Comércio Exterior, Economia, Exportação, Importação, Industria, Investimento, Negócios

Exportações para os EUA atingem recorde antes das tarifas

As vendas para os EUA atingem picos históricos em volume e valor; AmCham pede cautela à medida que as políticas de Donald Trump se desenrolam

As exportações do Brasil para os Estados Unidos atingiram um recorde em 2024, marcando um ano “histórico”, segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (AmCham). No entanto, essa conquista coincide com as mudanças iminentes previstas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que deve introduzir novas tarifas.

As exportações do Brasil para os EUA atingiram níveis sem precedentes em valor e volume, de acordo com a Parceria Brasil-EUA da AmCham. Monitor de Trade, conforme noticiado pelo Valor.

Em termos de valor, as exportações totalizaram US$ 40,3 bilhões, refletindo um aumento de 9,2% em relação a 2023. Isso superou o desempenho geral das exportações do Brasil, que teve uma queda de 0,8% e superou as taxas de crescimento de parceiros-chave como União Europeia (4,2%), China (-9,5%) e Mercosul (-14,1%).

Em volume, o Brasil embarcou 40,7 milhões de toneladas para os EUA, uma taxa de crescimento nove vezes maior do que o aumento de 1,1% registrado para as exportações brasileiras globalmente.

As importações brasileiras dos EUA também cresceram, atingindo US$ 40,6 bilhões, alta de 6,9% em relação a 2023. Os EUA mantiveram sua posição como a segunda maior fonte de importações do Brasil, respondendo por 15,5% do total.

Apesar do superávit tradicionalmente favorecer os EUA, o déficit comercial do Brasil foi o menor da última década, em US$ 253,3 milhões.

De acordo com Abrão Neto, presidente da AmCham, as importações americanas cresceram globalmente 5,3% em média em 2024 (até novembro), enquanto as exportações brasileiras para os EUA aumentaram 9,2%, superando concorrentes como México, Alemanha, Japão e Índia. “Isso demonstra que o Brasil está ganhando participação de mercado nos EUA e se posicionando muito bem”, observou Neto.

Ainda assim, a incerteza paira enquanto Trump se prepara para assumir o cargo e deve emitir decretos impondo tarifas sobre várias importações. Embora não se espere que o Brasil seja o alvo principal, como a China foi durante seu primeiro mandato, o estreitamento do superávit comercial e as negociações anteriores sobre as tarifas sobre o aço sugerem que Trump poderia pressionar por novas concessões comerciais.

“Ainda há muitas incertezas para um prognóstico claro. Precisamos aguardar os contornos concretos da política comercial dos EUA para avaliar como isso influenciará o comércio internacional em geral e, em particular, o comércio com o Brasil”, disse Neto.

Em 2024, o fluxo comercial bilateral entre Brasil e Estados Unidos – incluindo importações e exportações – totalizou US$ 80,9 bilhões, um aumento de 8,2% em relação a 2023. Isso marca o segundo maior valor já registrado, atrás apenas dos US$ 88,7 bilhões alcançados em 2022. Os EUA continuam sendo o segundo maior parceiro comercial do Brasil, depois da China.

As exportações brasileiras para os EUA registraram um crescimento robusto em todos os principais setores: manufatura (5,8%), mineração (21,1%) e agricultura (36,9%). Em todos os casos, essas taxas superaram o crescimento das exportações do Brasil para o resto do mundo, que registrou 2,7% para a manufatura, 2,4% para extrativos e -11% para a agricultura, segundo a AmCham.

“É digno de nota porque não vimos todos os três setores crescendo simultaneamente assim em relatórios recentes”, disse Fabrizio Panzini, diretor de políticas públicas e relações governamentais da AmCham.

Entre os dez principais produtos exportados, oito registraram aumentos de valor, com destaque para o petróleo bruto (alta de 23,1%), que se tornou o principal item de exportação do Brasil; aeronaves (aumento de 36,2%); e café não torrado (alta de 67,6%).

