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Carrefour diz que não vai comprar carne de produtores do Mercosul em meio a protestos de franceses

Rede afirmou que ‘nada muda nas operações do país’ e que continua comprando de produtores locais

Em mensagem publicada na sua conta oficial no Instagram, o presidente mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, afirmou que a rede francesa não vai oferecer nos seus pontos de venda carne produzida em países do Mercosul -aliança comercial formada por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, da qual também participam como países associados Bolívia, Chile, Colômbia, Peru e Equador.

“Em solidariedade ao mundo agrícola, o Carrefour se compromete a não vender carne do Mercosul”, informou o executivo no post, em que trazia a reprodução de uma carta enviada por ele a Arnaud Rosseau, empresário francês, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Agricultores (FNSEA).

Procurado pela reportagem, o Carrefour Brasil informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que “nada muda nas operações do país” e que a rede continua comprando carne de produtores locais.

Nesta semana, agricultores franceses têm feito protestos contra o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que veem como ameaça. A França lidera a resistência à assinatura do pacto, que criaria a maior zona de livre-comércio do mundo. O acordo criaria um mercado comum de 780 milhões de pessoas e um fluxo de comércio de até R$ 274 bilhões em produtos manufaturados e agrícolas.

Durante a reunião do G20 no Rio de Janeiro, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o país “não está isolado” em sua oposição ao tratado comercial. “Por ter sido negociado há muitas décadas, o texto se baseia em condições prévias que estão desatualizadas”, disse o chefe de Estado francês, que lançou a ideia de “repensar a relação com essa sub-região”.

Na carta dirigida a Rosseau, Bompard afirma que, em toda a França, podem ser ouvidos “o desespero e a indignação dos agricultores face ao acordo de livre comércio proposto entre União Europeia e Mercosul”, que pode não respeitar os limites e se espalhar pelo mercado francês.

“Esperamos inspirar outros atores do setor agroalimentar e dar impulso a um movimento mais amplo de solidariedade, que vá além do setor do varejo, que já lidera a luta a favor da origem francesa da carne que comercializa”, afirmou.

Apelo em particular aos envolvidos na alimentação fora de casa, que representam mais de 30% do consumo de carne na França -mas 60% do que é importado- para aderir ao nosso compromisso. É através da união que poderemos garantir aos produtores franceses que não haverá qualquer possibilidade de evasão”, disse.

O Ministério da Agricultura e Pecuária brasileiro divulgou nota nesta quarta-feira (20) em que critica a decisão do Carrefour. “O posicionamento do Mapa é de não acreditar em um movimento orquestrado por parte de empresas francesas visando dificultar a formalização do acordo”, afirmou o ministério.

Vários governos europeus, como os da Espanha e Alemanha, são favoráveis ao acordo, que abriria as portas para maiores exportações de carros, máquinas e produtos farmacêuticos da UE.

O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, pediu na cúpula do G20 que o acordo com o Mercosul seja concluído “de uma vez”. “Depois de mais de vinte anos [de negociações], precisamos finalizar de uma vez o acordo de livre comércio”, defendeu.

Os fazendeiros europeus, por outro lado, listam diversas preocupações, como a quota de carne a ser importada pelo bloco sob uma tarifa básica de 7,5%. Alegam que a competição seria desleal, pois a produção na América do Sul seria mais leniente em termos sanitários, ambientais e sociais.

Uma auditoria da União Europeia, publicada no mês passado, aponta que o Brasil não consegue dar garantias de que sua produção de carne não faz uso de um hormônio de crescimento banido no continente há décadas. A itens desse tipo se somam as considerações ambientais de praxe, bem conhecidas do público brasileiro. O Ministério da Agricultura afirma que “reitera a qualidade e compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas, em consonância com as diretrizes internacionais”. (DANIELE MADUREIRA/Folhapress) 

Fonte: O tempo Economia
Carrefour diz que não vai comprar carne de produtores do Mercosul em meio a protestos de franceses | O Tempo

 

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Macron informa a Milei que a França não irá assinar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul

O presidente da França, Emmanuel Macron, deixou claro ao presidente argentino, Javier Milei, que seu governo não assinará o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul “tal como está”, por isso pediu uma renegociação visando encontrar um quadro aceitável para todos.

