Agronegócio, Economia, Informação, Investimento, Logística, Sustentabilidade

Bunge tem como meta desmatamento zero na cadeia de suprimentos do Brasil para 2024/25

A multinacional aumenta o monitoramento de fornecedores e os esforços de agricultura regenerativa; Projeções recordes de safra impulsionam foco em armazenamento e logística

 

Em meio ao crescente escrutínio da Moratória da Soja na Amazônia – uma proibição voluntária da indústria de comprar oleaginosas colhidas em áreas desmatadas após 2006 – e incertezas sobre seu futuro, a Bunge, uma das principais gigantes do agronegócio do mundo, está dobrando seu compromisso com uma cadeia de suprimentos livre de desmatamento até 2025.

“Alcançar o monitoramento completo das cadeias de suprimentos diretas e indiretas em regiões prioritárias do Cerrado é um marco crítico na jornada que iniciamos há uma década para estabelecer cadeias de valor responsáveis e rastreáveis”, disse Rossano de Angelis Jr., vice-presidente de agronegócios da Bunge para a América do Sul. Ele enfatizou que tais iniciativas ressaltam a sustentabilidade do agronegócio brasileiro. “Não se trata apenas de abrir novos mercados ou aumentar as vendas; trata-se de responder à evolução da demanda”, observou ele.

A Bunge implementou um sofisticado sistema de monitoramento capaz de detectar mudanças no uso da terra e padrões de cultivo de grãos em mais de 19.000 fazendas, cobrindo 27 milhões de hectares na América do Sul. Desde 2020, a empresa alcançou 100% de rastreamento e monitoramento de compras diretas em regiões prioritárias como o Cerrado, com 97,7% de rastreabilidade de volumes de fornecedores indiretos.

A empresa também está testando um sistema de rastreabilidade de soja baseado em blockchain em colaboração com a BKP da Tailândia, que faz parte do grupo CP Foods. A Bunge entregou 185.000 toneladas de farelo de soja livre de desmatamento para a Tailândia durante esses testes. “Acreditamos firmemente que o futuro da agricultura é de baixo carbono. Nosso objetivo é apoiar produtores e clientes nessa transição enquanto avançamos nas metas de descarbonização, incluindo um compromisso firme com cadeias de suprimentos livres de desmatamento até 2025”, afirmou De Angelis.

Em seus esforços mais amplos de descarbonização, a Bunge está ampliando seu programa de agricultura regenerativa, visando 600.000 hectares até 2026. Isso inclui soja, milho, trigo e culturas de baixo carbono, como canola e mamona, com um investimento de US$ 20 milhões. Lançado em 2023 com 250.000 hectares iniciais no Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia e Mato Grosso, o programa superou sua meta de 2024.

“Nosso objetivo era atingir 250.000 hectares em 2024, e superamos isso, chegando a 345.000. Estamos comprometidos em capacitar os agricultores a aproveitar as oportunidades neste mercado em crescimento”, disse o Sr. de Angelis. A empresa planeja expandir a iniciativa para dez estados, incluindo Pará, Goiás, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

A Bunge não divulgou projeções de vendas para 2025, mas observa que a demanda por óleo e farelo de soja permanece robusta e antecipa um nível mais alto de compras antecipadas de soja este ano. Em 2024, grande parte do comércio concentrou-se no mercado spot, pois os produtores retiveram as vendas, esperando melhorias de preços que acabaram não se concretizando. “Com nossa extensa infraestrutura e ampla rede de ativos, estamos bem posicionados para capitalizar as oportunidades de originação à medida que surgem”, disse o Sr. de Angelis.

No terceiro trimestre de 2024, o lucro global da Bunge caiu 40,7%, para US$ 221 milhões, com a queda dos preços pesando sobre a lucratividade. As receitas diminuíram 9,3%, para US$ 12,91 bilhões, uma vez que o desempenho mais fraco no Hemisfério Norte compensou os ganhos na América do Sul.

Com uma safra recorde esperada no Brasil para a safra 2024/25, a Bunge anunciou planos para aumentar a eficiência operacional, embora não tenha divulgado números específicos. Atualmente, a empresa opera 70 silos de originação de grãos em todo o país. No final de 2023, expandiu sua infraestrutura com mais cinco armazéns de grãos em Goiás e Mato Grosso e introduziu silos de sacos no Nordeste e Centro-Oeste, adicionando uma capacidade de armazenamento de 500.000 toneladas.

