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Comércio Exterior, Economia, Exportação, Informação, Internacional, Mercado Internacional, Negócios, Notícias, Tributação

Tarifas de Trump ao Brasil podem reduzir preços internos, dizem analistas

Cenário depende da variação do dólar e do processo de readequação do mercado exportador brasileiro, segundo especialistas

As tarifas americanas de 25% sobre o aço e o alumínio brasileiro devem entrar em vigor em 21 de março, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump pretende introduzir “taxas recíprocas” ao país no próximo mês. A depender do ambiente externo, o cenário pode levar à queda dos preços de itens de alguns setores no mercado interno, segundo especialistas ouvidos pela CNN.

Com os produtos tarifados perdendo espaço nos Estados Unidos, os produtores brasileiros devem querer desovar parte da mercadoria no curto prazo e, assim, aumentar a oferta no mercado interno. Este cenário, considerado otimista, está sujeito às oscilações do dólar e às novas medidas tarifárias de Donald Trump.

Em todos os casos, os analistas dizem que o Brasil será muito menos impactado que México e Canadá, cujas taxas gerais de 25% sobre todos os produtos exportados devem trazer uma readequação mais profunda do comércio exterior desses países, em razão do impacto severo nas respectivas balanças comerciais.

“O impacto tende a ser relativamente pequeno no Brasil, pois ainda somos um país fechado, que depende muito das commodities e pouco da indústria exportadora. Pode haver uma dificuldade maior em alguns setores industriais, como aço e alumínio, e aí existe a possibilidade de ter desconto nos mercados dessas mercadorias até que seja definida uma adequação da produção à nova realidade”, afirmou Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

O economista ressaltou que a expectativa é de que a parte da indústria mais afetada procure outros mercados, de olho no aumento de exportações para a Europa e China como forma de suprir a demanda reduzida nos Estados Unidos.

“Apesar do discurso sobre ‘taxas injustas do Brasil’, quem vai sofrer impacto mesmo são México e Canadá. Temos sorte de não sermos tão visados e de os Estados Unidos serem historicamente superavitários em relação ao Brasil”, acrescentou Vale.

A procura de novos destinos para as mercadorias tarifadas pelos americanos será o foco da indústria, segundo Julio Netto, economista-chefe da Mirae Asset.

“Quando ocorre essa guerra comercial tarifária, os mercados têm que se adaptar. Vai haver um período de transição, mas não podemos achar que agora vão só olhar para o mercado interno. Para os interesses deles, é muito melhor receber em dólar e é isso que vão continuar a buscar”, pontuou.

Netto destacou as incertezas em relação às próprias políticas tarifárias de Trump, com revisionismos do presidente americano que podem alterar os cenários econômicos a todo o tempo.

“Trump adota uma estratégia de broker nova-iorquino de chegar arrombando a porta para depois negociar. Ele quer agradar o eleitorado dele no curto prazo, mas deve rever muitas medidas a longo prazo, pois sabe que acaba isolando os Estados Unidos dessa forma”, declarou.

O economista-chefe do Banco Master e professor da FGV, Paulo Gala, sinalizou que a movimentação do dólar neste período é preponderante para haver alguma variação nos preços a partir das tarifas americanas.

Segundo o especialista, a valorização do dólar diante dos pares faria ruir a possibilidade de queda dos preços no âmbito nacional. Isso porque a alta da moeda americana reforçaria as exportações e reduziria a oferta interna, o que leva à alta dos preços por aqui.

“Mas não está claro se o dólar vai continuar se valorizando, porque há um forte medo de recessão nos Estados Unidos, então aquele ‘Trump trade’ que a gente viu no ano passado em que a moeda americana se valorizava com a vitória do Trump não está acontecendo mais. Agora tem uma reversão, especialmente pela política fiscal que impacta a atividade econômica do país”, explicou.

O dólar mantém um viés de desvalorização no exterior desde janeiro deste ano, com o início de declarações mais agressivas do presidente americano em relação às tarifas impostas a outros países.

O índice DXY, que compara o dólar a outras seis moedas, caía 1,15% por volta das 13h15 desta quarta-feira (5), aos 104.529 pontos, no menor nível em 4 meses, desde que chegou aos 103.42 pontos em 5 de novembro.

FONTE: CNN Brasil
Tarifas de Trump ao Brasil podem reduzir preços internos, dizem analistas | CNN Brasil

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Comércio Exterior, Evento, Exportação, Industria, Inovação, Logística, Mulheres, Portos

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FONTE: Apex Brasil
Formação do Banco de Mentoras para o Programa Elas Exportam | 4ª e 5ª edições

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Economia, Exportação, Gestão, Industria, Informação, Internacional, Negócios, Tributação

Trump cita novas tarifas ao Brasil durante discurso no Congresso dos EUA

Ao citar “taxas recíprocas” aos parceiros comerciais dos EUA, o presidente afirmando que novas taxas estão definidas para o dia 2 de abril

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou as tarifas do Brasil durante discurso ao Congresso nos EUA na noite de terça-feira (4).