– Não acreditamos no acordo tal como foi negociado – disse Macron, neste domingo (17), em uma declaração aos meios de comunicação franceses a partir do aeroporto de Buenos Aires, antes de partir para o Rio de Janeiro para a cúpula do G20.

Ele acrescentou que em suas reuniões com Javier Milei, lhe disse “de forma muito sincera e muito clara que a França não assinaria hoje o acordo com o Mercosul tal como está”.

Macron disse que “descobriu” que existem “vários países do Mercosul que não estão satisfeitos com este acordo”, e que o próprio Milei lhe afirmou “que não estava satisfeito” nem com o acordo nem “com o funcionamento atual do Mercosul”.

O mandatário francês afirmou ter explicado a Milei que o acordo, fechado em 2019 mas ainda não assinado e menos ainda ratificado, “seria muito ruim para sua reindustrialização e muito ruim para nossa agricultura”.

Ele reiterou as preocupações francesas com a entrada de carne tratada com hormônios e antibióticos.

– Não podemos dizer aos agricultores franceses e europeus para mudarem as suas práticas, para deixarem de usar certos produtos fitossanitários (…) e ao mesmo tempo abrirem os nossos mercados à importação em massa de produtos que não respeitam os mesmos critérios – insistiu.

Macron lembrou que o acordo comercial UE-Canadá inclui garantias para impedir a entrada nos mercados europeus de carne produzida com hormonas ou antibióticos.

– Essas garantias não temos hoje com o Mercosul – frisou.

As palavras de Macron surgiram enquanto na França os agricultores intensificaram seus protestos, com bloqueios parciais de estradas, entre outras medidas, para protestar contra a possibilidade de o acordo UE-Mercosul avançar.

O presidente francês disse que é necessário um acordo que defina “um bom quadro de investimento que abra alguns setores”, que permita desenvolver a colaboração em questões como materiais estratégicos, como o lítio.

– Mas a agricultura europeia não deve ser sacrificada. Foi o que eu disse. Se formos razoáveis, há um caminho possível, mas não será feito em detrimento da nossa agricultura – afirmou.

Emmanuel Macron explicou que conversou também com Milei sobre o interesse europeu no acesso, “com investimentos significativos”, ao lítio, metal estratégico para a construção das baterias necessárias à transição energética.

O progresso em vários contratos de defesa também fez parte das negociações, bem como as diferenças entre os dois presidentes sobre as mudanças climáticas.

Macron garantiu que Milei não confirmou uma hipotética intenção de abandonar os Acordos de Paris sobre o clima, embora tenha reconhecido que “não temos a mesma visão das coisas em relação ao clima”.

– Expliquei porque consideramos que, em termos de clima e de biodiversidade, é absolutamente necessário avançar, ter uma coordenação internacional – recapitulou.

Após sua passagem pela Argentina, que começou no sábado (16), Macron viaja ao Rio para a cúpula do G20 e depois concluirá a sua viagem pela América Latina no Chile.

Fonte: Gazeta do Povo
França não assinará acordo entre UE/Mercosul, diz Macron a Milei

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Macron defende agricultores franceses e acordos climáticos durante reunião com Milei

Emmanuel Macron se reuniu neste domingo (17) em Buenos Aires com o presidente argentino, Javier Milei, com o duplo objetivo  de “defender” os agricultores franceses mobilizados contra o acordo comercial com o Mercosul e de convencer o ultraliberal a não agir sozinho em questões climáticas.

