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Finep corta financiamentos para SC e revolta setor de tecnologia

Estado se organiza para pressionar em Brasília contra a decisão da financiadora

A Finep – Agência pública que financia a inovação, desde a pesquisa básica até a preparação do produto para o mercado – comunicou aos empresários catarinenses que o dinheiro previsto para Santa Catarina pela financiadora de projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia para o ano de 2005 já acabou em fevereiro.

A informação ganhou divulgação numa circular da Finep. No documento, ela comunica a suspensão de novos aportes, uma vez que o “limite de recursos que se estabeleceu para 2025 foi atingido em tempo recorde”. A notícia repercutiu na secretaria de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. A pasta divulgou uma nota para a imprensa com as medidas que está tomando contra a decisão da Finep.

Finep corta financiamentos para SC e revolta setor de tecnologia
Secretário Marcelo Fett demonstrou indignação com o governo Federal. foto: Roberto Zacarias / divulgação

“Principalmente a justificativa dada é absurda e parece questionar a inteligência do empresário catarinense! Como que o limite projetado para todo 2025 foi atingido em poucos dias do ano? Santa Catarina não vai aceitar isso”, afirmou o secretário de Ciência e Tecnologia, Marcelo Fett.

Bastidores

De acordo com Fett, a decisão da Finep afeta projetos “enquadrados e na fila para contratação”. Eles foram “desenquadrados”, prejudicando milhões de reais em investimentos nos setores de tecnologia, indústria e serviços de Santa Catarina.

Presidente do Finep, Celso Pansera virou alvo das críticas. Foto: divulgação

A nota da Secretaria de Ciência de Tecnologia menciona que nos “bastidores” há uma explicação para a medida. Seria o contingenciamento de recursos no Sul e no Sudeste, regiões líderes em desembolsos da Finep. Isso serviria para “distribuir posteriormente para projetos de outras regiões do país”.

Dessa forma, o governo federal estaria prejudicando Santa Catarina para ajudar “outros lugares”, como o Nordeste do País. Além da indignação, a nota afirma que Fett solicitou audiência com o presidente da Finep, Celso Pansera. Além disso, promete mobilizar a bancada catarinense em Brasília contra a medida.

O texto afirma que Pansera é natural do Oeste catarinense. No entanto, o presidente da Finep é filho de pequenos agricultores da pequena São Valentim, no norte do Rio Grande do Sul, não muito longe da fronteira com Santa Catarina. Pansera tem sua base política no Rio de Janeiro, onde se graduou em letras pela UFRGS, se envolveu na UNE no começo dos anos 90 e se elegeu deputado federal pelo PMDB em 2014.

Recursos reembolsáveis

No ano seguinte, Pansera foi nomeado ministro de Ciência e Tecnologia pela então presidente Dilma Rousseff. Ele seguiu no cargo mesmo depois do desembarque do PMDB do governo e só saiu para votar a favor de Rousseff no processo do impeachment em 2016. Nas eleições de 2018, foi candidato a deputado federal pelo PT, mas não conseguiu ser reeleito ao obter cerca de 15 mil votos.

A Finep concede recursos reembolsáveis e não-reembolsáveis a instituições de pesquisa e empresas brasileiras. O apoio da Finep abrange todas as etapas e dimensões do ciclo de desenvolvimento científico e tecnológico: pesquisa básica, pesquisa aplicada, inovações e desenvolvimento de produtos, serviços e processos.

ACATE

A Acate (Associação Catarinense de Tecnologia), entidade que reúne o setor de tecnologia catarinense, soltou uma nota cautelosa sobre a situação dos financiamentos da Finep. No texto, a entidade afirma que “acompanha as informações a respeito de possíveis mudanças” nos financiamentos da Finep para o estado, e está “monitorando demandas de suas associadas acerca do assunto, além de estudar os possíveis impactos nos programas”.

A entidade diz ainda que está buscando atualizações sobre o assunto com parceiros e representações institucionais junto ao governo federal, para avaliar o cenário e possíveis reflexos no ecossistema de inovação catarinense, que responde por 7,5% do PIB estadual.

FONTE: Guararema News
Finep corta financiamentos para SC e revolta setor de tecnologia – Guararema News

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Comércio Exterior, Informação, Inovação, Logística, Portos

Puerto Barranqueras é projetado como um ponto-chave no Corredor Bioceânico Norte

O terminal do Chaco busca recuperar seu papel histórico e fortalecer sua competitividade no comércio exterior.

Com o objetivo de conhecer a situação dos portos argentinos e seu papel na logística nacional, a Ser Industria iniciou um tour por diferentes terminais do país. O primeiro destino de “Portos e Negócios” foi o Porto de Barranqueras, na província do Chaco, um ponto estratégico que busca recuperar seu destaque no comércio exterior e no transporte multimodal.

A administradora do porto, Alicia Azula e o sócio-gerente do grupo comercial GAMA, Gabriel Acosta, explicaram os desafios e avanços da estação portuária do Chaco, que enfrenta dificuldades devido à falta de dragagem, mas está avançando na recuperação de cargas e no fortalecimento de sua infraestrutura logística.

