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Entenda os ataques dos EUA contra os Houthis no Iêmen

Sob comando de Trump, Estados Unidos intensificam bombardeios contra rebeldes no sábado (15) mirando influência do Irã na região.

 

Os Estados Unidos iniciaram no sábado (15) uma nova onda de ataques aéreos contra os rebeldes Houthis no Iêmen. Ao menos 53 pessoas morreram, incluindo crianças, e várias outras ficaram feridas, segundo a agência de notícias AP.

A ofensiva envolve navios de guerra e jatos americanos e tem atingido alvos como radares, defesas aéreas e pontos de lançamento de drones, de acordo com o jornal Washington Post. Vídeos divulgados pelo governo dos EUA mostram explosões e caças decolando de porta-aviões em direção ao território iemenita (assista no link abaixo).

https://noticias.r7.com/internacional/video/eua-lancam-operacao-militar-contra-houthis-apoiados-pelo-ira-no-iemen-17032025/

A campanha militar, descrita por Trump como “decisiva e contundente”, busca conter os Houthis, grupo aliado do Irã que, entre novembro de 2023 e janeiro deste ano, atacou mais de 100 navios mercantes no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, afundando dois, apreendendo outro e matando quatro marinheiros.

Em uma publicação na plataforma Truth Social, Trump justificou os ataques dizendo que os Houthis conduziram uma “campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo” que ameaça rotas cruciais de navegação global, como o Canal de Suez. “Usaremos força letal esmagadora até atingirmos nosso objetivo”, declarou o presidente.

Por que os ataques agora?

Os Houthis, que pertencem ao chamado “Eixo da Resistência” liderado pelo Irã, intensificaram suas ações no final de 2023, afirmando agir em solidariedade aos palestinos na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

Recentemente, eles anunciaram planos de retomar os ataques a navios israelenses nos mares Vermelho e Arábico, encerrando uma trégua relativa iniciada em janeiro, depois do cessar-fogo em Gaza. Esses ataques afetaram o comércio global, obrigando empresas a redirecionarem rotas pelo sul da África, mais longas e custosas.

Em uma entrevista à emissora CBS News no domingo (16), o secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse que os EUA estão “fazendo um favor ao mundo” ao eliminar a capacidade dos Houthis de atacar o transporte marítimo. “Algumas instalações que eles usavam não existem mais, e isso continuará”, disse.

Histórico de confrontos

Não é a primeira vez que os EUA enfrentam os Houthis. Durante o governo de Joe Biden, os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram mais de 260 ataques aéreos contra o grupo a partir de janeiro de 2024, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.

Na época, autoridades americanas evitaram alvos amplos para reduzir baixas civis e não reacender a guerra civil no Iêmen, que opõe os Houthis ao governo exilado, apoiado por Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

O papel do Irã

O Irã, principal apoiador dos Houthis, está no centro da escalada. Há anos, Teerã fornece armas ao grupo xiita, apesar de negar oficialmente, violando um embargo da ONU, segundo a AP.

Os Houthis emergiram como o braço mais forte do “Eixo da Resistência” iraniano, especialmente após o enfraquecimento de aliados como o Hezbollah, do Líbano, e o Hamas.

Por causa disso, Trump ameaçou o Irã de maneira direta, exigindo que o apoio aos rebeldes “acabe imediatamente” e alertando que, caso contrário, o país será responsabilizado. “Não seremos gentis sobre isso”, disse.

Enquanto isso, o Irã avalia como responder a uma carta de Trump sobre seu programa nuclear. No domingo (16), o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, foi a Omã, um mediador tradicional entre Teerã e o Ocidente.

Reação dos Houthis e perspectivas

O gabinete político dos Houthis classificou os ataques americanos como “crime de guerra” e prometeu retaliação. “Nossas forças estão preparadas para responder à escalada com escalada”, afirmou o grupo. Uma autoridade dos EUA, em anonimato, disse à Reuters que a operação pode durar dias ou até semanas.

Quem são os Houthis?

Originados nos anos 1990 no norte do Iêmen, os Houthis, liderados inicialmente por Houssein al Houthi, pertencem à minoria xiita zaidita. Eles ganharam força após a invasão do Iraque em 2003, adotando slogans anti-EUA e anti-Israel.

Em 2014, tomaram a capital Sanaa, iniciando a guerra civil que devastou o país e foi classificada pela ONU como a pior crise humanitária atual, com milhões de deslocados e 80% da população na pobreza.

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