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Comércio, Internacional, Negócios

Líder da indústria brasileira alerta para uma guerra comercial “perde-perde” com os EUA

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defende cotas de importação e critica políticas populistas trabalhistas e tributárias em meio às tensões entre EUA e China.

Em meio à guerra tarifária iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, uma delegação empresarial brasileira deve desembarcar em solo americano nesta quarta-feira. Segundo Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a missão é ajudar a preservar a relação complementar entre os setores industriais dos dois países. Na visão dele, “não há ganha-ganha — só perde-perde”.

Alban defende um sistema de cotas como forma de proteger a indústria brasileira de um possível aumento nas importações de produtos que os EUA deixem de comprar de outros países. Ele afirmou que já discutiu a proposta com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. “Está no radar”, disse.

A entrevista foi realizada na véspera do 1º de maio, quando um dos principais apelos dos movimentos trabalhistas era o fim da jornada 6×1 (seis dias de trabalho por um de descanso) — proposta que Alban classifica como “populista”. Para ele, a baixa produtividade brasileira não permite esse tipo de medida.

Sobre o projeto de reforma do Imposto de Renda enviado recentemente ao Congresso, ele se posiciona contra o que considera uma forma de bitributação: um imposto mínimo sobre pessoas físicas de alta renda que já são tributadas na esfera corporativa e agora seriam taxadas também como indivíduos. Alban também demonstrou preocupação com a complexa transição para um novo regime de impostos sobre o consumo.

A seguir, os principais trechos da entrevista ao jornal Valor Econômico:

Valor: O senhor viaja aos EUA na próxima semana?

Ricardo Alban: Sim, vamos na quarta-feira com cerca de dez empresas brasileiras que já têm relações com empresas americanas. Estaremos acompanhados da Amcham, de representantes do governo e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Vamos nos reunir com interlocutores do governo americano.

Valor: Qual o objetivo da viagem?

Alban: Identificar pontos críticos e construir mais alinhamento. Algumas questões envolvem segmentos inteiros das cadeias produtivas, outras são específicas de produtos. Estamos lidando com os debates sobre aço e alumínio, atingidos não só pela tarifa de 10% imposta por Trump, mas também por sobretaxas. Mais importante ainda, temos segmentos integrados — áreas de verdadeira complementaridade entre os dois países. O Brasil exporta produtos semielaborados para os EUA, e eles nos vendem produtos quase finalizados ou finais, como equipamentos. Isso não é ganha-ganha; é perde-perde. Vai apenas aumentar os custos dos dois lados. O Brasil não impõe tarifas tão altas sobre produtos americanos porque há exceções, compensações e mecanismos de equilíbrio.

Valor: Como o senhor avalia as medidas tarifárias de Trump até agora?

Alban: O Brasil precisa aproveitar esse momento com inteligência. Não podemos simplesmente ignorar a China, nem virar as costas para os EUA. Os EUA são parceiros industriais fundamentais, enquanto a China é uma parceira relevante em commodities. Precisamos de equilíbrio.

Valor: A China pesa mais que os EUA hoje?

Alban: Não necessariamente, mas a China domina em escala global. E não dá mais para desprezar a tecnologia chinesa. A época de dizer que “máquinas chinesas são baratas, mas ruins” acabou. A China hoje compete em setores de alta tecnologia, como satélites e data centers. Essa é a nova realidade — e mudou o jogo.

Valor: O setor industrial teme o redirecionamento de produtos chineses para o Brasil. É por isso que a CNI defende cotas de importação?

Alban: É uma questão que precisa ser discutida. Vejo as cotas — como o próprio Trump já usou no caso do aço — como uma forma de lidar com o fluxo crescente de aço chinês no Brasil. Com essa disputa entre EUA e China e o esfriamento do comércio global, é inevitável o aumento de produtos chineses no Brasil. Os dados já mostram isso.

Valor: De que forma?

Alban: No primeiro trimestre deste ano — antes mesmo da situação se agravar, o que começou em março — as exportações de manufaturados da China para o Brasil aumentaram mais de 30%. Isso considerando o total. Imagine o que pode acontecer se a guerra comercial se intensificar. Então, por que não estabelecer uma referência com base nos níveis de 2024 e criar um modelo de cotas ou faixas tarifárias que tragam previsibilidade às cadeias produtivas?

Valor: Mas não há conflitos internos nas cadeias? Alguns setores se beneficiam com insumos mais baratos…

Alban: A indústria tem conflitos internos legítimos e naturais. No agronegócio, por exemplo, soja não compete com milho, nem o milho com o trigo — eles se complementam. Já na indústria, aço e máquinas competem — um é insumo do outro. Políticas de preços petroquímicos competem com a indústria de plásticos. Esses conflitos existem e precisam ser debatidos com transparência e base técnica — e não com foco apenas em produtos isolados.

Valor: O Brasil deveria adotar cotas especificamente para produtos chineses?

Alban: Não especificamente. Não devemos apontar um país só. O que precisamos é aplicar o conceito de cotas dentro de uma política tarifária mais ampla. As duas devem se complementar — para evitar protecionismo excessivo, mas também impedir o enfraquecimento da base industrial.

Valor: Então, as medidas dos EUA são justificáveis?

Alban: A Europa provavelmente terá que fazer o mesmo para se reindustrializar ou modernizar. O que são as medidas dos EUA senão formas de proteger sua indústria? Estão realmente errados? Essa é a pergunta.

Valor: Como o governo brasileiro está tratando a questão das cotas?

Alban: Estamos conversando tanto setor a setor quanto diretamente com o governo. A própria embaixada americana afirmou que o Brasil está tendo um diálogo muito construtivo. O vice-presidente Alckmin parece ter sido o primeiro a iniciar essa conversa. Mas também há uma dimensão geopolítica. Haverá solução de curto prazo? Difícil dizer — a cada dia surge algo novo. Um dia é um anúncio de programa, no outro é uma declaração do presidente dos EUA sobre acordo com a Índia… Isso vai acalmar ou piorar?

Valor: Os EUA alegam que há aço chinês sendo vendido indiretamente via Brasil — uma triangulação. Isso faz sentido?