Ao citar “tarifas recíprocas” aos parceiros comerciais dos EUA, o presidente citou o Brasil, junto a outros países como Canadá, Índia e China, afirmando que as novas taxas estão definidas para o dia 2 de abril.

“Outros países usaram tarifas contra nós por décadas, e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra eles. A União Europeia, China, Brasil e Índia, México e Canadá e diversas outras nações cobram tarifas tremendamente mais altas do que cobramos deles. É injusto.”

Donald Trump

“A Índia nos cobra tarifas maiores que 100%, a tarifa média da China sobre nossos produtos é o dobro do que cobramos deles e a tarifa média da Coreia do Sul é quatro vezes maior”, acrescentou.

Trump também afirmou que qualquer tarifa imposta aos EUA por outro país, será cobrada de maneira recíproca.

“No que eles nos taxarem, nós os taxaremos. Se eles aplicarem medidas não tarifárias para nos manter fora do mercado deles, então nós faremos barreiras não monetárias para mantê-los fora do nosso mercado. Nós teremos trilhões de dólares e criaremos empregos como nunca vimos antes”

Donald Trump

No mês passado, Trump pediu que seu governo investigasse os planos de tarifas recíprocas sobre todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos, com previsão de conclusão em 1º de abril.

Na campanha eleitoral, ele prometeu abordar o que chamou de práticas comerciais desleais de países estrangeiros. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse à CNBC na terça-feira que “é inacreditável a maneira como somos enganados no mundo todo”.

FONTE: CNN BRASIL
Trump cita novas tarifas ao Brasil durante discurso no Congresso dos EUA | CNN Brasil

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Comércio Exterior, Economia, Exportação, Gestão, Importação, Informação, Investimento, Logística, Portos

Chinesa investe R$ 2,84 bi e abre em março novo terminal em Santos

A gigante chinesa de comércio agrícola Cofco inicia a operação, no final de março, do que descreve como o maior porto dentro do porto de Santos.

O terminal consumiu R$ 1,64 bilhão em investimento direto e outro R$ 1,2 bilhão para a compra de 979 vagões e 23 locomotivas, segundo a empresa. É parte de um programa estratégico chinês proposto há três décadas e iniciado oficialmente em 2007, para inversões em agricultura pelo mundo –Agriculture Going Global, em inglês. Foi precursor da Iniciativa Cinturão, hoje mais conhecida.

Quando o porto estiver concluído integralmente, até o final deste ano, a Cofco projeta operar 14 milhões de toneladas anuais, sobretudo soja, milho e açúcar. Para 2025, deve ficar em 8 milhões de toneladas, 5,5 milhões de soja e milho, 2,5 milhões de açúcar. Será o maior terminal de exportação da Cofco International, que atua em 36 países, e “o maior porto em movimentação dinâmica de Santos”, segundo o CEO da empresa para o Brasil, Luiz Noto. Vai “concentrar as operações de todas as cargas da companhia”.

De acordo com o vice-presidente da Cofco International, Yunchao Wang, em entrevista no ano passado, é em Santos que se concentra sua atenção, não na alternativa recém-inaugurada do megaporto chinês de Chanqay, no Peru.

Questionado sobre os riscos geopolíticos recentes no Canal do Panamá, outra rota até a China, Noto respondeu que os navios do novo terminal santista vão passar pelo Cabo da Boa Esperança, na África.

O objetivo expresso do programa estratégico chinês, desde o princípio, é segurança alimentar, ou seja, garantir fontes estáveis de produtos agrícolas no exterior, dados os limites das terras aráveis na própria China.

Empresas encabeçadas pela Cofco investiram do Laos ao Uzbequistão e à Ucrânia, tanto em logística como em produção, pesquisa e desenvolvimento. No Brasil, registra Noto, a companhia vai de armazéns e indústria de esmagamento no Centro-Oeste a quatro usinas de açúcar no interior paulista.

Em Santos, a concessão do novo terminal de 98 mil metros quadrados foi obtida em licitação há três anos, para se estender por pelo menos um quarto de século. Outros investimentos projetados abrangem automatizar o transporte dentro do porto, inclusive trens, a exemplo do que acontece com os chineses e o peruano Chanqay.

Com o tempo, ele servirá a outras empresas do setor, não só à Cofco. De acordo com Noto, “o Brasil é fundamental nas operações globais da Cofco, um ‘hub’ agrícola essencial para o nosso negócio”.

Um estudo sobre segurança alimentar da Universidade Renmin, de Pequim, publicado em 2023, defendeu “encorajar” ainda mais a Cofco a participar diretamente do comércio de commodities agrícolas, inclusive mercado futuro –citando os efeitos negativos da Guerra na Ucrânia, com redução no fornecimento. Instalada no Brasil desde fevereiro de 2014, quando comprou o controle da holandesa Nidera, a Cofco International cresceu através de aquisições e acordos com produtores locais e agora dois terços de seus 11 mil funcionários estão no país. Até 2022, ela não aparecia na lista das mil maiores empresas brasileiras, do jornal Valor/Serasa/FGV. Em 2024, já era a 14ª.

