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Após 190 dias de movimento paredista, os Auditores-Fiscais continuam engajados na greve para pressionar o governo por uma proposta que atenda a pauta da categoria. Em várias regiões do país, a operação-padrão nas unidades aduaneiras seguiu intensa nesta terça-feira (3).
Em Foz do Iguaçu, a operação-padrão gerou uma longa fila de caminhões para entrada no Paraguai com extensão de cerca de 4 quilômetros, que é a distância entre o Porto Seco e a Ponte Internacional da Amizade. Nas primeiras horas, o Porto Seco já se encontrava completamente lotado, causando congestionamento também na entrada para o Brasil.
No Aeroporto Internacional de São Paulo (Guarulhos), houve atuação da fiscalização no terminal de passageiros e nas docas de importação. Longas filas se formaram nos terminais 2 e 3 no período da manhã desta terça. No terminal de cargas, foi registrado um acúmulo de caminhões que esperavam para carregar.
No Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), as ações de mobilização ocorrerão na noite desta terça com operação-padrão em dois voos: um de Buenos Aires e outro de Lisboa. A ação dos Auditores prevê a fiscalização de aproximadamente 400 passageiros, o que provavelmente ocasionará um atraso no desembarque de pelo menos três horas.
As ações coordenadas entre os aeroportos continuarão ocorrendo ao longo dos dias, em datas definidas, conforme orientação do Comando Nacional de Mobilização (CNM)
Após a rejeição massiva da categoria à proposta do governo para o reajuste do vencimento básico da categoria, na Assembleia da segunda-feira (26), Auditores em greve há 186 dias estão intensificando as ações de mobilização nas Aduanas.
Em Uruguaiana (RS), a operação-padrão realizada nesta quinta-feira (29) envolveu a verificação documental e física dos veículos e de suas cargas, que aguardaram liberação dentro do Porto Seco Rodoviário. A entrada do recinto foi fechada na parte da manhã, o que ocasionou filas e espera de até três horas. Dentro da unidade aduaneira, foram fiscalizados cerca de 100 veículos. A ação contou com o apoio da equipe de repressão de Santa Maria (RS) e com o auxílio de cão de faro.
A fiscalização também gerou filas de caminhões e de carros de passeio na fronteira de entrada do Brasil e na Ponte Internacional Getúlio Vargas-Agustín Pedro Justo, divisa com Paso de Los Libres, na Argentina.
Na próxima semana, as unidades aduaneiras deverão fazer desembaraço zero. Ações coordenadas em aeroportos também estão previstas.
Durante a Reunião de Avaliação Estratégica (RAE), ocorrida na quinta-feira (29), em Brasília, os delegados da Receita Federal nas dez Regiões Fiscais do país entregaram ao secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, um manifesto assinado por 182 delegados titulares e adjuntos demonstrando o inconformismo com os termos propostos para a questão remuneratória da categoria.
“Mesmo na hipótese mais otimista de cumprimento integral das metas institucionais, o reajuste de apenas 7,56% e ainda restrito à última classe da carreira representa um flagrante desrespeito aos princípios da isonomia e da valorização do mérito. A proposta exclui as demais classes de qualquer recomposição remuneratória, estabelecendo um fosso salarial injustificável entre Auditores recém ingressos e os de classes intermediárias. Tal configuração desestimula o engajamento, fragiliza a coesão institucional e compromete a atratividade da carreira, especialmente em localidades de difícil provimento”, diz um dos trechos do documento.
Os signatários reforçaram a urgência da revogação imediata das Resoluções nº 7 e 8, do Comitê Gestor do Bônus, e exigiram a imediata apresentação de uma proposta séria, justa e compatível com a relevância da carreira.
Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal de Santos comunica à sociedade a continuidade da paralisação das atividades da Alfândega do Porto de Santos entre os dias 2 e 6 de junho. Como consequência dessa medida os seguintes serviços continuarão suspensos nesse período: desembaraço e despacho de mercadorias, atendimento ao público e análise de retificação de conhecimento eletrônico (CE) e de IDFA (Identificação de Falta ou Acréscimo). Serão mantidos somente os 30% do efetivo exigido por lei para a liberação de cargas perecíveis, vivas, perigosas, medicamentos e alimentos de consumo de bordo, bem como o cumprimento de decisões judiciais.