Alban: É preciso analisar os dados. Também importamos aço para nossa indústria de máquinas. Como eu disse, aço e máquinas têm políticas concorrentes. O mesmo vale para plástico e resinas. Então, não se pode assumir que o aço importado é apenas para reexportação. Temos uma indústria avançada de máquinas agrícolas. O aço vem dos EUA, do México, da China. Esse debate é antigo na relação com os EUA — aço, alumínio. Já passamos por isso no governo Trump, e foi resolvido com cotas. É o que se pede de novo agora.

Valor: Isso não causaria problemas com a OMC? O Brasil costuma respeitar a instituição.

Alban: Os EUA não parecem muito preocupados com a OMC. Sinceramente, precisamos ter um referencial, e não concordo em ignorar a OMC, pois é importante ter um mediador. Mas o mundo está, em muitos aspectos, ignorando a OMC. Isso não significa que o Brasil deva fazer o mesmo — mas ela não dará soluções de curto ou médio prazo. Esse é o ponto.

Valor: O que acha da lei de reciprocidade aprovada pelo Congresso?

Alban: Gostaria que o Congresso tivesse a mesma unidade em outros temas importantes para o país. Precisamos de convergência em torno do que é bom para o Brasil — e não apenas de medidas que nos dividem. A reciprocidade não pode ser nossa única ferramenta.

Valor: Como o 6×1, por exemplo?

Alban: Exatamente.

Valor: O presidente Lula está sob pressão para se posicionar sobre isso…

Alban: Porque é uma pauta populista. E, no momento, tanto o governo quanto a oposição estão apelando ao populismo — isso é claro. Mas qual é a lógica? Tenho plena convicção de que o capital não funciona sem o trabalho. Isso não é demagogia — é fato. Claro que hoje o trabalho tem peso menor comparado ao capital, por causa da automação. Mas o que falta no Brasil hoje? Nos rankings de competitividade, ficamos em último lugar. Produtividade não se melhora da noite para o dia. E temos baixa produtividade. Enquanto isso, fala-se em pleno emprego…

Valor: Os dados oficiais mostram isso…

Alban: Não concordo. Ver o copo meio cheio é dizer que temos pleno emprego. Mas é preciso ver quem realmente está procurando trabalho. Muitos já desistiram. Sim, o emprego aumentou — é fato. Mas temos uma narrativa de pleno emprego combinada com baixa produtividade e falta real de mão de obra qualificada.

Valor: Então o problema é a qualificação?

Alban: É um problema relativamente simples. Não temos nem pedreiro suficiente para obra. Num cenário desses, como se fala em reduzir jornada? Onde vamos encontrar mão de obra para repor? Como vamos melhorar a competitividade com aumento de custo? Isso tudo está sendo discutido com oportunismo. Precisamos de racionalidade.

Valor: A isenção de IR para quem ganha até R$5.000 também é populista?

Alban: Isso é populista, sim — mas é justo. Ainda assim, precisamos de uma abordagem racional para encontrar uma solução. Caso contrário, corremos o risco de judicialização e bitributação. A empresa já é tributada, e agora estamos impondo um imposto adicional à pessoa física. É uma forma de compensação fiscal sobre algo que a empresa já pagou.

Valor: E não houve mudança no Imposto de Renda das Empresas…

Alban: Exato. É apenas um aumento da carga tributária indireta. E tudo isso para atingir os chamados “super-ricos”. Mas sabe quem é realmente afetado? Pequenas empresas e profissionais autônomos.

Valor: Acho que é a primeira vez que venho à CNI e não ouço um apelo por reformas estruturais…

Alban: Vamos ver como será a experiência com essa reforma tributária nos próximos três ou quatro anos. Teremos que lidar com dois regimes tributários paralelos. Vamos precisar de muito esforço para entender todas as novas normas…

Valor: Mas, no longo prazo, a reforma não simplifica o sistema?

Alban: Simplifica — até certo ponto. Não é o ideal, mas pelo menos elimina o efeito cascata dos créditos. Isso é uma grande conquista para o setor industrial. Ainda nem sabemos qual será a alíquota final do IVA. Então, como vamos navegar por esse período de transição, especialmente com dois sistemas sobrepostos? Vai ser confuso.

Valor: O senhor tem alguma proposta concreta sobre o período de transição da reforma? Deveria ser estendido?

Alban: Não, acho que poderia até ser mais curto. Prolongar demais só vai gerar mais disputas.

Valor: Como os juros altos estão afetando a indústria?

Alban: Independentemente dos gastos públicos irracionais do governo, a política monetária está extremamente apertada. Nossos juros reais são absurdos. Não há nada parecido no mundo. Some-se a isso nosso sistema financeiro — com todos os calotes e inseguranças jurídicas, que também questiono — e se chega a um spread médio de 15% a 20%. Como se sustenta um setor produtivo com esse “Custo Brasil”?

Valor: O Banco Central está exagerando?

Alban: É claro que o Banco Central tem uma meta de inflação a cumprir. Mas o Brasil é uma nação. Precisamos de uma visão de médio e longo prazo. Juros altos são uma ferramenta legítima de controle da inflação — mas não nesse nível de juros reais. Não sou contra uma política monetária rígida, especialmente se houver uma política fiscal mais racional. Mas precisamos de racionalidade.

Valor: O que o senhor quer dizer com isso?

Alban: Política fiscal não é só responsabilidade do governo federal — vamos dar a César o que é de César. Os três Poderes não colaboram com a disciplina fiscal. Nenhum deles. Há gastos públicos irracionais em todos os Poderes.

Valor: Por exemplo? O novo arcabouço fiscal depende de medidas que ainda não foram implementadas — como aconteceu com o antigo teto de gastos.

Alban: Esses vínculos obrigatórios de gastos são um grande problema. O orçamento é engessado por causa das receitas carimbadas e da forma como o Congresso administra os recursos disponíveis. Mas sabemos que isso não começou com o atual governo, então não se trata de culpar um só. Temos decisões judiciais… A judicialização virou um problema sério no país.

Valor: Um tema em discussão é a racionalização dos gastos tributários. Como o setor privado pode contribuir? O senhor defende um corte linear ou uma revisão caso a caso?