Após uma homenagem simbólica às vítimas da ditadura militar argentina (1976-1983), especialmente as francesas, Macron visitou a Casa Rosada, sede da presidência argentina, onde foi recebido por Milei, que é acusado de revisionismo por seus críticos em relação a este sombrio período da história do país sul-americano. Macron chegou à Argentina no sábado e ambos os líderes se reencontrarão na cúpula do G20 no Rio de Janeiro, na segunda e terça-feira.

“Vamos falar sobre nossos interesses comerciais, sobre nosso comércio, sobre a defesa da nossa agricultura e dos nossos agricultores”, disse o presidente francês no TikTok, a bordo do avião que o levava a Buenos Aires.

Na França, agricultores e políticos temem que um possível tratado de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul aumente a disponibilidade de carne latino-americana na Europa e provoque a concorrência desleal de produtos que não estão sujeitos às rigorosas normas ambientais e sanitárias vigentes na Europa.

Em Buenos Aires e no Rio, Macron se fará porta-voz desse rejeição, embora seja sobretudo aos outros europeus, especialmente Alemanha e Espanha, favoráveis à assinatura do tratado.

Também insistirá que Paris rejeita o texto do acordo e exigirá que sejam incluídas disposições para o respeito às normas de fiscalização, bem como ao Acordo de Paris sobre o clima.

Milei, cético em relação ao aquecimento global, retirou na quarta-feira a delegação de seu país da conferência sobre mudanças climáticas da ONU (COP29) em Baku e especula-se sobre sua possível saída do Acordo Climático de Paris, algo que Trump fez durante seu primeiro mandato (2017-2021).

O Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, espera, portanto, conseguir “conectar o presidente Milei às prioridades do G20”.

Paris também pretende aprofundar as relações econômicas com a Argentina, especialmente no setor de metais críticos, já que o grupo minerador Eramet acaba de inaugurar uma mina de lítio no país sul-americano.

Macron também tentará avançar na possível venda dos submarinos franceses Scorpène, embora a Presidência francesa relativize o estado dessas negociações.

– “Não os esqueceremos” –

Antes da reunião na Casa Rosada, Macron e sua esposa Brigitte prestaram homenagem aos quase 20 franceses desaparecidos e assassinados durante a ditadura argentina na Igreja da Santa Cruz, hoje um memorial da resistência.

“Não os esqueceremos”, disse Macron a familiares das vítimas, que conversaram com o presidente, contaram suas histórias e agradeceram por sua visita à igreja.

Em dezembro de 1977, 12 pessoas, incluindo várias fundadoras das Mães da Praça de Maio e as freiras francesas Léonie Duquet e Alice Domon, foram sequestradas, torturadas, assassinadas e jogadas ao mar após se reunirem nesta igreja.

Milei e sua vice-presidente, Victoria Villarruel, defendem a teoria de que aquele episódio da história argentina foi uma guerra na qual ambas as partes tiveram igual responsabilidade e relativizam o número de desaparecidos, que estimam em menos de 9.000, em vez dos 30.000 de consenso até agora, segundo organizações de direitos humanos.

FONTE: MSN
Macron defende agricultores franceses e acordos climáticos durante reunião com Milei

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França se mobiliza contra acordo UE-Mercosul

Líderes de todo o espectro político francês e do setor agropecuário se mobilizam com unanimidade contra a assinatura de um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, em nome da defesa da agricultura e do meio ambiente.

A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, parece decidida a assinar ainda neste ano um acordo de livre-comércio com o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia), contra a posição da França, que rejeita o acordo nos termos atualmente propostos, o que o premier Michel Barnier reiterou hoje, em Bruxelas.

“Recomendo que a posição de um país como a França não seja ignorada”, disse o primeiro-ministro francês, após se se reunir com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Mais de 600 parlamentares franceses, entre deputados, senadores e eurodeputados, escreveram ontem a Ursula para manifestar sua oposição ao tratado.

Para bloquear a decisão, a França precisa de pelo menos quatro dos 27 países da UE no Conselho, instância que reúne os governos do bloco. Alemanha e Espanha pressionam por um avanço no acordo, enquanto Polônia e Áustria expressaram oposição, segundo fontes diplomáticas em Bruxelas.