O Porto de Barranqueras, que historicamente desempenhou um papel fundamental na logística nacional, enfrenta o desafio de se reposicionar na matriz de transporte argentina e regional. Desde sua chegada à gestão, há um ano, Azula tem trabalhado para reverter a ideia de que os portos localizados ao norte de Rosário não estão operacionais. Nesse sentido, ressaltou que atualmente existem importantes políticas portuárias nas províncias de Misiones, Corrientes, Entre Ríos e Chaco que buscam revalorizar o transporte fluvial e ferroviário como ferramentas para reduzir custos e melhorar a competitividade do setor produtivo.

O porto busca aumentar e diversificar a carga.

Um porto histórico que busca reativar

Barranqueras apresenta uma dificuldade histórica: a falta de dragagem. Atualmente, a operacionalidade é limitada e o transporte de mercadorias é realizado exclusivamente por caminhão e trem, sem a possibilidade de usar o transporte fluvial.

Para resolver essa situação, a YPF pediu à província que dragasse sete dos 14 quilômetros do córrego Barranqueras, um trecho fundamental para recuperar a conectividade com a Hidrovia Tronco (VNT) ou hidrovia. Paralelamente, a administração portuária e os empresários do setor estão trabalhando em conjunto com a Administração Provincial de Águas e a empresa Colono, responsável pelo elevador de grãos, para concluir a dragagem nos sete quilômetros restantes e garantir que o porto volte a funcionar plenamente.

A falta de manutenção adequada da dragagem é uma das principais dificuldades enfrentadas pelo terminal do Chaco. O córrego de Barranqueras tem fortes variações de profundidade que dificultam a previsibilidade para as companhias de navegação e operadores logísticos. Em certos momentos, a profundidade chega a três metros, mas em questão de semanas pode cair até 50 centímetros, impossibilitando a entrada de barcos.

O porto do Chaco busca ser um nó logístico para a região.

Azula alertou que, se o porto quiser ser competitivo e atrair mais carga, precisa urgentemente de dragagem permanente. “A eficiência e a eficácia de um porto dependem da chegada e saída de cargas sem atrasos. Hoje, por exemplo, temos 2,70 metros de calado e barcaças podiam entrar, mas há 20 dias tínhamos apenas 1,50 metros. Sem a devida manutenção, a falta de previsibilidade aumenta os custos e gera incerteza entre os exportadores”, explicou.

O setor privado está comprometido com a reativação

Do setor empresarial, Gabriel Acosta concordou com a necessidade de melhorar a infraestrutura para que Barranqueras possa operar com um maior volume de carga e aproveitar sua capacidade como porto multimodal. Ele explicou que, além do transporte fluvial, o terminal conta com conexão ferroviária e acesso a rotas que permitem a movimentação eficiente de caminhões sem afetar o tráfego urbano.

O grupo GAMA, especializado em serviços portuários e logísticos, trabalha com diferentes setores produtivos e atualmente opera com produtos agrícolas como milho, trigo, soja e girassol, além de exportações de sementes de algodão para a Jordânia, Líbano e Catar. Também movimenta leguminosas, como feijão preto destinado à Nicarágua e Venezuela, e produtos florestais, principalmente madeira nativa do Chaco, que é exportada para a China. A empresa também trabalha com óleo de girassol e carvão e planeja operações com couro e fibra de algodão.

Hoje Barranqueras funciona como um porto seco e trabalha para obter a dragagem do riacho.

Acosta ressaltou que o porto conseguiu recuperar a carga que havia perdido nos últimos anos, embora considere que o maior desafio é instalar Barranqueras novamente no circuito logístico de exportação. “Ainda precisamos gerar confiança nos detentores de carga. É fundamental demonstrar que o porto está operacional e possui a infraestrutura necessária para garantir um serviço eficiente”, disse ele.

O Corredor Bioceânico e a reativação ferroviária

Um dos projetos estratégicos que o porto busca promover é a integração do Corredor Bioceânico Norte, que ligará o Brasil e o Paraguai ao Pacífico por meio da hidrovia e do sistema ferroviário. Segundo Azula, esse corredor reduziria os custos logísticos e melhoraria a competitividade dos produtos da região. Ele ressaltou que, atualmente, o Chile cedeu uma área no porto de Antofagasta para o Paraguai estabelecer uma zona franca, o que representa uma grande oportunidade para o comércio entre os dois países.

Neste contexto, o transporte ferroviário é particularmente relevante. O administrador do porto explicou que Barranqueras possui uma ferrovia ao pé do cais, o que permite a transferência eficiente de cargas para diferentes destinos nacionais e internacionais. No entanto, a infraestrutura precisa ser melhorada para garantir sua plena operacionalidade.

Outro ponto importante é a conectividade terrestre. Azula ressaltou que o porto tem acesso direto às rotas 11 e 16, o que permite um fluxo constante de caminhões sem interferir na circulação urbana. Além disso, ele ressaltou que Barranqueras foi reconhecido como um dos portos mais seguros do país após a construção de uma defesa frontal contra inundações e a instalação de bases da Prefeitura Naval e Alfândega Argentina dentro da propriedade portuária.

Acosta junto com Azula, trabalho conjunto entre os setores público e privado.