Questionado sobre ações para subir ainda mais no ranking, Noto respondeu que “a busca por novos negócios está no DNA da companhia, sempre atenta às movimentações do mercado”, sem detalhar.

No país e pelo mundo, as maiores concorrentes da Cofco são as ‘traders’ americanas Cargill e Bunge. E a sua busca por diferenciação no mercado é ambiental, em linha com as prioridades de Pequim na última década. Por exemplo, segundo o CEO no Brasil, o investimento anunciado agora em ativos ferroviários “possibilita o crescimento da Cofco de forma sustentável, reforçando o compromisso de investir no agronegócio brasileiro atrelado à estratégia de reduzir emissões”.

A abertura do novo terminal terá como primeiro embarque, para a China, 1,5 milhões de toneladas de soja certificada como livre de desmatamento.

FONTE: Jornal Brasília
Chinesa investe R$ 2,84 bi e abre em março novo terminal em Santos | Jornal de Brasília

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Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Exportação, Mercado Internacional, Negócios

BRF trabalha com safra recorde de soja do Brasil de 174 mi t, diz CFO

Globalmente, o CFO disse acreditar que a safra de grãos terá crescimento em 2025 em relação a 2024, o que é positivo para a companhia em termos de preços dos insumos da ração

A companhia de alimentos BRF, uma das maiores processadoras de frango e suínos, trabalha com projeções de safra de soja do Brasil em 2025 de 174 milhões de toneladas, que superam estimativas do mercado, disse o diretor financeiro da empresa nesta quinta-feira (27). Fábio Mariano também afirmou que a empresa “está bastante positiva” em relação ao tamanho da safra de milho do Brasil, concentrada na segunda safra, conhecida como “safrinha”, mas que representa por volta de 75% da produção brasileira do cereal.

Em teleconferência, ele não citou um número para a segunda safra, que está em processo de plantio e só será colhida em meados do ano. Globalmente, o CFO disse acreditar que a safra de grãos terá crescimento em 2025 versus 2024, o que é positivo para a companhia em termos de preços dos insumos da ração.

Ele disse que a estratégia da companhia será parecida com a de anos anteriores, “de se posicionar nos período de colheita”.

Mariano comentou que a BRF está otimista também com as safras na Argentina e nos Estados Unidos, com efeitos positivos para as compras de insumos da companhia.

Nesta quinta-feira, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estimou que agricultores dos Estados Unidos plantarão mais acres de milho e menos de soja em 2025.

O USDA previu o plantio de milho dos EUA em 94,0 milhões de acres, acima dos 90,6 milhões em 2024, e apontou o plantio de soja em 84,0 milhões de acres, abaixo dos 87,1 milhões do ano passado. Os EUA são os maiores produtores e exportadores de milho do mundo, enquanto o Brasil é líder na produção e exportação de soja.

FONTE: CNN Brasil
BRF trabalha com safra recorde de soja do Brasil de 174 mi t, diz CFO | CNN Brasil

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Comércio Exterior, Economia, Exportação, Gestão, Industria, Informação, Internacional, Negócios, Notícias, Tributação

Trump diz que considerará tratado de livre comércio com Argentina

Em fala na Casa Branca, o republicano ainda elogiou o presidente argentino, Javier Milei, afirmando que ele é um “grande líder” e que “está fazendo um grande trabalho”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (3) que vai considerar um tratado de livre comércio com a Argentina. Em fala na Casa Branca, o republicano ainda elogiou o presidente argentino, Javier Milei, afirmando que ele é um “grande líder” e que “está fazendo um grande trabalho”.

“Não há espaço para o México ou o Canadá”, disse Trump, quando questionado sobre se os países poderiam evitar tarifas chegando a um acordo para conter os fluxos de fentanil para os Estados Unidos.

Trump disse que estava usando tarifas para “punir” países que — como ele disse — estavam tirando da economia dos EUA sem dar o suficiente em troca.

O secretário de Comércio Howard Lutnick disse que empresas globais podem evitar tarifas se investirem na produção nos Estados Unidos, como a TSMC. A fabricante de chips taiwanesa anunciou um investimento de US$ 100 bilhões nos EUA.

Trump prometeu impor tarifas de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México, com 10% para energia canadense.

O presidente também confirmou a adição de 10% em tarifas para produtos chineses.

CEOs e economistas dizem que a ação, cobrindo mais de US$ 900 bilhões em importações anuais dos EUA de seus vizinhos do sul e do norte, representaria um sério revés para a economia norte-americana altamente integrada.

As tarifas estão programadas para entrar em vigor às 12h01 (2h01 no horário de Brasília) na terça-feira.

O secretário de Comércio, Howard Lutnick, sinalizou no domingo (2) que Trump pode não impor o valor total das tarifas, dizendo que o presidente determinaria seus níveis exatos.

