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Autoridades chinesas também determinaram que todos os resíduos animais e vegetais que chegarem em navios do Brasil deverão ser analisados pela supervisão aduaneira. O país é o maior exportador de frango para a China e exportou cerca de US$ 10 bilhões em carne de frango para todo o mundo em 2024, o equivalente a 35% do comércio global, segundo a Reuters.
Casos são investigados em estados do Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul
Ministério da Agricultura registra investigações em sete estados. Há uma suspeita em uma planta comercial em Anta Gorda (RS), sete suspeitas envolvendo aves de subsistência nos estados de Ceará, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul e ainda cinco suspeitas envolvendo aves silvestres em São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal.
Governo de Minas Gerais decretou estado de emergência sanitária animal. Em Mateus Leme, foram encontradas mortas em 16 de maio três espécies de aves: ganso, pavão-comum e cisne-negro. Os animais estavam em propriedade particular, segundo o prefeito de Matheus Leme, Renilton Ribeiro Coelho.
Notificação dos casos é obrigatória. Sistema do Ministério da Agricultura registra todas as suspeitas, que são casos nos quais ainda estão sendo realizados exames para confirmar ou não a doença.
O Brasil já realizou mais de 2.500 investigações de suspeitas de gripe aviária desde maio de 2023, quando houve a primeira ocorrência em ave silvestre, segundo o Ministério da Agricultura. O único caso confirmado em granja comercial ocorreu neste ano em Montenegro, no Rio Grande do SulA China proibiu toda a importação de carne de frango e derivados do Brasil devido aos casos de gripe aviária identificados no país, segundo comunicado da Administração Geral de Alfândegas da China.
O que aconteceu
Decisão representa uma ampliação do embargo às carnes brasileiras. Governo brasileiro esperava que fosse realizado um embargo total desde que veio à tona o primeiro caso identificado de gripe aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul, mas pediu à China que fosse restrito apenas ao município onde foi identificado o caso.
Proibição total faz parte dos protocolos sanitários adotados entre os países. Atualmente, o governo brasileiro tem 13 investigações abertas para identificar casos de gripe aviária no país, sendo apenas uma delas envolvendo uma granja comercial.
No total, o País já registrou 170 casos da doença. Deste total, 166 casos foram em animais silvestres, de três focos em produção de subsistência, de criação doméstica, e um em produção comercial.
Humanos podem pegar? Tire suas dúvidas sobre a gripe aviária
A gripe aviária é causada pelo vírus influenza, em especial pelo subtipo A (H5N1), altamente agressivo para aves. Esse vírus já provocou surtos globais e costuma circular entre aves selvagens, migratórias e de criação, podendo afetar mamíferos como porcos, vacas e até mesmo animais domésticos, como gatos e cachorros.
A doença é altamente contagiosa entre aves e seu principal sinal é a morte súbita. A mortalidade em lote pode ultrapassar 60%, chegando a 100% em casos mais agressivos, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Outros sinais incluem tosse, muco nasal, queda na produção de ovos, hemorragias, inchaço em articulações e alterações na coloração da crista.
Humanos podem pegar, mas o risco de contaminação é baixo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), casos em humanos são raros e ocorrem quase exclusivamente por contato direto e desprotegido com aves contaminadas.
A doença geralmente atinge profissionais da linha de frente, como tratadores, granjeiros ou veterinários. Por isso, eles devem usar equipamentos de proteção, como máscaras e luvas. Criações domésticas também exigem atenção: mortes repentinas devem ser comunicadas imediatamente às autoridades sanitárias.
Mesmo sendo rara a contaminação, a doença preocupa por causa da alta taxa de mortalidade. Entre o início de 2003 e abril de 2024, a OMS registrou 889 casos de gripe aviária em humanos, espalhados por 23 países. Destes, 463 culminaram em morte, o que representa uma taxa de mortalidade de 52%.
Entre janeiro e abril deste ano, foram comprados US$ 54,6 milhões em adubos do país do Norte da África, em expansão de 44,2% sobre o mesmo período do ano passado.
