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Canadá impõe tarifas bilionárias a produtos dos Estados Unidos

O Canadá aplicará tarifas de 25% em produtos dos EUA, afetando setores como bebidas, alimentos e manufaturados, em resposta às taxas americanas.

O Canadá decidiu aplicar tarifas sobre produtos norte-americanos, em resposta direta às taxas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O anúncio foi feito no sábado (1º), pelo primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que criticou a decisão americana de taxar bens canadenses.

O Canadá aplicará tarifas de 25% em produtos americanos, totalizando 155 bilhões de dólares canadenses (cerca de US$ 106 bilhões)”, declarou Justin Trudeau. A primeira fase das tarifas atingirá aproximadamente US$ 20 bilhões em mercadorias a partir de terça-feira (4), mesmo dia em que entram em vigor as tarifas americanas sobre produtos do Canadá. Um segundo pacote de tarifas, no valor de US$ 85 bilhões, será implementado nas próximas semanas.

Produtos visados e impacto econômico

Entre os produtos americanos que serão tarifados estão suco de laranja da Flórida, bourbon e manteiga de amendoim do Kentucky, além do tradicional uísque do Tennessee. Justin Trudeau incentivou os canadenses a consumirem itens nacionais e evitarem produtos originários de estados americanos com representação republicana no Senado.

No Canadá, a lista de tarifas também inclui cervejas, vinhos, vegetais, perfumes, calçados, roupas, eletrodomésticos, móveis e equipamentos esportivos. Além disso, as tarifas vão atingir materiais como madeira e plásticos, o que aumentará o impacto na economia americana e elevará os custos para os consumidores.

Primeiro-ministro do Canadá defende parceria e critica postura de tarifas dos EUA

O primeiro-ministro destacou que o Canadá é um parceiro estratégico para os Estados Unidos, oferecendo minerais e insumos essenciais para a indústria americana. Para ele, o caminho ideal para os EUA seria fortalecer essa aliança, e não criar barreiras comerciais que prejudiquem ambos os lados.

Em tom crítico, Justin Truedeau mencionou o histórico de cooperação entre os países, lembrando que soldados canadenses lutaram ao lado de americanos em conflitos passados.

É difícil entender por que nossos vizinhos mais próximos escolheram atacar o Canadá, em vez de lidar com outros desafios globais”, afirmou.

O primeiro-ministro ainda revelou que tenta entrar em contato com o presidente Donald Trump desde a posse, sem sucesso.

Não acredito que muitos americanos acordem pensando que o Canadá é o problema”, concluiu.

FONTE: Economic News Notícia
Canadá aplica tarifas bilionárias a produtos dos EUA

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‘Tarifaço’ de Trump na China beneficia agro brasileiro; Entenda

Durante seu primeiro mandato, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implementou uma política econômica agressiva, que inclui uma série de tarifas sobre produtos importados de diversas nações.

Estas medidas tinham como principal alvo a China, mas também impactaram países como o Canadá e o México. O objetivo era reequilibrar a balança comercial americana, impondo barreiras a produtos estrangeiros.

Inicialmente, Trump propôs tarifas altas, de até 60% para produtos chineses e entre 10% a 20% para outros países. Porém, as taxas efetivamente aplicadas foram menores. Para a China, fixou-se em 25%, equivalente ao mesmo percentual imposto sobre importações canadenses e mexicanas. Essa política gerou repercussões significativas no comércio mundial, alterando rotas de exportação e importação.

Como o Brasil se beneficiou com as tarifas dos EUA?

A imposição de tarifas sobre a soja americana pela China abriu espaço para o Brasil aumentar suas exportações deste grão para o mercado chinês. Este cenário já havia ocorrido anteriormente, quando Pequim, em represália às tarifas americanas, aumentou a tributação sobre a soja dos EUA, optando pelo produto brasileiro. Historicamente, Brasil e EUA são os maiores exportadores mundiais de soja, mas o Brasil se destacou ao se tornar o principal fornecedor para a China.

Além da soja, o milho brasileiro também viu um crescimento no mercado mundial, especialmente após superarem os Estados Unidos como maior exportador deste cereal. Esses eventos indicam uma tendência de fortalecimento das exportações agrícolas brasileiras em consequência das tensões comerciais sino-americanas.

O mercado de carnes: Nova oportunidade para o Brasil?

Não apenas os grãos, mas o setor de carnes brasileiro também pode ganhar com a situação. A China, sendo um dos maiores consumidores de carne do mundo, passou a importar mais do Brasil, incrementando as exportações de carne bovina, frango e suína. Neste contexto, o Brasil já se mantinha à frente dos EUA nas exportações de frango e ocupa uma terceira posição confortável no mercado de carne suína.

No entanto, a carne bovina é onde o Brasil lidera globalmente e o mercado chinês é vital para este domínio. Analistas sugerem que uma renovada guerra comercial entre os Estados Unidos e a China poderia expandir ainda mais as oportunidades para o Brasil solidificar sua presença neste setor.