Notavelmente, a carne bovina entrou entre os dez primeiros pela primeira vez, com as exportações subindo 103,5% ano a ano, para US$ 943 milhões, impulsionadas pelo aumento da demanda dos EUA em meio a uma seca que reduziu a qualidade das pastagens e encolheu o rebanho bovino dos EUA.

As exportações industriais do Brasil para os EUA atingiram um recorde histórico de US$ 31,6 bilhões em 2024, solidificando os EUA como o principal destino dos bens industriais do Brasil, com 17,4% do total das exportações, à frente da União Europeia e do Mercosul.

A AmCham enfatizou que o aumento de US$ 1,7 bilhão nas exportações industriais brasileiras para os EUA representou mais de um terço do crescimento total das exportações industriais globais do Brasil. Dos dez principais produtos exportados para os EUA, oito – incluindo aeronaves – pertenciam ao setor manufatureiro.

“As exportações de bens industriais geram mais renda e sustentam mais empregos no Brasil. Os EUA têm sido um motor de crescimento para as exportações brasileiras de bens de maior valor agregado, contribuindo significativamente para a economia e o desenvolvimento industrial do Brasil”, acrescentou Neto.

A indústria de transformação continuou sendo o setor de maior destaque do Brasil para importações dos Estados Unidos em 2024, respondendo por 88,1% do total das importações. Enquanto isso, a indústria extrativa, impulsionada pelo aumento das importações de gás natural, expandiu sua participação de 9,5% para 11,2%.

O gás natural, que não figurou entre os principais produtos importados em 2023, contribuiu com aproximadamente 55% do aumento total das importações em 2024. Esse aumento foi motivado por uma seca prolongada no Brasil que esgotou os reservatórios hidrelétricos e exigiu a ativação de usinas termelétricas, aumentando a demanda por importações de gás. O gás natural sozinho adicionou US $ 1,4 bilhão à conta de importação do Brasil.

Entre as dez principais importações brasileiras dos EUA, sete registraram crescimento, com destaque para aeronaves (alta de 47,3%) e motores e máquinas não elétricos (alta de 27,1%), refletindo o aumento da atividade de construção civil no Brasil. “O fato de o Brasil ter aumentado suas importações de bens de capital é um indicador da qualidade de suas importações”, disse Neto.

Olhando para o futuro, a AmCham prevê que o Brasil e os EUA manterão um fluxo comercial robusto em 2025, com os volumes de comércio permanecendo perto de máximas históricas. Neto citou uma previsão da Organização Mundial do Comércio (OMC) projetando um crescimento de 3% no volume global de comércio de mercadorias em 2025. Da mesma forma, as estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) sugerem um crescimento do PIB de 2,8% para os EUA e 2% para o Brasil este ano, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central. Essa expansão econômica em ambos os países, observou Neto, provavelmente impulsionará a demanda por compras estrangeiras.

A AmCham reconhece as incertezas significativas no cenário global, incluindo a potencial introdução de restrições comerciais que podem afetar o comércio bilateral. “As projeções existentes apontam para um fluxo comercial positivo contínuo entre o Brasil e os EUA”, disse Neto. “No entanto, o contexto internacional permanece repleto de incertezas, incluindo disputas geopolíticas, conflitos em vários continentes e questões em torno das políticas comerciais dos EUA, particularmente em relação às tarifas.”

“Na frente de negócios, há uma expectativa de que o Brasil e os EUA continuem a reconhecer sua parceria madura e consolidada. Do ponto de vista econômico, a relação é fundamentalmente pragmática. Espera-se que quaisquer divergências bilaterais sejam resolvidas por meio do diálogo, negociação e diplomacia entre os dois países”, acrescentou.