O Brasil ampliou as importações de fertilizantes da Argélia entre janeiro e abril deste ano, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) organizados pelo departamento de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
Nos quatro primeiros meses do ano, foram importados US$ 54,6 milhões em adubos e fertilizantes do país árabe, em alta de 44,2% sobre o mesmo período do ano passado. Este é o segundo principal produto do país árabe importado pelo Brasil, atrás de petróleo.
Também cresceram as importações de sal, enxofre, pedras cimento e cal, para US$ 10,6 milhões, valor 175,8% maior do que entre janeiro e abril do ano passado. Produtos químicos inorgânicos, vidros e cortiças foram outros produtos vendidos pela Argélia ao Brasil com aumento das vendas em um período em que tanto importações como exportações estão em queda.
De janeiro a abril, as importações de petróleo argelino ao Brasil atingiram US$ 340,02 milhões, uma retração de 29,9% na comparação ano a ano sobre 2024. Neste produto, a queda se verifica também em volumes: -24,9%.
No total, as importações somaram US$ 413,8 milhões entre janeiro e abril, em queda de 21,98% sobre janeiro a abril do ano passado. No sentido contrário, as exportações brasileiras para a Argélia foram de US$ 802,5 milhões, em retração de 3,9% em comparação com os quatro primeiros meses do ano passado. Nesta troca comercial, o Brasil registra superávit de US$ 388,7 milhões no ano.
Os principais produtos exportados pelo Brasil entre janeiro e abril foram açúcares, que somaram US$ 246,3 milhões, em queda de 18% em relação ao mesmo período do ano passado, sementes e frutos oleaginosos, carnes e miudezas, cereais, minérios e animais vivos.
Com os anúncios, o agronegócio brasileiro atinge 381 desde o início de 2023
O governo brasileiro concluiu, nesta semana, dez negociações na área agrícola com seis parceiros comerciais: Bahamas, Cameroun, Coreia do Sul, Costa Rica, Japão e Peru. As novas autorizações contemplam uma variedade de produtos, como carne bovina, carne suína, carne de aves e seus derivados, material genético bovino, material genético avícola, óleo de peixe e produtos do etanol de milho.
Nas Bahamas, as autoridades locais aprovaram o certificado sanitário para que o Brasil exporte carne bovina, carne suína, carne de aves e seus produtos. Essa abertura reflete o elevado grau de confiança no sistema de controle sanitário brasileiro e poderá contribuir para a segurança alimentar da população bahamense.
No Cameroun, as autoridades locais aprovaram a exportação de bovinos vivos para reprodução e material genético bovino pelo Brasil, o que permitirá o fortalecimento da pecuária local, além de oferecer aos produtores brasileiros oportunidades futuras para ampliação de negócios na África.
Na Coreia do Sul, as autoridades locais autorizaram a exportação de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia), reforçando a liderança do Brasil nessa área e o reconhecimento internacional sobre a qualidade, a sanidade e a rastreabilidade do plantel brasileiro.
Na Costa Rica, as autoridades locais autorizaram as exportações brasileiras de “grãos secos de destilaria” (DDG e DDGS, na sigla em inglês). Trata-se de um subproduto do etanol de milho que constitui fonte valiosa de proteína para alimentação animal e que, pelas características produtivas, reflete as credenciais de sustentabilidade da produção bioenergética brasileira.
No Japão, as autoridades sanitárias autorizaram a exportação de óleo de peixe produzido no Brasil, o que corrobora o elevado nível de confiança depositado por aquele país nos padrões sanitários brasileiros.
No Peru, as autoridades sanitárias aprovaram a exportação de filé de tilápia refrigerada ou congelada do Brasil. Essa abertura poderá ampliar as oportunidades de negócio para a piscicultura nacional, uma vez que o país andino é grande importador de pescados.
Com os anúncios, o agronegócio brasileiro atinge 381 desde o início de 2023.
Esses resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Cotações seguem pressionadas com estabilidade nos preços
O aumento no volume da safra 2024/25 tem mantido pressão sobre os preços do arroz no Brasil. Segundo o relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, o valor médio da saca de 50 kg ficou em R$ 76 ao longo de abril, com leve queda para R$ 75 até o dia 20 de maio. A baixa nas exportações tem dificultado o escoamento da produção, limitando a recuperação das cotações.
