­
Internacional Archives - Página 4 de 33 - Reconecta News Botão Flutuante com Formulário
Personalizar preferências de consentimento

Usamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para permitir as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são necessários para habilitar os recursos básicos deste site, como fornecer login seguro ou ajustar suas preferências de consentimento. Esses cookies não armazenam nenhum dado de identificação pessoal.

Nenhum cookie para exibir.

Os cookies funcionais ajudam a executar determinadas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedback e outros recursos de terceiros.

Nenhum cookie para exibir.

Cookies analíticos são usados ​​para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas como número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego etc.

Nenhum cookie para exibir.

Os cookies de desempenho são usados ​​para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência de usuário aos visitantes.

Nenhum cookie para exibir.

Os cookies de publicidade são usados ​​para fornecer aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que você visitou anteriormente e para analisar a eficácia das campanhas publicitárias.

Nenhum cookie para exibir.

Comércio Exterior, Internacional, Negócios

Índia e Reino Unido finalizam acordo de livre comércio

Acordo reduz tarifas sobre produtos como peças de fabricação avançada e produtos alimentícios, e concorda com cotas de ambos os lados para importações de automóveis

O Reino Unido e a Índia firmaram um pacto de livre comércio nesta terça-feira (6), depois que a turbulência tarifária desencadeada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, forçou os dois lados a acelerar os esforços para aumentar seu comércio de uísque, carros e alimentos.

O acordo, entre a quinta e a sexta maiores economias do mundo, foi concluído após três anos de negociações intermitentes e visa aumentar o comércio bilateral em mais 25,5 bilhões de libras (US$ 34 bilhões) até 2040, com acesso liberal ao mercado e restrições comerciais mais brandas.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que o acordo comercial era “ambicioso e mutuamente benéfico”. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o acordo fortaleceria alianças e reduziria barreiras comerciais nesta “nova era para o comércio”.

O acordo reduz tarifas sobre produtos como peças de fabricação avançada e produtos alimentícios, e concorda com cotas de ambos os lados para importações de automóveis.

Isso permitirá que mais empresas britânicas concorram por contratos na Índia e permitirá que trabalhadores indianos viajem para o Reino Unido para trabalhar, sem alterar o sistema de imigração baseado em pontos do país.

Ambos os países também buscam acordos bilaterais com os Estados Unidos para remover algumas das tarifas de Trump que perturbaram o sistema de comércio global, e a turbulência resultante aumentou o foco em Londres e Nova Déli na necessidade de fechar um acordo comercial entre o Reino Unido e a Índia.

O pacto marca a abertura dos mercados há muito tempo guardados pela Índia, incluindo o de automóveis, dando um exemplo precoce da provável abordagem da nação sul-asiática ao lidar com grandes potências ocidentais, como os EUA e a União Europeia.

Também marca o acordo comercial mais significativo do Reino Unido desde que ela deixou a União Europeia em 2020.

Histórico das negociações 

As negociações sobre um acordo de livre comércio entre a Índia e o Reino Unido foram iniciadas inicialmente em janeiro de 2022 e se tornaram um símbolo das esperanças do Reino Unido em sua política comercial independente após o Brexit.

Mas as negociações foram interrompidas, com o Reino Unido tendo quatro primeiros-ministros diferentes desde a data de lançamento e eleições em ambos os países no ano passado.

O Partido Trabalhista britânico, eleito em julho passado, agiu rapidamente para concluir um acordo após reiniciar as negociações em fevereiro, com conversas de última hora entre os ministros do comércio dos países em Londres na semana passada sendo suficientes para fechar um acordo.

As tarifas sobre uísque serão reduzidas pela metade, de 150% para 75%, antes de caírem para 40% no décimo ano do acordo.

O acordo também abrange regulamentações de regras de origem, dando aos fabricantes acesso a tarifas mais baixas, mesmo que usem insumos de outros lugares.

E inclui disposições sobre o setor de serviços e compras, permitindo que empresas britânicas concorram a mais contratos na Índia. Em relação aos vistos, há disposições sobre mobilidade empresarial para facilitar as viagens de profissionais a trabalho.

As negociações sobre um tratado bilateral de investimentos não foram concluídas juntamente com o acordo de livre comércio, embora um tratado sobre contribuições previdenciárias tenha sido firmado.

Fonte: CNN Brasil

Ler Mais
Internacional, Negócios

Mesmo com tarifaço, acordo com UE precisará de muito ‘convencimento’

Mesmo com a guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos criando um ambiente mais favorável para a ratificação do acordo com o Mercosul, os próximos meses exigirão um amplo trabalho de convencimento para que a União Europeia aprove as mudanças. Para autoridades brasileiras envolvidas nas articulações, esse será um período marcado pela possibilidade de que chefes de Estado de França, Polônia e Itália tentem bloquear as mudanças. Essas autoridades também esperam para o verão europeu uma grande campanha contra o acordo, além de resistências de última hora no Parlamento da União Europeia. Mas a expectativa é de sanção até o fim do ano.

Espera-se também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre mais uma vez em campo para assegurar a conclusão desse processo. Não existe, no entanto, um cronograma obrigatório.

“O [presidente americano Donald] Trump está ajudando, não resta muita alternativa para a União Europeia a não ser reforçar os acordos [existentes ou em negociação]”,diz Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria,Comércio e Serviços (Mdic).

Junto com outras autoridades que participam ou acompanham as negociações e representantes empresariais, Viana passou parte de abril em missão oficial por Portugal, Polônia e Bélgica, cuja capital, Bruxelas, é também a capital da União Europeia.

Em negociação desde 1999, o acordo foi anunciado pelos chefes de Estado do Mercosul e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no fim de 2024. Se confirmadas, as novas regras criarão uma área de livre comércio para 700 milhões de pessoas, com Produto Interno Bruto (PIB) combinado de US$ 22 trilhões.

