidos implicam em uma série de mudanças significativas no comércio global. Uma dessas mudanças é a possibilidade de outros países serem estimulados a reduzir suas tarifas para manter boas relações comerciais com os EUA. Trump citou o exemplo da União Europeia, que diminuiu sua tarifa sobre produtos automotivos para 2,5%.

    A Casa Branca não descartou a introdução de uma tarifa global fixa, indicando possíveis ajustes futuros nas políticas comerciais do país. Além disso, o impacto potencial dessas medidas inclui um aumento no número de empregos locais, embora o custo de vida possa experimentar um aumento moderado no curto prazo devido às tarifas adicionais.

    Como o Brasil e a União Europeia se encaixam?

    O Brasil foi especificamente mencionado no exemplo de desequilíbrio comercial com os Estados Unidos. A tarifa americana sobre o etanol é de apenas 2,5%, enquanto o Brasil impõe uma tarifa de 18% sobre o etanol importado dos EUA. Em 2024, os Estados Unidos importaram mais de US$ 200 milhões em etanol brasileiro, mas exportaram apenas US$ 52 milhões de etanol para o Brasil.

    Outro exemplo destacado é a União Europeia, que exporta mariscos para os EUA enquanto proíbe a importação de mariscos de 48 estados americanos. Além disso, a União Europeia impõe uma tarifa de 10% sobre carros americanos, contrastando com a tarifa de 2,5% dos EUA sobre carros europeus. Essas disparidades ilustram o tipo de questões que o “Plano Justo e Recíproco” busca corrigir.

    Quais são os próximos passos?

    A estratégia de tarifas recíprocas ainda está em desenvolvimento, mas já representa uma mudança significativa na política comercial dos EUA. Autoridades destacaram que mais mudanças podem ser anunciadas à medida que o governo avalia práticas comerciais injustas de outros países.

    As tarifas não monetárias, como testes rigorosos em produtos estrangeiros, também estão sob consideração. Trump mencionou especificamente medidas relacionadas a carros e produtos farmacêuticos, que poderão ser implementadas com o intuito de proteger a indústria americana e seus trabalhadores.

    Embora o impacto total das tarifas recíprocas ainda esteja por se desenrolar, o memorando de Trump visa trazer maior equidade para os acordos comerciais dos EUA. A medida cano também sendo vista com certa cautela por parceiros comerciais, que observam atentamente os desenvolvimentos e possíveis ajustes nas suas próprias políticas tarifárias. Será crucial acompanhar como essas políticas afetarão o comércio internacional e as relações bilaterais nos anos vindouros.

    FONTE: Terra Brasil Noticias
    Trump assina decreto de tarifas e usa etanol brasileiro como alvo – Terra Brasil Notícias

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    Exportações de SC atingem US$ 844,87 milhões em janeiro

    Desempenho recua 2,67% em relação a janeiro de 2024; Vendas externas de proteína animal avançam, enquanto soja apresenta queda de mais de 75%

     

    Florianópolis, 10.02.25 – Em janeiro de 2025 as exportações catarinenses alcançaram US$ 844,87 milhões, um recuo 2,67% em relação a janeiro do ano passado. Já as importações apresentaram avanço de 23,5% no período, para cerca de US$ 3,3 bilhões.

    Os principais produtos da pauta exportadora de SC foram carnes de aves, com alta de 12,9%, para US$ 156,09 milhões, e carne suína, com aumento de 10,9%, para US$ 122,83 milhões. O terceiro item no ranking das exportações, os motores elétricos, apresentaram recuo de 19,2%, atingindo US$ 32,54 milhões. Partes de motor também tiveram declínio nas vendas externas em janeiro, de 13,5%, para US$ 30 milhões. Já o tabaco não manufaturado cresceu 96,2%, para US$ 31,92 milhões.

    Dados do Observatório FIESC mostram que, entre os 20 principais produtos exportados por Santa Catarina, a soja foi o que apresentou maior recuo no valor, de 75,6%, alcançando US$ 12,86 milhões. O volume exportado em toneladas também recuou 69,5% no período.