Expectativas para 2025 e desafios pendentes

Olhando para este ano, o porto está trabalhando na implementação de melhorias que atrairão mais cargas e consolidarão sua operação. Entre os projetos mais importantes está a aquisição de um scanner para caminhões e a instalação de um armazém alfandegado, o que facilitaria as exportações e daria maiores vantagens aos operadores. Também estão em andamento trabalhos para recuperar o serviço ferroviário de Avia Terai a Barranqueras, uma conexão fundamental para fortalecer o Corredor Bioceânico.

Azula ressaltou que o governo provincial expressou seu apoio à reativação do porto e que está trabalhando em conjunto com o Ministério da Produção para acelerar as negociações com a Alfândega e desbloquear as restrições à exportação de carvão. No entanto, ele reconheceu que ainda há muito a ser feito e que o desafio é tornar Barranqueras um porto competitivo e atraente para os exportadores novamente.

A madeira que sai de Barranqueras tem como destino a China.

Por sua vez, Acosta considerou que o porto tem um enorme potencial e que as expectativas para 2025 são positivas. “Novas operações estão sendo realizadas com fibra de couro e algodão, e há um interesse crescente em usar Barranqueras como ponto logístico estratégico. Se conseguirmos melhorar a infraestrutura e garantir a previsibilidade, podemos recuperar a importância que o porto teve no passado”, concluiu.

A reativação do Porto de Barranqueras representa uma oportunidade não só para a província do Chaco, mas para toda a região. Com investimentos em infraestrutura, melhorias na conectividade e maior integração com o comércio internacional, este terminal poderia recuperar seu papel histórico como um nó logístico chave no comércio exterior argentino.

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Montadoras têm melhor janeiro em produção no Brasil desde 2021

A indústria brasileira de veículos produziu em janeiro o maior volume para o mês desde 2021, ficando em linha com expectativas do setor para o ano, afirmou nesta segunda-feira a associação de montadoras instaladas no país, Anfavea.

A produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no mês passado somou 175,5 mil unidades, crescimento de 15,1% sobre o desempenho de 2024. O crescimento ocorreu em meio a uma expansão das vendas no mercado interno e das exportações na mesma comparação.

Os emplacamentos no Brasil em janeiro somaram 171,2 mil unidades, expansão anual de 6% e marcando o terceiro ano consecutivo de aumento de vendas no país para o mês. Já as exportações saltaram 52%, para 28,7 mil veículos, em meio a um fraco desempenho do setor no ano passado.

“A base de exportação é muito fraca porque janeiro de 2024 foi muito ruim para as exportações”, disse o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, em entrevista a jornalistas.

“A novidade é que o mercado argentino cresceu em janeiro 103% sobre um ano antes… pode chegar a 550 mil a 600 mil unidades (este ano)”, afirmou Leite, acrescentando que o mercado argentino — o principal para as exportações brasileiras do setor — teve vendas de apenas 300 mil unidades nos últimos anos.

A Anfavea estima alta de 5,6% nas vendas de veículos novos no Brasil este ano e crescimento de 6,8% na produção. Para as exportações, a previsão é de expansão de 6,2%.

GUERRA COMERCIAL

Segundo a entidade, as importações de veículos em janeiro somaram 39,3 mil unidades, expansão de quase 25% ante o mesmo mês de 2024. Isso levou a uma participação de 23% de veículos importados no total vendido no país em janeiro, a maior taxa desde março de 2012.

Leite afirmou que a Anfavea segue discutindo com o governo federal a antecipação da volta total do imposto de importação de 35% já neste primeiro trimestre. Pelas regras atuais, a taxação só deveria voltar aos 35% em julho de 2026.

Em parte devido a esse crescimento das importações, a participação dos veículos elétricos e híbridos no total de carros vendido no país chegou aos 10% pela primeira vez, segundo os dados Anfavea.

O total de veículos eletrificados — híbridos e totalmente elétricos — em janeiro foi de 16,5 mil unidades, acima das 12 mil de um ano antes. Em janeiro de 2024 a fatia do segmento no total emplacado era de 8%.

Questionado sobre o anúncio neste final de semana do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de sobretaxa de importação de 25% sobre aço, o presidente da Anfavea afirmou que o setor automotivo acompanha o assunto “com bastante cautela” e defendeu uma “aproximação da diplomacia brasileira com o governo” norte-americano e também com o argentino.

Em meio à guerra comercial retomada por Trump, as exportações de veículos do Brasil para o México caíram 80% em janeiro sobre um ano antes, para 778 unidades.

“Tivemos alguns produtos que são destinados para o México com produção mais restrita no final de 2024 e agora no início deste ano”, disse Leite. “Mas também o próprio México está trabalhando bastante para abastecer seu próprio mercado local… O Brasil perdeu participação… por entrada de outros países no México”, acrescentou.

A indústria brasileira de veículos terminou janeiro com 235,5 mil unidades em estoque — entre montadoras e concessionárias — praticamente estável ante dezembro e equivalente a 41 dias de vendas. O dado não inclui os veículos importados que aguardam em portos brasileiros liberação para comercialização no país.

