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Ministro vê cenário de ‘tarifaço’ como uma oportunidade para o país expandir seus negócios com a potência asiática
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (17) que o Brasil vai “se apresentar” à China para substituir os Estados Unidos na exportação de carne bovina para o país asiático, em meio ao “tarifaço” praticado pelo presidente americano,Donald Trump.
Após os anúncios de Trump, que tarifa os produtos chineses em até 254%, o governo da China cancelou a autorização de 395 plantas frigoríficas dos EUA para comercializar carne bovina no país. O cenário é visto por Fávaro como uma oportunidade para o Brasil
“Alguém vai precisar fornecer essa carne que era fornecida pelos norte-americanos. O Brasil se apresenta, com muita vontade e capacidade, e tenho certeza que vamos saber ocupar esse espaço e ser um grande fornecedor”, disse Carlos Fávaro após uma reunião entre ministros de Agricultura do Brics
Fávaro pontuou que hoje, o Brasil é um dos “pouquíssimos” países capazes de expandir significativamente a área produtiva e, com isso, poderá ser a “segurança alimentar não só para a China, mas para todos os países do mundo”.
De acordo com o ministro, representantes dos governos brasileiro e chinês devem se encontrar na próxima terça-feira (22) para tratar da expansão do comércio entre as duas nações. O tema também estará na mesa na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, nos dias 12 e 13 de maio, quando se reúne com o primeiro-ministro daquele país, Xi Jinping.
“Por óbvio, queremos ampliação com a China. Acho que, diante da não reabilitação de quase 400 plantas nos EUA, eles vão precisar se decidir, e vamos nos apresentar”, complementou Fávaro.
O Brasil vem fazendo movimentos semelhantes com outros países do continente asiático, como o Japão e o Vietnã. Na viagem que fez aos dois países, em março, Lula também tratou da ampliação da venda de commodities brasileiras a esses mercados.
Carne bovina brasileira continua competitiva porque os preços do gado nos EUA dobraram em relação ao Brasil devido a estoques historicamente baixos no país. Vendas devem crescer 14% neste ano, segundo analista.
O tarifaço de Donald Trump não prejudicará as vendas de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos, seu segundo maior destino de exportação, segundo analistas e associações do setor.
As importações brasileiras de carne bovina que excedem uma cota predeterminada já pagavam uma tarifa de 26,4%. Com o programa de “tarifas recíprocas” de Trump, os produtos brasileiros receberam uma taxa específica de 10%, elevando o total para 36,4%.
Mesmo com as tarifas mais altas, a carne bovina brasileira continua competitiva porque os preços do gado nos EUA dobraram comparados ao Brasil devido a estoques historicamente baixos no país, segundo analistas.
Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, estima que as exportações de carne bovina brasileira para os EUA crescerão quase 14% neste ano e devem chegar a 428.000 toneladas (peso equivalente de carcaça).
As vendas totais de carne bovina brasileira para os EUA no primeiro trimestre atingiram US$ 557,15 milhões, um aumento de 67% em valor, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Para o consumidor americano, no entanto, a carne bovina ficará mais cara, pois os importadores terão que arcar com o ônus dos impostos mais altos.
Exportação maior para a China
João Figueiredo, analista da consultoria Datagro, disse que a demanda dos EUA é tão forte que o Brasil preencheu uma cota anual de 65.000 toneladas livre de tarifas em apenas 14 dias em 2025, o que nunca havia ocorrido.
Além disso, os pecuaristas brasileiros estão prontos para aumentar a oferta, disse Figueiredo, afirmando que há ampla disponibilidade de gado no Estado do Mato Grosso.
O Brasil, que já responde por mais de 30% do comércio global de carne bovina, também tem condições de aumentar as vendas para a China depois que o país asiático deixou de renovar o registro de centenas de unidades produtoras de carne dos EUA.
Hoje, apenas a China compra mais carne bovina do Brasil que os Estados Unidos.
As exportações para os EUA representaram 17% do total das vendas externas brasileiras no primeiro trimestre, enquanto o preço médio de venda para o mercado norte-americano subiu de US$ 2.943 para US$ 3.384 por tonelada, segundo dados da Abrafrigo.
