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Trump assina decreto de tarifas e usa etanol brasileiro como alvo

Em um movimento estratégico para reequilibrar a balança comercial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (13/2) uma série de tarifas recíprocas a serem impostas sobre países que aplicam altas taxas aos produtos americanos.

Este plano visa corrigir as disparidades de longa data no comércio internacional. A abordagem, denominada “Plano Justo e Recíproco“, busca tratar cada país de maneira individual, conforme declarou o Departamento de Comércio.

Trump destacou que o enfoque principal está em nivelar o campo de jogo das relações comerciais, garantindo que os Estados Unidos não sejam prejudicados por tarifas injustas impostas por outros países. Ele apontou que o desvio de mercadorias através de terceiros países, a fim de contornar tarifas, será alvo de medidas específicas.

Como as tarifas recíprocas podem impactar?

Tarifas – Créditos: depositphotos.com / tendo23

As tarifas recíprocas impostas pelos Estados Unidos implicam em uma série de mudanças significativas no comércio global. Uma dessas mudanças é a possibilidade de outros países serem estimulados a reduzir suas tarifas para manter boas relações comerciais com os EUA. Trump citou o exemplo da União Europeia, que diminuiu sua tarifa sobre produtos automotivos para 2,5%.

A Casa Branca não descartou a introdução de uma tarifa global fixa, indicando possíveis ajustes futuros nas políticas comerciais do país. Além disso, o impacto potencial dessas medidas inclui um aumento no número de empregos locais, embora o custo de vida possa experimentar um aumento moderado no curto prazo devido às tarifas adicionais.

Como o Brasil e a União Europeia se encaixam?

O Brasil foi especificamente mencionado no exemplo de desequilíbrio comercial com os Estados Unidos. A tarifa americana sobre o etanol é de apenas 2,5%, enquanto o Brasil impõe uma tarifa de 18% sobre o etanol importado dos EUA. Em 2024, os Estados Unidos importaram mais de US$ 200 milhões em etanol brasileiro, mas exportaram apenas US$ 52 milhões de etanol para o Brasil.

Outro exemplo destacado é a União Europeia, que exporta mariscos para os EUA enquanto proíbe a importação de mariscos de 48 estados americanos. Além disso, a União Europeia impõe uma tarifa de 10% sobre carros americanos, contrastando com a tarifa de 2,5% dos EUA sobre carros europeus. Essas disparidades ilustram o tipo de questões que o “Plano Justo e Recíproco” busca corrigir.

Quais são os próximos passos?

A estratégia de tarifas recíprocas ainda está em desenvolvimento, mas já representa uma mudança significativa na política comercial dos EUA. Autoridades destacaram que mais mudanças podem ser anunciadas à medida que o governo avalia práticas comerciais injustas de outros países.

As tarifas não monetárias, como testes rigorosos em produtos estrangeiros, também estão sob consideração. Trump mencionou especificamente medidas relacionadas a carros e produtos farmacêuticos, que poderão ser implementadas com o intuito de proteger a indústria americana e seus trabalhadores.

Embora o impacto total das tarifas recíprocas ainda esteja por se desenrolar, o memorando de Trump visa trazer maior equidade para os acordos comerciais dos EUA. A medida cano também sendo vista com certa cautela por parceiros comerciais, que observam atentamente os desenvolvimentos e possíveis ajustes nas suas próprias políticas tarifárias. Será crucial acompanhar como essas políticas afetarão o comércio internacional e as relações bilaterais nos anos vindouros.

FONTE: Terra Brasil Noticias
Trump assina decreto de tarifas e usa etanol brasileiro como alvo – Terra Brasil Notícias

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Programa Elas Exportam abre as inscrições para sua 4° edição

Serão 50 vagas de qualificação com o objetivo de impulsionar a participação feminina no comércio exterior por meio de mentorias a potenciais exportadoras

É oficial! O Programa Elas Exportam abre 2025 com mais oportunidades para mulheres que querem exportar. Nesta 4° edição do programa, lançada nesta quarta-feira (12/2), serão ofertadas 50 vagas para mentoras e mentoradas. A iniciativa, liderada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), visa impulsionar a participação feminina no comércio exterior brasileiro.

O programa conecta mulheres empreendedoras experientes, que atuam como mentoras, a mulheres que estão iniciando sua jornada no comércio exterior, as mentoradas. Essa troca de experiências e conhecimento é fundamental para o desenvolvimento profissional das lideranças e para o sucesso do programa.