O Brasil corre o risco de ser taxado pelos EUA?

Embora os Estados Unidos contem com o Brasil como um fornecedor essencial de alimentos, existe a preocupação quanto a possíveis tarifas sobre produtos brasileiros. O Brasil fornece uma série de commodities importantes como café, suco de laranja e carne bovina para o mercado americano. Donald Trump, embora reconheça a importância do Brasil nestes suprimentos, expressou seu descontentamento com os preços praticados, levantando a possibilidade de retaliar com tarifas recíprocas.

Até agora, o risco de taxação parece ser contido pelo temor do impacto nos preços dos alimentos, o que seria desfavorável politicamente. Analistas afirmam que, independentemente das tensões comerciais, os EUA provavelmente evitarão medidas que poderiam elevar significativamente os custos dos produtos essenciais no mercado doméstico.

Quais produtos brasileiros têm maior peso no comércio com os EUA?

  • Café: O Brasil é o maior fornecedor deste produto para os americanos.
  • Carne Bovina: Os Estados Unidos são um dos principais compradores.
  • Suco de Laranja: Tem importância considerável na balança comercial.

A parceria comercial entre Brasil e Estados Unidos continua robusta, embora sujeita a desafios políticos e econômicos. Enquanto o Brasil mantém sua posição como um fornecedor chave, a dinâmica das tarifas entre as potências econômicas permanece um fator crítico a ser monitorado.

FONTE: Terra Brasil Noticia
‘Tarifaço’ de Trump na China beneficia agro brasileiro; Entenda – Terra Brasil Notícias

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CS Trade fortalece operações no Rio de Janeiro com assinatura de Termo de Acordo de Regime Especial

A CS Trade se destaca como a única empresa catarinense a conquistar esse benefício, que é altamente restrito e concedido apenas a companhias que demonstram excelência operacional.

A CS Trade, empresa do Grupo Level e importadora oficial da Cantu Store, maior distribuidora de pneus do Brasil, deu um passo estratégico no comércio exterior. No último dia 29 de janeiro, a empresa assinou um Termo de Acordo de Regime Especial (TARE) com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, em uma cerimônia realizada no Palácio Guanabara. Esse acordo garante incentivos fiscais que beneficiarão suas operações e de seus clientes, fortalecendo o setor e impulsionando a economia fluminense. Para Thiago Crozatti Negri, CEO do Grupo Level, “é uma grande oportunidade para empresas centro-oeste, por se tratar do maior hub logístico do Brasil”.  

Reconhecimento e exclusividade 

A CS Trade se destaca como a única empresa catarinense a conquistar esse benefício, que é altamente restrito e concedido apenas a companhias que demonstram excelência operacional. Esse reconhecimento reforça seu compromisso com o desenvolvimento econômico e a inovação no comércio exterior, contribuindo para consolidar o Rio de Janeiro como um polo estratégico para a importação e exportação no Brasil. 

A assinatura do TARE se soma a outras medidas do governo estadual para tornar o Rio de Janeiro um dos principais hubs logísticos do país. Além da CS Trade, a Comexport, maior trading company do Brasil, também aderiu ao acordo. A expectativa é que os incentivos resultem na geração de novos empregos, redução da burocracia e segurança jurídica para as empresas que escolhem operar no estado. 

A relevância do Termo de Acordo de Regime Especial 

O Termo de Acordo de Regime Especial (TARE) é uma medida adotada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro com o objetivo de atrair grandes empresas do setor de comércio exterior. Por meio da redução da carga tributária e da simplificação de processos, o estado busca aumentar sua competitividade no cenário nacional e internacional. 

O governador Cláudio Castro destacou a importância da iniciativa: “Com essa medida, impulsionamos a geração de empregos e fortalecemos a economia do estado. Seguimos firmes no compromisso de transformar o Rio de Janeiro em uma referência no comércio exterior”. 

Já a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Fernanda Curdi, ressaltou que a presença de empresas como a CS Trade e a Comexport reafirma a posição do Rio de Janeiro como um dos estados mais dinâmicos para o setor, conectando mercados e atraindo investimentos globais. 

Grupo Level: Excelência no comércio exterior 

Com matriz em Itajaí (SC) e presença em diversas regiões do Brasil e escritórios internacionais nos Estados Unidos, Hong Kong e Espanha, o Grupo Level atua há mais de 15 anos no mercado de comércio exterior. A empresa oferece serviços personalizados em importação e exportação, incluindo consultoria, assessoria, auditorias e inspeções. 

Com dois centros de distribuição que somam 23 mil metros quadrados, localizados em Itajaí, um dos maiores polos portuários do Brasil, a companhia se destaca pela eficiência operacional e pelo compromisso com a satisfação dos clientes. 

A assinatura do TARE representa um marco para a CS Trade e o Grupo Level, reforçando seu papel como protagonistas no desenvolvimento do comércio exterior brasileiro e na expansão das oportunidades econômicas no Rio de Janeiro.  