Alban: Estamos falando de gastos tributários — ou de incentivos fiscais direcionados, necessários ao desenvolvimento de certos setores? Acho que tem um pouco dos dois. Mas aqui vai a questão: por que o lobby não é legalizado neste país? O que impede isso? Por que não temos discussões estruturadas, setor por setor? Talvez seja necessário aumentar incentivos em alguns setores e reduzir em outros. Mas esse tipo de decisão não deveria ser unilateral do Ministério da Fazenda ou da Receita Federal.

Valor: Já há uma proposta no Congresso prevendo corte linear. Qual a sua opinião?

Alban: Isso não é lavar as mãos como Pôncio Pilatos? É o caminho mais fácil — mas você acaba com as mesmas distorções. Acredito que precisamos de uma discussão mais profunda e aberta. A isenção do IR até R$ 5 mil já está definida. Mas alguém que ganha R$ 50 mil por mês não é “super-rico”. Não sei em que lugar do mundo isso é considerado super-riqueza. Se há legislação que dá vantagens injustas aos verdadeiramente ricos, corrija-se isso. Mas isso aqui não resolve nada. Só vai atingir a classe média. Na minha visão, a classe média molda a opinião pública — mas não é formada por super-ricos. Se quem ganha R$ 50 mil por mês fosse super-rico no Brasil, estaríamos com uma distribuição de renda maravilhosa.

Valor: A CNI tem uma posição sobre esse projeto de imposto de renda?

Alban: Temos participado ativamente do debate sobre tributação justa, especialmente sobre as big techs. Mas acho que a sociedade se beneficiaria mais se o foco fosse o combate ao comércio ilegal e ao crime organizado. Em 2023, identificamos comércio ilegal em 17 setores, somando R$ 500 bilhões. A perda potencial de arrecadação? Cerca de R$ 150 bilhões.

Valor: E quanto ao projeto sobre reincidência tributária?

Alban: Inicialmente apoiamos, mas ele travou na Câmara. Agora há duas novas propostas em discussão no Senado.

Fonte: Valor International




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Comércio Exterior, Internacional, Negócios

China e México expõem iniciativas de Trump em busca de negociação de tarifas: veja o que pressiona o americano

Novos indicadores macroeconômicos e das empresas apontam impactos negativos da política comercial do republicano na economia dos EUA

Após a retração de 0,3% na economia dos EUA no primeiro trimestre, revelada na quarta-feira, colocar de vez no radar a possibilidade de o país entrar em recessão, surgiram sinais de novos recuos do presidente Donald Trump em seus movimentos para redesenhar a política americana de comércio exterior com a taxação de importações. Destacaram-se ontem informações de que os EUA tomaram a iniciativa de estreitar negociações de acordos comerciais com a China e o México.

Os recuos não foram oficiais, e os sinais tampouco partiram da Casa Branca ou das corriqueiras manifestações de Trump nas redes sociais.

As novidades sobre eventuais negociações com a o governo de Xi Jinping vieram da imprensa estatal chinesa. Segundo publicação do Yuyuantantian — uma conta do Weibo afiliada à Televisão Central da China (CCTV) que frequentemente sinaliza as visões de Pequim sobre comércio—, o governo dos EUA entrou recentemente em contato com Pequim por diversos canais. A publicação citou pessoas não identificadas com conhecimento do assunto, sem dar detalhes.

“A China não precisa conversar com os EUA até que estes tomem medidas significativas”, afirmou a publicação do Yuyuantantian. Do ponto de vista da negociação, os EUA são “claramente a parte mais ansiosa no momento”, acrescentou, citando a pressão doméstica enfrentada pelo governo Trump em várias frentes.

Desde o início do segundo governo Trump, em janeiro, a China tem sido alvo preferencial das sobretaxas no comércio exterior anunciadas pelo governo americano.

Ao mesmo tempo, tanto o presidente americano quanto seus assessores já declararam publicamente que estão abertos a negociar um acordo comercial com os chineses, mas que esperavam um primeiro movimento de Pequim, numa espécie de jogo de empurra.

À espera de xi Jinping

Trump afirmou repetidamente que o presidente Xi Jinping precisa contatá-lo para dar início às negociações sobre tarifas e, no início da semana, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que cabe a Pequim dar o primeiro passo para reduzir a tensão.

Anteontem, Trump disse, durante uma reunião de gabinete, estar “descontente” com a acentuada redução no comércio entre os dois países porque queria que “a China se saísse bem”, mas tratando os EUA de forma justa.

Outro sinal de recuo veio do México. A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, revelou numa postagem nas redes sociais que conversou ao telefone com Trump. Segundo ela, foi o americano quem telefonou.

A mandatária disse que a ligação foi “muito positiva”, embora sem definições. Ficou acordado que as equipes de ambos “continuarão trabalhando nos próximos dias em alternativas para melhorar nossa balança comercial”.

Na terça-feira, já havia ocorrido um recuo oficial. Trump assinou uma ordem executiva atenuando os efeitos das sobretaxas sobre a importação de automóveis, cedendo após semanas de intensa pressão de montadoras, fornecedores de autopeças e concessionárias, que alertaram que tarifas excessivas poderiam elevar os preços dos carros nos EUA, provocar o fechamento de fábricas e causar desemprego.

Mais sinais de fraqueza

Junto dos sinais de novos recuos, indicadores divulgados ontem reforçaram o cenário de fraqueza na atividade econômica dos EUA. O Departamento de Trabalho informou que os pedidos de seguro-desemprego nos EUA aumentaram durante a semana após a Páscoa.

Foram 18 mil pedidos a mais, chegando a 241 mil na semana encerrada em 26 de abril, acima do esperado, segundo pesquisa de projeções da agência Bloomberg, que apontava para 223 mil solicitações.

O total de pedidos semanais é o maior desde fevereiro, mas economistas ponderaram que altas do tipo são esperadas nessa época do ano, por causa do recesso de primavera (no Hemisfério Norte) nas escolas públicas de Nova York, já que parte dos trabalhadores da educação do estado tem direito ao seguro no período de pausa, inflacionando a estatística nacional.