FONTE: CNN Brasil
Trump diz que considerará tratado de livre comércio com Argentina | CNN Brasil

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Dólar cai pelo mundo no Carnaval, mas política pode frear queda no Brasil

Enquanto mercados globais repercutiam efeitos das taxas à maior economia do mundo, indicadores no Brasil estavam fechados pelo feriado estendido

O dólar caiu ante as principais moedas do mundo neste início de semana, refletindo o temor dos mercados com os efeitos das tarifas impostas por Donald Trump aos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos.

O DXY — índice que mede a força da divisa norte-americana ante uma cesta de moedas fortes — caiu cerca de 1,7% entre o fim da semana passada e esta terça-feira (4), indo para ao redor de 105.6 pontos, o menor patamar desde dezembro do ano passado.

Enquanto os mercados globais repercutiam os efeitos das taxas à maior economia do mundo, indicadores no Brasil estavam fechados pelo feriado estendido de Carnaval.

As operações financeiras retornam no início da tarde desta quarta-feira (5) e, apesar do mau humor internacional, o cenário doméstico deve frear o recuo da divisa norte-americana ante o real.

Alexandre Espírito Santo, economista e coordenador do curso de Economia e Finanças da ESPM, aponta o noticiário político como principal fator para que o Brasil não participe desta onda de enfraquecimento do dólar.

“A gente tem que entender que o dólar aqui dentro é, sim, influenciado pelo dólar no mercado internacional. Mas a gente tem nossos próprios problemas”, afirmou em entrevista ao CNN Money nesta terça-feira.

Como exemplo, o especialista apontou o efeito negativo no câmbio pela nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última sexta-feira (28).

“Precisa entender se dólar, aqui dentro, não será contaminado pela questão política”, ponderou o economista.

Espírito Santo também citou os recentes anúncios do governo petista em meio à queda da popularidade de Lula, como o programa Pé-de-Meia e a medida provisória (MP) que muda regras do saque-aniversário para destravar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

“Isso não ajuda o Banco Central a trazer em inflação para a meta, que é o trabalho que ele vem fazendo subindo juro”, pontuou o economista.

“Não adianta vir com um vetor para trazer a inflação para a meta, e o governo gastar”.

Ibovespa em NY recua

Bolsas ao redor do mundo recuaram nesta terça-feira, após os Estados Unidos iniciarem tarifas de 25% para importações do México e Canadá, além de taxas extras de 10% para produtos chineses, totalizando 20%.

Em Wall Street, o Dow Jones perdeu 1,55%, enquanto S&P 500 caiu 1,22% e Nasdaq recuou 0,35%.

Praças na Europa seguiram a mesma direção, com o Stoxx 600 — que concentra as principais companhias do continente — fechando com perda de 2,14%.

EWZ — principais fundo de índice (ETF) do Ibovesva em Wall Street — também encerrou no vermelho, com perda de 0,95%. Durante a sessão, o tombo chegou ao redor de 2%.

Para Celson Plácido, partner e CEO na AMW – Asset Management by Warren, as bolsas devem se manter pressionadas com a escalada das guerras comerciais entre os EUA e seus principais parceiros.

“Taxas de juros mais elevadas, lucros das empresas menores, maior despesa financeira, e, óbvio, a inflação corroendo a renda da população como um todo”, detalha sobre os impactos que as tarifas deverão ter no cenário global.

FONTE: CNN Brasil
Dólar cai pelo mundo no Carnaval, mas política pode frear queda no Brasil | CNN Brasil

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Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Exportação, Informação, Negócios

Como a guerra comercial China x EUA pode afetar o agronegócio brasileiro

Especialistas avaliam que, no curto prazo, segmentos como grãos e carnes podem ser beneficiados, mas uma eventual escalada protecionista traz incerteza para o comércio global

Especialistas e representantes de segmentos do agronegócio brasileiro avaliam que a escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China pode beneficiar cadeias produtivas no Brasil, no curto prazo. No entanto, uma eventual escalada protecionista é motivo de preocupação, com riscos de gerar desequilíbrios no comércio agropecuário global.

O professor Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global, está entre os que veem esse risco de uma escalada protecionista. Ele destaca que o momento atual é bem diferente do ambiente de guerra comercial no primeiro mandato de Trump, em 2017.

“Agora, há muito mais setores e países envolvidos. O Donald Trump ameaçou Europa, os Brics, impôs tarifas para México, Canadá e China. É uma dimensão muito mais complexa. Temos que ficar preparados para canalizar o que está acontecendo no mundo”, afirma.

Jank acrescenta que os Estados Unidos atuam no formato de “metralhadora giratória”, com ameaças a países, setores e empresas, o que ele vê como uma estratégia para mostrar força e levar a novas negociações. “O Brasil tem tarifas altas de importação. Amanhã ou depois, os Estados Unidos podem vir para cima do Brasil também.”

De outro lado, a China, em sua visão, atua de maneira mais pontual e “cirúrgica”, com reações nos segmentos de petróleo, gás e produtos agropecuários. “Quando a China aumenta a alíquota dos produtos americanos, atinge principalmente o Meio-Oeste, que apoiou muito Trump e já sofreu na primeira guerra comercial, em 2017”, avalia.