Mercado lento e produtores resistentes à venda
Durante abril, os preços ficaram praticamente estáveis, com média de R$ 76,27/sc. No final do mês e início de maio, recuaram para R$ 75,02/sc. A comercialização seguiu em ritmo lento, concentrada principalmente na reposição de estoques pelas indústrias. Muitos produtores optaram por vender apenas em casos de necessidade financeira, devido à percepção de que os preços não cobrem os custos operacionais.
Colheita próxima do fim e produção cresce quase 15%
A colheita da safra 2024/25 está praticamente concluída, com 95,1% das áreas já colhidas até 17 de maio, conforme dados da Conab. Mesmo com chuvas em abril, que causaram acamamento e maior porcentagem de grãos quebrados, os resultados foram positivos. A produtividade média nacional é de 7 toneladas por hectare, aumento de 7,4% em relação à safra anterior. Com o crescimento de 6,9% na área plantada, a produção total deve alcançar 12,1 milhões de toneladas, avanço de 14,8% frente a 2023/24.
Exportações em queda e concorrência internacional pressionam o mercado
As exportações brasileiras de arroz seguem enfraquecidas. Em abril, o volume embarcado caiu 28% em comparação com março. Apesar da alta oferta interna, a concorrência com países como Paraguai e Uruguai tem dificultado a colocação do produto brasileiro no mercado externo. A perda de competitividade mantém o arroz no mercado doméstico, o que impede uma recuperação dos preços.
Projeção de produção global recorde também impacta preços futuros
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou projeções indicando uma produção global recorde de arroz para a safra 2025/26, o que contribuiu para a queda dos contratos futuros em Chicago. A média parcial dos preços caiu para US$ 277 por tonelada em maio, frente aos US$ 292 registrados em abril. A estimativa do USDA aponta produção e consumo globais em equilíbrio (538,7 e 538,8 milhões de toneladas, respectivamente), com estoques finais mantidos.
Baixo ritmo de exportações acende alerta no mercado brasileiro
O ritmo lento das exportações brasileiras preocupa o setor. Sem aceleração no escoamento, os preços podem continuar em queda. A janela para exportações deve se estreitar a partir de agosto, com o aumento da oferta dos Estados Unidos. De janeiro a abril, o Brasil exportou 6,6% mais que no mesmo período de 2024, mas os volumes ainda são 29% menores em comparação com 2023. A queda nos preços praticados por concorrentes do Mercosul também compromete a competitividade do arroz nacional.
Margens apertadas exigem atenção à gestão e estratégias comerciais
O cenário atual exige cautela por parte dos produtores. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), o custo variável de produção no Rio Grande do Sul gira em torno de R$ 76 por saca. Com preços médios no mesmo patamar, muitos produtores operam com margens apertadas ou até negativas, dependendo da produtividade alcançada. O relatório do Itaú BBA destaca a importância da gestão eficiente e de estratégias comerciais bem planejadas para enfrentar os desafios do setor.
O primeiro trimestre de 2025 foi de aceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira. O Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 1,4%, ante o quarto trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta sexta-feira (30) as Contas Nacionais Trimestrais.
O resultado veio abaixo da mediana das estimativas de 71 consultorias e bancos ouvidos pela reportagem do Valor, que apontava para alta de 1,5% no primeiro trimestre, frente ao quarto trimestre. As projeções iam de 0,3% a alta de 1,8%.Apenas cinco casas esperavam crescimento inferior a 1% no período.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB teve expansão de 2,9%, ante expectativa compilada pelo Valor de crescimento de 3,2%. O intervalo das estimativas era de alta entre 0,7% a 4,6%.
O IBGE também revisou o PIB do quarto trimestre de 2024, que cresceu 0,1% frente ao terceiro trimestre, ante alta de 0,2% divulgada anteriormente.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou a taxa de variação do Produto Interno Bruto (PIB) do país para o quarto trimestre de 2024.