    Do lado das importações, o cobre refinado liderou o ranking, atingindo R$ 107,73 milhões, um aumento de 17,7% em relação a janeiro de 2024. A compra de fertilizantes nitrogenados somou US$ 103,2 milhões, um crescimento de 244,8%. Na terceira posição entre os produtos mais comprados por Santa Catarina estão as partes e acessórios para veículos, com US$ 88,74 milhões em importações, o que representa uma alta de 32,6% frente a janeiro do ano passado. As importações de semicondutores avançaram 43,9%, somando US$ 86,49 milhões, seguidas de polímeros de etileno, com alta de 27,2%, para US$ 74,47 milhões.

    Destinos e Origens

    Os Estados Unidos seguem como o principal destino das exportações catarinenses, com US$ 110,26 milhões, seguidos da China, com US$ 93,12 milhões, e da Argentina, com US$ 71,87 milhões.

    Segundo o Observatório FIESC, vieram da China a maioria das importações do estado (US$ 1,53 bilhão). Os Estados Unidos são o segundo país que mais vendem para SC, com US$ 192,3 milhões, seguidos do Chile, com US$ 165,74 milhões.

    FONTE: FIESC
    Exportações de SC atingem US$ 844,87 milhões em janeiro | FIESC

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    Trump impõe tarifa de 25% sobre aço e alumínio e Brasil é afetado

    A decisão de impor tarifas sobre importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos, uma medida tomada pela administração de Donald Trump, causou significativas mudanças no comércio internacional.

    Anunciada nesta segunda-feira (10/2), essa medida afeta diretamente países que são grandes fornecedores desses materiais, como o Brasil, que está entre os principais exportadores de aço para os EUA. Essa política tarifária é vista como parte de uma estratégia mais ampla para proteger as indústrias norte-americanas.

    O governo dos EUA estabeleceu uma tarifa de 25% sobre as importações de aço, independente da origem. Essa medida segue um padrão das políticas adotadas por Trump desde o início de seu mandato, visando beneficiar a economia interna e aumentar a competitividade da produção nacional. A decisão, no entanto, gerou preocupações sobre possíveis repercussões nas relações comerciais com parceiros internacionais e impactos na economia global.

    Como o Brasil é afetado pela nova tarifa?

    O Brasil, que é o terceiro maior fornecedor de aço para os EUA, atrás apenas de Canadá e México, sente-se pressionado pela implementação dessas tarifas. A imposição de uma taxa de 25% pode influenciar significativamente as exportações brasileiras de aço, um setor que já enfrentou desafios semelhantes durante o primeiro mandato de Trump. Na ocasião anterior, as tarifas foram implementadas, mas posteriormente suspensas.

    Essa mudança novamente lança o setor industrial brasileiro em incerteza sobre o futuro das relações comerciais com os Estados Unidos. Durante as sanções prévias, houve preocupações com demissões e impactos econômicos em exportadores brasileiros, que poderiam se repetir neste cenário caso as tarifas não sejam revertidas ou renegociadas.

    Qual é a estratégia por trás das tarifas dos EUA?

    As tarifas sobre metais fazem parte de uma estratégia maior de proteção da economia doméstica dos Estados Unidos. Desde o início de sua administração, Trump seguiu a linha de aumentar barreiras tarifárias com a justificativa de proteger empregos e reduzir déficits comerciais. A aplicação indiscriminada destas tarifas é justificada como uma medida de segurança nacional, argumentando que uma base industrial forte é essencial para a defesa do país.

    No entanto, este tipo de política pode ter efeitos colaterais, como a escalada de disputas comerciais com outros países e aumento de custos para indústrias que dependem de materiais importados. Assim, enquanto a intenção é fortalecer a economia dos EUA, as consequências podem incluir tensões diplomáticas e reações negativas no mercado internacional.

    Quais foram as reações internacionais à medida de Trump?

    A decisão de Trump de implementar tarifas causou reações variadas internacionalmente. Alguns países, como o México e o Canadá, optaram por buscar negociações que temporariamente suspenderam as tarifas impostas sobre suas exportações. Outros, como a China, decidiram apresentar queixas formais à Organização Mundial do Comércio (OMC), buscando uma resolução através de canais legais internacionais.

    A resposta moderada de países como a China demonstra a complexidade das relações comerciais globais e a necessidade de equilíbrio entre enfrentamento e diplomacia. Investigações sobre empresas norte-americanas pela China foram vistas como uma resposta calculada, permitindo espaço para futuras negociações comerciais e resolução de conflitos de maneira estruturada.

