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A Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que devolve aos Conselhos de Autoridade Portuária (CAPs) o poder de tomar decisões — competência que havia sido retirada pela Lei dos Portos de 2013, que transformou esses conselhos em instâncias apenas consultivas.
Os CAPs têm como principal papel apoiar e fiscalizar a gestão das autoridades portuárias. O texto aprovado detalha as atribuições, a composição e o funcionamento desses conselhos. Entre as competências previstas estão:
decidir sobre pedidos de habilitação de operadores portuários negados pela administração do porto;
indicar nomes para o conselho de administração da empresa concessionária do porto;
opinar, com poder de veto, sobre indicações para cargos de diretoria em portos sob controle estatal;
emitir pareceres sobre temas como horário de funcionamento dos portos organizados e mudanças na tarifa portuária.
A proposta também define uma composição plural para os CAPs, incluindo representantes de empresas, trabalhadores portuários, usuários dos serviços e integrantes dos poderes públicos federal, estadual e municipal.
Descentralização das decisões
O relator da matéria, deputado Luiz Gastão (PSD-CE), apresentou um substitutivo que reúne o PL 3564/19, da deputada Rosana Valle (PL-SP), e outras duas propostas apensadas (PLs 1064/21 e 1455/23). Ele argumentou que a retirada da competência deliberativa dos conselhos levou à centralização excessiva das decisões no Ministério de Portos e Aeroportos, em Brasília, o que dificultou o desempenho de alguns portos.
“Embora a mudança de 2013 não tenha afetado todos os portos, alguns não conseguiram manter seu nível de desempenho devido à burocracia gerada pela centralização”, afirmou o parlamentar.
Próximas etapas
A proposta segue em tramitação conclusiva e ainda será analisada pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para entrar em vigor, precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
A nova fase de dragagem na área de manobras do porto de Itajaí, em Santa Catarina, promete destravar o potencial logístico do terminal ao permitir a chegada de embarcações de até 366 metros. Além do avanço estratégico, as obras também proporcionaram uma fascinante redescoberta histórica: o navio cargueiro Pallas, afundado em 1893, no rio Itajaí-Açu.
Durante a etapa anterior das obras, em agosto de 2017, a equipe que operava a draga colidiu com uma estrutura submersa na bacia entre as cidades de Itajaí e Navegantes. O local foi investigado pelos técnicos e revelou que os destroços pertenciam ao Pallas, embarcação que participou da Revolta da Armada no final do século XIX.
Para identificar o navio, a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em parceria com a empresa Sulmar, especializada em serviços subaquáticos, coordenou uma série de pesquisas. Os técnicos utilizaram sondas eletrônicas para localizar as estruturas submersas com precisão.
Posteriormente, mergulhadores entraram em ação, fotografando e medindo os restos da embarcação. Ao todo, eles realizaram 40 horas de mergulho em águas turvas e com visibilidade extremamente limitada — esforço que permitiu trazer à tona um importante capítulo da história naval brasileira.
Navio britânico foi tomado na Revolta da Armada
Em 1893, o Brasil enfrentou a Revolta da Armada, também conhecida como Revolução Federalista do final do século XIX. Após a renúncia do Marechal Deodoro da Fonseca, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o poder, dissolveu o Congresso e instaurou o estado de sítio. A medida provocou reação entre oficiais da Marinha, que, insatisfeitos com os salários e contrários ao governo, se rebelaram e passaram a exigir eleições diretas.
Os revoltosos iniciaram o conflito em 6 de setembro, na Baía da Guanabara, sob a liderança dos almirantes Saldanha da Gama e Custódio de Melo. Rapidamente, tomaram 15 navios mercantes — entre eles, o Pallas.
“Os rebelados apreenderam navios da Marinha e embarcações comerciais. O Pallas estava atracado no porto do Rio de Janeiro quando foi artilhado e passou ao comando de uma guarnição de marinheiros rebeldes”, explica o professor Edison d’Ávila, sócio emérito do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina.
O navio margeava a costa sul do Brasil, atracando em diferentes portos para carregar e descarregar armas e suprimentos, garantindo o abastecimento das forças aliadas. O porto de Itajaí servia como ponto estratégico, mas a entrada exigia atenção redobrada. As marés alteravam constantemente o traçado do canal do rio e a navegação segura dependia da atuação do prático — profissional que conhece a fundo o acesso aos portos e conduz os navios com habilidade.
“Os marinheiros sabiam da existência de um depósito de carvão no porto e, por isso, o vapor entrou ali várias vezes para se abastecer. Em uma dessas ocasiões, vindo de Florianópolis, o cargueiro chegou durante uma noite de outubro. O capitão, confiando na própria experiência, decidiu não chamar o prático. Certamente acreditou que conhecia bem a entrada, já que havia feito o trajeto diversas vezes. Infelizmente, errou o rumo, desviou-se e colidiu com as rochas na margem esquerda. Entrou com o leme muito pendente ao norte e o navio começou a afundar”, relata o professor d’Ávila.
A tripulação abandonou o navio em canoas, mas ninguém tomou providências para evitar o naufrágio. O casco permaneceu encalhado por tempo suficiente para que a Companhia Frigorífica, então em dificuldades financeiras, entrasse com um pedido de indenização do seguro. Ainda encalhado, o Pallas foi leiloado em novembro de 1893, mas não atraiu compradores. Sem resgate e sem uso, acabou abandonado e desapareceu sob as águas.