Desde a escalada tarifária promovida por Trump, o tema ganhou mais importância. Em grande parte como consequência das políticas adotadas pelo presidente americano, a Organização Mundial do Comércio (OMC) revisou para baixo em abril a sua projeção para o fluxo comercial global deste ano, de crescimento de 2,7% para queda de 0,2%. Autoridades do Mercosul e da União Europeia também voltaram a destacar publicamente os benefícios do acordo.

Ainda serão necessárias outras etapas para que o acordo entre em vigor. Atualmente, o texto está em fase de tradução para as 23 línguas da União Europeia,além de versões específicas em português e espanhol para o Mercosul.

Na sequência, precisará ser aprovado por 65% do Conselho Europeu, órgão que reúne os chefes de Estado, sendo que esses 65% precisam representar 55% da população da União Europeia. Nessa etapa, o cálculo é considerado “complexo” e dinâmico”, por isso não há um número mágico a ser alcançado. Negociadores brasileiros usam até um aplicativo de celular para calcular diariamente os votos. Um acerto entre França, Polônia e Itália, por exemplo, seria suficiente para barrar as mudanças. França e Polônia já se manifestaram diversas vezes de maneira pública e enfática contra o acordo. A Itália vem adotando posições consideradas ambíguas.

Conseguir a neutralidade de alguns países, como a Bélgica, já é considerada uma vitória por negociadores brasileiros.
Posteriormente, será necessária a aprovação por maioria simples no Parlamento Europeu, o órgão legislativo do bloco, levando em conta apenas os deputados que comparecerem à sessão. É para esta etapa que são esperadas dificuldades ainda maiores, já que os deputados são considerados mais expostos a pressões do que os chefes de Estado.

“Teremos que trabalhar muito a opinião pública”, diz o chefe de Assuntos Estratégicos da Apex Brasil na Europa e ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.

Para as autoridades, a participação de Lula nas etapas decisivas será essencial. Viana, da ApexBrasil, é um dos que defendem essa tese, afirmando que a “retomadada diplomacia presidencial” por Lula desde 2023 vem fazendo a diferença positivamente para o Brasil no cenário internacional.

“O empenho do presidente será decisivo para essa virada”, diz ele, que é aliado de Lula e que foi governador do Acre por dois mandatos e senador por um mandato, sempre pelo PT.

Um fator que também poderá enfraquecer em alguma medida o discurso contrário europeu será a formalização, em maio, do reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal do Brasil como um país livre de febre aftosa sem vacinação.

O embaixador do Brasil junto à União Europeia, Pedro Miguel da Costa e Silva, projeta que o acordo será “aprovado de forma discreta”. “Ninguém quer o desgaste”,diz.

Ele se diz otimista, mas destaca que a tendência é que até o fim do verão europeu “todos os inimigos” das mudanças, como o setor agropecuário da Europa e organizações não governamentais, realizem um “ataque permanente” que exigirá como resposta “um trabalho desgastante” brasileiro. “Vai ser com muita emoção”, diz.

No Brasil, a aprovação não deverá enfrentar maiores obstáculos. As mudanças começarão a entrar em vigor para a economia brasileira a partir do momento qu eforem aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas, e por Conselho e Parlamento europeus, sem necessidade de ratificação pelos demais membros do Mercosul.

“Esse conflito global acaba abrindo oportunidades e janelas de negociações que se tornam imperativas para a autodefesa dos países prejudicados”, diz o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. “Ou a gente faz, ou a gente faz.” A tendência é que o texto seja debatido pelas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Constituição, Justiça e Cidadania e Assuntos Econômicos, além de passar pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado.

O repórter viajou a convite da ApexBrasil

Fonte: Valor Econômico

Ler Mais
Importação, Internacional, Tributação

Para Haddad, não faz muito sentido EUA aumentarem tarifas de importação sobre América do Sul

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que “não faz muito sentido” os Estados Unidos aumentarem as tarifas de importação sobre produtos da América do Sul, já que o continente tem uma balança comercial deficitária com a economia americana. As declarações foram dadas depois de sua primeira reunião com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.

Haddad e Bessent se reuniram no domingo, em Los Angeles, para onde o ministro da Fazenda viajou a fim de visitar empresas de tecnologia e divulgar o Plano de Transformação Ecológica. Ambos os participantes classificaram o encontro como positivo, e, de acordo com Haddad, as conversas deram início a negociações para que sejam alcançados “os termos de um entendimento” a respeito das questões comerciais.

“Não faz muito sentido manter uma tarifação sobre não apenas o Brasil, mas sobre a região como um todo”, disse o ministro da Fazenda na noite de domingo, no horário de Brasília, a jornalistas após a reunião. “O mais importante neste momento é dizer que nós estamos em uma mesa, negociando os termos de um entendimento. Mas acredito que a postura do secretário foi bastante frutífera e demonstrou uma abertura para o diálogo bastante importante.”

Confira a seguir um histórico das exportações brasileiras para os Estados Unidos a partir de janeiro de 2022. OS dados são do DataLiner:

Exportações Brasileiras para os Estados Unidos | Jan 2022 – Mar 2025 | TEUs 

De acordo com o ministro, a conversa também abordou os outros assuntos “mais importantes”, como as “vantagens comparativas que o Brasil tem de atração de investimentos na área de energia verde, de minerais críticos e assim por diante, passando pelas relações bilaterais”.

Já Bessent usou sua conta no X para afirmar que teve uma “boa primeira conversa pessoalmente” com Haddad.

“Foi bom ouvir a avaliação dele sobre os laços econômicos entre Estados Unidos e Brasil, e enfatizei a importância da nossa relação bilateral no Ocidente”, escreveu.

Fonte: Valor 

Ler Mais
Evento, Internacional

FIESC encerra missão aos Estados Unidos

Ao longo da semana, o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, e o diretor de inovação e competitividade da Federação, José Eduardo Fiates, participaram da maior feira de móveis do mundo, de reunião com investidores e com o cônsul-geral do Brasil em Miami

A Federação das Indústrias (FIESC) encerrou neste final de semana missão aos Estados Unidos. O presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, e o diretor de inovação e competitividade da instituição, José Eduardo Fiates, participaram da High Point Market — a maior feira de móveis do mundo, realizada na cidade de High Point, na Carolina do Norte. Também reuniram-se com o cônsul-geral do Brasil em Miami, André Odenbreit Carvalho, e com investidores norte-americanos.