A manutenção da paralisação é consequência da aviltante proposta apresentada pelo governo em 22 de maio, rechaçada quase que unanimemente pela categoria em Assembleia Nacional e que reuniu mais de sete mil Auditores-Fiscais, realizada em 26 de maio.
Delegacia Sindical de Santos do Sindifisco Nacional lamenta que o governo prefira adotar medidas que sobrecarregam ainda mais a sociedade, como o recente anúncio do aumento do IOF, do que valorizar os Auditores-Fiscais, o que certamente significaria muito mais retorno em tributos sem impor novos encargos aos cidadãos. Reforçamos mais uma vez que a intenção da classe nunca foi causar transtornos ou prejuízos à sociedade brasileira, mas diante da postura adotada pelo governo, a única alternativa que nos restou na tentativa de alcançarmos nossos pleitos é o acirramento do movimento.
Santos, 30 de maio de 2025 Fonte: Sindifisco Nacional DS Santos
A participação histórica de 7.218 Auditores-Fiscais ativos e aposentados na Assembleia Nacional realizada na segunda-feira (26), com rejeição massiva à primeira proposta do governo para o reajuste do vencimento básico da categoria, foi destacada pelo presidente do Sindifisco Nacional, Auditor-Fiscal Dão Real, na tarde desta quarta-feira (28), durante os Informes da Direção Nacional, na Reunião Ordinária do Conselho de Delegados Sindicais (CDS), encerrada nesta quinta-feira (29).
Com 95,8% de rejeição à proposta, a categoria enviou uma importante mensagem ao governo: a greve, que já dura mais de seis meses, continuará forte, até que os pleitos sejam atendidos. “O princípio da solidariedade que nos move enquanto sindicato prevaleceu, e esse é um fato político muito importante, que demonstra unidade e coesão da categoria, e principalmente, uma disposição de lutar e de avançar mais”, afirmou Dão Real.
O presidente da entidade reconheceu a importância da abertura das negociações, a partir da primeira reunião realizada com o MGI no dia 14, reafirmou o compromisso do Sindifisco Nacional com o diálogo institucional e alertou para a importância do acirramento da mobilização até que a greve seja resolvida.
Ele também salientou que a luta do sindicato não se limita à mesa de negociação e que a entidade tem trabalhado intensamente na interlocução com parlamentares, representantes do Executivo e assessores ministeriais, em busca de apoio institucional. Na terça-feira (27), o Auditor-Fiscal Floriano de Sá Neto reuniu-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que demonstrou preocupação com os impactos da greve na arrecadação e informou que fará nova reunião com o sindicato para tratar do assunto.
Apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) em reunião no último dia 22, a proposta prevê reajuste de 7,56% restrito à classe especial e um ajuste no teto do bônus, passando de R$ 7 mil para R$ 8,7 mil, no último trimestre de 2025, além de alteração na tabela do bônus, reduzindo a diferença da parcela variável entre ativos, aposentados e pensionistas. Logo após a Assembleia Nacional, o sindicato enviou ofício à Receita e aos ministérios da Gestão e da Fazenda informando o resultado e solicitando nova reunião para dar continuidade à negociação.
“Se até agora nós conseguimos construir uma mobilização forte, sem grandes resistências explícitas, que possamos ser ainda mais fortes para enfrentar uma resistência explícita. Esse é um momento extremamente importante da categoria e não podemos recuar.”
Um dos pontos centrais da divergência, explicou, é a premissa de comparabilidade adotada pelo governo, que toma como base a estrutura de subsídio da Polícia Federal, enquanto a referência mais apropriada seria a Procuradoria da Fazenda Nacional, por atuar no mesmo macroprocesso de trabalho e ter modelo remuneratório mais similar ao dos Auditores-Fiscais.
O presidente do Sindifisco Nacional relatou, ainda, que o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, manifestou publicamente, em reunião com os superintendentes, a disposição de criar um grupo de trabalho, com participação do sindicato, para analisar o uso de recursos do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf) para o ressarcimento do plano de saúde. O MGI, por sua vez, segundo Dão Real, comprometeu-se a provocar o Comitê Gestor para reavaliar os atos normativos 7 e 8.