A Bunge também está colaborando com a Zen-Noh em uma joint venture para administrar o Terminal XXXIX no Porto de Santos. Em maio de 2024, a empresa anunciou a aquisição da participação de 50% da Rumo no terminal, sendo a metade restante detida pela Caramuru Alimentos. O terminal, capaz de movimentar 8 milhões de toneladas de grãos e farelo anualmente, movimentou 5,7 milhões de toneladas em 2023.

Além disso, a Bunge espera retornos significativos com a aquisição de R$ 1,8 bilhão dos ativos de concentrado de proteína de soja da CJ Selecta, finalizada no final de 2023.

Na frente internacional, a conclusão da aquisição da Viterra pela Bunge por US$ 34 bilhões está pendente de aprovação regulatória em vários países. O acordo, anunciado em 2023, deve receber autorização em breve. “Estamos trabalhando para finalizar a transação o mais rápido possível”, afirmou o Sr. de Angelis.

FONTE: Valor Internacional
Bunge tem como meta desmatamento zero na cadeia de suprimentos do Brasil para 2024/25 | Agronegócio | valorinternational

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Entrada em vigor do acordo de sede entre Brasil e a Corte Permanente de Arbitragem

Em 8 de janeiro de 2025, o governo brasileiro ratificou, após aprovação pelo Congresso Nacional, o acordo de sede celebrado entre o Brasil e a Corte Permanente de Arbitragem (CPA), em cerimônia realizada na sede da CPA, na Haia.

Com a conclusão do processo de ratificação, o acordo entra em vigor no plano internacional a partir daquela data. Estabelecida em 1899, a CPA é uma das mais antigas organizações intergovernamentais existentes. Dedicada a facilitar a solução de disputas internacionais, a Corte atua por meio de painel de árbitros independentes e auxilia na solução de controvérsias tanto interestatais quanto entre investidores e Estados. O número de casos administrados pela CPA vem aumentando a cada ano, com registro de 246 no ano de 2023.

A conclusão do processo de internalização do acordo de sede, assinado em 2017, facilitará a realização de arbitragens internacionais no país, de modo a reforçar a contribuição do Brasil para a resolução pacífica de controvérsias.

FONTE: MRE
Entrada em vigor do acordo de sede entre Brasil e a Corte Permanente de Arbitragem — Ministério das Relações Exteriores

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Primeira privatização de Milei: IMPSA é vendida para empresa dos EUA por R$ 164 milhões

ARC Energy assume 84,9% das ações da IMPSA, após oferta de US$ 27 milhões e renegociação de dívida de US$ 576 milhões.

O governo da Argentina confirmou nesta quarta-feira, 8, a aquisição da IMPSA pela empresa americana ARC Energy, que passará a controlar 84,9% das ações pertencentes ao Estado e à província de Mendoza. O negócio inclui um aporte de capital de US$ 27 milhões (R$ 164,7 milhões) e assumir  uma dívida de US$ 576 milhões (R$ 3,513 bilhões). As informações são do Clarín.

A decisão foi tomada após análise da Comissão Avaliadora de Ofertas, formada pelo Ministério da Economia e pelo governo de Mendoza. Apesar de ter sido a única proposta recebida, a oferta inicial da ARC foi ajustada para atender às exigências do processo.

A transferência de ações está prevista para fevereiro, condicionada à renegociação da dívida da empresa e à obtenção de concordância dos credores. Entre os principais credores da IMPSA estão Banco Nación, BID, BICE e a corporação chilena Grupo Moneda.

Histórico e relevância da IMPSA

Fundada em 1907 pela família Pescarmona, a IMPSA é uma das principais empresas metalúrgicas e energéticas da Argentina, com participação em projetos hidrelétricos, parques eólicos, energia nuclear e equipamentos para as indústrias petrolífera e de gás. Após anos de crise financeira, agravada por negócios malsucedidos no Brasil e contratos com a Venezuela, a empresa foi estatizada em 2021 pelo governo de Alberto Fernández.