Assim, o PIB do período de setembro a dezembro, frente ao terceiro trimestre, foi revisto de alta de 0,2% para aumento de 0,1%.
O IBGE atualizou também as taxas de variação da série com ajuste sazonal, que compara com o trimestre imediatamente anterior, para o terceiro trimestre de 2024 (de alta de 0,7% para 0,8%); e para o segundo trimestre (de alta de 1,3% para 1,5%).
A taxa de expansão no primeiro trimestre de 2024, no entanto, foi mantida em 1%.
As revisões foram apresentadas junto com as Contas Nacionais Trimestrais referentes ao primeiro trimestre de 2025.
Em estudo, Insper Agro Global avaliou os seis itens agrícolas que chineses mais compram
A guerra comercial entre Estados Unidos e China confere ao Brasil uma vantagem competitiva temporária. Mas o governo e o setor produtivo devem ficar atentos porque essa vantagem pode ser usada nas próximas semanas como moeda de troca para por fim à disputa de tarifas entre os dois países. O alerta é do professor Marcos Jank, do Insper Agro Global.
Um estudo realizado por Jank e pelos pesquisadores Leandro Gilio e Victor Cardoso, do Insper Agro Global, mostra que as tarifas impostas pela China a produtos americanos reduzem a competitividade dos EUA em relação a outros fornecedores, como o Brasil. A pesquisa considerou os seis produtos agropecuários que a China mais importa dos dois países: soja em grão (92% é comprada de EUA e Brasil), milho (66%), algodão (76%), carne bovina (55%), carne suína (31%) e carne de aves (64%).
Em abril, os Estados Unidos e a China intensificaram a escalada tarifária, com o governo americano anunciando tarifas de até 145% e a China respondendo com tarifas de até 125% sobre produtos americanos. Em 12 de maio, os países anunciaram uma trégua de 90 dias, com redução de 115 pontos percentuais sobre as tarifas de abril, o que deveria resultar em tarifas finais de 30% (cobrado da China pelos EUA) e 10% (sobre produtos americanos que vão para a China).
Na prática, no entanto, as tarifas impostas pela China aos produtos americanos continuam acima desse patamar de 10% e acima das tarifas impostas aos produtos brasileiros, aponta Jank. As tarifas chinesas sobre a soja em grão americana são de 23%, contra 3% para o Brasil. Para milho e algodão, as tarifas são de 26% para EUA e 1% para o Brasil. Para a carne bovina, a China cobra 12% do Brasil e 32% dos EUA. O caso mais extremo é da carne suína. Os EUA são taxados em 57%, e o Brasil é tarifado em 12%.
Embora o cenário pareça favorável para o Brasil no curto prazo, é preciso ter cautela, na visão do especialista. “Entendo que essas tarifas que estão sendo praticadas hoje vão ser usadas como instrumento de negociação para pressionar os Estados Unidos a reduzir a tarifa média de 30% que querem aplicar sobre os produtos chineses”, afirma Jank.
Medidas pontuais
O professor observa que a China tem adotado medidas pontuais, atingindo segmentos que são importantes politicamente para o presidente Donald Trump, como os produtores de grãos do meio oeste americano. “A China também tem feito um negócio perigoso, que é escolher a empresa que terá direito de enviar produtos ao país”, diz Jank.
No caso do milho, por exemplo, a China tem uma cota de importação de 7,7 milhões de toneladas dos EUA ao ano e concedeu o direito para a chinesa Cofco embarcar 4,4 milhões de toneladas. “Não duvido que, no futuro, o país possa retaliar o embarque de empresas americanas, como Bunge e Cargill”, pondera o professor.
Para o Brasil, a situação no momento é favorável, mas Jank considera relevante tanto o governo quanto o setor produtivo acompanharem as mudanças de perto. “O que é hoje um benefício para o Brasil pode virar moeda de negociação. A China busca negociar tarifas mais baixas para exportar aos EUA. E os Estados Unidos, que têm um déficit comercial de US$ 300 bilhões com a China, também vão tentar construir um acordo para exportar mais ao país”, diz Jank.