CNM
Os representantes do Comando Nacional de Mobilização, Auditores-Fiscais Arthur Accorsi e Henrique Freitas, também participaram dos Informes sobre Mobilização e reafirmaram que a mobilização segue forte, com adesão intensificada após a publicação das resoluções 7 e 8 pelo Comitê Gestor e a apresentação da primeira proposta insuficiente pelo MGI.
Um dos pontos citados foi o engajamento das zonas primárias (portos, aeroportos, fronteiras) e de delegados e delegados-adjuntos, que devem entregar um documento à administração da Receita Federal, nesta quinta-feira (29), em Brasília durante a RAE, comprometendo-se a não assumir cargos estratégicos do novo Regimento Interno enquanto o impasse sobre o reajuste salarial não for resolvido.
“A categoria está toda mobilizada, e os números já estão mostrando que a arrecadação caiu em função da nossa greve. Então, o momento político é muito propício para conseguirmos o que pretendemos, que nada mais é do que a equiparação do nosso vencimento básico, com o da PFN, que historicamente sempre foi o mesmo”, afirmou Arthur Accorsi.
A Direção Nacional comunicou formalmente ao Ministério da Gestão e da Inovação, ao Ministério da Fazenda e à Administração da Receita Federal o resultado da Assembleia Nacional realizada nesta segunda (26), na qual mais de 7.200 Auditores-Fiscais rejeitaram por 95,8% a proposta apresentada pelo governo federal para atendimento à pauta remuneratória da categoria. O resultado da Assembleia indica a forte insatisfação da categoria com os termos apresentados pelo MGI.
Esta foi a primeira proposta efetiva apresentada pelo governo federal, em reunião realizada no dia 22 de maio entre Sindifisco Nacional, MGI e Receita Federal. A reunião, com participação da Direção Nacional, do Comando Nacional de Mobilização e da Mesa Diretora do CDS, durou mais de cinco horas e foi suspensa por duas vezes a pedido do secretário de Relações do Trabalho, José Lopez Feijóo.
No ofício, a Direção Nacional reconhece a importância da abertura das negociações, a partir da primeira reunião realizada com o MGI em 14 de maio, reafirma seu compromisso com o diálogo respeitoso com o governo federal e solicita o agendamento da próxima reunião para a continuidade do processo de negociação. Os Auditores-Fiscais estão em greve há 183 dias, uma das mais longevas da história da categoria.
Em meio à forte rejeição, na Assembleia Nacional de segunda (26), à proposta do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) para o reajuste do vencimento básico, os Auditores-Fiscais seguem coesos e comprometidos com as ações de greve, que chega a 183 dias.
Em Florianópolis (SC), três voos que chegavam no mesmo horário foram submetidos a procedimento de fiscalização, gerando filas de até três horas de espera na noite de segunda-feira (26). Operação semelhante deverá ocorrer nesta quarta (28), em Porto Alegre (RS), durante a chegada de dois voos internacionais: um de Buenos Aires e outro de Portugal. A expectativa é que 500 passageiros sejam fiscalizados.
Em Belo Horizonte (MG), os Auditores-Fiscais que atuam no Serviço de Despacho Aduaneiro (Sedad) da Alfândega divulgaram um comunicado sobre a suspensão das atividades entre esta terça-feira (27) e a próxima sexta (30). Desta forma, não serão emitidos despachos decisórios, e somente serão desembaraçadas as declarações de importação e exportação que contenham itens considerados essenciais, como remédios e insumos hospitalares, cargas perecíveis, vivas, perigosas e as de consumo de bordo.
“Conforme discutido em Assembleia Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, nossa categoria não continuará aceitando o descaso do governo quanto aos nossos pleitos, como também a retaliação à nossa greve, que foi o estopim para o acirramento da mobilização na Alfândega de Belo Horizonte”, diz um dos trechos do documento.
Paralisação de seis meses compromete entrega de encomendas e exportações
A paralisação dos auditores fiscais da Receita Federal já dura seis meses, afetando a entrega de mais de um milhão de encomendas internacionais, especialmente roupas e eletrônicos comprados em sites estrangeiros. Cerca de 4 mil servidores participam da greve em todo o país, resultando em atrasos significativos na liberação dos produtos.
Os auditores fiscais reivindicam reajustes salariais desde o último ajuste em 2016, argumentando perdas inflacionárias não compensadas desde então. Além das importações, a greve impacta negativamente as exportações brasileiras.