O governo de Javier Milei deu início ao processo de privatização em outubro de 2024, buscando investidores internacionais para garantir a continuidade da IMPSA. A ARC Energy, sediada na Louisiana, nos Estados Unidos, apresentou a única oferta concreta, comprometendo-se a investir no futuro da companhia.

Condicionantes do acordo

A ARC Energy deverá pagar imediatamente 25% do aporte de capital, cerca de US$ 7 milhões (R$ 42,7 milhões). O restante será desembolsado ao longo de 2025, com foco em capital de trabalho e contratos estratégicos. A empresa pretende expandir suas operações com gruas de grande porte para portos e manutenção de usinas hidrelétricas nos Estados Unidos.

Além disso, a ARC negocia a revisão de contratos existentes da IMPSA com entidades como o Ministério da Defesa e a estatal YPF. O objetivo é garantir maior viabilidade financeira para a empresa e manter os 660 funcionários na sede em Mendoza, que aguardam com ansiedade a finalização do processo.

Impactos da privatização

A privatização da IMPSA marca a primeira grande venda do governo Milei e sinaliza o início de sua agenda econômica liberal. A decisão coincide com a viagem de Milei aos Estados Unidos para a posse de Donald Trump, reforçando os laços entre as administrações.

A ARC Energy se posiciona como uma parceira estratégica para revitalizar a IMPSA e explorar novas oportunidades no mercado americano, especialmente com a possível substituição de gruas chinesas nos portos dos Estados Unidos. A chegada de Trump ao poder aumenta as perspectivas de novos contratos para a companhia argentina sob gestão americana.

FONTE: Exame
Primeira privatização de Milei: IMPSA é vendida para empresa dos EUA por R$ 164 milhões | Exame

 

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Mega túnel subaquático em estado brasileiro promete solução à crise de mobilidade e já tem data para início das obras

SOLUÇÃO SUBAQUÁTICA Uma obra inédita no Brasil surge como promessa para solucionar debaixo d’água os problemas de mobilidade entre ltajaí e Navegantes, no litoral nortede Santa Catarina.

Está previsto para 2026 o início da construção de um túnel subaquático de aproximadamente 580 metros de extensão e seis pistas para veículos, localizado entre 23 e 29 metros abaixo do leito do rio ltajaí-Açu. A região abriga o segundo maior complexo portuário do Brasil em movimentação de contêineres, está bem posicionada às margens da BR-101 e próxima aos principais polos econômicos do Sul e Sudeste. No entanto, enfrenta desafios de transporte que estrangulam seu potencial de crescimento.

Já tem data para começar a construção de um túnel subaquático projetado para resolver a crise de mobilidade entre duas cidades brasileiras. Com 580 metros de extensão, a obra promete transformar a logística local e regional, mas será que os desafios financeiros e tecnológicos serão superados a tempo?

No litoral de Santa Catarina, uma proposta de construção inédita promete transformar a mobilidade entre as cidades de Itajaí e Navegantes.

Um mega túnel subaquático, com 580 metros de extensão, começará a ser erguido entre 23 e 29 metros abaixo do leito do rio Itajaí-Açu.

Este projeto é considerado um dos mais ousados do Brasil e promete ser a solução definitiva para uma crise histórica de transporte na região. Mas será que a ambiciosa obra será capaz de resolver os gargalos de tráfego e transformar a economia local, como seus idealizadores prometem?

Para entender mais sobre os impactos dessa grandiosa obra e o que realmente está em jogo, é preciso acompanhar de perto o andamento do projeto, que já tem data para começar: 2026.

O que é o Promobis e como o túnel se encaixa no plano

Este túnel subaquático faz parte do Promobis (Projeto de Mobilidade Integrada e Sustentável), um projeto de mobilidade planejado para transformar o transporte na região.

Orçado em US$ 340 milhões (aproximadamente R$ 2,07 bilhões), o Promobis não se resume ao túnel.

Ele inclui um conjunto de obras que, se executadas com sucesso, têm o potencial de transformar a infraestrutura do litoral catarinense.

O projeto é resultado de uma parceria público-privada (PPP) que envolve a CIM-AMFRI (Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí) e o governo de Santa Catarina, com apoio do Banco Mundial.