O presidente da União Nacional de Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, avalia que a situação pode causar um desequilíbrio nas relações dos Estados Unidos com outras partes do mundo, com consequências que podem ser graves para o comércio global.

“O desequilíbrio abrupto nas relações comerciais entre EUA e o resto do mundo pode desequilibrar cadeias importantes de negócios e comprometer investimentos, pela insegurança gerada nas relações internacionais”, afirmou Nolasco.

Em sua avaliação, o momento atual requer cautela. Ele avalia que o diálogo e a negociação entre os países deveriam preceder o reordenamento do comércio mundial. E ainda é cedo para avaliar as consequências para o agronegócio do Brasil.

“Em uma análise mais simples, podemos vislumbrar uma grande oportunidade para commodities, grãos, fibras e proteína animal. Ao mesmo tempo, há risco de consequências sérias ao comércio mundial. Além disso, nós temos a China como nosso maior mercado e temos relações importantes com os EUA que podem sofrer consequências”, afirma Nolasco.

Estudo do Insper Agro Global, divulgado recentemente, apontou que, na primeira gestão de Trump, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos na exportação de produtos do agronegócio para a China, com um total de US$ 36,7 bilhões. Os americanos embarcaram US$ 23,7 bilhões. Isso aconteceu graças à imposição de tarifas aos produtos americanos pela China, em retaliação às tensões comerciais entre os países.

Em relação às exportações do complexo soja para a China, o Brasil registrou US$ 31,6 bilhões em embarques em 2024, com crescimento anual médio de 17,4% desde 2000. Já os Estados Unidos exportaram US$ 12,8 bilhões, um incremento anual de 10,5%, em média, no mesmo intervalo. Das exportações brasileiras do agronegócio de 2024, 33% ou US$ 45,3 bilhões tiveram os chineses como destino.

AAssociação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa as processadoras e exportadoras de soja e derivados, informa, em nota, que segue acompanhando os desdobramentos da situação. E espera que as relações comerciais dos dois países com o Brasil se mantenham equilibradas e construtivas.

“No momento, ainda é prematuro qualquer avaliação sobre os possíveis impactos das novas medidas tarifárias anunciadas. Ressaltamos que a China e os Estados Unidos são parceiros estratégicos do Brasil no comércio de produtos do agronegócio, e acreditamos na manutenção de relações comerciais equilibradas e construtivas”, afirma.

Para Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior e sócio do escritório Barral Parente Pinheiro Advogados, o Brasil pode ser beneficiado pela guerra comercial entre EUA e China. “Pelo menos inicialmente o Brasil pode acabar sendo beneficiado. Porque a China falou que vai restringir a importação de soja e de frango dos Estados Unidos, áreas em que o Brasil é um grande competidor”, afirma.

Preços de grãos

No curto prazo, a guerra tarifária pode refletir em uma queda nos preços internacionais de grãos, notadamente soja, milho e trigo – referenciados na bolsa de Chicago – e algodão – com preço de referência na bolsa de Nova York. A avaliação é do sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo, que prevê um aumento de tensão entre os dois países. Uma consequência imediata é a elevação dos estoques desses produtos no território americano, nas fazendas, tradings e cerealistas.

“A menor exportação para a China pode resultar em maiores estoques internos, pressionando ainda mais os preços futuros. Com isso, espera-se uma volatilidade elevada com o mercado reagindo a novos desdobramentos políticos e possíveis negociações entre EUA e China”, explica. Se isso se confirmar, os preços de Chicago podem sofrer mais desvalorização”, acrescenta.

Para o milho, o impacto pode ser moderado, já que o país asiático não é dependente da produção norte-americana. Entretanto, isso gerará maior competição entre o milho do Brasil e da Argentina. “A China pode buscar diversificar suas compras, beneficiando os exportadores sul-americanos”, acrescenta o especialista.

No primeiro governo Trump, o país asiático também havia imposto tarifas às importações dos EUA. Atualmente, a China é o maior parceiro comercial da agricultura norte-americana. Cogo lembra que os suprimentos agrícolas dos EUA para a China caíram entre os anos comerciais de 2017/18 e 2018/19, antes de se recuperarem em 2019/2020 e 2020/2021.

“A guerra comercial entre EUA e China reduzirá a competitividade dos produtos norte-americanos em relação aos do Brasil. A China buscará obter o máximo possível do Brasil”, reforça. A China é um destino importante para os produtos agrícolas norte-americanos. Só em 2024, respondeu por 4,8% dos embarques de milho, 52,5% dos de soja e 10,9% dos de trigo, de acordo com Cogo.

A princípio, o Brasil pode ser beneficiado como principal parceiro no comércio com o país asiático, porém enfrentará desafios de concorrência com a Argentina. João Birkhan, CEO do Sim Consult, avalia que a situação deve promover, pelo menos a curto prazo, um rearranjo do mercado global de soja e milho, que pode beneficiar o produtor brasileiro. Ele destaca que os chineses terão que originar os grãos de outros países. E a primeira opção tende a ser o Brasil.