“Identificamos um segmento importante de móveis que produzimos em Santa Catarina e que podemos incrementar as vendas para os Estados Unidos”, disse Aguiar, observando que há uma forte concorrência com países como o Vietnã e outros asiáticos. “Apesar da competição acirrada, temos toda a condição de alçar voos mais ousados e crescer nossa participação neste mercado, sempre focando em design e agregação de valor”, completou.

A Rotta Indústria de Móveis, de Caçador, foi uma das empresas brasileiras que expôs na feira — que teve a participação de cerca de 75 mil visitantes de 100 países. Aguiar destaca que Santa Catarina tem uma indústria de móveis e madeira formada por 6 mil indústrias — e as exportações do segmento no ano passado totalizaram US$ 1,6 bilhões de dólares.

Aguiar e Fiates também conheceram as universidades de High Point e da Carolina do Norte e reuniram-se com investidores norte-americanos, que chamaram a atenção para a necessidade de integração entre o Brasil e os países da América Latina com os Estados Unidos para formar um grande mercado — forte e competitivo. “Mas para isso, o Brasil precisa ter um ambiente de negócios melhor”, alertou Aguiar, salientando que os investidores relataram que a infraestrutura de transportes brasileira é um grande desafio. “Nas nossas missões, sempre ouvimos que o ambiente de negócios desafiador e a falta de infraestrutura adequada são obstáculos para quem investe e faz negócios com o Brasil”, afirma Aguiar.

Ainda durante a missão, eles reuniram-se com o cônsul-geral do Brasil em Miami, André Odenbreit Carvalho, e com o cônsul-adjunto, José Renato, e discutiram iniciativas ligadas à inovação e internacionalização. 

Fonte: FIESC

Ler Mais
Comércio, Internacional

Acordo Mercosul-UE enfrenta batalha difícil apesar da guerra tarifária

Diplomatas brasileiros dizem que as ações comerciais de Trump facilitam o caminho, mas convencer França, Polônia e Itália pode exigir o envolvimento pessoal de Lula.

Apesar das tensões comerciais globais desencadeadas pelos Estados Unidos criarem um ambiente mais favorável à ratificação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, os próximos meses exigirão intensos esforços diplomáticos para que ele avance. Autoridades brasileiras envolvidas nas negociações esperam um período desafiador, marcado por possíveis tentativas de França, Polônia e Itália de bloquear o acordo. Uma campanha coordenada contra o tratado também é esperada neste verão europeu, além de uma possível resistência de última hora no Parlamento Europeu. Ainda assim, o objetivo é conseguir a aprovação final até o fim do ano.

Espera-se que o presidente Lula intervenha mais uma vez para ajudar a conduzir o processo até sua conclusão. Não há um cronograma fixo para a ratificação, mas autoridades brasileiras acreditam que o envolvimento direto de Lula será crucial.

“O presidente [Donald] Trump está, na verdade, ajudando, porque a Europa não tem muitas alternativas além de fortalecer acordos já existentes ou pendentes”, disse Jorge Viana, presidente da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Viana participou recentemente de uma missão diplomática por Portugal, Polônia e Bélgica. A última parada, Bruxelas, é também o coração político da União Europeia.

Negociado desde 1999, o acordo foi anunciado no fim de 2024 pelos chefes de Estado do Mercosul e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Quando implementado, o tratado criará uma área de livre comércio abrangendo 700 milhões de pessoas, com PIB conjunto de US$ 22 trilhões.

Diante da crescente onda de protecionismo alimentada pela escalada tarifária de Trump, o acordo ganhou urgência. Em abril, citando os impactos da política comercial dos EUA, a Organização Mundial do Comércio (OMC) reduziu sua previsão para o comércio global em 2025: de crescimento de 2,7% para retração de 0,2%. Desde então, autoridades da UE e do Mercosul intensificaram a divulgação da importância estratégica e econômica do acordo.

Mas ainda há etapas antes de sua entrada em vigor. O texto está sendo traduzido para os 23 idiomas oficiais da UE, além de versões específicas em português e espanhol para os países do Mercosul.

A próxima fase envolve a aprovação por 65% do Conselho Europeu (chefes de Estado), representando pelo menos 55% da população da UE. Os cálculos são considerados “complexos” e “dinâmicos” — negociadores brasileiros usam até um aplicativo de celular para acompanhar as mudanças diárias nos votos. Um alinhamento entre França, Polônia e Itália seria suficiente para barrar o acordo. França e Polônia já expressaram oposição pública; a posição da Itália é vista como ambígua.

Garantir a neutralidade de países como a Bélgica já é visto como vitória diplomática pelos brasileiros.

A última etapa será uma votação por maioria simples no Parlamento Europeu, com base no número de parlamentares presentes. Essa fase é considerada a mais difícil, pois os parlamentares são mais suscetíveis a pressões de lobbies do que os chefes de Estado.

“Vamos precisar de um grande esforço para conquistar a opinião pública”, afirmou Aloysio Nunes, ex-chanceler e atual chefe de assuntos estratégicos da ApexBrasil na Europa.

Segundo autoridades brasileiras, o envolvimento pessoal de Lula será fundamental nas etapas finais. Jorge Viana é um dos que defendem que a “revitalização da diplomacia presidencial” desde o retorno de Lula em 2023 fortaleceu a posição global do Brasil.

“O engajamento do presidente será decisivo para virar o jogo”, disse Viana, aliado de Lula e ex-governador do Acre e senador pelo PT.

Um possível impulso para o Brasil veio em maio, com o reconhecimento formal esperado da Organização Mundial de Saúde Animal de que o país está livre de febre aftosa sem vacinação — uma antiga preocupação de setores agrícolas europeus.