Esse consórcio assinou um protocolo de intenções em outubro de 2024, com uma contribuição de US$ 24 milhões do governo catarinense.

O engenheiro João Luiz Demantova, coordenador técnico do projeto, destacou em entrevistas recentes que a obra de mobilidade é um avanço necessário para atender ao potencial logístico da região, que abriga o segundo maior complexo portuário do Brasil em movimentação de contêineres.

Problemas de tráfego que afetam a economia da região

Itajaí e Navegantes estão separadas por cerca de 350 metros de rio e por uma rede de transporte terrestre que, na prática, está longe de ser ideal.

A distância entre as duas cidades, que não chega a 25 km, é marcada por engarrafamentos constantes.

Esses congestionamentos afetam tanto a qualidade de vida dos habitantes quanto o fluxo logístico da região, um dos pilares da economia catarinense.

João Luiz Demantova explicou que a necessidade de superar esse obstáculo logístico ficou clara em 2015, quando foi realizado o estudo de viabilidade para o projeto.

Com o aumento do tráfego no Porto de Itajaí e a falta de alternativas de transporte eficientes entre as duas cidades, o túnel subaquático se tornou a solução mais viável.

Antes de se decidir pelo túnel, a construção de uma ponte foi discutida, mas as limitações de altura devido ao aeródromo de Navegantes tornaram essa opção inviável.

Uma obra sem precedentes no Brasil

Até hoje, o Brasil não possui projetos de túneis subaquáticos de grande porte. Em entrevista, Paulo Bornhausen, secretário estadual de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos, ressaltou que a tecnologia para a construção de túneis subaquáticos já é uma realidade na Ásia e na Europa, com diversas obras sendo realizadas nesses continentes. No entanto, no Brasil, essa tecnologia ainda está em fase de adaptação, o que torna o projeto ainda mais desafiador. A construção do túnel será feita por meio de módulos pré-fabricados que serão submersos sob o rio Itajaí-Açu.

Segundo Bornhausen, a obra não apenas atenderá à necessidade de melhorar o transporte entre as duas cidades, mas também ajudará a fomentar o desenvolvimento regional, com a conexão de áreas estratégicas para a indústria e o comércio.

O impacto econômico e os custos do projeto

A construção do túnel subaquático tem um custo estimado de US$ 180 milhões. O projeto também inclui a construção de três faixas de tráfego em cada direção, com uma destinada ao transporte rápido por ônibus (BRT), além de áreas para pedestres e ciclistas.

De acordo com o estudo de viabilidade, os investimentos públicos, que somam US$ 120 milhões, devem gerar um retorno de US$ 290 milhões em crescimento econômico regional em até 15 anos.

A previsão é que o projeto seja financiado parcialmente com a cobrança de pedágios.

As tarifas podem variar entre R$ 4,50 e R$ 10, dependendo do modal utilizado.

O consórcio responsável pelo projeto reúne 11 municípios catarinenses, incluindo Itajaí, Navegantes, Balneário Camboriú, Camboriú e Bombinhas, que juntos representam uma economia de R$ 73,29 bilhões, ou 17,1% do PIB de Santa Catarina.

A importância do projeto para o desenvolvimento regional

Para Bornhausen, a construção do túnel subaquático representa uma “verdadeira ponte de safena” para uma região com grande potencial de crescimento, mas limitada pelas dificuldades logísticas.

A falta de alternativas de transporte entre as duas cidades impacta diretamente o escoamento de mercadorias e a mobilidade das pessoas, o que impede o pleno desenvolvimento da região.

Além disso, a obra se insere em um projeto maior que visa não apenas melhorar o transporte local, mas também implementar um sistema de transporte coletivo regional, com 70 ônibus elétricos e um programa de mobilidade ativa em Balneário Camboriú.

Outros projetos túneis subaquáticos no Brasil

A ideia de construir túneis subaquáticos não é exclusiva de Santa Catarina. Em São Paulo, um projeto semelhante está em andamento para conectar os municípios de Santos e Guarujá.

O túnel, que terá 1,5 km de extensão e 860 metros submersos, está orçado em R$ 5,96 bilhões e tem previsão de conclusão para 2028.