FONTE: Valor Internacional
Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 1,33 bi nas duas primeiras semanas de janeiro – Reconecta News

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Exportações brasileiras para os EUA ultrapassam US$ 40 bi pela 1ª vez

Volumes exportados também atingiram níveis inéditos, com 40,7 milhões de toneladas embarcadas

As exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 40,3 bilhões em 2024, ultrapassando a marca de US$ 40 bilhões pela primeira vez na história comercial entre os dois países. Segundo o Monitor do Comércio Brasil-EUA, publicado trimestralmente pela Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio), os volumes exportados também atingiram níveis inéditos, com 40,7 milhões de toneladas embarcadas, um aumento de 9,9% em relação a 2023.

Segundo a Amcham, o desempenho chama atenção especialmente porque houve uma retração nas exportações totais do País, que registraram queda de 0,8% no total. “O comércio com os EUA produziu ganhos significativos para a economia brasileira em 2024, movimentando um conjunto amplo de setores produtivos, com destaque para a indústria”, disse Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil.

A indústria brasileira foi decisiva para o recorde comercial, com exportações que somaram US$ 31,6 bilhões, um crescimento de 5,8% ante o ano anterior. Conforme a Amcham, o setor de transformação foi o destaque, respondendo por 78,3% de todas as exportações para os EUA e consolidando o mercado americano como principal destino de produtos industriais brasileiros pelo nono ano consecutivo.

Pauta de exportação

Entre os produtos mais vendidos estão petróleo bruto, aeronaves, café, celulose e carne bovina. O relatório da Amcham cita ainda que, dos dez principais itens vendidos aos EUA, oito apresentaram aumento em valor, refletindo a maior competitividade dos setores. “Os Estados Unidos se consolidam como o principal destino para bens brasileiros com maior agregação de valor, reafirmando a relevância da parceria comercial”, destacou Abrão Neto.

FONTE: Infomoney
Exportações brasileiras para os EUA ultrapassam US$ 40 bi pela 1ª vez

 

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ApexBrasil aponta crescimento de parcerias com o Leste Europeu

Estudo mostra potencial de setores como alimentos, combustíveis e manufaturados; em 2023, o Brasil exportou US$ 2,6 bilhões para a região

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) divulgou nesta segunda-feira (13) o “Perfil de Comércio e Investimentos do Leste Europeu”, destacando as oportunidades econômicas com países da região que integram a União Europeia, como Bulgária, República Tcheca, Hungria, Polônia, Romênia e Eslováquia.

Exportações em alta
Em 2023, o Brasil exportou US$ 2,6 bilhões para o Leste Europeu, com uma pauta concentrada em farelos de soja e minérios de cobre, que juntos responderam por quase 70% do total. As vendas cresceram, em média, 14,9% ao ano entre 2019 e 2023, com destaque para o aumento expressivo nas exportações de açúcares e melaços, que subiram 68,9% ao ano no período.

A Polônia desponta como o principal mercado, absorvendo 66,2% das exportações brasileiras para a região. No Brasil, os estados do Pará (30,7%), Paraná (16%) e Rio Grande do Sul (10%) lideraram o fornecimento de produtos para esses países em 2023.

Setores promissores

O levantamento da ApexBrasil identificou 1.631 oportunidades comerciais com o Leste Europeu. Entre os produtos com maior potencial de crescimento estão:

  • Alimentos e derivados: resíduos sólidos da extração do óleo de soja, café não torrado e extratos vegetais;
  • Combustíveis minerais: petróleo e óleos derivados;
  • Máquinas e equipamentos: automóveis, aviões e componentes;
  • Manufaturados: granito, ferro e aço

O Projeto Setorial “It’s Natural – Brazilian Natural Stone”, da ApexBrasil em parceria com a Centrorochas, já posiciona a Polônia como mercado prioritário. Além disso, setores como açúcar, café e couro devem ser beneficiados com o Acordo de Associação entre Mercosul e União Europeia, firmado em dezembro de 2024, que promete ampliar as exportações brasileiras.