O governo dos Estados Unidos, dando seguimento a uma política iniciada durante a administração Biden, anunciou nesta quinta-feira (17) a imposição de tarifas sobre navios construídos na China. A medida visa reverter o domínio chinês na indústria naval, onde o país asiático fabrica entre 75% e 80% das frotas mundiais, e incentivar a produção naval nos Estados Unidos, uma política que conta com apoio de ambos os partidos.
“Navios e transporte marítimo são vitais para a segurança econômica americana e para o livre fluxo do comércio”, afirmou o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer. “As ações da administração Trump começarão a reverter o domínio chinês, enfrentar ameaças à cadeia de suprimentos dos EUA e enviar um sinal de demanda por navios construídos nos EUA.”
O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) argumenta que a China alcançou sua posição dominante principalmente por meio de um direcionamento agressivo e específico desses setores, prejudicando significativamente empresas, trabalhadores e a economia americana. As tarifas serão cobradas por viagem e não por porto, como havia sido proposto inicialmente.
A proposta de política, que teve início sob a administração Biden e culminou em um relatório de janeiro, concluiu que a indústria naval chinesa possuía uma vantagem injusta, permitindo ao governo americano impor altas tarifas sobre navios fabricados na China que chegam aos portos dos EUA. A proposta original previa uma taxa de serviço de até US$ 1 milhão a ser cobrada de cada operador de navios de propriedade chinesa. Para transportadoras marítimas não chinesas com frotas contendo navios construídos na China, a taxa de serviço inicial seria de até US$ 1,5 milhão por porto de escala nos EUA.
O USTR reconheceu que a mudança para a cobrança por viagem foi feita após comentários públicos durante dois dias de audiências sobre as multas, em março, onde mais de 300 grupos comerciais e outras partes interessadas prestaram depoimento. Muitos alertaram o governo, por meio de cartas e testemunhos, que os EUA não estavam em posição de vencer uma guerra econômica que colocaria as transportadoras marítimas que utilizam navios chineses no meio do conflito. Em breve, navios construídos na China representarão 98% dos navios comerciais nos oceanos do mundo.
Proprietários de navios poderão ser elegíveis ao reembolso das tarifas se fornecerem prova de um pedido de construção de navio nos EUA. O reembolso da taxa será baseado em uma capacidade de tonelagem líquida igual ou inferior ao navio construído nos EUA encomendado. “Se um proprietário de navio em potencial não receber o navio construído nos EUA encomendado dentro de três anos, as tarifas serão devidas imediatamente”, diz o relatório.
Tabela de Taxas:
Nos primeiros 180 dias, as tarifas serão fixadas em zero e divididas em várias categorias, todas baseadas na tonelagem líquida de um navio (navios de contêineres podem variar de 50.000 a 220.000 toneladas):
Taxa de Serviço para Operadores e Proprietários de Navios da China:
Efetivo a partir de 17 de abril de 2025: US$ 0 por tonelada líquida para o navio que chega.
Efetivo a partir de 14 de outubro de 2025: US$ 50 por tonelada líquida para o navio que chega.
Efetivo a partir de 17 de abril de 2026: US$ 80 por tonelada líquida para o navio que chega.
Efetivo a partir de 17 de abril de 2027: US$ 110 por tonelada líquida para o navio que chega.
Efetivo a partir de 17 de abril de 2028: US$ 140 por tonelada líquida para o navio que chega.
A taxa será cobrada até cinco vezes por ano, por navio. O registro não detalhou o preço por contêiner.
Tarifas para operadores de navios construídos na China:
Efetivo a partir de 17 de abril de 2025: US$ 0 para cada contêiner descarregado.
Efetivo a partir de 14 de outubro de 2025: US$ 18 por tonelada líquida (US$ 120 por contêiner).
Efetivo a partir de 17 de abril de 2026: US$ 23 por tonelada líquida (US$ 153 por contêiner).
Efetivo a partir de 17 de abril de 2027: US$ 28 por tonelada líquida (US$ 195 por contêiner).
Efetivo a partir de 17 de abril de 2028: US$ 33 por tonelada líquida (US$ 250 por contêiner).