Resultado foi divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE e mostrou alta em atividades como venda de soja, milho e arroz
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, em relação aos três últimos meses do ano passado. Os números foram divulgados na manhã desta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações são do portal g1.
O crescimento do PIB no primeiro trimestre foi puxado pela agropecuária, que teve alta de 12,2%. O setor de serviços também apresentou alta, de 0,3%, enquanto a indústria teve pequena variação negativa (-0,1%).
A economia brasileira produziu, em valores, R$ 3 trilhões nos meses de janeiro a março. Nos últimos quatro trimestres, o crescimento foi de 3,5%. Na comparação com os três primeiros meses de 2024, a alta brasileira foi de 2,9%. Na ocasião, foi o comércio quem puxou o resultado.
O desempenho do setor agropecuário foi puxado pela soja (13,3%), milho (11,8%), arroz (12,2%) e fumo (25,2%).
Na série histórica, o país repetiu o melhor desempenho para o primeiro trimestre desde 2015 – entre janeiro e março de 2023, o PIB também teve crescimento de 1,4% em relação ao último trimestre do ano anterior.
Desempenho por setor
Na indústria, os setores de transformação e construção tiveram queda, de -1% e -0,8%, respectivamente, enquanto a Eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos registraram alta de 1,5%. O setor de Indústrias Extrativas também cresceram 2,1%.
No caso do setor de serviços, o destaque foi para a área de informação e comunicação, que teve alta de 3%.
Orçamento brasileiro fica atrás de nações com menor PIB, território e população como Austrália, África do Sul, Argentina e Arábia Saudita
O Brasil tem o segundo menor investimento no setor espacial do G20, mostra um levantamento inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Estratégico para soberania, desenvolvimento e exploração de novas tecnologias, o setor espacial brasileiro recebeu US$ 47 milhões em recursos públicos em 2023, o equivalente a 0,002% do PIB do Brasil. O montante posiciona o país à frente apenas do México – entre os países e blocos que compõem as 20 maiores economias do mundo – e é cerca de 30 vezes menor do que a média do grupo.
O levantamento da CNI revela todo o ranking, que tem como líder os Estados Unidos. Em 2023, os norte-americanos tiveram um PIB de US$ 27,7 trilhões e investiram US$ 73,2 bilhões no setor, o equivalente a 0,264% do PIB. Em segundo lugar, a Rússia investiu 0,169% do PIB de US$ 2,02 trilhões. A França foi a terceira nação que mais investiu no setor espacial: 0,114% do PIB de US$ 3,05 trilhões.
Usados em áreas estratégicas como comunicação, observação da terra, geolocalização, previsão do tempo, defesa, exploração espacial e voo tripulado, os satélites são ferramentas cada vez mais essenciais em nosso dia a dia. Apenas em 2023, a indústria espacial movimentou cerca de US$ 400 bilhões em todo o globo. Desse total, 71% do faturamento vem da indústria de satélites. Segundo estimativas do Morgan Stanley, o setor deve criar receitas de mais de US$ 1 trilhão até 2040.
O Brasil investe menos no setor espacial do que nações do G20 com menores níveis de PIB, de população e de território, como Austrália, África do Sul, Argentina, Arábia Saudita e Turquia. Como comparação, a África do Sul teve, em 2023, o PIB de US$ 380,7 bilhões (5,7 vezes menor que o brasileiro). Mesmo assim, o orçamento espacial sul-africano foi de US$ 128 milhões (2,7 vezes maior que o brasileiro).
Os governos têm papel essencial na expansão do setor espacial, sendo responsáveis pela maior parte do financiamento global. Segundo dados da Euroconsult, em 2023, o aporte governamental mundial em programas espaciais foi de US$ 117 bilhões. Dois países (Estados Unidos e China) foram responsáveis por 74,7% desse montante. O Brasil representa apenas 0,04% do orçamento mundial. No mesmo ano, segundo a Space Capital, o investimento privado foi de US$ 18,4 bilhões.