Fontes:
https://www.rj.gov.br/noticias/governo-do-estado-assina-termo-de-acordo-de-regime-especial-com-maior-empresa-de-comercio-exterior3527
https://leveltrade.com.br  

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Após Canadá, México e China, Trump diz que vai taxar União Europeia…

Em resposta a jornalistas no Salão Oval, presidente dos EUA confirmou que imporá tarifas sobre produtos europeus.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), afirmou na 6ª feira (31.jan.2025) que irá taxar produtos da UE (União Europeia). “Vou impor tarifas à União Europeia? Querem a verdade ou uma resposta política? Com certeza”, declarou a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca. Ele acusou a UE de tratar os EUA de maneira “terrível”.

Em dezembro, antes de tomar posse, Trump já havia dito que, caso os europeus não aumentassem a compra de petróleo e gás dos EUA, elevaria as tarifas. Ele não detalhou quais produtos serão afetados nem o percentual, mas afirmou que pretende adotar “algo substancial”. No 1º mandato, Trump fixou 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio de UE, Canadá e México. O bloco retaliou com taxas sobre uísque, motocicletas e jeans norte-americanos.

TRUMP 2

Além da UE, Trump anunciou tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México, e de 10% sobre importações da China, medidas que entram em vigor neste sábado (1º.fev). Ele justificou as ações citando imigração ilegal, tráfico de fentanil e deficits comerciais. No domingo (26.jan), o republicano ameaçou impor tarifas emergenciais de 25% sobre produtos colombianos —com aumento para 50% em uma semana— caso o país não aceitasse voos de deportação de migrantes. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, recuou e disponibilizou o avião presidencial para repatriar os cidadãos.

FONTE: PODER360
Após Canadá, México e China, Trump diz que vai taxar UE

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Casa Branca confirma taxas de 25% para Canadá e México e 10% sobre a China

Um dia após anunciar tarifas de 25% contra Canadá e México, Casa Branca afirma que Trump também vai taxar a China

Após anunciar tarifas de 25% sobre importações do México e Canadá, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também vai taxar produtos vindos da China. A informação foi divulgada pela Casa Branca nesta sexta-feira (31/1). A medida passa a valer neste sábado (1º/2).

O que está acontecendo

  • Após assumir a Casa Branca, Donald Trump iniciou uma guerra tarifária contra países tidos como ameaças para os interesses dos Estados Unidos.
  • Em 30 de janeiro, Trump anunciou que vai taxar exportações vindas do México e Canadá em 25%. 
  • Segundo o presidente norte-americano, a medida busca impedir a “invasão” de drogas e imigrantes ilegais nos EUA. 

De acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, a China será taxada em 10%, como resposta a suposta entrada de fentanil nos EUA vinda do país.

Nos primeiros onze dias de seu segundo mandato, Trump tem subido o tom e usado a economia como arma contra alguns países.

Além das tarifas anunciadas contra México, Canadá e China, três dos principais parceiros comerciais dos EUA, o presidente republicano também fez ameaças semelhantes contra os países dos Brics.

Nesta sexta-feira, Trump afirmou que pode aplicar taxas de 100% em produtos vindos de países do bloco econômico, do qual o Brasil faz parte. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu, e afirmou que vai agir com reciprocidade caso as ameaças sejam cumpridas.

FONTE: Metrópoles
Casa Branca confirma taxa de 25% para Canadá e México e 10% para China | Metrópoles

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Quais são os impactos das iminentes tarifas de Trump? Mercado analisa 1ºs efeitos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou as tarifas de 25% para Canadá e México no próximo sábado – e mais pode estar no radar

O prazo de 1º de fevereiro para os EUA imporem uma tarifa de 25% sobre as importações do México e do Canadá está se aproximando. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou as tarifas de 25% para os dois países, que começam a vigorar já neste sábado. Trump também mencionou que os EUA estão em processo de aplicar tarifas à China, e afirmou: “(O país asiático) precisa parar de enviar fentanil (um opioide) para o nosso país e matar nosso povo”. De acordo com o presidente, esse será o motivo para que as tarifas sobre a China sejam implementadas em breve.

Trump disse que ainda não ter definido se incluirá na medida o petróleo desses países. “Podemos ou não”, disse o presidente aos repórteres, no Salão Oval da Casa Branca. Além disso, ele voltou a ameaçar os países membros do Brics com tarifas de 100% caso o bloco continue buscando uma alternativas ao dólar.

Neste sentido, os analistas do Bradesco BBI, ao falarem especificamente sobre as tarifas para México e Canadá, apontam que ainda não está claro quais produtos podem eventualmente ser afetados e, especialmente, se essas seriam medidas duradouras (o que não parece ser o caso, segundo a análise).

Ainda assim, dado que isso provavelmente se tornará um ruído recorrente, o banco compartilhou algumas reflexões iniciais do que podem ser tópicos de discussão relevantes para os setores de Proteína e Agronegócio, também com efeitos no Brasil.

