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A Receita Federal apreendeu 832 kg de cocaína no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, nesta quinta-feira (8). Segundo o órgão, a droga estava escondida em um carregamento de 19 toneladas de café e foi localizada com a ajuda de cães farejadores. De acordo com a Receita Federal, a carga foi interceptada durante os trabalhos de rotina de vigilância e repressão aduaneiras realizados por equipes da Alfândega de Santos. O carregamento estava guardado em sacas e tinha como destino o porto de Antuérpia, na Bélgica.
Durante a verificação foram encontradas várias sacas com tabletes de cocaína ocultos entre os grãos de café. O órgão acrescentou que dois cães de faro da Alfândega sinalizaram positivamente para a presença de entorpecentes.
Após a confirmação da contaminação da carga, a Polícia Federal foi acionada para investigar o caso. Ninguém foi preso.
Medida do governo brasileiro de zerar os impostos importação de alimentos como carne, açúcar, milho e café completa dois meses no próximo dia 14 de maio.
A medida do governo brasileiro de zerar os impostos importação de alimentos como carne, açúcar, milho e café completa dois meses no próximo dia 14 de maio. A estratégia visava baratear o preço de itens que compõem a cesta básica como carne, café, açúcar, óleo, macarrão e demais produtos que estão pressionados pela inflação.
Em análise quase unânime, economistas entrevistados pelo g1 Piracicaba e região consideram que a estratégia, embora importante, no sentido de demonstrar preocupação do governo com o cenário de alta nos preços, é ‘simbólica’ e terá efeito mínimo e/ou limitado na economia, bem como no bolso dos brasileiros.
Entre as razões apontadas pelos especialistas sobre a ineficácia econômica da medida de desoneração fiscal dos alimentos está o fato de Brasil ser grande exportador dos produtos que tiveram a tarifa de importação zerada, como por exemplo, o café.
O g1 Piracicaba e região conversou com economistas de quatros universidades e centros de pesquisa em economia, durante os meses de março e abril, sobre os impactos positivos e negativos da tarifa de importação zero sobre os alimentos. Veja os comentários, análises e perspectivas apontadas pelos especialistas da USP, Unicamp, FGV e Instituto Federal, abaixo.
Efeito limitado
Renan Pieri, professor de economia na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo afirmou que a política de zerar os impostos sobre os alimentos pode ter algum efeito regional em alguns períodos d ano no Brasil.
“Mas, o efeito é muito limitado, principalmente pelo fato de que a maior parte desses produtos que tiveram tarifas zeradas são produtos que o Brasil exporta e, portanto, tem muito pouca eficácia nesse sentido. Talvez a gente observe os pesos dos alimentos crescendo menos ou até caindo nas próximas semanas, mas não por conta dessa medida, mas sim por conta da safra, desse ano que permite ser recorde e aí com o aumento da falta de alimentos isso deve impactar os seus preços”, explicou.
O professor também observou que houve choques de ofertas específicos para alguns produtos devido à estiagem. “Em alguns lugares por excesso de chuvas. Tudo isso pode se normalizar nas próximas semanas. Mas, possivelmente, o efeito em si dessas medidas de imposto zero, de tarefa de importação, seja muito pequeno”, disse.
Decisão simbólica
O professor livre docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antonio Marcio Buainain, com atuação na áreas de economia agrícola, inovação tecnológica e pesquisas em reforma agrária, agronegócio e propriedade intelectual, elenca os motivos pelos quais as medidas adotadas pelo governo sobre as tarifas de importação sobre alguns alimentos não terão impacto efetivo sobre os preços dos alimentos.
“A decisão do governo é uma decisão simbólica, uma decisão importante, mostrando que o governo está preocupado com o assunto. E, de qualquer maneira, uma decisão que impõe algum limite, porque se houver aqui um movimento de especulação, será possível a importação, talvez a um preço ligeiramente menor, que controle uma elevação, digamos assim, não justificada de preços, mas não será eficaz para combater de imediato a inflação”, pontou.