    Embora as tarifas impostas possam parecer um movimento brusco na política comercial, existe a possibilidade de renegociações e adaptações. Historicamente, as relações comerciais são maleáveis e tendem a se ajustar às realidades econômicas e políticas. Portanto, ficar de olho nas evoluções das negociações e nas respostas de outros países se torna essencial para prever os próximos passos no comércio internacional.

    FONTE: Terra Brasil Notícias
    Trump impõe tarifa de 25% sobre aço e alumínio e Brasil é afetado – Terra Brasil Notícias

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    Comércio Exterior, Exportação, Importação, Mercado Internacional

    Queda acentuada no superávit comercial

    O Brasil registrou superávit comercial de US$ 2,164 bilhões em janeiro; o que representa uma queda de 65,1% em relação ao ano anterior.

    Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, esse resultado se deve à queda de 5,7% nas exportações; que totalizaram 25,18 bilhões de dólares, um aumento de 12,2% nas importações, que atingiram 23,015 bilhões de dólares.

    O declínio das exportações foi marcado pelo declínio de setores-chave. O setor agrícola caiu 10,1% e a indústria extrativa 13,6%. A soja, principal produto de exportação, sofreu uma contração de 70,1%, o que reduziu as vendas externas do grão em 1,02 bilhão de dólares.

    Impacto sobre parceiros de negócios

    A China, maior compradora de produtos brasileiros, reduziu suas importações em 29,7%. Os Estados Unidos também registraram queda de 4,3%. Em contraste, as exportações para a Argentina e a União Europeia cresceram 57,9% e 28,3% respectivamente, com Bélgica, Espanha e Itália liderando os aumentos.

    Em termos de importações, o Brasil comprou mais de todos os seus principais parceiros comerciais. As aquisições da China cresceram 18,3%, dos EUA 7,6%, da Argentina 11,2% e da UE 2,1%. Houve um aumento de 20,3% nas compras de produtos agrícolas, incluindo frutas e matérias-primas para a indústria alimentícia.

    Desempenho por setores

    O colapso das exportações afetou diversas commodities importantes. Além da soja, o milho caiu 29,9% e o trigo 39%. Na indústria extrativa, as exportações de minério de ferro caíram 22% e as de petróleo bruto, 8,3%.

    Em contraste, as importações refletiram o aumento da demanda por insumos industriais. Motores e máquinas não elétricos aumentaram 56,7%, geradores elétricos 98,5% e peças de veículos 20,3%.

    O saldo comercial de janeiro foi o menor dos últimos meses, em contraste com o superávit de US$ 74,6 bilhões alcançado em 2024. No entanto, o comércio total cresceu 2,1% na comparação anual, atingindo US$ 48,2 bilhões.

    FONTE: Todo dia logística News
    Forte queda no superávit comercial – TodoLOGISTICA NEWS

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    CRÔNICA DE UMA CRISE COMERCIAL ANUNCIADA: a guerra tarifária e suas consequências no comércio internacional

    Durante este mês de fevereiro, e como parte de políticas comerciais protecionistas que estão gerando tensões em nível global, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, medida que entraria em vigor em 10 de fevereiro.

    Medidas e reações internacionais

    Além disso, o presidente Trump informou seus parceiros do USMCA sobre o imposto de 25% sobre produtos de origem mexicana e canadense que entram em seu território; e 10% para importações de origem chinesa.

    Essas ações; considerando que foram justificadas pela administração dos EUA como esforços para proteger a economia nacional e dar resposta às preocupações relacionadas com o tráfico de droga e a imigração ilegal; causaram uma rápida reação de reciprocidade.

    Em resposta, o Canadá e o México anunciaram medidas de retaliação. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, considerou implementar tarifas de 25% sobre certos produtos dos EUA e alertou sobre possíveis cortes de energia em estados como Michigan, Nova York e Minnesota se as políticas persistirem.

    Por sua vez, o México, sob o governo de Claudia Sheinbaum, enfrenta negociações com os Estados Unidos, onde são discutidas questões como tráfico de drogas, comércio e migração, com a ameaça de tarifas de 35% sobre o aço e o alumínio mexicanos se os acordos não forem alcançados.