As inscrições para candidatas a mentoras podem ser feitas a partir desta quarta (12/2), pelo Formulário para Mentoras. Serão aceitas empresárias ou líderes de quaisquer ramos de atividade com experiência em comércio exterior.

Já as inscrições para candidatas a mentoradas podem ser feitas também a partir desta quarta (12/2), pelo Formulário para Mentoradas. Serão aceitas empresárias de quaisquer ramos de atividade que desejam exportar.

A novidade desta edição é que, além das 50 vagas, será criado um banco de mentoras, cujas inscrições permanecerão abertas durante todo o ano de 2025. O banco será acionado em dois momentos: no início da 4ª e da 5ª edição do programa, agora e no segundo semestre. O edital de formação do banco poderá ser renovado por mais um ano, a critério da organização do programa, o que dará mais previsibilidade e tempo para a organização das candidatas, além de redução da burocracia.

Segundo a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, “o lançamento da 4ª edição do Programa Elas Exportam reforça o compromisso do governo por mais inclusão e diversidade no comércio exterior. E as inovações desta edição demonstram que o programa segue evoluindo e se aprimorando, atento às necessidades e expectativas do seu público-alvo”.

Já a diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Repezza, ressaltou a parceria entre a ApexBrasil e o MDIC na implementação do Programa Elas Exportam, o que demonstra a força do trabalho conjunto em prol da inclusão e do fortalecimento das mulheres empreendedoras no mercado internacional. “A 4ª edição vem para ampliar ainda mais esse impacto, levando novas empresas a se posicionarem globalmente,” concluiu.

ACESSE OS EDITAIS:

EDITAL DE CONVOCAÇÃO Nº 2/2025 – Formação do Banco de Mentoras para o Programa Elas Exportam.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO Nº 3/2025 – Seleção de Mentoradas para a 4ª edição do Programa Elas Exportam.

SOBRE O ELAS EXPORTAM – O Elas Exportam faz parte da Política Nacional de Cultura Exportadora (PNCE) e conta com benefícios alinhados à Estratégia Nacional de Propriedade Intelectual, como a parceria do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e da International Chamber of Commerce (ICC) Brasil para a realização de capacitação em propriedade intelectual. O programa também tem o apoio do Banco do Brasil (BB), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

SOBRE O BANCO DE MENTORAS
O Banco de Mentoras será composto por empreendedoras ou líderes empresariais selecionadas por meio deste edital, que estejam qualificadas para atender às demandas das futuras edições do Programa Elas Exportam, previstas para 2025 (4ª e 5ª edições).

VIGÊNCIA E ATUALIZAÇÃO DO BANCO
O Banco de Mentoras terá vigência de 12 (doze) meses, contados a partir da publicação do resultado deste edital, podendo ser renovado por até 12 (doze) meses. Durante a vigência, novas mentoras poderão ser adicionadas ao banco, mediante inscrição, com a consecutiva atualização do ranking.

CONVOCAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO NO PROGRAMA
As mentoras do Banco serão convocadas conforme a necessidade e o cronograma de cada edição do programa, observando a correspondência entre os perfis das mentoradas e das mentoras, conforme descrito no item 12 (Cruzamento de Dados) do Edital.

DESISTÊNCIA OU EXCLUSÃO DO BANCO
Caso a mentora convocada não confirme sua participação no prazo estipulado ou não cumpra as condições estabelecidas neste edital, poderá ser excluída do Banco de Mentoras. Mentoras que desejarem se desligar do banco devem comunicar sua decisão à Organização por escrito, sem prejuízo de futuras candidaturas, desde que observem os critérios de elegibilidade.

RELAÇÃO ENTRE MENTORAS E ORGANIZAÇÃO
A atividade de mentoria no âmbito do Programa Elas Exportam é voluntária e não remunerada. A inclusão no Banco de Mentoras não estabelece vínculo empregatício, contratual ou financeiro entre as mentoras e a Organização. As mentoras convocadas para atuar no programa devem observar todas as responsabilidades descritas no Edital e comprometer-se com os objetivos do programa. A Organização não se responsabiliza pelo conteúdo das sessões de mentoria, que é de integral responsabilidade das mentoras.

CRUZAMENTO DE DADOS (CONEXÃO ENTRE MENTORA E MENTORADA)
O cruzamento de dados será realizado com base nos perfis das mentoradas e mentoras, observando aspectos como setor de atuação, destino das exportações e região geográfica. A correspondência entre perfis é essencial para garantir alinhamento e maximizar o impacto das mentorias.