“A China não pode deixar de consumir milho e soja. Se deixar de comprar dos Estados Unidos, vai comprar da Argentina, do Paraguai, mas, principalmente, do Brasil. E o produtor brasileiro pode sair ganhando”, diz Birkhan, recomendando que o produtor faça uma programação das suas vendas de acordo com as condições do mercado.

Na visão do consultor, um movimento possível é o Brasil reduzir os embarques para outros destinos, priorizando a demanda chinesa. No entanto, é preciso que as variáveis de formação de preço proporcionem uma situação remuneradora para os produtores e exportadores.

Além das cotações na bolsa de Chicago, principais referências de preço internacional de grãos como soja e milho, o mercado leva em consideração o prêmio (chamado pelos americanos de basis), associado, geralmente, à oferta e demanda regional e às condições de logística. E como o preço é dolarizado, a taxa de câmbio também é fundamental para o resultado de quem vende o produto.

“Os Estados Unidos têm um custo logístico menor, portos mais eficientes. Mas uma situação dessas inverte a condição. Podemos até não ganhar com isso, mas, provavelmente, não vamos perder”, avalia.

De acordo com os levantamentos do Sim Consult, esses diferenciais estão positivos de US$ 0,30 a US$ 0,37 por bushel, a depender do prazo de entrega. Segundo Birkhan, os valores ainda não são “nada extraordinários” e tendem a sofrer variações à medida que os negócios com soja brasileira sejam retomadas depois do Carnaval.

“O dólar, neste momento, não tem papel tão relevante quanto o basis. Porque o consumidor terá que buscar outras origens. E deve se ajustar a partir de hoje”, diz Birkhan. “O produtor tem que pensar em dólar. Fixa o dólar, vende quando o preço em dólar estiver em alta e faz a troca por reais em momentos de alta da moeda”, recomenda.

Na avaliação do consultor, o principal fator de risco para o mercado global de grãos, com efeitos negativos mais relevantes sobre o Brasil, é a possibilidade de a China aplicar embargos contra operações de tradings americanas. O consultor lembra que várias dessas empresas são multinacionais.

“Se as empresas americanas que operam no Brasil forem embargadas, vai criar um transtorno, porque, se não puder escoar a produção, cria um problema também de logística. E é preciso saber se eventuais sanções valeriam só para compras futuras ou para os contratos já fechados”, questiona.

Para a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a indústria de frango e suínos, a guerra tarifária abre espaço para os exportadores brasileiros. Mas o presidente da entidade, Ricardo Santin, não deixa de lado a cautela. Lembra que no primeiro governo Trump o republicano acabou fazendo um acordo com a China que permitiu a normalização do comércio entre os países.

“Há oportunidade de aumento de volume de exportação, porque os importadores chineses já têm canais estabelecidos com o Brasil”, afirmou Santin. Mas o principal efeito das medidas chinesas, disse, deve ser a valorização dos preços na exportação pelas empresas brasileiras, já que as tarifas vão encarecer as carnes suína e de frango produzida nos EUA.

Hoje, a China compra mais de 150 mil toneladas de carne de frango e cerca de 200 mil toneladas de carne suína dos Estados Unidos. “A China é o segundo mercado para a carne suína brasileira, atrás das Filipinas. Se houver uma valorização, podemos redirecionar para o mercado chinês o que seria destinado às Filipinas”, exemplificou Santin.

O Brasil exportou 500 mil toneladas de carne suína à China no ano passado e cerca de 350 mil toneladas de carne de frango.

O presidente da ABPA observou ainda que outros países fornecedores podem ser favorecidos. “Países da Europa e o Canadá também são alternativas de fornecimento de carne suína à China”, diz. No caso do frango, países europeus também seriam opção de fornecimento.

Outro efeito , segundo Santin, é que os exportadores americanos podem direcionar seus produtos a outros mercados para fugir da taxação chinesa. Isso pode significar maior concorrência para as carnes suína e de frango brasileira no exterior.

Embora veja benefícios no curto prazo, Marcos Jank, do Insper, também adota uma postura cautelosa sobre as consequências dessa nova guerra comercial. “Pode gerar um benefício momentâneo para o Brasil. Não vai ser da mesma magnitude que 2017 porque a gente já cresceu muito em exportações de grãos para a China desde então. Mesmo no caso da carne bovina, os EUA já estão com problemas, até importando produto do Brasil”, observa.

Ele recomenda não cantar vitória antes do tempo. “Nos anos 1930 o mundo teve uma guerra comercial que durou anos e foi causadora da Segunda Grande Guerra. Acho que ninguém vai querer uma guerra nuclear agora”, diz.

Brasil na mira?

Em um relatório, Welber Barral apontou como risco aos exportadores brasileiros a decisão do governo dos Estados Unidos de abrir uma investigação para determinar se as importações de madeira, madeira serrada e seus derivados (como móveis e papel) representam uma ameaça à sua segurança nacional. A investigação será concluída em até 270 dias, com um relatório que será entregue ao presidente dos EUA, Donald Trump.