Para Proteínas, olhando para o volume total e líquido de comércio entre os EUA e Canadá + México (ou seja, importações menos exportações), os principais destaques para os EUA são:

Bovinos vivos: 2 milhões de cabeças de importação (100% do total das importações) ou 1,7 milhão de cabeças de importações líquidas (5% do total de abate).
Carne bovina: 582 mil toneladas de importação (49% do total das importações) ou 413 mil toneladas de importações líquidas (2% do consumo interno).
Suínos: 6,7 milhões de cabeças de importação (100% do total das importações) ou 6,7 milhões de cabeças de importações líquidas (5% do total do abate)
Carne suína: 335 mil toneladas de importação (80% do total das importações) ou 720 mil toneladas de exportação líquida (35% das exportações líquidas).
Aves: 936 mil toneladas de exportações líquidas (25% das exportações líquidas).

Assim, avaliam os analistas, a principal categoria de importação que pode eventualmente ser afetada é o comércio de gado vivo/carne bovina, mas as operações de carne bovina da JBS (JBSS3) e da Marfrig (MRFG3) não são integradas verticalmente.

“Com uma eventual tarifa, a principal questão é quem sofrerá o golpe -o consumidor dos EUA (por meio de preços mais altos da carne bovina), o produtor canadense e mexicano (por meio de preços mais baixos do gado) ou os embaladores (agentes intermediários desta cadeia de valor)”, avaliam.

Para o banco, no curto prazo, pode haver algum impacto sobre os processadores à medida que o fluxo comercial se ajusta, principalmente se houver uma desaceleração temporária nos volumes de abate e algum grau de desalavancagem operacional.

“Ainda assim, os custos fixos representam menos de 10% do total, e a falta de integração vertical protege os embaladores da pressão de vendas que o controle do processo de produção exigiria. Em vez disso, o gado precisará ser processado e, com menor oferta, demanda inelástica e estoques de proteína praticamente inexistentes, os preços para o consumidor também tenderão a subir”, apontam.

Os analistas veem que o impacto sobre os processadores de carne bovina, se houver, seria bastante limitado. Além disso, dado que as margens operacionais para a maior parte da indústria já estão pairando em torno do ponto de equilíbrio (que historicamente provou ser um piso), qualquer queda adicional pode ser limitada, na sua visão.

Já para o agronegócio, as importações de fertilizantes representam cerca de 25-30% do consumo total dos EUA, com o Canadá representando aproximadamente 50% disso. Especificamente para o potássio, os EUA importam em torno de 97% de suas necessidades, a grande maioria das quais vem do Canadá. Ainda assim, o fluxo de importação entre os dois países representa apenas cerca de 14% do uso total de fertilizantes nos EUA.

“Portanto, mesmo que uma tarifa de 25% fosse imposta às importações canadenses, provavelmente teria apenas um pequeno impacto nos custos gerais de produção dos EUA, especialmente porque os fertilizantes representam cerca de 20-35% dos custos operacionais das principais culturas (antes que qualquer racionalização no consumo seja contabilizada). Assim, também não parece que surja nenhum grande impacto para o setor”, afirmam.

Impacto macro

O Morgan Stanley, por sua vez, fez uma análise macro sobre eventual implementação de tarifas pelos EUA, que provavelmente levará a uma inflação maior e menor crescimento nas economias da América Latina. O país mais afetado seria o México, dada sua alta exposição aos EUA, enquanto o Brasil e a Argentina teriam um impacto mais limitado.

O Brasil poderia se beneficiar das tarifas dos EUA para a China por meio de um aumento nas exportações para o gigante asiático, semelhante ao que aconteceu em 2017. Quando os EUA implementaram tarifas em 2017, a China redirecionou suas importações para longe dos EUA e indo para o Brasil (dado que o Brasil e os EUA exportam itens semelhantes para a China).

Isso levou a um aumento nas exportações do Brasil para a China, atingindo perto de 28% do total das exportações em 2018 versus 19,6% em 2016. Notavelmente, as exportações de soja do Brasil para a China (um dos principais itens exportados) aumentaram US$ 12,8 bilhões entre 2016 e 2018, enquanto as exportações de soja dos EUA para a China caíram US$ 11,1 bilhões no mesmo período.

Além disso, o Brasil poderia aumentar ainda mais as exportações de soja dado seu potencial de expandir materialmente a área de plantio (que já aumentou 25% desde 2017).

“Existem dois riscos neste cenário em nossa visão: i) o crescimento da China desacelera devido às tarifas dos EUA, reduzindo a demanda por exportações do Brasil e ii) a China faz um acordo comercial com os EUA para evitar uma implementação tarifária significativa que também poderia reduzir a demanda por exportações do Brasil”, apontam os economistas do banco.

“Finalmente, as exportações representam apenas 19% do PIB, então, no geral, prevemos um impacto limitado no crescimento do PIB, mesmo que as exportações sejam impactadas positivamente”, avalia.