Em locais como o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, há uma quantidade crítica de mercadorias estocadas inadequadamente devido à falta de espaço. No entanto, itens essenciais como cargas vivas, alimentos e medicamentos continuam sendo liberados rapidamente.
A Receita Federal ainda não se manifestou sobre a situação. Desde o início da paralisação, estima-se que o Brasil tenha deixado de arrecadar mais de R$ 7 bilhões em impostos devido aos atrasos na liberação das mercadorias.
A greve dos servidores da Receita Federal, que completou seis meses em 26 de maio de 2025, tem provocado efeitos expressivos em portos, aeroportos, fronteiras e na arrecadação federal. Iniciada em 26 de novembro de 2024, essa é a paralisação mais longa já registrada pela categoria, com repercussões diretas sobre o comércio exterior brasileiro, a movimentação de cargas e o funcionamento de órgãos estratégicos da administração tributária.
Impacto direto nos portos e aeroportos do Brasil
Com a adoção da operação-padrão pelos analistas-tributários, houve aumento significativo no tempo de liberação de cargas, bagagens e veículos na última semana. O Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, é um dos exemplos emblemáticos: passageiros e empresas enfrentaram filas e atrasos por conta do reforço nas fiscalizações.
Nas regiões de fronteira, os efeitos também são severos. Em São Borja (RS), na divisa com a Argentina, mais de 200 caminhões ficaram retidos nos últimos dias, aguardando liberação pela Receita Federal — uma consequência direta da mobilização dos servidores.
Desde o início do ano, quem precisa liberar mercadorias importadas pelos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, vem enfrentando atrasos inéditos. Além das longas demoras provocadas pela paralisação de parte do efetivo, na semana passada a Alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos chegou a suspender completamente o atendimento por dois dias.
Prejuízos bilionários e impacto na arrecadação federal
A paralisação dos auditores-fiscais comprometeu a eficiência do sistema arrecadatório brasileiro. Segundo estimativas, as perdas chegaram a R$ 14,6 bilhões até março de 2025, afetando a previsão de receitas do governo e contribuindo para a necessidade de contingenciamento no Orçamento de 2025, conforme reconhecido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Além disso, a greve paralisou as atividades do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que julga litígios entre contribuintes e a Receita. Desde janeiro, nenhuma sessão foi realizada, o que suspendeu a análise de processos que envolvem bilhões de reais em tributos contestados.
Comércio exterior e setor privado sofrem os efeitos
Empresas que dependem da importação e exportação de insumos relatam aumento nos custos operacionais, riscos de desabastecimento, atrasos na produção e perda de competitividade internacional. O Brasil, neste cenário, enfrenta um gargalo logístico e tributário que compromete sua participação nos fluxos globais de comércio.
Reivindicações e impasse com o governo
A paralisação dos Auditores-Fiscais da Receita Federal, que completa seis meses, tem como pano de fundo uma pauta de reivindicações centrada principalmente em dois eixos: a recomposição salarial e a regulamentação do bônus de eficiência. A categoria afirma que esses pontos são fundamentais para garantir o reconhecimento profissional e a valorização de uma carreira estratégica para o funcionamento do Estado brasileiro.
1. Recomposição do vencimento básico
Os servidores reivindicam a atualização do vencimento básico, que está congelado desde 2016. Segundo o Sindifisco Nacional, a defasagem salarial, acumulada ao longo dos anos, representa uma perda significativa no poder de compra da categoria. A ausência de reajustes em um cenário de inflação contínua é interpretada pelos auditores como um desrespeito à importância da função que exercem.
Os Auditores-Fiscais argumentam que, enquanto outras carreiras de Estado conseguiram negociar reajustes recentes – como a Advocacia-Geral da União, que obteve um aumento escalonado de 19% –, a Receita Federal permanece sem perspectiva concreta de correção salarial. Esse tratamento desigual é um dos principais fatores que alimentam a insatisfação da categoria.
2. Regulamentação do bônus de eficiência
Outro ponto central da pauta é a regulamentação do bônus de eficiência e produtividade. O bônus foi instituído por medida provisória em 2016, mas, até hoje, carece de regulamentação definitiva. Além disso, mudanças recentes promovidas pelo Comitê Gestor do Programa de Produtividade (CGPP), por meio das Resoluções nº 7 e 8, alteraram as regras de cálculo do bônus, o que foi entendido como um ataque direto ao movimento grevista.