    Horas depois de tensionar o cenário, os três parceiros chegaram a um impasse de 30 dias de suspensão da implementação das medidas, enquanto os países parceiros diretamente afetados se comprometem a melhorar seu controle de fronteiras e agir com base em políticas duras sobre o tráfico de drogas em sua área de gestão.

    A China, por sua vez, assumiu uma posição negocial mais rígida, impondo tarifas entre 10% e 15% sobre certos produtos seletivos do comércio entre os dois países (petróleo, gás liquefeito, máquinas, veículos).

    Este caso, sem dúvida, intensifica a guerra comercial e, embora se estime que o gigante asiático esteja preparando uma proposta comercial que inclui aumentar suas compras de produtos americanos em 200.000 milhões de dólares em dois anos para reduzir o déficit comercial e evitar as tarifas de 10% anunciadas por Trump; É possível que a proposta surja de uma posição mais forte do que os casos anteriores.

    De fato, a China já apresentou uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as tarifas e medidas impostas pela nação do norte que ameaçam a cooperação econômica.

    Mas esses não foram os ataques experimentados nos últimos dias. Colômbia, Brasil, Reino Unido e Europa também são alvo de ameaças de aumentos tarifários.

    Consequências no comércio global

    Essas políticas tarifárias são uma preocupação global. Especialistas alertam para o aumento dos custos para consumidores e empresas, interrupção das cadeias de suprimentos globais e aumento da inflação.

    A OMC enfrenta desafios, pois sua capacidade de mediar disputas comerciais é questionada devido ao bloqueio dos Estados Unidos à eleição de novos juízes para resolver disputas comerciais desde 2019. A chefe da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, alertou sobre o impacto negativo dessas tarifas na economia global, comparando-a à Grande Depressão da década de 1930.

    Tanto o bloco da União Europeia quanto outros mercados, incluindo os latino-americanos, devem trabalhar rapidamente em como lidar com esse caso de vulnerabilidade e se preparar para desenvolver outras alternativas, bem como responder às ações agressivas-protecionistas do mercado norte-americano.

    Se já o compartilhei antes mais do que nunca, afirmo: é urgente ter um plano B.
    Identificar, gerenciar e avançar abrindo novos mercados menos exigentes, com um nível de consumo atraente e uma oportunidade de acesso por meio de acordos sólidos.
    É imperativo agregar valor, diversificar, apoiar a expansão das PMEs e para isso, cenários e canais de negociação ágeis, válidos, homogêneos devem ser construídos.

    A chave: desenvolver uma inteligência comercial estratégica de excelência que proporcione para onde viajar, construa alianças sólidas, valorize o contexto e, encontrando os espaços possíveis, permita que o portfólio exportável seja ampliado.

    Conclusão

    A atual “guerra tarifária” está redefinindo a dinâmica do comércio internacional. Medidas protecionistas e respostas das nações afetadas podem ter consequências duradouras na economia global, afetando tudo, desde as cadeias de suprimentos até a estabilidade dos mercados financeiros.

    A comunidade internacional está a observar com prudência, mas estejamos conscientes de que as decisões tomadas neste contexto terão um impacto significativo no futuro do comércio mundial.

    É hora de agir, vamos desenhar nossa estratégia.
    Esperar pelo que acontece não é uma opção.

    FONTE: Todo logística News
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    Dólar cai e fecha a R$ 5,78, mesmo após nova ameaça tarifária de Trump; Ibovespa sobe

    A moeda norte-americana recuou 0,13%, cotada a R$ 5,7854. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,76%, aos 125.572 pontos.

    O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (10), cotado a R$ 5,78. Esse movimento foi impulsionado pela valorização das commodities no mercado internacional, apesar da nova ameaça tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

    No último domingo (9), o republicano afirmou que anunciaria novas taxas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio no país. Atualmente, cerca de 25% do aço e 50% do alumínio usados nos EUA são importados. Entre os principais fornecedores está o Brasil.

    Especialistas acreditam que essa tarifação pode impactar a economia de todos os principais exportadores, incluindo Brasil, Canadá, México, China, Rússia e União Europeia.

    A medida também traz preocupações com a inflação nos EUA. Isso porque, se os produtos que chegam à maior economia do mundo ficam mais caros com as taxações, todo o custo de produção também aumenta, elevando os preços para os consumidores e impactando a inflação.