Outro indicador de fraqueza na economia veio da indústria. O índice do setor industrial do Instituto de Gestão de Suprimentos (ISM, na sigla em inglês) caiu 0,3 ponto, chegando a 48,7. O subíndice de produção da entidade recuou mais de 4 pontos, para 44. Leituras abaixo de 50 indicam contração.

A perspectiva de contração foi corroborada por dados empresariais. A fabricante de carros General Motors anunciou ontem uma redução na sua previsão de lucro para 2025, em parte por causa do tarifaço de Trump.

A montadora agora espera que o lucro antes de juros e impostos fique entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões este ano, abaixo da previsão inicial feita em janeiro, que chegava a US$ 15,7 bilhões.

As metas financeiras da gigante do comércio eletrônico Amazon para o segundo trimestre, anunciadas ontem com o balanço contábil do primeiro trimestre, vieram abaixo do esperado por analistas de mercado, segundo a agência Bloomberg. A varejista anunciou que espera lucro operacional entre US$ 13 bilhões e US$ 17,5 bilhões para este trimestre, enquanto as projeções estavam em US$ 17,8 bilhões.

Já as vendas em mesmas lojas da rede de fast food McDonald’s nos EUA caíram 3,6% no primeiro trimestre, ante igual período de 2024, segundo dados divulgados ontem.

Bolsas sobem

Por outro lado, resultados vistos como positivos anunciados pela Meta, gigante das redes sociais dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, e pela Microsoft — que foram anunciados na noite de anteontem, após o fechamento das bolsas de valores — impulsionaram os índices de ações ontem nos EUA, onde não foi feriado, pois o Dia do Trabalhador é comemorado em setembro.

O índice Dow Jones encerrou em alta de 0,21% ontem, aos 40.752 pontos; o S&P 500 subiu 0,63%, aos 5.604 enquanto o Nasdaq, que concentra papéis de tecnologia, avançou 1,52%, aos 17.710 pontos.

Fonte: O Globo

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Informação, Internacional, Notícias, Tributação

Uma camiseta de US$10 pode se tornar uma camiseta de US$24,50 com o fechamento de uma brecha tarifária importante

A partir de sexta-feira, mercadorias da China com valor de até US$800 estarão sujeitas a tarifas e a mais burocracia sob novas regras do governo Trump

Uma brecha que permitia aos consumidores americanos comprarem muitos produtos baratos da China continental e de Hong Kong sem pagar tarifas nem preencher formulários alfandegários será fechada nesta sexta-feira.

Os preços já aumentaram.

Pedidos de muitos produtos importados de varejistas como Shein e Temu podem diminuir à medida que os consumidores recuam diante dos preços mais altos e das novas dificuldades. Mas, como grande parte da guerra comercial do presidente Trump, a política do governo sobre essa brecha passou por mudanças. O presidente havia ordenado o fim da brecha em fevereiro, mas a restabeleceu poucos dias depois. Especialistas em logística disseram que o breve fechamento causou um acúmulo de pacotes nas fronteiras.

O que exatamente está sendo encerrado?
Desde 2016, itens com valor de até US$800 podiam ser importados para os Estados Unidos sem que o destinatário pagasse tarifas ou mesmo precisasse preencher a papelada normalmente exigida para compras de produtos estrangeiros. Essa brecha é conhecida como isenção de de minimis. O Sr. Trump está eliminando a isenção apenas para produtos da China continental — a maior fonte de remessas de minimis — e de Hong Kong.

Um relatório para o Congresso deste ano afirmou que a Alfândega e Proteção de Fronteiras processa mais de um bilhão de pacotes de minimis por ano. O valor médio dessas remessas em 2023 foi de US$54.

Remessas com valor inferior a US$800 eram isentas porque o Congresso acreditava que o custo e o trabalho de processá-las não justificariam a arrecadação em tarifas alfandegárias. O Sr. Trump está encerrando essa isenção, em parte, para tentar impedir o fluxo de fentanil e de substâncias precursoras do fentanil para os Estados Unidos por meio das remessas de minimis.

O número dessas remessas cresceu drasticamente depois que Trump impôs tarifas à China durante seu primeiro mandato, o que sugere que pessoas e empresas passaram a recorrer a pacotes menores para evitar as tarifas.

Como isso está afetando os consumidores?

Como as tarifas sobre produtos chineses são extremamente altas, os itens importados sob a isenção de minimis já estão começando a custar muito mais caro.

Isso está evidente para os consumidores do site chinês de comércio eletrônico Temu. A empresa começou recentemente a detalhar quanto os encargos tarifários adicionam ao valor das compras.

Por exemplo, um carrinho com 10 itens na Temu — incluindo um pacote com 50 cabides reforçados por US$70,50, uma camisa verde de linho masculina por US$19,38 e uma cama rosa fofa para cachorro por US$24,05 — totalizava US$275,03, incluindo o frete internacional e US$10,20 de imposto sobre vendas. No entanto, no momento do pagamento, o site acrescentou US$343,26 em encargos de importação, elevando o total para US$628,49. (A Temu oferece aos clientes a opção de comprar produtos marcados como sendo de armazéns locais, que não geram encargos de importação.)

Na rival Shein, um carrinho com 10 itens semelhantes totalizava US$244,03. Embora não especificasse os encargos adicionais de importação, o site da Shein informava aos consumidores: “As tarifas estão incluídas no preço que você paga. Você nunca terá que pagar nada a mais na entrega.”

Ainda assim, consumidores disseram ter notado o aumento de preços de alguns itens no site da Shein ao longo do fim de semana. Embora a isenção tarifária só deva acabar oficialmente na sexta-feira, as cobranças já estão aparecendo porque os pedidos feitos agora só cruzarão a fronteira depois dessa data.

Lindsay Olive, de Atlanta, que costuma fazer compras na Shein, colocou vários vestidos de verão no carrinho na semana passada — incluindo um azul por US$10,88 e um floral por US$11,29. Quando foi finalizar a compra no fim de semana, o vestido azul já custava US$13,88 e o floral havia subido para US$15,43, segundo capturas de tela que ela compartilhou.