(Por Alberto Alerigi Jr.Edição de Pedro Fonseca)
FONTE: Reuters/msn
Montadoras têm melhor janeiro em produção no Brasil desde 2021

 
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Agenda ESG: como atrair recursos para projetos de impacto em PMEs

Empresas de pequeno porte podem recorrer a linhas de crédito com apelo socioambiental; veja dicas para captar recursos para projetos de impacto

A guinada ESG (sigla para ambiental, social e governança) também tem efeitos colaterais nas pequenas e médias empresas (PMEs).

Dispostas a oferecer produtos e serviços sustentáveis, como parte de um esforço para atender às demandas de consumidores cada vez mais exigentes com seus hábitos de compra, as PMEs passam a investir em inovação, sem deixar de lado o impacto.

Muitas empresas, porém, esbarram na falta de recursos ao apostar nessa transição verde. Um caminho para superar isso está no financiamento sustentável, por meio da captação de recursos para projetos socioambientais.

Na prática, isso significa que uma PME pode se apoiar em projetos e linhas de crédito voltadas a negócios que saibam endereçar questões sociais e ambientais e, em troca, ter capital para colocar de pé projetos próprios.

Esse tipo de financiamento é formado por linhas de crédito subsidiadas pelo governo ou, ainda, pela rede privada.

O propósito é oferecer empréstimos com juros mais baixos e condições de pagamento mais vantajosas para pequenas empresas, em comparação com outras linhas de crédito do mercado.

Juntas, essas linhas cooperam para que essas empresas consigam os recursos necessários para investir em modernização, inovação, tecnologia e aumento de capacidade produtiva.

Por que considerar o impacto?

Segundo Lucas Conrado, líder de relações institucionais do fundo de impacto social para pequenos empreendedores Estímulo, o primeiro passo para atrair subsídios com foco no impacto socioambiental é ter em mente o objetivo com o uso dos recursos.

“Primeiramente, como um diagnóstico do seu modelo de negócio, quais são os impactos que você faz na ponta, se o seu modelo de negócio está estruturado com esse objetivo de impacto, ou se você quer também implementar alguma mudança na sua forma de produzir que pode gerar impacto”, explica.

O principal benefício ao considerar linhas de crédito criadas para essa finalidade está na criação de soluções inovadoras que dificilmente sairiam do papel sem o apoio financeiro externo.

“Ao estruturar projetos, as PMEs podem demonstrar seu potencial de crescimento, atrair financiamento mais competitivo e desenvolver soluções inovadoras”, diz Rafael Brunati, advogado especialista em direito societário, contratos, M&A e Private Equity do escritório Silveiro Advogados.

De acordo com Brunati, há um interesse mútuo das instituições financeiras em fomentar as PMEs – hoje responsáveis por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Em paralelo, a proximidade com eventos de grande porte, como a COP30  que será sediada no Brasil em novembro — apenas reforça a importância do tema.

“As empresas precisam aproveitar o momento em que temas ligados à sustentabilidade estão em alta para decidir seus investimentos em. É hora de serem protagonistas”, avalia.

Para além dos benefícios envolvendo as taxas de juros reduzidas e prazos mais extensos, uma das vantagens ao recorrer a programas de financiamento voltados ao impacto socioambiental está na união do capital com a capacitação e apoio aos empreendedores.

“Das iniciativas que conheço, como é o caso dos fundos de impacto, também têm essa atuação de aceleração, e o componente do conhecimento. Em um banco tradicional, não é possível entrar nesse ecossistema de impacto com suporte para além do recurso financeiro”, avalia Conrado.

Apesar dos benefícios, há ainda um desconhecimento geral do mercado sobre a existência dessas linhas mais flexíveis e direcionadas ao impacto socioambiental, o que é um impasse para que um maior número de empresas possam pivotar projetos socioambientais no país.

“Além disso, a ausência de planejamento financeiro e estratégico para o uso desse dinheiro inviabiliza essa alternativa, pois esse uso precisa ser inteligente, de forma que ele viabilize o crescimento e prosperidade da empresa”, diz.

Ele ainda reforça que o portal Investir com Impacto dá uma bom panorama para o empreendedor entender este ecossistema.

Que tipo de projetos podem ser criados?

Entre os exemplos de projetos de impacto que podem ser desenvolvidos por PMEs estão produtos e serviços ou iniciativas que promovam impacto social positivo.

Ações com foco no desenvolvimento social também são exemplos, conforme exemplifica Brunati.

”Observamos um caso recente em que auxiliamos uma instituição financeira captar recursos com outras instituições do exterior para repassar esses valores, em formato de crédito, para micro e pequenas empresas brasileiras, com foco muito grande em empresas lideradas por mulheres e também de locais com IDH abaixo da média”, conta.

Conrado, do Estímulo, destaca também o uso de recursos obtidos via financiamento verde para projetos que impactam o dia a dia operacional de empresas, a exemplo da adoção de energia renovável (como a instalação de painéis solares), eficiência energética e melhoria de processos produtivos.

“Falamos de empresas com produtos ou serviços em linha com a sustentabilidade, mas também pode haver um negócio tradicional que está pensando numa transição energética, redução do consumo energético da fábrica, sistemas avançados de reciclagem, redução no desperdício de alimentos. Há vários caminhos que você pode olhar para impacto dentro do negócio”, afirma.