Investimentos do Leste Europeu no Brasil
Os países do Leste Europeu também têm intensificado investimentos no Brasil. Entre os destaques estão:

  • A inauguração de uma unidade da Can-Pack (Polônia) em Itumbiara (GO);
  • A abertura de uma sede da Kanbanize (Bulgária) em São Paulo em 2022;
  • A aquisição de usinas hidrelétricas da Brookfield pela Energo-Pro (República Tcheca) em 2024

    Perspectivas futuras

Com a ampliação das relações comerciais e os avanços em negociações como o acordo Mercosul-UE, a parceria entre Brasil e Leste Europeu tem potencial para expandir em setores estratégicos, consolidando a região como um destino prioritário para exportações e investimentos brasileiros

FONTE: APEXBRASIL
ApexBrasil aponta crescimento de parcerias com o Leste Europeu

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Com foco na indústria de móveis, FIESC lança o SC Day USA

Missão será de 23 de abril a 1° de maio, na cidade de High Point, localizada no estado da Carolina do Norte, onde é realizada a maior feira de móveis do mundo
Florianópolis, 15.01.25 – Com foco na indústria moveleira, a Federação das Indústrias de SC (FIESC) lançou o SC Day USA, que será realizado de 23 de abril a 1° de maio, na cidade de High Point, no estado da Carolina do Norte. A iniciativa é promovida em parceria com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (AMCHAM) e prevê a participação na High Point Market, a maior feira de móveis do mundo. Além disso, estão programadas rodadas de negócios estrategicamente articuladas, participação em seminários técnicos na Universidade de High Point, visitas técnicas a indústrias locais e capacitação setorial.

“O principal destino das exportações catarinenses são os Estados Unidos, mas podemos ampliar a nossa participação no comércio internacional. Dada a qualidade que a nossa indústria moveleira possui, há um grande potencial para expandir as vendas internacionais”, disse o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, lembrando que os Estados Unidos são o maior mercado consumidor do mundo e o principal mercado importador de móveis de Santa Catarina.

Em sua apresentação, a diretora de negócios internacionais da AMCHAM, Camila Moura, explicou que High Point é a capital mundial dos móveis e sedia a High Point Market — maior evento do setor no mundo, com a participação de 75 mil visitantes de 100 países. “O Brasil tem um grande potencial no setor moveleiro e os Estados Unidos são o maior comprador do mundo na área. Existe um espaço e ele pode ser ocupado por empresas brasileiras e catarinenses”, afirmou.

“Estamos muito animados com o lançamento da missão. Essa é uma ação concreta de promoção comercial num setor em que Santa Catarina é muito competitiva”, disse o CEO da AMCHAM, Abrão Neto.

“O mercado norte-americano tem uma particularidade: compra produtos de alto valor agregado”, afirmou a presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, salientando que a imersão à High Point vai promover a interação entre os fabricantes catarinenses e os fabricantes locais, além da aproximação com os compradores internacionais.

As inscrições para participar da missão estão abertas, mas as vagas são limitadas. Acesse fiesc.com.br/scday, confira os detalhes da programação e inscreva-se.

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Gigante da aviação? Azul e Gol assinam acordo para fusão das companhias aéreas no Brasil

Se concretizado, fusão das companhias aéreas vai atender 60% dos passageiros da aviação brasileira; empresas continuariam operando de forma separada

A Azul e a Abra, controladora da Gol, assinaram um memorando de entendimento nesta quinta-feira (15) que, se for cumprido, vai levar à fusão das companhias aéreas. Caso o acordo se concretize, Azul e Gol continuarão operando de forma separada

Fusão de Azul e Gol pode abarcar 60% do mercado

A nova companhia viria começar suas operações em 2026, e a fusão das companhias aéreas pode representar um atendimento a 60% dos passageiros que viajam de avião.

A ideia é que John Rodgerson, CEO da Azul, assuma a presidência do novo grupo, que terá a governança junto de um presidente do conselho indicado pela holding Abra, que controla a Gol e a Avianca. O conselho será composto por nove membros, sendo três indicados pela Azul, três pela Gol e três independentes, aprovados pelos acionistas.