“Eu sabia que os preços iam começar a subir e queria garantir alguns vestidos de verão antes disso,” disse Ms. Olive, de 39 anos. Ela acredita que os preços vão aumentar ainda mais.

A Amazon afirmou na terça-feira que considerou detalhar encargos de importação na parte do seu site chamada Amazon Haul — que compete com a Temu —, mas decidiu não fazê-lo.

“As equipes discutem ideias o tempo todo,” disse o porta-voz Ty Rogers em comunicado. Ele afirmou que isso nunca foi considerado para o site principal da Amazon e acrescentou: “Isso nunca foi aprovado e não vai acontecer.”

Os encargos de importação podem variar dependendo de como os produtos são enviados. Se forem transportados por empresas de entrega expressa, como DHL ou FedEx, os produtos estarão sujeitos a tarifas de até 145% — ou US$14,50 em uma camiseta de US$10.

Remessas enviadas pelo Serviço Postal dos EUA enfrentarão uma tarifa equivalente a 120% do valor dos produtos a partir de sexta-feira, ou uma taxa de US$100 por pacote. Essa taxa aumentará para US$200 em junho.

E quanto à burocracia?
Uma das facilidades das remessas de minimis era que o destinatário não precisava fornecer número do Seguro Social (SSN) para receber os produtos — ao contrário de outras modalidades de importação. Bastava um nome e endereço.

A partir de sexta-feira, remessas de minimis da China serão classificadas como importações de “entrada informal”. Produtos de entrada informal, que podem valer até US$2.500, não exigem número do Seguro Social, segundo a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP). Ainda assim, a agência afirmou em janeiro que transportadoras costumam exigir esse número, pois ele acelera a liberação alfandegária.

A FedEx informou que, de acordo com as exigências da CBP, não exigirá números do Seguro Social para remessas da China que perderem a isenção de minimis na sexta. A DHL também afirmou que não exigirá o número em remessas de entrada informal. A UPS não quis dizer se exigirá ou não o número, mas afirmou que possui a expertise para ajudar seus clientes a “navegar no comércio global” e que cumpre todas as leis e regulamentos aplicáveis.

Um representante do Serviço Postal afirmou que a agência “não terá papel na cobrança de tarifas sobre remessas postais de valor de minimis”. Em vez disso, as tarifas deverão ser cobradas pela transportadora responsável por trazer os produtos aos Estados Unidos.

Haverá atrasos?
A cobrança de tarifas e a inspeção de um volume muito maior de pacotes pode se tornar um desafio para as transportadoras e para a Alfândega e Proteção de Fronteiras. Mas ainda não está claro se isso causará atrasos de um ou dois dias — ou de muito mais tempo.

A agência aduaneira afirmou, em comunicado, que apesar de ter “uma enorme tarefa pela frente”, está “em posição única para implementar e aplicar as tarifas do presidente.”

Fonte: The New York Times



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Comércio, Internacional, Mercado Internacional

FT: Queda em demanda provocada por tarifas de Trump afeta portos nos EUA e frete aéreo

A guerra comercial de Trump contra Pequim começa a afetar a impactar a economia dos EUA de forma mais ampla, com operadores de portos e gestores de fretes aéreos relatando fortes quedas nos volumes de mercadorias provenientes da China.

Empresas de logística dizem que as reservas de contêineres para os EUA tiveram forte queda desde a imposição de tarifas de 145% sobre as importações chinesas pelos EUA.

O porto de Los Angeles, principal rota de entrada de mercadorias chinesas, estima que as remessas com chegada programada na semana iniciada em 4 de maio serão cerca de 35% menores do que há 12 meses, enquanto gestores de fretes aéreos também relatam fortes declínios nas reservas.

Na comparação anual, houve queda de 45% nas reservas do contêiner padrão, de 20 pés, da China para os EUA em meados de abril, de acordo com os dados mais recentes disponíveis da Vizion, um serviço que acompanha o transporte de contêineres.

De acordo com o secretário-geral da Câmara Internacional de Comércio (ICC, na sigla em inglês), John Denton, a redução nos fluxos comerciais entre China e EUA reflete o movimento de traders “empurrando a tomada de decisões mais para a frente”,enquanto aguardam para ver com que rapidez Washington e Pequim conseguem chegar a algum acordo para reduzir as tarifas.

De acordo com pesquisa com membros da ICC, realizada em mais de 60 países após o anúncio das tarifas de Trump em 2 de abril, o “dia da libertação”, a expectativa é que, não importa qual seja o resultado das negociações, o comércio será impactado de forma permanente.

Denton disse que o custo de acesso ao mercado americano será o mais alto desde a década de 1930. Referindo-se à tarifa-base para todos os países, ele disse que “há quase uma aceitação de que 10% será a cobrança mínima para acessar o mercado dos EUA, independentemente de outras incertezas”.

Washington e Pequim começam a demonstrar sinais de que estão sentindo os impactos. Na semana passada, ambos anunciaram algumas isenções tarifárias para produtos importantes para suas respectivas economias, enquanto Trump previu que a tarifa de 145% “cairá substancialmente”. Na sexta-feira, no entanto, a China destacou não estar em negociações com os EUA.

Com a chegada aos EUA das primeiras remessas de contêineres da China que serão alvo das novas tarifas estando prevista para a próxima semana, operadores de frete destacam que as cadeias de suprimentos estão mudando.

O diretor de frete marítimo da firma de logística americana Flexport, Nathan Strang, disse que as empresas estão esperando para embarcar mercadorias, na expectativa de que Washington e Pequim cheguem a um acordo para abrandar as tarifas.

Segundo executivos da área de logística, importadoras americanas estão tentando acabar com os estoques acumulados antes de importar novos produtos da China. Elas também estão armazenando mercadorias em armazéns nos quais os produtos podem ficar isentos de impostos até a retirada, ou desviando-as para países vizinhos como o Canadá.

“Eles estão sentando sobre as mercadorias na origem, sentando sobre mercadorias no destino”, disse Strang, advertindo que, se um acordo para reduzir tarifas for alcançado, as tarifas de frete terão forte alta.

A Hapag-Lloyd, uma das maiores empresas de transporte marítimo de contêineres do mundo, informou que clientes chineses cancelaram cerca de 30% de suas reservas saindo da China.