O embaixador brasileiro na UE, Pedro Miguel da Costa e Silva, prevê que o acordo será “aprovado discretamente”. “Ninguém quer lidar com o custo político disso”, afirmou.

Apesar do otimismo, Costa e Silva alertou que, até o fim do verão europeu, “todos os opositores” do acordo — especialmente o lobby agrícola europeu e ONGs — estarão promovendo uma “campanha implacável”, exigindo uma resposta “exaustiva” do Brasil. “Vai ser intenso”, disse.

No Brasil, a aprovação deve ocorrer com menos obstáculos. Após passar pelo Congresso Nacional e ser sancionado, o tratado entra em vigor para a economia brasileira, sem depender da ratificação pelos demais países do Mercosul.

“Esse conflito global acaba criando oportunidades e janelas de negociação que se tornam vitais para países que buscam se proteger”, afirmou o senador Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. “Não é uma questão de ‘se’, e sim de ‘quando’ — precisamos aprovar isso.”

O acordo deverá passar pelas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Constituição e Justiça e Assuntos Econômicos, antes de ir ao plenário da Câmara dos Deputados e do Senado.

Fonte: Valor International

Ler Mais
Comércio, Internacional, Negócios

Líder da indústria brasileira alerta para uma guerra comercial “perde-perde” com os EUA

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defende cotas de importação e critica políticas populistas trabalhistas e tributárias em meio às tensões entre EUA e China.

Em meio à guerra tarifária iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, uma delegação empresarial brasileira deve desembarcar em solo americano nesta quarta-feira. Segundo Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a missão é ajudar a preservar a relação complementar entre os setores industriais dos dois países. Na visão dele, “não há ganha-ganha — só perde-perde”.

Alban defende um sistema de cotas como forma de proteger a indústria brasileira de um possível aumento nas importações de produtos que os EUA deixem de comprar de outros países. Ele afirmou que já discutiu a proposta com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. “Está no radar”, disse.

A entrevista foi realizada na véspera do 1º de maio, quando um dos principais apelos dos movimentos trabalhistas era o fim da jornada 6×1 (seis dias de trabalho por um de descanso) — proposta que Alban classifica como “populista”. Para ele, a baixa produtividade brasileira não permite esse tipo de medida.

Sobre o projeto de reforma do Imposto de Renda enviado recentemente ao Congresso, ele se posiciona contra o que considera uma forma de bitributação: um imposto mínimo sobre pessoas físicas de alta renda que já são tributadas na esfera corporativa e agora seriam taxadas também como indivíduos. Alban também demonstrou preocupação com a complexa transição para um novo regime de impostos sobre o consumo.

A seguir, os principais trechos da entrevista ao jornal Valor Econômico:

Valor: O senhor viaja aos EUA na próxima semana?

Ricardo Alban: Sim, vamos na quarta-feira com cerca de dez empresas brasileiras que já têm relações com empresas americanas. Estaremos acompanhados da Amcham, de representantes do governo e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Vamos nos reunir com interlocutores do governo americano.

Valor: Qual o objetivo da viagem?

Alban: Identificar pontos críticos e construir mais alinhamento. Algumas questões envolvem segmentos inteiros das cadeias produtivas, outras são específicas de produtos. Estamos lidando com os debates sobre aço e alumínio, atingidos não só pela tarifa de 10% imposta por Trump, mas também por sobretaxas. Mais importante ainda, temos segmentos integrados — áreas de verdadeira complementaridade entre os dois países. O Brasil exporta produtos semielaborados para os EUA, e eles nos vendem produtos quase finalizados ou finais, como equipamentos. Isso não é ganha-ganha; é perde-perde. Vai apenas aumentar os custos dos dois lados. O Brasil não impõe tarifas tão altas sobre produtos americanos porque há exceções, compensações e mecanismos de equilíbrio.

Valor: Como o senhor avalia as medidas tarifárias de Trump até agora?

Alban: O Brasil precisa aproveitar esse momento com inteligência. Não podemos simplesmente ignorar a China, nem virar as costas para os EUA. Os EUA são parceiros industriais fundamentais, enquanto a China é uma parceira relevante em commodities. Precisamos de equilíbrio.

Valor: A China pesa mais que os EUA hoje?

Alban: Não necessariamente, mas a China domina em escala global. E não dá mais para desprezar a tecnologia chinesa. A época de dizer que “máquinas chinesas são baratas, mas ruins” acabou. A China hoje compete em setores de alta tecnologia, como satélites e data centers. Essa é a nova realidade — e mudou o jogo.

Valor: O setor industrial teme o redirecionamento de produtos chineses para o Brasil. É por isso que a CNI defende cotas de importação?

Alban: É uma questão que precisa ser discutida. Vejo as cotas — como o próprio Trump já usou no caso do aço — como uma forma de lidar com o fluxo crescente de aço chinês no Brasil. Com essa disputa entre EUA e China e o esfriamento do comércio global, é inevitável o aumento de produtos chineses no Brasil. Os dados já mostram isso.

Valor: De que forma?

Alban: No primeiro trimestre deste ano — antes mesmo da situação se agravar, o que começou em março — as exportações de manufaturados da China para o Brasil aumentaram mais de 30%. Isso considerando o total. Imagine o que pode acontecer se a guerra comercial se intensificar. Então, por que não estabelecer uma referência com base nos níveis de 2024 e criar um modelo de cotas ou faixas tarifárias que tragam previsibilidade às cadeias produtivas?

Valor: Mas não há conflitos internos nas cadeias? Alguns setores se beneficiam com insumos mais baratos…

Alban: A indústria tem conflitos internos legítimos e naturais. No agronegócio, por exemplo, soja não compete com milho, nem o milho com o trigo — eles se complementam. Já na indústria, aço e máquinas competem — um é insumo do outro. Políticas de preços petroquímicos competem com a indústria de plásticos. Esses conflitos existem e precisam ser debatidos com transparência e base técnica — e não com foco apenas em produtos isolados.