Como se preparar

Em grande parte dos casos, o financiamento é direcionado a projetos específicos. Para isso, empresas devem preparar um denso documento de apresentação do projeto e suas intenções.

Além disso, no caso de programas voltados exclusivamente para ações ambientais (como no caso de projetos para redução na emissão de gases poluentes ou preservação de florestas nativas) a comprovação do uso dos recursos a longo prazo também pode ser exigida.

Abaixo, os especialistas listam dicas gerais para que empreendedores possam ser mais assertivos durante o pedido de financiamento socioambiental:

Fazer um diagnóstico das finanças empresariais

O primeiro passo é fazer um diagnóstico detalhado da situação financeira da empresa. Considere empréstimos vigentes e dívidas em aberto com outras instituições.

Também é importante avaliar como está o fluxo de caixa e capital de giro do negócio.

“É importante avaliar se a empresa é saudável financeiramente de maneira geral”, diz Brunati.

Desenvolver projetos claros e estruturados

Fazer um projeto que evidencie o destino dos recursos de forma clara e concisa é essencial. Também é preciso que o projeto seja capaz de mostrar para onde vai e como será usado o recurso.

Um calendário de ações pode ajudar na organização.

Tenha uma boa organização de documentos

A apresentação de documentos financeiros da empresa, como balanço patrimonial e fluxo de caixa, é uma etapa comum a todo processo de análise de concessão de crédito.

Ter a documentação em mãos e já auditada pode agilizar e facilitar o processo, principalmente nos casos em que é preciso garantias.

Contratação de uma consultoria especializada

No caso de empresas muito pequenas (e por vezes controladas apenas pelo proprietário), a contratação de uma empresa especializada pode auxiliar no processo de organização de documentos, além de ajudar PMEs a encontrarem programas e linhas de crédito apropriadas ao negócio e seus desafios de expansão.

Onde captar recursos?

Atualmente, o país comporta um conjunto de programas e linhas de financiamento, públicas e privadas, destinadas a empresas de pequeno porte com foco em projetos socioambientais.

Alguns exemplos são o FUNTEC, e linhas do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

Além deles, fundos como Yunus, Gaia, Vox Capital e Estímulo já possuem linhas de crédito e apoio educacional para empreendedores à frente de negócios de impacto.

Fonte: CNN

Agenda ESG: como atrair recursos para projetos de impacto em PMEs

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“Nosso desafio é demonstrar que o Brasil produz máquinas e tecnologia”

Paulo Guerra, gerente de relações institucionais da ABIMAQ, descreveu o trabalho que realizam para internacionalizar as empresas brasileiras.

O desenvolvimento das exportações industriais é um pilar fundamental para fortalecer a economia de qualquer país. A inserção em mercados internacionais permite que as empresas acessem novas oportunidades, melhorem sua competitividade e consolidem a imagem do país como produtor de tecnologia e inovação. Para isso, as parcerias público-privadas são essenciais.

Nesse sentido, a experiência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil), é um exemplo claro de como essa sinergia pode impulsionar a presença da indústria local no mundo.

De Atlanta, nos Estados Unidos, onde foi realizada a International Production & Processing Expo (IPPE), com a participação de 13 empresas brasileiras de máquinas e equipamentos para a cadeia de proteína animal, Paulo Guerra, gerente de relações institucionais da ABIMAQ, em diálogo com serindustria.com.ar, destacou a importância da aliança com a APEX Brasil, que em abril comemora seu 25º aniversário.

“A ideia é promover o produto brasileiro em espaços internacionais onde os compradores possam conhecer nossa tecnologia e conversar diretamente com os empreendedores”, explicou, acrescentando que o programa se concentra especialmente nas Pequenas e Médias Empresas (PMEs), dando-lhes a oportunidade de competir em feiras onde participam os principais fabricantes do mundo.

Um dos principais aspectos dessa colaboração é sua continuidade além das mudanças de governo. Isso é algo que a principal economia da América Latina conseguiu realizar. “Não importa se o governo é de esquerda ou de direita, a agência está sempre lá para apoiar os empresários“, disse Guerra. Embora cada administração possa implementar estratégias distintas, a política de promoção das exportações permaneceu firme ao longo dos anos.

Para a ABIMAQ, é fundamental que as empresas brasileiras participem de feiras internacionais.

A primeira ideia que as pessoas, em geral, têm do Brasil não é a de um país que fabrica tecnologia ou maquinário. Esse é um dos grandes desafios que enfrentam: transmitir a ideia de que a oitava maior economia do mundo também produz máquinas e desenvolve tecnologia. Espaços como feiras internacionais e outros eventos setoriais são fundamentais nesse processo, pois permitem que visitantes e empresários locais conheçam em primeira mão o maquinário brasileiro. “É uma mudança que vai acontecer gradualmente, mas é fundamental continuar mostrando o progresso que fizemos. Por isso, nosso desafio é demonstrar que o Brasil produz máquinas e tecnologia.”