Azul e Gol avançam para selar fusão – Foto: GOL/Divulgação/ND

Junção depende de aprovações

Para a junção se concretizar, os órgãos reguladores Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) devem aprovar as operações do novo grupo. A fusão depende da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos.

Se a fusão acontecer, as companhias vão operar de forma independente, mas o avião de uma das empresas vai poder realizar voos para a outra.

FONTE: ND+
Gigante da aviação? Azul e Gol assinam acordo para fusão das companhias aéreas no Brasil

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Enterprise Surveys: Estudo do Banco Mundial sobre o Ambiente de Negócios no Brasil (2024)

O Banco Mundial está atualmente implementando um estudo sobre o ambiente de negócios no Brasil e que faz parte do projeto global “Enterprise Surveys”, que já foi implementado em mais de 180 países.

O objetivo deste estudo é coletar informações que ajudarão a criar indicadores sobre a qualidade do ambiente de negócios no Brasil e melhorar o desenho das políticas públicas focadas em promover o setor privado, tanto no Brasil quanto globalmente.

A pesquisa está sendo implementada pelas instituições Oppen Social (https://oppen.social/) e Kampo Brasil (https://www.kampobrasil.com/). 1800 estabelecimentos com representatividade de todos os tamanhos, setores e Estados do país foram selecionados aleatoriamente e estão sendo entrevistados em todo o país.

O estudo é realizado por videoconferência, ou presencialmente, e cada entrevista dura aproximadamente 60 minutos. Todas as respostas fornecidas são anônimas e as identidades dos entrevistados são confidenciais.

Convidamos a sua empresa a participar e contribuir para entendermos como as condições do ambiente de negócios afetam as operações cotidiadas do setor privado brasileiro.

FONTE: Enterprise Surveys

World Bank Enterprise Survey for Brazil, 2024

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Dólar deve cair abaixo de R$ 6 com fiscal no preço, diz Allianz

O dólar deve cair abaixo de R$ 6 nos próximos meses com os riscos fiscais já precificados pelo mercado financeiro e a ajuda dos juros mais elevados no Brasil, diz Carlos Carranza, gestor de portfólio da Allianz Global Investors baseado em Londres.

“Nós temos uma visão construtiva do real e, se as pressões sobre as moedas emergentes terminarem após a posse do presidente Trump, não seria surpresa o dólar romper os R$ 6,00, para um nível mais baixo”, disse em entrevista.

O gestor afirmou que a Allianz tem posições em Brasil, embora sem especificar um valor. Globalmente, a AGI tem 560 bilhões de euros em ativos sob administração.

O dólar fechou no nível dos R$ 6,10 na sexta-feira e devolveu parte do alívio das primeiras semanas de 2025, quando alguns investidores voltaram a vender a moeda depois do forte fluxo de saídas do final do ano passado.

A moeda brasileira deve ser beneficiada pela busca do investidor pelo diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, avalia Carranza. O Banco Central já sinalizou ao menos mais duas altas da Selic de 1 ponto percentual até março, o que levaria a taxa para acima de 14%, enquanto os juros nos EUA podem ser reduzidos, segundo o gestor.

Se o risco fiscal foi o grande fator por trás da disparada do câmbio no ano passado, quando a moeda subiu 27% – maior avanço desde 2020 -, as maiores ameaças neste ano podem vir do exterior. Ele cita eventuais impactos das políticas de Donald Trump nos EUA e uma eventual não confirmação da expectativa de redução dos juros do Federal Reserve — dados fortes de empregos no país em dezembro levaram o mercado adiar a aposta em novo corte do Fed para o segundo semestre.

Carranza acredita, entretanto, que os ativos brasileiros tendem a ser menos afetados do que os de outros países em caso de uma “guerra comercial” de Trump. O presidente eleito tem ameaçado impor tarifas contra parceiros comerciais dos EUA, como a China, México e Canadá.