    Preços mais altos podem pressionar o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a manter suas taxas de juros altas por mais tempo, ou até promover novos aumentos.
    O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou o dia em alta. Dólar acumula alta de quase 28% em 2024.

    Dólar

    O dólar fechou em queda de 0,13%, cotado a R$ 5,7854. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,7632.
    Veja mais cotações.

    Com o resultado, acumulou:

    • queda de 0,13% na semana;
    • recuo de 0,89% no mês; e
    • perdas de 6,38% no ano.

    Na última sexta-feira (7), a moeda americana teve alta de 0,51%, cotada a R$ 5,7930.

    Ibovespa

    O Ibovespa fechou em alta de 0,76%, aos 125.572 pontos.

    Com o resultado, acumulou:

    • alta de 0,76% na semana;
    • queda 0,45% no mês;
    • ganho de 4,40% no ano.

    Na sexta, o índice teve baixa de 1,27%, aos 124.619 pontos.

    Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

    O que está mexendo com os mercados?

    A alta nos preços do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional amenizaram a força do dólar nesta segunda-feira (10), mesmo que ainda restem dúvidas sobre a nova ameaça tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump.

    No domingo (9), em entrevista a jornalistas antes de assistir ao Super Bowl 2025, Trump afirmou que “qualquer aço que entrar nos EUA terá uma tarifa de 25%”. Segundo o presidente norte-americano, o anúncio oficial será realizado ainda nesta segunda-feira.

    Trump também não deu mais detalhes sobre quais países sofreriam o aumento tarifário. Diante das incertezas, autoridades de vários países que exportam esses produtos para os EUA começaram a reagir.

    Na Coreia do Sul, o Ministério da Indústria convocou siderúrgicas para discutir como minimizar os impactos das tarifas para as empresas. Já na Europa, a Comissão Europeia afirmou “não ver justificativa” para a tarifação e assegurou que vai reagir.

    O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, afirmou que a Europa “pode e deve reagir unida e decisivamente contra as restrições tarifárias unilaterais” e destacou que a região “está preparada para isso”.

    No Brasil, a postura do governo foi mais cautelosa diante das ameaças do presidente dos EUA. Tanto o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, quanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestaram a necessidade de diálogo em relação às possíveis tarifas.

    Segundo o blog da Ana Flor, o anúncio não pegou o governo de surpresa e, por enquanto, a orientação é não responder imediatamente com a regra da reciprocidade, mas primeiro analisar o impacto.

    Além de afetar as empresas exportadoras de aço e alumínio, que podem ter uma queda nas vendas, há preocupação no mercado sobre a pressão inflacionária que a implementação dessas tarifas causaria na maior economia do mundo, o que pode atrasar a redução dos juros no país.

    Dirigentes do Fed afirmaram que a instituição não tem pressa em reduzir os juros e que observará atentamente os desdobramentos do cenário político e econômico. Atualmente, os juros americanos estão entre 4,25% e 4,50% ao ano, com o objetivo de reduzir a inflação anual, que está em 2,9%, para a meta de 2%.

    Juros elevados também aumentam o rendimento dos títulos públicos dos EUA, considerados os mais seguros do mundo, o que tende a provocar uma migração de capital estrangeiro para o país e pode fortalecer o dólar em relação a outras moedas.

    Agenda de indicadores

    Na agenda de indicadores, o Departamento do Comércio dos EUA deve divulgar os novos dados de inflação referentes a janeiro na próxima quarta-feira (12). Ao longo da semana, o presidente do Fed, Jerome Powell, deve discursar e fornecer novas pistas sobre a condução dos juros no país.

    No cenário doméstico, o destaque da semana também será a inflação oficial, que será divulgada na terça-feira (11).

    Nesta segunda-feira, o Banco Central do Brasil (BC) divulgou mais uma edição do boletim Focus, relatório que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país.

    As projeções para a inflação brasileira subiram pela 17ª consecutiva. Agora, os economistas preveem que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano a 5,58% em 2025, bastante acima da meta.

    A meta de inflação é de 3% e será considerada formalmente cumprida se ficar em um intervalo entre 1,50% e 4,50%.

    FONTE: G1
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