Além disso, a demanda dos mercados internacionais em termos de sustentabilidade gerou um impacto positivo na indústria brasileira. “Quando uma empresa exporta para a Europa ou outras regiões com regulamentações ambientais rígidas, ela entende a necessidade de adaptar seus processos”, explicou Guerra. “Equipamentos que economizam água e energia não são apenas mais sustentáveis, mas também reduzem custos“, acrescentou.

Competitividade e adaptação aos mercados

Para melhorar a competitividade das empresas brasileiras, a ABIMAQ desenvolve estudos de mercado que permitem identificar os setores e oportunidades mais estratégicos de cada região. “O mundo é muito grande, mas devemos concentrar nossos esforços nos mercados onde as empresas brasileiras têm maior potencial”, disse Guerra. A América Latina é uma prioridade devido à sua proximidade geográfica e cultural, seguida pelos Estados Unidos, Europa e África. Neste último caso, a semelhança entre os solos brasileiro e africano possibilitou a exportação de máquinas agrícolas adaptadas às suas necessidades.

Um aspecto fundamental dessa estratégia é o desenvolvimento de produtos específicos para o mercado. “Não podemos exportar o mesmo maquinário para a Tailândia ou Austrália sem adaptações”, disse Guerra. “As condições de solo e produção variam, então o projeto e a operação do equipamento precisam ser ajustados.”

Outro mercado que eles estão olhando com interesse é a Índia. “No ano passado, participamos de uma feira de tecnologia para o setor de alimentos naquele país e ficamos surpresos com os desenvolvimentos tecnológicos apresentados. É uma nação enorme, com inúmeros centros de pesquisa e universidades reconhecidas por sua inovação, o que torna difícil englobar tudo o que está sendo criado lá.”

Embora algumas empresas já exportem, o volume para a Índia ainda é limitado. “Buscamos gerar mais oportunidades para os empresários brasileiros participarem de feiras e eventos tecnológicos por lá”, disse Guerra e destacou a possibilidade de alianças estratégicas entre fabricantes dos dois países.

Um dos principais obstáculos para a expansão das exportações brasileiras é a logística. “O transporte interno no Brasil depende em grande parte das estradas, o que aumenta os custos de produção”, explicou Guerra. A falta de um sistema ferroviário desenvolvido e a distância entre os centros industriais e os portos dificultam a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. “Se uma fábrica estiver perto do porto, o custo de exportação é razoável, mas se for longe, o transporte interno torna o produto significativamente mais caro”, disse ele.

Petróleo e Gás e Tecnologia Brasileira

Quanto ao setor de energia, o Brasil conseguiu fortalecer sua indústria de máquinas para exploração de petróleo e gás. “Durante anos, os equipamentos foram importados, mas hoje muitas empresas fabricam seus próprios produtos“, disse Guerra.

O desenvolvimento do offshore no Rio de Janeiro e a estabilidade macroeconômica impulsionaram a manufatura local, o que permitiu que as empresas brasileiras buscassem se expandir para outros mercados. Um exemplo disso é a participação da ABIMAQ na feira OTC em Houston, onde 30 empresas brasileiras apresentarão sua tecnologia para o mundo.

O caso da ABIMAQ e da APEX Brasil mostra que a colaboração entre os setores público e privado é essencial para promover a internacionalização das empresas. “Muitos países têm agências de promoção de exportações, mas a chave é que elas trabalhem em conjunto com associações setoriais”, disse o executivo. “As associações têm uma melhor compreensão da realidade de cada setor e podem direcionar melhor os recursos disponíveis.”

Para conseguir uma maior participação no comércio mundial, é essencial fortalecer as empresas nacionais. Nesse sentido, Guerra citou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva: “Um país forte é um país com empresas fortes“.

FONTE: Ser Indústria
“Nosso desafio é mostrar que o Brasil produz máquinas e tecnologia” – Ser Indústria

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Ministro Silvio Costa Filho destaca crescimento histórico do setor portuário no Brasil Export

Evento em Brasília reuniu lideranças do setor para discutir avanços e desafios da infraestrutura portuária e aeroportuária no Brasil

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, foi o grande destaque do evento Brasil Export, realizado nesta quarta-feira (4), em Brasília. Durante sua participação, o ministro ressaltou o crescimento expressivo do setor portuário em 2024, com um aumento de 5% no valor global e uma expansão de quase 7% nos portos públicos. “Tivemos um crescimento histórico, principalmente no setor de containers, que registrou uma alta de mais de 18%”, afirmou.

Costa Filho também enfatizou a importância da integração do setor portuário com a produção agrícola, mencionando os recordes do agronegócio brasileiro. “Hoje tivemos a apresentação do balanço do Ministério da Agricultura e do Plano Safra, que comprovam o protagonismo do Brasil no cenário mundial”, destacou.

Em entrevista durante o evento, a secretária executiva do Ministério de Portos e Aeroportos, Mariana Pescatori, ressaltou iniciativas voltadas para a sustentabilidade do setor, como a nova metodologia para apuração das emissões de carbono. “Nosso objetivo é definir metas mais claras para a descarbonização do transporte aquaviário, alavancando parcerias estratégicas com empresas do setor”, afirmou.