À exceção do México, a América Latina é menos vulnerável à guerra comercial e pode se beneficiar da realocação de investimentos em relação aos países mais diretamente atingidos, disse o gestor.

FONTE:  Bloomberg
Dólar deve cair abaixo de R$ 6 com fiscal no preço, diz Allianz – Bloomberg

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Entrada em vigor do acordo de sede entre Brasil e a Corte Permanente de Arbitragem

Em 8 de janeiro de 2025, o governo brasileiro ratificou, após aprovação pelo Congresso Nacional, o acordo de sede celebrado entre o Brasil e a Corte Permanente de Arbitragem (CPA), em cerimônia realizada na sede da CPA, na Haia.

Com a conclusão do processo de ratificação, o acordo entra em vigor no plano internacional a partir daquela data. Estabelecida em 1899, a CPA é uma das mais antigas organizações intergovernamentais existentes. Dedicada a facilitar a solução de disputas internacionais, a Corte atua por meio de painel de árbitros independentes e auxilia na solução de controvérsias tanto interestatais quanto entre investidores e Estados. O número de casos administrados pela CPA vem aumentando a cada ano, com registro de 246 no ano de 2023.

A conclusão do processo de internalização do acordo de sede, assinado em 2017, facilitará a realização de arbitragens internacionais no país, de modo a reforçar a contribuição do Brasil para a resolução pacífica de controvérsias.

FONTE: MRE
Entrada em vigor do acordo de sede entre Brasil e a Corte Permanente de Arbitragem — Ministério das Relações Exteriores

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Petróleo russo sofre sanções de Biden; governo americano alega que medida seria para enfraquecer financiamento da guerra

O governo Biden adotou como alvo, nesta sexta-feira (10), o setor energético da Rússia, incluindo sua indústria petrolífera, com algumas de suas sanções mais severas até o momento. O objetivo é cortar o financiamento para a guerra de Moscou contra a Ucrânia.

As mudanças radicais, tomadas pouco mais de uma semana antes do presidente Joe Biden deixar o cargo, ocorrem no momento em que o presidente eleito Donald Trump diz que está se preparando para se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin. Elas também têm o potencial de enfraquecer os investidores no mercados de energia.

Altos funcionários da administração dos EUA disseram que querem deixar Kiev – e a nova administração Trump – com uma posição favorável para potenciais negociações.

Esses funcionários expressaram esperança de que a próxima administração manteria e aplicaria as sanções, apesar do ceticismo anterior de alguns funcionários de Trump sobre a eficácia de tais medidas.

As novas sanções contra “a maior e mais importante fonte de receita do Kremlin” atingiram centenas de alvos, incluindo duas das maiores empresas petrolíferas da Rússia: a Public Joint Stock Company Gazprom Neft e a Surgutneftegas.

As sanções também têm como alvo quase 200 navios transportadores de petróleo, muitos dos quais são acusados ​​de fazer parte da chamada “frota sombra” que trabalha para fugir das sanções, bem como comerciantes de petróleo e autoridades de energia. Eles também miram a produção e exportação de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia.

“Esperamos que nossas ações custem à Rússia mais de bilhões de dólares por mês”, disse um alto funcionário do governo.

As sanções, introduzidas em coordenação com o Reino Unido, são parte da abordagem mais ampla da administração para reforçar Kiev. A administração Biden anunciou na última quinta-feira (9) sua parcela final de ajuda militar para a Ucrânia, avaliada em cerca de US$ 500 milhões.

O Pentágono disse na sexta-feira que haverá “pouco menos de US$ 4 bilhões” em financiamento da Presidential Drawdown Authority que será transferido para a administração Trump para financiar ajuda à Ucrânia.

“Essas sanções, somadas às ações que tomamos nas últimas semanas, ajudam a colocar a Ucrânia em uma posição na qual eles têm a capacidade de trabalhar com o novo governo para tentar encontrar uma paz justa”, disse um segundo alto funcionário do governo.