Valor: O Brasil deveria adotar cotas especificamente para produtos chineses?

Alban: Não especificamente. Não devemos apontar um país só. O que precisamos é aplicar o conceito de cotas dentro de uma política tarifária mais ampla. As duas devem se complementar — para evitar protecionismo excessivo, mas também impedir o enfraquecimento da base industrial.

Valor: Então, as medidas dos EUA são justificáveis?

Alban: A Europa provavelmente terá que fazer o mesmo para se reindustrializar ou modernizar. O que são as medidas dos EUA senão formas de proteger sua indústria? Estão realmente errados? Essa é a pergunta.

Valor: Como o governo brasileiro está tratando a questão das cotas?

Alban: Estamos conversando tanto setor a setor quanto diretamente com o governo. A própria embaixada americana afirmou que o Brasil está tendo um diálogo muito construtivo. O vice-presidente Alckmin parece ter sido o primeiro a iniciar essa conversa. Mas também há uma dimensão geopolítica. Haverá solução de curto prazo? Difícil dizer — a cada dia surge algo novo. Um dia é um anúncio de programa, no outro é uma declaração do presidente dos EUA sobre acordo com a Índia… Isso vai acalmar ou piorar?

Valor: Os EUA alegam que há aço chinês sendo vendido indiretamente via Brasil — uma triangulação. Isso faz sentido?

Alban: É preciso analisar os dados. Também importamos aço para nossa indústria de máquinas. Como eu disse, aço e máquinas têm políticas concorrentes. O mesmo vale para plástico e resinas. Então, não se pode assumir que o aço importado é apenas para reexportação. Temos uma indústria avançada de máquinas agrícolas. O aço vem dos EUA, do México, da China. Esse debate é antigo na relação com os EUA — aço, alumínio. Já passamos por isso no governo Trump, e foi resolvido com cotas. É o que se pede de novo agora.

Valor: Isso não causaria problemas com a OMC? O Brasil costuma respeitar a instituição.

Alban: Os EUA não parecem muito preocupados com a OMC. Sinceramente, precisamos ter um referencial, e não concordo em ignorar a OMC, pois é importante ter um mediador. Mas o mundo está, em muitos aspectos, ignorando a OMC. Isso não significa que o Brasil deva fazer o mesmo — mas ela não dará soluções de curto ou médio prazo. Esse é o ponto.

Valor: O que acha da lei de reciprocidade aprovada pelo Congresso?

Alban: Gostaria que o Congresso tivesse a mesma unidade em outros temas importantes para o país. Precisamos de convergência em torno do que é bom para o Brasil — e não apenas de medidas que nos dividem. A reciprocidade não pode ser nossa única ferramenta.

Valor: Como o 6×1, por exemplo?

Alban: Exatamente.

Valor: O presidente Lula está sob pressão para se posicionar sobre isso…

Alban: Porque é uma pauta populista. E, no momento, tanto o governo quanto a oposição estão apelando ao populismo — isso é claro. Mas qual é a lógica? Tenho plena convicção de que o capital não funciona sem o trabalho. Isso não é demagogia — é fato. Claro que hoje o trabalho tem peso menor comparado ao capital, por causa da automação. Mas o que falta no Brasil hoje? Nos rankings de competitividade, ficamos em último lugar. Produtividade não se melhora da noite para o dia. E temos baixa produtividade. Enquanto isso, fala-se em pleno emprego…

Valor: Os dados oficiais mostram isso…

Alban: Não concordo. Ver o copo meio cheio é dizer que temos pleno emprego. Mas é preciso ver quem realmente está procurando trabalho. Muitos já desistiram. Sim, o emprego aumentou — é fato. Mas temos uma narrativa de pleno emprego combinada com baixa produtividade e falta real de mão de obra qualificada.

Valor: Então o problema é a qualificação?

Alban: É um problema relativamente simples. Não temos nem pedreiro suficiente para obra. Num cenário desses, como se fala em reduzir jornada? Onde vamos encontrar mão de obra para repor? Como vamos melhorar a competitividade com aumento de custo? Isso tudo está sendo discutido com oportunismo. Precisamos de racionalidade.

Valor: A isenção de IR para quem ganha até R$5.000 também é populista?

Alban: Isso é populista, sim — mas é justo. Ainda assim, precisamos de uma abordagem racional para encontrar uma solução. Caso contrário, corremos o risco de judicialização e bitributação. A empresa já é tributada, e agora estamos impondo um imposto adicional à pessoa física. É uma forma de compensação fiscal sobre algo que a empresa já pagou.

Valor: E não houve mudança no Imposto de Renda das Empresas…

Alban: Exato. É apenas um aumento da carga tributária indireta. E tudo isso para atingir os chamados “super-ricos”. Mas sabe quem é realmente afetado? Pequenas empresas e profissionais autônomos.

Valor: Acho que é a primeira vez que venho à CNI e não ouço um apelo por reformas estruturais…

Alban: Vamos ver como será a experiência com essa reforma tributária nos próximos três ou quatro anos. Teremos que lidar com dois regimes tributários paralelos. Vamos precisar de muito esforço para entender todas as novas normas…

Valor: Mas, no longo prazo, a reforma não simplifica o sistema?

Alban: Simplifica — até certo ponto. Não é o ideal, mas pelo menos elimina o efeito cascata dos créditos. Isso é uma grande conquista para o setor industrial. Ainda nem sabemos qual será a alíquota final do IVA. Então, como vamos navegar por esse período de transição, especialmente com dois sistemas sobrepostos? Vai ser confuso.

Valor: O senhor tem alguma proposta concreta sobre o período de transição da reforma? Deveria ser estendido?

Alban: Não, acho que poderia até ser mais curto. Prolongar demais só vai gerar mais disputas.

Valor: Como os juros altos estão afetando a indústria?