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Eletrobras e Antaq firmam acordo para descarbonização de portos e terminais

 Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) firmaram uma parceria voltada para a descarbonização das operações em portos e terminais.

A empresa e a agência assinaram um protocolo de intenções durante o lançamento do inventário de emissões de gases de efeito estufa pelo setor aquaviário, em Brasília.

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O acordo envolve o levantamento de portos e terminais aptos para migrar ao mercado livre, no qual é possível escolher o fornecedor da eletricidade e estabelecer as condições contratuais, com a compra de energia renovável. O protocolo também pretende apoiar operadores aquaviários no abatimento das emissões de gases de efeito estufa por consumo em 2024, via emissão de certificados de energia renovável (I-Rec).

A parceria inclui também o levantamento do potencial para aplicação de soluções em eletrificação, como o On-Shore Power Supply (OPS), ou a eletrificação de quipamentos portuários, para que navios atracados possam ser atendidos pela rede elétrica local, no lugar da queima de combustíveis fósseis.

Fonte: Valor
Eletrobras e Antaq firmam acordo para descarbonização de portos e terminais | Empresas | Valor Econômico

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Gigante chinesa negocia aquisição da Vast com a Prumo Logística

A Prumo Logística está avançando nas negociações com a China Merchants para vender a Vast Infraestrutura, apurou o Pipeline. A companhia vem conversando com potenciais interessados desde o ano passado, quando mandatou o Goldman Sachs para uma venda total ou parcial do terminal de óleo e gás.

A China Merchants já é dona do TCP, o terminal de contêineres em Paranaguá comprado em 2017 por R$ 2,9 bilhões. Agora, os chineses despontaram como o principal interessado na operação da antiga Açu Petróleo, que opera infraestrutura e serviços de transbordo de líquidos, principalmente de petróleo – é o único terminal privado com capacidade para receber navios gigantes de óleo do tipo VLCC.

O negócio é estimado no mercado na casa US$ 1,7 bilhão. A Prumo tem o Mubadala e a EIG Partners como acionistas. Procurada pelo Pipeline, a Prumo não comentou e a China Merchants não deu retorno até a publicação desta nota.

Fonte: Pipeline 
Gigante chinesa negocia aquisição da Vast com a Prumo Logística – DatamarNews

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A China está encerrando seu período como grande importadora global de grãos?

China dá, China tira.
Exportadores agrícolas ao redor do mundo conhecem bem essa realidade, pois podem prosperar ou fracassar dependendo dos hábitos de demanda, às vezes imprevisíveis, do país asiático.

Em relação ao consumo, os estoques chineses de milho e trigo em 2024-25 devem atingir os menores níveis em cerca de uma década. No entanto, isso não está se traduzindo na oportunidade que muitos fornecedores globais de grãos poderiam esperar.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) cortou drasticamente as previsões de importação de grãos da China para 2024-25 nesta terça-feira, o que não chega a ser uma surpresa, dado o recente recuo do país no mercado.

A agência agora estima as importações chinesas de milho e trigo em 10 milhões e 8 milhões de toneladas, respectivamente, uma redução de quase 25% em relação às projeções de janeiro. Esses volumes representam quedas de 57% e 32% em relação às médias das quatro safras anteriores.

Ainda assim, as compras chinesas de grãos permanecerão historicamente elevadas, mas alguns exportadores globais precisarão esquecer os volumes do passado e se ajustar a uma nova realidade.

ANTES E DEPOIS

Durante a década de 2010, a China importava quantidades modestas de milho e trigo, com média de pouco mais de 3 milhões de toneladas anuais de cada. Isso representava cerca de 2% das importações mundiais anuais — volumes praticamente insignificantes em comparação com o consumo total de grãos do país.

Nesse período, a China também estocava grandes volumes de grãos como medida de segurança alimentar, aumentando rapidamente sua participação nos estoques globais.

No entanto, em 2020, o país aumentou abruptamente suas importações. Na safra 2020-21, a China importou 29,5 milhões de toneladas de milho, mais de cinco vezes o máximo registrado antes de 2020. Grande parte veio dos Estados Unidos, tornando a China o maior importador mundial de milho.

Na época, os balanços do USDA indicavam que os estoques chineses de milho eram suficientes e que a necessidade de importação não era crítica, pois as colheitas domésticas de milho e trigo estavam próximas de recordes históricos.