Na quinta-feira, Trump reiterou seu desejo de acabar com a guerra na Ucrânia: “O presidente Putin quer se reunir — ele disse isso até publicamente — e temos que acabar com essa guerra. Isso é uma bagunça sangrenta”, ele o presidente americano.

O primeiro alto funcionário da administração reconheceu que “cabe inteiramente” à equipe de Trump “determinar se, quando e em que termos poderão levantar quaisquer sanções que tenhamos implementado”.

Além disso, a força das sanções dependerá em grande parte da sua aplicação, com um responsável refletindo que “temos de fazer corresponder cada evasão a uma contramedida, e isso exigirá vontade política”.

“A Rússia fará todos os esforços para contornar essas sanções. É inevitável”, disse o oficial.

“Mas a evasão não é sem custos. A Rússia tem tido uma necessidade constante de se adaptar e reorientar suas cadeias de suprimentos. Isso cria ineficiência. Cria incerteza. Cria complexidade. Então nossas sanções são como quilos de areia nas engrenagens da máquina de guerra da Rússia”, disseram.

As medidas de hoje não têm sanções secundárias contra países específicos, afirmaram autoridades. China e Índia foram os principais importadores de petróleo russo durante a guerra na Ucrânia.

As autoridades argumentaram que esperaram até os últimos dias do governo para impor as sanções, em parte por causa do estado do mercado global de petróleo e do potencial impacto na economia dos EUA.

A invasão da Ucrânia pela Rússia no início de 2022 gerou temores de grandes interrupções no fornecimento de um dos principais produtores do mundo.

Os preços do petróleo atingiram US$ 130 o barril em março de 2022, contribuindo para a crise inflacionária na economia dos EUA e levando os preços da gasolina a máximas históricas.

“Durante grande parte desta guerra, os suprimentos globais estavam escassos e corriam o risco de não atender à demanda”, explicou o primeiro alto funcionário do governo, observando que isso provavelmente aumentaria as receitas para a Rússia “enquanto aumentaria os preços nas bombas de gasolina para as famílias nos Estados Unidos e em todo o mundo”.

Agora, disse o funcionário, tanto os mercados de petróleo quanto a economia dos EUA “estão em uma posição fundamentalmente melhor”.

Os Estados Unidos estão produzindo mais petróleo do que qualquer nação na história mundial, forçando a OPEP a reduzir o fornecimento. Os preços do petróleo têm sido relativamente contidos, em parte por causa da produção recorde dos EUA.

Ainda assim, os preços do petróleo subiram acentuadamente na manhã de sexta-feira, mesmo antes do anúncio oficial das sanções, com alguns traders culpando os rumores de sanções.

O petróleo bruto dos EUA saltou 4% para quase US$ 77 o barril. O petróleo bruto Brent, referência mundial, avançou 3,7% para cerca de US$ 80 o barril.

Fonte: CNN
Biden impõe sanções ao petróleo russo para enfraquecer financiamento de guerra

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Com terminal em Santos, Cofco amplia capacidade de exportação no Brasil

Trading chinesa vai inaugurar em março seu maior terminal portuário agrícola fora da China; investimento total na operação chega a US$ 285 milhões

A chinesa Cofco International, uma das maiores tradings do mundo, vai inaugurar, em março, a primeira fase de seu terminal de exportação no porto de Santos. Com um investimento total de US$ 285 milhões, o terminal agrícola STS-11 promete acabar com um dos problemas da empresa desde que chegou ao Brasil, em 2014: não ter uma saída própria para os produtos originados do país.

Segundo Sérgio Ferreira, diretor de operações da companhia no Brasil, o uso de terminais de terceiros mantinha os custos da empresa entre 10% e 15% superiores aos dos seus concorrentes. “Quando saiu o edital da licitação, em 2021, percebemos que seria uma oportunidade incrível porque, além de exportar grãos, a permissão era para qualquer commodity agrícola”, disse o executivo ao Valor.