Alban: Independentemente dos gastos públicos irracionais do governo, a política monetária está extremamente apertada. Nossos juros reais são absurdos. Não há nada parecido no mundo. Some-se a isso nosso sistema financeiro — com todos os calotes e inseguranças jurídicas, que também questiono — e se chega a um spread médio de 15% a 20%. Como se sustenta um setor produtivo com esse “Custo Brasil”?

Valor: O Banco Central está exagerando?

Alban: É claro que o Banco Central tem uma meta de inflação a cumprir. Mas o Brasil é uma nação. Precisamos de uma visão de médio e longo prazo. Juros altos são uma ferramenta legítima de controle da inflação — mas não nesse nível de juros reais. Não sou contra uma política monetária rígida, especialmente se houver uma política fiscal mais racional. Mas precisamos de racionalidade.

Valor: O que o senhor quer dizer com isso?

Alban: Política fiscal não é só responsabilidade do governo federal — vamos dar a César o que é de César. Os três Poderes não colaboram com a disciplina fiscal. Nenhum deles. Há gastos públicos irracionais em todos os Poderes.

Valor: Por exemplo? O novo arcabouço fiscal depende de medidas que ainda não foram implementadas — como aconteceu com o antigo teto de gastos.

Alban: Esses vínculos obrigatórios de gastos são um grande problema. O orçamento é engessado por causa das receitas carimbadas e da forma como o Congresso administra os recursos disponíveis. Mas sabemos que isso não começou com o atual governo, então não se trata de culpar um só. Temos decisões judiciais… A judicialização virou um problema sério no país.

Valor: Um tema em discussão é a racionalização dos gastos tributários. Como o setor privado pode contribuir? O senhor defende um corte linear ou uma revisão caso a caso?

Alban: Estamos falando de gastos tributários — ou de incentivos fiscais direcionados, necessários ao desenvolvimento de certos setores? Acho que tem um pouco dos dois. Mas aqui vai a questão: por que o lobby não é legalizado neste país? O que impede isso? Por que não temos discussões estruturadas, setor por setor? Talvez seja necessário aumentar incentivos em alguns setores e reduzir em outros. Mas esse tipo de decisão não deveria ser unilateral do Ministério da Fazenda ou da Receita Federal.

Valor: Já há uma proposta no Congresso prevendo corte linear. Qual a sua opinião?

Alban: Isso não é lavar as mãos como Pôncio Pilatos? É o caminho mais fácil — mas você acaba com as mesmas distorções. Acredito que precisamos de uma discussão mais profunda e aberta. A isenção do IR até R$ 5 mil já está definida. Mas alguém que ganha R$ 50 mil por mês não é “super-rico”. Não sei em que lugar do mundo isso é considerado super-riqueza. Se há legislação que dá vantagens injustas aos verdadeiramente ricos, corrija-se isso. Mas isso aqui não resolve nada. Só vai atingir a classe média. Na minha visão, a classe média molda a opinião pública — mas não é formada por super-ricos. Se quem ganha R$ 50 mil por mês fosse super-rico no Brasil, estaríamos com uma distribuição de renda maravilhosa.

Valor: A CNI tem uma posição sobre esse projeto de imposto de renda?

Alban: Temos participado ativamente do debate sobre tributação justa, especialmente sobre as big techs. Mas acho que a sociedade se beneficiaria mais se o foco fosse o combate ao comércio ilegal e ao crime organizado. Em 2023, identificamos comércio ilegal em 17 setores, somando R$ 500 bilhões. A perda potencial de arrecadação? Cerca de R$ 150 bilhões.

Valor: E quanto ao projeto sobre reincidência tributária?

Alban: Inicialmente apoiamos, mas ele travou na Câmara. Agora há duas novas propostas em discussão no Senado.

Fonte: Valor International




Ler Mais
Internacional, Negócios

Xi Jinping confirma visita à Rússia para o Dia da Vitória e reunião com Putin

Nos últimos anos, as relações entre a China e a Rússia têm se intensificado, especialmente no contexto das tensões geopolíticas globais. A visita do presidente chinês Xi Jinping à Rússia, a convite do presidente Vladimir Putin, destaca a importância dessa parceria estratégica. Durante a visita, além de participar de comemorações do Dia da Vitória, os líderes discutiram o desenvolvimento das relações bilaterais e questões internacionais e regionais.

Desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, em fevereiro de 2022, a China tem mantido uma posição que se autodenomina neutra. No entanto, Pequim tem apoiado algumas das alegações do Kremlin, além de fornecer componentes essenciais para a produção de armas russas. Essa dinâmica ressalta a complexidade das relações sino-russas em um cenário de sanções ocidentais.

Que efeitos a guerra na Ucrânia teve na economia russa?

O conflito com a Ucrânia teve um impacto significativo na economia russa, principalmente devido às sanções impostas por países ocidentais. Essas sanções limitaram o acesso da Rússia ao sistema comercial internacional, forçando Moscou a buscar alternativas para manter sua economia funcionando. Nesse contexto, a China emergiu como um parceiro crucial para a Rússia.

A dependência econômica da Rússia em relação à China aumentou consideravelmente. Moscou redirecionou grande parte de suas exportações de energia para o mercado chinês. Além disso, empresas chinesas têm sido fundamentais para a importação de componentes de alta tecnologia, essenciais para as indústrias militares russas.

De que maneira a China atua no cenário do conflito Rússia-Ucrânia?

A posição da China no conflito entre a Rússia e a Ucrânia é complexa. Embora Pequim declare neutralidade, suas ações indicam um apoio tácito a Moscou. A China tem criticado as sanções ocidentais e defendido a narrativa russa de que o Ocidente provocou a ação militar. Essa postura tem gerado críticas de várias nações, que veem a China como um facilitador indireto das ações russas.

Além disso, a cooperação econômica entre os dois países fortalece a capacidade da Rússia de resistir às sanções. A China, por sua vez, se beneficia do acesso a recursos energéticos russos a preços competitivos, além de fortalecer sua posição geopolítica em um cenário global cada vez mais polarizado.