Já o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, reforçou a relevância dos leilões para a expansão da infraestrutura logística, destacando que, entre 2025 e 2026, serão realizados oito novos leilões voltados ao agronegócio. “Nosso compromisso é garantir que os portos brasileiros tenham capacidade para atender a crescente demanda do setor”, pontuou.

No setor aeroportuário, o secretário de Aviação, Tomé Franca, apresentou os avanços do programa Ampliar, que visa expandir a infraestrutura aeroportuária em regiões isoladas, como a Amazônia Legal e o Nordeste. “Estamos ouvindo todos os atores do setor para garantir uma aviação mais acessível e eficiente”, explicou.

O Brasil Export é um espaço estratégico para o debate de soluções inovadoras e sustentáveis na infraestrutura logística nacional, reunindo governo e iniciativa privada em prol do desenvolvimento do setor.

Assessoria Especial de Comunicação Social
Ministério de Portos e Aeroportos
FONTE: Ministro Silvio Costa Filho destaca crescimento histórico do setor portuário no Brasil Export — Portos e Aeroportos

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O ESPECIALISTA: Sucesso que CONECTA oportunidades

Novo quadro do RêConectaNews traz a jornada dedicada a compartilhar o conhecimento técnico e a visão prática de profissionais que transformam desafios em soluções no Comércio Exterior e na Logística. 

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A cada episódio, especialistas renomados de diferentes segmentos da cadeia de Logística e Comércio Exterior trazem insights valiosos sobre suas áreas de atuação, abordando o que é realmente necessário para fazer o setor funcionar.

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PGFN prorroga prazo para que contribuintes regularizem dívidas tributárias

Editais prorrogados até 30 de maio estabelecem condições facilitadas para negociação de pendências com a União, com descontos de até 70% e parcelamentos em até 145 vezes

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) prorrogou, até o dia 30 de maio, o prazo para contribuintes regularizarem a situação tributária. Os editais n° 6 e nº 7, publicados em novembro, tiveram uma grande procura, gerando mais de 300 mil adesões em pouco mais de 90 dias. Agora, passam a valer com outra numeração, mas as condições diferenciadas, como descontos e parcelamento, continuam.

Para aderir à negociação, os contribuintes devem acessar o portal Regularize e clicar em “Negociar dívida”, depois de fazerem o login. O sistema mostra todas as dívidas elegíveis e as condições disponíveis. Para garantir a negociação, é importante que a primeira prestação seja quitada até o último dia útil do mês.

Os modelos de negociação são oferecidos para diferentes perfis de contribuintes, conforme o edital:

Edital PGDAU nº 1/2025

O edital PGDAU nº 6 agora passa a ter vigência como edital nº1/2025. Ele oferece condições especiais para a negociação de dívidas de até R$ 45 milhões, inscritas até 31 de outubro de 2024. Os devedores podem parcelar o pagamento em até 133 vezes, facilitando a quitação de débitos.

Edital PGDAU nº 2/2025

Já o edital PGDAU nº 7 agora passa a ter vigência como  edital nº 2/2025 e é direcionado exclusivamente para Microempreendedores Individuais (MEIs), Microempresas (MEs) e Empresas de Pequeno Porte (EPPs) com débitos no Simples Nacional. O edital prevê duas modalidades de transação tributária: uma com base na capacidade de pagamento e outra para dívidas de menor valor, ambas com condições diferenciadas e prazos mais longos.

Segundo o procurador da Fazenda Eduardo Sadalla Bucci, coordenador-geral da Dívida Ativa da União e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a oportunidade é destinada a empresas com débitos de até 20 salários mínimos, mesmo que já tenham outra negociação em curso. As condições de pagamento variam conforme o valor da dívida, o percentual de entrada e a quantidade de parcelas.

“São oferecidos descontos de até 50% para pagamentos em até sete meses, e de 45% para quitação em até 12 meses. Para dívidas de até cinco salários mínimos, os descontos podem chegar a 50%, mesmo com parcelamento em até 55 meses”, destaca Bucci.

Benefícios para contribuintes regularizarem dívidas com a União:

» Descontos: redução significativa do valor total da dívida, podendo chegar a até 100% dos juros, multas e encargos legais.

» Parcelamento: flexibilidade para dividir o pagamento em até 145 vezes (entrada em 12 vezes + 133 parcelas), adaptando-se à capacidade de pagamento do contribuinte.

» Condições personalizadas: diferentes modalidades de transação para atender às necessidades de cada perfil de devedor.

» Facilidade de adesão: adesão simples e segura pelo site do Regularize.

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Produção industrial do Brasil cresce em 2024 mas mostra perda de força no fim do ano

A indústria brasileira cresceu em 2024, apesar da perda de força no fim do ano, com nova queda da produção em dezembro, que reforçou os sinais de desaceleração da economia.

Em dezembro, a produção da indústria teve queda de 0,3% em relação a novembro, terceiro mês consecutivo no vermelho, período em que acumulou perdas de 1,2%, embora o resultado ainda tenha sido um pouco melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de retração de 0,5%.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior a produção aumentou 1,6%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, contra projeção de avanço de 1,1%.

Com isso, o setor terminou o ano de 2024 com alta acumulada de 3,1%, mostrando forte aceleração após avanço de apenas 0,1% em 2023 e marcando o ritmo mais forte desde 2021 (+3,9%), quando a economia se recuperava da pandemia.