“O grande problema de o país investir pouco em engenharia aeroespacial nacionalmente é que, quando você tem a necessidade de comprar serviços desenvolvidos por satélites estrangeiros, você está financiando o desenvolvimento espacial de outras nações e, ao mesmo, deixando de aproveitar e desenvolver a indústria nacional do setor”, destaca o superintendente de Política Industrial da CNI, Fabrício Silveira.
Alta dependência de satélites estrangeiros
O estudo da CNI traz recortes que demonstram a alta dependência mundial do serviço de navegação conhecido como GPS, usado diariamente em serviços de transporte por aplicativo, de entregas e de geolocalização, desenvolvido e mantido pelos Estados Unidos.
Segundo dados da London Economics, uma suspensão no acesso ao sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS da sigla em inglês) por cinco dias traria perdas econômicas da ordem de R$ 32 bilhões. Outro estudo e O’Connor et. al estima perdas econômicas, apenas nos Estados Unidos, de R$ 153,3 bilhões por uma interrupção de 30 dias no sinal do GPS, podendo chegar a R$ 230 bilhões em períodos críticos para a agricultura – de R$ 5,1 bilhões a R$ 7,7 bilhões por dia.
Atualmente, o Brasil opera apenas 24 satélites, entre mais de 13 mil satélites em órbita, e por isso é dependente da infraestrutura estrangeira. Um levantamento do Programa Espacial Brasileiro (PEB) mostra que apenas o Poder Executivo demanda, anualmente, R$ 860 milhões em serviços espaciais. O histórico de baixo investimento no setor impede a redução da dependência por satélites estrangeiros. Entre 2013 e 2023, o orçamento destinado à Agência Espacial Brasileira (AEB) caiu 68%.
De acordo com o Competitividade Brasil 2023-2024, elaborado pela CNI, o Brasil ocupa a 12ª posição no ranking no fator de infraestrutura digital e urbana, em relação a 18 países, que leva em consideração, entre os principais requisitos, satélites em órbita. Os Estados Unidos lideram o ranking enquanto Peru, Índia e Colômbia aparecem atrás do Brasil.
Uma eventual perda de acesso ao GPS causaria interrupções nos serviços de telecomunicações, transporte, no sistema financeiro, na agricultura de precisão, entre outras atividades militares, governamentais e comerciais, provocando um verdadeiro “apagão nacional”.
Atentos a esses possíveis riscos, países como Índia e Japão desenvolveram sistemas de posicionamento próprios. Outros, como Turquia e Emirados Árabes Unidos, estão criando seus próprios sistemas de geolocalização.
Investir no setor espacial significa depender menos dos satélites estrangeiros. Em 2019, por exemplo, o Brasil poderia ter identificado com mais rapidez o derramamento de petróleo na costa do Nordeste e do Sudeste e, consequentemente, atuado com mais rapidez para conter as manchas. Naquela ocasião, o governo brasileiro dependeu de apoio internacional para investigar o caso, o que acabou afetando por mais tempo o meio-ambiente e as atividades pesqueira e turística da região.
“É importante reduzir a dependência do Brasil por infraestrutura espacial estrangeira. Para isso, é fundamental aumentar o investimento no setor. A experiência internacional mostra que o investimento governamental reduz o risco dos projetos e mobiliza o capital privado ao gerar demanda no setor. Instrumentos como as missões espaciais, os editais de financiamento e subvenção e as encomendas tecnológicas podem ser usados para aumentar o engajamento no setor”, sugere Silveira.
Novos investimentos e previsão de recuperação do setor nos próximos 10 anos
O Brasil tem oportunidades no setor aeroespacial. Segundo a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), o país poderia mudar o cenário de poucos investimentos em um horizonte de 10 anos. “A indústria espacial brasileira pode ser protagonista global, assim como a respeitada indústria aeronáutica. Atualmente dependemos de satélites estrangeiros para atender a necessidades básicas da sociedade brasileira. Temos que mitigar essa vulnerabilidade que ameaça nossa soberania”, avalia o presidente da AIAB, Julio Shidara.
Projetos recentes demonstram que o país tem capacidade de desenvolver o setor espacial. Em 2022, foi lançado o Amazonia-1, o primeiro satélite 100% brasileiro. O satélite foi o primeiro completamente projetado, integrado, testado e operado pelo país.