A evolução das relações China-Rússia

O futuro das relações entre a China e a Rússia dependerá de vários fatores, incluindo a evolução do conflito na Ucrânia e a resposta da comunidade internacional. A parceria estratégica entre os dois países parece sólida, mas está sujeita a desafios internos e externos. A cooperação econômica e militar continuará a ser um pilar central dessa relação, enquanto ambos os países buscam fortalecer suas posições no cenário global.

Fonte: Terra Brasil Notícias

Ler Mais
Informação, Internacional, Notícias

China faz reabastecimento inédito de reator nuclear com tório

Elemento é 3 vezes mais abundante do que o urânio; resultado obtido em teste no Deserto de Gobi pode baratear o setor de energia

Cientistas chineses conseguiram pela 1ª vez na história reabastecer um reator nuclear com tório –elemento radioativo– sem precisar desligar o equipamento. O teste foi realizado em um reator localizado no Deserto de Gobi, no noroeste da China.

Segundo informações do jornal estatal chinês Guangming Daily, a unidade experimental pode gerar 2 megawatts de energia, utilizando sal fundido para transportar o combustível, tendo o tório como fonte de combustível.

A base para o experimento chinês foram pesquisas iniciadas nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970 que foram arquivadas e posteriormente ficaram disponíveis para consulta pública.

O resultado chinês pode revolucionar o setor energético, pois o tório é um elemento mais fácil de ser encontrado do que o urânio –elemento comumente utilizado nos reatores nucleares.

Segundo a Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica), o tório é 3 vezes mais abundante na natureza do que o urânio, mas historicamente tem pouca utilização na geração de energia devido a obstáculos técnicos que podem ter sido em parte superados pelos chineses.

Uma reportagem do jornal chinês South China Morning Post de fevereiro de 2025 diz que pesquisadores chineses encontraram reservas que podem chegar a 1 milhão de toneladas de tório na província da Mongólia Interior.

O reator de tório chinês é o único em operação no mundo. Com o resultado da pesquisa, o governo da China pode apostar na construção de novas unidades.

Fonte: Poder 360

Ler Mais
Comércio Exterior, Internacional, Negócios

China e México expõem iniciativas de Trump em busca de negociação de tarifas: veja o que pressiona o americano

Novos indicadores macroeconômicos e das empresas apontam impactos negativos da política comercial do republicano na economia dos EUA

Após a retração de 0,3% na economia dos EUA no primeiro trimestre, revelada na quarta-feira, colocar de vez no radar a possibilidade de o país entrar em recessão, surgiram sinais de novos recuos do presidente Donald Trump em seus movimentos para redesenhar a política americana de comércio exterior com a taxação de importações. Destacaram-se ontem informações de que os EUA tomaram a iniciativa de estreitar negociações de acordos comerciais com a China e o México.

Os recuos não foram oficiais, e os sinais tampouco partiram da Casa Branca ou das corriqueiras manifestações de Trump nas redes sociais.

As novidades sobre eventuais negociações com a o governo de Xi Jinping vieram da imprensa estatal chinesa. Segundo publicação do Yuyuantantian — uma conta do Weibo afiliada à Televisão Central da China (CCTV) que frequentemente sinaliza as visões de Pequim sobre comércio—, o governo dos EUA entrou recentemente em contato com Pequim por diversos canais. A publicação citou pessoas não identificadas com conhecimento do assunto, sem dar detalhes.

“A China não precisa conversar com os EUA até que estes tomem medidas significativas”, afirmou a publicação do Yuyuantantian. Do ponto de vista da negociação, os EUA são “claramente a parte mais ansiosa no momento”, acrescentou, citando a pressão doméstica enfrentada pelo governo Trump em várias frentes.

Desde o início do segundo governo Trump, em janeiro, a China tem sido alvo preferencial das sobretaxas no comércio exterior anunciadas pelo governo americano.

Ao mesmo tempo, tanto o presidente americano quanto seus assessores já declararam publicamente que estão abertos a negociar um acordo comercial com os chineses, mas que esperavam um primeiro movimento de Pequim, numa espécie de jogo de empurra.

À espera de xi Jinping

Trump afirmou repetidamente que o presidente Xi Jinping precisa contatá-lo para dar início às negociações sobre tarifas e, no início da semana, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que cabe a Pequim dar o primeiro passo para reduzir a tensão.

Anteontem, Trump disse, durante uma reunião de gabinete, estar “descontente” com a acentuada redução no comércio entre os dois países porque queria que “a China se saísse bem”, mas tratando os EUA de forma justa.

Outro sinal de recuo veio do México. A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, revelou numa postagem nas redes sociais que conversou ao telefone com Trump. Segundo ela, foi o americano quem telefonou.

A mandatária disse que a ligação foi “muito positiva”, embora sem definições. Ficou acordado que as equipes de ambos “continuarão trabalhando nos próximos dias em alternativas para melhorar nossa balança comercial”.

Na terça-feira, já havia ocorrido um recuo oficial. Trump assinou uma ordem executiva atenuando os efeitos das sobretaxas sobre a importação de automóveis, cedendo após semanas de intensa pressão de montadoras, fornecedores de autopeças e concessionárias, que alertaram que tarifas excessivas poderiam elevar os preços dos carros nos EUA, provocar o fechamento de fábricas e causar desemprego.

Mais sinais de fraqueza

Junto dos sinais de novos recuos, indicadores divulgados ontem reforçaram o cenário de fraqueza na atividade econômica dos EUA. O Departamento de Trabalho informou que os pedidos de seguro-desemprego nos EUA aumentaram durante a semana após a Páscoa.

Foram 18 mil pedidos a mais, chegando a 241 mil na semana encerrada em 26 de abril, acima do esperado, segundo pesquisa de projeções da agência Bloomberg, que apontava para 223 mil solicitações.

O total de pedidos semanais é o maior desde fevereiro, mas economistas ponderaram que altas do tipo são esperadas nessa época do ano, por causa do recesso de primavera (no Hemisfério Norte) nas escolas públicas de Nova York, já que parte dos trabalhadores da educação do estado tem direito ao seguro no período de pausa, inflacionando a estatística nacional.