Barral considera que, após a investigação, há risco do país impor tarifas mais altas sobre a madeira brasileira e seus derivados, como móveis. “Isso pode dificultar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado dos EUA, um dos principais destinos de exportação para a indústria de móveis e madeira”, avalia.

Ele salienta que a imposição de tarifas ou cotas pode exigir dos exportadores brasileiros abrir novos mercados ou ajustar a estratégia de preço. “As empresas brasileiras devem se preparar para um cenário potencialmente mais complexo e buscar alternativas para garantir a continuidade das exportações e minimizar os impactos das políticas protecionistas”, pondera.

FONTE: Globo Rural
Como a guerra comercial China x EUA pode afetar o agronegócio brasileiro

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Receita Federal amplia atuação da Aduana no enfrentamento ao crime organizado

Em coletiva, órgão apresentou resultados que refletem medidas de proteção do mercado nacional, do consumidor e da segurança pública

A Receita Federal está se posicionando cada vez mais como um órgão atuante na segurança pública brasileira, adotando medidas de aduana para o enfrentamento ao crime organizado. Esse posicionamento vem tendo impacto sobre o número de apreensões de mercadorias que são fruto de contrabando e descaminho, como cigarros e outros artigos eletrônicos, além de combustíveis e drogas.

O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que, quando se fala da Receita Federal, logo se pensa em Imposto de Renda e arrecadação de tributos, passando despercebido da população que a RFB abrange também a Aduana Brasileira.

“Se a função principal da Aduana é a facilitação do comércio internacional, ela naturalmente acaba trabalhando diretamente nisso, na proteção do mercado nacional, na proteção do consumidor brasileiro e na segurança pública, porque infelizmente é por meio de transações internacionais que o crime organizado, muitas vezes, se financia aqui no Brasil”, comentou o secretário, na quinta-feira (27/2), durante coletiva para apresentar o Balanço de Apreensões realizadas em 2024 e as principais medidas da Aduana no enfrentamento ao crime organizado.

Combustíveis e cigarros

O balanço mostra que, somente em 2024, um montante de R$ 5  bilhões em combustíveis retidos pela fiscalização entraram no mercado mediante ações judiciais. Para o subsecretário de Administração Aduaneira da RFB, Fabiano Coelho, os combustíveis ilustram bem a importância da articulação entre os órgãos públicos envolvidos nesses casos, porque existe uma forte pressão do segmento econômico para a utilização desses produtos.

“Todos nós utilizamos isso, todos os dias, e a indústria também. Então, é uma forte pressão para que haja a liberação, porque a cadeia logística precisa dar vazão, não só para o consumo, como não existe capacidade de consumo e armazenagem. Então, geralmente, as liberações judiciais são concedidas em função dessa urgência, dessa necessidade, sem análise do mérito”, afirmou. Ele salientou que o setor está sobrecarregado de irregularidades que precisam ser combatidas, não só pela Receita Federal, mas também por outros órgãos públicos com competência na área.

Já quanto à apreensão de mercadorias fruto do contrabando e descaminho, a Receita Federal registrou o montante de R$ 3,76 bilhões de reais, em 2024, com uma média superior a R$ 3,5 bilhões em volume de apreensões nos últimos anos.

O carro-chefe é o cigarro. Só o cigarro comum tem uma média, desde 2020, de R$ 1 bilhão anual em valor de mercado apreendido. A Receita nota a conexão desse crime com milícias privadas, que formam quadrilhas para tomar conta dessas rotas.

As apreensões de cigarros eletrônicos saltaram de R$ 61,8 milhões em 2023 para R$ R$ 179,4 milhões no ano passado, graças a ações para evitar a continuidade desse ilícito e a busca de integrações para a derrubada de sites, cassação da licenças e outras medidas que fortaleçam o combate ao contrabando desses itens.

Contrabando e tráfico

O secretário Barreirinhas contou ter acompanhado pessoalmente uma operação de repressão ao contrabando de cigarros eletrônicos, em São Paulo, com a notificação do responsável de que contrabando e descaminho é crime, inclusive com pena maior do que a de furto no Brasil. “No dia seguinte, eu passei no estabelecimento e estava tudo lá de volta. Por quê? Porque é uma sensação de impunidade”, lamentou.

Para evitar esse tipo de situação, a Receita publicou duas Instruções Normativas inovadoras. Uma delas prevê a suspensão cautelar dos CNPJs de estabelecimentos pegos com produtos contrabandeados. Outra proíbe o uso dos portos brasileiros para o trânsito de cigarros eletrônicos. Além disso, com a suspensão do CNPJs, o órgão vai informar aos municípios – que têm a competência em relação aos alvarás de funcionamento – para suspender a licença dos estabelecimentos.

Sobre artigos eletrônicos, em 2024, a Receita Federal registrou o montante de R$ 920 milhões em mercadorias apreendidas. De acordo com o coordenador-geral de Combate ao Contrabando e Descaminho, Raphael Eugênio de Souza, foi o melhor resultado do histórico de apreensões desses itens pelo órgão federal, inclusive, passando pela primeira o volume de cigarros, o que pode ser explicado pelo consumo maior de cigarros eletrônicos.