No entanto, havia rumores confiáveis de que os estoques chineses de milho haviam diminuído rapidamente até meados de 2020, com parte deles possivelmente estragando nos armazéns.

Os futuros do milho na China davam sinais disso, subindo um pouco antes e mais rapidamente do que os preços globais em meados de 2020, o que provavelmente refletia preocupações internas com a oferta.

A demanda chinesa ajudou as exportações de milho dos EUA a atingirem níveis excepcionais em 2020-21 e 2021-22, mesmo com estoques relativamente baixos nos Estados Unidos. No entanto, o Brasil começou a captar parte desse mercado em 2023, quando a China finalmente aprovou a importação do milho brasileiro.

As exportações de milho dos EUA para a China caíram quase 50% em 2022-23 em relação ao ano anterior e recuaram mais 60% em 2023-24. O Brasil também começou a sentir essa retração em 2024, com apenas 6% de suas exportações de milho indo para a China, ante 29% em 2023.

A mudança nas importações de trigo da China é menos drástica, mas ainda significativa. Em 2023-24, o país importou 13,6 milhões de toneladas de trigo, o maior volume em 32 anos. A Austrália é um dos principais fornecedores, mas os EUA exportaram 1,9 milhão de toneladas de trigo para a China em 2024.

A China foi a maior importadora mundial de trigo em 2022-23 e 2023-24, mas deve cair para a quarta posição em 2024-25.

O FUTURO DA CHINA

As safras de milho e trigo da China foram recordes em 2024-25. Assim, a relação entre estoques e consumo atingirá níveis que qualquer outro país consideraria extremamente elevados: 65% para o milho e 86% para o trigo.

No entanto, esses são os menores patamares em 11 e 9 anos, respectivamente, o que pode eventualmente favorecer o retorno da China ao comércio global de grãos. Em comparação, analistas nem sempre concordam se um estoque de milho dos EUA com relação estoque/consumo de 10% é um fator de alta para os preços.

Mas o crescimento econômico da China deve desacelerar este ano e novamente no próximo, o que geralmente não favorece as compras agrícolas em geral.

Na semana passada, a China adiou a importação de até 600 mil toneladas de trigo, principalmente da Austrália, destacando sua retração como importadora. Além disso, o país tem um volume insignificante de milho dos EUA contratado para exportação em 2024-25, o menor para esta época do ano em oito anos.

Os futuros do milho na China subiram cerca de 13% desde as mínimas registradas há dois meses. Os futuros do milho em Chicago avançaram na mesma proporção desde então, sugerindo alguma sincronia entre os dois mercados.

No entanto, exportadores globais de grãos, especialmente dos EUA e do Brasil, podem precisar adotar a mentalidade pré-2020, garantindo que o comércio com seus clientes tradicionais permaneça forte.

Karen Braun é analista de mercado da Reuters. As opiniões expressas acima são de sua autoria.

Fonte: Reuters
Is China ending its stint as major global grain importer? | Reuters

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América Latina ‘some’ da lista de maiores superávits do Brasil

O Brasil fechou 2024 não somente com superávit comercial 25% abaixo que o do ano anterior, mas com menor contribuição dos vizinhos ao saldo.

A lista dos países que renderam os dez maiores superávits para o Brasil em 2024 não inclui nenhum país latino-americano. Em 2023 havia três: Argentina, Chile e México. Com os três países o saldo para o Brasil caiu porque as exportações diminuíram e as importações cresceram embaladas pela demanda interna.

Em 2024 a lista se mantém encabeçada pela China, embora com superávit menor, acompanhada por três países do Sudeste Asiático.

Um deles, Cingapura, país com cerca de 6 milhões de habitantes, vem com o terceiro maior superávit comercial para o Brasil, mantendo posição de 2023. Malásia, em nono, e Indonésia, em décimo, ficaram na lanterninha da lista dos dez maiores superávits de 2024, mas já marcaram presença no mesmo ranking no ano anterior, em posições trocadas entre si. Entre as novidades estão Egito e Irã, em sétimo e oitavo lugares em 2024. Em 2023 ficaram em 16º e 12º, respectivamente.

Num ano em que as exportações caíram 0,8% e as importações avançaram 9%, o superávit total da balança brasileira ficou em US$ 74,2 bilhões em 2024, contra US$ 98,9 bilhões em 2023.