Por outro lado, o impacto negativo para o Brasil das tarifas dos EUA viria do canal da inflação e superaria o impacto positivo do comércio, na visão do banco. De fato, o negativo impacto no real devido a um dólar mais forte globalmente seria amplificado por fatores domésticos, especialmente ruído fiscal, apontam.

“As métricas fiscais do Brasil são piores em comparação com seus pares (dívida bruta/PIB e saldo fiscal nominal), o que torna a moeda mais volátil, especialmente em um cenário de risco. Isso seria inflacionário: para cada depreciação de 10%, a inflação aumentaria 96 pontos-base em 12 meses, de acordo com estimativas do BCB”, complementa a equipe de análise.

Por outro lado, se as tarifas dos EUA levarem a uma desaceleração do crescimento global, as pressões inflacionárias do dólar forte poderiam ser parcialmente compensadas, pois as exportações do Brasil reduziriam, aumentando a oferta doméstica e reduzindo as pressões de preço. No entanto, o Morgan pontua que esse impacto desinflacionário seja limitado, dado que as principais exportações do Brasil representam apenas cerca 10% da cesta da inflação de preços ao consumidor.
Possíveis taxações para o Brasil estão no radar?

Logo no início do mandato de Trump, o Bradesco avaliou dois cenários de eventual endurecimento da política comercial sobre o Brasil com o governo do americano.

No primeiro, os EUA aplicariam 10% de tarifa sobre todos os produtos exportados pelo Brasil, com impacto negativo estimado de US$ 2 bilhões sobre a nossa balança comercial e depreciação cambial de cerca de 4%.

No segundo, mais severo até o momento, as tarifas subiriam para 25% com efeito negativo estimado de US$ 5,5 bilhões sobre nossas exportações.

O Brasil exporta cerca de US$ 40 bilhões para os EUA, distribuídos da seguinte forma:• Aço e ferro US$ 5,9 bilhões

• Petróleo e derivados US$ 7,6 bilhões
• Aeronaves US$ 4,5 bilhões
• Papel e Celulose US$ 1,7 bilhão
• Carnes US$ 1,4 bilhão
• Outros US$ 17 bilhões

Hoje, a maioria das exportações brasileiras para os EUA não sofrem nenhum tipo de taxação. A exceção é o petróleo, que tem tarifa de 5% a 6%.

“Os impactos estimados seriam espalhados no tempo, ao longo da eventual implementação dessas tarifas”, avalia o banco.

Outro risco monitorado para as exportações do Brasil seria um novo acordo comercial entre EUA e China. “Nesse caso, a China passaria a comprar mais produtos americanos, com foco em commodities agrícolas. As exportações de soja provavelmente seriam as mais comprometidas, com potencial perda de cerca de US$ 3,5 bilhões”, apontam os economistas do banco.

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Porto Seco de Foz do Iguaçu supera recorde e movimenta US$ 8,6 bilhões em 2024

Números reforçam o status de mais importante centro logístico de comércio exterior para operações realizadas por via rodoviária da América Latina.

O Porto Seco de Foz do Iguaçu é um dos maiores Portos Secos da América Latina e conta com uma localização privilegiada entre Brasil, Paraguai e Argentina. Possui sistema integrado com o Siscomex, com os órgãos anuentes e com a cadeia logística, agilizando a liberação de cargas rodoviárias. Além disso é o único Porto Seco do Brasil a oferecer Operação Noturna de Grãos a granel.

Em 2024, o Porto Seco de Foz do Iguaçu bateu mais um recorde de movimentação no setor do comércio exterior. Ao longo dos doze meses do último ano foram movimentadas 5.622.542.391,78 toneladas de produtos e mercadorias resultando na cifra total de US$ 8.607.082.870,16. Os valores superam em 129,52% o total do peso e em 29,11% o montante da corrente do comércio exterior em relação ao ano de 2023.

Esta quantia está distribuída em 2.508.391.589,06 toneladas de produtos exportados, no valor de US$ 4.238.282.314,74, e 3.114.150.802,72 toneladas de produtos importados, no valor de US$ 4.368.800.555,42.

Os quadros da sequência apresentam os pesos e valores totais das cargas de importação e exportação que ingressaram no Porto Seco de Foz do Iguaçu para o desembaraço em 2024.


Pesos e valores das cargas

Fluxo de caminhões

Fazendo uma abordagem por país, o fluxo de caminhões, entre exportações e importações, temos:

Com o Paraguai, o fluxo em 2024 totalizou a passagem de 73.809 caminhões na exportação e 77.914 caminhões na importação, com o total de 151.723 caminhões, representando 77,17% do total de caminhões.

Com a Argentina, o fluxo em 2024 totalizou a passagem de 9.234 caminhões na exportação e 35.642 caminhões na importação, com o total de 44.876 caminhões, representando 22,82% do total de caminhões.

As importações representam 57,76% do fluxo de caminhões, enquanto que as exportações representam 42,24%.