Clima e safras
“Em primeiro lugar, porque a inflação que está sendo chamada inflação de alimentos, está sendo alimentada por um amplo conjunto de preços que estão subindo. Alguns por razões mais importantes, como o café, que reflete uma quebra de safa por dois anos seguidos, por movimentos dos dólares no começo do ano, outros por razões mais sazonais, como é o caso dos ovos que subiram de preço”, apontou.
O professor lembrou também que, nesse caso do ovos, o impacto do clima levou a uma queda de produtividade das galinhas, como o aumento de consumo de ovos que ocorre sempre durante o período da quaresma, quando uma parte da população deixa as carnes e passa a consumir fundamentalmente ovos, e também da pressão de aumento de preço do milho, que é a principal fonte da ração para as aves.
“O Brasil é o grande exportador dos produtos que tiveram a tarifa de importação zerada. Por exemplo, o café. O Brasil é um exportador de café. Nós importamos cafés pontualmente, cafés de maior qualidade da Colômbia, Costa Rica. Então, zerar a importação desses produtos, que já era baixa, não vai afetar o preço do café na gôndola do supermercado”, destacou.
Que medidas seriam mais eficazes?
O especialista ressalta que outras medidas que estão sendo adotadas poderão impactar mais diretamente, ainda que em médio prazo, os preços os alimentos, entre elas destaca o incentivo para o plantio da próxima safra, a melhora de condições de infraestrutura para facilitar o escoamento e análise de pontos de estrangulamento que tem algumas cadeias-chaves. “Esse tipo [de medidas], sim, é que levará a uma queda sustentável dos preços dos alimentos”, declarou.
O Carlos Vian, professor e pesquisador do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da USP em Piracicaba (SP) concorda com a opinião dos demais especialistas entrevistados pelo g1.
“O governo quis dar uma resposta, mostrar que estava preocupado com a inflação e que olha para a situação. Se bem feitas, as medidas de desoneração fiscal sobre os alimentos, até podem ter um impacto no curto prazo, mas nesse caso, mesmo no médio e no curto prazo, não terão impactos significativos no Brasil. O governo deveria olhar para outras questões, um próprio esclarecimento da população. Deveria estar tratando disso de outra maneira. […] Em vez de reduzir impostos, fazer talvez uma campanha educativa. Uma negociação de prazos entre produtores e varejo e outras medidas nesse sentido”, sugeriu.
Vian explica que o cenário de altas nos preços também é reflexo de efeitos do clima na agricultura e de outros impactos que estão, nas palavras dele, fechando as ofertas,. “Às vezes, vem de uma conjuntura internacional bastante relevante que faz com que haja uma maior exportação”, apontou.
Lei Kandir
O professor e pesquisador da Esalq-USP lembrou que o Brasil já tem uma legislação de taxa zero para as exportações baseado numa lei já lá dos anos 90, chamada Lei Kandir. “Hoje, esses produtos agropecuários exportados no Brasil têm taxa zero”, pontuou.
Em relação a nova medida do governo federal de desoneração fiscal à importação de alimentos no Brasil, o professor afirma que analistas, até os produtores, enxergam as medidas como de “pouca ou nenhuma eficiência” para a queda do preço dos alimentos no país.
“Mesmo porque o Brasil é um dos grandes produtores mundiais de muitos dos alimentos que foram listados e, em muitas situações, também está entre os principais exportadores desses produtos. No mercado, que é globalizado, aquilo que acontece aqui no Brasil influencia o mercado internacional. Acaba se transformando numa situação bastante inusitada. O maior exportador tentando importar. Nessa situação, de sermos grandes produtores exportadores mundiais e, por isso, influenciadores do mercado e nossos preços estando um pouco mais altos, também reflete no mercado internacional”, comentou.
Ação emergencial
Para o professor da área de gestão do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Igor Vasconcelos Nogueira, a decisão de zerar o imposto de importação para alimentos essenciais pode ser uma ferramenta eficaz para aliviar a inflação a curto prazo, mas faz alertas sobre impactos negativos da medida.