A América do Sul, isoladamente, caiu de segunda para quarta maior fonte de superávit para o Brasil entre 2023 e 2024, superada por Oriente Médio e África – a Ásia liderou nos dois anos.

Entre os latino-americanos que saíram da lista dos dez maiores superávits, a Argentina, destino con tradicional para os manufaturados brasileiros, foi o que trouxe menos saldo para o Brasil no ano passado. O resultado positivo de US$ 4,71 bilhões em 2023 foi reduzido a US$ 201 milhões no ano passado. O desempenho fez o país cair do quarto maior superávit em 2023 para 60ª posição no ano passado. As exportações brasileiros aos argentinos caíram 17,6% em 2024 ante o ano anterior, enquanto as importações subiram 13,2%.

Uma explicação conjuntural para isso foi a exportação atípica de soja em 2023, que contribuiu para elevar os embarques ao país vizinho e não se repetiu no ano passado, lembra José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Em razão da quebra de safra em seu território, os argentinos tiveram de importar o grão para honrar contratos de exportação. Em 2023 o Brasil vendeu à Argentina US$ 2 bilhões em soja, o que correspondeu a 12% do valor total embarcado naquele ano ao país. Em 2024 o embarque de soja voltou à normalidade e foi de apenas US$ 90 milhões. Já as importações brasileiras de produtos argentinos foram puxadas por automóveis.

O gráfico abaixo compara o comércio marítimo de contêineres entre Argentina e Brasil entre janeiro de 2021 e dezembro de 2024. Os dados vêm do DataLiner da Datamar.

Exportações e importações Argentina-Brasil | Jan 2021 – Dez 2024 | TEUs

Para Livio Ribeiro, sócio da BRCG e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a Argentina está passando ainda pelo seu grande choque de contração de renda. “Na verdade, definindo-se como um país muito mais pobre do que as pessoas vendiam. O nível de trocas comerciais está se adequando, ao menos no curto prazo, entre a Argentina e o resto do mundo e eles perdem participação na nossa pauta.”

Com o Chile, o superávit, de US$ 3,63 bilhões em 2023 caiu para U$ 1,71 bilhão no ano passado. O país caiu da sexta posição em 2023 para a 18ª. Nas exportações brasileiras para os chilenos o petróleo é o principal item, com fatia de 29%. A vendadas commodity somou US$ 1,92 bilhão em 2024 para o Chile, com recuo de 38% contra 2023, o que puxou a queda de 16,2% na exportação brasileira total ao país, em igual período. As importações origem Chile subiram 14,8% em 2024, influenciadas principalmente pelo cobre.

Nas trocas com o México o saldo encolheu de US$ 3 bilhões para US$ 2 bilhões de 2023 para 2024, o que fez o país cair do sétimo para o 15º maior superávit. O encolhimento de saldo resultou de queda de 9% nas exportações e aumento de 4% nas importações.

Também destino considerado interessante aos manufaturados brasileiros, o México importou US$ 715 milhões em automóveis do Brasil em 2024. Foi o principal produto vendido ao México, mas teve queda de 35% contra 2023. Já as partes e acessórios de veículos importados pelo Brasil cresceram 22,3% em igual período.

Welber Barral, sócio da BMJ e ex-secretário de Comércio Exterior, lembra que o Brasil tem acordo comercial antigo com o México, que trata principalmente do setor automotivo. “Existe uma proposta de expansão, para inclusão de mais produtos, mas um dos obstáculo é o protecionismo mexicano em relação à sua agricultura”, diz Barral.

Para ele, a política mais agressiva do presidente americano, Donald Trump, em relação ao países que integram o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) -versão atualizada do Nafta negociada no primeiro mandato do presidente americano e que deve receber revisão em 2026 – pode despertar o interesse do México em voltar às negociações para ampliar o acordo comercial que tem com o Brasil. Seria uma oportunidade, embora a instabilidade comercial que as novas tarifas de Trump podem provocar seja “ruim para o mundo inteiro”, diz.

Para Ribeiro, o quadro de perda das exportações e de queda de superávit na troca com os países vizinhos faz parte de um processo que envolve a América Latina como um todo, de deslocamento do mercado cativo que o Brasil sempre teve em favor da China. “Isso é particularmente marcante em 2024, quando a China começou a acelerar seus embarques, principalmente no fim do ano, antecipando-se ao início da guerra comercial”, diz ele, referindo-se ao esperado acirramento do conflito comercial entre China e EUA.