A empresa taiwanesa TS Lines, que tem ações negociadas em Hong Kong, suspendeu recentemente um de seus serviços entre a Ásia e a Costa Oeste dos EUA.“A demanda não está lá”, disse uma fonte da empresa.

As quedas nos volumes de encomendas impactaram diretamente os desembarques em Los Angeles, segundo analistas de dados marítimos da Sea-Intelligence, que relataram um aumento no número de “viagens em branco”, quando viagens programadas são canceladas.

Quase 400 mil contêineres a menos foram reservados em rotas da Ásia para a América do Norte para as quatro semanas a partir de 5 de maio — um declínio de 25% em relação ao que estava planejado para quatro semanas a partir do início de março, antes da imposição das tarifas.

Somente o Porto de Los Angeles prevê que haverá 20 viagens “em branco” (canceladas ou com mudança na data de chegada) em maio, que teriam trazido mais de 250 mil contêineres — um aumento em relação às 6 viagens em branco em abril.

Por sua vez, isso representa uma forte queda em relação a esta semana, quando as chegadas aumentaram 56% na comparação anual — sinal de que os importadores anteciparam entregas de outros polos industriais do Sudeste Asiático, como Camboja e Vietnã, que ganharam uma “pausa” de 90 dias nas tarifas.

Os preços dos contêineres refletiram essa mudança nas cadeias de suprimentos, segundo dados da plataforma logística Freightos. Houve um aumento de 15% no preço dos contêineres de 40 pés vindos do Vietnã, enquanto nas principais rotas entre China e EUA houve uma queda de 27%.

“Os preços [dos contêineres] de outros países asiáticos para os EUA podem continuar a subir, antes da data das novas tarifas em julho”, disse Judah Levine, chefe de análises da Freightos.

Os volumes de carga aérea também tiveram forte queda, segundo a Associação de Transportadores Aéreos dos EUA (AfA), com as reservas provenientes da China dos membros do grupo caindo cerca de 30%.

“Muitos membros simplesmente pararam de receber encomendas da China”, disse Brandon Fried, diretor-executivo da associação setorial. “Isso também está criando um efeito sanfona nos preços e nos números de reservas, à medida que os traders reagem a cada nova notícia vinda da Casa Branca.”

O setor deverá ser ainda mais afetado pela decisão dos EUA de encerrar seu programa conhecido como “de minimis”, que permitia a importação isenta de tarifas de produtos com valor inferior a US$ 800 — um canal importante para varejistas de comércio eletrônico como Shein e Temu. Os produtos chineses perderão essa isenção a partir de 2 de maio.

Lavinia Lau, diretora comercial da Cathay Pacific, de Hong Kong, cuja divisão de carga aérea representa cerca de 25% da receita da empresa, prevê uma “suavização” da demanda entre China e EUA em razão das tarifas e às mudanças na regra “de minimis”.

A Easyway Air Freight, uma firma de fretes aéreos de Hong Kong, informou que seus negócios da China para os EUA tiveram queda de cerca de 50% após o aumento das tarifas.

Executivos de comércio eletrônico também observam um declínio na demanda por fretes. “Estamos vendo notavelmente menos solicitações de cotação de preços para embarques de carga aérea”, disse Wang Xin, chefe da Associação de Comércio Eletrônico Internacional de Shenzhen (SZCBEA).

Embora o acúmulo de estoques e a reorientação das cadeias de suprimentos tenham ajudado a amortecer o impacto para os consumidores, transportadoras e varejistas já começam a sentir os efeitos da desaceleração nas importações.

A Knight-Swift Transportation, uma das maiores empresas de transporte rodoviário dos EUA, com sede no Arizona, advertiu que o volume deverá cair, citando a incerteza causada pela ameaça de tarifas.

O executivo-chefe da empresa, Adam Miller, disse que alguns de seus maiores clientes estão “expressando preocupação” de que o custo das tarifas resultaria em volumes menores em maio.

“Alguns nos disseram que, sim, cancelaram encomendas ou pararam de encomendar, em especial da China, e estão tentando ajustar sua cadeia de suprimentos para evitar o custo”, disse.

Segundo consultores do setor de varejo, os padrões de compra refletem três meses consecutivos de queda nos índices de confiança do consumidor.

John Shea, executivo-chefe da Momentum Commerce, que ajuda empresas de bens de consumo a vender cerca de US$ 7 bilhões por ano na Amazon, alertou para o risco de um “duplo impacto”, de aumento de preços e queda no consumo.

“Estamos vendo evidências de que os consumidores começam a optar por produtos mais baratos […] ao mesmo tempo em que os preços continuam subindo”, disse Shea.

Fonte: Valor Econômico


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Comércio Exterior, Internacional, Logística, Mercado Internacional

Trump diz que Brasil “ficou rico” cobrando tarifas dos EUA

Em entrevista à Time, presidente americano classificou a estratégia econômica dos EUA como um “tremendo sucesso”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil e outros países “ficaram ricos” cobrando tarifas de importação sobre produtos americanos.

Em entrevista à revista Time, Trump foi questionado sobre as tarifas aplicadas pelo governo americano. O presidente afirmou que, caso as altas tarifas de importação permaneçam em vigor daqui a um ano, considerará isso uma vitória.

“Veja, foi isso que a China fez conosco. Eles nos cobram 100%. Se você olhar para a Índia, ela cobra entre 100% e 150%. Se você olhar para o Brasil, se olhar para muitos, muitos países, eles cobram – é assim que sobrevivem. É assim que ficaram ricos”, disse Trump.

O presidente americano classificou a estratégia econômica protecionista como “um tremendo sucesso”, afirmando que a produção industrial dos EUA está aumentando.

“Lembre-se disso: não há tarifas se eles fabricarem os produtos aqui. Isso é um sucesso tremendo. Você ainda não percebeu, mas o que está acontecendo é um enorme sucesso. Estamos arrecadando bilhões e bilhões de dólares — dinheiro que nunca tínhamos arrecadado antes”, disse Trump.

À Time, Trump também afirmou que diversos acordos comerciais já foram fechados após a imposição das tarifas e devem ser anunciados nas próximas semanas.