O Pallas foi construído em 1891, pelo estaleiro Hawthorn Leslie and Company, em Newcastle, na Inglaterra, às margens do rio Tyne. O navio a vapor foi encomendado pela Companhia Frigorífica e Pastoril Brasileira. Era uma embarcação moderna e versátil, projetada para transportar passageiros, cargas refrigeradas e correspondências, por isso conhecida como paquete, do inglês “packet boat”, ou seja “navio de pacotes”. “Originalmente ele transportava carnes da Argentina para o Rio de Janeiro. O país vizinho já era um grande produtor de proteína bovina”, conta o professor.
Com 67 metros de comprimento, era o menor dos seis navios da frota da companhia, mas o mais avançado. Transportava até 500 toneladas de carga frigorificada e dispunha de luz elétrica, uma inovação para época. Sua estrutura permitia a navegação em rios de baixo calado, ou seja, com menor profundidade.
Porto de Itajaí: resgate de navio histório destrava o futuro
A remoção do casco do Pallas deve permitir a entrada de embarcações maiores, antes mesmo da conclusão de outras intervenções planejadas, como o alargamento do canal e a construção da nova bacia de evolução.
“É o início a um processo que vai viabilizar a entrada de navios de maior porte, ampliar a movimentação de cargas de alto valor agregado e gerar mais empregos, renda e arrecadação para o município”, afirma João Paulo Tavares Bastos, superintendente do porto de Itajaí.
Por isso, a atual gestão considera a remoção do navio essencial para ampliar a competitividade do terminal e impulsionar a economia nacional. Atualmente, o porto de Itajaí opera com infraestrutura defasada em cinco gerações. Enquanto isso, navios de 365 metros já circulam com frequência na costa oeste da América do Sul. Diante desse cenário, a direção do porto já iniciou tratativas com a Marinha, com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e com o Ministério da Cultura para avançar com os próximos passos da operação.
A equipe técnica realizará um novo trabalho de mergulho para elaborar o projeto de retirada dos destroços, cujo orçamento está estimado em R$ 398 mil. Além disso, os responsáveis calculam que a remoção completa do casco custará entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões. Para viabilizar a operação, o governo federal anunciou o repasse de R$ 23 milhões.
Apesar do avanço, ainda não há uma data definida para o início da obra. Após a federalização do porto de Itajaí, a Autoridade Portuária de Santos (APS) assumiu a gestão do local e conduz o processo de contratação. “Consideramos essa etapa um grande avanço, pois conseguiremos receber navios maiores e aumentar a eficiência dos portos de Itajaí e Navegantes”, destaca Marcelo Peres, coordenador da remoção do navio Pallas.
Em 2024, o Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes movimentou 14,17 milhões de toneladas, 5% a menos que em 2023, quando registrou 14,97 milhões de toneladas. Apesar da queda, o porto de Itajaí apresentou desempenho positivo: faturou R$ 86,1 milhões e recebeu mais embarcações ao longo do ano.
Qual será o destino final do navio histórico após operação em Itajaí?
O arqueólogo Darlan Cordeiro, da Fundação Genésio Miranda Lins, instituição ligada à prefeitura de Itajaí, explica que a importância histórica do navio afundado está na participação dele na Revolta da Armada. A preservação da embarcação, como acervo histórico, deve demandar um investimento tão alto quanto ao da retirada do fundo das águas.
“Seria uma ação muito complexa, requer tecnologia e especialistas. Por isso, temos uma outra proposta: a retirada de alguns materiais possíveis, para compor um novo museu, e o redirecionamento do resto dos destroços para outra área mais próxima ao mar, para continuar sendo um sítio arqueológico e quem sabe, um local para pesquisa oceanográfica”, explica o arqueólogo.
O superintendente do porto de Itajaí confirmou que a remoção ainda está na fase de estudos. “Além do impacto econômico, estamos tratando de um símbolo da história de Itajaí. O Pallas faz parte da memória da cidade e sua remoção será feita com o devido respeito ao seu valor histórico e cultural”, disse Bastos.
Desde que assumiu a operação do Porto de Itajaí (SC), em outubro de 2024, a JBS Terminais já investiu R$ 130 milhões no terminal, que atende atualmente mais de 1,7 mil clientes. Os investimentos consolidam a empresa como um dos principais complexos logísticos do Sul do país, com projeção de crescimento e novos aportes de R$ 90 milhões em tecnologia e infraestrutura. Desde o início da concessão, o empreendimento movimentou uma média mensal de 20 mil TEUs (Twenty Feet Equivalent Unit, medida de referência no setor), totalizando 143.230 TEUs.
“Essa operação é, para nós, motivo de muita satisfação e de muita responsabilidade. Sabemos o quão importante esse porto é para o país”, afirmou o empresário Wesley Batista, durante cerimônia de retomada das operações do Porto de Itajaí, realizada nessa quinta-feira (29). O empresário ressaltou que 50% do frango e da carne suína exportados no Brasil são escoadas por portos da região.
Presente ao evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância dos investimentos público e privado para a geração de emprego e renda. “Esse ano é o ano da colheita. Estamos aqui colhendo o desenvolvimento de Itajaí e de Navegantes. Colhendo o desenvolvimento de Santa Catarina”, afirmou.