O quadro abaixo demonstra a quantidade total de caminhões, sua procedência e percentual:

 


Fluxo de caminhões

O Porto Seco de Foz do Iguaçu reafirma sua liderança como um dos maiores da América Latina em movimentação de veículos e valores comercializados. O total de 196.599 caminhões liberados ao longo de 2024 representa um acréscimo de 11,65% em relação ao ano anterior.

Os quadros abaixo apresentam os números de caminhões com cargas de importação e exportação que ingressaram no Porto Seco de Foz do Iguaçu em 2024, destacando os países de procedência/destino:


Números de caminhões com cargas de importação e exportação

Mercadorias desembaraçadas

Uma infinidade de mercadorias foi desembaraçada no Porto Seco de Foz do Iguaçu durante o ano de 2024. Os principais gêneros exportados para o Paraguai foram cimento, fertilizantes, adubos e maquinários agrícolas. Já para a Argentina foram veículos automotivos, peças e madeira.

As principais mercadorias importadas do Paraguai foram grãos (arroz, trigo, milho e soja), carne, aparas de ferro e têxtil; e da Argentina vieram, principalmente, peixes, frutas, alhos, azeitonas, feijão, farinha de trigo e celulose.

O quadro abaixo ilustra bem essas mercadorias conforme origem/destino das mesmas:

A cidade de Foz do Iguaçu vem passando por uma mudança na sua infraestrutura de logística e viária, tendo em andamento várias obras financiadas pelo governo estadual e federal, como é o caso da ligação das novas aduanas Brasil/Argentina e Brasil/Paraguai até a BR 277, através da Perimetral Leste.

No momento, nota-se também a duplicação da Avenida das Cataratas e a ampliação da pista do aeroporto como obras importantes para a região.

Ainda será construído o novo Porto Seco, nas margens da BR 277, dando mais agilidade ao fluxo de caminhões e movimentação de cargas, gerando assim benefícios para os habitantes e turistas com a eliminação do tráfego de caminhões pela região central da cidade. Outro benefício de destaque será o aumento do fluxo de mercadorias entre o Brasil e seus principais parceiros comerciais na América Latina: Argentina, Paraguai e Chile.

Esse conjunto de obras possibilita maior agilidade, fluidez e segurança viária no trânsito da cidade e contribui cada vez mais com o setor de turismo que se destaca a cada ano que passa e permite que Foz do Iguaçu seja um dos melhores destinos de turismo do mundo. As transformações na infraestrutura do município prometem impactar positivamente o comércio exterior e a economia – em âmbito regional e nacional.

Os segmentos de logística e de turismo contribuem cada vez mais para o incremento do comércio internacional que circula pela tríplice fronteira. Além do segmento de logística, o município de Foz do Iguaçu se destaca com seus atrativos turísticos que, em 2024, tiveram aumentos significativos no número de visitantes. As Cataratas do Iguaçu do lado brasileiro receberam 1.893.116 visitantes, terceira melhor marca da história. O Complexo Turístico Itaipu (CTI) do lado brasileiro recebeu 485.990 visitantes. O atrativo do Marco das Três Fronteiras recebeu 457.153 visitantes. Já o Parque das Aves recebeu 821.146 visitantes.

Diante dos dados apresentados, pode-se concluir que tais valores consolidam o Porto Seco de Foz do Iguaçu como um dos maiores da América Latina em termos de valores comercializados com o exterior e na quantidade de caminhões liberados. A Receita Federal demonstra o cumprimento de sua missão institucional de administrar o sistema tributário e aduaneiro, contribuindo para o bem-estar econômico e social do país.

FONTE: MF
Porto Seco de Foz do Iguaçu supera recorde e movimenta US$ 8,6 bilhões em 2024 — Receita Federal

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BNDES aprova R$ 2,1 bi para Embraer exportar 16 aviões para os EUA

Financiamento por meio do Exim Pós-Embarque apoiará plano de investimentos da Republic Airways para aquisição do modelo E-175

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 2,1 bilhões para a Embraer exportar 16 de aeronaves do modelo E-175 para a empresa aérea norte-americana Republic Airways, que atua exclusivamente com aeronaves da fabricante brasileira.

O financiamento ocorre por meio do BNDES Exim Pós-Embarque e cobrirá uma parcela do investimento total da companhia aérea. As aeronaves serão entregues pela Embraer ao longo de 2025 e a Republic (importadora) assumirá o compromisso de pagamento em dólares ao BNDES, gerando divisas nessa moeda para o Brasil.

A Republic Airways é uma das maiores linhas aéreas regionais nos EUA. A empresa opera uma frota de mais de 200 Embraer E-170 e E-175 e oferece serviço regular para passageiros com 900 voos diários em mais de 80 cidades nos EUA e no Canadá, sob as marcas American Eagle, Delta Connection e United Express.