Em abril de 2023, o primeiro satélite privado de alto desempenho desenvolvido pela indústria brasileira foi lançado. O VCUB1 foi desenvolvido pela Visiona em uma rede de parceiros que inclui o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados e será usado para observação da Terra e coleta de dados. Essa parceria continua com o desenvolvimento do SatVHR, um satélite brasileiro de pequeno porte e alta resolução que poderá ser usado para monitorar florestas, rios e mares, ajudar no planejamento de cidades e auxiliar no processo de digitalização da agricultura.
Outro importante projeto em desenvolvimento é o Constelação Catarina. Serão construídos 12 nanossatélites para realizar o sensoriamento remoto do território e atmosfera. O projeto é uma parceria entre o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Entre 2022 e 2023, a Finep lançou três editais para incentivar a inovação no setor aeroespacial. Os investimentos somam R$ 991 milhões em recursos para subvenção e investimento privado. Os recursos serão destinados para desenvolvimento de plataformas demonstradoras de novas tecnologias aeronáuticas; desenvolvimento de satélite de pequeno porte de observação da Terra de alta resolução; e desenvolvimento e lançamento de veículos de pequeno porte para lançamento de nano e/ou microssatélites.
No início de 2024, foi firmado um Acordo de Parceria entre o SENAI-CIMATEC, o Governo Federal e o Governo da Bahia para a criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia. O parque vai integrar atividades de ensino, pesquisas avançadas e inovação no campo aeroespacial.
Nova Indústria Brasil (NIB) – R$ 113 bilhões para a indústria de defesa
O setor aeroespacial também é contemplado na Nova Indústria Brasil (NIB) – política industrial orientada por missões proposta pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). A missão 6 da NIB visa aumentar a autonomia e a soberania do país no setor aeroespacial.
Ao todo, serão aportados cerca de R$113 bilhões na missão, que busca ampliar o domínio brasileiro em áreas como radares, satélites e foguetes. Os investimentos públicos incluem o PAC Defesa, com mais de R$ 31 bilhões, para projetos como o caça Gripen, o avião cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos.
A prioridade será para ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação e monitoramento climático, tecnologia de propulsão, além de veículos autônomos e controlados de forma remota.
A missão tem a meta de alcançar, até 2026, até 55% de domínio das tecnologias críticas para a defesa, e até 2033, cerca de 75% de domínio. Para se ter uma ideia, atualmente a indústria de defesa brasileira possui 42,7% de domínio dessas tecnologias críticas para o setor.
O tema também está presente no Mapa Estratégico da Indústria da CNI (2023 – 2032) e no Plano de Retomada da Indústria, que recomendou, entre outras prioridades, o investimento em tecnologias e inovações de uso dual, que têm aplicação tanto no meio civil como militar, o que fortalece a indústria de defesa e segurança nacional.
Com os anúncios, o agronegócio brasileiro atinge 381 desde o início de 2023
O governo brasileiro concluiu, nesta semana, dez negociações na área agrícola com seis parceiros comerciais: Bahamas, Cameroun, Coreia do Sul, Costa Rica, Japão e Peru. As novas autorizações contemplam uma variedade de produtos, como carne bovina, carne suína, carne de aves e seus derivados, material genético bovino, material genético avícola, óleo de peixe e produtos do etanol de milho.
Nas Bahamas, as autoridades locais aprovaram o certificado sanitário para que o Brasil exporte carne bovina, carne suína, carne de aves e seus produtos. Essa abertura reflete o elevado grau de confiança no sistema de controle sanitário brasileiro e poderá contribuir para a segurança alimentar da população bahamense.
No Cameroun, as autoridades locais aprovaram a exportação de bovinos vivos para reprodução e material genético bovino pelo Brasil, o que permitirá o fortalecimento da pecuária local, além de oferecer aos produtores brasileiros oportunidades futuras para ampliação de negócios na África.
Na Coreia do Sul, as autoridades locais autorizaram a exportação de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia), reforçando a liderança do Brasil nessa área e o reconhecimento internacional sobre a qualidade, a sanidade e a rastreabilidade do plantel brasileiro.