Para saber as perspectivas disso, diz Ribeiro, é preciso “ver onde as coisas vão parar em 2025 e qual será o equilíbrio de comércio global deste ano”. “A pauta de 2024 foi afetada por algumas questões específicas, mas, de maneira geral, o Brasil continua sendo exatamente o mesmo em termos de ofertante de commodities, principalmente para a Ásia. Também tem oferta de alguns produtos industriais para os países das Américas, mas sendo deslocado pelos chineses.”

Mesmo tendo caído em 2024 em relação ao ano anterior, o saldo com a China em favor do Brasil é disparado o maior entre todos os parceiros: US$ 30,73 bilhões em 2024 contra US$ 51,15 bilhões em 2023. A queda aconteceu tanto por exportação, que somou US$ 94,4 bilhões em 2024, quase US$ 10 bilhões menos que em 2023. As importações também contribuíram, com alta de valor absoluto praticamente igual, saindo de US$ 53,2 bilhões em 2023 para US$ 63,6 bilhões no ano passado.

Os dados do governo mostram que a soja explica grande parte da queda das exportações rumo à China. Em 2023, com safra recorde de grãos, o Brasil vendeu aos chineses US$ 38,9 bilhões em soja. Em 2024, com produção agrícola menor no Brasil, foram US$ 31,5 bilhões. Os embarques de petróleo e minério de ferro ficaram praticamente estáveis.

Juntos, os três produtos somaram 75% de tudo o que a China comprou do Brasil em 2024.

O comportamento das cotações explica bastante do desempenho das commodities no ano passado. Os preços médios de exportação do petróleo bruto caíram 4,4% em 2024 contra o anterior. Os de minério de ferro recuaram 5,2%. Na soja, além da queda de produção em 2024, os preços despencaram 16,9%. O crescimento do PIB chinês ficou praticamente estável nos dois últimos anos, com alta de 5,2% em 2023 e de 5% em 2024.

Já o avanço da importação de itens chineses se explica pela demanda doméstica e pela estratégia do país asiático de direcionar a novos mercados o excesso de oferta enquanto enfrenta novas medidas protecionistas nos EUA e nos países europeus. Em 2024 os carros chineses aproveitaram tarifas mais favoráveis e se destacaram. Puxados por elétricos e híbridos, o Brasil importou US$ 3,1 bilhões em automóveis chineses em 2024, o triplo do valor de 2023.

Para Castro, o comércio com a China, parceiro que tradicionalmente rende superávits ao Brasil, e com outros países que em 2024 ficaram entre os maiores saldos, como Egito e Irã, refletem a forte venda de commodities. O produto mais embarcado pelo Brasil ao Egito em 2024 foi milho, seguido de açúcares e melaços. Para o Irã, a pauta de exportação foi dominada por milho, soja e farelo de soja.

Cingapura, que forneceu o terceiro maior superávit para o Brasil em 2023 e 2024, funciona como um ponto de reexportação, principalmente para a China e o restante da região do Sudeste Asiático. Holanda, em segundo lugar também nos dois anos, tem papel semelhante, mas em relação à UE.

Fonte: Valor Econômico
América Latina ‘some’ da lista de maiores superávits do Brasil | Brasil | Valor Econômico

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Siderúrgicas rejeitam retaliar EUA, diz presidente do Instituto Aço Brasil

Marco Lopes defende negociações diretas com o governo americano para restabelecer acordo de cotas, considerado benéfico para ambos os países

O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, afirmou em entrevista à CNN que as siderúrgicas brasileiras rejeitam uma postura de retaliação aos Estados Unidos após a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio ao país. Lopes enfatizou que o setor não espera do governo brasileiro uma postura combativa neste momento.

“Não achamos que qualquer movimento no sentido de retaliação, postura mais agressiva do governo brasileiro, possa ajudar”, declarou.

Negociações diretas e acordo de cotas

O presidente do Instituto Aço Brasil destacou a importância de estabelecer negociações diretas com o governo americano para restabelecer o acordo de cotas. Segundo ele, este acordo é benéfico tanto para a indústria siderúrgica brasileira quanto para a americana. Lopes explicou que o sistema aprovado em 2018, conhecido como “sistema de hardcore”, estabelece cotas rígidas para a importação de produtos siderúrgicos.

Por exemplo, para os itens semi-acabados, a cota é de 3,5 milhões de toneladas, e uma vez atingido esse limite, nenhuma quantidade adicional pode entrar no mercado americano.