Outro indicador de fraqueza na economia veio da indústria. O índice do setor industrial do Instituto de Gestão de Suprimentos (ISM, na sigla em inglês) caiu 0,3 ponto, chegando a 48,7. O subíndice de produção da entidade recuou mais de 4 pontos, para 44. Leituras abaixo de 50 indicam contração.

A perspectiva de contração foi corroborada por dados empresariais. A fabricante de carros General Motors anunciou ontem uma redução na sua previsão de lucro para 2025, em parte por causa do tarifaço de Trump.

A montadora agora espera que o lucro antes de juros e impostos fique entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões este ano, abaixo da previsão inicial feita em janeiro, que chegava a US$ 15,7 bilhões.

As metas financeiras da gigante do comércio eletrônico Amazon para o segundo trimestre, anunciadas ontem com o balanço contábil do primeiro trimestre, vieram abaixo do esperado por analistas de mercado, segundo a agência Bloomberg. A varejista anunciou que espera lucro operacional entre US$ 13 bilhões e US$ 17,5 bilhões para este trimestre, enquanto as projeções estavam em US$ 17,8 bilhões.

Já as vendas em mesmas lojas da rede de fast food McDonald’s nos EUA caíram 3,6% no primeiro trimestre, ante igual período de 2024, segundo dados divulgados ontem.

Bolsas sobem

Por outro lado, resultados vistos como positivos anunciados pela Meta, gigante das redes sociais dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, e pela Microsoft — que foram anunciados na noite de anteontem, após o fechamento das bolsas de valores — impulsionaram os índices de ações ontem nos EUA, onde não foi feriado, pois o Dia do Trabalhador é comemorado em setembro.

O índice Dow Jones encerrou em alta de 0,21% ontem, aos 40.752 pontos; o S&P 500 subiu 0,63%, aos 5.604 enquanto o Nasdaq, que concentra papéis de tecnologia, avançou 1,52%, aos 17.710 pontos.

Fonte: O Globo

Ler Mais
Comércio, Comércio Exterior, Internacional

China mostra chegada de soja brasileira e diz que não precisa dos EUA

O influente perfil de mídia social Yuyuan Tan Tian, da rede oficial CCTV, publicou nesta segunda-feira (28) um vídeo mostrando diversos navios descarregando soja no porto de Ningbo-Zhoushan, próximo a Hangzhou e Xangai, na China.

“Depois que a China reduziu as compras dos Estados Unidos, navios com soja brasileira apareceram um atrás o outro”, afirmou o canal da plataforma Weibo.

Neste mês de abril, 40 usaram o terminal, um aumento de 48% em relação aos 27 do mesmo mês, no ano passado. Estão sendo desembarcadas 700 mil toneladas de soja brasileira no mês, contra 530 mil em abril de 2024, um aumento de 32%.

Pouco antes, foi aberto o terminal da “trader” chinesa Cofco, o maior no porto de Santos, voltado em grande parte para soja.

Poucas horas depois de sair o vídeo, Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal órgão de planejamento econômico no país, afirmou em entrevista coletiva que a China pode prescindir dos produtos agrícolas dos EUA, por dispor de outras fontes de suprimento e da produção interna.

“Não haverá muito impacto no fornecimento de grãos de nosso país mesmo que não compremos grãos e oleaginosas dos Estados Unidos”, disse Zhao. O mesmo valeria para minérios e gás.

As cenas de Ningbo-Zhoushan, um dos principais portos para soja na China, contrastam com imagens dos portos de Seattle e Los Angeles, veiculadas em mídia social americana nos dias anteriores.

Ambos são situados na costa oeste dos EUA e já apresentam queda no fluxo de carga, segundo veículos jornalísticos locais, depois que as tarifas impostas por Washington aos produtos manufaturados chineses inviabilizaram as importações.

Pequim já vinha buscando menor dependência da produção americana há anos, tendo reduzido a proporção de importações de soja do país, em relação ao total anual, de 40% em 2016 para 18% no ano passado.

Na comparação direta com o concorrente sul-americano, a proporção de alimentos americanos importados pela China caiu de 20% para 13%, enquanto a de brasileiros saltava de 17% para 25%.

A China comprou apenas 1.800 toneladas de soja dos EUA na semana encerrada em 17 de abril, após 72.800 toneladas na semana encerrada em 10 de abril, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

A perda do mercado chinês seria um golpe substancial para os agricultores americanos, que enviaram aproximadamente US$ 33 bilhões (R$ 187 bilhões) em produtos agrícolas para o país em 2023. Os EUA também enviaram cerca de US$ 15 bilhões (R$ 85 bilhões) em petróleo, gás e carvão para a China.

Um artigo de Yin Ruifeng, que é afiliado ao ministério da agricultura da China, estima que as remessas de grãos, principalmente do Brasil, Argentina e Uruguai, podem subir para mais de 30 milhões de toneladas entre abril e o final de junho. Segundo cálculos da Bloomberg, esse seria um recorde para o trimestre.

“Não importa como a situação internacional evolua, manteremos o foco em nossos objetivos de desenvolvimento e nos concentramos em administrar bem nossos próprios assuntos”, disse Zhao na coletiva. “Estamos totalmente confiantes em alcançar as metas de desenvolvimento deste ano.”

Foi uma referência à projeção para o PIB chinês em 2025, de cerca de 5%, que vem sendo questionada em relatórios de agentes financeiros ocidentais após a escalada tarifária entre os dois lados, a partir do início de abril.

Zhao não chegou a anunciar medidas de maior impacto sobre o consumo interno, como se esperava na própria China, como saída para as vendas mais baixas nos EUA. A avaliação chinesa teria sido de que as medidas de estímulo, iniciadas no final do ano passado, são o bastante —ao menos até que haja maior definição por parte dos EUA.

Fonte: Folha de S. Paulo

Ler Mais