“[…] Os potenciais impactos negativos, como o enfraquecimento da produção nacional e o aumento da dependência externa, não devem ser subestimados. Para garantir o abastecimento interno sustentável a longo prazo, é crucial que o governo mantenha monitoramento contínuo e introduza políticas complementares que fortaleçam o setor agrícola brasileiro. A medida, entendida como uma ação emergencial, deve ser acompanhada por esforços duradouros que visem a estabilização dos preços dos alimentos através de estratégias mais amplas e integradas”, comentou.
Nogueira listou alguns dos impactos positivos e negativos que a media pode provocar. Confira, abaixo.
Aspectos Positivos
Aumento da oferta de alimentos: segundo o professor, a eliminação das tarifas de importação tem o potencial de aumentar significativamente a oferta de alimentos no mercado interno, “o que por sua vez pode auxiliar na redução dos preços. Esse aumento da oferta pode pressionar os preços para baixo devido à maior competição com os produtos nacionais”.
Alívio para o Consumidor: Uma possível queda nos preços dos alimentos aliviaria o orçamento das famílias, especialmente as mais vulneráveis, que gastam uma proporção significativa de sua renda em alimentação.
Competitividade e Inovação: A competição com produtos importados pode incentivar a inovação e a eficiência entre os produtores nacionais.
Aspectos Negativos
Impacto na Produção Nacional: para Igor Vasconcelos Nogueira,a entrada de produtos importados a preços mais baixos pode prejudicar os produtores nacionais, “que talvez não consigam competir com os preços dos produtos importados”, ressaltou. “Isso pode levar a uma redução na produção local e proporcionar um desaquecimento no setor agrícola. Em casos mais extremos, pode ainda levar à redução de empregos no setor agrícola e ao aumento do êxodo rural”, explicou.
Dependência Externa: o professor aponta que a medida pode aumentar a dependência do Brasil em relação aos alimentos importados e no longo prazo. “A manutenção desses benefícios depende de condições políticas e econômicas estáveis, bem como do comportamento das variáveis cambiais. Flutuações na moeda, por exemplo, podem impactar a eficácia da redução tarifária”, disse.
Impacto Fiscal: “A isenção de impostos de importação significa uma renúncia fiscal substancial, o que pode afetar as receitas governamentais e, consequentemente, o financiamento de serviços públicos”, analisou.
Eficácia Limitada: “A redução nos preços poderá ser comprometida por outros fatores inflacionários, como custos logísticos e de transporte, que não são abordados por esta medida”, observou.
O diretor de Relações Institucionais da Abics, afirmou, em nota, que o cenário atual favorece a procura por alternativas com melhor custo-benefício.
O consumo de café solúvel no Brasil registrou crescimento de 6,2% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com igual período do ano passado. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), foram consumidas 5,558 mil toneladas do produto no País entre janeiro e março deste ano, o equivalente a 240.851 sacas de 60 kg.
Entre os tipos, o destaque ficou com o café solúvel liofilizado (freeze dried), que teve alta de 44,9%, para 1,013 mil toneladas. Já o spray dried (em pó) avançou 0,2%, somando 4,545 mil toneladas. O consumo de solúvel importado caiu 18%, totalizando 167 mil kg, já incluídos no volume geral.
O diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima, afirmou, em nota, que o cenário atual favorece a procura por alternativas com melhor custo-benefício, diante da escalada nos preços do café em todo o mundo, impulsionada por eventos climáticos extremos e gargalos logísticos. “O café solúvel se apresenta como alternativa mais econômica aos apreciadores da bebida”, afirmou.
Estudo conduzido pela associação mostra que, considerando o preço médio do quilo do produto nos supermercados e a quantidade de doses possíveis, o café solúvel pode ser entre 33% e 40% mais barato que o café torrado ou moído. “Ao contrário do café torrado em grão ou torrado e moído, o solúvel oferece um custo por xícara relativamente inferior aos consumidores, além de não exigir custos adicionais com filtros e outros utensílios para seu preparo”, disse Lima.
