SOLUÇÃO SUBAQUÁTICA Uma obra inédita no Brasil surge como promessa para solucionar debaixo d’água os problemas de mobilidade entre ltajaí e Navegantes, no litoral nortede Santa Catarina.
Está previsto para 2026 o início da construção de um túnel subaquático de aproximadamente 580 metros de extensão e seis pistas para veículos, localizado entre 23 e 29 metros abaixo do leito do rio ltajaí-Açu. A região abriga o segundo maior complexo portuário do Brasil em movimentação de contêineres, está bem posicionada às margens da BR-101 e próxima aos principais polos econômicos do Sul e Sudeste. No entanto, enfrenta desafios de transporte que estrangulam seu potencial de crescimento.
Já tem data para começar a construção de um túnel subaquático projetado para resolver a crise de mobilidade entre duas cidades brasileiras. Com 580 metros de extensão, a obra promete transformar a logística local e regional, mas será que os desafios financeiros e tecnológicos serão superados a tempo?
No litoral de Santa Catarina, uma proposta de construção inédita promete transformar a mobilidade entre as cidades de Itajaí e Navegantes.
Um mega túnel subaquático, com 580 metros de extensão, começará a ser erguido entre 23 e 29 metros abaixo do leito do rio Itajaí-Açu.
Este projeto é considerado um dos mais ousados do Brasil e promete ser a solução definitiva para uma crise histórica de transporte na região. Mas será que a ambiciosa obra será capaz de resolver os gargalos de tráfego e transformar a economia local, como seus idealizadores prometem?
Para entender mais sobre os impactos dessa grandiosa obra e o que realmente está em jogo, é preciso acompanhar de perto o andamento do projeto, que já tem data para começar: 2026.
O que é o Promobis e como o túnel se encaixa no plano
Este túnel subaquático faz parte do Promobis (Projeto de Mobilidade Integrada e Sustentável), um projeto de mobilidade planejado para transformar o transporte na região.
Orçado em US$ 340 milhões (aproximadamente R$ 2,07 bilhões), o Promobis não se resume ao túnel.
Ele inclui um conjunto de obras que, se executadas com sucesso, têm o potencial de transformar a infraestrutura do litoral catarinense.
O projeto é resultado de uma parceria público-privada (PPP) que envolve a CIM-AMFRI (Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí) e o governo de Santa Catarina, com apoio do Banco Mundial.
Esse consórcio assinou um protocolo de intenções em outubro de 2024, com uma contribuição de US$ 24 milhões do governo catarinense.
O engenheiro João Luiz Demantova, coordenador técnico do projeto, destacou em entrevistas recentes que a obra de mobilidade é um avanço necessário para atender ao potencial logístico da região, que abriga o segundo maior complexo portuário do Brasil em movimentação de contêineres.
Problemas de tráfego que afetam a economia da região
Itajaí e Navegantes estão separadas por cerca de 350 metros de rio e por uma rede de transporte terrestre que, na prática, está longe de ser ideal.
A distância entre as duas cidades, que não chega a 25 km, é marcada por engarrafamentos constantes.
Esses congestionamentos afetam tanto a qualidade de vida dos habitantes quanto o fluxo logístico da região, um dos pilares da economia catarinense.
João Luiz Demantova explicou que a necessidade de superar esse obstáculo logístico ficou clara em 2015, quando foi realizado o estudo de viabilidade para o projeto.
Com o aumento do tráfego no Porto de Itajaí e a falta de alternativas de transporte eficientes entre as duas cidades, o túnel subaquático se tornou a solução mais viável.
Antes de se decidir pelo túnel, a construção de uma ponte foi discutida, mas as limitações de altura devido ao aeródromo de Navegantes tornaram essa opção inviável.
Uma obra sem precedentes no Brasil
Até hoje, o Brasil não possui projetos de túneis subaquáticos de grande porte. Em entrevista, Paulo Bornhausen, secretário estadual de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos, ressaltou que a tecnologia para a construção de túneis subaquáticos já é uma realidade na Ásia e na Europa, com diversas obras sendo realizadas nesses continentes. No entanto, no Brasil, essa tecnologia ainda está em fase de adaptação, o que torna o projeto ainda mais desafiador. A construção do túnel será feita por meio de módulos pré-fabricados que serão submersos sob o rio Itajaí-Açu.
Segundo Bornhausen, a obra não apenas atenderá à necessidade de melhorar o transporte entre as duas cidades, mas também ajudará a fomentar o desenvolvimento regional, com a conexão de áreas estratégicas para a indústria e o comércio.
O impacto econômico e os custos do projeto
A construção do túnel subaquático tem um custo estimado de US$ 180 milhões. O projeto também inclui a construção de três faixas de tráfego em cada direção, com uma destinada ao transporte rápido por ônibus (BRT), além de áreas para pedestres e ciclistas.
De acordo com o estudo de viabilidade, os investimentos públicos, que somam US$ 120 milhões, devem gerar um retorno de US$ 290 milhões em crescimento econômico regional em até 15 anos.
A previsão é que o projeto seja financiado parcialmente com a cobrança de pedágios.
As tarifas podem variar entre R$ 4,50 e R$ 10, dependendo do modal utilizado.
O consórcio responsável pelo projeto reúne 11 municípios catarinenses, incluindo Itajaí, Navegantes, Balneário Camboriú, Camboriú e Bombinhas, que juntos representam uma economia de R$ 73,29 bilhões, ou 17,1% do PIB de Santa Catarina.
A importância do projeto para o desenvolvimento regional
Para Bornhausen, a construção do túnel subaquático representa uma “verdadeira ponte de safena” para uma região com grande potencial de crescimento, mas limitada pelas dificuldades logísticas.
A falta de alternativas de transporte entre as duas cidades impacta diretamente o escoamento de mercadorias e a mobilidade das pessoas, o que impede o pleno desenvolvimento da região.
Além disso, a obra se insere em um projeto maior que visa não apenas melhorar o transporte local, mas também implementar um sistema de transporte coletivo regional, com 70 ônibus elétricos e um programa de mobilidade ativa em Balneário Camboriú.
Outros projetos túneis subaquáticos no Brasil
A ideia de construir túneis subaquáticos não é exclusiva de Santa Catarina. Em São Paulo, um projeto semelhante está em andamento para conectar os municípios de Santos e Guarujá.
O túnel, que terá 1,5 km de extensão e 860 metros submersos, está orçado em R$ 5,96 bilhões e tem previsão de conclusão para 2028.
Assim como o projeto em Santa Catarina, essa obra é financiada por meio de uma PPP e visa melhorar a infraestrutura de transporte entre os dois municípios.
O futuro da mobilidade em Santa Catarina
O Promobis e o túnel subaquático representam um passo importante na transformação da mobilidade em Santa Catarina.
A expectativa é que, com a conclusão das obras, a região se torne mais competitiva, atraindo novas empresas e impulsionando o crescimento econômico.
No entanto, é preciso que os desafios técnicos e financeiros sejam superados para garantir o sucesso da obra.
Você acredita que projetos como esse são a chave para resolver os problemas de mobilidade nas grandes cidades brasileiras?
FONTE: CPG Click Petroleo e Gas
Mega túnel subaquático em estado brasileiro promete solução à crise de mobilidade e já tem data para início das obras – CPG Click Petroleo e Gas