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Dólar nas “alturas” atinge maior patamar em 3 anos

O dólar voltou a subir no mercado brasileiro, alcançando R$ 5,76, o maior patamar desde março de 2021.

Essa alta reflete uma combinação de fatores internos e externos, intensificada pela divulgação do déficit em transações correntes, que ultrapassou 2% do PIB, o maior nível em mais de um ano. A falta de clareza em relação a medidas de ajuste fiscal por parte do governo federal, somada à crescente saída de capital estrangeiro, contribuem para a desvalorização do real.

Em entrevista a jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que ainda não há previsão para o anúncio do conjunto de medidas de contenção de gastos, prometido para após o segundo turno das eleições, aumentando as incertezas no cenário fiscal. Esse panorama contrasta com o otimismo visto alguns meses atrás, quando se esperava uma trajetória mais estável de crescimento econômico e ajuste fiscal. Mesmo com a Selic em patamar elevado, o que em tese atrairia mais investimentos, a fragilidade fiscal e a inflação crescente geram incertezas que afugentam investidores e pressionam o câmbio.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve enfrenta sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho, como apontado no relatório JOLTs, que registrou uma queda nas vagas abertas. A expectativa de novos cortes de juros pelo Fed também contribui para as incertezas.

A ferramenta FedWatch, do CME Group, mostra que a probabilidade de o Fed realizar um corte de 50 pontos-base nos juros neste mês está quase equiparada à chance de uma redução mais modesta, de 25 pontos-base.

O Ibovespa refletiu essas incertezas e a escalada do dólar. O índice encerrou o pregão em queda, recuando para 130,7 mil pontos. Lucas Almeida, sócio da AVG Capital, ressalta que a volatilidade do Ibovespa é resultado de uma combinação de fatores internos e externos. “Embora haja recuperação em setores como mineração e frigoríficos, as preocupações com a fragilidade fiscal do Brasil permanecem. Além disso, o esperado estímulo fiscal na China pode trazer algum alívio à demanda global de commodities, mas o impacto será limitado diante da deterioração fiscal no Brasil”, observa.

O Banco Central segue preocupado com a inflação de serviços, que continua resistente apesar do recente ciclo de alta da Selic. A pressão sobre a curva de juros futuros, com apostas em novos ajustes, agrava a incerteza para a economia brasileira.

Fonte Veja: Dólar nas “alturas” atinge maior patamar em 3 anos

 

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CNI aumenta de 2,4% para 3,4% a projeção de crescimento do PIB de 2024

Entidade também altera de 2,3% para 3,2% a expectativa de alta do PIB industrial, com contribuições expressivas dos segmentos de transformação e construção, que caíram no ano passado

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve subir 3,4% em 2024, projeta o Informe Conjuntural do 3º Trimestre, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (10). A expectativa da CNI para o crescimento da economia aumentou 1 ponto percentual em relação ao levantamento anterior, que previa alta de 2,4%.

Superintendente de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles explica o que levou a entidade a rever o crescimento do PIB deste ano de forma expressiva.


“A CNI aumentou a previsão do PIB de 2024, principalmente, por causa do desempenho da economia no primeiro semestre, que foi muito positivo, acima das nossas expectativas. Além disso, os fatores que têm contribuído para o crescimento não devem desaparecer até o fim do ano e o segundo semestre vai ter como base de comparação o período mais fraco da atividade em 2023.”


Entre as razões para o desempenho da economia, sobretudo para sustentar a demanda e o investimento, estão o aumento do consumo das famílias, consequência de um mercado de trabalho aquecido; a alta da massa salarial e a maior oferta de crédito; além dos gastos do governo. Apesar de prever menor intensidade, a Confederação acredita que esses fatores seguirão impulsionando a atividade na segunda metade de 2024.