– Objetivo –
Menos de um ano após uma mobilização histórica dos agricultores na França, com bloqueios de estradas, os sindicatos do setor convocam novas manifestações.

Os agricultores, que seguem denunciando a burocracia e a renda baixa, estão furiosos com as colheitas ruins, as perdas relacionadas a doenças em animais e a perspectiva de assinatura do acordo com o Mercosul.

A principal aliança sindical agrícola, formada pela FNSEA e os Jovens Agricultores (JA), lançou hoje um chamado para uma mobilização nacional de agricultores a partir de 18 de novembro. Eles querem, sobretudo, “fazer a voz da França ser ouvida” durante o “G20 no Brasil”, em um momento em que, com sua oposição a este acordo, o país está relativamente isolado na cena europeia.

“A Europa não deve se tornar um escorredor e não pode importar produtos que não respeitam nenhuma de nossas normas”, declarou Arnaud Rousseau, presidente da FNSEA, à rádio France Inter, antes de uma coletiva de imprensa na qual detalhou as ações previstas. “Nosso objetivo não são as rodovias”, especificou, acrescentando que, tampouco, é “parar” ou “matar de fome” a França.

Os principais sindicatos rejeitam o acordo com o Mercosul, sob o argumento de que os franceses encontrariam em seus pratos mais produtos que dizem não querer: cultivados com pesticidas proibidos na UE e criados com antibióticos que promovem o crescimento.

Os demais sindicatos conduzem suas próprias ações, sem se alinhar totalmente à agenda da FNSEA/JA.

A Coordenação Rural, o segundo maior sindicato representativo, promete “uma revolta agrícola” a partir de 19 de novembro, com um “bloqueio do transporte de alimentos”. Já o sindicato minoritário Confederação Camponesa participou hoje de manifestações contra o Mercosul, em Bruxelas, Paris e no sul da França.

FONTE: Notícias UOL
França em pé de guerra contra o acordo UE-Mercosul

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Brasil e França assinam declaração de intenções na área da saúde

Documento contempla grandes áreas de trabalho conjunto, como fortalecimento dos sistemas de saúde e promoção da ciência e tecnologia. Acordo foi firmado no Planalto, na ocasião da visita do presidente francês Macron.

Publicada 28/03/2024

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou, nesta quinta-feira (28), declaração de intenções que visa à retomada da parceria estratégica entre Brasil e França na área da saúde pública. O documento foi firmado no Palácio do Planalto, na oportunidade da visita ao país do presidente francês, Emmanuel Macron.

A carta foi assinada por Trindade e pelo embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, representando a ministra da Saúde, Trabalho e Solidariedade do país europeu. A declaração contempla grandes áreas de trabalho conjunto, como o fortalecimento dos sistemas de saúde, e promoção da ciência, tecnologia e inovação em saúde.

Hoje, a ministra também se encontrou com o presidente da Assembleia da Guiana Francesa, Gabriel Serville. A declaração assinada entre os dois países também prevê a promoção e reforço da cooperação transfronteiriça em saúde entre o estado do Amapá e a Guiana Francesa.

Histórico da cooperação Brasil-França

A cooperação entre Brasil e França na área da saúde tem longo histórico e remonta à construção das primeiras universidades e centros de pesquisa no Brasil. Exemplos importantes de cooperação foram a organização dos sistemas de urgência e emergência e do sistema de hemoterápico brasileiro, inspirado nos modelos de atendimento franceses.

Além disso, a cooperação existente na área de doenças transmissíveis, HIV/Aids, tuberculose e hepatites virais, resulta em políticas integradas, como quando, por exemplo, França e Brasil foram, respectivamente, o segundo e terceiro países a anunciar o uso do tratamento antirretroviral como estratégia de prevenção de HIV/Aids (TasP).

Ministério da Saúde
Brasil e França assinam declaração de intenções na área da saúde — Ministério da Saúde (www.gov.br)

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