A taxa será cobrada até cinco vezes por ano, por navio. As taxas para navios transportadores de automóveis construídos no exterior também serão baseadas em sua capacidade, começando em US$ 150 por Unidade Equivalente de Automóvel (CEU) em 180 dias.
As ações da segunda fase, com início previsto para três anos, terão como alvo navios de GNL, com restrições ao transporte via navios estrangeiros aumentando gradualmente ao longo de 22 anos. Transportadoras marítimas que comprovarem pedido de um navio construído nos EUA terão as tarifas ou restrições sobre um navio equivalente não construído nos EUA suspensas por até três anos. As tarifas sobre navios construídos na China não cobrirão o transporte nos Grandes Lagos ou no Caribe, transporte de e para territórios dos EUA, exportações a granel como carvão ou grãos, e navios vazios chegando aos portos estarão isentos.
A China está enfrentando um duplo golpe: uma deflação corrosiva e tarifas que ameaçam bloquear o comércio. Os trabalhadores chineses serão as maiores vítimas.
Dezenas de entregadores com uniformes amarelos e azuis se aglomeravam em torno de uma rua de lanches no centro de Xangai, à espera do próximo pedido. Muitos disseram que o trabalho era temporário, uma forma de quitar dívidas ou preencher o tempo até conseguir um emprego melhor remunerado.
Para os trabalhadores chineses, a segurança financeira está mais distante do que nunca. Eles estão presos em um ciclo de deflação. Os preços persistentemente baixos de tudo — de ovos a refeições entregues — reduziram os lucros das empresas, corroendo também os ganhos dos trabalhadores. Todos estão gastando menos, o que pressiona os preços ainda mais para baixo.
Uma dura guerra comercial com os Estados Unidos é a última coisa que qualquer um queria, especialmente os formuladores de políticas, que vêm fracassando em conter a queda dos preços. Isso ameaça tornar as coisas ainda mais difíceis para os centenas de milhões de trabalhadores da China.
Cao Zhi, de 27 anos, deixou seu emprego mal remunerado vendendo seguro de carro para entrar na plataforma de entregas Ele.me há quatro anos, em Xangai. Ele disse que agora precisa trabalhar pelo menos uma hora extra por dia para levar para casa o mesmo que ganhava quando começou. Segundo ele, muitos amigos passaram pela mesma perda de renda.
“Eu sinto que isso é geral,” disse Cao, que está tentando quitar um financiamento de carro em sua cidade natal, na província central de Shanxi.
O governo chinês vem enfrentando a deflação há vários anos — um efeito colateral perverso da crise no setor imobiliário, que está paralisando boa parte da atividade econômica. A grande exceção tem sido a manufatura, com fábricas produzindo muito mais do que os consumidores chineses conseguem comprar. Esses bens, como eletrônicos e roupas, são enviados para o exterior, para países como os Estados Unidos. As exportações representaram quase um terço do crescimento econômico da China no ano passado.
Agora, Pequim precisa enfrentar os Estados Unidos — seu maior comprador — que está insatisfeito com o pouco que a China importa de lá. A disputa se intensificou na semana passada, quando o presidente Trump impôs uma tarifa mínima de 145% sobre todos os produtos chineses, tornando praticamente impossível exportá-los para os EUA.
“Isso piora uma situação que já era ruim,” disse Christopher Beddor, vice-diretor de pesquisa sobre a China na Gavekal Dragonomics. “A economia já vem lidando com um choque deflacionário há anos, e agora mais um está prestes a acontecer.”
A economia chinesa cresceu de forma constante no início do ano, impulsionada por um salto nas exportações antes da imposição das restrições comerciais. Mas economistas estimam que as exportações logo cairão para o nível mais baixo desde a crise financeira de 2008. “A guerra comercial vai deixar algum tipo de buraco na economia,” disse Beddor.
Os preços ao consumidor em março caíram 0,1% em relação ao ano anterior — o segundo mês consecutivo de queda — e os preços ao produtor caíram 2,5%. Embora tenha havido alguns meses fora da curva, os preços vêm caindo há seis trimestres consecutivos.