Assim como o projeto em Santa Catarina, essa obra é financiada por meio de uma PPP e visa melhorar a infraestrutura de transporte entre os dois municípios.

O futuro da mobilidade em Santa Catarina

O Promobis e o túnel subaquático representam um passo importante na transformação da mobilidade em Santa Catarina.

A expectativa é que, com a conclusão das obras, a região se torne mais competitiva, atraindo novas empresas e impulsionando o crescimento econômico.

No entanto, é preciso que os desafios técnicos e financeiros sejam superados para garantir o sucesso da obra.

Você acredita que projetos como esse são a chave para resolver os problemas de mobilidade nas grandes cidades brasileiras?

FONTE: CPG Click Petroleo e Gas
Mega túnel subaquático em estado brasileiro promete solução à crise de mobilidade e já tem data para início das obras – CPG Click Petroleo e Gas

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Com terminal em Santos, Cofco amplia capacidade de exportação no Brasil

Trading chinesa vai inaugurar em março seu maior terminal portuário agrícola fora da China; investimento total na operação chega a US$ 285 milhões

A chinesa Cofco International, uma das maiores tradings do mundo, vai inaugurar, em março, a primeira fase de seu terminal de exportação no porto de Santos. Com um investimento total de US$ 285 milhões, o terminal agrícola STS-11 promete acabar com um dos problemas da empresa desde que chegou ao Brasil, em 2014: não ter uma saída própria para os produtos originados do país.

Segundo Sérgio Ferreira, diretor de operações da companhia no Brasil, o uso de terminais de terceiros mantinha os custos da empresa entre 10% e 15% superiores aos dos seus concorrentes. “Quando saiu o edital da licitação, em 2021, percebemos que seria uma oportunidade incrível porque, além de exportar grãos, a permissão era para qualquer commodity agrícola”, disse o executivo ao Valor.

A expectativa é que, em 2025, a Cofco use sozinha o terminal e movimente 8 milhões de toneladas entre grãos, açúcar e farelo de soja. A partir de 2026, com a obra totalmente concluída e com a prestação de serviços para terceiros, a movimentação deve chegar a 14,5 milhões de toneladas. Atualmente, a empresa exporta cerca de 4,5 milhões de toneladas pelo porto de Santos.

A locação de espaço para outras empresas mudará o modus operandi da companhia no país. Até hoje, a Cofco era contratante de serviços “take or pay”, e agora passará a oferecê-los. Nesse modelo, o exportador é obrigado a pagar uma taxa mensal de uso do terminal, mesmo que não embarque todo o volume estabelecido no contrato. “Se a safra quebra, por exemplo, ainda temos que pagar o valor acordado. Além disso, o dono do terminal sempre tem prioridade no carregamento dos navios”, afirmou Ferreira.

A Cofco pretende exportar pelo porto de Santos entre 70% e 80% dos produtos que origina no país para exportação. O restante continuará a sair pelo Arco Norte, por meio dos terminais com a Hidrovias do Brasil, em que os contratos de “take or pay” estão mantidos.

Na primeira fase de obra do STS-11, na marginal direita do porto paulista, foram demolidas as instalações antigas da Bracell, Rishis, Rodrimar e Cereal Sul. Já na fase dois, será realizada a demolição de outras estruturas e das conexões de seus equipamentos com os da fase um.

A área do terminal foi arrematada pela Cofco International por R$ 10 milhões, em março de 2022, com direito à concessão por 25 anos e possibilidade de sucessivas prorrogações até o limite máximo de 70 anos.

Os investimentos contemplam obras em dois berços de atracação, incluindo reforço de cais, dragagem de aprofundamento e aquisição de dois shiploaders (carregadores de navios) com capacidade de 3 mil toneladas por hora cada. “Seremos o único terminal com dois shiploaders e, se o clima ajudar, poderemos encher dois navios Panamax por dia”, disse o executivo.

O pátio de descarregamento será composto por quatro linhas ferroviárias, com alimentação de três moegas (local onde são armazenados os grãos) com capacidade de 1,5 mil tonelada por hora. A previsão é receber três composições de até 120 vagões. Além disso, o terminal receberá cargas por caminhões.