“O histórico apoio do BNDES à Embraer contribuiu para transformar a empresa em uma das líderes globais da indústria aeroespacial. A Embraer é a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil e mantém mais de 87% de seus cerca de 21 mil empregos em território nacional”, diz o presidente do Banco, Aloizio Mercadante.

“A atuação do BNDES é essencial para manter a competitividade da indústria brasileira, servindo como ferramenta para impulsionar o país no mercado internacional. Esse apoio estratégico fortalece nossa posição no cenário global, diversificando as alternativas de financiamento e possibilitando à Embraer concorrer no mercado externo em igualdade de condições com nossos concorrentes”, diz o presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto.

Desde 1997, ano do primeiro apoio do BNDES à Embraer, o Banco financiou cerca de US$ 26 bilhões à exportação de mais de 1.300 aeronaves da fabricante. No período, as operações contratadas possibilitaram à empresa concorrer no mercado externo em igualdade de condições com suas concorrentes. O apoio do Banco complementa o financiamento provido pelo mercado privado.

O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, destaca a importância da operação aprovada pelo Banco já no início do ano. “Abrimos 2025 apoiando a Embraer nesta importante transação, reforçando a presença da indústria nacional no mercado externo e fazendo uma valiosa contribuição para a balança comercial brasileira, seguindo o padrão visto no governo do Presidente Lula de aumento de exportações de manufaturados.”

Empresa aeroespacial global com sede no Brasil, a Embraer tem negócios nas áreas de aviação comercial e executiva, Defesa & Segurança e aviação agrícola. A empresa projeta, desenvolve, fabrica e comercializa aeronaves e sistemas, fornecendo serviços e suporte aos clientes no pós-venda.

Crédito à Exportação – Historicamente, países com indústrias aeronáuticas de ponta financiam suas respectivas fabricantes nacionais de forma perene, por meio de bancos de desenvolvimento e agências de crédito à exportação (Export Credit Agencies) dos seus respectivos países. No Brasil, esse papel é desempenhado pelo BNDES.

Sobre a Republic Airways – Fundada em 1974 e sediada em Indianápolis, Indiana, a Republic Airways é uma das maiores linhas aéreas regionais nos EUA. A Republic opera uma frota de mais de 200 Embraer E-170 e E-175 e oferece serviço regular para passageiros com 900 voos diários em mais de 80 cidades nos Estados Unidos e no Canadá. A Republic oferece voos com taxa fixa operados sob a bandeira das grandes marcas parceiras American Eagle, Delta Connection e United Express.

Sobre a Embraer – A Embraer é uma empresa aeroespacial global com sede no Brasil. Fabrica aeronaves para a aviação comercial e executiva, defesa e segurança e clientes agrícolas. A empresa também fornece serviços e suporte pós-venda por meio de uma rede mundial de entidades próprias e agentes autorizados.

Desde a sua fundação em 1969, a Embraer já entregou mais de 9.000 aeronaves. Em média, a cada 10 segundos, um avião fabricado pela Embraer decola de algum lugar no mundo, transportando mais de 150 milhões de passageiros por ano.

A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e é a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviços e de distribuição de peças nas Américas, África, Ásia e Europa.

FONTE: Agencia de Notícias BNDS
Agência BNDES de Notícias – BNDES aprova R$ 2,1 bi para Embraer exportar 16 aviões para os EUA

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Evento, Gestão, Investimento, Logística, Negócios, Networking, Tecnologia

Ex-CEO da Alpargatas, Roberto Funari é destaque de evento gratuito da ACIF em Florianópolis

Funari mostrará como transformar desafios em oportunidades por meio de uma liderança humanizada e orientada para resultados

A Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF) traz um dos grandes nomes do mercado corporativo para a 2ª edição do “NRF Connect: tendências além do varejo”. Roberto Funari, ex-CEO da Alpargatas (Havaianas), acelerador de startups e conselheiro de administração, será o destaque do evento gratuito (mediante inscrição) que acontece nesta quinta-feira (30), no cinema do Villa Romana Shopping, em Florianópolis.

Conhecido por sua liderança estratégica e visão inovadora, Funari compartilhará insights sobre centralidade no cliente, inovação corporativa e engajamento de consumidores, com exemplos inspiradores da Amazon e da Havaianas.

Em sua palestra, ele mostrará como transformar desafios em oportunidades por meio de uma liderança humanizada e orientada para resultados, consolidando o “NRF Connect” como um espaço essencial para empresários em busca de transformação.

Além da participação de Roberto Funari, o evento traz um panorama das inovações apresentadas na NRF 2025, a maior feira de varejo do mundo, realizada em Nova York nos dias 12, 13 e 14 de janeiro. Representando a ACIF na conferência, Thiago Raitz, diretor de Assuntos Internacionais, destacou a importância de conectar tendências globais ao cenário local.

“A ACIF está sempre em busca de conhecimento para compartilhar com nosso ecossistema empresarial. Participar da maior conferência de varejo do mundo nos dá uma visão única sobre as inovações que podem transformar o mercado local”, afirma.