Localizado em uma área de 180 mil metros quadrados, o terminal da JBS conta com 1.030 metros de cais, quatro berços de atracação e uma profundidade de 14 metros, permitindo a operação de grandes embarcações. São 1.750 tomadas para contêineres refrigerados (reefers) e oito gates reversíveis. Os investimentos devem aproximar a operação com a capacidade atual de movimentação de até 558 mil TEUs/ano.
“Conseguimos, em um curto espaço de tempo, retomar o protagonismo de Itajaí como um terminal eficiente e competitivo. Estamos no processo de ramp up dos volumes e temos como prioridade entregar serviços de excelência aos nossos clientes”, afirma Aristides Russi Junior, presidente da JBS Terminais.
Confira a seguir um histórico da movimentação de contêineres no Porto de Itajaí. O gráfico foi elaborado com dados do DataLiner:
Movimentação de contêineres no Porto de Itajaí | Set 2024 – Mar 2025 | TEUs
Hoje, o terminal conta com sete linhas de navegação e oito escalas semanais. A partir de junho de 2025, a operação contará com novas rotas internacionais, como a GS1, que conectará a América do Sul ao Golfo do México. A rota vai otimizar a exportação de produtos como madeira, carne congelada, cerâmica e maquinários, e a importação de plásticos, borrachas e produtos químicos. A chegada da linha Mercosul Line CMA CGM em junho também reforça a conectividade do terminal.
A JBS Terminais atende mais de 1.700 clientes e gera cerca de R$ 7 milhões em ISS para o município. A empresa conta com 334 colaboradores diretos e 350 Trabalhadores Portuários Avulsos (TPAs). A distribuição de cargas de outubro de 2024 a abril de 2025 incluiu 33% em importações dry e reefer, 24% em exportações dry, 17% em exportações reefer e 26% em cabotagem, transbordo e outras categorias.
O investimento de R$ 90 milhões será realizado para modernizar as operações do terminal com a aquisição de dois guindastes móveis MHC modelo Konecranes Gottwald ESP.9. Os equipamentos têm capacidade para 125 toneladas e alcance de 20 rows. Além disso, a empresa está testando caminhões elétricos do tipo Terminal Tractor (TT), visando a eletrificação da frota para maior eficiência, segurança e redução de emissões.
A JBS Terminais também iniciou o processo de adensamento do complexo, assumindo a gestão unificada do porto público de Itajaí. Essa iniciativa visa gerar ganhos operacionais, eliminando gargalos, reduzindo o impacto urbano e agilizando o trânsito de cargas na região.
“Nossa experiência global, forjada em décadas de exportação para mais de 180 países com produtos JBS, e o conhecimento adquirido com operações logísticas de grande escala em empresas como a BrasKarne, são diferenciais que aplicamos diariamente em Itajaí. Soma-se a essa expertise a operação logística da Eldorado Celulose, pertencente ao grupo J&F, controlador da JBS. Esse know-how nos permite oferecer um terminal não apenas eficiente, mas estratégico para o fluxo do comércio exterior brasileiro”, explicou o executivo.
A atuação da JBS Terminais em Itajaí reflete a forte e consolidada presença da JBS em Santa Catarina, um estado estratégico para a Companhia. A JBS movimenta 2,47% do PIB catarinense, com um impacto de produção de R$ 24,3 bilhões no Estado. Com presença em 22 cidades, a companhia emprega diretamente mais de 25 mil colaboradores, além de 2.700 famílias de produtores integrados. Além do terminal portuário, a Companhia opera 25 fábricas, 1 centro de inovação em biotecnologia, 4 granjas, 1 operação JBS Transportadora, 3 centros de distribuição e 5 incubatórios.
NÚMEROS DA OPERAÇÃO — JBS TERMINAIS (MAIO/2025) Início das operações: setembro de 2024 Área total: 180.000 m² Capacidade anual: até 558.000 TEUs Movimentado até abril/25: 143.230 TEUs Tomadas reefers: 1.750 Gates reversíveis: 8 Clientes atendidos: 1.700 Linhas de navegação: 7 Escalas semanais: 8 Colaboradores diretos: 334 Trabalhadores avulsos: 350 ISS gerado: R$ 7 milhões Investimento inicial: R$ 130 milhões Investimentos anunciados: R$ 25 milhões + US$ 12 milhões em guindastes
A movimentação de veículos bateu recorde histórico no Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá neste ano. Entre janeiro e abril, 181.651 caminhões passaram pela triagem, superando o recorde anterior registrado no mesmo período de 2020, com 175.280 veículos. No mesmo intervalo de tempo do ano passado, passaram pelo pátio 134.869 veículos.
Focado no recebimento de granéis sólidos vegetais, o pátio recebeu, majoritariamente, cargas de grãos de soja (5.495.034 toneladas) e farelo de soja (2.407.836 toneladas) nos quatro primeiros meses do ano. A maior parte dessas cargas veio dos estados do Paraná e Mato Grosso.
O aumento é reflexo da fiscalização rígida das cargas, que garante qualidade aos produtos e segurança ao mercado, o que resulta em mais movimentação.
O Pátio de Triagem atua para retirar o excesso de veículos das vias de acesso ao porto e avaliar a qualidade das cargas a serem exportadas. A estrutura também é responsável pelo agendamento de dia e horário de entrada de cada caminhão, evitando filas na BR-277.
“Além das vantagens logísticas, temos um rigoroso sistema de análise que garante aos clientes que os produtos chegarão em segurança e livres de materiais contaminantes”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
REGRAMENTO – O Porto de Paranaguá segue um regramento de controle e fiscalização implantado em 2024, estabelecido pela Portos do Paraná em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O método garante o máximo de segurança e qualidade nos produtos movimentados.