Exportações em alta
O bom momento do café solúvel também se reflete nas exportações. Entre janeiro e março de 2025, o Brasil embarcou 977.659 sacas para 72 países, alta de 7,9% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O desempenho contrasta com o dos demais tipos de café – arábica, canéfora e torrado e moído – que juntos registraram queda de 12,8% nas exportações no mesmo intervalo.
A receita cambial com os embarques de solúvel também teve salto expressivo: chegou a US$ 282,4 milhões no trimestre, alta de 56,6% frente ao mesmo período de 2024. Os Estados Unidos lideram a lista de destinos, com 153.320 sacas adquiridas, seguidos por Argentina (77.081 sacas), Rússia (64.822), México (51.767) e Chile (50.620).
“É válido recordar que esse resultado ainda não teve os impactos da confusão tarifária provocada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que, em 90 dias adotará taxação de 10% sobre o café importado do Brasil, porcentual menor que o aplicado a alguns de nossos principais países concorrentes, como o Vietnã (46%). Esse é um cenário que pode se configurar em oportunidades para as indústrias brasileiras”, projetou Lima.
Exportadores de café do Brasil alertaram na última quarta-feira sobre uma desaceleração no mercado, impulsionada pela incerteza em torno da mais recente rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos, classificando a nova política como um golpe para o sentimento do comércio global.
“Estamos vendo um esfriamento do mercado devido à incerteza provocada pelo aumento tarifário anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump”, disse Marcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. “Isso abalou os mercados globais, inclusive o de café.”
Durante a divulgação de um relatório comercial mensal, Ferreira destacou que os Estados Unidos continuam sendo o principal comprador de café brasileiro.
O Brasil exportou 3,287 milhões de sacas de 60 kg de café em março, uma queda de 24,9% em relação ao ano anterior. No entanto, a receita com exportações saltou 41,8% na comparação anual, apesar da queda no volume — sugerindo preços elevados no mercado global.
No primeiro trimestre, as exportações brasileiras de café caíram 11,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Recentemente, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 10% sobre importações brasileiras, após já terem aplicado taxas de 25% sobre o aço e o alumínio do Brasil.
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café.
Dados divulgados nesta sexta-feira (4) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que as exportações brasileiras de café não torrado alcançaram um faturamento de US$ 1,424 bilhão em março de 2025.
O valor representa um expressivo aumento em relação ao mesmo mês de 2024, quando a receita somou US$ 739,283 milhões.
A média diária de faturamento também apresentou crescimento significativo, atingindo US$ 74,984 milhões em março de 2025 — avanço de 92,7% frente à média diária de US$ 39,964 milhões registrada em março do ano anterior.
No que se refere ao volume embarcado, foram exportadas 219,132 mil toneladas de café não torrado em março deste ano, ante 208,295 mil toneladas no mesmo período de 2024. A média diária de exportação foi de 11,533 mil toneladas, o que representa um aumento de 5,2% em relação à média de 10,414 mil toneladas registrada no ano anterior.
Quanto ao preço médio do produto, houve uma valorização de 83,2%. Em março de 2025, o grão foi negociado a US$ 6.501,60 por tonelada, enquanto em março de 2024 o valor médio foi de US$ 3.549,20.
Confira abaixo um comparativo das exportações brasileiras de café nos últimos cinco anos. Os dados são do DataLiner:
Exportações Brasileiras de Café | 2021 a 2025 | TEU
Café torrado e derivados também registram alta na receita, apesar de queda no volume exportado
As exportações de café torrado, extratos, essências e concentrados totalizaram 7,438 toneladas em março de 2025, levemente abaixo das 7,877 toneladas embarcadas nos primeiros 20 dias de março de 2024. A média diária foi de 391 toneladas, queda de 5,6% em relação à média de 393 toneladas no ano anterior.
Apesar da redução no volume, o faturamento com essas exportações apresentou crescimento. A receita total em março de 2025 foi de US$ 94,799 milhões, contra US$ 65,707 milhões em março de 2024. A média diária ficou em US$ 4,989 milhões, representando um avanço de 44,3% frente aos US$ 3,285 milhões de março do ano passado.