Nas operações contra o tráfico de drogas, no ano passado, a Receita Federal também bateu um recorde em quantidade de apreensões, chegando próximo a 70 toneladas, com leve alta em relação ao recorde anterior, que foi de 2020.

Maior repercussão penal

Segundo a Subsecretaria de Administração Aduaneira, além das medidas envolvendo o CNPJ de empresas envolvidas em contrabando, a alteração da Portaria 1750/2018 terá outros impactos na repercussão penal.

Um deles é fortalecer os elementos que compõem as representações mais relevantes, contribuindo ainda mais com a atuação do Ministério Público Federal (MPF). A ideia é que a fiscalização possa fornecer todos os elementos de prova para que o MPF ofereça denúncia de uma forma mais embasada.

Também será possível ampliar a efetividade, a partir da representação de crimes praticados em conjunto com o contrabando e descaminho. Nesse caso, se durante uma fiscalização se observar a prática de outros crimes, a alteração na lei permite fornecer esses elementos para o MPF oferecer a denúncia de uma forma mais completa. “A intenção agora é que todas essas informações já sejam enviadas desde o início da representação, o que vai acelerar e dar maior abrangência ao processo”, explicou o delegado da Alfândega de Guarulhos, Mário de Marco, durante a coletiva.

Por fim, a Receita busca melhorar a publicidade das informações, para que a sociedade acompanhe os crimes representados com mais precisão. “Vamos ampliar a transparência ativa. Hoje, a Receita Federal já divulga as representações criminais na internet, mas de uma maneira não tão fácil de ser acessada. Nós faremos uma listagem dos contrabandistas pegos pela Receita Federal e das representações feitas, detalhando o volume apreendido e os valores apreendidos, anunciou o secretário Robinson Barreirinhas.


Confira a coletiva da Receita Federal para apresentar o balanço das apreensões realizadas em 2024 e das medidas contra o crime organizado

FONTE: MF.gov
Receita Federal amplia atuação da Aduana no enfrentamento ao crime organizado — Ministério da Fazenda

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Autocertificação de origem para exportadores passa a valer a partir de 1º de março

MDIC lançou Guia para orientar empresas exportadoras a preencher a autocertificação, o que vai trazer economia aos exportadores brasileiros

A partir deste sábado (Março), passa a vigorar a autocertificação de origem para empresas brasileiras que exportam para a Argentina, Paraguai e Uruguai. A medida permite que a própria empresa exportadora emita a Declaração de Origem sem precisar de intermediários. A autocertificação desburocratiza processos e deve gerar economia aos exportadores brasileiros.

Prevista na Portaria nº 373/2024 da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a autocertificação passa a ser uma prova de origem válida para os acordos comerciais que permitem essa modalidade e garante que os exportadores brasileiros tenham acesso a benefícios tarifários nos países de destino. Ao ano, são emitidos cerca de 600 mil certificados, sendo que 35% do total é endereçado ao Mercosul.

“Essa medida reduz custo e tempo de emissão da prova de origem e com isso as exportações brasileiras ficam menos onerosas” afirmou o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltando que a autocertificação fortalece a competitividade das empresas e facilita a integração regional, garantindo maior eficiência nas trocas comerciais entre os países do Mercosul.

A Portaria Secex nº 373/2024 tornou possível a autocertificação como prova de origem no Brasil para todos os acordos que autorizem essa prática, incluindo os do Mercosul. A medida também estabelece mecanismos internos de controle em casos de suspeita de fraude de origem, para reforçar as disposições de verificação e controle já previstas nos acordos comerciais.

“Essa mudança representa um avanço significativo na modernização dos procedimentos comerciais do bloco, trazendo mais agilidade e previsibilidade para os operadores econômicos”, explicou a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, reforçando que a medida alinhará o Brasil às melhores práticas internacionais.

A implementação da autocertificação de origem no Brasil somente foi possível devido à adoção do novo Regime de Origem do Mercosul, estabelecido pela Decisão CMC nº 05/2023, aprovada pelos países do bloco. Esse novo regime moderniza e simplifica as regras de origem no Mercosul, alinhando-as às melhores práticas internacionais e viabilizando a adoção da autocertificação como alternativa ao modelo tradicional de certificação.

Guia – Para orientar o exportador, o MDIC lançou na semana passada o Guia de Autocertificação, um material prático, com 16 perguntas e respostas, para orientar o exportador brasileiro a autocertificar a origem de seu produto, sem precisar recorrer a uma entidade certificadora habilitada pelo MDIC. O material explica de forma clara e objetiva os procedimentos necessários, as responsabilidades dos exportadores e os critérios que precisam ser observados.

A autocertificação não é obrigatória, mas uma opção disponível para os operadores. As empresas que preferirem podem continuar contando com o suporte das entidades habilitadas para a emissão dos Certificados de Origem tradicionais.

FONTE: MDIC
Autocertificação de origem para exportadores passa a valer a partir de 1º de março — Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

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