Questionado sobre quando os acordos seriam divulgados, o presidente evitou dar uma data específica, mas garantiu que os Estados Unidos estão “se dando bem” com todos.

“Fechei 200 acordos. Você precisa entender, estou lidando com todas as empresas, com países muito amigáveis. Estamos nos reunindo com a China. Estamos indo bem com todos. Mas, no fim das contas, fui eu quem fechou todos os acordos”, afirmou.

Fonte: CNN Brasil


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Internacional, Mercado Internacional, Notícias

Trump recua em guerra contra China e Fed; mercados reagem

Donald Trump disse ontem que não pretende tentar demitir o presidente do banco central americano e que haverá uma redução “substancial” nas tarifas contra a China.

O presidente americano disse que a taxa de 145% imposta aos produtos chineses é “muito elevada”. “Não ficará nem perto desse número, mas também não será zero.”

Sobre o presidente do Fed, Jerome Powell, Trump declarou não ter interesse em demiti-lo. “Gostaria de vê-lo um pouco mais ativo” na redução dos juros porque “é o momento perfeito para isso”.

As falas de Trump ocorreram um dia após os mercados americanos terem despencado por temor de uma crise entre Trump e o Fed.

Ontem, as ações voltaram a subir após o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, terem antecipado o recuo de Trump na guerra comercial com a China.

Hoje, o porta-voz do governo chinês Guo Jiakun afirmou que “a porta para conversar (com os Estados Unidos) está escancarada.”

A reação dos mercados foi imediata. As principais Bolsas da Ásia, com exceção de Xangai, fecharam em alta; e as europeias abriram com valorização. Os índices futuros também apontam para ganhos nos EUA.

Fonte: UOL

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Comércio, Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional, Negócios

Guerra comercial deve encarecer roupas básicas nos EUA; entenda

Tarifas sobre importações chinesas afetarão principalmente itens essenciais do vestuário, com aumentos previstos de até 65% em roupas e 87% em calçados no próximo ano

guerra comercial do presidente Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, está chegando ao guarda-roupa dos consumidores, e os itens mais afetados serão os básicos.

O setor de vestuário é desproporcionalmente impactado pelas tarifas de Trump, que incluem uma taxa mínima de 10% sobre todos os países e uma taxa de 145% sobre importações chinesas.

Noventa e oito por cento das roupas nos armários dos americanos são importadas para os Estados Unidos, e a China é o maior importador de roupas para os Estados Unidos, representando 22% do mercado de vestuário.

Enquanto as tarifas de Trump aumentarão o custo da maioria das roupas, os aumentos mais acentuados de preços serão nos itens básicos.

Como as camisetas de US$ 5, o pacote com seis pares de meias por US$ 10 e os tênis de US$ 25 que muitos americanos usam, dizem pesquisadores de política comercial e economistas.

“Necessidades básicas de vestuário como camisetas de algodão, roupas íntimas e meias terão aumento de preço mais alto e mais rápido porque os consumidores ainda precisarão comprá-las mesmo com o aumento do preço”, disse Sheng Lu, professor de estudos de moda e vestuário da Universidade de Delaware.

Em outras palavras, como os clientes compram esses itens durante todo o ano, os varejistas precisarão reabastecê-los mais rapidamente do que equipamentos sazonais e vestidos ocasionais ou ternos que as empresas podem guardar por mais tempo, explicou ele.

Isso significa que as empresas que importam roupas estão fazendo isso com mais frequência, aumentando a probabilidade de suas remessas serem tarifadas.

Os Estados Unidos não são apenas fortemente dependentes da China, mas também da fabricação de roupas de baixo custo em países como Vietnã e Bangladesh.

Como não há formas alternativas de produzir roupas nos Estados Unidos a custos competitivos ou em larga escala, os compradores podem esperar pagar 65% a mais por roupas e 87% a mais por calçados no próximo ano, segundo uma análise do Yale Budget Lab, um centro de pesquisa de políticas apartidário.

Os preços das roupas permanecerão 25% mais altos e os preços dos calçados 29% mais altos a longo prazo.

As tarifas de Trump aumentarão os preços das roupas básicas do mercado de massa da China, mais do que os preços dos produtos de luxo, porque as margens são menores em itens mais baratos, disse Edward Gresser, diretor de comércio e mercados globais do Progressive Policy Institute, um think tank de tendência esquerdista.

Mesmo antes da nova agenda tarifária da administração Trump, o vestuário importado para os Estados Unidos tinha algumas das mais altas taxas de qualquer setor — um legado da grande indústria têxtil doméstica durante os séculos XIX e XX e das crescentes tarifas sobre a China nos últimos anos.

Em 2024, o vestuário representou 5% das importações, mas cerca de 26% das tarifas coletadas, de acordo com a American Apparel & Footwear Association, um grupo comercial do setor.

As tarifas de Trump elevarão ainda mais essas taxas sobre o vestuário, deixando os varejistas com menos margem para absorver qualquer aumento de custo em produtos de baixa margem.

No entanto, a maioria dos produtos de luxo é fabricada na Europa, como bolsas e sapatos de couro da Itália e Espanha e relógios da Suíça.

Os custos podem aumentar em itens de luxo, mas os aumentos de preços serão mais moderados do que os itens importados da China, dizem os analistas.

Por exemplo, a Hermès disse que os preços aumentarão em suas bolsas e lenços de luxo a partir de 1º de maio para “compensar totalmente” o impacto das tarifas.

“As indústrias de beleza e luxo parecem isoladas do pior das tarifas”, disseram analistas do Telsey Advisory Group em um relatório de pesquisa na semana passada.

A produção de calçados de preço mais alto também saiu da China, enquanto a produção de calçados de mercado de massa permaneceu, disseram eles.

Preços mais altos para roupas básicas pressionarão os clientes de baixa renda, que gastam uma parcela maior de sua renda em necessidades como vestuário e calçados.