O preço médio do produto também subiu de forma significativa. Em março de 2025, o valor negociado foi de US$ 12.745,00 por tonelada, o que equivale a uma valorização de 52,8% em comparação ao preço médio de US$ 8.341,70 registrado no mesmo mês de 2024.
Fonte: Portal do Agronegócio https://www.portaldoagronegocio.com.br/agricultura/cafe/noticias/exportacoes-de-cafe-nao-torrado-superam-us-1-bilhao-em-marco-de-2025
Apesar de caírem em fevereiro, as exportações brasileiras de café somam 33,45 milhões de sacas na parcial da atual safra (de julho/24 a fevereiro/25), um recorde para esse intervalo, considerando-se a série histórica do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Pesquisadores do Cepea destacam que, desde o início, a temporada 2024/25 tem sido marcada por elevados volumes embarcados. Naquele período, legislação da União Europeia sobre a importação de produtos livres de desmatamento acabou antecipando grande parte dos embarques do grão – esse movimento ocorreu antes do anúncio de adiamento da regulamentação da União Europeia.
O gráfico abaixo revela a tendência das exportações de grãos de café do Brasil entre janeiro de 2021 e janeiro de 2024. Essas informações foram derivadas do DataLiner.
Exportações de grãos de café | Jan 2021 – Jan 2025 | TEUs
O Centro de Pesquisas ressalta que, caso a legislação entrasse, de fato, em vigor em 2025, os embarques brasileiros de café poderiam ser limitados. Para os próximos meses, as exportações devem seguir enfraquecidas, devido à baixa quantidade de grãos da safra 2024/25 ainda disponível para negociação e ao período de entressafra.
Diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil cobra investimentos para evitar colapso logístico e estima prejuízo de mais de R$ 57 milhões.
A infraestrutura portuária do Brasil não tem acompanhado o ritmo crescente das exportações de café, expondo gargalos logísticos que impactam diretamente o setor. Em 2024, o país embarcou um volume recorde de 50,5 milhões de sacas, mas os entraves logísticos resultaram em atrasos e custos adicionais para os exportadores. “Se não houver celeridade nos projetos, os problemas persistirão”, disse Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), em entrevista ao Poder360.
Segundo Heron, até dezembro de 2024, cerca de 1,8 milhão de sacas de café estavam paradas nos portos aguardando embarque, o equivalente a 5.300 contêineres retidos. Essa demora gerou um prejuízo acumulado de R$ 57 milhões ao setor exportador apenas nos últimos 8 meses.
“O Brasil está perdendo eficiência e competitividade. O setor agropecuário tem batido recordes de exportação, mas os investimentos em infraestrutura não acompanham esse crescimento”, afirmou. Os principais problemas são a falta de estrutura nos portos e a pouca disponibilidade de horários para embarque, o que leva os exportadores a pagar mais por armazenamento e taxas extras.
De acordo com Heron, o Porto de Santos, principal corredor logístico do café brasileiro, precisa urgentemente de ampliação e modernização para atender a demanda crescente. “Projetos como a concessão do STS-10 [terminal de contêineres] e a ampliação do canal de acesso são fundamentais, mas estão andando a passos lentos”, disse.
Assista (29min48s):
A situação se agrava com a proximidade da nova safra, que deve aumentar ainda mais o volume de café a ser exportado. Para Heron, o 1º semestre de 2025 pode passar a falsa impressão de normalização devido ao menor volume de embarques no período de entressafra, mas os problemas estruturais devem se intensificar no segundo semestre.
“A partir de julho, quando a safra entra no pico, a pressão sobre os portos será ainda maior. Se nada for feito agora, podemos enfrentar novos colapsos logísticos”, alertou.
Além da infraestrutura portuária, os problemas logísticos se estendem às rodovias e ferrovias, que também carecem de investimentos para garantir um escoamento mais eficiente.