A classificadora oficial do Pátio de Triagem é a BV, empresa auditada pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR). A fiscalização é gerida pela Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (ATEXP). Os classificadores coletam amostras dos caminhões, e os técnicos realizam uma primeira análise visual, capaz de identificar contaminantes como pedras, areia e galhos.
Outra parte do produto coletada é enviada ao laboratório para uma nova etapa de análises. De janeiro a abril deste ano, 1.850 veículos tiveram suas cargas recusadas por não atenderem aos padrões mínimos de qualidade exigidos.
Este ano houve uma redução de quase 30% no número de veículos com cargas refugadas, em comparação ao mesmo período do ano passado (2.613) e um dos motivos para esta queda está no controle mais rígido dos produtos que estão sendo exportados, que desestimula adulterações.
RIGIDEZ NA FISCALIZAÇÃO – A fiscalização é realizada há décadas, mas um novo procedimento de segurança foi implantado recentemente, com o objetivo de garantir a alta qualidade dos produtos exportados e prevenir possíveis fraudes. As cargas refugadas geralmente estão abaixo dos padrões de exportação, como, por exemplo, aquelas com baixa taxa de proteína ou umidade elevada. Não há registros de exportação de cargas adulteradas pelo Porto de Paranaguá nos últimos anos.
“Quando as cargas não atendem aos requisitos mínimos de qualidade e ainda apresentam sinais de adulteração, a Portos do Paraná comunica as autoridades policiais e demais órgãos fiscalizadores”, informa o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.
Nos casos em que a carga é refugada por apresentar materiais que indicam adulteração, como areia, serragem ou outros elementos que não estão em conformidade com as regras de classificação, o descarte é inevitável. O despejo deve ocorrer fora do porto, em locais apropriados, indicados pelas autoridades federais.
Conforme a portaria de outubro de 2024 da Portos do Paraná, após o descarte, os motoristas são obrigados a apresentar o comprovante de descarga dos caminhões refugados. Só assim os profissionais e os veículos podem ter acesso novamente ao Pátio de Triagem. De janeiro a abril de 2025, 59 veículos foram encaminhados a aterros para a inutilização dos produtos.
O chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Paraná (SIPOV/PR) do Ministério da Agricultura, Fernando Augusto Mendes, destacou as consequências de uma eventual carga adulterada ser embarcada em um navio e detectada pelas controladoras. “O carregamento seria interrompido, gerando custos e transtornos operacionais. Poderia haver comprometimento da qualidade do estoque do terminal e paralisação da operação de embarque, com grandes prejuízos envolvidos”, explicou Mendes. “Nosso objetivo é garantir a integridade das exportações e manter a confiança dos mercados internacionais”.
A fiscalização mais rigorosa da Portos do Paraná é bem vista pela comunidade portuária e o mercado internacional. “São muito positivas as novas regulamentações promovidas pela autoridade portuária, que trazem mais segurança ao pool do corredor de exportação. As medidas impedem práticas criminosas e asseguram a qualidade do produto, conferindo mais credibilidade internacional ao Porto de Paranaguá”, avaliou o gerente do Terminal da Cotriguaçu – Cooperativa Central, Rodrigo Buffara Farah Coelho.
“O reforço na fiscalização traz mais segurança ao mercado. As companhias no mundo todo sabem que podem operar conosco com a certeza de que vão receber cargas de qualidade. Isso se reflete diretamente no grande volume de veículos no Pátio de Triagem”, completou o diretor-presidente da Portos do Paraná.
Silvio Costa Filho e o presidente Lula fizeram a primeira visita ao porto catarinense desde a federalização
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, realizaram visita oficial no Porto de Itajaí (SC), pela primeira vez desde a federalização do complexo portuário, que passou à gestão federal em janeiro deste ano. Na solenidade, o ministro confirmou que o Governo vai enviar uma Medida Provisória (MP) que crie a Companhia Docas de Itajaí no Congresso Nacional. Além disso, a Petrobras anunciou investimentos voltados para a recuperação da indústria naval em Santa Catarina.
Em seu discurso, Costa Filho confirmou que será enviado a MP que garante a criação da Companhia Docas. Além disso, confirmou que o complexo portuário deverá receber, entre dinheiro público e da iniciativa privada, investimentos de R$ 8 bilhões nos próximos anos.
“Estaremos encaminhando uma Medida Provisória que vai transformar o Porto de Itajaí em uma Docas Independente e Porto Federal. Importante registrar que o presidente nos determinou a apresentar um plano de investimentos e vamos fazer o maior volume de investimentos da história do Porto de Itajaí. Nesses próximos cinco anos, serão mais de R$ 8 bilhões”, afirmou.
A criação da Docas de Itajaí é considerada de grande importância, que vai permitir que a gestão do complexo portuário possua o seu próprio orçamento federal. Atualmente, o Porto de Itajaí tem seu orçamento junto à Autoridade Portuária de Santos.
O ministro comentou ainda do projeto de concessão do canal de acesso ao porto, que está incluído em um pacote de concessões de canais, junto do Canal de Paranaguá (PR), Santos (SP), Bahia e Rio Grande (RS).
“Vamos fazer o canal do Porto que vai elevar a profundidade de 13,5 metros para 16 metros, fazendo com que a gente possa receber ainda mais os navios maiores para que possamos aumentar a competitividade desse porto”.