Balança comercial favorável aos EUA

O executivo ressaltou que a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos tem superávit para os americanos desde 1919. Nos últimos cinco anos, os EUA acumularam um superávit médio de 6 bilhões de dólares.

“Nós achamos que todos os fatores recomendam que nós restabeleçamos a nossa negociação para conseguir recompor o nosso acordo que vigorou durante todo esse tempo”, concluiu Lopes, reforçando a importância de manter um diálogo construtivo entre os dois países para resolver a questão da taxação do aço.

FONTE: CNN Brasil
Siderúrgicas rejeitam retaliar EUA, diz presidente do Instituto Aço Brasil | CNN Brasil

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Em Brasília, Jorginho Mello fortalece relações internacionais com Bahrein, Kuwait, Marrocos e Cazaquistão

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, participou de um almoço na embaixada do Bahrein, em Brasília, juntamente com os embaixadores do Marrocos Nabil Adghoghi, e do Kuwait, Talal Rached Abdulaziz.

O convite foi feito pelo embaixador do Bahrein, Bader Alhelaibi, durante um encontro para discutir o interesse dos países nos setores de Indústria, TI, startups e Turismo. Participaram do encontro as secretárias de Articulação Nacional, Vânia Franco, do Gabinete do Governador, Danieli Porporatti, e o secretário da Comunicação, Bruno Oliveira.

“Estamos muito satisfeitos com o convite e as oportunidades de parceria que surgem com esses países. Santa Catarina tem muito a contribuir nesses setores e estamos abertos para receber essas delegações em nosso estado em breve”, afirmou Jorginho Mello.

Embaixador do Bahrein (E) e embaixador do Kuwait – Foto: Divulgação / SAN

Após o encontro no Bahrein, o governador teve um encontro na embaixada de Marrocos com o embaixador Nabil Adghoghi.

Santa Catarina já tem se destacado na Balança Comercial com o Bahrein, Kuwait e Marrocos. Entre 2023 e 2024, foram mais de 86 milhões de dólares (US$ 86.012.064) em exportações e mais de 96 milhões (US$ 96.332.532) em importações.

Cazaquistão

No âmbito das tratativas internacionais, o governador recebeu a comitiva do Cazaquistão, liderada pelo embaixador Bolat Nussupov. O encontro foi na sede da Secretaria de Articulação Nacional, em Brasília, ocasião em que o embaixador convidou o governador para participar do Fórum Internacional do Turismo, em Astana.

“Estamos empenhados em fortalecer as relações comerciais e turísticas com países estratégicos como o Cazaquistão. Vamos avaliar a participação no Fórum e explorar novas oportunidades de cooperação”, ressaltou o governador Jorginho Mello.

FONTE: SECOM
Em Brasília, Jorginho Mello fortalece relações internacionais com Bahrein, Kuwait, Marrocos e Cazaquistão – Agência de Notícias SECOM

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Boeing registra melhor nível de entregas desde o final de 2023

A fabricante americana Boeing entregou 45 aeronaves comerciais em janeiro, seu maior nível mensal desde o incidente de janeiro de 2024 que mergulhou a empresa em uma profunda crise sobre a qualidade de sua produção. 

Segundo informações publicadas em seu site nesta terça-feira (11), o grupo entregou 40 aviões do modelo 737 MAX, o mais vendido da fabricante. Sete foram para a United Airlines, cinco para a Southwest e três para as companhias de aluguel Air Lease e Jackson Square Aviation. Empresas chinesas receberam outros sete

A Boeing também entregou quatro 787 Dreamliners, um para a United e um para a Korean Air, além de um cargueiro 767 para a Ethiopian Airlines. A Boeing não atingia esse nível de entregas mensais desde dezembro de 2023, quando entregou 67. Em janeiro de 2024, entregou 27.

No início daquele mês, um 737 MAX, operado pela Alaska Airlines, fez um pouso de emergência após perder um painel da fuselagem durante o voo.  Após o incidente, a Boeing ficou sob intensa fiscalização dos reguladores de aviação dos Estados Unidos e desacelerou sua produção.

A fabricante também enfrentou uma greve de trabalhadores no ano passado que durou mais de sete semanas e paralisou duas grandes fábricas de montagem na região de Seattle.