Atualmente, a companhia envia a Santos 70% de sua originação de produtos por caminhão, e o restante vai por trem. Agora, a equação deverá se reverter. Os grãos devem chegar pela ferrovia da Rumo que liga Rondonópolis (MT) a Santos, e o açúcar deve usar o terminal rodoferroviário da Cofco em Votuporanga (SP). Os caminhões serão responsáveis pelo escoamento de produtos vindos de Minas Gerais, parte de São Paulo e Goiás.

“Anualmente, serão carregados mais de 200 navios, descarregados mais de 110 mil caminhões e mais de 85 mil vagões por ano”, afirmou o executivo.

Entre os diferenciais da construção, Ferreira destacou que 100% dos transportadores serão enclausurados (completamente fechados), o que é mais sustentável e reduz perdas. Além disso, o fluxo de caminhões e vagões será automatizado.

O STS-11 será o maior terminal portuário da Cofco fora da China. Até então, o campeão estava na Argentina, na região da Grande Rosário, com capacidade de 6 milhões de toneladas anuais. Há ainda outro com capacidade de carregar 5 milhões de toneladas ao ano também na Argentina. Além disso, a Cofco tem um grande terminal na Romênia com capacidade de 5 milhões de toneladas. Os terminais da China são todos para importação.

A Cofco International é o braço de comércio exterior da estatal chinesa Cofco Corporation e atua em mais de 50 países. Em 2023, a trading chinesa faturou US$ 50,1 bilhões ao comercializar 121,7 milhões de toneladas de commodities e alimentos.

FONTE: GLOBO RURAL
Com terminal em Santos, Cofco amplia capacidade de exportação no Brasil

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Yamna firma acordo para fábrica de amônia verde no Porto do Açu

A inglesa Yamna, especializada na produção de hidrogênio verde e derivados, firmou um acordo com o Porto do Açu para reservar área no complexo portuário no norte do Rio de Janeiro para a implantação de uma fábrica de amônia verde, anunciaram as empresas nesta terça-feira.

A planta de amônia da Yamna, que será o primeiro projeto da empresa no Brasil, está projetada para uma capacidade de produção de até 1 milhão de toneladas por ano.
Segundo a empresa inglesa, que é financiada pela gestora de ativos de “net zero” HYCAP, a decisão final de investimento sobre a fábrica está prevista para 2027, com o início da produção das primeiras moléculas em 2030.
A amônia verde é produzida com recursos renováveis, utilizando fontes de energia limpas em vez de fósseis, e pode ter diversas aplicações, como na produção de fertilizantes verdes ou no armazenamento e transporte do hidrogênio verde.

Para o Porto de Açu, o novo projeto se insere na estratégia do complexo portuário de diversificar suas operações, concentradas atualmente nos setores de petróleo, minério e logística, e se tornar um centro de soluções para transição energética. O porto fluminense, operado pela Prumo, controlada por EIG e Mubadala, assinou nos últimos anos vários acordos com grandes empresas, como Eletrobras e Vale, para projetos ligados à economia de baixo carbono.

O complexo já conta com uma área licenciada de 1 milhão de metros quadrados para plantas de produção de hidrogênio e derivados e, com a nova parceria com a Yamna, serão reservados mais dois milhões de metros quadrados para o desenvolvimento de novos projetos sustentáveis.

“Esta parceria destaca o papel estratégico do Açu como um hub para soluções de energia sustentável e reflete nosso compromisso com projetos inovadores que contribuem para a transição energética global”, afirmou o CEO do Porto do Açu, Eugenio Figueiredo, em comunicado.

“Esperamos desempenhar um papel fundamental no sucesso deste projeto, aproveitando nossa experiência em hidrogênio e amônia verde”, declarou Abdelaziz Yatribi, CEO da Yamna.

FONTE: Investimento e Notícias
Yamna firma acordo para fábrica de amônia verde no Porto do Açu – Investimentos e Notícias

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Apesar de incertezas, exportações devem se recuperar em 2025, diz Prazeres ao CNN Money

A secretária atribuiu esta ligeira queda principalmente à redução nos preços de commodities importantes, como soja, petróleo e minério de ferro.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou nesta segunda-feira (6) os dados da balança comercial de 2024, revelando um superávit de US$ 74,6 bilhões, o segundo melhor resultado da história do país.