Uma forma de combater a deflação seria estimular o consumo interno, que responde por cerca de 39% do crescimento da China — significativamente menos que a média das grandes economias. Mas as medidas adotadas por Pequim até agora — principalmente subsídios como a troca de bens antigos por novos — mal fizeram diferença. Nesta semana, duas das plataformas de comércio eletrônico mais populares da China, Tencent e Douyin, anunciaram que ajudariam empresas voltadas à exportação a se promoverem junto aos consumidores chineses.
Pequim vem lutando contra as pressões da deflação desde a política de “Covid zero”, que afetou o otimismo das empresas e o apetite do consumidor por gastar. E o colapso do setor imobiliário apagou boa parte do patrimônio líquido de muitas famílias chinesas, que tradicionalmente colocavam a maior parte de suas economias em imóveis. As demissões no setor, que já representou um terço da economia, são impressionantes.
Wang Longhe, um operário da construção e encanador da província de Liaoning, no nordeste da China, recentemente viajou cerca de 2.600 quilômetros até a cidade de Zhongshan, no sul, para um trabalho de dois dias ajudando a construir um aquário. Quase todos os projetos de construção no nordeste do país haviam sido interrompidos, disse ele. Quando os tempos eram bons, Wang dizia que podia ganhar até US$ 13.600 por ano. Agora, com sorte, consegue metade disso.
“Não há muitos empregos, praticamente nenhum trabalho, e agora, na nossa cidade natal no nordeste, quem trabalhava na nossa área está em casa,” disse Wang, de 56 anos, enquanto fazia uma pausa.
“Eu vou vivendo um dia de cada vez,” disse ele. “A vida está apertada, ganhar dinheiro está difícil, e não dá para pensar no futuro.”
O número de pessoas que optam por trabalhar como entregadores ou motoristas de aplicativo cresceu rapidamente nos últimos anos, à medida que mais pessoas foram demitidas e pequenos negócios faliram. Já havia 200 milhões de pessoas na economia informal em 2020, segundo dados citados pelo ex-premiê Li Keqiang. A guerra comercial pode acelerar essa tendência. Até 20 milhões de trabalhadores podem perder seus empregos por causa da queda repentina das exportações da China para os Estados Unidos, segundo estimativa do Goldman Sachs.
Com mais trabalhadores entrando na economia informal, os empregos ficam mais difíceis de encontrar e os salários mais baixos. O governo está pressionando empresas como JD.com e Meituan, cujos aplicativos são plataformas para trabalhos de entrega, a oferecer benefícios como aposentadoria e seguro.
Chen Xiaolan trabalhou por uma década em uma fábrica de compressores de ar-condicionado antes de se mudar para Pequim e se tornar motorista da Didi, a principal plataforma de transporte por aplicativo da China. Chen, de 38 anos, se considera sortudo por ter o carro com o qual trabalha. Costuma fazer jornadas de 12 horas, seis dias por semana. Quem aluga carro, segundo ele, precisa trabalhar sete dias por semana.
Recentemente, o movimento diminuiu, disse Chen. “Agora não está fácil; há mais carros e menos corridas.”
Mas hoje em dia não há muitas alternativas ao trabalho informal.
Liu Mingdong, um entregador da Ele.me, tentou administrar seu próprio negócio vendendo ferragens online por três anos. Mas encontrou mais concorrência e menos compradores.
“Nem sei se ganhei algum dinheiro,” disse Liu, de 36 anos, que chegou a Xangai em março e começou a trabalhar na Ele.me dois dias depois.
Bessent afirmou que dificilmente as conversas serão concluídas antes do fim do prazo de suspensão do tarifaço de Trump
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou hoje que nem todas as negociações sobre impostos sobre importações do governo de Donald Trump com outros países serão concluídas dentro do prazo de 90 dias de suspensão das “tarifas recíprocas” do presidente americano.
A suspensão não vale apenas para a China, cujos produtos atualmente são taxados em 145% quando entram no mercado americano.
Em entrevista ao portal Yahoo Finance, ele afirmou que não é provável que os EUA concluam as conversas com seus maiores parceiros comerciais sobre as tarifas.
— Existem 15 grandes parceiros comerciais. Deixando a China de lado, restam 14, e estamos avançando rapidamente e estabelecendo um processo para os 14 maiores parceiros comerciais, a maioria dos quais tem déficits muito grandes. Então, em 90 dias, vamos ter um documento completo, um documento legal formal pronto e finalizado? Pouco provável — disse o secretário ao Yahoo Finance.