As famílias de menor renda na América gastaram mais do que o triplo de sua parcela de renda em vestuário em comparação com as famílias mais ricas, de acordo com um relatório da Trade Partnership Worldwide, uma empresa de pesquisa econômica.

fim da isenção de envio “de minimis” no próximo mês — que permite que pacotes com valor inferior a $800 entrem livres de impostos nos Estados Unidos, um benefício para empresas chinesas de comércio eletrônico como Shein e Temu — também prejudicará desproporcionalmente as famílias de baixa renda, de acordo com pesquisas de economistas da UCLA e Yale.

A participação de pacotes entregues sob o limite de minimis diminui com a renda, descobriu o estudo, com 48% dos pacotes enviados para os CEPs mais pobres, em comparação com 22% para os CEPs mais ricos nos Estados Unidos.

“Em grande parte, os consumidores que estão comprando itens básicos mais baratos têm muito menos renda disponível”, disse Margaret Bishop, professora assistente da Parsons School of Design. “As pessoas das camadas socioeconômicas baixa e média estão sendo desproporcionalmente afetadas pelas tarifas.”

Fonte: CNN Brasil

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Comércio, Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional, Negócios

China vai retaliar países que priorizem acordo com os EUA

Porta-voz do ministério do Comércio chinês afirmou que o país está “não aceitará” negociações às custas dos interesses do país

O porta-voz do Ministério do Comércio da China declarou nesta 2ª feira (21.abr.2025) que o governo chinês vai retaliar países que cheguem a acordos comerciais com os Estados Unidos “às custas dos interesses chineses”. A declaração foi em resposta a um jornalista que perguntou como a China reagiria se a Casa Branca pressionasse outros países a retirar investimentos na China para garantir tarifas mais baixas. Recentemente, diversos líderes globais têm se reunido com Donald Trump (Republicano) para discutir as medidas fiscais.

O representante do Ministério do Comércio disse que é legítimo os países buscarem acordos com os EUA, mas que se essas negociações envolverem o enfraquecimento de relações com a China, o país “jamais aceitará” e está preparado para defender seus interesses.

“A China se opõe firmemente a qualquer parte que chegue a um acordo às custas dos interesses chineses. Se isso acontecer, a China jamais aceitará e tomará resolutamente contramedidas de forma recíproca. A China está determinada e é capaz de salvaguardar seus próprios direitos e interesses”, disse o porta-voz. Eis a íntegra do comunicado do Ministério do Comércio da China (PDF – 40 kB, em inglês).

O porta-voz do governo chinês afirmou que os EUA transformaram o comércio internacional em uma “lei da selva” e que os países devem se unir para resistir ao bullying econômico norte-americano.

“Trata-se da busca por políticas hegemônicas e intimidação unilateral nos campos econômico e comercial sob o pretexto de “reciprocidade”. O apaziguamento não traz paz, e o compromisso não pode ser respeitado”, declarou.

Os EUA e a China estão em uma guerra comercial desde o início de abril, quando Trump anunciou o “liberation day”. A Casa Branca aplicou tarifas comerciais contra todos os seus parceiros, em especial a China, que foi penalizada em 145%. Os chineses retaliaram os norte-americanos com tarifas de 125% sobre os produtos dos EUA.

Fonte: Poder 360

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Internacional, Mercado Internacional, Negócios

Bolsas de NY despencam com independência do BC americano em xeque

Ameaças de Trump de demitir Jerome Powell, presidente do Fed, assustam agentes de mercado e investidores.

Os índices acionários das bolsas de Nova York operaram em forte queda, nesta segunda-feira, desde a abertura, com a preocupação crescente em torno de uma interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na atuação do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

O índice Dow Jones registrou queda de 2,5%, aos 38.170 pontos; o S&P 500 recuou 2,4%, a 5.158 pontos, e o índice de tecnologia Nasdaq caiu 2,6%, aos 15.870 pontos. Os três principais indicadores do mercado acionário americano chegaram a cair mais de 3%, durante algumas horas do pregão.

O feriado prolongado não ajudou a acalmar as preocupações dos investidores, à medida que a venda de ativos ligados aos Estados Unidos segue ganhando tração.

Na sexta-feira, o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, disse que Trump está estudando a possibilidade de demitir Jerome Powell, presidente do Fed. Essa possibilidade, aventada pela Casa Branca, também pode explicar um aumento acentuado nos rendimentos de longo prazo nos títulos do Tesouro, os treasuries, nesta manhã.

“Se Trump demitisse Powell, a reação do mercado provavelmente seria negativa, já que a independência do Fed é altamente valorizada”, aponta Kathy Jones, estrategista-chefe de renda fixa da Schwab.

Em paralelo, investidores se preparam para uma importante bateria de resultados corporativos ao longo desta semana, como da montadora de automóveis elétricos Tesla, da Alphabet (dona do Google) e da fabricante de aeronaves Boeing.

Segundo a FactSet, até o fim da semana passada, 12% das empresas do S&P 500 informaram os resultados do 1º trimestre de 2025. Dessas empresas, 71% informaram lucros por ação real acima das estimativas, percentual que está abaixo da média de 5 anos de 77% e abaixo da média de 10 anos de 75%.

“No total, as empresas estão informando lucros 6,1% acima das estimativas, o que está abaixo da média de 5 anos de 8,8% e abaixo da média de 10 anos de 6,9%”, aponta o analista da FactSet, John Butters.

Fonte: Valor Investe

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Internacional, Logística, Negócios

Trump diz que fará acordo com a China sobre tarifas

Diante a guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China, nesta quinta-feira (17), o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que fará um acordo comercial com o país asiatico. 

Segundo Trump, a China buscou os Estados Unidos para dialogar. Em coletiva com jornalistas na casa presidencial, o republicao informou que ” nós faremos um acordo com a China”

Apesar do comunicado, Trump não revelou detalhes sobre o diálogo e preferiu esconder se falou diretamente com o presidente chinês Xi Jinping, mas disse aos repórteres q

Ainda escondendo o jogo, o presidente americano informou que não tem prazo para sair um acordo. Trump disse que os EUA teriam “muito tempo” para discutir, e que pode avançar com algo nas próximas três ou quatro semanas. 

Por fim, o governante informou que não estaria mais inclinado a subir novamente as tarifas. Afirmando que as tarifas americanas sobre a China podem não aumentar mais. 

Fonte: BNews

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