“De modo geral, o crescimento do setor industrial em 2024 pode ser entendido a partir de alguns fatores, como o maior número de pessoas incorporadas pelo mercado de trabalho, a queda na taxa de desocupação, aumento na massa de salários e o incremento no consumo das famílias, beneficiado pelos estímulos fiscais, maior renda e a evolução na concessão do crédito”, disse André Macedo, gerente da pesquisa no IBGE.

O resultado mensal, no entanto, corrobora as expectativas de perda de força da economia no final do ano passado e de desaceleração em 2025, em meio ao aumento da taxa de juros, desvalorização do real e inflação elevada, mesmo com um mercado de trabalho robusto.

“Essa perda de dinamismo da indústria guarda uma relação com a redução nos níveis de confiança das famílias e dos empresários, explicada, em grande parte, pelo aperto na política monetária, com o aumento das taxas de juros a partir de setembro de 2024, a depreciação cambial, impactando os custos, e a alta da inflação, especialmente de alimentos”, avaliou Macedo.

No mês passado o Banco Central elevou a taxa de juros Selic em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano, e manteve a orientação de mais uma alta equivalente em março, deixando os passos seguintes em aberto.

Os números de dezembro de vendas no varejo e volume de serviços que ainda serão divulgados pelo IBGE devem dar um cenário mais claro sobre a temperatura da atividade no final do ano.

Os dados da pesquisa sobre a indústria mostraram que em dezembro a produção ainda estava 15,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

As principais influências negativas no mês foram exercidas por máquinas e equipamentos, com queda de 3,0% sobre novembro; e produtos de borracha e de material plástico, com recuo de 2,5%.

Entre as categorias econômicas, a produção de bens de consumo recuou 2,2% em dezembro sobre o mês anterior, enquanto os bens de capital tiveram queda de 1,1%. Somente os bens intermediários registraram alta na fabricação, de 0,6%.

Já no ano, colaboraram principalmente para o crescimento as altas de 12,5% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias; de 14,7% em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,7%); e de 12,2% de máquinas, aparelhos e materiais elétricos.

Os resultados mostraram ainda que bens de capital tiveram o melhor desempenho no acumulado do ano, com alta de 9,1%, enquanto a fabricação de bens de consumo aumentou 3,5% e a de bens intermediários cresceu 2,5%.

Por Camila Moreira
FONTE: msn.com
Produção industrial do Brasil cresce em 2024 mas mostra perda de força no fim do ano

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Cassava e Potenza detalham experiências de negócios nos EUA

Oportunidades de acesso a mercados globais, acesso a tendências e tecnologias inovadoras e parcerias estratégicas são destaques na trajetória das indústrias catarinenses no mercado norte-americano

Com trajetórias distintas, mas igualmente bem sucedidas, as indústrias catarinenses Cassava e Potenza detalharam suas experiências de internacionalização no mercado norte-americano em evento realizado nesta sexta-feira na Federação das Indústrias de SC (FIESC).

A Cassava, que produz derivados de mandioca para a indústria alimentícia como farinhas, amido e adesivos vegetais, foi criada para atender o mercado externo desde sua fundação, há mais de 70 anos.

O mercado dos Estados Unidos absorve cerca de 60% das exportações da empresa nascida em Rio do Sul. Para o CEO André Odebrecht, o alto nível de exigência do consumidor norte-americano contribuiu para que a Cassava incorporasse em seu DNA os altíssimos padrões de qualidade e o apetite pela inovação.

O sucesso da empresa nos EUA reflete, de acordo com André, as parcerias estratégicas no país, que permitiram o desenvolvimento de novos produtos para atender nichos específicos de mercado nos Estados Unidos. “Nos últimos dez anos, nosso portfólio de produtos mudou drasticamente. Desenvolvemos um produto inovador, de alto valor agregado, com apoio de nosso parceiro de distribuição e a Universidade de New Jersey. Essas iniciativas acabaram nos levando a assumir a liderança em nichos também no mercado doméstico”, explicou o CEO da Cassava.

A Potenza trilhou um caminho diferente até se estabelecer nos Estados Unidos. A fabricante de soluções para movimentação de cargas como garras, gruas e guindastes viu nas exportações uma saída para vencer um momento difícil no mercado interno. O CEO Eliel Búrigo Borges explica que as primeiras incursões no mercado norte-americano foram difíceis. “Fazer negócios nos Estados Unidos demanda persistência e paciência. Levei muita porta na cara e muitos nãos. Mas com apoio de programas da própria FIESC e do Sebrae fui me preparando melhor”, explicou.

A virada de chave para a Potenza veio com a percepção de que os produtos que a empresa fabricava para o mercado brasileiro não atendiam às necessidades dos clientes norte-americanos. “Começamos a desenvolver os produtos conforme as especificidades dos clientes, construindo uma relação de confiança. O cliente lá é muito fiel. Demora a ser conquistado, mas uma vez que a confiança é estabelecida, se torna uma venda segura”, afirmou.

FONTE: FIESC
Cassava e Potenza detalham experiências de negócios nos EUA | FIESC

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