Ele continuou.
— Mas eu acho que, se seguirmos o processo, poderemos ter uma clareza substancial sobre esses 14, excluindo a China, em termos de acordos em princípio. E então, uma vez que alcancemos um nível com o qual tenhamos concordado, e eles tenham concordado em reduzir suas tarifas, barreiras não tarifárias, manipulação cambial e subsídios à indústria e ao trabalho, aí sim acredito que poderemos avançar.
Governo acrescentou estar “comprometido em agir de acordo com a diretriz do presidente Trump para salvaguardar nossa segurança nacional e econômica”
O governo dos Estados Unidos afirmou que exigirá licenças de exportação para alguns chips de inteligência artificial (IA) fabricados pela Nvidia e pela AMD.
“O Departamento de Comércio está emitindo novos requisitos de licenciamento de exportação para o NVIDIA H20, AMD MI308 e seus equivalentes”, afirmou o departamento em um comunicado.
O governo acrescentou estar “comprometido em agir de acordo com a diretriz do presidente Trump para salvaguardar nossa segurança nacional e econômica”.
Mercados também analisaram falas de Powell sobre impacto de tarifas na economia dos EUA
As bolsas de Nova York fecharam a quarta-feira (16) em queda, em meio à pressão renovada do governo norte-americano em sua guerra comercial contra a China, o que turva o cenário para a política monetária, como evidenciou o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na parte da tarde.
O destaque negativo do dia foram as ações de tecnologia, que despencaram após a Nvidia anunciar que agora será necessário obter uma licença para exportar suas unidades de processamento gráfico (GPUs) para a China.
O Dow Jones caiu 1,73%, aos 39.669,33; o S&P 500 recuou 2,24%, aos 5.275,70; e o Nasdaq despencou 3,07%, aos 16.307,16 pontos.
O apetite por risco no mercado de ações também foi prejudicado por falas de Powell, que reconheceu que as tarifas podem provocar inflação e desaceleração da economia dos EUA.
Mais cedo, as vendas no varejo americano em março surpreenderam positivamente, com analistas identificando compras antecipadas de alguns produtos diante do risco de tarifas.
A Nvidia caiu 6,87%, atenuando baixa que chegou a ser de 10%, após revelar que as vendas de seus chips H20 para a China exigirão uma licença “por tempo indeterminado” do Departamento de Comércio americano. A informação foi confirmada pelo governo americano.
A Nvidia também afirmou que registrará encargos de até US$ 5,5 bilhões em seu primeiro trimestre fiscal, relacionados ao estoque dos chips H20 e vendas canceladas.
Outras fabricantes de chips também registraram quedas. A Broadcom e a Micron Technology recuaram 2,4% e a Advanced Micro Devices (AMD) teve declino de 7,3%.
O governo dos EUA também exigirá licença para a exportação dos chips de IA MI308 da AMD. A companhia disse que uma avaliação inicial indica que a exigência poderá resultar em encargos de até US$ 800 milhões.
Na contramão do mercado, as ações da Hertz saltaram 56,4% depois que a Pershing Square, do gestor de fundos hedge Bill Ackman, revelou ter assumido uma participação significativa na locadora de veículos.
Decisões de Trump sobre tarifas e resposta chinesa geram volatilidade nas bolsas; setores de tecnologia e automobilístico são mais afetados
A guerra comercial entre Estados Unidos e China continua a influenciar significativamente os mercados financeiros globais, com recentes desenvolvimentos gerando tanto otimismo quanto preocupação entre investidores.
No início da semana, os Estados Unidos anunciaram uma isenção temporária de taxas para produtos de tecnologia importados da China, incluindo smartphones e chips.
Esta medida foi vista como um sinal positivo, potencialmente reduzindo as tarifas médias americanas, aliviando assim pressões inflacionárias sobre empresas e consumidores.
Setor automobilístico em foco
O setor automobilístico também entrou no radar dos investidores após Trump sinalizar possíveis isenções temporárias. Ações de montadoras como General Motors, Ford e Stellantis (controladora da Chrysler) registraram altas significativas.