O Porto de Itajaí esteve sob gestão municipal de 1995 até o final de 2024. Problemas na gestão do porto, que ocasionou na paralisação das atividades e movimentação de contêineres e carga geral, desencadearam no movimento do Governo Federal optar pela federalização do complexo portuário, passando a gestão para a Autoridade Portuária de Santos (APS).
Em seu discurso, Lula destacou os investimentos realizados pelo Governo Federal em Santa Catarina e prometeu que retornará com mais anúncios que visam o desenvolvimento do estado.
“Em dois anos de Governo nós trabalhamos muito. Agora, nós estamos colhendo tudo o que plantamos. Estamos aqui para colher o desenvolvimento de Itajaí e de Navegantes, colhendo o desenvolvimento de Santa Catarina, e não será a última vez que virei aqui. Temos muita coisa a fazer e a entregar para esse país e para esse estado”, disse.
O presidente recebeu uma homenagem do superintendente do Porto de Itajaí, João Paulo Tavares, que entregou um certificado pelas boas ações ao município e à comunidade portuária e uma medalha de honra ao mérito.
Investimentos
Conforme já anunciado pela APS, o Porto de Itajaí recebeu um pacote de R$ 844 milhões para obras relevantes de infraestrutura do complexo portuário.
Entre as obras de destaque estão: dragagem de manutenção do Rio Itajaí-Açu (R$ 90 milhões); a readequação do molhe de Navegantes (R$ 64 milhões); a contenção da margem do canal (R$ 67 milhões); obras na bacia de evolução (R$ 68 milhões); retirada do casco do navio Pallas (R$ 23 milhões); entre outros.
O pacote inclui também melhorias e aquisição de novos equipamentos, entre eles o novo scanner de raio X (R$ 12 milhões), Sistema VTMIS, com capacidade de monitoramento ativo de tráfego aquaviário (R$65 milhões), e o Sistema de segurança e inteligência artificial denominado SmartPorto (R$ 30 milhões).
Indústria naval
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que o estado de Santa Catarina foi contemplado no programa de renovação e ampliação de frotas da indústria naval brasileira.
“Nesse plano são 52 novas embarcações, e o Estado de Santa Catarina foi contemplado na contratação de 16 desses. São navios do po PSV, para transporte de bens para nossas plataformas de produção, e navios do po OSV, para prondão e migação de eventuais incidentes”, declarou.
Segundo a presidente da estatal, as fabricações, que já estão em andamento, ocorrem nos estaleiros Navship, em Navegantes, e Starnav, em Itajaí. “Trata-se de um investimento já iniciado, da ordem de R$ 7 bilhões, destinado a construção de navios que ocorrerão nos estaleiros de Itajaí e Navegantes. A construção dessas embarcações já é uma realidade em Santa Catarina”, pontuou.
Lula destacou o empenho do governo em recuperar as atividades da indústria naval.
“Desde 2016 a querida Petrobras não fazia um contrato para contratar um navio qualquer em algum lugar desse país. Nós estamos recuperando esses estaleiros e transformá-lo em um estaleiro altamente compensador do ponto de vista financeiro e econômico”, comentou o presidente.
Os principais portos da Europa enfrentam um cenário crítico de congestionamento, com atrasos significativos na atracação de navios porta-contêineres. Esse gargalo logístico está impactando diretamente o comércio internacional, elevando os custos de transporte e gerando incertezas nas cadeias de suprimentos globais. A situação ganhou destaque após a publicação de um relatório divulgado pela consultoria marítima Drewry, no último dia 23 de maio, e tem deixado o comércio global em alerta.
Um “combinado” de fatores
Entre os principais fatores que explicam o congestionamento nos portos da Europa está o aumento da demanda por transporte marítimo. A suspensão temporária das tarifas de 145% sobre as importações chinesas pelos Estados Unidos, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, intensificou significativamente o volume de mercadorias em circulação entre as duas maiores economias do mundo. Essa mudança elevou a pressão sobre a capacidade logística dos portos europeus, que já operavam no limite.
Outro obstáculo importante é a escassez de mão de obra. A falta de trabalhadores portuários tem dificultado o processo de descarga de navios, provocando acúmulo de contêineres nos terminais e atrasando as operações. Essa situação é agravada pelos baixos níveis do rio Reno, uma das principais vias de transporte fluvial do continente. A redução da navegabilidade do rio limita o escoamento de cargas para o interior da Europa, comprometendo ainda mais a fluidez logística.
Além disso, os conflitos geopolíticos na região do Mar Vermelho têm provocado alterações nas rotas marítimas. Para evitar a passagem pelo Canal de Suez, muitas embarcações estão optando por rotas alternativas, mais longas e menos eficientes, o que tem levado a uma concentração maior de navios nos portos do norte europeu, como Antuérpia, Roterdã e Hamburgo.
Por fim, greves trabalhistas também estão entre os fatores de pressão. Paralisações em importantes portos, como a que ocorreu em 20 de maio no Porto de Antuérpia-Bruges, na Bélgica, agravaram os atrasos, aumentando o acúmulo de navios e mercadorias. Essas greves sobrecarregam ainda mais estruturas já fragilizadas pela alta demanda e falta de recursos logísticos.
Os principais impactos
Aumento das Tarifas de Frete Marítimo: O congestionamento e os atrasos têm levado ao aumento das tarifas de frete marítimo, pressionando os custos para importadores e exportadores.