Tatiana Prazeres, Secretária de Comércio Exterior, em entrevista ao CNN Money, destacou que o Brasil manteve um patamar elevado nas exportações, com um recuo de apenas 0,8% em relação ao ano anterior. Ela atribuiu esta ligeira queda principalmente à redução nos preços de commodities importantes, como soja, petróleo e minério de ferro.

VIDEO: https://youtu.be/V0AtZEtV0Fg

Mas, olhando para o futuro, a secretária expressou expectativas positivas para 2025, prevendo uma recuperação nos preços e na produção de soja, o que pode recolocar o produto na liderança das exportações brasileiras.

Quanto ao saldo comercial para 2025, o MDIC projeta um intervalo entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões. Prazeres justificou a amplitude citando incertezas no cenário internacional, mas enfatizou que, independentemente do resultado final, o saldo deverá ser robusto.

Desempenho positivo das exportações

Apesar do recuo no valor total, Prazeres ressaltou o aumento no volume de produtos embarcados. “O Brasil bateu o recorde de exportações para mais de 50 mercados, inclusive Estados Unidos, Espanha, Canadá, Emirados Árabes, Indonésia”, afirmou a secretária.

Um ponto destacado foi o crescimento das exportações da indústria de transformação, que superou o desempenho das demais categorias. Isso sinaliza uma diversificação positiva na pauta exportadora brasileira.

Importações e investimentos

No que diz respeito às importações, houve um aumento significativo na compra de bens de capital, indicando investimentos produtivos no Brasil. A secretária mencionou que o país registrou o maior valor importado de bens de capital nos últimos dez anos, o que ela interpreta como um sinal de confiança na economia brasileira.

Prazeres também chamou atenção para o aumento nas importações de veículos elétricos e medicamentos, tanto para uso humano quanto veterinário, que compõem uma parte significativa da categoria de bens de consumo importados.

FONTE: CNN Brasil
Apesar de incertezas, exportações devem se recuperar em 2025, diz Prazeres ao CNN Money | CNN Brasil

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Risco-país da Argentina vai abaixo da barreira de 600 pontos-base pela primeira vez desde 2018

O índice mostra o spread de rendimento dos títulos em relação à dívida comparável dos Estados Unidos e é um reflexo de como os investidores veem a dívida do país

O índice de risco-país da Argentina caiu nesta segunda-feira (6) abaixo da barreira simbolicamente importante de 600 pontos-base pela primeira vez desde 2018, de acordo com operadores.
O índice, que mostra o spread de rendimento dos títulos em relação à dívida comparável dos Estados Unidos e é um reflexo de como os investidores veem a dívida do país, estava em seu nível mais baixo desde agosto de 2018 na manhã desta segunda-feira.

FONTE: CNN Brasil
Risco-país da Argentina vai abaixo da barreira de 600 pontos-base pela primeira vez desde 2018 | CNN Brasil

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Elevação do dólar faz reservas internacionais do Brasil despencarem 7% em 2024

As reservas internacionais desempenham um papel fundamental na economia de um país, servindo como uma garantia contra crises financeiras e choques externos.

Em 2024, as reservas internacionais do Brasil totalizaram US$ 329,7 bilhões, marcando uma queda de 7,1% em relação ao ano anterior. Esta redução está associada principalmente à venda de dólares realizada pelo Banco Central para controlar a volatilidade cambial.

Além da venda direta, que somou US$ 20,07 bilhões, o Banco Central também recorreu a leilões de linha, um tipo de empréstimo temporário de outros US$ 15 bilhões. Essa estratégia permite que as reservas sejam eventualmente recompletadas, minimizando o impacto direto sobre o montante total.

Qual a importância das reservas internacionais?

As reservas internacionais, muitas vezes compostas por ativos seguros como títulos do tesouro norte-americano, são instrumentos essenciais para a estabilidade econômica de um país. Elas funcionam como um colchão financeiro em tempos de crise, proporcionando uma defesa contra oscilações bruscas no mercado internacional, como o ocorrido durante a crise da Rússia em 1998.