Na Costa Rica, as autoridades locais autorizaram as exportações brasileiras de “grãos secos de destilaria” (DDG e DDGS, na sigla em inglês). Trata-se de um subproduto do etanol de milho que constitui fonte valiosa de proteína para alimentação animal e que, pelas características produtivas, reflete as credenciais de sustentabilidade da produção bioenergética brasileira.
No Japão, as autoridades sanitárias autorizaram a exportação de óleo de peixe produzido no Brasil, o que corrobora o elevado nível de confiança depositado por aquele país nos padrões sanitários brasileiros.
No Peru, as autoridades sanitárias aprovaram a exportação de filé de tilápia refrigerada ou congelada do Brasil. Essa abertura poderá ampliar as oportunidades de negócio para a piscicultura nacional, uma vez que o país andino é grande importador de pescados.
Com os anúncios, o agronegócio brasileiro atinge 381 desde o início de 2023.
Esses resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Fonte: Governo Federal – Ministério da Agricultura e Pecuária
A produção brasileira de carne bovina está cada vez mais próxima do Japão. Nesta quinta-feira (29), o Brasil vai receber o certificado de reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), como área livre de febre aftosa sem vacinação. A medida viabiliza o acesso em mercados mais exigentes, como o japonês, com abertura da exportações no segundo semestre deste ano.
No início do mês, uma autoridade do governo do Japão esteve no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília, com retorno previsto na segunda quinzena de junho, para uma inspeção geral do sistema sanitário brasileiro.
A comitiva japonesa deve elaborar um relatório técnico e liberar a etapa de habilitação, com base no modelo de pre-listing, que inclui os fornecedores que se enquadram nos critérios estabelecidos.
“O processo pode levar cerca de 60 dias após a visita. Estamos otimistas e trabalhando para que a liberação aconteça ainda em 2025, preferencialmente no segundo semestre”, afirma Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Governo Lula não envia representante para certificado internacional
O governo Lula (PT) não vai enviar autoridades do primeiro escalão à cerimônia da OMSA, em Paris, para a entrega da certificação de país livre de aftosa. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, desistiu da viagem e acompanhará o presidente petista na agenda internacional na França na semana seguinte.
O governo também cancelou as viagens do secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, e de seu adjunto, Allan Alvarenga, conforme informações publicadas no Diário Oficial da União. O ministério designou uma fiscal agropecuária para representar o país.
Com a ausência da alta cúpula do governo federal, a senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura do governo Bolsonaro, deve assumir o protagonismo no evento para destacar a importância dos estados brasileiros na produção de carne bovina. Ela viaja a Paris pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e deve discursar em nome do setor.
São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Piauí, Pernambuco, Amazonas, Tocantins e outros estados participam da assembleia da OMSA, com delegações enviadas para o evento que começou no último domingo (25).
Pecuária aposta em tecnologia para qualidade de carne no Brasil
O mercado japonês de carne bovina depende fortemente da importação, o que é motivo de interesse para os produtores brasileiros. “O Japão importa 65% da carne que consome e o Brasil produz carne de qualidade, com um trato sanitário reconhecido no mundo todo. Temos uma das carnes mais baratas do mundo e em grande volume. A expectativa é muito boa. Nossa possibilidade de exportação é muito grande”, aponta o presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Marcelo El Kadri.
Novas tecnologias e a mecanização tem garantido mais eficiência e padronização na produção, o que respalda a exportação brasileira. Os produtores entendem que as práticas de manejo de excelência são essenciais para atender aos padrões rigorosos do Japão.
“Hoje existe uma pulverização por drone, via satélite, onde você só pulveriza onde é necessário e isso gera economia e precisão na aplicação. Atualmente utilizamos um chip que possibilita a pesagem do animal em confinamento, sem que ele sofra estresse. A alimentação fica em lado oposto à água e no deslocamento entre os dois, o animal é pesado até duas vezes por dia. O Brasil está muito avançado e com novas expectativas, isso agrada o mercado japonês”, explica El Kadri.