Interrupções na Cadeia de Suprimentos: A lentidão nos portos pode causar interrupções na cadeia de suprimentos e atrasos nas entregas de produtos, afetando o planejamento de estoques e forçando os transportadores a manter estoques extras.
Aumento do Tempo de Espera para Atracação: Os navios estão enfrentando tempos de espera muito maiores para atracar nos portos, o que reduz a eficiência da frota global e pode afetar a disponibilidade de produtos.
Impacto no Comércio Global: O congestionamento nos portos europeus pode ter um efeito cascata, afetando o comércio global e o acesso a mercados, especialmente na Ásia e nos Estados Unidos.
Os portos mais afetados
Bremerhaven (Alemanha): Aumento de 77% no tempo de espera por atracação entre março e meados de maio.
Hamburgo (Alemanha): Atrasos aumentaram 49% no mesmo período.
Antuérpia (Bélgica): Tempo de espera por atracação aumentou 37%.
Roterdã (Holanda) e Felixstowe (Reino Unido): Também enfrentam atrasos crescentes.
O que esperar?
Especialistas do setor estimam que a normalização das operações portuárias na Europa pode levar de seis a oito semanas, dependendo da resolução dos fatores que contribuem para o congestionamento. Enquanto isso, empresas de logística e comércio internacional seguem monitorando a situação de perto e buscando alternativas para manter o fluxo de mercadorias.
Fontes:
Datamar News – Gargalos nos portos da Europa ameaçam fluxo do comércio global
Valor Econômico – Gargalos no transporte marítimo da Europa devem persistir até julho e elevar as taxas de frete
Metal.com – Congestionamento nos Portos Europeus Intensifica-se! Guerra Comercial Ameaça Transporte Marítimo Global
Portal Tela – Congestionamento em portos europeus pressiona frete marítimo e gera incertezas comerciais
Serão 16 embarcações de projeto bilionário de 52 navios pra companhia
Itajaí e Navegantes vão responder por um terço das novas embarcações contratadas pela Petrobras até 2026. Do projeto de 52 navios de apoio às operações petrolíferas da companhia, 16 serão construídos pelos estaleiros Bram/Navship, de Navegantes e Starnav/Detroit, de Itajaí, vencedores da licitação. O investimento é de mais de R$ 7 bilhões, com geração de 15 mil empregos.
O projeto foi anunciado pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard, na cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Itajaí, na quinta-feira. A construção das embarcações marca uma nova fase para a indústria naval brasileira, que não recebia pedidos da Petrobras desde 2016. O programa vai renovar e ampliar a frota da companhia, num pacote de R$ 29 bilhões e criação de 50 mil empregos.
A presidente da Petrobras destacou a retomada das contratações após quase 10 anos e a importância de Santa Catarina no projeto. “Desde o ano passado, estamos demandando embarcações para a indústria nacional. Nosso programa de renovação e ampliação de frota de embarcações é um marco para a retomada dessa indústria. E Santa Catarina tem muito a ver com isso, muito a contribuir com esse nosso plano”, disse.
A deputada federal Ana Paula Lima (PT), vice-líder do governo Lula na Câmara, comentou o anúncio feito em Itajaí. “Este anúncio é um marco para o Brasil e, especialmente, para Santa Catarina. Estamos falando da maior retomada da indústria naval em quase uma década. É desenvolvimento, é geração de empregos, é a indústria catarinense de volta ao centro das decisões nacionais“, afirmou.
Em Itajaí e Navegantes, o projeto contempla a construção de 12 navios do tipo Platform Supply Vessel (PSV), que presta apoio no transporte de suprimentos pra plataformas de petróleo e gás em alto mar, e outros quatro do tipo Oil Spill Response Vessel (OSRV), de combate a derramamento de óleo. As primeiras unidades já estão em construção e devem ser entregues em 2026.
Além das embarcações já contratadas, há possibilidade de novos pedidos para os estaleiros, conforme o lançamento de novos editais. O diretor-geral da Detroit, Maxwell de Souza Oliveira, falou dos investimentos para Itajaí e Navegantes. Ele informou que só a Detroit está construindo 10 embarcações com apoio da Petrobras Brasil e financiamento do BNDES.
Serão seis navios do tipo PSV e mais quatro OSRVs no estaleiro. O empresário agradeceu ao presidente Lula pela retomada das contratações para a construção naval que vão gerar riqueza e oportunidades pra cidade. “Isso a gente só consegue porque temos aqui esse povo maravilhoso de Itajaí, que trabalha com qualidade, com afinco pra conseguir os seus resultados, e por isso acreditam no nosso povo, acreditam na Detroit Brasil e acreditam na construção naval”, discursou.
Prefeito de Navegantes destaca projetos para a cidade
Na cerimônia, sem a presença do prefeito de Itajaí, Robison Coelho (PL), foi o prefeito de Navegantes, Liba Fronza (PSD), quem comemorou o anúncio de investimentos do governo federal que também vão beneficiar o município.
Liba destacou o projeto mais imediato anunciado pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que é a concessão da dragagem do acesso portuário, prevista para acontecer até o final do ano.
O projeto fará o aprofundamento do canal de 13,5 metros pra 16 metros, num investimento de R$ 90 milhões. “A dragagem do canal do Itajaí-açu vai nos possibilitar atracar navios maiores, tornando os portos de Navegantes e Itajaí mais competitivos”, comentou.