Além disso, essas reservas permitem que o país mantenha um grau de autonomia financeira, evitando a necessidade de recorrer a empréstimos externos, como aqueles oferecidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), exemplificado recentemente pelo caso da Argentina. O Brasil assegura essas reservas de diversas formas, incluindo a compra direta de dólares no mercado, rendimentos de aplicações em ativos internacionais, e emissões de títulos da dívida pública no exterior.

Custos associados e o “custo de carregamento”

No entanto, manter reservas internacionais elevadas também implica em custos significativos, conhecidos como “custo de carregamento”. Essa é a diferença entre os rendimentos dos investimentos das reservas no exterior e os altos juros pagos por dívidas emitidas internamente. Para o Brasil, esse custo é estimado em cerca de R$ 40 bilhões anualmente, de acordo com o economista Sérgio Gobetti, do IPEA.

Como o Banco Central administra a política cambial?

A política cambial brasileira é gerida pelo Banco Central, que tem autonomia para intervir no mercado de câmbio apenas em momentos específicos para garantir estabilidade. A abordagem utilizada envolve instrumentos como o swap cambial, leilões de linha e vendas diretas de dólares, todos visando evitar movimentos especulativos e disfuncionais no valor do dólar.

Com o atual regime de câmbio flutuante, a intervenção do Banco Central se destina a suavizar a volatilidade inesperada e garantir um funcionamento saudável do mercado de câmbio. Segundo o ex-presidente do Banco Central, Campos Neto, não existe um ataque especulativo coordenado, mas sim uma dinâmica natural de mercado, com agentes em lados opostos em negociações de câmbio.

Papel da autonomia e estratégias futuras

A autonomia do Banco Central, estabelecida desde 2021, é um fator crucial que permite estratégias mais flexíveis e eficientes para a administração das reservas internacionais. A administração eficaz dessas reservas é vital para construir confiança nos mercados e garantir um futuro economicamente estável e autônomo para o Brasil.

Com as mudanças na liderança do Banco Central, como a recente nomeação de Gabriel Galípolo, espera-se um foco contínuo na gestão prudente e estratégica dessas reservas, garantindo que o Brasil se mantenha resiliente frente a futuros desafios econômicos.

FONTE: Terra Brasil Noticias
Elevação do dólar faz reservas internacionais do Brasil despencarem 7% em 2024 – Terra Brasil Notícias

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Com disparada do dólar e leilões do BC, reservas internacionais do Brasil caem 7,1% em 2024

Queda foi de US$ 25,3 bilhões em relação ao patamar de 2023 (US$ 355 bilhões); BC leiloou US$ 20 bilhões no mercado à vista no fim do ano por conta da forte saída de recursos do país.

O Brasil fechou o ano de 2024 com US$ 329,7 bilhões em reservas internacionais – uma “poupança” que o governo faz em moedas estrangeiras, e que funciona como um seguro contra crises externas.

O número representa uma queda de 7,1%, ou US$ 25,3 bilhões, em relação ao patamar do ano anterior (US$ 355 bilhões).

O recuo das reservas em 2024 está relacionado, principalmente, com a venda de dólares pelo Banco Central no fim do ano – ao todo, foram US$ 20,07 bilhões injetados no mercado à vista.

Além disso, também foi contabilizada a venda de outros US$ 15 bilhões por meio dos chamados leilões de linha, que são um tipo de empréstimo. Nesse caso, porém, os valores retornam posteriormente para as reservas cambiais.

Essas operações se concentraram em dezembro, em meio à disparada do dólar — que fechou 2024 com alta de 27%, a R$ 6,17.

A escalada da moeda norte-americana em 2024 é resultado de uma série de fatores externos e internos, como conflitos internacionais, nível de juros nos Estados Unidos, eleição de Donald Trump e expectativas em torno das contas públicas brasileiras.

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Especialmente no fim do último ano, os holofotes ficaram com o quadro fiscal do Brasil, em meio a receios do mercado financeiro sobre a efetividade do pacote de corte de gastos anunciado pelo governo no fim de novembro.

FONTE: G1.
Com disparada do dólar e leilões do BC, reservas internacionais do Brasil caem 7,1% em 2024 | Economia | G1

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