Veja, a seguir, a evolução das principais projeções da CNI para 2024:

Emprego e rendimento dos trabalhadores em alta

Hoje em 6,9%, de acordo com o IBGE, a taxa de desemprego deve continuar no mesmo patamar até o fim do ano, aponta o Informe. Já a massa de rendimentos tende a crescer 7,4%.

Todos os segmentos industriais devem crescer em 2024

Para o PIB da indústria, a CNI reviu a projeção de alta de 2,3% para 3,2%. De acordo com o Informe, a indústria de transformação deve avançar 2,8% em 2024, recuperando-se da queda de 1,3% no ano passado. A melhoria do segmento este ano se deve, sobretudo, à maior demanda por bens industriais.

A indústria da construção, por sua vez, deve crescer 3,7%, acima do PIB. A maior demanda e os lançamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida ajudam a explicar a projeção positiva para o segmento, segundo a CNI.

O PIB da indústria extrativa deve crescer 3,1%, enquanto o segmento de eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos deve subir 3%.

A exemplo do que ocorreu no primeiro semestre, a atividade do setor de serviços tende a se manter elevada no segundo semestre. Deve registrar o maior crescimento entre os setores econômicos em 2024: alta de 3,5%, de acordo com a CNI.

No caso do PIB da Agropecuária, a CNI projeta queda de 3% em 2024 na comparação com o ano passado. Embora a produção animal tenha se expandido fortemente no primeiro semestre de 2024, o crescimento não compensa o impacto da queda da produção vegetal, afetada pelas adversidades climáticas relacionadas ao El Niño após um 2023 de desempenho muito positivo.

Impacto da Selic sobre o crédito deve ser mais sentido em 2025

De acordo com as projeções da CNI, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fará mais dois aumentos de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros da economia. Hoje em 10,75% ao ano, a Selic deve fechar o ano em 11,25%.

Mário Sérgio Telles avalia que os efeitos da alta da Selic devem ser percebidos efetivamente a partir do ano que vem.

“O crédito é um fator muito importante de crescimento esse ano. Infelizmente, teve início um novo ciclo de aumento da Selic, mas como esse aumento começou recentemente, não deve ser sentido totalmente em 2024. A elevação da Selic deve impactar negativamente o crédito, o consumo e o crescimento econômico em 2025. É o ponto de maior preocupação da CNI com relação ao cenário econômico”, aponta.

Mesmo em um contexto de política monetária mais restritiva, a CNI espera crescimento de 7,3% nas concessões totais de crédito este ano. Já os investimentos devem subir 5%, segundo a entidade.

O maior volume de investimentos no segmento da construção e na compra de bens de capital, como máquinas e equipamentos, é uma sinalização positiva para o futuro da economia, diz Mário.


“É um sinal de que a capacidade de produção da economia brasileira está aumentando e isso pode sustentar um ritmo de crescimento em torno de 3% nos próximos anos”, projeta. 


Confira no vídeo abaixo o comentário do Superintendente de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.

Informe Conjuntural – 3º Trimestre 2024 (youtube.com)

Expansão fiscal tende a desacelerar

Para a CNI, a tendência é que a expansão dos gastos públicos continue no segundo trimestre, mas a um ritmo mais lento do que o observado na primeira metade do ano. Se, por um lado, isso contribui menos para o crescimento da demanda, por outro, traz melhores perspectivas para o ajuste das contas públicas, diminuindo a pressão inflacionária.

A entidade projeta que o governo federal terá um déficit primário de R$ 51,1 bilhões, o equivalente a 0,44% do PIB.

Sobre o Informe Conjuntural

O Informe Conjuntural é um relatório trimestral realizado pela área econômica da CNI a respeito do cenário econômico no qual a indústria brasileira está inserida. O relatório aborda a análise da atividade econômica, emprego, renda, inflação, juros, crédito, política fiscal e setor externo, além de contar com as projeções da CNI para o ano corrente.

FONTE: CNI aumenta de 2,4% para 3,4% a projeção de crescimento do PIB de 2024 – Agência de Notícias da Indústria (portaldaindustria.com.br)

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