ACIF 110 anos

O “NRF Connect” já faz parte do calendário oficial da ACIF e promete repetir o sucesso da edição anterior, que reuniu mais de 400 pessoas em busca de insights valiosos para seus negócios. Este evento faz parte também das comemorações dos 110 anos da ACIF, consolidando o protagonismo da entidade na promoção de ações que fortalecem o setor empresarial de Florianópolis e região.

Veja a programação do evento:

9h30 – Café de recepção
10h10 – Abertura do evento com a fala do presidente da ACIF
10h25 – Palestra “Panorama NRF 2024” com Thiago Raitz
11h05 – Palestra “Centralidade no Cliente e Inovação” com Roberto Funari
12h – Encerramento

Serviço:

O quê: NRF Connect: Tendências além do varejo – 2ª edição
Quando: 30 de janeiro de 2025
Horário: 9h30 – Recepção com café; 10h – Início das palestras
Onde: Cinesystem do Shopping Villa Romana
Inscrição gratuita online.

FONTE: Nsctotal
Ex-CEO da Alpargatas, Roberto Funari é destaque de evento gratuito da ACIF em Florianópolis – NSC Total

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Comércio Exterior, Exportação, Importação, Informação, Logística

Primeira Turma declara ilegal cobrança de tarifa para entrega de cargas em terminais retroportuários

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por maioria, que a cobrança da tarifa Terminal Handling Charge 2 (THC2) pelos operadores portuários, em relação aos terminais retroportuários, configura abuso de posição dominante, na modalidade de compressão de preços (price squeeze). Para o colegiado, a prática viola a Lei 12.529/2011, que regula a defesa da concorrência no Brasil.

O entendimento foi fixado durante o julgamento de ação ajuizada pela empresa retroportuária Marimex, que questionava a cobrança da THC2 pela operadora portuária Embraport. A tarifa era exigida para separação, transporte e entrega de cargas do porto nos terminais retroportuários.

Segundo a Marimex, a THC2 já estaria incluída na tarifa box rate (THC), cobrada para o desembarque da carga do navio. A empresa alegou que a cobrança adicional representaria pagamento em duplicidade.

Embora, em primeira instância, o pedido tenha sido julgado improcedente, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou o afastamento da cobrança, por entender que a exigência da THC2 violava regras concorrenciais.

No recuso ao STJ, a Embraport sustentou a legalidade da cobrança da THC2, com base na Lei 10.233/2001 e na Resolução 2.389/2012 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que regula o setor. A empresa argumentou que a agência teria competência regulatória para definir tarifas, promover revisões e reajustes tarifários e reprimir ações que atentem contra a livre concorrência ou infrações de ordem econômica.

Acesso às instalações portuárias garante ambiente competitivo

Para a relatora, ministra Regina Helena Costa, a competência regulatória conferida à Antaq pela Lei 10.233/2001 incorporou a concepção de que a garantia de acesso às instalações portuárias por todos os atores do mercado constitui elemento indispensável ao incentivo do cenário competitivo, especialmente para impedir a concentração de serviços em reduzido número de prestadores.

Ela apontou que os operadores portuários detêm posição dominante no mercado de infraestrutura portuária, podendo atuar tanto nas atividades de movimentação de cargas nos portos quanto no seu posterior armazenamento, em concorrência com os retroportos. Essa integração vertical pode gerar ganhos de eficiência, mas também viabilizar práticas que prejudiquem a concorrência.

Cobrança de serviço essencial não pode criar vantagens injustas

Conforme explicou a ministra, aplica-se ao caso a teoria das infraestruturas essenciais, segundo a qual o detentor da infraestrutura deve garantir acesso às instalações indispensáveis ao exercício de atividades econômicas pelos demais atores do mercado, especialmente quando a oferta de um produto ou serviço não se viabiliza sem acesso ou fornecimento essencial.

De acordo com essa teoria, é possível exigir tarifas para o acesso à infraestrutura essencial, mas a cobrança não pode criar vantagens econômicas injustas para um competidor em detrimento de outros, sob pena de violar os princípios da livre concorrência previstos no artigo 36 da Lei 12.529/2011.

No entendimento da relatora, permitir que os terminais portuários exijam a THC2 de seus competidores diretos no mercado de armazenagem de bens oriundos do exterior como tarifa de acesso a insumo essencial ao exercício de suas atividades possibilita a compressão dos preços praticados pelos retroportos.

Ao negar provimento ao recurso, Regina Helena Costa concluiu que a cobrança configuraria as práticas vedadas pela legislação antitruste de dificultar a constituição ou o desenvolvimento de concorrente; de impedir o acesso de competidor às fontes de insumos ou matérias primas; e, ainda, de discriminar adquirentes ou fornecedores de serviços mediante a fixação diferenciada de condições de prestação de serviço.

Esta notícia refere-se ao(s) processo(s): REsp 1899040

FONTE: Stj.jus
STJ declara ilegal a cobrança da tarifa portuária THC2

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