Entretanto, a China não demorou a retaliar. Notícias de que o país asiático estaria vetando a compra de novos aviões da Boeing por empresas chinesas causaram queda nas ações da fabricante americana. Por outro lado, a concorrente Embraer se beneficiou.
Negociações e expectativas
A China indicou estar aberta a negociações com os Estados Unidos, desde que a administração Trump adote uma postura mais “respeitosa e coerente”. Jamie Dimon, presidente do JP Morgan, sugeriu que o secretário do Tesouro, Scott Bassett, poderia ser o “adulto na sala” para resolver a situação.
Para os investidores, a volatilidade resultante dessa disputa comercial apresenta tanto riscos quanto oportunidades. A atenção do mercado permanece focada em cada declaração de Trump e nas respostas da China, na esperança de que um acordo possa ser alcançado para reduzir as tensões globais.
*O TradersClub (TC), maior rede social de investidores e traders da América Latina, é parceiro do CNN Money
Presidente do Fed indica que guerra comercial pode criar cenário desafiador semelhante à estagflação dos anos 1970, com tensões entre controle da inflação e manutenção do emprego
O conflito comercial do presidente Donald Trump pode colocar o Federal Reserve em uma situação difícil que não se via há cerca de meio século, disse o presidente Jerome Powell na quarta-feira (16).
“O nível dos aumentos tarifários anunciados até agora é significativamente maior do que o previsto“, disse o chefe do banco central em comentários preparados para um evento organizado pelo Clube Econômico de Chicago.
“Podemos nos encontrar no cenário desafiador em que nossos objetivos de duplo mandato estão em tensão”.
O Fed é responsável por promover o pleno emprego e manter a inflação sob controle, mas as tarifas de Trump ameaçam ambos os objetivos.
Por enquanto, no entanto, a economia dos EUA permanece em boa forma, de acordo com os dados mais recentes, permitindo que o Fed seja paciente.
Powell disse que a melhor ação do Fed no momento é manter-se estável até que os dados mostrem claramente como a economia dos EUA está respondendo às políticas de Trump.
Outros funcionários do Fed disseram o mesmo em discursos recentes, afirmando que podem alterar as taxas em qualquer direção, dependendo do que a economia necessitar.
Mas é apenas uma questão de tempo até que as tarifas de Trump estimulem a inflação, aumentem o desemprego e enfraqueçam o crescimento econômico, segundo a maioria dos economistas.
Especialmente se as enormes tarifas “recíprocas” que entraram em vigor brevemente em 9 de abril forem reestabelecidas. Trump adiou esse aumento histórico nos impostos de importação até julho.
Até agora, Trump impôs tarifas de 25% sobre alumínio e aço, tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá que não estão em conformidade com um acordo de livre comércio, uma taxa massiva de 145% sobre importações chinesas.
Uma tarifa de 25% sobre carros, com tarifas separadas sobre autopeças previstas para uma data posterior e tarifas base de 10% sobre todas as importações dos EUA.
A administração também introduziu isenções temporárias para alguns produtos eletrônicos, e Trump disse que tarifas separadas provavelmente virão para semicondutores, produtos farmacêuticos, cobre e madeira.
Nas décadas de 1970 e início de 1980, a economia dos EUA sofreu períodos de alto desemprego e inflação de dois dígitos, uma combinação problemática conhecida como “estagflação”.
Na época, sob a liderança do presidente do Fed Paul Volcker, o Fed priorizou o combate à inflação, mesmo que isso significasse infligir alguma dor econômica.
A economia dos EUA parece estar caminhando nessa direção, de acordo com a maioria das previsões, mas não está claro se chegará totalmente a esse ponto.
O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse na semana passada em um evento em Nova York que as tarifas de Trump estão colocando o banco central na mesma situação difícil.
“Uma tarifa é como um choque negativo de oferta. Isso é um choque estagflacionário, o que significa que piora ambos os lados do mandato duplo do Fed ao mesmo tempo”, disse ele.
“Os preços estão subindo enquanto empregos estão sendo perdidos e o crescimento está diminuindo, e não há um manual genérico sobre como o banco central deve responder a um choque estagflacionário”.