A obra está ligada a outros dois projetos de infraestrutura, a readequação do molhe de Navegantes (R$ 64 milhões) e a segunda etapa da nova bacia de evolução (R$ 68 milhões).
“A expectativa é que a bacia de evolução e o molhe da cidade de Navegantes sejam realmente contemplados com tudo isso”, avaliou Liba. Ele também falou dos investimentos nos estaleiros.
“Navegantes já é o grande polo do sul do Brasil na construção naval e isso tudo vem nos animando, porque é dinheiro na economia do nosso estado, é dinheiro na economia de Navegantes e é melhor qualidade de vida pra toda nossa população”, disse.
Enquanto o prefeito acompanha o desenvolvimento dos projetos, ele adiantou que segue cobrando outros investimentos pro município que dependem do governo federal, como melhorias nas BRs 470 e 101 para resolver gargalos logísticos.
No dia 21 de maio de 2025, o ministro dos Transportes do Brasil, Renan Filho, realizou uma reunião estratégica com representantes da National Railway Administration (NRA), autoridade ferroviária da China.
O principal objetivo foi fortalecer a cooperação bilateral no setor ferroviário, visando impulsionar projetos de infraestrutura que poderão transformar a logística do país e da América do Sul.
Este encontro reforça a crescente importância do relacionamento entre Brasil e China, especialmente em setores estratégicos como transportes, onde a expertise chinesa e o capital internacional são vistos como fundamentais para viabilizar grandes empreendimentos.
Projetos estruturantes
A pauta central da reunião girou em torno de dois projetos ferroviários que estão em andamento no Brasil:
Ferrovia de integração Centro-Oeste (Fico): Com 383 km, esta ferrovia ligará Mara Rosa (GO) a Água Boa (MT), interligando o agronegócio do Centro-Oeste à malha ferroviária nacional, facilitando o escoamento para portos no Sudeste e Nordeste. A obra está sendo executada pela Vale como contrapartida pela renovação antecipada da concessão da Estrada de Ferro Vitória a Minas.
Ferrovia de integração Oeste-Leste (Fiol): Com cerca de 1.527 km previstos, divididos em três trechos, esta ferrovia conecta a região oeste da Bahia ao Tocantins. O trecho Ilhéus-Caetité está em fase final de construção, operado pela Bahia Mineração (Bamin). Os trechos seguintes ainda estão em desenvolvimento.
Ambas as ferrovias são fundamentais para ampliar a capacidade logística do Brasil, conectando regiões produtoras ao sistema portuário nacional, reduzindo custos de transporte e aumentando a competitividade das exportações brasileiras.
Corredor bioceânico
A iniciativa maior que envolve os projetos ferroviários é a criação de um corredor bioceânico que ligará o Porto Sul, na Bahia, ao porto de Chancay, no Peru. Essa rota será um marco na integração logística da América do Sul, possibilitando uma conexão direta entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Esse corredor reduzirá distâncias e custos para o escoamento de commodities brasileiras, especialmente para os mercados asiáticos, com destaque para a China, que tem grande interesse comercial na região.
Papel estratégico dos portos
Porto Sul (Bahia): Considerado o ponto de partida no Brasil, o Porto Sul será integrado às ferrovias Fiol e Fico, fortalecendo o fluxo de exportação pelo litoral baiano e conectando o interior do país às rotas internacionais.
Porto de Chancay (Peru): Em construção com participação chinesa, o porto será a porta de entrada para o comércio com a Ásia, especialmente o mercado chinês, e ponto de ligação do corredor bioceânico no lado do Pacífico.
A complementaridade desses portos é essencial para garantir a fluidez e a competitividade da nova rota logística.
Interesses e participação da China
A National Railway Administration demonstrou interesse em participar dos processos licitatórios para a concessão das ferrovias brasileiras, analisando estudos técnicos apresentados pelo governo. A China vê nessa parceria uma oportunidade para expandir sua presença em projetos logísticos estratégicos, levando capital, tecnologia e know-how.
O governo brasileiro busca com essa interlocução atrair investimentos estrangeiros e expertise técnica, acelerando a execução das obras e modernizando a infraestrutura nacional.
Desafios e próximos passos
Embora o projeto seja promissor, ainda existem desafios a serem superados:
Definição do traçado final do corredor bioceânico, que poderá envolver outros países como Bolívia e Paraguai.
Captação de recursos e estruturação dos leilões para concessão das ferrovias.
Harmonização técnica e regulatória entre os países envolvidos.
O Ministério dos Transportes já anunciou que novas rodadas de negociação estão previstas para aprofundar os estudos e definir formatos de parceria, fortalecendo a cooperação com a China.
A viabilização da construção do Porto Meridional de Arroio do Sal, no Litoral Norte, superou mais uma etapa na tarde de terça-feira (27). Em cerimônia realizada no Palácio Piratini, fechada, o governador Eduardo Leite assinou o Decreto de Utilidade Pública (DUP) da área que será destinada à instalação do empreendimento.
A assinatura do documento ocorreu em evento fechado ao público, aberto apenas para as autoridades envolvidas. Entre os presentes, além do governador, estavam o prefeito de Arroio do Sal, Luciano Pinto da Silva, além de parlamentares, empresários e representantes da DTA Engenharia, responsável pelo projeto.