Atualmente, cerca de 15 mil a 20 mil caminhões circulam diariamente em direção ao Porto de Santos, evidenciando a necessidade de alternativas como o modal ferroviário e hidroviário para reduzir a pressão sobre o sistema rodoviário. “O Brasil tem um potencial gigantesco na cafeicultura, mas os gargalos logísticos precisam ser resolvidos para que o país mantenha sua liderança global”, disse.
Gargalos logísticos fazem as tradings perderem R$ 57,7 milhões nos últimos oito meses
A entressafra de café está reduzindo impactos, mas exportadores do grão tiveram prejuízos calculados em R$ 6,1 milhões por não conseguirem embarcar o grão no mês de janeiro. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (24/2) pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
“O (café) que estava parado nos portos até dezembro vem saindo aos poucos, pois o Brasil está em período de entressafra e com menor oferta disponível. Contudo, nossos associados informaram que o cenário logístico, apesar de apresentar melhoras em janeiro por conta da oferta reduzida, permanece desafiador”, explicou em nota o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.
A entidade monitorou com 23 empresas associadas, que representam 65% dos embarques totais, os índices de atrasos e alterações regulares nas escalas dos navios paraexportação, além de rolagens de cargas constantes. Os fatores fizeram com que o país deixasse de embarcar 672,1 mil sacas de 60 quilos – 2.037 contêineres – do produto nos portos, no mês passado.
Com os gargalos logísticos do primeiro mês de 2025, o acúmulo de prejuízos de tradings decaféé de R$ 57,7 milhões nos últimos oito meses – o cálculo começou em junho de 2024. Esse valor conta com gastos extras relacionados a armazenagens adicionais, detentions, pré-stacking e antecipação de gates.
Considerando o preço médio Free on Board (FOB) deexportaçãode US$ 336,33 por saca (caféverde) e um dólar médio de R$ 6,0212 em janeiro, o não embarque dessecaféimplicou ao Brasil um saldo não recebido de cerca de R$ 1,36 bilhão, levando ao menor repasse de receita para os produtores.
Conforme o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé, 67% dos navios, ou 203 de um total de 302 embarcações, tiveram atrasos ou alteração de escalas nos principais portos do Brasil em janeiro de 2025.
O tempo mais longo de espera no mês passado foi de 40 dias, ocorrido no Porto de Santos (SP), que respondeu por 75,3% dos embarques decaféno primeiro mês deste ano. O local teve um índice de 77% de atraso ou alteração de escalas de navios, o que envolveu 122 do total de 158 porta-contêineres.
Indústria cafeeira teve alta maior que registrada nas gôndolas do supermercado e deve repassar parte do aumento de 2024 ao consumidor ainda neste primeiro trimestre.
O preço do café no varejo cresceu em 110% nos últimos quatro anos, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Em 2024, o avanço no custo do grãopara o consumidor foi de 37,4%, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (5).
Segundo a Associação, aperspectiva para este ano é de altapara consumidor nos próximos meses. Desde 2021, as safras de café têm sido afetadas porfatores climáticos prejudiciaisque levaram a colheitas menores quepressionaram os preçoscom aumento da demanda global.
Dados da Abic apontam que aindústria teve alta maior que registrada nas gôndolasdo supermercado e deverepassar parte do aumento do ano passado ainda neste primeiro trimestre.
A alta no custo da matéria-prima foi de 224% entre 2021 e 2024. Pavel Cardoso, presidente da Abic, estima que mais repasses devem acontecer nos próximos dois meses.
“Devemos ter aumento adicional no preço final. Aindústria não tem como evitar esse aumentoe repassou os valores para os intermediários e consumidores finais. Então ainda haverá o valor pago pelo consumidor. Nos próximos dois meses devemos ter um aumento de 25%”, afirmou.
A baixa produção combinada comaumento na demanda globalefortalecimento do dólarfizeram com que um maior volume fosse escoado para mercado internacional, commenor disponibilidade para demanda interna.
Além do ciclo de baixa bienalidade, a safra no maior produtor e exportador global de café deve ser afetada por adversidades climáticas, como restrição hídrica e altas temperaturas nas fases de floração, que impactaram a produtividade, afirmou o órgão.