Powell disse que se a estagflação se tornar realidade, “consideraríamos o quão distante a economia está de cada objetivo e os horizontes temporais potencialmente diferentes sobre os quais essas respectivas lacunas seriam antecipadas para fechar”.
“Entendemos que níveis elevados de desemprego ou inflação podem ser prejudiciais e dolorosos para comunidades, famílias e empresas”, disse ele.
Vários funcionários do Fed disseram que o banco central deve manter um olho atento na percepção das pessoas sobre os preços, que se deteriorou com base na pesquisa de consumidores da Universidade de Michigan, que é acompanhada de perto.
Não está claro em que ponto as expectativas crescentes de inflação provocariam qualquer ação do Fed e quais seriam essas ações.
E a inflação, embora substancialmente abaixo do pico de quatro décadas atingido em junho de 2022, ainda está ligeiramente acima da meta de 2% do Fed, o que significa que o Fed tem menos motivos para retomar os cortes nas taxas de juros.
Mas por enquanto, a maioria dos funcionários parece concordar que é melhor esperar que qualquer evidência apareça nos dados.
“Este é um conjunto difícil de riscos para a política monetária navegar”, disse a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, na quarta-feira em um evento em Columbus, Ohio.
“Dado o ponto de partida da economia, e com ambos os lados de nosso mandato sob pressão, há um forte argumento para manter a política monetária estável a fim de equilibrar os riscos provenientes de uma inflação ainda elevada e um mercado de trabalho em desaceleração”.
“Quando a clareza é difícil de obter, esperar por dados adicionais ajudará a informar o caminho à frente”, acrescentou ela.
Brasil e Bolívia iniciam, nesta segunda-feira (14/4), um plano-piloto para a implementação do Certificado de Origem Digital (COD), que vai modernizar e facilitar o comércio bilateral. Esta é a etapa final de testes que antecede a implementação definitiva do COD, prevista para o segundo semestre de 2025.
A digitalização do processo de certificação, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), representa um marco na desburocratização do comércio bilateral, reduzindo custos operacionais e acelerando o tempo de emissão dos certificados, que hoje, nas relações entre Bolívia e Brasil, dependem de documentação física.
“A facilitação do comércio é uma prioridade do governo brasileiro. Com a adoção do COD, o comércio entre Brasil e Bolívia ganhará maior fluidez, beneficiando as empresas e os consumidores”, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. “Essa é mais uma medida que demonstra os esforços contínuos para tornar os processos mais ágeis e menos onerosos para o nosso comércio exterior”, completou Alckmin, lembrando que a Bolívia passou a integrar o Mercosul desde julho de 2024.
O certificado de origem é necessário para que os exportadores se beneficiem das condições de acesso preferencial ao mercado do país de destino, tais como redução ou eliminação de tarifas. No caso de Brasil e Bolívia, essa possibilidade está presente no Acordo de Complementação Econômica nº 36.
O COD atende a rígidos padrões de segurança e proporciona ao comércio exterior maior confiabilidade. As assinaturas digitais, contidas neste documento, garantem autenticidade quanto à autoria e integridade do conteúdo. Ou seja, o COD diminui riscos de fraude e facilita a verificação da autenticidade do documento.
Além disso, com a substituição dos documentos em papel por procedimentos eletrônicos nas exportações e importações entre os dois países, estima-se uma redução no tempo de emissão de 48 horas para apenas 2 horas e uma diminuição de 95% no custo do processo.
O plano-piloto tem como principal objetivo identificar eventuais ajustes necessários para garantir o pleno funcionamento do sistema, além de permitir que exportadores e importadores se familiarizem com os procedimentos eletrônicos de emissão e recepção do COD.
Para a Secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, essa iniciativa reforça o compromisso do Brasil com a modernização e a simplificação de procedimentos comerciais. “A implementação do Certificado de Origem Digital com a Bolívia demonstra nosso empenho contínuo em facilitar o comércio, promovendo maior eficiência, segurança e competitividade para as empresas brasileiras”, destacou.
Desde 2024, têm sido intensificados os esforços para a plena incorporação da Bolívia ao Mercosul. A adesão do país representa um passo importante para o fortalecimento da integração regional, ampliando o alcance e o potencial econômico do bloco.