“Com o decreto, reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e a modernização da logística no Estado. Ao declarar de utilidade pública as obras necessárias à implantação do Porto Meridional, estamos garantindo segurança jurídica e celeridade a um investimento que trará impactos positivos duradouros para o Rio Grande do Sul, respeitando plenamente a legislação e o cuidado ambiental”, afirmou Leite.
Com o DUP, o poder público poderá realizar as desapropriações necessárias para a instalação do porto, além de garantir a regularização fundiária, facilitando e agilizando os próximos processos legais para a viabilidade do negócio. Atualmente, o projeto aguarda pela liberação das licenças ambientais para seguir com as audiências públicas com a população.
De acordo com a DTA Engenharia, o projeto do Porto de Arroio do Sal contempla dez berços para atracação de grandes navios, sendo oito para contêineres, granéis sólidos, líquidos e gás e dois para transatlânticos. Além do escoamento de produtos e da movimentação de cargas no porto, a expectativa é de que ele sirva como impulsionador do mercado turístico do Rio Grande do Sul após a sua finalização nos próximos anos.
O início das obras está previsto para o primeiro quadrimestre de 2026, com a execução do quebra-mar, permitindo que o porto seja abrigado. Os molhes serão de pedras com blocos artificiais, com tecnologia holandesa. Após, será feita uma dragagem com profundidade de 17 metros e o material dragado será utilizado para fazer o aterro hidráulico da retroárea.
Por ser na costa do oceano, a principal forma de chegada no Porto Meridional deverá ser através do modal rodoviário. Entretanto, a empresa buscará alternativas para facilitar a movimentação de cargas até e a partir do terminal.
O porto terá capacidade para movimentar até 53 milhões de toneladas por ano. A construção está orçada em R$ 6,5 bilhões, dos quais R$ 1,5 bilhão correspondem à infraestrutura geral e R$ 5 bilhões à instalação dos berços e terminais. O empreendimento promete gerar mais de 2 mil empregos diretos e quase 5 mil indiretos, movimentando a economia regional e ampliando a competitividade logística do Estado
Na semana passada, o prefeito de Arroio do Sal, Luciano Pinto, também esteve em Brasília para tratar sobre o empreendimento. Segundo ele, a cidade tem recebido apoio do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. “O Porto Meridional será um divisor de águas para nossa economia, com potencial para atrair novos investimentos e fortalecer a infraestrutura logística da nossa região. Esse é um passo histórico que estamos dando com responsabilidade, união política e visão estratégica para o futuro”, destacou.
Conforme a Prefeitura de Arroio do Sal, atualmente, o projeto do Porto Meridional está em fase de aprovação de licenças ambientais junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). A previsão é de que as obras de instalação tenham início no próximo ano, no Jardim Olívia Norte.
Obras visam ampliar a capacidade logística, aumentar a competitividade e fortalecer a economia do Sul do Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Itajaí (SC) nesta quinta-feira (29), para anunciar um pacote de investimentos que promete transformar o Porto de Itajaí em um dos mais modernos do país. Serão destinados R$ 844 milhões para obras de infraestrutura, tecnologia e segurança, com foco na ampliação da capacidade operacional e na retomada do crescimento econômico da região.
Desde janeiro de 2025, o Porto de Itajaí voltou à gestão federal, e, com esse novo ciclo, o Governo Federal quer impulsionar a competitividade logística no estado de Santa Catarina. A cerimônia de anúncio contou com a presença do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, além de outras autoridades e lideranças locais.
Investimentos estratégicos para o desenvolvimento logístico
O conjunto de obras inclui ações estruturantes como a dragagem do canal do Rio Itajaí-Açu, melhorias nos molhes, expansão da área de manobras, instalação de sistemas inteligentes e a construção de um píer exclusivo para navios de cruzeiro. A expectativa é que essas intervenções aumentem significativamente a capacidade de movimentação de cargas, gerem empregos e atraiam novos investimentos para o porto e para a região.
Confira os principais projetos previstos:
Dragagem do canal do Rio Itajaí-Açu (16 metros de profundidade) – R$ 90 milhões
Retirada do casco do navio Pallas – R$ 23 milhões
Readequação do molhe de Navegantes – R$ 64 milhões
Obras na bacia de evolução – R$ 68 milhões
Adensamento da área do RAC – R$ 45 milhões
Modernização da rede elétrica e da iluminação – R$ 20 milhões
Contenção da margem do canal – R$ 67 milhões
Instalação de novo scanner de raio-X – R$ 12 milhões
Construção de píer para navios de cruzeiro – R$ 300 milhões
Sistema de tráfego marítimo (VTMIS) – R$ 65 milhões
Implantação do SmartPorto (IA e segurança) – R$ 30 milhões
Monitoramento rodoviário e agendamento de cargas – R$ 30 milhões
Modernização dos gates com integração à Receita Federal – R$ 30 milhões
Histórico de compromissos com Itajaí
A visita de Lula a Itajaí marca mais um capítulo no histórico de investimentos federais no porto. Durante seus mandatos anteriores, o presidente já havia apoiado a reestruturação dos molhes em 2006 e a recuperação das operações portuárias após as enchentes de 2008. Desde a retomada da gestão federal, o Porto de Itajaí já arrecadou mais de R$ 64,4 milhões, incluindo R$ 1,3 milhão em ISS.
Esses investimentos fazem parte de uma estratégia mais ampla de modernização da infraestrutura portuária brasileira, com foco na eficiência, na sustentabilidade e na geração de oportunidades para os trabalhadores e empreendedores locais.