FONTE:  Noticias Uol
Boeing registra melhor nível de entregas desde o final de 2023

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Aurora projeta novo avanço nas receitas em 2025

Em 2024, receita da cresceu 14% e sobras somaram R$ 880 milhões

A queda nos custos com grãos e a demanda externa levaram a Cooperativa Central Aurora Alimentos a uma melhora importante nos resultados no ano passado, após o prejuízo de 2023. E para este ano, a expectativa é de novo avanço. A Aurora projeta alta de 10,5% na receita operacional, impulsionada mais uma vez pelas exportações e também por investimentos de R$ 1 bilhão, já em curso, para ampliar a capacidade de produção.

No ano que passou, a receita operacional da Aurora, terceiro maior frigorífico de aves e suínos do país, alcançou R$ 24,9 bilhões, alta de 14,2% em relação a 2023, enquanto a receita líquida cresceu 13,5%, para R$ 22,8 bilhões. Com isso, a cooperativa central contabilizou R$ 880,5 milhões em sobras — o equivalente ao lucro nas cooperativas. Em 2023, o resultado havia sido um prejuízo de R$ 137 milhões.

“O ano de 2023 foi aquele em que o custo de produção não podia ser recuperado no preço do produto. A conta não fechava, e esse quadro se alterou em 2024”, disse o presidente da Aurora, Neivor Canton em entrevista ao Valor.

Segundo ele, a queda nos preços dos insumos usados na ração animal, como milho e farelo de soja, reduziu as despesas de produção de aves e suínos, melhorando as margens da indústria.

“Mas a principal razão dos bons resultados do ano passado vamos creditar ao mercado externo, que remunerou de forma mais adequada o nosso produto”, avaliou Canton.

A receita operacional bruta proveniente das exportações cresceu 23,7% em 2024, totalizando R$ 9,1 bilhões. Já as receitas no mercado brasileiro somaram R$ 15,7 bilhões, alta de 10%.

Atualmente os principais importadores de frango da Aurora são Japão e os países do Oriente Médio, além de vários outros mercados menores. China, Japão, Estados Unidos, Canadá, México e Filipinas são os importadores mais relevantes de carne suína.

Na avaliação do presidente da Aurora, o mercado externo deve continuar favorável este ano. Em janeiro, por exemplo, as exportações das carnes suína e de frango do Brasil foram recordes para o mês, indicando a força da demanda que vem pela frente.

Atenta a isso, a cooperativa central vem investindo em melhorias e no aumento da capacidade de produção de suas fábricas nos últimos anos. Em 2025, serão investidos R$ 1 bilhão em várias frentes, mas especialmente na unidade de suínos de São Gabriel do Oeste (MS) e no abatedouro de aves de Tapejara (RS).

“Em Tapejara, estamos adequando a unidade para poder processar o frango griller (galeto), que é muito desejado no Oriente Médio”, afirmou Canton. O aporte para essa operação está estimado em R$ 134,7 milhões. O investimento total em São Gabriel do Oeste é de R$ 289,5 milhões, teve início no ano passado e ainda restam

R$ 136,3 milhões para serem aplicados até o fim de 2026.

“No fim do primeiro semestre [deste ano] ou início de segundo já teremos comércio vindo da ampliação nessas unidades”, estimou o presidente da Aurora.

Também de olho na demanda que vem do exterior, a Aurora está dando seu primeiro passo no processo de internacionalização e deve abrir este ano seu primeiro escritório comercial fora do Brasil. A cidade escolhida é Xangai, na China, país que é destino de 19% das exportações da Aurora e maior comprador de carnes do Brasil.

De acordo com Canton, “a Aurora Coop Shanghai será inaugurada ao final do primeiro semestre de 2025”.

Para o mercado interno, onde ficam quase 65% da produção da cooperativa, Canton projeta um reajuste de preços no portfólio neste ano. Isso porque já houve um acréscimo nos preços dos grãos usados na ração animal.

“As margens de hoje ainda são positivas, apesar do custo maior, [mas] os preços [dos produtos] estão defasados e vamos precisar repassar o custo ao longo do ano”, afirmou ele.

Ainda assim, ele avalia que a demanda doméstica deve seguir firme. A percepção de Canton é de que o frango tem sido a proteína mais lembrada pelos consumidores nos momentos em que é preciso substituir a compra de carnes mais caras por mais baratas, o que gera uma demanda adicional.

E se houver um espaço deixado pela carne bovina no mercado, em função da alta de preços do boi, o direcionamento dessa demanda para o frango deve vir “quase que de imediato”, projetou Neivor Canton.

FONTE: Globo Rural
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