Pavel prevê que os preços do mercadodevem ficar voláteis até a próxima safra, em 2026, quando deve haver uma estabilidade.
Apesar do cenário inflacionário, o consumo de café torrado e moído no Brasil cresceu em 1,1% entre 2023 e 2024. Ao todo, foram 21,9 milhões de sacas de 60 quilos em 2024, equivalente de 40,4% da safra do ano passado.
Em média, a Abic calcula que oconsumo de café em 2024 seja de 1.430 xícaras por pessoa.
No total faturado, o mercado interno foi responsável por R$ 36,82 bilhões em receita para a indústria cafeeira, aumento de 60,85% frente a 2023 (R$ 22,89 bilhões). Contudo, o principal destino do café é a exportação. Mais de 60% da produção é destinada ao mercado externo.
Ranking de consumo
O Brasil segue na posição de segundo maior consumidor de café do mundo, atrás dos Estados Unidos em volumes absolutos, disse a Abic, citando que o total consumido pelos norte-americanos superou o nacional em 4,1 milhões de sacas. Mas se for levado em conta o consumo per capita do Brasil com os EUA, os brasileiros levam a melhor. O consumo per capita no Brasil entre novembro de 2023 a outubro de 2024 foi de 6,26 kg por ano de café cru, ante 4,9 kg dos EUA.
Estudo mostra potencial de setores como alimentos, combustíveis e manufaturados; em 2023, o Brasil exportou US$ 2,6 bilhões para a região
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) divulgou nesta segunda-feira (13) o “Perfil de Comércio e Investimentos do Leste Europeu”, destacando as oportunidades econômicas com países da região que integram a União Europeia, como Bulgária, República Tcheca, Hungria, Polônia, Romênia e Eslováquia.
Exportações em alta Em 2023, o Brasil exportou US$ 2,6 bilhões para o Leste Europeu, com uma pauta concentrada em farelos de soja e minérios de cobre, que juntos responderam por quase 70% do total. As vendas cresceram, em média, 14,9% ao ano entre 2019 e 2023, com destaque para o aumento expressivo nas exportações de açúcares e melaços, que subiram 68,9% ao ano no período.
A Polônia desponta como o principal mercado, absorvendo 66,2% das exportações brasileiras para a região. No Brasil, os estados do Pará (30,7%), Paraná (16%) e Rio Grande do Sul (10%) lideraram o fornecimento de produtos para esses países em 2023.
Setores promissores
O levantamento da ApexBrasil identificou 1.631 oportunidades comerciais com o Leste Europeu. Entre os produtos com maior potencial de crescimento estão:
Alimentos e derivados: resíduos sólidos da extração do óleo de soja, café não torrado e extratos vegetais;
Combustíveis minerais: petróleo e óleos derivados;
Máquinas e equipamentos: automóveis, aviões e componentes;
Manufaturados: granito, ferro e aço
O Projeto Setorial “It’s Natural – Brazilian Natural Stone”, da ApexBrasil em parceria com a Centrorochas, já posiciona a Polônia como mercado prioritário. Além disso, setores como açúcar, café e couro devem ser beneficiados com o Acordo de Associação entre Mercosul e União Europeia, firmado em dezembro de 2024, que promete ampliar as exportações brasileiras.
Investimentos do Leste Europeu no Brasil Os países do Leste Europeu também têm intensificado investimentos no Brasil. Entre os destaques estão:
A inauguração de uma unidade da Can-Pack (Polônia) em Itumbiara (GO);
A abertura de uma sede da Kanbanize (Bulgária) em São Paulo em 2022;
A aquisição de usinas hidrelétricas da Brookfield pela Energo-Pro (República Tcheca) em 2024
Perspectivas futuras
Com a ampliação das relações comerciais e os avanços em negociações como o acordo Mercosul-UE, a parceria entre Brasil e Leste Europeu tem potencial para expandir em setores estratégicos, consolidando a região como um destino prioritário para exportações e investimentos brasileiros