A expectativa é que, em 2025, a Cofco use sozinha o terminal e movimente 8 milhões de toneladas entre grãos, açúcar e farelo de soja. A partir de 2026, com a obra totalmente concluída e com a prestação de serviços para terceiros, a movimentação deve chegar a 14,5 milhões de toneladas. Atualmente, a empresa exporta cerca de 4,5 milhões de toneladas pelo porto de Santos.

A locação de espaço para outras empresas mudará o modus operandi da companhia no país. Até hoje, a Cofco era contratante de serviços “take or pay”, e agora passará a oferecê-los. Nesse modelo, o exportador é obrigado a pagar uma taxa mensal de uso do terminal, mesmo que não embarque todo o volume estabelecido no contrato. “Se a safra quebra, por exemplo, ainda temos que pagar o valor acordado. Além disso, o dono do terminal sempre tem prioridade no carregamento dos navios”, afirmou Ferreira.

A Cofco pretende exportar pelo porto de Santos entre 70% e 80% dos produtos que origina no país para exportação. O restante continuará a sair pelo Arco Norte, por meio dos terminais com a Hidrovias do Brasil, em que os contratos de “take or pay” estão mantidos.

Na primeira fase de obra do STS-11, na marginal direita do porto paulista, foram demolidas as instalações antigas da Bracell, Rishis, Rodrimar e Cereal Sul. Já na fase dois, será realizada a demolição de outras estruturas e das conexões de seus equipamentos com os da fase um.

A área do terminal foi arrematada pela Cofco International por R$ 10 milhões, em março de 2022, com direito à concessão por 25 anos e possibilidade de sucessivas prorrogações até o limite máximo de 70 anos.

Os investimentos contemplam obras em dois berços de atracação, incluindo reforço de cais, dragagem de aprofundamento e aquisição de dois shiploaders (carregadores de navios) com capacidade de 3 mil toneladas por hora cada. “Seremos o único terminal com dois shiploaders e, se o clima ajudar, poderemos encher dois navios Panamax por dia”, disse o executivo.

O pátio de descarregamento será composto por quatro linhas ferroviárias, com alimentação de três moegas (local onde são armazenados os grãos) com capacidade de 1,5 mil tonelada por hora. A previsão é receber três composições de até 120 vagões. Além disso, o terminal receberá cargas por caminhões.

Atualmente, a companhia envia a Santos 70% de sua originação de produtos por caminhão, e o restante vai por trem. Agora, a equação deverá se reverter. Os grãos devem chegar pela ferrovia da Rumo que liga Rondonópolis (MT) a Santos, e o açúcar deve usar o terminal rodoferroviário da Cofco em Votuporanga (SP). Os caminhões serão responsáveis pelo escoamento de produtos vindos de Minas Gerais, parte de São Paulo e Goiás.

“Anualmente, serão carregados mais de 200 navios, descarregados mais de 110 mil caminhões e mais de 85 mil vagões por ano”, afirmou o executivo.

Entre os diferenciais da construção, Ferreira destacou que 100% dos transportadores serão enclausurados (completamente fechados), o que é mais sustentável e reduz perdas. Além disso, o fluxo de caminhões e vagões será automatizado.

O STS-11 será o maior terminal portuário da Cofco fora da China. Até então, o campeão estava na Argentina, na região da Grande Rosário, com capacidade de 6 milhões de toneladas anuais. Há ainda outro com capacidade de carregar 5 milhões de toneladas ao ano também na Argentina. Além disso, a Cofco tem um grande terminal na Romênia com capacidade de 5 milhões de toneladas. Os terminais da China são todos para importação.

A Cofco International é o braço de comércio exterior da estatal chinesa Cofco Corporation e atua em mais de 50 países. Em 2023, a trading chinesa faturou US$ 50,1 bilhões ao comercializar 121,7 milhões de toneladas de commodities e alimentos.

FONTE: GLOBO RURAL
Com terminal em Santos, Cofco amplia capacidade de exportação no Brasil

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