Para os auditores, o bônus não é apenas um adicional financeiro: trata-se de um instrumento de gestão que reconhece o desempenho da categoria e motiva o engajamento em resultados estratégicos. A falta de regulamentação, aliada a mudanças unilaterais, fragiliza esse mecanismo e sinaliza insegurança institucional para os servidores.
3. Valorização da carreira e respeito institucional
Além dos pontos técnicos, os auditores exigem maior valorização institucional da carreira. Alegam que há um esvaziamento progressivo de suas atribuições e uma perda de protagonismo da Receita Federal, em parte atribuída à falta de diálogo com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI).
A insatisfação é intensificada pela ausência de uma proposta técnica e financeira compatível com a complexidade e responsabilidade do cargo. Os servidores demandam uma estrutura remuneratória que reflita as particularidades da função – incluindo a composição variável da remuneração, hoje ignorada nas propostas apresentadas pelo governo.
4. Tratamento isonômico entre carreiras de Estado
Outro ponto frequentemente mencionado pelo Sindifisco é a quebra de isonomia entre carreiras típicas de Estado. A categoria questiona o fato de outras carreiras terem recebido atenção e reajustes mais ágeis do governo, enquanto os Auditores-Fiscais seguem em greve sem perspectiva concreta de atendimento de suas demandas. Essa disparidade é vista como um sinal de desvalorização da Receita Federal dentro da estrutura do serviço público.
Essas reivindicações não se restringem a ganhos individuais: para a categoria, elas representam também uma defesa da qualidade da administração tributária no país. Os Auditores-Fiscais sustentam que o fortalecimento da carreira é essencial para o combate à sonegação, a garantia da arrecadação e a efetividade das políticas públicas.
Enquanto o impasse se arrasta, os efeitos da greve se acumulam sobre a economia e as contas públicas, pressionando o governo a apresentar uma resposta concreta. O próximo capítulo da mobilização depende, em grande medida, da disposição política de ouvir e atender uma categoria que se considera estratégica para o Estado brasileiro.
Fotos: Sindifisco Fontes: Estação News | R7 | ND+ | Gazeta Digital | Sindifisco
Trabalhadores de fábricas de eletroeletrônicos da Terra do Fogo paralisam produção contra fim de impostos a celulares vindos do exterior
Trabalhadores da Terra do Fogo, província no extremo sul da Argentina, realizaram uma greve nesta quarta-feira (21), contra o decreto de Javier Milei que prevê zerar tarifas sobre a importação de celulares e reduzir impostos nacionais para esses produtos, além de televisores e aparelhos de ar condicionado.
A província da Terra do Fogo tem um parque industrial de eletrônicos e eletrodomésticos estimulado por um programa de incentivos fiscais e aduaneiros para a produção.
Os sindicatos de trabalhadores industriais e o governador da província, Gustavo Melella, afirmam, no entanto, que a redução de impostos sobre os importados anunciada pelo governo Milei ameaça a indústria local de eletroeletrônicos e coloca em risco cerca de 6 mil postos de trabalho.
“Decidi convocar os representantes dos trabalhadores do setor industrial e os empresários da Terra do fogo para esta quinta-feira 22, com o objetivo de avançar na assinatura de um acordo que garanta os postos de trabalho e proteja nossa indústria”, escreveu Melella na rede social X.
O governador também afirmou que a província não ficará “de braços cruzados diante de medidas que colocam em risco a produção” local.
Em forma de protesto contra o anúncio do governo Milei, trabalhadores de fábricas da província já vinham interrompendo a produção.
A administração de Milei decretou que as tarifas sobre a importação de celulares serão reduzidas de 16% para 8%, e zeradas a partir de janeiro. Os impostos sobre a importação de vídeo-games passará de 35% para 20%.
Já os impostos internos sobre celulares, televisores e aparelhos de ar condicionado importados serão reduzidos de 19% para 9,5%. As taxas sobre os produtos produzidos na Terra do Fogo, por sua vez, hoje em 9,5%, serão zeradas.
O objetivo da medida é baratear os preços dos eletroeletrônicos em pelo menos 30%, o que segundo o governo irá ajudar a combater roubos e contrabando.